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Eletrização por atrito

Por que um corpo eletriza?

O famoso político e cientista americano, Benjamin Franklin, após realizar um grande


número de observações experimentais, constatou que, quando dois corpos são atritados um
contra o outro, se um deles se eletrizar positivamente, o outro, necessariamente, irá adquirir
carga elétrica negativa.
Por exemplo quando uma barra de vidro é atritada com seda:

FIGURA 1

O vidro adquire carga positiva e a seda fica eletrizada negativamente.

Procurando uma explicação para este fato, Franklin formulou uma teoria, segundo a qual
os fenômenos elétricos eram produzidos pela existência de um "fluido elétrico" que estaria
presente em todos os corpos. Em um corpo não eletrizado (corpo neutro) este fluido este
fluido existiria em "quantidade normal". Quando dois corpos diferentes eram atritados entre
si, haveria transferência de parte do "fluido elétrico" de um para o outro. O corpo que
recebesse fluido ficaria eletrizado positivamente e aquele que perdesse ficaria eletrizado
negativamente. Desta maneira, segundo suas idéias, não haveria criação nem destruição
de carga elétrica, mas transferência de eletricidade de um corpo para o outro, isto é, a
quantidade total de "fluido elétrico" permaneceria constante.
Atualmente sabemos que a teoria de Franklin era, pelo menos, parcialmente correta. De
acordo com as descobertas realizadas no século passado, sabe-se que realmente o
processo de eletrização consiste na transferência de carga elétrica entre corpos que se
atritam. Entretanto, esta transferência é feita através do fluido elétrico imaginado por
Franklin mas, sim, pela passagem de elétrons de um corpo para outro.

Tipos de Eletrização

Eletrização por Atrito

O atrito entre dois corpos de materiais diferentes, inicialmente neutros, é a maneira de


fazer com que eles se aproximem bastante para que os átomos de um possam interagir
com os átomos do outro. Perderá elétrons o átomo que exercer menor força sobre eles.
Assim os dois corpos ficam eletrizados com carga de mesmo valor absoluto e sinais
opostos (um com carga negativa e outro com carga positiva): diferentes materiais possuem
diferentes afinidades por elétrons.
Um exemplo já citado é entre o vidro e a seda (FIGURA 1). A seda tem maior afinidade
por elétrons do que o vidro, assim quando se esfrega um pedaço de seda num bastão de
vidro, ambos inicialmente neutros, a seda rouba elétrons do bastão ficando com excesso de
elétrons e com carga negativa (eletrizado negativamente), já o vidro fica com falta de
elétrons, ou em outra visão, fica com excesso de prótons, ou seja com carga positiva
(eletrizado positivamente).

Essa afinidade é descrita de forma empírica por uma tabela conhecida como série
triboelétrica.

A série triboelétrica separa diferentes materiais de acordo com sua tendência de ganhar
ou perder elétrons. Na tabela|1| a seguir, por exemplo, os primeiros materiais, na parte
mais alta dela, são aqueles que tendem a adquirir cargas positivas quando atritados, ou
seja, tendem a perder elétrons. Os últimos materiais, por sua vez, são aqueles que
tendem a absorver elétrons e, portanto, a apresentar cargas negativas após terem sido
atritados, confira:

Material

Pele de mão humana (seca e sem gordura)

Vidro

Cabelos humanos secos e sem gordura

Acrílico

Papel (sulfite, guardanapos, papel usado para enxugar mãos etc.)

Borracha de balões inflados

Plástico PVC, PP, vinil (canudinho, sacos plásticos, forros de pvc etc.)

Teflon
Exercícios :

Questão 1) (IF-SP) A tabela a seguir mostra a série triboelétrica:

Pele de coelho

Vidro

Cabelo humano

Mica

Pele de gato

Seda

Algodão

Âmbar

Ebonite

Poliéster

Isopor

Plástico

Por meio dessa série, é possível determinar a carga elétrica adquirida por cada material
quando atritado com outro. O isopor, ao ser atritado com a lã, fica carregado negativamente.

O vidro, ao ser atritado com a seda, ficará carregado:

a) positivamente, pois ganhou prótons.


b) positivamente, pois perdeu elétrons.

c) negativamente, pois ganhou elétrons.

d) negativamente, pois perdeu prótons.

e) com carga elétrica nula, pois é impossível o vidro ser eletrizado.

questão 2:

2 -(PUC-SP) Não é possível eletrizar uma barra metálica segurando-a com a mão,
porque:

a) a barra metálica é isolante e o corpo humano é bom condutor.

b) a barra metálica é condutora e o corpo humano é isolante.

c) tanto a barra metálica como o corpo humano são bons condutores.

d) a barra metálica é condutora e o corpo humano é semicondutor.

e) tanto a barra metálica como o corpo humano são isolantes.

