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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017.

CURSO:

ENGENHARIA CIVIL

ORGANIZADOR(ES):

Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior


Profa. Ma. Tatiana Renata Pereira Jucá
Prof. Me. Antônio Claret de Almeida Gama Júnior

ESCOLA DE ENGENHARIA, PUC-GOIÁS, GOIÂNIA - 2019


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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

SUMÁRIO
QUESTÃO N° 3
Autor(a): Prof. Dr. Dario de Araújo Dafico
QUESTÃO N° 4
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO N° 5
Autor(a): Prof. Me. Fábio Maurício Correa
QUESTÃO Nº 9
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 10
Autor(a): Núcleo Docente Estruturante do curso de Engenharia Ambiental
QUESTÃO Nº 11
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 12
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 13
Autor(a): Prof. Me. Epaminondas Luiz Ferreira Júnior
QUESTÃO Nº 14
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 15
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 16
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 17
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 18
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 19
Autor(a): Prof. Me. Antônio Claret de Almeida Gama Júnior
QUESTÃO Nº 20
Autor(a): Profa. Ma. Tatiana Renata Pereira Jucá
QUESTÃO Nº 21
Autor(a): Prof. Me. Fábio Maurício Correa
QUESTÃO Nº 22
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 23
Autor(a): Prof. Me. Marco Antônio de Oliveira
QUESTÃO Nº 24
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 25
Autor(a): Prof. Me. Marco Túlio Pereira de Campos
QUESTÃO Nº 26
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 27
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 28
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 29
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 30
Autor(a): Prof. Dr. Tule Cesar Barcelos Maia
QUESTÃO Nº 31
Autor(a): Prof. Benjamim Jorge Rodrigues dos Santos
QUESTÃO Nº 32

ENGENHARIA CIVIL, PUC-Goiás


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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Autor(a): Prof. Me. Fábio Maurício Correa


QUESTÃO Nº 33
Autor(a): Prof. Esp. Alberto de Araújo Dafico
QUESTÃO Nº 34
Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior
QUESTÃO Nº 35
Autor(a): Profª. Ma. Tatiana Renata Pereira Jucá

ENGENHARIA CIVIL, PUC-Goiás


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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

QUESTÃO Nº 3

O concreto como material construtivo deve ser submetido a controle de qualidade. Dado o
grande número de variáveis que influem nas suas características, é válido afirmar que, além
da rigorosa seleção dos materiais que o compõem e do competente estudo da dosagem
desses materiais, é indispensável o controle da execução e das características do produto final
concreto armado.
Considerando a atuação de um engenheiro civil responsável pelo projeto e execução de obras
em estrutura de concreto armado, cite e descreva os objetivos dos ensaios que devem ser
executados no concreto convencional nos estados fresco e endurecido para o atendimento
das especificações de qualidade.

Gabarito: Questão discursiva

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: ensaios para controle tecnológico do concreto no estado fresco e


endurecido.

Autor(a): Prof. Dr. Dario de Araújo Dafico

Comentário:
Para o controle da execução e das características do produto final do concreto convencional
a NBR 12655 (ABNT, 2015) prescreve que, no mínimo:
 Para o concreto fresco, no caso de concreto usinado, deve-se realizar o ensaio de
consistência (abatimento do tronco de cone ou slump test) a cada betonada. Esse ensaio,
apesar de todas as suas limitações, serve para medir a trabalhabilidade (adensabilidade,
mobilidade e estabilidade) do concreto plástico fresco. A sua conformidade também é um
indicativo de que a dosagem dos materiais foi realizada na proporção correta.
 Para verificação do concreto endurecido deve-se moldar e romper à compressão (na idade
de controle) um número de corpos-de-prova suficiente para formar uma amostra
representativa de um lote. No caso de concreto usinado é recomendável a moldagem de
CP’s de todos os caminhões (amostragem total). Esse ensaio serve para verificar a
conformidade quanto a resistência à compressão, mas também serve como indicativo de
conformidade das outras propriedades físicas e mecânicas do concreto endurecido que
com ela se correlacionam.
Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR12655 – Concreto de cimento
Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento, Rio de Janeiro, 23 p.

QUESTÃO Nº 4

Um coletor de esgoto pode ser definido como a tubulação subterrânea da rede coletora que
recebe volume de esgotos em qualquer ponto ao longo de seu comprimento, sendo
dimensionado de modo a garantir o escoamento livre.
Suponha que um coletor de esgoto tem declividade de fundo de 0,04 m/m e transporta uma
vazão de 3,14 𝑚3 ∙ 𝑠 −1 , escoando à meia seção. Nessa situação, calcule o diâmetro desse
coletor, considerando um modelo hidráulico hipotético que rege o escoamento em canais dado
pela equação

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

𝑄 = 𝐾 ∙ 𝐴 ∙ 𝑅𝐻 ∙ 𝐼
em que 𝑄 é a vazão medida em 𝑚 ∙ 𝑠 −1 , 𝐴 é a área molhada medida em 𝑚2 , 𝑅𝐻 é o raio
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hidráulico medido em 𝑚 e 𝐼 é a declividade do canal medida em m/m. Em seus cálculos,


considere que o coeficiente de rugosidade da tubulação 𝐾 = 100 e que 𝜋 = 3,14.

Gabarito: Questão discursiva

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: dimensionamento de redes coletoras de esgoto, parâmetros hidráulicos


das seções transversais.

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: Para calcular o diâmetro do tubo, primeiramente precisa-se definir os parâmetros


hidráulicos do tubo coletor no qual se processa o escoamento: a área da seção de escoamento
considerada 50% cheia e raio hidráulico. Vejamos:
𝜋𝐷 2 1 𝜋𝐷 2
 Área molhada: ( 4
)∙2 = 8
(seção 50% cheia)

 Perímetro molhado: 𝜋𝐷/2 (seção 50% cheia)


𝐴𝑀 𝜋𝐷 2 2 𝐷
 Raio hidráulico: 𝑅𝐻 = = ∙ =
𝑃𝑀 8 𝜋𝐷 4

Sabendo que 𝐾 = 100, 𝐼 = 0,04 𝑚/𝑚, 𝑄 = 3,14 𝑚3 /𝑠, então basta substituir essas informações
na equação do modelo que representa o escoamento e calcular o diâmetro.
𝑄 = 𝐾𝐴𝑅𝐻 𝐼
𝜋𝐷 2 𝐷
3,14 = 100 ∙
∙ ∙ 0,04
8 4
𝜋𝐷 3
3,14 =
8
Admitindo que 𝜋 = 3,14, dividem-se os dois lados da equação por esse valor, obtendo-se:
𝐷3
1= → 𝐷3 = 8 ∴𝐷 =2𝑚
8
Referências:
PORTO, R. M.. Hidráulica Básica. São Carlos: Editora da EESC-USP, 2ª edição, 2001. 540 p.

QUESTÃO Nº 5

O controle tecnológico nas obras de pavimentação é condição fundamental para que a vida
útil das estruturas seja garantida. Os controles baseiam-se na análise dos resultados obtidos
em campo, usando-se como referência valores de testes feitos em laboratório.
Com base nesse contexto, explique como deve ser feito o controle, em campo, da umidade
ótima, da massa específica aparente seca máxima e do grau de compactação, a partir dos
dados obtidos em laboratório.

Gabarito: Questão discursiva

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Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: propriedades dos solos, ensaios de controle de compactação em campo,


grau de compactação

Autor(a): Prof. Me. Fábio Maurício Correa

Comentário: O controle da umidade ótima medida em campo se dá através do aparelho


umidímetro conhecido por Speedy que tem base na reação química da água existente em
uma amostra com o carbureto de cálcio que formam o gás de acetileno e ao expandir gera
uma pressão proporcional a quantidade de água na amostra e por consequência indica o teor
de umidade. Outra possibilidade para determinar a umidade ótima é o método do banho de
areia, ou método do fogareiro, que consiste em secar o material, com pesagem antes e depois
da secagem para determinar a massa de água perdida e, com ela, a umidade do material.
A massa especifica aparente seca máxima (peso específico máximo) é determinada com o
emprego do aparelho denominado Frasco de Areia que consiste em calcular a massa
específica aparente seca e, consequentemente, o grau de compactação do solo em questão.
Outra possibilidade para determinar a massa específica aparente seca é o método do cilindro
biselado, que consiste em cravar um cilindro no solo para retirar uma amostra do mesmo, a
qual é seca e, após a remoção de toda a umidade, pode-se obter a massa específica aparente
seca máxima dividindo a massa de solo no interior do cilindro pelo seu volume.
O grau de compactação é determinado através da relação entre a massa aparente seca
medida em campo através do ensaio do Frasco de Areia e a massa aparente seca máxima
determinado em laboratório. Com este dado é possível determinar o Grau de Compactação
(GC) que para ser considerado aceitável deve variar entre 95% e 100%, devendo ser calculado
como:
𝛾𝑠
𝐺𝐶 =
𝛾𝑠,𝑚𝑎𝑥
Sendo 𝛾𝑠 a massa específica seca do solo medida em campo e 𝛾𝑠,𝑚𝑎𝑥 a massa específica seca
máxima do solo medida em laboratório.
Referências:
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER ME 052/94 – Solos e
Agregados Miúdos – Determinação da umidade com o emprego do Speedy, 1994, 4p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR7182 – Solo – Ensaio de
compactação, Rio de Janeiro, 2016, 9p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR7185 – Solo – Determinação da
massa específica aparente, in situ, com emprego do frasco de areia, Rio de Janeiro, 2016, 8p.

QUESTÃO Nº 9

A figura a seguir representa o diagrama de tensão σ versus deformação ε para diferentes


materiais poliméricos.

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

GARCIA, A. et al. Ensaios dos materiais. 2 ed. Rio de


Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda.
2012 (adaptado).
Assinale a opção que apresenta, respectivamente, o módulo de elasticidade e o nível de
deformação de uma das curvas do diagrama apresentado.
A) Curva I – alto e grande.
B) Curva II – baixo e grande.
C) Curva III – baixo e pequeno.
D) Curva IV – alto e grande.
E) Curva V – baixo e pequeno.

Gabarito: E

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Relações tensão versus deformação, conceitos de módulo de elasticidade


e deformabilidade, comportamento mecânico de materiais poliméricos

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: Os materiais, na prática, normalmente apresentam relação não-linear entre as


tensões e as deformações. Contudo, ainda que em pequenos trechos, é possível observar, na
maioria dos materiais, a existência de trechos retilíneos nos quais as tensões são
proporcionais às deformações, isto é, intervalos de tensões e deformações para os quais é
válida a lei de Hooke (𝜎 = 𝐸 ∙ 𝜀). De acordo com essa lei, as tensões são proporcionais às
deformações por um coeficiente, chamado Módulo de Elasticidade (E), que é uma importante
propriedade mecânica dos materiais e, graficamente, pode ser avaliado pela inclinação da reta
tangente à origem da curva tensão versus deformação. Nos materiais que apresentam baixo
módulo de elasticidade, a inclinação dessa reta é baixa (curva mais próxima do eixo das
deformações), enquanto nos materiais com alto módulo de elasticidade, a inclinação
normalmente é alta (curva mais próxima do eixo das tensões). O conceito de nível de
deformação, por outro lado, está associado à capacidade de um determinado material
manifestar deformações antes da ruptura. Falando especificamente dos polímeros, os quais
podem apresentar grandes deformações antes da ruptura, podemos classificar os materiais
apresentados na figura e numerados de I a V da seguinte forma:

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A curva I define um material de alto módulo de elasticidade, porém com pequeno nível de
deformação, já que o material se rompe com deformações relativamente pequenas, ou seja, o
módulo de elasticidade e o nível de deformação são, respectivamente, alto e pequeno.
A curva II define um material de alto módulo de elasticidade, porém com grande nível de
deformação, já que o material se rompe para deformações elevadas em comparação às
demais, ou seja, o módulo de elasticidade e o nível de deformação são, respectivamente, alto
e grande.
As curvas III e IV definem um material de baixo módulo de elasticidade, porém com grande
nível de deformação, já que o material se rompe para deformações elevadas em comparação
às demais, ou seja, o módulo de elasticidade e o nível de deformação são, respectivamente,
baixo e grande.
A curva V define um material de baixo módulo de elasticidade e pequeno nível de deformação,
já que o material se deforma pouco antes da ruptura, ou seja, o módulo de elasticidade e o
nível de deformação são, respectivamente, baixo e pequeno.
Desta forma, a única alternativa correta é a letra E, Curva V – baixo e pequeno.
Referências:
BEER, F.P. e JONHSTON, E.R. Resistência dos materiais. Trad. PEREIRA, C.D.M. São
Paulo: Editora Makron Books, 2004.

