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Versatilidade e Eficiência
Em pleno século XXI não deveria ser surpresa para ninguem que a produção vegetal
está limitada pela eficiência fotossintética das plantas. Hoje utilizamos de 15 a 25% da
capacidade fotossintética das plantas . Estudos da década de 70 realizados na Purdue
University nos dão conta desse fato. Até mesmo as chamadas Big Techs do
Agronegócio sabem disso, pois estão frenéticamente estudando uma maneira de
lançar algum produto que aumente a eficiência fotossintética, mais precisamente
tentando aumentar a eficiência da enzima RuBisCo, infelizmente usando a via
transgênica.
Também esse deveria ser o principal argumento para não alterar o genoma de
qualquer vegetal, pois temos ainda muita coisa pra fazer para obter o máximo desses
genomas atuais. Mas essa já seria outra história.
Até mesmo no Brasil, com o nosso precário e, até certo ponto viciado, sistema
tupiniquim de pesquisas agrícolas permite que indivíduos alheios a agricultura
desenvolvam tecnologias de eficácia duvidosa, ao sugerir a aplicação de carvão
micronizado, rebatizando-o com um outro nome e dando a impressão de tratar-se de
uma molécula oriunda de um processo único de extração e chamando-a de
“nanotecnologia “. Se sentem no direito de assim o proceder por mencionarem nomes
como Unb e Embrapa, e pelo fato de exibirem títulos tupiniquins de “cientistas”, sob o
pretexto especulativo de “aumentar a fotossíntese”, usando e abusando de palavras-
gatilho ( 2 ), no mais puro estilo especulativo. Tudo pelo simples fato do carvão
reduzido a nano partículas exibir o fenômeno da foto luminescência em meio aquoso.
Um verdadeiro e vergonhoso Bumba-Meu-Boi tecnológico especulativo. Tudo menos
ciência. “Técnolugia” tupiniquim por assim dizer.
Entretanto, um ramo novo da ciência, a Biologia Quântica, nos dá conta de que alguns
fenômenos quânticos importantes ocorrem logo nos primeiros estágios da
fotossíntese ( 1 ).
A fotossíntese é um processo no qual plantas e bactérias transforman a Luz, o Dióxido
de Carbono e Água em matéria orgânica e, sem sombra de dúvidas, é a reação
bioquímica mais importante do nosso planeta. Descobertas recentes demonstram que
a Natureza conhece alguns truques que até mesmo os físicos desconhecem.
Desde 1930, que os cientistas reconheceram que essa jornada poderia se descrita pela
Mecânica Quântica, que estabelece que partículas como elétrons frequentemente
atuam com ondas. Fótons atingindo uma molécula-tipo-antena irão provocar
ondulações de elétrons energizados ( excitons ) tal qual “o efeito de uma pedra
espalhando a água quando arremessada em um pôça de água”, nas palavras de Ball ( 1
).
Esses excitons passam, então, de uma molécula para a outra até atingir o centro de
reação fotossintética.
Doze anos atrás, duas equipes, uma trabalhando com Graham Fleming , um químico da
Universidade da California, Berkeley, foram capazes de obter provas experimentais
para corroborar essa hipótese. Uma equipe usou um cordão de pulsos de laser muito
curtos para sondar o aparato fotossintético da bactéria verde sulfurosa Chlorobium
tepidium. Os pesquisadores tiveram que resfriar as suas amostras a 77 K usando
nitrogênio líquido, porém os dados das suas sondas a laser mostraram claras
evidências de estados excitatórios coerentes. A segunda equipe, levou a cabo um
experimento semelhante da bactéria púrpura Rhodobacter sphaeroides e encontrou
quase a mesma coerência eletrônica operando a temperatures de 180 K.
Em 2010, pesquisadores do primeiro grupo publicaram evidências de coerência
quantica no seu complexo bacteriológico a temperatura ambiente, mostrando que a
Coerência não é apenas um artefato de condições criogênicas de laboratório, mas de
fato, pode ser importante para a fotossíntese no mundo real.
Quase ao mesmo tempo, uma equipe conduzida por Gregory Scholes, um quimico da
Universidade de Toronto, no Canada, também relatou efeitos coerentes em
temperaturas ambientes, dessa vez não em bacterias mas em algas criptofiticas
fotossintéticas, organismos evolutivamente diferentes que estão mais próximos das
plantas e dos animais e que usam grupos químicos absorvedores de luz
completamente diferentes.
