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CIÊNCIAS DA
NATUREZA
Unidade Técnica de Imersão
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0 1 Biologia 1
U.T.I.
C N
BIOLOGIA
Origem da vida
Redi
Por volta de 1660, Francesco Redi começou a combater a teoria da
geração espontânea. Para isso, colocou pedaços de carne crua dentro de
frascos, deixando alguns abertos e outros fechados com gaze. Veja esque-
ma do experimento ao lado.
Dessa forma, constatou a presença de numerosos ovos e larvas de
insetos sobre a gaze que fechava o recipiente e a ausência deles sobre a
carne ali contida. Esse experimento demonstrou que os insetos eram atra-
ídos pela carne e que o aparecimento de larvas era, portanto, proveniente
dos numerosos ovos colocados por esses animais. Os resultados de Redi
fortaleceram a teoria da biogênese.
Pasteur
Louis Pasteur, por volta de 1860, por meio de seus célebres expe-
rimentos com balões do tipo “pescoço de cisne”, conseguiu provar defi-
Experimento realizado por Redi, cujo
nitivamente que os seres vivos originavam-se de outros seres vivos. Além resultado reforçou a teoria da biogênese.
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A hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos
Essa hipótese sugere que moléculas orgânicas complexas foram formadas a partir de moléculas simples nas con-
dições da Terra primitiva, antes do aparecimento dos seres vivos. Os gases amônia (NH3), hidrogênio (H), metano (CH4) e
vapor de água da atmosfera primitiva, ao sofrerem os efeitos das fortes descargas elétricas provenientes das frequentes
tempestades e da influência acentuada dos raios ultravioleta do Sol, reagiram entre si, formando moléculas orgânicas
simples (aminoácidos, açúcares, álcoois). Essas moléculas teriam sido, então, arrastadas pelas águas da chuva e se acu-
mulado nos mares primitivos, onde outras reações teriam ocorrido. Substâncias orgânicas formaram uma “sopa nutritiva’’.
As moléculas de proteína aproximam-se, formando vários aglomerados proteicos envoltos por várias molé-
culas de água. Esses aglomerados foram chamados por Oparin de coacervados.
Esses coacervados não eram seres vivos, mas sim uma primitiva organização das substâncias
orgânicas, principalmente de proteínas.
Apesar de isolados, os coacervados podiam trocar substâncias com o meio externo, sendo que, em seu
interior, havia margem para inúmeras reações químicas, permitindo a duplicação e, assim, os primeiros seres vivos.
O experimento de Miller
Stanley L. Miller construiu um aparelho que simulava as condições da Terra primitiva e introduziu nele os
gases que provavelmente constituíam a atmosfera naquela época. Esses gases foram amônia (NH3), hidrogênio (H),
metano (CH4) e vapor de água.
Experimento de Miller
A água, ao ferver, forma vapor e promove a circulação em todo o sistema, de acordo com o sentido das
setas. No balão em que se encontra a mistura gasosa, ocorrem descargas elétricas, simulando os raios que, naquela
época, deviam ocorrer com frequência.
Então, o experimento de Miller demonstrou que moléculas orgânicas (aminoácidos) poderiam ter-se
formado nas condições da Terra primitiva, o que reforça a hipótese da evolução gradual dos sistemas químicos.
A hipótese autotrófica
Como todo ser vivo necessita de alimento para sobreviver, é lógico admitir que os primeiros seres vivos tenham sido
capazes de produzi-lo, isto é, tenham sido autótrofos. Contra essa hipótese, existe uma objeção de que os autótrofos sinte-
tizam alimentos orgânicos (a partir de substâncias inorgânicas) à custa de uma série extremamente complexa de reações
químicas, exigindo que o organismo também seja complexo. Acontece, porém, que a teoria da evolução biológica, contra a
qual não há objeções sérias, afirma que os primeiros seres vivos devem ter sido bastante simples, levando muito tempo para
se tornarem complexos; portanto, os biólogos não aceitam a hipótese autotrófica, porque ela vai contra a teoria da evolução.
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A hipótese heterotrófica finidos, os heterótrofos anaeróbios primitivos teriam cres-
cido gradativamente, a tal ponto que teria surgido a luta
Supõe que a forma mais primitiva de vida se pela sobrevivência devido a problemas no volume celular.
desenvolveu de matéria não viva, formando-se em um Nessas condições, eles teriam perecido ou teriam
ambiente complexo um ser muito simples, incapaz de se dividido, como meio de reduzir o volume. Nos orga-
fabricar seu alimento. A hipótese heterotrófica supõe nismos bem-sucedidos, teriam surgido os ácidos nuclei-
que um ser muito simples evoluiu, vagarosamente, da cos, moléculas que controlam os processos básicos de
matéria inanimada, e que isso aconteceu há milhões de reprodução e organização. Em tais condições, o primiti-
anos, mas não ocorre mais. vo organismo que tivesse DNA teria encontrado o meio
De acordo com a hipótese heterotrófica, a vida teria para se duplicar exatamente, transmitindo aos seus des-
surgido por meio das seguintes etapas, ilustradas ao lado: cendentes o mesmo padrão de organização conseguido
após todo o tempo de evolução transcorrido.
FORMAÇÃO DE AMINOÁCIDOS
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Evidências evolutivas Evidências evolutivas
A ideia de evolução A expressão “evidência evolutiva” sugere a ideia
de comprovação de um fato. Logo, a partir de agora, passa-
A evolução biológica consiste no conjunto de mo- remos a encarar a evolução biológica como um fato.
dificações (mutações) sofridas pelas espécies ao longo de
muito tempo. Essas modificações podem permitir à es- Fósseis
pécie uma melhor adaptação ao meio em que vive, ou
seja, realizar com mais eficiência seus comportamentos Correspondem à principal e mais notável evidên-
reprodutivo, alimentar e de exploração de seu habitat. cia a favor do transformismo e, portanto, da evolução.
Portanto, uma espécie evoluída é adaptada ao meio São, por definição, restos ou vestígios de organismos de
em que vive, não importando o seu grau de complexidade. épocas remotas conservados até a atualidade. Repre-
Logo, é interessante observar que tanto organis- sentam uma evidência evolutiva, pois mostram-nos que
mos simples, como as bactérias, ou complexos, como os os organismos não foram criados simultaneamente, ou
mamíferos, estão adaptados ao ambiente em que vivem. seja, há fósseis de diferentes idades.
Estudo comparativo ósseo entre membros anteriores (da esquerda para a direita) de homem, gato, baleia e morcego.
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Anatomia comparada
No estudo dos vertebrados, é evidente que existe um padrão esquelético: um crânio ligado a uma coluna
vertebral, que apresenta uma cintura escapular, nela se conectam os membros anteriores e uma cintura pélvica, na
qual estão conectados os membros posteriores. Portanto, todos os vertebrados, apesar de diferentes, apresentam
características em comum, o que mostra parentesco e indica um ancestral comum, que, por evolução, deu origem
a todos os subgrupos.
Embriologia comparada
O estudo embriológico dos animais mostra que quanto mais inicial é a fase de desenvolvimento do embrião,
maiores são as dificuldades de diferenciação e identificação do grupo estudado. Isso quer dizer que o desenvolvi-
mento embriológico dos animais é extremamente semelhante nas suas fases iniciais, ocorrendo a diferenciação só
mais tardiamente. Logo, entre espécies ou grupos evolutivamente próximos existe uma semelhança embriológica
muito grande quanto às fases iniciais do desenvolvimento.
Homologias e analogias
Estruturas homólogas apresentam a mesma origem embriológica, porém, podem ter destinos funcionais dife-
rentes. Estruturas análogas apresentam a mesma função ou papel biológico, porém, podem ter origens embriológicas
distintas. Veja a figura a seguir:
A homologia é evidente no processo de formação das espécies, a partir de um ancestral comum, e caracte-
riza o que chamamos de irradiação adaptativa.
Estruturas vestigais
Trata-se de características biológicas encontradas em alguns grupos de seres vivos e que não são mais fun-
cionais em outros grupos. Como exemplo, na espécie humana, podemos citar os músculos que movem as orelhas,
a membrana nictante nos olhos, o apêndice intestinal, a musculatura abdominal, os dentes do siso e a presença de
pelos cobrindo o corpo.
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Teorias evolutivas população natural, são muito variáveis em forma
e comportamento, sendo a variabilidade muito
influenciada pela hereditariedade.