QUESTÃO Nº 10

A forte inserção brasileira no comercio internacional e a crescente preocupação mundial com


os problemas ambientais desfiam o Brasil para construir uma política de integração entre o
setor produtivo e o meio ambiente.
Disponível em:<http://www.mma.gov.br>. Acesso em:
17 jul. 2017 (adaptado).
O meio ambiente é fornecedor de matéria prima e, ao mesmo tempo, receptor de resíduos
oriundos das atividades produtivas, o que deve ser necessariamente considerado para o
estabelecimento de políticas ambientais e econômicas mais eficientes na gestão e uso dos
recursos naturais.
MOURA, A. M.; ROMA, J. C.; SACCARO, N.
Problemas econômicos, soluções ambientais. Boletim
regional, urbano e ambiental. Brasília: Ipea, n. 15,
jul./dez. 2015 (adaptado)
A partir desses textos, avalie as afirmações a seguir.
I. Os benefícios da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos são de difícil valoração
econômica.
II. As mudanças climáticas resultantes da emissão de gases de efeito estufa têm gerado
oportunidades para o desenvolvimento e a utilização de fontes renováveis de energia,
como alternativas ao uso de combustíveis fósseis.
III. A degradação ambiental pode ocasionar limitações ao crescimento econômico
sustentável.
IV. A geração de riqueza e desenvolvimento sem a elevação do padrão de consumo dos
recursos naturais constitui impedimento para o crescimento de países em
desenvolvimento.

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V. Os tratados internacionais ambientais exigem entrelaçamento entre lucros obtidos,


desenvolvimento social de comunidades tradicionais e conservação dos ecossistemas.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I e IV.
B) I e V.
C) II, III e IV.
D) I, II, III e V.
E) II, III, IV e V.
Gabarito: D

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Economia e desenvolvimento sustentável

Autor(a): Núcleo Docente Estruturante (NDE) de Engenharia Ambiental

Comentário: Repensar os modelos de produção industrial, assim como a utilização dos


recursos naturais; repensar a emissão de poluentes; reconsiderar e desenvolver novas formas
de políticas públicas que atendam às necessidades sociais de transporte, educação e saúde
de qualidade; repensar os modelos de exploração e desenvolvimento econômico; os gastos
energéticos e o uso de combustíveis fósseis e as formas de energia utilizadas; desenvolver
sistemas inteligentes de geração e de consumo de energia; promover programas e ações que
visem a melhoria da qualidade de vida da população; realizar negócios sustentáveis, dentre
outros, são questões que estão intimamente ligadas aos modelos de desenvolvimento
sustentável já em aplicação em muitos países, e também no Brasil.
O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível
satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural,
fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies
e os habitats naturais.
Referências:
PENA, Rodolfo F. Alves. "Desenvolvimento sustentável"; Brasil Escola. Disponível
em:https://brasilescola.uol.com.br/geografia/desenvolvimento-sustentavel.htm. Acesso em 04
de junho de 2019.
SOUZA-LIMA, José Edmílson (orgs). O desenvolvimento sustentável em foco: uma
contribuição multidisciplinar. Curitiba: São Paulo: Annablume, 2006.

QUESTÃO Nº 11

O sistema Toyota de produção apresenta-se como uma alternativa mais eficiente ao modelo
fordista de produção, que explora as vantagens de produção em série. O modelo toyotista
consiste em cadeia de suprimentos enxuta, flexível e altamente terceirizada, que prevê a
eliminação quase total dos estoques e a busca constante pela agilização do processo
produtivo.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no
contexto brasileiro. São Paulo: Pearson, 2013 (adaptado).

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O sistema logístico e produtivo conhecido como just in time é uma filosofia de administração
da produção baseada no modelo Toyota de produção. Esse novo enfoque na administração
da manufatura surgiu de uma visão estratégica e inovadora das pessoas envolvidas na gestão
empresarial, buscando vantagem competitiva por intermédio de uma melhor utilização do
processo produtivo.
Com base nas informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir, a respeito do sistema
produtivo just in time.
I. Estimula o desenvolvimento de melhorias constantes, não apenas dos procedimentos e
processos, mas também do homem dentro da empresa, o que permite desenvolver o
potencial humano dentro das organizações e ampliar a base de confiança obtida pela
transparência e honestidade das ações.
II. A implementação dos princípios da organização começa pela fábrica e suas repercussões
estendem-se por toda a empresa, o que caracteriza o princípio da visibilidade,
fundamentado no objetivo de tornar visíveis os problemas onde quer que possam existir.
III. Tem como objetivo administrar a manufatura de forma bem simples e eficiente, otimizando
o uso dos recursos de capital, equipamento e mão de obra, o que resulta em um sistema
capaz de atender às exigências do cliente, em termos de qualidade e prazo de entrega, ao
menor custo.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.

Gabarito: C

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Sistemas produtivos, Toyotismo

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário:
A proposição I tem relação com a segunda ideia básica do sistema Toyotista de produção: a
melhoria contínua (“kaizen”). “O just in time (JIT) fomenta o desenvolvimento de sistemas
internos que encorajam a melhoria constante, não apenas dos processos e procedimentos,
mas também do homem, dentro da empresa. A atitude gerencial postulada pelo JIT é: “nossa
missão é a melhoria contínua”. Isto significa uma mentalidade de trabalho em grupo, de visão
compartilhada, de revalorização do homem, em todos os níveis, dentro da empresa. Esta
mentalidade permite o desenvolvimento das potencialidades humanas, conseguindo o
comprometimento de todos pela descentralização do poder. O JIT precisa e fomenta o
desenvolvimento de uma base de confiança, obtida pela transparência e honestidade das
ações. Isto é fundamental para ganhar e manter vantagem competitiva” (ALVES, 1995).
A proposição II é falsa. O JIT emprega as ideias do programa 5S’s de melhoria da qualidade
e, neste contexto, na verdade o que começa pela fábrica e repercute por toda a empresa, é a
“organização do local de trabalho”, não a implantação dos princípios da organização
(missões e valores desta, por exemplo).

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A proposição III se relaciona à terceira ideia do sistema JIT, que é “entender e responder às
necessidades dos clientes. Isto significa a responsabilidade de atender o cliente nos
requisitos de qualidade do produto, prazo de entrega e custo. O JIT enxerga o custo do cliente
numa visão maior, isto é, a empresa JIT deve assumir a responsabilidade de reduzir o custo
total do cliente na aquisição e uso do produto. Desta forma, os fornecedores devem também
estar comprometidos com os mesmos requisitos, já que a empresa fabricante é cliente dos
seus fornecedores. Clientes e fornecedores formam, então, uma extensão do processo de
manufatura da empresa” (ALVES, 1995).
Referências:
ALVES, J. M. O Sistema Just In Time Reduz os Custos do Processo Produtivo. In: IV
Congresso Internacional de Custos, UNICAMP, 16 a 20 de outubro de 1995. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=32. Acesso em: 30 jun. 2019.

QUESTÃO Nº 12

De acordo com a Lei de Resfriamento de Corpos, a taxa de variação da temperatura de um


corpo em relação ao tempo é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a
temperatura ambiente.
Considere que 𝑇(𝑡) é a temperatura do corpo em função do tempo, 𝐴 é a temperatura do
ambiente, 𝑡 é o tempo e 𝑘 é a constante de proporcionalidade.
Nesse contexto, o modelo matemático correspondente à Lei de Resfriamento de Corpos e à
função resultante de sua resolução são dados, respectivamente, por:
A) 𝑑𝑇/𝑑𝑡 = −𝑘(𝑇 − 𝐴); 𝑇(𝑡) = (𝑇(0) − 𝐴)𝑒 −𝑘𝑡 + 𝐴
B) 𝑑𝑇/𝑑𝑡 = 𝑘(𝑇 − 𝐴); 𝑇(𝑡) = (𝑇(0) − 𝐴)𝑒 𝑘𝑡 + 𝐴
C) 𝑑𝑇/𝑑𝑡 = −𝑘(𝑇 − 𝐴); 𝑇(𝑡) = 𝑒 −𝑘𝑡 + 𝐴
D) 𝑑𝑇/𝑑𝑡 = 𝑘(𝑇 − 𝐴); 𝑇(𝑡) = 𝑒 −𝑘𝑡 + 𝐴
E) 𝑑𝑇/𝑑𝑡 = 𝑘(𝑇 − 𝐴); 𝑇(𝑡) = 𝑒 𝑘𝑡 + 𝐴

Gabarito: A

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: equações diferenciais ordinárias de primeira ordem, lei de resfriamento


dos corpos

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: A lei de resfriamento de corpos de Newton diz que a taxa de variação (a derivada)
da temperatura de um corpo é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a
temperatura ambiente, podendo ser esboçada pela equação diferencial dada em (1).
𝑑𝑇
= 𝑘 ∙ (𝑇 − 𝐴) (1)
𝑑𝑡
Contudo, como o resfriamento implica na redução gradual da temperatura, a equação deve ter
sinal negativo. Desta forma, reescreve-se a equação na forma da equação (2), eliminando as
alternativas B, D e E como candidatas a serem a resposta correta da questão.
𝑑𝑇
= −𝑘 ∙ (𝑇 − 𝐴) (2)
𝑑𝑡

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Esta é uma equação diferencial ordinária que pode ser reescrita na equação (3).
𝑑𝑇
= −𝑘𝑑𝑡 (3)
𝑇−𝐴
Integrando ambos os lados da equação, encontramos (4).
1
∫ 𝑑𝑇 = ∫ −𝑘𝑑𝑡 → ln(𝑇 − 𝐴) = −𝑘𝑡 + 𝑐 (4)
𝑇−𝐴
Aplicando as propriedades do logaritmo, isto é, ln 𝑎 = 𝑥 ↔ 𝑎 = 𝑒 𝑥 , então podemos
reescrever a equação (4) da forma mostrada na equação (5).
𝑇(𝑡) − 𝐴 = 𝑒 −𝑘𝑡+𝑐 (5)
Passando a temperatura do ambiente 𝐴 para o segundo membro da equação e aplicando a
propriedade do exponencial 𝑎𝑛+𝑚 = 𝑎𝑛 ∙ 𝑎𝑚 , considerando que a base neperiana elevada à
constante 𝑐, resultará também em uma constante, aqui denominada 𝑄, reescrevemos:
𝑇(𝑡) = 𝑒 −𝑘𝑡 ∙ 𝑒 𝑐 + 𝐴 → 𝑇(𝑡) = 𝑄𝑒 −𝑘𝑡 + 𝐴 (6)
No início do resfriamento, quando 𝑡 = 0, a temperatura do corpo é 𝑇(0). Assim, substituindo
𝑡 = 0 em (6) temos (7):
𝑇(0) = 𝑄𝑒 −𝑘∙0 + 𝐴 (7)
Como o expoente da função exponencial resulta em zero, qualquer número elevado a este
valor será igual à unidade, então:
𝑇(0) = 𝑄 + 𝐴 ∴ 𝑄 = 𝑇(0) − 𝐴 (8)
Assim, substituindo o valor da constante 𝑄 na equação (6), teremos a equação (9), que é a
solução da equação diferencial do resfriamento de Newton, que confirma como resposta da
questão a alternativa (A).
𝑇(𝑡) = (𝑇(0) − 𝐴)𝑒 −𝑘𝑡 + 𝐴 (9)
Referências: -

QUESTÃO Nº 13

Os veículos espaciais apresentam estrutura externa constituída por um conjunto de blocos que
formam um escudo térmico, cuja função é proteger motores e demais componentes de
possíveis danos causados pelo calor, além de reduzir a temperatura interna do veículo.
Esses escudos térmicos são construídos com material:
A) metálico, dada sua leveza e elevada resistência ao calor.
B) polimérico, dada sua baixa resistência ao calor e à corrosão.
C) cerâmico poroso, dada sua elevada resistência mecânica à tração.
D) polimérico, em razão de sua alta massa específica e de sua resistência ao calor.
E) cerâmico poroso, em razão de seu baixo coeficiente de dilatação térmica e de sua baixa
condutividade térmica.