Mas como a coerência quântica poderá durar tempo suficiente para ser útil na
fotosíntese ?
A maioria dos físicos teriam suposto que , em temperaturas ambientes, o caos
molecular desse micro ambiente celular destruiria a coerência quase que
intantâneamente.
E uma nova teoria sobre a sensação olfativa alega que o cheiro advém da sensação
bioquímica da vibração das moléculas, um proceso que involve o tunelamento entre a
molécula responsável pelo odor e o receptor ao qual ela se liga ( no nariz, em um
inseto, etc… )
Vejam por exemplo essas duas fórmulas de dois produtos comerciais vendidos nos
EUA e na Europa, os quais declaram os seguintes microrganismos ( 3 ):
- Lactobacillus plantarum
- Lactobacillus casei
- Lactobacillus fermentum
- Lactobacillus delbrueckii
- Bacillus subtilis
- Saccharomyces cerevisae
- Rhodopseudomonas palustris
- Bacillus subtilis
- Bifidobacterium animalis
- Bifidobacterium bifidum
- Bifidobacterium longum
- Lactobacillus acidophilus
- Lactobacillus casei
- Lactobacillus delbrueckii subsp. Bulgaricus
- Lactobacillus fermentum
- Lactobacillus plantarum
- Lactobacillus lactis subsp. lactis
- Rhodopsudomonas palustris
- Rhodopseudomonas sphaeroides
- Saccharomyces cerevisae
- Streptococcus thermophilus
Então, temos dois produtos comerciais do tipo EM-1, de alta qualidade, tipo cultura-
mãe , que depois será multiplicado ( os fabricantes chamam de ativação ) as quais
contém três grandes grupos de micro organismos, a saber uma ou mais PNSB sendo a
Rhodopseudomonas palustris talvez a principal, Bactérias lacticas ou Lactobacillus e
Leveduras ou até mesmo actinomicetos não declarados.
As fotosintéticas são, então, dependentes desses dois outros grupos que lhes
proporcionam as condições ideais para sobreviver e prosperar. Mas, por outro lado,
elas proporcionam elementos vitais para os organismos nesses dois outros grupos.
A razão pela qual as fotossintéticas ocupam o lugar central nesse consórcio não é
apenas porque elas são nutridas e alimentadas por eles, mas porque são o coração e a
razão pela “mágica” do E.M. e de outros consórcios.
Referências Bibliográficas
1. Ball, Philip ( 2011) The Dawn of Quantum Biology, NATURE, Vol. 474, 272 -
274.
2. Carvalho, Olavo. A palavra-gatilho, Diario do Comércio, 8/Junho/ 2012.
https://olavodecarvalho.org/a-palavra-gatilho/
3. Foster, Adam (2014) BOKASHI COMPOSTING, New Society Publishing, Canada,
163 pgs.
4. Ball. Philip (2004) By chance , or by design ?, NATURE, Vol.431: 396-397.
5. Sabki, M.H., et all ( 2021 ) The Potential od Rhodopseudomonas palustris as a
Bio-Fertilizer for Sustainable Agriculture, Chemical Engeneering Transactios,
vol.88, 457-462.
6. Sakarika, M. et all ( 2020 ) Purple Non Sulphur Bacteria for Fertilization, and
Plant Production: Benefits for fertilization, stress resistance and the
environment, Microbial Technology, Vol. 13 (5) : 1336-1365.
7. Sook-Kuan Lee,et all ( 2021 ) From Lab to Farm : Elucidating the Benefitial
Roles of Photosynthetic Bacteria in Sustainable Agriculture, Microorganisms,
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8. Novak, M. et all ( 2017) Characteristics and selection of cultures of
photosynthetic purple non-sulphur bacteria as a potential 5 - aminolevulinic
acid producers, Croatian Journal of Food Technology, Biotechnology and
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9. Rajpal, C. & , Pushpa C.Tomar ( 2020 ) Cadaverine : A Diamine presence &
Role in Plants , Plant Archives, Vol. 20, Supplement 2, 1754-1763.
10. An, Yuyan et all ( 2019) 5- Aminolevulinic Acid (ALA) promotes primary root
elongation through modulation of auxin transport in Arabdopsis, Acta
Physiologiae Plantarum, 41, Article Number : 85 ( 2019 )