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textura, forma corporal, comportamento, constituição molecular e paleontologia, deram origem a uma teoria
química. Ela confere ao mímico uma vantagem adap- moderna de evolução conhecida como neodarwinis-
tativa. Existem três tipos de mimetismo: batesiano, mo ou teoria sintética da evolução, que integra
mülleriano e reprodutivo. esses novos conhecimentos às ideias de Darwin, escla-
§§ O mimetismo batesiano (de defesa) consiste na recendo principalmente as causas da variabilidade.
imitação de um modelo tóxico ou perigoso por A moderna teoria sintética da evolução envol-
espécies “não repulsivas” ou inofensivas, que se ve quatro fatores básicos: mutação, recombinação
privam de ser predadas. genética, seleção natural e isolamento reprodu-
§§ O mimetismo mülleriano consiste no veneno tivo. Os dois primeiros determinam a variabilidade ge-
ou no sabor desagradável de duas ou mais espé- nética, que é orientada pelos dois últimos. Três proces-
cies. Em face da coloração de advertência seme- sos acessórios também atuam no processo: migração,
lhante, ambas ampliam o número de predadores hibridação e oscilação genética.
que passam a evitá-las. A migração é responsável pelo fluxo gênico, que
§§ O mimetismo reprodutivo é bastante comum traz à população novos genes. A hibridação consiste no
entre plantas que mimetizam a fêmea de insetos cruzamento entre popuIações com patrimônios gené-
e aproveitam a tentativa de acasalamento para ticos diferentes. A oscilação genética ocorre, quando,
sua polinização. em populações finitas pequenas, o equilíbrio de Hardy-
-Weinberg é alterado pelo tamanho da população. Se
Camuflagem ocorrer mutação rara, o número de portadores da muta-
ção será baixo e, pela sua morte, desaparecerá da popu-
Trata-se de um conjunto de técnicas e métodos lação. Poderá aparecer novamente, quando e se ocorrer
que permite a um organismo permanecer indistinto do nova mutação. Esses fatores podem contribuir para a
ambiente que o rodeia. A camuflagem pode ser vanta- variabilidade genética.
josa para o predador, que cerca a presa sem ser per- Sob a designação de variabilidade, enquadramos
cebido, e para a presa, que se confunde com o meio, as diferenças existentes entre os indivíduos da mesma
passando despercebida pelo predador. espécie. As fontes de variabilidade são as mutações e a
§§ Homocromia consiste na coloração seme- recombinação genética.
lhante do organismo com a do meio onde As variações são submetidas ao meio ambien-
vive: cascas, galhos e folhas de árvores, cor te, que, pela seleção natural, conserva as favoráveis e
da areia etc. elimina as desfavoráveis. Assim, quando as condições
§§ Homotipia consiste na semelhança do indi- ambientais se modificam, algumas variações serão van-
víduo com a forma de estruturas presentes no tajosas e permitirão, então, aos indivíduos que as apre-
meio onde vive. É o caso dos insetos bicho-folha sentam sobreviver e produzir mais descendentes do que
e bicho-pau, que se assemelham a folhas e gra- aqueles que não as têm. Resumindo, temos:
vetos, respectivamente.
1. Variabilidade intraespecífica
§§ mutação
Neodarwinismo – teoria §§ recombinação genética: crossing-over
2. Seleção natural
sintética da evolução 3. Adaptação
Porém, a recombinação genética (crossing-
Na época em que Darwin propôs a sua teoria, os -over) promove o embaralhamento dessas modificações.
mecanismos da herança biológica não eram conhecidos. As mutações ocorrem em todo e qualquer organismo,
Apesar de ter sido contemporâneo de Gregor Mendel – enquanto que a recombinação genética só ocorre na-
pai da genética –, eles não se conheceram. Descobertas queles que sofrem meiose para produzir gametas, nos
recentes (século XX), nos campos da genética, biologia animais, e esporos, nos vegetais. Logo, os organismos
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que se reproduzem sexuadamente apresentam uma va- das características desses organismos, como a produção
riabilidade muito maior em suas populações do que os de carne, leite, lã e frutas.
organismos que se reproduzem assexuadamente, uma Darwin chegou à conclusão de que a seleção artifi-
vez que sofrem meiose. cial pode ser comparada à exercida pela natureza sobre as
espécies selvagens.
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meios, que são diferentes. Logo, as adaptações surgidas em uma subpopulação podem ser diferentes da outra e
vice-versa. Com isso, teremos uma progressiva diferenciação ao longo do tempo e enquanto durar o isolamento,
até que, com o fim deste, os indivíduos de novas gerações das duas subpopulações podem, então, tentar se repro-
duzir. No entanto, pode ocorrer que eles não mais se encontrem e consigam reproduzir-se, o que quer dizer que
estão isolados reprodutivamente, ou seja, agora pertencem a espécies diferentes. Porém, mesmo diferenciados,
podem conseguir se reproduzir, significando que não estão isolados reprodutivamente. Deste modo, constituem
raças geográficas.
Entre organismos da mesma espécie, há fluxo gênico, que é consequência da semelhança e identidade
genética, além de mesmo número e tipos de cromossomos.
Tipos de especiação
Na especiação, o papel crítico mesmo é a redução do fluxo gênico. A classificação dos modos de especiação
depende do quanto as espécies incipientes podem se separar geograficamente. Observe na tabela a comparação entre
alguns dos modos de especiação, que, mesmo diferentes, podem contribuir para a redução de fluxo gênico.
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Modos de especiação Características Representação
Alopátrica
As populações são geograficamente isoladas.
(alo = outros; pátrica = lugar)
Especiação alopátrica
Ocorre por isolamento geográfico.
Especiação peripátrica
É um tipo de especiação com isolamento geográfico, na qual a maior população é separada da menor.
Especiação parapátrica
Isolamento geográfico é um mecanismo que não faz parte desse tipo de especiação. Pode ser devido à
adaptação a essas novas áreas, em que conjuntos de indivíduos, gradualmente, tornam-se espécies distintas. A
especiação pode se caracterizar apenas pela distância entre os grupos.
Especiação simpátrica
Contrariamente aos tipos anteriores, a especiação simpátrica não requer distância geográfica em larga es-
cala para redução do fluxo gênico entre indivíduos de uma população. A simples exploração de um novo nicho por
uma subpopulação pode contribuir para a redução do fluxo gênico entre indivíduos.
Isolamento reprodutivo
Pode-se dizer que o isolamento reprodutivo é um subproduto da especiação. Resume-se à incapacidade total ou
parcial de os indivíduos de duas subpopulações cruzarem-se. Quando elas entram em contato, o isolamento reprodutivo
impede a mistura de genes dessas subpopulações.
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Mecanismos de isolamento reprodutivo
Esses mecanismos podem ser classificados em pré-zigóticos e pós-zigóticos. Os mecanismos pré-zigóticos
impedem a fecundação, consequentemente, a formação do zigoto.
§§ Isolamento estacional ou sazonal
§§ Isolamento ecológico
§§ Isolamento etológico ou comportamental
§§ Isolamento mecânico ou incompatibilidade anatômica
Nicho é um termo usado para designar a função ou papel desempenhado pelos organismos de deter-
minada espécie em seu ambiente de vida. Isso inclui suas necessidades alimentares, a temperatura ideal de
sobrevivência, os locais de refúgio, as interações com os “inimigos” e com os “amigos”, os locais de reprodução,
entre outros.
Os mecanismos pós-zigóticos são aqueles que inviabilizam a sobrevivência do híbrido ou a sua fertilidade.
Mesmo ocorrendo a cópula, esses mecanismos impedem ou reduzem seu sucesso. Os principais tipos de isolamen-
to pós-zigótico são:
§§ Mortalidade do zigoto
§§ Inviabilidade do híbrido
§§ Esterilidade do híbrido
X espécie ancestral X
(nodo)
Y espécie ancestral Y
(nodo)
caráter a (sinapomorfia)
tempo
Árvore filogenética: relações filogenéticas ou de parentesco entre os seres vivos
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A extinção das espécies Evolução humana
A extinção é o desaparecimento completo de Você já deve ter reparado que nós, humanos,
uma espécie animal ou vegetal, que pode ser ocasiona- possuímos um cérebro muito grande, se comparado
do por processos naturais ou por interferência humana. com outros mamíferos ou primatas.
Quando o ancestral do homem teve a necessida-
Os processos naturais de de descer das árvores para sobreviver (isso pode ter
ocorrido devido a uma mudança no habitat – menos ár-
A extinção de espécies acontece naturalmente vores, talvez), teve que lidar com um ambiente relativa-
desde o surgimento da vida no Planeta. Suas principais mente diferente, onde o bipedalismo permitia algumas
causas são as modificações climáticas, como as deserti- vantagens. Essa característica, associada à possibilidade
ficações, glaciações e alterações da atmosfera decorren- de explorar outros ambientes, abriu novos horizontes
tes das atividades vulcânicas. Elas tornam o meio am- para a nossa evolução biológica. A seguir, veremos as
biente desfavorável à permanência de alguns grupos, vantagens angariadas com isso.
que, por seleção natural, desaparecem – temos como Vivendo em campos abertos, os indivíduos que
principal exemplo os dinossauros. A maioria das espé- formavam grupos eram mais favorecidos. Dentre todos
cies, porém, consegue adaptar-se e sobreviver a essas aqueles indivíduos ancestrais do homem, havia aqueles
mudanças, porque elas costumam ocorrer lentamente. que viviam mais isolados e os que viviam em grupos.