Gabarito: E

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: propriedades térmicas e mecânicas dos materiais

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Autor(a): Prof. Epaminondas Luiz Ferreira Júnior

Comentário: A questão envolve o conhecimento conceitual das propriedades dos materiais e


seus respectivos grupos: metálicos, cerâmicos e poliméricos. Essas propriedades
macroscópicas estão diretamente ligadas à microestrutura do material: seus elementos e
ligações químicas, estrutura molecular; defeitos moleculares, etc. Assim, em função dessas
propriedades, os materiais metálicos são caracterizados pela sua elevada resistência
mecânica, densidade relativamente alta e pela sua condutibilidade (térmica e elétrica), o que
exclui a alternativa a); já os materiais poliméricos, têm resistências e densidades variadas,
mas possuem baixa resistência à temperatura e ácidos, conceito que exclui as alternativas b)
e d); no caso dos materiais cerâmicos porosos (porosidade é uma característica das
cerâmicas, principalmente as tradicionais), possuem elevada resistência mecânica à
compressão, mas baixa resistência à tração – excluindo, então, a alternativa c); além disso,
são também isolantes térmicos (baixo coeficiente de dilatação térmica e baixa condutividade
térmica) e elétricos, o que portanto, aponta a ALTERNATIVA E como a correta.
Referências:
CALISTER JR, WILLIAM. Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução. São Paulo,
LTC, 2000.
BAUER, L. A. F. Materiais de construção. 5. ed. rev. Rio de Janeiro: LTC, 1994. v.1.

QUESTÃO Nº 14

A medida de profundidade em ambientes aquáticos está relacionada à pressão hidrostática,


através da relação aproximadamente linear 𝑃 = 𝑓(𝑧), em que 𝑧 é a profundidade e 𝑃 é a
pressão. Assuma que a densidade da água do mar 𝜌 = 1,025 ∙ 103 𝑘𝑔 · 𝑚−3 , que não há
variação dessa densidade com a profundidade e que o valor da aceleração da gravidade 𝑔 =
9,8 𝑚 · 𝑠 −2.
Nesse contexto, assinale a opção cujo gráfico relaciona adequadamente a profundidade com
a pressão hidrostática.
A) D)

B) E)

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C)

Gabarito: A

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Pressão hidrostática, Fenômenos de Transportes, Propriedades dos


fluidos

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: A pressão hidrostática corresponde à pressão exercida no interior de um líquido


pelo peso do próprio líquido, dependendo da profundidade do ponto considerado. Desta forma,
a pressão hidrostática é uma função 𝑃 = 𝑓(𝑧) descrita pelo produto do peso 𝑊 do líquido
acima do ponto de interesse, localizado na profundidade z, isto é:
𝑃 = 𝑓(𝑧) = 𝑊 ∙ 𝑧 (1)
Se o peso W do líquido pode ser obtido multiplicando a massa específica do líquido pelo seu
volume, então poderemos reescrever a equação (1) da forma mostrada em (2):
𝑃 =𝑊∙𝑧 =𝜌∙𝑔∙𝑧 (2)
Conhecida a massa específica 𝜌 e a aceleração da gravidade 𝑔, obtém-se:
𝑃 = 1,025 ∙ 103 ∙ 9,8 ∙ 𝑧 = 10045𝑧 (3)
Analisando a equação (3), pode-se perceber que se trata de uma reta que passa pela origem
do sistema de coordenadas, já que o coeficiente linear é nulo e, em caso de um ponto situado
à superfície do fluido (𝑧 = 0), a pressão hidrostática deverá ser nula. Então a única alternativa
que responde à questão é a alternativa A.

Referências: -

QUESTÃO Nº 15

Suponha que determinado programa de computador seja executado por meio de 13 etapas,
com tempo médio de 50 segundos ao todo e dispersão relativa de 10% em torno da média.
Considere que uma equipe de engenharia propõe um novo algoritmo que reduz em 30% o
tempo de execução de todas as 13 etapas desse programa.
Nesse contexto, avalie as afirmações a seguir, a respeito do tempo de execução do novo
algoritmo.
I. O tempo médio por etapa será de 32,5 segundos.
II. O desvio-padrão permanecerá inalterado.
III. A dispersão relativa em torno da média permanecerá inalterada.
É correto o que se afirma em:

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.

Gabarito: B

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Estatística, média, desvio-padrão, coeficiente de variação.

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário:
A proposição I é falsa. A média dos tempos 𝑡𝑖 de execução das treze etapas do algoritmo
original é dada por:
𝑡1 + 𝑡2 + ⋯ + 𝑡13
𝜇0 = = 50 𝑠
13
Com o novo algoritmo, o tempo médio de execução de cada etapa reduz em 30%, então
podemos dizer que a média dos tempos de execução pelo novo algoritmo vale:
0,7 ∙ 𝑡1 + 0,7 ∙ 𝑡2 + ⋯ + 0,7 ∙ 𝑡13 𝑡1 + 𝑡2 + ⋯ + 𝑡13
𝜇𝑁 = = 0,7 ∙ = 0,7 ∙ 𝜇0 = 35 𝑠
13 13
Portanto, a média não é 32,5 s.
A proposição II também é falsa. O desvio padrão dos tempos de execução 𝑡𝑖 das treze etapas
do algoritmo original é dado por:

∑13 (𝑡𝑖 − 𝜇0 )2 (𝑡1 − 𝜇0 )2 + (𝑡2 − 𝜇0 )2 + ⋯ + (𝑡13 − 𝜇0 )2


𝜎0 = √ 𝑖=1 =√
𝑛 13
Com o novo algoritmo, o tempo médio de execução de cada etapa reduz em 30% e com uma
nova média, então, o desvio padrão valerá:

(0,7 ∙ 𝑡1 − 𝜇𝑁 )2 + (0,7 ∙ 𝑡2 − 𝜇𝑁 )2 + ⋯ + (0,7 ∙ 𝑡13 − 𝜇𝑁 )2


𝜎𝑁 = √
13

(0,7 ∙ 𝑡1 − 0,7 ∙ 𝜇0 )2 + (0,7 ∙ 𝑡2 − 0,7 ∙ 𝜇0 )2 + ⋯ + (0,7 ∙ 𝑡13 − 0,7 ∙ 𝜇0 )2


𝜎𝑁 = √
13
Rearranjando os termos, temos:

(𝑡1 − 𝜇𝑁 )2 + (𝑡2 − 𝜇𝑁 )2 + ⋯ + (𝑡13 − 𝜇𝑁 )2


𝜎𝑁 = √0,72 ∙ [ ] = 0,7 ∙ 𝜎0
13

Portanto, o desvio padrão também é alterado.


A proposição III é verdadeira. O desvio padrão é uma medida de dispersão absoluta. Para
calcular a dispersão relativa, deve-se utilizar o coeficiente de variação. Para o algoritmo
original, teremos:

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16
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

𝜎0
𝐶𝑉0 =
𝜇0
Para o novo algoritmo, termos:
𝜎𝑁 0,7 ∙ 𝜎0 𝜎0
𝐶𝑉𝑁 = = =
𝜇𝑁 0,7 ∙ 𝜇0 𝜇0
Portanto, a dispersão relativa dos dois algoritmos é exatamente a mesma. A alternativa correta
é a letra B.

Referências: -

QUESTÃO Nº 16

Em uma campanha publicitária que visa à redução do consumo de energia elétrica em


residências, identificam-se as recomendações a seguir:
 substitua lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas ou lâmpadas de LED;
 evite usar o chuveiro elétrico com a chave na posição "inverno" ou "quente";
 acumule grande quantidade de roupa para ser passada a ferro elétrico de uma só vez;
 evite o uso de tomadas múltiplas para ligar vários aparelhos simultaneamente;
 utilize, na instalação elétrica, fios de diâmetros recomendados às suas finalidades.
A característica comum a essas recomendações é a proposta de economizar energia por
intermédio da redução
A) da potência de aparelhos e dispositivos elétricos.
B) do tempo de utilização de aparelhos e dispositivos elétricos.
C) do consumo de energia elétrica convertida em energia térmica.
D) do consumo de energia elétrica por correntes de fuga.
E) do consumo de energia térmica convertida em energia elétrica.

Gabarito: C

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: potência, consumo de energia, instalações elétricas prediais

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário:
A respeito da recomendação feita sobre as lâmpadas, “uma lâmpada incandescente
comumente utilizada em residências é a lâmpada de 60 W. Em uma casa com 10 lâmpadas
ligadas em uma média de 6 horas diárias, por um período de cinco anos, estas lâmpadas
gastarão mais de 6.000 kWh, o que significa um grande consumo de energia elétrica
(ENERGIA LIMPA, 2009). As lâmpadas fluorescentes compactas de 15 W ou 18 W substituem
uma lâmpada incandescente de 60 W, porém com consumo em torno de 1.900 kWh,
considerando os mesmos padrões, bastante econômico quando comparada a incandescente
(ENERGIA LIMPA, 2009). Lâmpadas de LED equivalentes a 60 W da incandescente e a 15 W

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17
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

da fluorescente necessitam apenas de 8 Watts para emitir luz, refletindo num gasto bem menor
que as demais, cerca de 1.000 kWh (ENERGIA LIMPA, 2009)” (SANTOS et al, 2015).
Os chuveiros, por sua vez, consomem grande quantidade de energia elétrica para aquecer a
água e a quantidade de corrente elétrica que entra no circuito dependerá da posição da chave.
Na indicação “inverno”, mais corrente elétrica percorre a resistência do chuveiro, de modo que
o consumo de energia é 30% maior, em média que na posição “verão”, portanto, utilizar o
chuveiro com a chave na posição inverno consome muito mais energia elétrica que utilizá-lo
com a chave na posição verão.
O ferro elétrico, tem funcionamento semelhante, mas consome muita energia a cada vez que
é acionado.
As tomadas múltiplas também devem ser evitadas porque sua sobrecarga, além de oferecer
risco de incêndio decorrente de curto-circuito, gera calor e desgaste dos fios.
Já os fios, devem ser utilizados no circuito com as bitolas adequadas conforme o
dimensionamento do circuito elétrico do qual fazem parte. Isto porque se com bitolas menores
que as necessárias, se submetidos a correntes maiores que as que conseguem suportar,
superaquecem.
Todas as recomendações feitas têm em comum a proposta de economizar energia por meio
da redução da energia elétrica convertida em energia térmica. Portanto, é correta a alternativa
C.
Referências:
SANTOS, T. S.; BATISTA, M. C.; POZZA, S. A.; ROSSI, L. S.. Análise da eficiência
energética, ambiental e econômica entre lâmpadas de LED e convencionais. Engenharia
Sanitária e Ambiental, v.20, n.4, out/dez, 2015, p. 595-602.
ENERGIA LIMPA. (2009) A reinvenção da luz. Revista Veja. Edição 2145 – ano 42 – n° 52.
30 de dezembro de 2009. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/radar/energia-limpa/.
Acesso em: 20 de junho de 2019.
CHUVEIRO NO MODO ‘VERÃO’ OU ‘INVERNO’ FAZ DIFERENÇA NA CONTA DE LUZ?
Disponível em: http://g1.globo.com/pernambuco/especial-publicitario/celpe/desligue-odesperd
icio/noticia/2016/05/chuveiro-no-modo-verao-ou-inverno-faz-diferenca-na-conta-de-luz.html.
Acesso em: 29 de junho de 2019.