3) (PUC-SP) Pessoas que têm cabelos secos observam que quanto mais tentam
assentar os

cabelos, mais os fios ficam ouriçados (em dias secos). Este fato pode ser explicado
por:

a) eletrização por atrito.

b) eletrização por indução.

c) fenômenos magnéticos.

d) fenômenos químicos.

e) fenômenos biológicos.

4) (UEPB-PB) O médico e cientista inglês William Gilbert (1544-1603), retomando as


experiências pioneiras com os fenômenos elétricos, realizadas pelo filósofo grego
Tales de Mileto, no século VI a.C. (experiências que marcaram o início da Ciência da
Eletricidade, fundamental para o progresso de nossa civilização) verificou que vários
corpos, ao serem atritados, se comportam como o âmbar e que a atração exercida
por eles se manifestava sobre qualquer outro corpo, mesmo que este não fosse leve.
Hoje observa-se que a geração de eletricidade estática por atrito é mais comum do
que se pode imaginar e com várias aplicações.

A respeito destas experiências, analise as proposições a seguir.

I. Em regiões de clima seco é relativamente comum um passageiro sentir um pequeno


choque ao descer de um veículo e tocá-lo. Isto ocorre porque, sendo o ar seco, bom
isolante elétrico, a eletricidade estática adquirida por atrito não se escoa para o
ambiente, e o passageiro, ao descer, faz a ligação do veículo com o solo.

II. Ao caminharmos sobre um tapete de lã, o atrito dos sapatos com o tapete pode
gerar cargas que se acumulam em nosso corpo. Se tocarmos a maçaneta de uma
porta, nessas condições, poderá saltar uma faísca, produzindo um leve choque. Este
processo é conhecido como eletrização por indução.

III. É muito comum observar-se, em caminhões que transportam combustíveis, uma


corrente pendurada na carroceria, que é arrastada no chão. Isso é necessário para
garantir a descarga constante da carroceria que, sem isso, pode, devido ao atrito com
o ar durante o movimento, apresentar diferenças de potencial, em relação ao solo,
suficientemente altas para colocar em risco a carga inflamável.

IV. Quando penteamos o cabelo num dia seco, podemos notar que os fios repelem-se
uns aos outros. Isso ocorre porque os fios de cabelo, em atrito com o pente,
eletrizam-se com carga de mesmo sinal.

A partir da análise feita, assinale a alternativa correta:

a) Apenas as proposições I e II são verdadeiras.

b) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.

c) Apenas as proposições II e IV são verdadeiras.

d) Apenas as proposições I, III e IV são verdadeiras.

e) Todas as proposições são verdadeiras.

Gerador de Van de Graff:

è um gerador que funciona baseado na eletrização por atrito:


O gerador básico com excitação por atrito é composto por uma correia de material
isolante, dois roletes, uma cúpula de descarga, um motor, duas escovas ou pentes
metálicos e uma coluna de apoio. Os materiais mais usados na correia são o acrílico ou o
PVC. Os roletes são de materiais diferentes, ao menos um deles condutor (como teflon e
alumínio), para que se eletrizem de forma diferente devido ao atrito de rolamento com a
correia. O motor gira os roletes, que ficam eletrizados e atraem cargas opostas para a
superfície externa da correia através das escovas. A correia transporta essas cargas
entre a terra e a cúpula. A cúpula faz com que a carga elétrica, que se localiza no exterior
dela, não gere campo elétrico sobre o rolete superior; Assim cargas continuam a ser
extraídas da correia como se estivessem indo para terra, e tensões muito altas são
facilmente alcançadas.
O terminal pode atingir um potencial de vários milhões de volts, no caso dos grandes
geradores utilizados para experiências de física atômica, ou até centenas de milhares de
volts nos pequenos geradores utilizados para demonstrações nos laboratórios de ensino.
Geradores profissionais utilizam sistemas eletrônicos, para depositar carga na correia,
eliminando assim as instabilidades de desempenho causadas pela excitação por atrito e
permitindo regulação precisa da tensão obtida. A operação dentro de câmaras de alta
pressão contendo gases especiais permite maior densidade de carga na correia sem
ionização, aumentando a corrente que carrega o terminal.

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