Assim, ao longo das gerações, os indivíduos mais isola-
dos eram mais facilmente capturados por predadores e
Os processos antrópicos (humanos) não deixavam tantos descendentes como os que viviam
Nas últimas décadas, o homem vem destruindo em grupo. Estes últimos, mais protegidos, deixavam um
habitats de grande diversidade biológica, principalmen- maior número de descendentes, que tinham a tendência
te por causa da poluição das águas, solo e ar, do des- de se manter no grupo.
matamento, da caça e pesca predatórias e da extração Um fator essencial para que essa vocalização pudes-
ilegal de espécies vegetais. Essas mudanças estão acon- se existir é uma pré-adaptação para essa característica. Mas
tecendo numa velocidade maior do que a de adaptação o que é uma pré-adaptacão? Muito simples: são estruturas
dos seres vivos. Dessa forma, eles não se ajustam às no- que já existem naquela espécie e que permitem que o ani-
vas condições de vida e desaparecem. Uma das conse- mal tenha sucesso no novo ambiente.
quências da extinção das espécies é o desequilíbrio das O bipedalismo ajudaria na cobertura de exten-
cadeias alimentares, responsáveis pela transferência de sas áreas, ao mesmo tempo que liberava os membros
anteriores desses animais (braços e mãos) para tarefas
alimento nos ecossistemas. A redução drástica dos ani-
de recolher frutas e manusear alimentos. Desse modo,
mais carnívoros, por exemplo, pode levar à proliferação
os indivíduos que tinham mais habilidade em lidar com
dos animais herbívoros e, como consequência, haveria
o alimento foram favorecidos e deixaram mais descen-
escassez de algumas plantas.
dentes, tendo maior sucesso evolutivo. Chamamos isso
de uma “pressão positiva” para os mais habilidosos, ou
Filogenia dos seres vivos seja, aqueles que tivessem mais habilidade teriam van-
tagem em relação aos que não tivessem tanta habilida-
Da célula primitiva originaram-se todos os seres de, e prevaleceriam em termos de evolução.
vivos. Portanto, todos descendem de um único ancestral, As estruturas da mão também iam sendo se-
isto é, formam um grupo monofilético. A universalida- lecionadas, que facilitavam o manuseio do alimento,
de do código genético para todas as células sugere essa gerando maior habilidade. Todos esses fatores, em
origem comum. Uma origem polifilética implicaria a conjunto, resultaram em um cérebro mais desenvolvido.
existência de vários ancestrais para os seres vivos. Não devem ser deixados de lado também os custos de
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se ter um cérebro maior, pois o cérebro consome muita Conceitos fundamentais
energia. Apenas para se ter uma ideia, o nosso cérebro,
§§ Habitat é o local mais provável de encontrar-
em termos energéticos, custa três vezes mais do que o
mos a espécie. É o local onde vive, ou seja,
cérebro de chimpanzé, e 22 vezes mais do que um tecido
onde realiza suas atividades.
muscular em repouso. A taxa metabólica específica (por
§§ Nicho ecológico é o papel e/ou função que a
grama) é nove vezes maior do que o resto do corpo,
espécie desempenha no ambiente. Envolve in-
como um todo. Para bancar esse grande gasto, os nossos
formações acerca da sua biologia reprodutiva,
ancestrais tinham que ter uma dieta de melhor qualida-
alimentar e comportamental.
de proteica e energética.
A mudança de dieta retroalimenta a expansão ce- Espécies diferentes podem compartilhar habi-
rebral; isso significa que, para manter o cérebro, nossos tats, porém, nichos não. A sobreposição de nichos cau-
ancestrais tinham que comer melhor, tendo que apresen- sa competição interespecífica que pode levar à mútua
tar, portanto, um comportamento forrageador (de busca exclusão – princípio de Gause.
de alimento) mais complexo e eficiente, que, por sua vez, O nicho ecológico é caracterizado pelo total de
informações que podemos ter acerca de uma espécie:
fazia uma pressão seletiva para a expansão cerebral.
quanto à biologia alimentar, à biologia comportamental
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As setas usadas nos diagramas e esquemas de como a respiração celular (RC) para se manterem vi-
teias e cadeias indicam o sentido da matéria e energia. vos, o mesmo acontece com os primeiros carnívoros em
A cadeia alimentar é formada por três níveis distintos: relação aos próximos carnívoros. Esse “saldo” é chama-
produtores, consumidores e decompositores. Os produ- do de produtividade líquida (PL) e é efetivamente
tores são os organismos clorofilados, como as plantas a energia que está disponível para ser “ingerida” pelo
e algas, os únicos seres vivos capazes de produzir maté- próximo organismo sob a forma de matéria orgânica.
ria orgânica que servirá de alimento para toda a biota, Isso quer dizer que a energia disponível ao longo
por meio da fotossíntese. Esse material orgânico susten- da cadeia alimentar diminui e as perdas não podem ser
ta, direta ou indiretamente, os organismos consumi- reaproveitadas, ou seja, o fluxo de energia é unidire-
dores, assim denominados por precisarem “consumir” cional e decrescente.
ou ingerir o seu próprio alimento (seres heterótrofos). As pirâmides ecológicas
Esses consumidores podem ser primários (animais
herbívoros) ou secundários, terciários e assim por diante São representações gráficas das relações existen-
(animais carnívoros). Quando os dejetos desses animais são tes entre os organismos nas cadeias e teias alimentares.
lançados no solo e se juntam a toda matéria morta (animal §§ Número – mostra a quantidade de organismos
e vegetal) ali presente, entram em ação os chamados orga- em cada nível trófico.
nismos decompositores, fungos e bactérias.
Nível trófico
Os organismos em uma cadeia têm à sua dis-
posição quantidades diferentes de energia no alimen-
to que ingerem. A posição que o organismo ocupa na
cadeia é chamada de nível trófico. Portanto, quanto
mais próximo do início da cadeia está o organismo,
maior é a energia disponível para este organismo. Logo,
o número de níveis tróficos em uma cadeia é limitado,
visto que as perdas energéticas de um nível para outro
§§ Biomassa – mostra a quantidade de biomassa
são muito grandes, ou seja, da ordem de 90%.
(kg ou g) em cada nível trófico, ou seja, a massa
Os percursos ou trajetos da matéria e energia
total de todos os organismos vivos em qualquer
nos ecossistemas são muito distintos. A matéria sem-
área dada ou seu equivalente em energia.
pre cicla, enquanto que a energia flui. Portanto, fala-
§§ Energia – mostra a energia acumulada em cada
-se em ciclos da matéria e fluxo de energia.
nível trófico ( cal / g / área).
Pirâmides e Consumidores de
Terceira Ordem
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Produtividade de Relações harmônicas
um ecossistema Relações harmônicas
intraespecíficas ou homotípicas
A produtividade de um ecossistema indica a sua
capacidade de crescimento e de manutenção de espécies. Colônias
PPL = PPB – RC
São constituídas por organismos da mesma es-
A produtividade primária de um ecossistema de- pécie, que se mantêm, anatomicamente, unidos entre
pende, essencialmente, do alto desempenho fotossin- si. São exemplos de colônias homomorfas as colônias
tético de seus produtores e, portanto, dos fatores limi- de espongiários, e de colônias heteromorfas a obelia,
tantes da fotossíntese, como luminosidade, altitude nos uma colônia de celenterados. As colônias polimórficas
terrestres, profundidade nos aquáticos, tipo do compri- são estruturadas por vários tipos de indivíduos adap-
mento de onda luminosa, temperatura, água líquida tados para funções distintas. Como exemplo clássico,
disponível, disponibilidade de nutrientes e pluviosidade. citamos as caravelas.
A eficiência na transferência de energia de um
nível trófico para outro é fundamental, pois as taxas das
Sociedades
perdas são enormes, o que impede o acúmulo de bio-
massa e o crescimento das populações. Quanto maiores São associações de indivíduos da mesma espécie
as populações, mais numerosas e interligadas as ca- que não estão ligados anatomicamente e formam uma or-
deias alimentares de um ecossistema, maior, também, ganização social que se expressa através do cooperativismo;
será a sua produtividade primária. são representadas por cupins, vespas, formigas e abelhas.
Relações harmônicas
Relações ecológicas interespecíficas ou heterotípicas
Relações ecológicas Protocooperação
nas comunidades Trata-se de uma associação entre duas espécies
diferentes, na qual ambas se beneficiam:
As relações ecológicas representam estraté- §§ o caranguejo-bernardo-eremita e a anêmona;
gias escolhidas pelas espécies e selecionadas ao longo §§ o pássaro-palito e o crocodilo;
do tempo, para melhor se adaptarem aos ambientes, di- §§ o anu e o gado.
minuindo as taxas de competição, explorando de maneira
mais eficiente os recursos neles presentes. Mutualismo
Divididas em interespecíficas ou heterotípi- Trata-se de uma associação com benefícios mútuos.
cas, quando dois ou mais organismos de espécies dife- É mais íntima que a cooperação, sendo necessária à sobre-
rentes estão associados, e intraespecíficas ou homo- vivência das espécies, que não podem viver isoladamente.
típicas, quando dois ou mais organismos da mesma §§ Bacteriorriza é a associação entre as bactérias
espécie estão interagindo. do gênero Rhizobium e as raízes de legumino-
As interações ainda podem ser classificadas em sas. Nas microrrizas, tem-se uma associação entre
harmônicas, quando nenhum dos organismos envol- fungos e raízes de árvores florestais. O fungo, que
vidos sofre algum tipo de prejuízo, e desarmônicas, é um decompositor, fornece ao vegetal nitrogênio
quando um dos organismos envolvidos sofre algum tipo e outros nutrientes minerais; em “troca”, recebe
de prejuízo ou mesmo a morte. matéria orgânica fotossintetizada.