QUESTÃO Nº 17

A importância da otimização no processo produtivo é inegável. Do ponto de vista matemático,


para otimizar determinada grandeza, é necessário modelá-la de acordo com uma função e, a
partir daí, conforme a situação, procurar um máximo ou um mínimo. Uma das formas usadas
para minimizar funções é o método dos multiplicadores de Lagrange.
Um fabricante de latinhas de refrigerante deve propor uma lata cilíndrica de volume 𝑉0 . Essa
lata será fabricada usando-se duas ligas metálicas distintas, sendo uma para a parte lateral e
outra para a base e a tampa. Ele deseja calcular o raio (𝑟) e a altura (ℎ) da lata para que o
custo de sua produção seja o menor possível. Sabe-se que a área total da lata é dada por
𝐴(𝑟, ℎ) e que o custo total de produção da lata, que depende apenas do material utilizado na
sua produção, é 𝐶(𝑟, ℎ). Para a solução desse problema, será utilizado o método dos
multiplicadores de Lagrange.
Com base nessa situação, avalie as afirmações a seguir, acerca da solução desse problema.

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

I. O custo de produção da lata pode ser expresso por 𝐶( 𝑟, ℎ) = 2𝜋(𝐾1 𝑟ℎ + 𝐾2 𝑟 2 ), em que


𝐾1 e 𝐾2 são constantes que dependem do custo de cada uma das ligas metálicas por
unidade de área.
II. A função a ser minimizada da área total da lata é 𝐴(𝑟, ℎ) = 2𝜋𝑟ℎ + 2𝜋𝑟 2 .
III. O vínculo na minimização, relacionado ao volume da lata, é dado por 𝑔(𝑟, ℎ) = 𝜋𝑟 2 ℎ −
𝑉0 .
IV. O sistema de equações a ser montado é ∇𝐶(𝑟, ℎ) = 𝜆∇𝑔(𝑟, ℎ), no qual 𝜆 é denominado
multiplicador de Lagrange.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e II.
B) I e IV.
C) II e III.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV.

Gabarito: D

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Funções, minimização, multiplicadores de Lagrange

Autor(a): Prof. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: A proposição I é verdadeira. O enunciado diz que a tampa e o fundo da latinha


são fabricados com material diferente daquele usado na lateral da latinha. Dito isto, a função
custo pode ser formulada encontrando antes as áreas das superfícies da latinha e, depois,
relacionando cada uma delas ao material do qual é feita. Chamando o material da lateral de 1
e o material da tampa e do fundo de 2, a área lateral da latinha é 𝐴1 = 2𝜋𝑟ℎ, enquanto a área
da tampa e do fundo valem, cada uma, 𝜋𝑟 2 , de forma que a área do material 2 vale 𝐴2 = 2𝜋𝑟 2 .
Por serem dois materiais diferentes, imagina-se que os custos unitários (custo em R$ por
unidade de área da região da latinha em que se emprega ou o material 1 ou o material 2)
sejam diferentes. Assim, chamando o custo unitário dos materiais 1 e 2 de 𝐾1 e 𝐾2 ,
respectivamente, temos que a função custo será:
𝐶(𝑟, ℎ) = 𝐴1 ∙ 𝐾1 + 𝐴2 ∙ 𝐾2 = 2𝜋𝑟ℎ ∙ 𝐾1 + 2𝜋𝑟 2 ∙ 𝐾2 = 2𝜋 (𝐾1 𝑟ℎ + 𝐾2 𝑟 2 )
A proposição II é falsa. O problema requer a minimização da função custo, não da área da
latinha. Ainda, para minimizar a área total, deveriam ser duas funções, uma para a tampa e o
fundo, outra para a lateral, já que se tratam de dois materiais distintos e a minimização da área
só teria interesse na eventualidade de se desejar reduzir o consumo de uma das ligas, ou de
ambas.
A proposição III é verdadeira. O volume que a latinha deve armazenar é uma restrição do
problema de minimização da função custo, e pode ser descrito pela função 𝑔(𝑟, ℎ) = 𝜋𝑟 2 ℎ, que
vale 𝑉0 . Então a função que descreve a restrição de volume deve ser 𝑔(𝑟, ℎ) = 𝜋𝑟 2 ℎ − 𝑉0.
A proposição IV é verdadeira. O sistema de equações a ser montado é de fato descrito por
∇𝐶(𝑟, ℎ) = 𝜆∇𝑔(𝑟, ℎ), no qual 𝜆 é o multiplicador de Lagrange. Vejamos:
Para resolver, definimos a função lagrangeana 𝐿(𝑟, ℎ, 𝜆) = 𝐶(𝑟, ℎ) − 𝜆(𝜋𝑟 2 ℎ − 𝑉0 ). Para
minimizar a função devemos ter 𝛻𝐿 = 0. Como todas as derivadas parciais são nulas
nos pontos de mínimo, teremos 𝛻𝐶(𝑟, ℎ) = 𝜆𝛻𝑔(𝑟, ℎ).

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19
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Referências: -

QUESTÃO Nº 18

O ensaio de flexão é utilizado em materiais frágeis ou de alta dureza, tais como cerâmicas
estruturais ou aços-ferramenta. Em uma de suas modalidades mais comuns, o ensaio de
flexão a três pontos, é provocada uma flexão ao se aplicar o carregamento em 3 pontos, o que
causa uma tensão de tração surgida no ponto central e inferior da amostra, onde a fratura do
material terá início.
Assumindo-se um comportamento de tensão-deformação linear, a tensão de flexão σ do
material pode ser obtida por meio da fórmula:
3𝐹𝑑
𝜎=
2𝑤ℎ2
em que 𝐹 é a carga, 𝑑 é a distância entre os pontos de apoio, 𝑤 é a largura do corpo de prova
e ℎ é a espessura do corpo de prova.
Considere dois corpos de prova A e B do mesmo compósito reforçado com fibras de vidro,
cuja resistência à flexão é de 290 MPa. O corpo de prova A tem o triplo de largura e a metade
da espessura do corpo de prova B e ambos são submetidos ao mesmo ensaio de flexão.
Nessa situação, qual porcentagem da força necessária para o rompimento do corpo de prova
B deverá ser aplicada ao corpo de prova A para que este também se rompa?
A) 50%.
B) 75%.
C) 100%.
D) 125%.
E) 200%.

Gabarito: B

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: tensões na flexão, ensaios de caracterização do concreto

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: O enunciado informa que o corpo de prova A tem o triplo de largura e a metade
1
da espessura do corpo de prova B, isto é, 𝑤𝐴 = 3𝑤𝐵 e ℎ𝐴 = (2) ℎ𝐵 . Para que o corpo de prova
se rompa, a resistência à flexão do material deverá ser superada. Como os dois corpos de
prova foram produzidos com o mesmo compósito, então a ruptura deverá ocorrer na mesma
tensão, porém com forças diferentes em razão das seções transversais distintas de ambos.
Vejamos:
Escrevendo 𝜎𝐴 e 𝜎𝐵 em termos de suas dimensões, considerando as informações do
enunciado, temos:
3𝐹𝐴 𝑑 3𝐹𝐴 𝑑 𝐹𝐴 𝑑
𝜎𝐴 = = = (1)
2𝑤𝐴 ℎ𝐴2 ℎ 2
ℎ2
2(3𝑤𝐵 ) ( 2𝐵 ) 𝑤𝐵 2𝐵
3𝐹𝐵 𝑑
𝜎𝐵 = (2)
2𝑤𝐵 ℎ𝐵2
Igualando (1) e (2) para que a tensão de ruptura seja a mesma, temos:

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

𝐹𝐴 𝑑 3𝐹𝐵 𝑑 𝐹𝐴 𝑑 3𝐹𝐵 𝑑
2 = 2𝑤 ℎ2 ∙
1 𝑤𝐵 ℎ𝐵2 = ∙
2 𝑤𝐵 ℎ𝐵2
ℎ 𝐵 𝐵
𝑤𝐵 2𝐵 2
Dividindo os dois lados da igualdade pelo termo comum 𝑑/(𝑤𝐵 ℎ𝐵2 ), chegamos à condição:
𝐹𝐴 3𝐹𝐵
=
1 2
2
Após algumas simplificações e isolando 𝐹𝐴 , obtemos:
3𝐹𝐵 1 3𝐹𝐵
𝐹𝐴 = ∙ = = 0,75𝐹𝐵 = 75%𝐹𝐵
2 2 4
Assim, a força a ser aplicada no corpo de prova A deve corresponder à 75% da força aplicada
no corpo de prova B, de tal forma que a alternativa correta é a letra B.
Referências: -

QUESTÃO Nº 19

Para a análise técnico-econômica da construção de uma via urbana de 12 m de largura por


1600 m de comprimento, foram levados em conta dois sistemas construtivos: a pavimentação
flexível e a rígida. O orçamento do sistema construtivo com pavimentação flexível totalizou
R$ 1.586.320,87, enquanto o orçamento do sistema construtivo com pavimentação rígida
resultou em R$ 2.092.132,75. Os gastos com manutenção não foram incluídos nesses
orçamentos.
Com base nessa situação, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. Para o estudo de viabilidade técnico-econômica do pavimento flexível em relação ao rígido,
deve-se implementar um sistema de monitoramento de via em função da sua serventia para,
ao final da vida útil da obra, comparar os gastos com manutenção e o investimento inicial.
PORQUE
II. Os custos de manutenção não afetam o orçamento inicial, devendo, contudo, ser
considerados na análise técnico-econômica, pois, ao final da vida útil da obra, há possibilidade
de o sistema construtivo com pavimento rígido apresentar menor custo de manutenção,
revelando-se mais econômico que o de pavimento flexível.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da
I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: D

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: estudo de viabilidade econômica

Autor(a): Prof. Antônio Claret de Almeida Gama Júnior

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Comentário: A justificativa contida na segunda asserção está correta, pois a manutenção de


um sistema deve ser considerada em sua análise técnico financeira para escolha entre
soluções. No entanto, a primeira asserção trata de analisar o custo com manutenção apenas
ao final da vida útil do pavimento. Desta forma ela se contradiz, pois se trata de um estudo de
viabilidade feito em etapa de projeto, não de utilização. Outro ponto que a torna falsa é a
comparação dos gastos com investimento inicial. O que deve ser comparado é o somatório
dos gastos com investimento inicial com os gastos com manutenção para as duas soluções
consideradas.

Referências: -

QUESTÃO Nº 20

O canteiro de obras, segundo a ABNT NBR12284:1991 – Área de vivência em canteiros de


obras, é definido como um conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da
indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.
Com relação ao canteiro de obras, avalie as afirmações a seguir.
I. As áreas operacionais e de vivência variam conforme o tipo de obra, podendo conter
vestiários, refeitórios e ambulatórios, assim como central de concretos, sala de reuniões e
depósito de materiais, dimensionados de acordo com cada atividade.
II. Para a determinação das ameaças e dos riscos presentes no canteiro de obras, tanto em
áreas operacionais quanto em áreas de vivência, devem-se analisar as atividades que serão
realizadas, os materiais a serem manuseados, assim como máquinas, equipamentos e
ferramentas.
III. O canteiro deve ser implantado em local onde permaneça o menor tempo possível, dada
sua condição de construção temporária, e não deve causar transtorno às unidades definitivas,
sendo realocado caso seja necessário.
IV. Na construção de rodovias, o canteiro deve ser instalado nas proximidades do ponto médio
do trecho a ser construído, o que minimiza a distância a ser percorrida.
É correto apenas o que se afirma em
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e III.
D) I, II e IV.
E) II, III e IV.

Gabarito: D

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Constituição dos canteiros de obra, fase de implantação da construção,


dimensionamento de canteiros

Autor(a): Profa. Ma. Tatiana Renata Pereira Jucá

Comentário: Os canteiros de obras, de acordo com a NBR 12.281, são áreas destinadas à
execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas
operacionais e áreas de vivência.

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22
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

O dimensionamento do canteiro de obras depende do tipo de obra: amplo, no caso de obras


de edificações, e lineares no caso de obras de terraplanagem ou rede de esgoto. Assim, o
local de implantação deste depende do estudo de logística de entrada, descarregamento,
armazenamento e distribuição dos insumos ao longo da obra e não do fato de ficar pouco
tempo no mesmo local. Desta forma, a proposição III é falsa, de modo que a alternativa D está
correta.

Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.281 - Áreas de vivência em
canteiros de obras, Rio de Janeiro, 1991.

QUESTÃO Nº 21

Desde a década de 1960, utiliza-se o produto resultante da trituração de pneus para a adição
ao asfalto, o que é conhecido como asfalto modificado com borracha (AMB). Diversas
concessionárias de estradas utilizam o AMB também na manutenção dos pavimentos. No
dimensionamento de pavimentos flexíveis, considera-se o número de solicitações de um eixo-
padrão na vida útil do projeto, mas diversas condições podem determinar a antecipação de
sua vida útil, entre elas o excesso de cargas.
Em relação ao uso de pneus descartados na restauração de pavimentos flexíveis, é correto
afirmar que
A) as misturas betuminosas de AMB com maior fluência aumentam a vida útil do pavimento.
B) a utilização de AMB reduz riscos e a necessidade de precauções de segurança de
trabalhadores.
C) as misturas betuminosas de AMB de granulação aberta são indicadas para compor a capa
de rolamento.
D) a utilização de AMB aumenta a durabilidade do revestimento dos pavimentos e reduz a
necessidade de intervenções de manutenção.
E) quando utilizados no AMB, os agregados de granito apresentam maior adesividade ao
ligante asfáltico do que os agregados de basalto.

Gabarito: D

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: materiais betuminosos, pavimentação flexível, recuperação de rodovias

Autor(a): Prof. Me. Ruiter da Silva Souza

Comentário:
Em relação ao uso de pneus descartados na restauração de pavimentos flexíveis, é correto
afirmar que:
Na alternativa (A), as misturas betuminosas de AMB com maior fluência aumentam a vida útil
do pavimento. A utilização do AMB torna as misturas asfálticas mais viscosas, conforme a
figura a seguir, portanto diminuem a fluência.

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23
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Figura (Bernucci et al., 2008)


Na alternativa (B), a utilização de AMB reduz riscos e necessidade de precauções de
segurança de trabalhadores. Conforme Bernucci et al. (2008), O asfalto-borracha estocável
(terminal blending) deve ser processado em altas temperaturas, com isso os cuidados com a
segurança dos trabalhadores devem ser aumentados e não reduzidos.
Na alternativa (C), as misturas betuminosas de AMB de graduação aberta são indicadas para
compor a capa de rolamento. As misturas betuminosas de graduação aberta devem ser
indicadas para compor camada de binder e não de capa de rolamento, pois conforme Bernucci
et al. (2008) apresentam elevado volume de vazios com ar, portanto tem baixa estabilidade.
Na alternativa (D), a utilização de AMB aumenta a durabilidade do revestimento dos
pavimentos e reduz a necessidade de intervenções de manutenção. Conforme Bernucci et al.
(2008), “Uma das formas de reduzir a sensibilidade dos concretos asfálticos a pequenas
variações de teor de ligante e torná-lo ainda mais resistente e durável em vias de tráfego
pesado é substituir o ligante asfáltico convencional por ligante modificado por polímero ou por
asfalto-borracha.”.
Na alternativa (E), quando utilizados no AMB, os agregados de granito apresentam maior
adesividade ao ligante asfáltico do que agregados de basalto. Conforme Bernucci et al. (2008),
“Agregados silicosos, como o quartzito e alguns granitos, são exemplos de agregados que
requerem atenção quanto à sua adesividade ao ligante asfáltico”, já o basalto são materiais
que podem apresentar alta porosidade, portanto de boa adesividade. A utilização do AMB não
altera a natureza do agregado, portanto o basalto geralmente apresenta maior adesividade
que o granito.
Referências:
BERNUCCI, L. B. et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de
Janeiro: PETROBRAS: ABEDA, 2006. 504 f.: il.

QUESTÃO Nº 22

As figuras 1, 2 e 3, a seguir, apresentam, respectivamente, o esquema estático de uma viga


contínua e seus diagramas de momento fletor e de esforço cortante.

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24
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Com base nas figuras e considerando que Q1 = 10 kN/m e que as cargas estão concentradas
no meio do vão, avalie as afirmações a seguir.
I. A carga pontual P2 tem valor de 15,0 kN.
II. A carga uniformemente distribuída Q2 tem valor de 20,0 kN/m.
III. A reação vertical no apoio B tem valor de 30,0 kN.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Interpretação de diagramas de esforços solicitantes, relações carga-


esforço, equilíbrio

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: A proposição I pode ser verificada determinando o valor da descontinuidade do


DEC no ponto onde está concentrada a carga pontual P2. Por sua vez, as demais proposições
podem ser verificadas no processo de se determinar o valor de P2 uma vez que são
necessárias no cálculo. Se Q1 = 10 kN/m, considerando as forças à esquerda da seção na
qual está aplicada P2, então, denotando por Q o esforço cortante, temos:
𝑒𝑠𝑞
𝑄𝐵 = −𝑄1 ∙ 3 = −10 ∙ 3 = −30 𝑘𝑁.
𝑒𝑠𝑞
Pelo sentido das ações indicadas no esquema estático (Figura 1), verifica-se que 𝑄𝐵 =
30 𝑘𝑁 (↑).
Do DEC (Figura 3), determina-se que 𝑄𝐵𝑑𝑖𝑟 = 38,75 𝑘𝑁 (↑). Então, o valor da reação vertical no
apoio B, força concentrada representada pela medida da descontinuidade no DEC, será 𝑉𝐵 =
68,75 𝑘𝑁 (↑), o que mostra que a proposição III é falsa.

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25
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Como se nota, Q1 atua até o meio do vão BC, então, determinando os cortantes à esquerda
e à direita de P1, temos:
𝑒𝑠𝑞
𝑄𝑃1 = 𝑄𝐵𝑑𝑖𝑟 − 𝑄1 ∙ 2 = 38,75 − 10 ∙ 2 = 18,75 𝑘𝑁
𝑑𝑖𝑟 𝑒𝑠𝑞
𝑄𝑃1 = 𝑄𝑃1 − 𝑃1 = 18,75 − 𝑃1 = −1,25 𝑘𝑁, então 𝑃1 = 20 𝑘𝑁.
Procede-se, então, ao cálculo dos cortantes à esquerda e à direita de C:
𝑒𝑠𝑞
𝑄𝐶 = −1,25 − 𝑄2 ∙ 2 = −41,25 𝑘𝑁, então 𝑄2 = 20 𝑘𝑁.
Então a proposição II é verdadeira. Assim, para finalizar a solução da questão, pode-se
utilizar o fato de que no meio do vão CD, temos momento positivo de 25 𝑘𝑁. 𝑚. Este momento
é o resultado da superposição do momento fletor negativo -30 𝑘𝑁. 𝑚 nos apoios C e D com os
momentos provocados por uma carga uniformemente distribuída Q2 e uma carga pontual P2.
Assim, tem-se a condição:
𝐿2 𝐿
−30 + 𝑄2 ∙ + 𝑃2 ∙ = 25
8 4
42 4
𝑄2 ∙ + 𝑃2 ∙ = 25 + 30 = 55
8 4
16
20 ∙ + 𝑃2 = 55 ∴ 𝑃2 = 55 − 40 = 15 𝑘𝑁.
8
Então, a proposição I é correta. Dessa forma, são corretas apenas as proposição I e II, de
modo que para acertar a questão, o estudante deveria marcar a alternativa B.
Referências:
MARTHA, L. F. Análise de Estruturas: conceitos e métodos básicos. Rio de Janeiro: Editora
Elsevier, 2ª tiragem, 2010, 524 p.
SORIANO, H. L. Análise de Estruturas: formulações clássicas. São Paulo: Editora Livraria da
Física, 1ª edição, 2016, 422 p.

QUESTÃO Nº 23

Na figura a seguir, são apresentadas três alternativas avaliadas na concepção de uma


estrutura metálica, cujos pórticos serão compostos de perfis laminados, conectados
rigidamente e engastados no apoio.

Sabe-se que, para as três alternativas, a geometria dos pórticos é idêntica em relação ao
comprimento dos elementos, e que os carregamentos uniformemente distribuídos nas vigas
têm a mesma intensidade. Além disso, considera-se um único tipo de perfil estrutural, tanto
para as vigas quanto para os pilares.

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26
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Nessas condições, a relação entre os momentos fletores (M) nos topos dos pilares e nas
extremidades das vigas é estabelecida por
A) 𝑀1 = 𝑀2 = 𝑀3 = 𝑀4 = 𝑀5 = 𝑀6 .
B) 𝑀1 = 𝑀2 < 𝑀3 = 𝑀4 < 𝑀5 = 𝑀6 .
C) 𝑀5 = 𝑀6 < 𝑀3 = 𝑀4 = 𝑀1 = 𝑀2 .
D) 𝑀3 = 𝑀4 < 𝑀5 = 𝑀6 < 𝑀1 = 𝑀2 .
E) 𝑀5 = 𝑀6 < 𝑀1 = 𝑀2 < 𝑀3 = 𝑀4 .

Gabarito: B

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: estruturas metálicas, concepção estrutural, análise de diagramas de


momento fletor.

Autor(a): Prof. Esp. Marco Antônio de Oliveira

Comentário: Analisando os momentos fletores no topo e nas extremidades dos pilares, pode-
se observar que na alternativa 3 os momentos fletores serão maiores que aqueles que
ocorrerão nas alternativas 1 e 2, devido a que a viga, na região onde atua o carregamento,
está sujeita à flexão em torno do eixo de menor momento de inércia do perfil. Por sua vez, na
alternativa 1, os momentos fletores serão menores que os da alternativa 2, devido a que o
momento de inércia da viga, onde atua o carregamento, é maior que o momento de inércia
dos pilares. Finalmente, os momentos fletores na alternativa 2 se encontram entre os da
alternativa 1 e da alternativa 3, já que os momentos de inércia da viga e dos pilares são iguais.
Portanto, a resposta é a letra B.
Referências: -

QUESTÃO Nº 24

Para a avaliação da resistência ao cisalhamento dos solos, emprega-se, comumente, o critério


de ruptura de Mohr-Coulomb, que consiste na utilização do círculo de Mohr, representando as
solicitações, e de uma envoltória, que representa a resistência ao cisalhamento do solo. Os
círculos representam as tensões (normais e cisalhantes) em qualquer plano da massa de solo
e a envoltória define os limites de resistência ao cisalhamento para cada um desses planos.
Os esquemas de 1 a 4 ilustram os círculos de Mohr e as envoltórias para quatro diferentes
estados de tensão em um ponto de uma massa de solo. Nos esquemas, C representa a coesão
do solo, 𝜙 é o ângulo de atrito, 𝜎 representa as tensões normais (sendo 𝜎1 a tensão principal
maior, 𝜎2 a tensão principal intermediária e 𝜎3 a tensão principal menor) e 𝜏 representa as
tensões cisalhantes.

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27
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

A respeito desses esquemas, avalie as afirmações a seguir.


I. O esquema 1 corresponde a uma amostra de solo que se encontra submetida
somente a uma pressão hidrostática e, nesse estado, a tensão de cisalhamento é
nula.
II. O esquema 2 corresponde a uma amostra de solo que excedeu a resistência ao
cisalhamento em mais de um plano, o que não é permitido pelo critério de Mohr-
Coulomb.
III. O esquema 3 corresponde a uma amostra de solo que se encontra submetida a
uma tensão cisalhante inferior à sua resistência ao cisalhamento.
IV. O esquema 4 corresponde a uma amostra de solo que atingiu a resistência ao
cisalhamento em algum plano e, por essa razão, ocorreu a ruptura.
É correto o que se afirma em
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) II e IV, apenas.
D) III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.