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§§ Cupins ou térmitas e certos protozoários.
§§ O líquen é uma associação entre alga e fungo.
Comensalismo
No comensalismo, uma espécie (comensal) se beneficia, enquanto a outra (hospedeira) não leva vantagem
alguma. Um caso típico é a rêmora ou peixe-piolho, que vive como comensal do tubarão.
Inquilinismo
É a associação em que uma espécie (inquilino) procura abrigo ou suporte no corpo de outra espécie (hos-
pedeiro), sem prejudicá-la:
§§ o peixe-agulha e a holotúria;
§§ epifitismo.
Relações desarmônicas
Relações desarmônicas intraespecíficas ou homotípicas
Competição intraespecífica
É a relação que se estabelece entre os indivíduos da mesma espécie, quando concorrem pelos mesmos
fatores ambientais, principalmente espaço e alimento. Exemplo de competição intraespecífica: territorialidade.
Canibalismo
Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie.
Competição interespecífica
A competição entre espécies diferentes se estabelece quando tais espécies possuem o mesmo habitat e o
mesmo nicho ecológico.
Amensalismo
Amensalismo é um tipo de associação na qual uma espécie, chamada amensal, é inibida no crescimento ou
na reprodução por substâncias secretadas por outra espécie, denominada inibidora.
Predatismo
Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, chamado presa, pertencente a uma espécie diferente.
Tanto os predadores quanto as presas apresentam adaptações para ataque e defesa. A camuflagem dos animais,
pela cor ou forma, assemelham-se ao meio ambiente, com o qual se confundem. Tanto as presas como os preda-
dores procuram esconder-se.
Parasitismo
Nesse caso, uma das espécies, chamada parasita, vive na superfície ou interior de outra, designada hospedeiro.
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Esclavagismo ou sinfilia
Relação ecológica entre indivíduos que se beneficiam da exploração das atividades, do trabalho ou dos
produtos de outros organismos.
§§ Formigas e pulgões ou afídeos
§§ Chupim e outros pássaros
Dinâmica populacional
No gráfico apresentado, observa-se a dinâmica das duas curvas representativas do crescimento das popu-
lações: “S” e “J”. Os habitats fornecem recursos de diversos tipos: água, refúgio, área mínima comportamental e
alimento. Todos esses recursos podem ser compartilhados dentro de alguns limites que o próprio ambiente deter-
mina. A essa característica “limitada” do ambiente chamamos de capacidade de suporte: o número de espécies,
de indivíduos em cada população, os tipos de interações entre os organismos também determinam e caracterizam
essa propriedade do ambiente.
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Resistência do meio (RM) biente físico. A comunidade que primeiro se estabelece
no ambiente é a ecese ou comunidade pioneira;
A resistência do meio se traduz na quantidade de os estágios sucessionais seguintes são chamados de
impactos ou alterações que um meio pode sofrer e suportar. seres; e, finalmente, a comunidade que se estabelece
ao final é chamada de comunidade clímax, sendo
Capacidade de suporte (CS) autossuficiente e homeostática. Ao longo do processo
sucessional, aumentam o número de espécies, habitats,
A capacidade de suporte de um ambiente pode
biomassa e interações.
ser entendida como o conjunto de limites a que esse
A sequência de seres que constituem a sucessão
meio está imposto.
primária de uma área rochosa ou de um solo desnudo
Curva de sobrevivência pode ser a seguinte:
A sucessão ecológica
nos ecossistemas
As comunidades podem sofrer mudanças em sua
composição ao longo do tempo, o que caracteriza a su-
cessão ecológica. Durante a sucessão, comunidades
vão se sucedendo e alterando, significativamente, o am-
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U.T.I. - Sala
1. (Enem adaptado) Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas como
iscas para pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que essas larvas surgem espontaneamen-
te do arroz cozido, tal como preconizado pela teoria da geração espontânea. Cite um dos primeiros
pesquisadores que refutou esta teoria e qual foi seu experimento.
2. (PUC adaptado) Certa espécie animal apresenta uma série de mutações que determinam a variedade
de fenótipos relativos à coloração. Essa diversidade genética, orientada pela seleção natural, garante
a adaptação dos indivíduos dessa espécie a diversos tipos de ambiente. O trecho não é referente a
Mendel, Darwin ou Lamarck. Trata-se de qual teoria evolutiva? Descreva sobre essa teoria.
3. (UFJF adaptado) As queimadas, comuns na estação seca em diversas regiões brasileiras, podem
provocar a destruição da vegetação natural. Após a ocorrência de queimadas em uma floresta, que
tipo de sucessão ecológica ocorre e por quê? Descreva as fases deste processo algumas das possíveis
vegetações correspondentes.
4. (FEI adaptado) Num ecossistema, um fungo, uma grama, uma coruja e um coelho podem desempe-
nhar quais papéis em uma cadeia trófica? Se aumentássemos a população de coruja, o que ocorreria
com a quantidade de grama?
25
U.T.I. - E.O.
1. (Fuvest) Acredita-se que os organismos semelhantes a bactérias heterotróficas anaeróbicas te-
nham sido os primeiros seres vivos a surgirem na face da Terra. Apresente duas justificativas para
essa hipótese.
Quadro 1: Uma das criaturas mais peculiares da natureza, a girafa, está singularmente adaptada
ao seu ambiente.
Quadro 2: Sua tremenda altura lhe permite mastigar os suculentos petiscos mais difíceis de alcançar.
Quadro 3: Biscoitos.
a) Como a altura da girafa, lembrada pela tira do Calvin, foi utilizada para explicar a teoria de Lamarck?
b) Como a teoria de Darwin poderia explicar a situação relacionada com a altura da girafa?
3. (UFC) Em 1860, Pasteur conseguiu uma vitória para a teoria da biogênese, enfraquecendo a con-
fiança na abiogênese, com uma experiência simples e completa. Analise o esquema dessa experiên-
cia, mostrado a seguir, e descreva sucintamente o objetivo de cada etapa como também a conclusão
da experiência.
26
4. (UFSCar) Em recente artigo publicado on-line a) Qual dos seguintes conceitos – ecossistema,
na revista científica Evolution, pesquisado- habitat, nicho ecológico – está implícito
res identificaram um processo de diversifica- nesse gráfico?
ção gênica nos ecossistemas tropicais de Ma- b) Os dados de mortalidade representados nes-
dagascar, numa população de sapos (Anura se gráfico referem-se a que nível de organi-
zação: espécie, população ou comunidade?
microhylidae) de habitat montanhoso, em
c) Temperatura e salinidade são fatores abióti-
que foram identificadas 22 novas espécies. cos que, nesse caso, provocaram mortalida-
a) O que é seleção natural e qual o seu papel na de das fêmeas do camarão-da-areia. Cite dois
evolução das espécies? fatores bióticos que também possam produ-
b) Segundo o neodarwinismo, além da seleção zir mortalidade.
natural, quais fatores explicam a diversidade
entre as espécies de sapos encontradas? 7. (Unicamp) Os navios são considerados intro-
dutores potenciais de espécies exóticas atra-
vés da água de lastro (utilizada nos tanques
5. (PUC-MG) O bioquímico russo Oparin, em para dar aos navios estabilidade quando va-
seu livro A origem da vida, admitiu que a zios). Essa água pode conter organismos de
vida sobre a Terra surgiu há mais ou menos diversos grupos taxonômicos. Com certa fre-
3,5 bilhões de anos. quência, leem-se informações relacionadas a
essas e introduções:
a) CITE dois gases presentes na atmosfera pri-
I. O mexilhão-dourado (Limnoperna fortu-
mitiva.
nei), um bivalve de água doce originário
b) A que condições estavam submetidos os ga- do sul da Ásia, chegou ao Brasil em 1998
ses da atmosfera primitiva? e já infestou rios, lagos e reservatórios da
c) Que compostos químicos se originaram a região Sul e do Pantanal. Além de causar
partir dos gases iniciais? problemas ecológicos, esse invasor ame-
d) Atualmente, sabemos que seres autótrofos aça o setor elétrico brasileiro, a agricul-
constituem fonte básica de alimento. No tura irrigada, a pesca e o abastecimento
entanto, admite-se que os primeiros orga- de água devido à sua capacidade de se in-
nismos devem ter sido heterótrofos. A partir crustar em qualquer superfície submersa.
de onde os heterótrofos conseguiam seu ali- (Adaptado de Evanildo da Silveira, “Molusco chinês
mento na Terra primitiva? ameaça ambiente e produção no Brasil”. http://www.
estadao.com.br/ciência/notícias/2004/mar/18/75.htm)
e) Qual o mecanismo utilizado pelos primeiros
organismos para obtenção de energia? II. As autoridades sanitárias acreditam que
o vibrião colérico, originário da Indoné-
6. (Fuvest) Analise o gráfico abaixo, relativo à sia, chegou ao Peru através de navios e de
mortalidade de fêmeas férteis do camarão- lá se espalhou pela América latina.
-da-areia (Crangon septemspinosa) em água (Adaptado de Ilídia A.G.M.Juras, “Problemas
causados pela água de lastro”. Consultoria
aerada, em diferentes temperaturas e salini-
Legislativa da Câmara dos Deputados, 2003.)
dades, durante determinado período.
Além de problemas como os citados acima, a
introdução de espécies oferece risco de ex-
tinção de espécies nativas. Explique por quê.
27
9. (Fuvest) Devido ao aparecimento de uma Assim, o pássaro obtém o seu alimento e li-
barreira geográfica, duas populações de vra o crocodilo de seus parasitas”. Que tipo
uma mesma espécie ficaram isoladas por de interação ecológica é essa? E como ela é
milhares de anos, tornando-se morfologi- denominada?
camente distintas.
a) Explique sucintamente como as duas popu- 14. (Unesp adaptado) Um gavião, que tem sob
lações podem ter-se tornado morfologica- suas penas carrapatos e piolhos, traz pre-
mente distintas no decorrer do tempo. so em suas garras um rato, com pulgas em
b) No caso de as duas populações voltarem a seus pelos. Entre o rato e as pulgas, entre
entrar em contato, pelo desaparecimento da os carrapatos e os piolhos e entre o gavião
barreira geográfica, o que indicaria que hou- e o rato, que tipo de relações interespecífi-
ve especiação? cas existem?
10. (Enem adaptado) Segundo a teoria evoluti- 15. Como é denominada a associação existente
va mais aceita hoje, as mitocôndrias, assim entre os ruminantes e as bactérias que vi-
como os cloroplastos, teriam sido originados vem em seu estômago?
de procariontes ancestrais que foram incor-
porados por células mais complexas. Qual 16. (Enem adaptado) Os vagalumes machos e fê-
característica da mitocôndria que sustenta meas emitem sinais luminosos para se atraí-
essa teoria? Qual o nome dessa teoria? E qual rem para o acasalamento. O macho reconhe-
a função da mitocôndria na célula? ce a fêmea de sua espécie e, atraído por ela,
vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo
11. (Uerj adaptado) Na maioria dos casos, a de vagalume, o Photuris, cuja fêmea engana
energia de um ecossistema origina-se da e atrai os machos de outro tipo, o Photinus,
energia solar. A figura abaixo mostra al- fingindo ser desse gênero. Quando o macho
guns seres componentes do ecossistema de Photinus se aproxima da fêmea Photuris,
um lago. muito maior que ele, é atacado e devorado
por ela.
BERTOLDI, O.G.; VASCONCELOS, J.R. Ciências &
Sociedade: a aventura da vida, a aventura da
tecnologia. São Paulo: Scipione, 2000 (adaptado).
28
II. A produtividade primária líquida é maior 21. (Famerp) Um ecossistema é composto tanto
numa comunidade pioneira do que numa por fatores bióticos (comunidade ou biota)
comunidade clímax. como por fatores abióticos (variáveis físicas
III.A complexidade de nichos é maior numa e químicas do ambiente). Nos ecossistemas,
comunidade pioneira do que numa comu- tais fatores estão fortemente relacionados,
nidade clímax. proporcionando diversas interações entre os
Comente as afirmativas. seres vivos e o ambiente físico. Um impacto
ambiental é, essencialmente, uma alteração
19. (Unicamp) O gráfico abaixo ilustra as curvas relevante nos componentes bióticos ou abió-
de crescimento populacional de duas espé- ticos dos ecossistemas.
cies de mamíferos (A e B) que vivem na sa- a) A queima de combustíveis fósseis (como o
vana africana, um pastador e um predador. óleo diesel e a gasolina) em veículos auto-
motores promove alteração direta em fatores
Analise o gráfico e responda às questões.
bióticos ou em fatores abióticos de um ecos-
sistema? Justifique sua resposta.
b) Explique de que maneira uma alteração bió-
tica em determinado ecossistema pode gerar
um impacto ambiental.
29
0 1 Biologia 2
U.T.I.
C N
BIOLOGIA
Taxonomia e reinos
Os seres vivos podem ter o corpo constituído por uma ou mais células, sendo chamados de, respectivamente,
unicelulares, como a bactéria, e pluricelulares (multicelulares), como os animais e plantas.
Membrana Plasmídeo
celular Parede celular Flagelo
Grânulo DNA
Ribossomos
Célula bacteriana
Complexidade e organização
Os seres vivos são complexos e bastante organizados. Mesmo quando unicelular, o organismo apresenta
extrema complexidade, presente tanto na estrutura quanto no funcionamento da célula. No corpo humano, que
é um organismo pluricelular, encontramos 200 tipos de célula, que se organizam em quatro tipos básicos de con-
junto, chamados de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Os grupos desses tecidos se reúnem
formando órgãos, como a pele, estômago e coração. Por sua vez, atuando em conjunto, uma série de órgãos passa
a constituir um sistema, como é o caso do digestório ou do circulatório.
Metabolismo
O metabolismo é responsável pelo crescimento, manutenção e reparo das células, consequentemente, de
todo o organismo. Dividimos os processos metabólicos em duas etapas: anabolismo e catabolismo. O termo ana-
bolismo compreende os processos químicos sintéticos, nos quais substâncias mais simples são combinadas para
formar outras mais complexas; o catabolismo abrange processos analíticos, nos quais as substâncias complexas são
quebradas, originando substâncias mais simples e liberação de energia.
As atividades metabólicas
Reprodução
Qualquer ser vivo é capaz de reproduzir-se, ou seja, originar organismos semelhantes. A reprodução pode
ser assexuada ou sexuada. A reprodução assexuada resulta em por duas células-filhas, exatamente iguais à
célula-mãe que as originou. A reprodução sexuada é feita pela fusão de duas células especializadas denominadas
gametas, que formam o zigoto ou célula-ovo.
33
Material genético A ancestralidade dos seres vivos
Em cada célula aparece uma extensa molécula, o
Durante os séculos XIX e XX, deu-se maior impor-
DNA (ácido desoxirribonucleico), no qual estão contidos
tância aos estudos de arqueologia e dos fósseis, o que
os genes. Passando de pais para filhos, os genes man-
ocasionou descobertas a respeito da evolução. As novas
têm as características específicas de cada organismo.
evidências permitiram afirmar que os seres vivos de hoje
Evolução derivam de outros que existiram há milhares de anos.
A organização das informações e os graus de
O material genético é responsável pelas carac-
semelhanças e diferenças são utilizadas nos estudos de
terísticas de um organismo. Mutação é qualquer altera-
classificação dos seres vivos ou taxonomia.
ção do material genético que provoca o aparecimento
Por volta da metade do século XVIII, o naturalis-
de uma nova característica, conhecida como variação.
ta sueco Carl von Linnée, ou Lineu, classificou os orga-
Por meio das variações, ocorre o processo chamado de
nismos segundo a estrutura e anatomia dos seres vivos.
evolução: a transformação sofrida pelos organismos no
Esse sistema de classificação é utilizado até hoje.
transcorrer da história da Terra.
34
Categorias taxonômicas e a filogenética
Cada uma das categorias usadas na classificação é denominada táxon, assim, o ramo da Biologia que se
ocupa da classificação e nomenclatura é chamado taxonomia. A categoria básica na classificação é a espécie.
Espécies que apresentam características em comum são agrupadas em um gênero. Os gêneros, agrupados em
famílias; as famílias, em ordens; as ordens, em classes; as classes, em filos ou divisões (para vegetais); e os filos, em
reinos. Assim, cada uma das categorias é um conjunto composto de vários subconjuntos.
O sistema de Lineu não considerava a ideia de parentesco entre os seres, pois, para ele, todos os seres ha-
viam surgido no momento da Criação Divina.
A definição de quais são as características relevantes é uma tarefa complexa. Devido à falta de informações
e à discordância entre os cientistas, o sistema de classificação precisa ser constantemente revisado. Atualmente,
técnicas modernas permitem que sejam comparadas a composição química das proteínas e dos genes que com-
põem os seres vivos, elucidando algumas relações de parentesco.
A nomenclatura binomial
De Lineu foi também a ideia de atribuir uma nomenclatura a cada organismo. Essa nomenclatura é compos-
ta por dois nomes: o primeiro indica o gênero e o segundo, a espécie – por exemplo: Canis lupus (lobo), na qual
Canis é o epíteto genérico (gênero) e lupus é o epíteto específico.
Para que seja padronizada a nomenclatura, deve-se seguir sempre certas regras:
§§ os nomes devem estar em latim;
§§ o primeiro nome deve ser escrito com inicial maiúscula e o segundo com inicial minúscula; e
§§ nomes devem ser sempre destacados do texto (em negrito, itálico ou sublinhado).
Os reinos
Atualmente, destacam-se dois sistemas de classificação que consideram os seis reinos:
§§ Reino Arquea: as arqueobactérias possuem a capacidade de viver em locais onde as condições de vida são
extremamente adversas para a grande maioria dos seres vivos. Habitam em locais com grande presença
de sal, extremamente ácidos, baixíssima umidade, ausência de oxigênio, temperaturas muito elevadas ou
muito baixas.
§§ Reino dos Moneras, que inclui bactérias e cianobactérias, com aproximadamente 5 mil espécies descritas.