Gabarito: C

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: Círculo de Mohr, Resistência ao cisalhamento dos solos, Interpretação do


círculo de Mohr.

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: Pelo critério de Mohr-Coulomb, o círculo representa a solicitação (S) e a envoltória


representa a resistência (R). Na proposição I, tem-se representada uma situação na qual a
tensão cisalhante é diferente de zero e inferior à resistência ao cisalhamento do solo, fato é
que o círculo existe (é composto de infinitos pares [𝜎, 𝜏]) e, exceto pelos planos principais, as
tensões de cisalhamento não são nulas nos demais, restando a proposição I incorreta. Na
proposição II, dois pontos do círculo tocam a envoltória, configurando ruptura em múltiplos
planos (exatamente dois). De fato, trata-se de uma solução inviável e não permitida, tornando

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28
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

a proposição II correta. Na proposição III, não existe um círculo, de tal forma que os pares
[𝜎, 𝜏] são todos compostos por valores de tensão 𝜎 com 𝜏 = 0. Nesta condição, diz-se que o
solo está submetido apenas a uma pressão hidrostática, tornando a proposição III incorreta.
Por fim, na proposição IV, está representada uma situação na qual um ponto do círculo toca a
envoltória, configurando ruptura em plano único, solução possível no círculo de Mohr, de tal
forma que a proposição IV é correta. Assim, a alternativa que reúne as proposições corretas
é a D, já que foram corretas as proposições II e IV.
Referências: -

QUESTÃO Nº 25

O conhecimento do subsolo se faz por meio das investigações geológico-geotécnicas, que


fornecem informações primordiais para a elaboração de um projeto adequado. As técnicas de
investigação existentes podem ser indiretas e diretas. A sondagem de simples reconhecimento
(SPT), uma técnica direta, fornece informações importantes do terreno, a exemplo do índice
de resistência à penetração do amostrador padrão, também conhecido como número de
golpes do SPT (𝑁𝑆𝑃𝑇 ), obtido a cada metro de sondagem. Além disso, essa técnica coleta uma
amostra de solo para cada metro investigado para a caracterização tátil-visual.
A tabela 1 apresenta os valores dos números de golpes para três segmentos de 15 cm
cravados do amostrador a cada metro de profundidade, obtidos em uma sondagem de terreno
realizada. A tabela 2 apresenta estados de compacidade e de consistência, de acordo com o
índice de resistência à penetração (𝑁𝑆𝑃𝑇 ).

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR6484: solo: sondagem


de simples reconhecimento com SPT: método de ensaio. Rio de
Janeiro, 2001.
Com base na tabela 2 e nos resultados do ensaio correspondente ao índice de resistência à
penetração e material amostrado, apresentados na tabela 1, conclui-se que as designações
corretas para as duas camadas do subsolo amostradas – 1 m a 3 m e 4 m a 6 m – são,
respectivamente:

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29
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

A) silte arenoso fofo e argila arenosa mole.


B) silte arenoso pouco compacto e argila arenosa média.
C) silte arenoso medianamente compacto e argila arenosa rija.
D) silte arenoso fofo a medianamente compacto e argila arenosa média.
E) silte arenoso pouco compacto a medianamente compacto e argila arenosa rija.

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: ensaios de investigação geotécnica, identificação de solos, consistência


dos solos plásticos

Autor(a): Prof. Me. Marco Túlio Pereira de Campos

Comentário: O número de golpes do SPT (NSPT) é definido como sendo a soma da quantidade
de golpes para penetração dos últimos 30 cm do amostrador. A tabela A mostra os valores do
NSPT desta análise do subsolo para cada metro de profundidade. Portanto a camada de silte
arenoso possui um NSPT variando entre 5 e 7 e a camada de argila arenosa variando entre 7 e
9. Analisando a Tabela 2 da questão 25, conclui-se que o silte arenoso é pouco compacto e a
argila arenosa é média. Assim, a resposta certa é a B: “silte arenoso pouco compacto e argila
arenosa média”.
Merece destaque o fato de que as tabelas fornecidas na questão estão erradas. Ao invés de
“argilas e siltes arenosos” na Tabela 2, deveria estar escrito “Argilas e siltes argilosos” como
está na tabela da ABNT NBR 6484:2001. Areias e siltes arenosos são solo granulares.
Portanto, falamos de COMPACIDADE (fofo a compacto). Argilas e siltes argilosos são solos
plásticos, portanto falamos da CONSISTÊNCIA (muito mole a dura).
Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR6484: Solo – Sondagens de
simples reconhecimentos com SPT - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001, 17 p.

QUESTÃO Nº 26

Anualmente, são registrados acidentes associados à ruptura das estruturas de contenção em


obras rodoviárias e em áreas urbanas (subsolos e escavações) e, em geral, a causa desses
acidentes está associada à deficiência da caracterização geológico-geotécnica e/ou a falhas
de projeto e de execução da obra. A escolha inadequada de uma técnica pode acarretar
acidentes fatais e elevar os custos financeiros da obra. Existem várias técnicas que podem ser
empregadas para a contenção de maciços de solo, sendo classificadas de acordo com seu
processo executivo e o material empregado.
Em relação à contenção de maciços, consideram-se técnicas de contenção de gravidade:
A) muro de gabião, muro de sacos de cimento e muro de flexão.
B) muro de concreto ciclópico, muro de gabião e muro de sacos de cimento.
C) muro de sacos de cimento, muro de flexão e terra armada (solo reforçado).
D) muro de sacos de cimento, muro de flexão e solo grampeado (solo pregado).
E) muro de concreto ciclópico, solo grampeado (solo pregado) e terra armada (solo reforçado).

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Estruturas de contenção

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: Muros são estruturas de contenção de parede vertical ou quase vertical apoiadas
em uma fundação rasa ou profunda. A contenção do terrapleno se dá pelo peso próprio da
estrutura. Os muros podem ser construídos em seção plena, sendo denominados muros de
peso ou gravidade, ou em seção mais esbelta, sendo denominados muros à flexão. Os muros
à flexão requerem a inclusão de armadura para resistir aos momentos impostos pelo empuxo
do solo e podem ser projetados com ou sem contrafortes e/ou tirantes. É possível construir os
muros de arrimo com vários tipos de material: alvenaria (tijolos ou pedras), concreto, sacos de
solo-cimento, gabiões, pneus etc. (GERSCOVICH et al, 2016). Entre as opções de muros
fornecidas, apenas muro de gabião, muro de concreto ciclópico e muro de sacos de cimento
resistem ao empuxo horizontal exclusivamente pela ação do seu peso próprio. Portanto, a
alternativa B é a correta.
Referências:
GERSCOVICH, D.; DANZIGER, B. R.; SARAMAGO, R.. Contenções: teoria e aplicações em
obras. São Paulo: Oficina de Textos, 2016

QUESTÃO Nº 27

A maioria das aplicações da hidráulica na engenharia direciona-se à utilização de tubos de


seção transversal circular. Quando a pressão interna do escoamento nesses condutos difere
da pressão atmosférica, com o fluido circulante preenchendo toda a área do conduto, diz-se
que o escoamento ocorre sob pressão ou em condutos forçados.
As redes de distribuição de água das cidades, as instalações prediais e os sistemas de
recalque são alguns exemplos do escoamento em condutos forçados. Existem várias fórmulas
empíricas aplicáveis para a determinação da perda de carga unitária em condutos sob pressão
nas tubulações de seção circular, podendo elas, de maneira geral, ser representadas pela
equação
𝐾𝑄 𝑛
𝐽=
𝐷𝑚
em que os parâmetros 𝐾, 𝑛 e 𝑚 são inerentes a cada formulação e faixa de aplicação, em
geral com valores de 𝐾 dependentes somente do tipo de material da parede do conduto.
Para 𝑛 = 2 e 𝑚 = 5, mantendo-se a mesma perda de carga unitária 𝐽 e mesmo coeficiente de
resistência 𝐾, se o diâmetro 𝐷 de uma tubulação for quadruplicado, então a vazão 𝑄
A) diminuirá à metade.
B) permanecerá igual.
C) duplicará.
D) quadruplicará.
E) aumentará em trinta e duas vezes.

Gabarito: E

Tipo de questão: fácil

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31
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Conteúdo avaliado: perda de carga em condutos forçados, potenciação e radiciação


(matemática básica).

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: Para determinar quantas vezes a vazão aumenta, mantida a perda de carga
unitária J se a tubulação tiver seu diâmetro quadruplicado, basta expressar a perda de carga
unitária J para o diâmetro inicial D, recalculá-la para um diâmetro quatro vezes maior, igualar
as duas expressões e isolar a vazão. Vejamos:
Perda de carga J para o diâmetro D antes do aumento do diâmetro:
𝐾𝑄𝐷2
𝐽𝐷 =
𝐷5
Perda de carga J para o diâmetro quadruplicado
2 2
𝐾𝑄4𝐷 𝐾𝑄4𝐷
𝐽4𝐷 = =
(4𝐷)5 (22 𝐷)5
Aplicando as propriedades da potenciação, temos:
2 2 2
𝐾𝑄4𝐷 𝐾𝑄4𝐷 𝐾𝑄4𝐷
𝐽4𝐷 = = =
(22 𝐷)5 (22∙5 ) ∙ 𝐷 5 210 ∙ 𝐷 5
O enunciado pergunta de quanto mudará o valor da vazão Q após quadruplicar o diâmetro se
for mantida a mesma perda de carga e os valores K, com n=2 e m=5. Então, basta igualar as
perdas de carga unitária antes e depois de quadruplicar o diâmetro, isto é:
𝐾𝑄𝐷2 𝐾𝑄4𝐷2
=
𝐷5 210 ∙ 𝐷 5
2
𝑄4𝐷
𝑄𝐷2 =
210
2
𝑄4𝐷 = 𝑄𝐷2 ∙ 210

𝑄4𝐷 = √𝑄𝐷2 ∙ 210

𝑄4𝐷 = 25 ∙ 𝑄𝐷2 = 32𝑄𝐷


Portanto, é correta a alternativa E.
Referências: -

QUESTÃO Nº 28

No dimensionamento de estruturas hidráulicas, faz-se necessário o estudo do escoamento


através de orifícios, tubos curtos e vertedores. Define-se como orifício uma abertura de
perímetro fechado, de forma geométrica definida, realizada na parede ou no fundo de um
reservatório ou na parede de um canal ou conduto em pressão, pela qual o líquido em repouso
ou em movimento escoa em virtude da energia potencial e/ou cinética que possui. O
escoamento pelo orifício pode-se dar para um ambiente sob pressão atmosférica ou para uma
região ocupada pelo mesmo líquido. No primeiro caso, diz-se que a saída é livre e, no segundo,
diz-se que é de descarga afogada ou por orifício afogado. No orifício afogado, a cota do nível
de água a jusante é superior à cota do topo do orifício.
A expressão geral para a vazão descarregada Q através de um orifício de área A, de pequenas
dimensões e parede fina, sujeito a uma carga H, é dada por

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32
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

𝑄 = 𝐶𝑑 ∙ 𝐴(2𝑔𝐻)0,5
em que 𝐶𝑑 é o coeficiente de vazão ou de descarga do orifício e 𝑔 é a aceleração da gravidade.
A figura a seguir ilustra um orifício afogado de pequenas dimensões e parede fina.

Para esse orifício, o valor de H é igual a


A) ℎ.
B) ℎ1 .
C) ℎ2 .
D) ℎ1 + ℎ2 .
E) ℎ + ℎ1 + ℎ2 .

Gabarito: A

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: escoamento em canais

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: Porto (2001) diz que para propósitos práticos, a carga 𝐻 será assumida igual à
distância vertical desde a superfície livre do líquido até a linha de centro do orifício, se este for
vertical ou inclinado, ou até o plano do orifício, se este for horizontal. Os dois reservatórios
possuem, em relação à linha do orifício, cargas ℎ1 e ℎ2 , respectivamente, com ℎ1 = ℎ2 + ℎ.
Dessa forma, a carga será equivalente à diferença de nível entre os dois reservatórios, isto é,
ℎ.
Referências:
PORTO, R. M. Hidráulica básica. São Carlos: Editora da EEESC USP, 2ª Edição, 2001, p. 354.

QUESTÃO Nº 29

O gerenciamento e o controle operacional de um sistema de abastecimento de água potável


são facilitados pela setorização da rede de distribuição de água. A setorização permite a
implementação de sistemas de monitoramento e controle, o que possibilita a identificação mais
eficiente dos pontos da rede sujeitos a maior incidência de vazamentos. Cada setor pode ser
subdividido em um ou mais subsetores, denominados zona de pressão, setor de medição e
setor de manobra.
Com relação à setorização de redes de distribuição de água, avalie as afirmações a seguir.

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33
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

I. A zona de pressão é a área abrangida por uma subdivisão da rede, na qual somente as
pressões estáticas obedecem a limites pré-fixados.
II. O setor de manobra representa uma subdivisão da rede que pode ser isolada sem afetar o
abastecimento do restante da rede e tem por finalidade separar as águas fornecidas por
diferentes fontes, de forma a minimizar os problemas de qualidade da água.
III. O monitoramento do setor de medição permite o acompanhamento do consumo e das
perdas de água, por isso, na entrada dos setores de medição, deve haver macromedidores e,
nos consumidores finais, hidrômetros, o que permite a comparação entre a macromedição e a
micromedição, obtendo-se índices de perdas mais confiáveis para o gerenciamento.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.

Gabarito: D

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: projeto de redes de distribuição de água potável

Autor(a): Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário:
A proposição I é falsa. Segundo o item 3.13 da ABNT NBR12218:1994, o setor de pressões é
a área abrangida por uma subdivisão da rede, na qual as pressões estática e dinâmica
obedecem a limites prefixados.
A proposição II é verdadeira. Segundo o item 3.2 da ABNT NBR12218:1994, setor de manobra
é a menor subdivisão da rede de distribuição, cujo abastecimento pode ser isolado, sem afetar
o abastecimento do restante da rede.
A proposição III é verdadeira. Segundo o item 3.3 da ABNT NBR12218:1994, o setor de
medição é a parte da rede de distribuição perfeitamente delimitada e isolável, com a finalidade
de acompanhar a evolução do consumo e avaliar as perdas de água na rede.
Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12218: Projeto de rede de
distribuição de água para abastecimento público. Rio de Janeiro, 1994, 4f.

QUESTÃO Nº 30

Um engenheiro civil está desenvolvendo um projeto de terraplanagem do trecho de uma


rodovia federal, compreendido entre as estacas 0 + 0,00 e 21 + 0,00, conforme as ordenadas
do diagrama de Brückner e os volumes do material no seu estado natural, apresentadas na
tabela a seguir.

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34
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Foram lançadas duas linhas de compensação: a primeira, entre as estacas 3 + 0,00 e 7 +


10,00, na ordenada 2400 𝑚3 e a segunda, na ordenada −3800 𝑚3, entre as estacas 12 + 0,00
e 16 + 0,00. O engenheiro civil sabe que, para fins de atendimento à legislação ambiental, é
necessário realizar a recomposição da área de um empréstimo localizado na estaca 8 + 15,00
a 250 m do eixo da rodovia, o que requer um volume de 8500 𝑚3.
O engenheiro civil necessita, então, calcular o volume de bota-fora compreendido entre as
estacas 0 + 0,00 e 21 + 0,00, para verificar se ele será suficiente para a recomposição
ambiental já mencionada.
Na situação descrita, o volume, em m3, de bota-fora deverá ser igual a
A) 2 400.
B) 3 800.
C) 6 200.
D) 10 200.
E) 16 600.

Gabarito: D

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: corte, aterro, Diagrama de Brückner

Autor(a): Prof. Dr. Tule César Barcelos Maia

Comentário:
O gráfico a seguir foi construído a partir dos dados da tabela fornecida no enunciado.

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35
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Observando o gráfico construído a partir dos dados, observa-se um volume 2.400 m³ entre as
estacas 0 + 0,00 a 3 + 0,00, outro de 3800 m³ entre as estacas 16 +0,00 e 18 + 0,00 e o último
de 4000 m³ entre as estacas 18 + 0,00 e 21 + 0,00. Os volumes são determinados pela
diferença entre as ordenadas dos pontos do intervalo considerado (+2.400-0)(0-(-
3.800))(+4.000-0). Todos os volumes mencionados são de corte devido a curva ser
ascendente nos trechos, observando no sentido do estaqueamento. Pode ser observado
também pela linha verde plotada no gráfico que, por estaca, mostra os volumes de aterro e a
laranja o corte, sendo acima da origem corte e abaixo aterro. Existe ainda um volume de aterro
de 6.200 m³ (-3.800 –(+2.400)) entre as estacas 7 + 10,00 e 12 explicado pela curva
descendente no sentido do estaqueamento e também observado pelas linhas indicando a
natureza dos volumes por estaca. A resposta considerada correta foi calculada pela soma das
áreas de corte de +2.400 m³, +3.800 m³ e +4.000 m³ igual a +10.200 m³. De acordo com o
enunciado não fica claro e nem foi mencionado que todo o corte deve ser considerado como
bota-fora. É comum fazer a compensação dos materiais de corte e aterro obtidos no projeto,
levando em conta uma distância de transporte econômica, e o excedente de corte é
considerado bota-fora. Assim, considerando o bota-fora de 10.200 m³ é necessário um
empréstimo de jazida no valor de 6.200 m³. Entretanto, analisando a posição de cada área de
corte em relação ao estaqueamento, e sem cálculo elaborado, e considerando o centroide da
primeira área na estaca 1, a segunda na estaca 17 e a última na 20, e para a área de aterro a
estaca 10, teremos as seguintes distâncias de transporte até esta última: 180m, 140m e 200m,
portanto todas menores do que a distância da jazida de empréstimo até a estaca de 8 + 15,00
no valor de 250 m. Portanto, a resposta da questão considerando todos os cortes como bota-
fora com valor igual a 10.200 m³ confunde o leitor, dado que é mais econômico usar o corte
de 2.400 m³, entre as estacas 1 a 3, e de 3.800 m³, entre as estacas 16 e 18, para a
compensação do aterro entre as estacas 7 + 10,00 e 12, conforme critério da distância de
transporte menor do que a da jazida. Portanto, a melhor resposta seria 4.000 m³ excedente da
compensação. No caso, considerando compensar o aterro de 6.200 m³, conforme resposta do
autor, teria que executar o empréstimo da jazida com uma distância de transporte acima de
250 m, maior do que as do bota-fora até o aterro. Esta condição seria uma boa solução caso
os materiais escavados não possuíssem características adequadas ao projeto e, portanto,
deveriam ser descartados em um local de recomposição de jazida e assim atenderia a solução
pensada pelo autor da questão que foi apresentada na prova.
Referências: -

QUESTÃO Nº 31

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36
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Atualmente, mais de 160 cidades pelo mundo implementaram 4200 km de bus rapid transit
(BRT) ou de corredores de ônibus de alta qualidade, que transportam, aproximadamente, 30
milhões de passageiros por dia.
Disponívem em: http://www.wri.org.
Acesso em: 18 jul. 2017 (adaptado).
Considerando os sistemas BRT, seu impacto socioecocnomico e ambiental e seu significado
na qualidade de vida dos habitantes urbanos, avalie as afirmações a seguir.
I. Um dos benefícios sociais importantes do BRT é a redução do tempo de viagem e de espera,
obtida pela criação de vias exclusivas para o tráfego dos ônibus do trânsito urbano, pelo
sistema de pré-tarifação, pela alta frequência do serviço e pelo gerenciamento do sistema de
semaforização.
II. Os sistemas BRT podem trazer melhorias para o meio ambiente por meio da redução das
emissões de gases poluentes – pelo uso de veículos com novas tecnologias, em substituição
aos modelos antigos, mais poluentes – e pela redução do VKT (vehicle-kilometers travelled),
ou quilometragem percorrida – pela utilização de veículos com alta capacidade.
III. Do ponto de vista econômico, conforme o grau de integração exigido com outros modais
de transporte, o custo de implantação de um sistema BRT e o custo operacional por passageiro
aumentam e, por consequência, o sistema torna-se inviável.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.

Gabarito: C

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: sistemas de transporte público

Autor(a): Prof. Dr. Benjamim Jorge Rodrigues dos Santos

Comentário:
I. Os tempos de viagem e de espera nos pontos de parada para atendimento são parâmetros
importantes na análise da eficácia de um sistema de transporte coletivo urbano. No caso
específico do BRT, devido à segregação dos ônibus do tráfego geral pelas faixas exclusivas
para circulação destes, a velocidade de operação aumenta consideravelmente e, em
decorrência disso, o tempo de viagem e de espera decrescem expressivamente. É inerente
ao BRT um sistema de bilhetagem eletrônica que possibilita a pré-tarifação, o que contribui
para agilizar a operação. A melhoria nestes parâmetros viabiliza o aumento da frequência de
atendimento na linha considerada. Somando-se a isso, a priorização da circulação dos ônibus
exige o emprego de sistemas eletrônicos que garantem o foco verde nos semáforos assim que
os ônibus se aproximam e, consequentemente, sensível melhoria na eficácia do sistema de
semaforização. Portanto, a AFIRMAÇÃO I é CORRETA.
II. Sob o ponto de vista ambiental, no BRT a emissão de poluentes é consideravelmente
reduzida pelo fato de ser um sistema que implica na utilização de veículos com características
físicas e design específico para o transporte de um número maior de pessoas, de maneira

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37
E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

segura e confortável, fabricados especialmente para o sistema, com tecnologia recente, como
também é o BRT, e que contemplam as exigências de um desenvolvimento urbano
sustentável, ou seja, com baixos níveis de ruído e de emissão de gases poluentes. Os veículos
que atendem o sistema BRT são de dimensões bem maiores que as dos ônibus convencionais,
são articulados ou até biarticulados e, portanto, tem maior capacidade de acomodação de
pessoas. Assim, utilizando-se veículos de alta capacidade pode-se transportar um número
bem maior de pessoas com deslocamentos menores. Logo, o VKT é reduzido
consideravelmente. Portanto, a AFIRMAÇÃO II é CORRETA.
III. A integração física do BRT se verifica com os modos carro e ônibus. Com o carro deve-se
garantir estacionamento para esses veículos individuais, o que já se verifica nos bolsões da
malha viária ou, em casos extremos, em estacionamentos localizados em áreas específicas
próximas às estações do BRT. Com os ônibus convencionais a integração ocorre, sem maiores
problemas, nas estações do sistema. Mas, no planejamento do BRT, todos esses aspectos
devem ser analisados previamente e, o sistema somente é implantado se for comprovada a
sua viabilidade econômica e financeira. Assim, considerando-se que o sistema apresenta
parâmetros de eficácia e eficiência contemplados pelas suas características, o BRT garantirá,
consequentemente, uma redução considerável no custo operacional do passageiro
transportado. Portanto, a AFIRMAÇÃO III é FALSA.
Assim, a alternativa que apresenta as afirmações corretas é a C.
Referências: -

QUESTÃO Nº 32

Nos últimos anos, a preocupação com o meio ambiente impulsionou o setor rodoviário a
desenvolver novas tecnologias no âmbito da pavimentação, como, por exemplo, as misturas
asfálticas mornas.
Sobre a utilização de misturas asfálticas mornas, avalie as asserções a seguir e a relação
proposta entre elas.
I. O uso de misturas asfálticas mornas resulta em menor emissão de poluentes ao meio
ambiente, em redução do consumo energético, em dissipação mais lenta de calor durante o
transporte entre a pista e a usina, e em menor exposição dos trabalhadores.
PORQUE
II. A viabilidade técnica das misturas asfálticas mornas é possível após a obtenção das
propriedades de trabalhabilidade e compactação em temperaturas menores em relação às
misturas a quente convencionais.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da
I.
C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: B

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Misturas asfálticas e pavimentação flexível.