§§ Reino dos Protoctistas, que inclui protozoários e algas, com aproximadamente 58 mil espécies descritas.
§§ Reino dos Fungos, que inclui os fungos e líquens, com aproximadamente 47 mil espécies descritas.
§§ Reino dos Vegetais, que inclui as plantas, com aproximadamente 250 mil espécies descritas.
§§ Reino dos Animais, que inclui os animais invertebrados (com cerca de 992 mil espécies descritas – destas,
cerca de 880 mil são artrópodes) e vertebrados (cerca de 44 mil espécies descritas).
35
Há seres que não se encaixam em nenhum dos
ENVELOPE:
reinos existentes – os vírus –, pois apresentam caracte- MEMBRANA BIMOLECULAR DE
LIPÍDEOS E PROTEÍNAS ESPECÍFICAS
DO VÍRUS
rísticas únicas: eles não formam células (são formados
CAPSÍDIO: PROTEÍNAS VIRAIS ESPECÍFICAS
de material genético envolvido por uma cápsula protei- DNA VIRAL
Vírus
Os vírus são uma estrutura que está no limite
O vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos.
entre um ser vivo e a matéria bruta. Não apresentam cé-
lula – e assim não trazem a unidade básica de vida, não
sendo considerados seres vivos. Contudo, conseguem se
multiplicar quando infectam uma célula, algo que uma
Classificação
matéria sem vida não consegue fazer. Por isso, são alvo
Os vírus apresentam formas diversas, e os princi-
de discussão, em que alguns autores os consideram
seres vivos e outros não. pais critérios de divisão são:
§§ os tipos de ácidos nucleicos: diferenciam-se os
36
MEMBRANA BIMOLECULAR DE
LIPÍDEOS E PROTEÍNAS ESPECÍFICAS
DO VÍRUS
H (HEMAGLUTINA)
Esquema de um bacteriófago
O bacteriófago é um dos vírus mais estudados, dentre os quais, aqueles que infectam a bactéria intestinal
Escherichia coli, conhecidos como fagos T.
Existem dois tipos de ciclo reprodutivo o ciclo lítico e o ciclo lisogênico. Ambos os casos iniciam-se com
o fago T aderindo à superfície da célula bacteriana através das fibras proteicas da cauda – há um encaixe específico
entre a proteína do vírus e as proteínas da superfície da célula – e injetando seu DNA, deixando a cápsula do lado de
fora – em alguns vírus, como o causador da gripe, a cápsula penetra nas células, é destruída e libera o ácido nucleico.
A partir desse momento, começa a diferenciação entre ciclo lítico e ciclo lisogênico.
No ciclo lítico, o vírus invade a bactéria, na qual as funções normais são interrompidas na presença de ácido
nucleico do vírus (DNA ou RNA). Por sua vez, ao mesmo tempo que o vírus é replicado, comanda a síntese das prote-
ínas que irão compor o capsídeo. Os capsídeos organizam-se e envolvem as moléculas de ácido nucleico, produzindo,
então, novos vírus. Ocorre, assim, a lise, ou seja, a célula infectada se rompe e os novos bacteriófagos são liberados.
No ciclo lisogênico, o vírus invade a célula hospedeira, incorporando o DNA viral ao da célula infectada,
fazendo com que seu DNA torne-se parte do DNA da célula invadida. Uma vez infectada, a célula continua com suas
funções normais, como reprodução e ciclo celular. Ao realizar divisão celular, o material genético da célula sofre dupli-
cação, juntamente com o material genético do vírus que foi incorporado; em seguida, são divididos igualmente entre
as células-filhas. Assim, uma vez infectada, uma célula começará a transmitir o vírus sempre que se multiplicar e todas
as novas células também estarão infectadas. Os sintomas causados por um vírus como este demoram a aparecer em
um organismo multicelular, e suas causas tendem a ser incuráveis. É o caso da Aids e da herpes.
37
Mecanismos de 14.Febre amarela
15.Ebola
16.Aids: conhecida também por síndrome da imu-
manifestação viral nodeficiência adquirida, é provocada pelo vírus
§§ Quando o material genético for DNA. da imuno deficiência humana (HIV – família Re-
O DNA viral passa por uma transcrição, sinteti- troviridae) e apresenta subtipos 1 e 2. Pode ser
zando várias moléculas de RNA traduzidas em transmitida pelo contato com mucosas corporais,
uma proteína. É o caso dos vírus da varíola, da áreas feridas do corpo de um indivíduo portador,
hepatite e da herpes. esperma, secreção vaginal, leite materno ou san-
gue contaminado pelo vírus. A principal via de
§§ Quando o material genético for o RNA.
transmissão é o contato sexual (genital, anal ou
A ação viral pode ocorrer por duas vias, de acor-
oral). Mães gestantes também podem transmitir o
do com o vírus.
vírus ao feto, assim como pelo uso de objetos per-
Na primeira, os vírus de RNA sintetizam mais
RNA traduzidos em proteínas pelo maquinário furocortantes contaminados e que não estejam
da célula hospedeira, como os vírus da gripe, da devidamente esterelizados. Picadas de mosquito
poliomielite e da raiva. não são capazes de transmitir o vírus em questão.
Na segunda, o RNA é convertido em DNA por Como seu próprio nome indica, ele faz com que o sis-
meio de uma enzima denominada transcripta- tema imunológico (responsável pela defesa do orga-
se reversa. nismo) enfraqueça – uma vez que ataca os glóbulos
brancos, reduzindo sua quantidade. Assim, o portador
do vírus está sujeito a adoecer com mais facilidade,
Viroses inclusive por aquelas doenças que não fariam mui-
to mal a pessoas com boa imunidade. Se não trata-
Viroses humanas da, a pessoa fica cada vez mais debilitada podendo
morrer. Felizmente, os portadores do vírus têm maior
Principais viroses que acometem expectativa de vida. A terapia antirretroviral (ofereci-
da gratuitamente pelo SUS) é capaz de controlar a
os seres humanos
multiplicação do vírus e, consequentemente, reduzir
1. Gripe
2. Hepatite a destruição dos glóbulos brancos. Com isso, a Aids
3. Herpes deixou de ser encarada como uma moléstia fatal para
4. Poliomielite transformar-se em doença passível de controle.
5. Raiva Embora possa provocar efeitos colaterais, estas
6. Rubéola pessoas podem exercer suas atividades normal-
7. Sarampo mente, exceto em casos que se apresentem in-
8. Varíola capacitadas, e terão cuidados constantes para o
9. Catapora resto de sua vida, como:
10.Caxumba §§ uso dos fármacos prescritos;
11.Dengue §§ adoção da camisinha em todas as relações
12.Febre chikungunya sexuais (mesmo se tratando de parceiro tam-
13.Febre por zika vírus: pode ser assintomática, bém HIV positivo);
mas os sintomas podem ser febre, dores de cabe- §§ uso de curativos impermeáveis em todos os
ça, dores leves nas articulações, erupções cutâne- ferimentos que eventualmente ocorram;
as, conjuntivite, dentre outros. No geral, a evolu- §§ impossibilidade de doar sangue; e
ção da doença é benigna e casos graves são raros. §§ separação dos seus próprios objetos de uso
O zica vírus vem sendo relacionado a casos de pessoal, como toalha, alicate de unhas e es-
microcefalia, caracterizada pelo perímetro cefálico cova de dente; para evitar a contaminação de
menor que o normal para a idade e que gera qua- outras pessoas pelo vírus, e a manifestação de
dros de atraso mental, dentre outras complicações. infecções oportunistas no paciente.
38
Vírus HIV
O HIV (vírus da imunodeficiência adquirida) pertence a uma família de retrovírus de mamíferos. Diferente-
mente do herpes vírus, multiplica-se constantemente no hospedeiro, apesar de algumas células apresentarem vírus
em estado latente. Os seres humanos e outros primatas são os únicos hospedeiros naturais do vírus HIV.
Existem duas grandes famílias de vírus HIV: o HIV-1, que causa infecções em primatas não humanos, no caso os
símios, encontrados na África ocidental; e o HIV-2, que se subdivide em, pelo menos, cinco grandes subfamílias e causa
a infecção na população humana pelo mundo.
O HIV tem como alvo celular os linfócitos T-CD4, responsáveis pela proteção do organismo contra agentes
infecciosos que penetrem no indivíduo. Ele utiliza essas células e todo o maquinário celular para reproduzir-se,
causando a destruição do sistema imunológico do hospedeiro, o que o torna suscetível a qualquer infecção opor-
tunista, como uma simples gripe, podendo levá-lo à morte.
Todos os tratamentos são associados à supressão da replicação do vírus e à repleção das células CD4 periféricas.
Durante o período gestacional, o bebê está protegido da contaminação contra o HIV, por conta da placenta, mas, em seu
rompimento e momento do nascimento, o neonatal corre riscos de contaminação, devido ao contato com o sangue da mãe.
39
Imunização de DNA unida pelas extremidades (DNA circular), o material
genético encontra-se disperso no citoplasma.
Uma das alternativas para a prevenção de al- A célula bacteriana não possui núcleo verdadei-
gumas dessas doenças virais é a vacinação, proces- ro, uma vez que não apresenta a membrana que envol-
so de imunização ativa que consiste na inoculação ve o material genético (envoltório nuclear ou carioteca).
de antígenos mortos ou enfraquecidos que estimulam As cianobactérias são produtoras de seu próprio
a produção de anticorpos no organismo. Essa primeira alimento por meio do fenômeno da fotossíntese, segun-
produção de anticorpos – imunização primária – é do a equação:
lenta e pequena. O segundo encontro com o antígeno 6CO2 + 12H2O
luz
C6H12O6 + 6O2 + 6H20
clorofila
desencadeará a imunização secundária, que é rápi-
da e produz grande quantidade de anticorpos. Quando As cianobactérias do passado deram origem aos
o vírus tem uma taxa de mutação e reprodução muito cloroplastos das células eucarióticas (vegetais e algas).
alta, como é o caso da gripe, o processo é ineficaz, pois
o antígeno muda muito.
Caracterização geral das bactérias
Na maioria das espécies, a proteção da célula
é feita por uma camada extremamente resistente, a
parede celular, havendo imediatamente abaixo uma
membrana citoplasmática que delimita um único com-
partimento contendo DNA, RNA, proteínas e pequenas
moléculas, dividido por fissão binária.
A habilidade em dividir-se de maneira rápida
Gráfico que representa o processo de
vacinação e a quantidade de anticorpos
possibilita populações de bactérias a se adaptar às mu-
produzidos pelo organismo. danças de ambiente. Dois grupos de bactérias distante-
O processo de imunização passiva, conhecido mente relacionados são reconhecidos: as eubactérias,
por sorologia, consiste na inoculação de anticorpos que são os tipos comuns encontrados na água, solo e
prontos para inativarem os antígenos que estão para- organismos vivos maiores; e as arqueobactérias, que
sitando no organismo. são encontradas em ambientes realmente inóspitos,
como os pântanos, fontes termais, fundo do oceano,
salinas, vulcões, fonte ácidas etc.
40
As bactérias fotossintetizantes apresentam um
Bactéria
pigmento disperso no hialoplasma, conhecido como bac-
plasmídeo
terioclorofila, e apresentam um fotossistema simples.
cromossomo
bacteriano Nas quimiossintetizantes, ocorre uma reação quí-
mica específica, que libera energia formando ATP, utiliza-
do na formação de carboidratos, como a glicose.
As bactérias podem realizar respiração celular
aeróbia, respiração anaeróbica ou fermentação (alcóo-
Plasmídeo bacteriano lica ou láctica).
Parede
De acordo com a constituição da parede, as bac-
térias podem ser divididas em dois grandes grupos:
§§ Gram-negativas: apresentam-se de cor aver-
melhada quando coradas pelo método de Gram.
§§ Gram-positivas: apresentam-se de cor roxa
quando coradas pelo método de Gram.
Cápsula
Muitas bactérias apresentam externamente à
parede celular uma camada viscosa denominada cápsu-
la. São geralmente de natureza polissacarídica, e estão
relacionadas com a virulência da bactéria, uma vez que
a cápsula confere resistência à fagocitose.
41
Importância das bactérias
As bactérias, juntamente com os fungos, são os principais decompositores dos ecossistemas. Outro desta-
que é a participação essencial de bactérias na ciclagem do nitrogênio; as cianobactérias fazem esse papel, também,
nos ecossistemas aquáticos. Quanto à decomposição, pode-se destacar a possível competição estabelecida, há
milhões de anos, entre fungos e bactérias. É conhecido o fato de certos fungos desenvolverem substâncias que
impedem o crescimento de bactérias. Lembre-se que o primeiro antibiótico conhecido pelo homem foi a penicilina
extraída de um fungo do gênero Penicillium.
As bactérias são utilizadas, cada vez mais, em tecnologia destinada à humanidade. Há tempos, elas são
utilizadas em formação de antibióticos e vitaminas, na produção de laticínios e na produção de vinagre.
Bactérias patogênicas
A seguir, abordaremos as principais doenças causadas por bactérias ao ser humano.
42
Arqueas célula eucariótica. A célula, então, desprovida dessa pa-
rede, adquiriu a capacidade de mudar de forma, crescer
Elas têm capacidade de viver em ambientes ex- e envolver substâncias extracelulares através da invagi-
tremos e são divididas em: halófilas extremas, suportan-
nação da membrana plasmática, fenômeno conhecido
do grandes salinidades; termófilas extremas, vivendo em
por endocitose. Células procarióticas de cianobactérias,
temperaturas superiores a 100 °C. Algumas crescem em
por meio da fagocitose, são englobadas, originando os
ambientes ácidos com pH igual a zero, são as acidófilas.
cloroplastos. Aí está formada, ao longo do tempo, uma
As arqueas vivem tipicamente em ambientes
célula eucariótica autotrófica.
extremos (extremófilas), como fontes termais, fendas
A edição número 76 da revista Scientific Ameri-
vulcânicas, águas extremamente salgadas ou geladas,
entre outros. Muitas delas não possuem parede celu- can Brasil, de 2008, noticiou que pesquisadores da Har-
lar, no entanto, há aquelas nas quais tal estrutura está vard Medical School, nos Estados Unidos, conseguiram
presente e são constituídas por polissacarídeos ou pro- construir um modelo da célula primitiva que surgiu há,
teínas. Já nas bactérias, a parede está sempre presente, aproximadamente, 3,5 bilhões de anos e que deu início
sendo composta por peptidioglicanos. à jornada da vida na Terra. A partir dessa célula primiti-
va, surgiram os dois tipos fundamentais de células: um
Teoria da endossimbiose
Teoria da endossimbiose e origem das
As provas que confirmam a teoria endossimbió-
células eucariontes vegetal e animal tica da origem dos cloroplastos e mitocôndrias são:
A célula vegetal originou-se a partir de uma §§ presença do DNA circular, típico de bactérias;
célula pré-eucariótica heterótrofa. É possível que o §§ presença de ribossomos para a síntese de suas
primeiro passo tenha sido a perda da capacidade de proteínas;
produzir a parede celular, para ocorrer a evolução da §§ capacidade de autoduplicação.
43
Reino protoctista I: A profilaxia é feita pela ingestão de alimentos
bem lavados e/ou cozidos, pela higiene pessoal, pela
construção de fossas e redes de esgoto e pelo tratamen-
protozoários to das pessoas doentes.
44
Giardia lamblia
A giardíase é uma parasitose intestinal que tem como agente etiológico a Giardia lamblia. A giardíase se
manifesta por azia e náusea.
A contaminação ocorre quando os cistos maduros são ingeridos pelo indivíduo. Os cistos podem ser encon-
trados na água (mesmo que clorada), alimentos contaminados e, em alguns casos, a transmissão pode se dar por
meio de mãos contaminadas.
Para se evitar a giardíase, devem-se tomar as mesmas medidas profiláticas usadas contra a amebíase, uma
vez que há ingestão de cistos.
Leishmania
Esse protozoário é causador da Leishmaniose, sendo transmitido pela picada da fêmea do mosquito hema-
tófago Phlebotomus (mosquito-palha ou birigui). Entre as principais espécies de protozoários parasitas do gênero
Leishmania, destacamos a Leishmania braziliensis, a Leishmania donovani e a Leishmania tropica.
Ciliados
São protozoários que se locomovem por meio de cílios e apresentam reprodução por cissiparidade e con-
jugação. Um típico representante é o paramécio. Além dos vacúolos contrácteis, evidenciam os dois núcleos: o
macronúcleo, relacionado com a nutrição; e o micronúcleo, envolvido com a reprodução. O paramécio se reproduz
assexuadamente por bipartição e sexuadamente por conjugação. Nesse caso, acontece a fusão temporária de dois
indivíduos, entre os quais se formam pontes citoplasmáticas para trocas de partes dos micronúcleos. Após a troca e
a fusão de micronúcleos, os paramécios separam-se e dividem-se duas vezes, produzindo um total de oito indivíduos.
45
Esporozoários
Esses protozoários não possuem organelas de locomoção, portanto, são parasitas e apresentam repro-
dução sexuada por esporulação. Como exemplos, citamos os plasmódios e o toxoplasma. No Brasil, são causadores
da malária o Plasmodium vivax, Plasmodium falciparium e Plasmodium ovale. Os protozoários são transmitidos
pela picada da fêmea do Anopheles (mosquito-prego). O Toxoplasma gondii causa a toxoplasmose e é transmitido
pela urina de gatos, ratos e também pela ingestão de carne contaminada.
Esporozóitos
do plasmodium
1º Vetor
Hospedeiro Hospedeiro
humano humano
inicial seguinte
Infecção
hepática 2º Vetor
Infecção
sanguínea
Transmissão
no útero
Reprodução
Assexuada (divisão binária)
A partir de um indivíduo, ocorre a duplicação do núcleo e posterior divisão do citoplasma.
46
Sexuada (conjugação)
Ocorre uma troca de material genético que permite um aumento da variabilidade.
Encistamento
Em condições ambientais desfavoráveis, ocorre o encistamento.