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Autor(a): Prof. Me. Fábio Maurício Correa

Comentário: A asserção I diz respeito das vantagens ambientais das massas mornas no
processo de fabricação e na aplicação da mistura por parte dos trabalhadores. A asserção II
se refere a possibilidade de se ter uma mistura com propriedades mecânicas semelhantes as
misturas a quente, mas com a utilização de temperaturas menores sem prejuízo da qualidade
da massa.
A justificativa da asserção I se deve ao fato de que as temperaturas mais baixas na produção
de misturas mornas geram menores quantidades de poluentes lançados no ar e menor
quantidade de combustível utilizado na usinagem que deixa de ser queimado. Outro fator
ambiental se diz sobre a diminuição dos fumos de asfaltos a que os trabalhadores estão
expostos aliados a diminuição da temperatura de trabalho e ao odor.
A justificativa da asserção II se deve ao fato de se conseguir realizar a mistura ao se empregar
na composição da massa morna aditivos que permitem que os agregados não precisem ser
aquecidos a altas temperaturas para ocorrer a adesividade do ligante, em torno de 90ºC, ao
contrário da misturas a quente onde é necessário o uso da temperatura da ordem de 150ºC a
180°C. Sabe-se que as altas temperaturas têm efeito negativo sobre o asfalto e são capazes
de causar alterações reológicas substanciais no ligante, levando a um aumento de sua rigidez.
Por consequência, durante a vida de serviço do pavimento, a mistura asfáltica com este ligante
pode apresentar problemas precoces devido a trincamentos. Considerando-se todo o
processo de pavimentação, sabe-se que este envelhecimento do asfalto ocorre principalmente
durante a usinagem, devido aos maiores níveis de temperatura. Quando o ligante é mantido
em temperaturas acima de 150°C, mesmo que por tempos relativamente curtos (menores que
um minuto, como ocorre na usinagem), pode sofrer envelhecimento significativo com a
exposição ao ar e a perda de voláteis. Deste modo, a redução de temperatura nas misturas
mornas e semimornas poderia levar a um menor enrijecimento do ligante, tornando-o mais
flexível e resistente a trincas por fadiga em vida de serviço e elevando a durabilidade do
pavimento em longo prazo.
Referências:
Motta, Rosângela dos Santos - Estudo de misturas asfálticas mornas em revestimentos de
pavimentos para redução de emissão de poluentes e de consumo energético, São Paulo, 2011

QUESTÃO Nº 33

No traçado das vias, consideram-se os efeitos decorrentes da força centrífuga no


deslocamento dos veículos que percorrem trechos em curva. Essa força é calculada pela
expressão
𝑚𝑉 2
𝐹𝑐 =
𝑅
em que 𝑚 é a massa do veículo, 𝑉, a velocidade do veículo e 𝑅, o raio da curva.
O projetista de vias públicas e estradas pode utilizar recursos como a sobrelargura, que
consiste em variar a largura da via para melhorar a inscrição dos veículos, a sobrelevação,
que consiste em elevar o bordo externo da via, e as curvas de transição (S), que consistem
em curvas de raio variável intercaladas para a transição entre os trechos em tangente (T)
(retas) para trechos de curva circular (C). Deve-se compatibilizar a transição planialtimétrica
para que os resultados sejam adequados e veículos possam transitar com segurança.
Com relação ao planejamento de estradas e às modificações das vias para a segurança do
tráfego dos veículos em relação aos efeitos da força centrífuga, conclui-se que

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

A) a sobrelevação do bordo externo da curva é implantada ao longo do trecho de curva


circular.
B) a sobrelevação faz os veículos se inclinarem para o lado externo da curva, o que melhora
a sua estabilidade.
C) a sobrelevação é uma medida constante implantada no bordo externo ao longo da curva
de transição.
D) as curvas de menor raio permitem que veículos trafeguem com segurança em maiores
velocidades.
E) os pontos TS e CS são de referência para o acréscimo e o decréscimo das cotas do bordo
externo da viga nos trechos de transição.

Gabarito: E

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Elementos do projeto geométrico de vias: sobrelargura, sobrelevação e


curva de transição.

Autor(a): Prof. Esp. Alberto de Araújo Dafico

Comentário:
A questão trata da utilização da sobrelevação, também chamada de superelevação, nas
curvas de concordância horizontal com transição em espiral para contrabalançar os efeitos da
força centrífuga atuante nos veículos ao percorrerem essas curvas.
A sobrelevação é definida como sendo a declividade transversal da pista de rolamento nos
trechos em curva, orientada para o centro (lado interno) da curva, introduzida com a finalidade
de reduzir ou eliminar os efeitos das forças laterais atuantes nos veículos em movimento. Essa
declividade transversal da pista é medida em relação ao plano horizontal e expressa em
percentagem. O critério comumente utilizado para o posicionamento e distribuição da
sobrelevação é fazê-la passar do valor de sobrelevação zero, no início da curva de transição
(TS), até o valor da sobrelevação plena a ser adotada no trecho circular, variando linearmente
ao longo e até o final da curva de transição (CS).
Análise das alternativas:
a) Incorreta: a sobrelevação é implantada tanto no trecho circular quanto no trecho em espiral,
sendo constante no trecho circular e linearmente variável no trecho em espiral.
b) Incorreta: a sobrelevação faz os veículos se inclinarem para o lado interno e não para o lado
externo da curva.
c) Incorreta: a sobrelevação não é constante ao longo da curva de transição, mas sim
linearmente variável ao longo desta.
d) Incorreta: como pode ser observado na fórmula apresentada no enunciado da questão,
quanto menor for o raio da curva ou maior a velocidade, maior será o valor da força centrífuga
a atuar no veículo o que reduz o nível de segurança ao tráfego.
e) Correta: o ponto (TS) e o ponto (CS) são respectivamente o início e o final da curva de
transição. Como comentado acima, estes pontos são referências para o trecho onde ocorre a
variação do valor da sobrelevação, ou seja, para o acréscimo ou decréscimo das cotas do
bordo externo da via nos trechos de transição, sendo esta, portanto, a alternativa correta.
Referências: LEE, S. H. Introdução ao projeto geométrico de rodovias. 4ª ed. Florianópolis: Ed.
da UFSC, 2013, Capítulo 5, item 5.2 e Capítulo 6, item 6.5.1.2

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

QUESTÃO Nº 34

Em um ensaio de tração uniaxial de uma barra prismática de seção transversal constante, é


fixada à prensa por uma de suas extremidades, enquanto, na oposta, aplica-se uma força de
tração centrada, cujo valor aumenta lentamente de zero até o valor final na ruptura. A referida
barra é feita de material isotrópico, homogêneo e o ensaio parte de tensão e deformação nulas.
Sendo o material da barra o aço – material elastoplástico perfeito – obtém-se do ensaio uma
curva tensão versus deformação que é descrita, no projeto de estruturas de concreto armado,
por uma reta inclinada que descreve o regime elástico, seguindo-se uma reta horizontal, que
descreve o regime plástico.
Com base nessas informações, avalie as afirmações a seguir:
I. Se o módulo de elasticidade for conhecido, para se determinar a tensão atuante na
barra nos regimes elástico e plástico, basta multiplicar a deformação específica
longitudinal medida no ensaio pelo módulo de elasticidade.
II. Duas barras do mesmo material, uma com o dobro do diâmetro da outra, apresentarão
tensões diferentes para o mesmo nível de força, sendo a tensão na barra de maior
diâmetro igual a 25% da tensão na barra de menor diâmetro.
III. Para uma força qualquer, a deformação específica longitudinal elástica do aço é obtida
dividindo o alongamento correspondente a esta força pelo comprimento inicial da barra,
sendo a força menor ou igual à força na qual se inicia a plastificação.
É correto o que se afirma em
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.

Gabarito: D

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: tensões, deformações, Lei de Hooke, comportamento elástico linear,


potenciação

Autor: Prof. Dr. Luiz Álvaro de Oliveira Júnior

Comentário: A proposição I é falsa, uma vez que multiplicar a deformação específica


longitudinal pelo módulo de elasticidade para determinar a tensão equivale a aplicar a lei de
Hooke, que é válida em regime elástico linear, mas não em regime plástico.
A proposição II é verdadeira. Sabendo que a barra 1 tem o dobro do diâmetro da barra 2, a
primeira terá, portanto, o quadruplo da área da barra 2. Como a tensão axial será dada pela
razão entre a força e a área da seção de cada barra, para valores iguais de força, a barra 1
que tem 4 vezes mais área de seção transversal que a barra 2, terá ¼ da tensão aplicada na
barra 2. Veja a demonstração:
𝐹 𝐹 4𝐹 𝐹
𝜎1 = = = =
𝐴1 𝜋𝐷1 2 𝜋(2𝐷2 ) 2 𝜋𝐷22
4
𝐹 𝐹 4𝐹
𝜎2 = = =
𝐴2 𝜋𝐷 2 𝜋𝐷22
𝜋 2
4

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

𝐹
𝜎1 𝜋𝐷22 𝐹 𝜋𝐷22 1
= = ∙ = ∴ 𝜎1 = 0,25𝜎2
𝜎2 4𝐹 𝜋𝐷22 4𝐹 4
2
𝜋𝐷2
A proposição III é verdadeira, uma vez que a deformação longitudinal elástica corresponde
à variação de comprimento da barra relativamente ao comprimento inicial. Para que o cálculo
seja válido, é necessário que a força seja inferior à força na qual inicia a plastificação, uma vez
que nesta fase, a força se mantém constante enquanto as deformações aumentam.
Portanto, são corretas as proposições II e III (alternativa D).
Referências: -

QUESTÃO Nº 35

Na construção civil, recomenda-se o uso de pavimentação permeável no tratamento das áreas


externas como forma de evitar-se a impermeabilização do solo e, com isso, permitir que a água
da chuva escoe para os lençóis subterrâneos. Nesse contexto, o pavimento que apresenta
maior permeabilidade à água é o construído com
A) placas de concreto.
B) blocos de concreto intertravado (paver).
C) revestimento betuminoso, do tipo tratamento superficial triplo (TST).
D) revestimento betuminoso, do tipo tratamento superficial duplo (TSD).
E) revestimento betuminoso, do tipo tratamento superficial simples (TSS).

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: permeabilidade de pavimentos

Autor(a): Profa. Ma. Tatiana Renata Pereira Jucá

Comentário: Já se eliminam de avaliação os revestimentos feitos em TST, TSD e TST, pois


por serem constituídos de material betuminoso, apresentam baixa permeabilidade à água. Já
as placas de concreto e os blocos de concreto intertravados são materiais permeáveis, pois
são porosos. A contribuição do “paver” na permeabilidade à água se justificaria pelos espaços
livres entre as peças, locais por onde a água irá passar, e também pela execução das
camadas de base, que permitem que a água infiltre, como ilustrado na Figura 1. Por sua vez,
o assentamento das placas de concreto conta com peças maiores e menos juntas de
assentamento, sendo menos eficientes no quesito permeabilidade que o “paver”.
Figura 1 – Estrutura do pavimento intertravado. Fonte: ABCP (2013)

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E-BOOK: QUESTÕES COMENTADAS DO ENADE-2017

Marchioni e Silva (2011) apontam que sempre haverá um potencial de permeabilidade por
meio das juntas, o atendimento da distribuição granulométrica recomendada, possibilita atingir
o coeficiente de permeabilidade dos agregados na ordem de 3,5 ∙ 10−3 𝑚/𝑠, o que garante um
eficaz funcionamento do sistema.
Desta forma, B é a alternativa correta.
Referências:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP). Execução e Manutenção
de Pavimento Intertravado. Disponível em: http://www.rpu.org.br/Pavimento%20intertravado
%20%20execu%C3%A7%C3 %A3o%20e%20manuten%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em
03 de jul. 2013.
MARCHIONI, Mariana, SILVA,C.O., Pavimento Intertravado Permeável - Melhores
Práticas São Paulo, Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), 2011.

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