47
Algas pardas (filo Phaeophyta)
São pluricelulares, possuem um pigmento marrom-amarelado: a fucoxantina ou xantofila (amarelo),
que junto com a clorofila (verde) dá a cor parda que as distingue dos outros filos. Além disso, quando exploradas,
são utilizadas diretamente como adubo, fonte de nutrientes e delas se extrai o iodo, o ágar-ágar.
O corpo é revestido por uma mucilagem chamada algina ou alginato. Essa mucilagem estabilizante é
extraída das algas pardas e utilizada na fabricação de sorvetes, caramelos e cosméticos.
Os protófitos
Os protófitos são seres clorofilados que realizam fotossíntese e apresentam nutrição autótrofa.
48
Euglenoides (filo Euglenophyta)
São unicelulares, não apresentam parede celular e se locomovem por flagelos. Vivem principalmente em água
doce e apresentam um vacúolo pulsátil, que, ao se contrair, expulsa o excesso de água, por osmose em relação ao meio.
Os seus cloroplastos realizam a fotossíntese, mas, na ausência da luz e na escassez de reservas nutritivas, os
euglenoides são capazes de ingerir partículas alimentares, que entram pela boca da célula (citóstoma), passam pela
citofaringe, sofrem digestão de vacúolos digestórios e os resíduos são eliminados pelo citopígeo, como em unicelu-
lares heterótrofos. Essa capacidade e a estrutura de suas células assemelha-se muito a alguns protozoários, o que
culminou com o estudo das euglenas também como protozoários flagelados. Têm uma região chamada estigma,
responsável pela percepção de luz. A reserva é um tipo de amido conhecido por paramilo.
Zigósporo
MEIOSE
Ciclo sexuado da
alga verde
Organismos jovens unicelular
haploides (n) Chlam ydomonas sp.
A reprodução sexuada é comum em quase todas as algas. Cada organismo pode se comportar como um gameta e, ao se fundirem, formam um zigoto.
Esse zigoto sofre meiose e forma quatro novos indivíduos haploides.
49
Importância das algas
O fitoplâncton é responsável por cerca de 90% do oxigênio atmosférico. Climaticamente, é importante
pela liberação na atmosfera de DMS (dimetil-sulfeto), substância que age como facilitador na formação de núcleos
de condensação e, portanto, de chuvas.
Poríferos e cnidários
Introdução ao estudo dos metazoários
Esses animais são seres multicelulares e heterótrofos, ou seja, obtêm a sua alimentação por ingestão. O
reino dos metazoários é dividido em dois sub-reinos: parazoários, que incluem as esponjas (poríferos), animais
que não apresentam organização em tecidos, e os eumetazoários, que incluem todos os demais grupos, pois suas
células se organizam em tecidos, órgãos e sistemas.
Chamamos os cnidários, por exemplo, de animais diblásticos, pois formam apenas dois folhetos germina-
tivos: endoderme e ectoderme. Já, a partir dos platelmintos, são chamados todos de triblásticos, pois observa-se
a presença de três folhetos embrionários ou germinativos: a ectoderme, a endoderme e a mesoderme. Nos animais
triblásticos pode-se formar uma cavidade corpórea, que é fundamental para acomodar órgãos e estruturas in-
ternas, para circulação de substâncias ao longo do corpo, para acolher resíduos celulares que serão eliminados do
corpo e pode, ainda, estar preenchida de líquido sob pressão, que funciona como estrutura de sustentação em um
esqueleto hidrostático. Chamam-se acelomados os animais sem cavidade corpórea; pseudocelomados os ani-
mais cuja cavidade corpórea é revestida pela mesoderme e pela endoderme; e, finalmente, celomados os animais
cuja cavidade é o celoma, ou seja, revestida unicamente por mesoderne.
Em um dos estágios no desenvolvimento embriológico chamado gástrula, que corresponde a uma forma
tridimensional (semelhante a uma pera) com uma cavidade chamada de arquêntero (intestino primitivo), o qual se
comunica com o meio, através de uma abertura chamada blastóporo, será formada a boca, nos seres protostô-
mios (a grande maioria), ou o ânus, nos deuterostômios (equinodermos e cordados).
50
A simetria corporal
A simetria bilateral corresponde a duas metades semelhantes; a direita e a esquerda .Na simetria radial, há
mais de um plano imaginário que divide o ser em metades semelhantes.
Poríferos (Espongiários)
A maioria desses animais é marinha, e não possuem tecidos verdadeiros, que favorece a grande capaci-
dade de regeneração.
ESPONJA
VIVA REORGANIZAÇÃO
CELULAR
CÉLULAS CAPAZES
DE ORIGINAR
NOVAS ESPONJAS
FORMAÇÃO DE
ESPONJA NOVAS ESPONJAS
DESAGREGADA
ESPÍCULAS
GEMULAÇÃO
REGENERAÇÃO
Esquema representativo da regeneração dos poríferos
Estrutura e fisiologia
As esponjas são animais filtradores. Possuem uma cavidade chamada de átrio ou espongiocele, além de coa-
nócitos, amebócitos e pinacócitos.
saída de água
ósculo
porócito
espículas
pinacócitos
poros
espículas
entrada
de água átrio
(espongiocela)
amebócito
colarinho coanócito
flagelo
51
Existem três tipos estruturais de esponjas – áscon, sícon e lêucon –, que apresentam gradual aumento
da superfície de contato dos coanócitos com a água, de modo que, as esponjas tipo lêucon estão mais adaptadas
a promover uma filtração mais eficiente da água e aproveitam melhor os nutrientes disponíveis.
Câmaras
flageladas
Átrio Átrio
Água Água
Reprodução
As esponjas podem se reproduzir de forma sexuada, quando ocorre a união de gametas masculino e feminino,
formando um zigoto que origina uma larva ciliada (anfiblástula), ou assexuada, que pode ocorrer por brotamento,
regeneração e através de gêmulas que aparecem mais em esponjas de água doce.
Sustentação do corpo
Os espongiários possuem um endoesqueleto. O esqueleto mineral é constituído por espículas calcárias e
silicosas ao esqueleto orgânico, apresenta-se formado por uma densa rede de fibras de espongina.
Cnidários (celenterados)
São organismos com simetria radial, predominantemente aquáticos marinhos, podem nadar livremente
(medusas) ou viver fixos (pólipos), no fundo do mar ou dos rios, sozinhos ou formando colônias.
52
Os cnidoblastos
Tanto os pólipos como as medusas são animais predadores, carnívoros que capturam suas presas descarre-
gando uma substância urticante, presente em células nos tentáculos: os cnidócitos ou cnidoblastos.
Fisiologia
Ainda não possuem sistema respiratório e circulatório definidos.
Reprodução
Brotamento
A reprodução dos celenterados pode ser assexuada e sexuada.
Metagênese
A alternância de gerações, em que uma fase se reproduz assexuadamente e a outra sexuadamente, é co-
nhecida como metagênese. A fase sexuada é representada pela forma medusoide.
Platelmintos
Surge a simetria bilateral e a triblastia
Os platelmintos são os primeiros animais nos quais ocorre a simetria bilateral; possuem corpo alongado e
dorso ventralmente achatado. Hábitos de vida são variados: nos de vida livre existem os parasitas que vivem às
custas de outros seres, explorando-os como ecto ou endoparasitas.
53
Fisiologia
§§ Nutrição – o sistema digestório é incompleto. A digestão ocorre nos meios extracelular e intracelular. Existem
espécies parasitas, totalmente desprovidas de sistema digestório.
§§ Respiração e trocas gasosas – as espécies de vida livre são aeróbias e as trocas são realizadas por sim-
ples difusão entre o epitélio permeável do animal e o meio. Os endoparasitas são anaeróbios.
§§ Excreção – célula-flama.
Células-flama
Poros excretores Canal
excretor
Canal
excretor
Tufo de
cílios
Citoplasma
Cordões nervosos Núcleo
longitudinais
Nervos
cordão nervoso
nervos
gânglio cerebral
ocelo
parte
fotossensível
células com
pigmento
54
Classificação dos platelmintos
§§ Classe Turbellaria (turbelários): seres de vida livre com epitélio ciliado.
Exemplo: planária.
§§ Classe Trematoda (trematódios): seres parasitas com epiderme não ciliada e uma ou mais ventosas.
Exemplo: Schistosoma.
§§ Classe Cestoda (cestódios): seres parasitas com corpo dividido em anéis ou proglotes.
Exemplos: Taenia solium e Taenia saginata.
§§ Cisticercose – é a enfermidade causada pela localização da larva no organismo do homem, que passa a
funcionar como hospedeiro intermediário. O homem se infesta ingerindo ovos existentes em água poluída,
hortaliças e frutos contaminados.
Nematelmintos
Os asquelmintos (nematelmintos):
o surgimento do tubo digestivo completo
Os nematelmintes são organismos vermiformes, ou seja, de corpo cilíndrico, mas não segmentado, com
típica simetria bilateral e extremidades afiladas. As principais parasitoses que infestam o homem são: ascaridíase,
ancilostomíase, oxiurose e elefantíase.
55
Fisiologia
§§ Digestão – sistema digestório completo com boca anterior e ânus posterior. A digestão é exclusiva-
mente extracelular.
§§ Excreção – célula H.
§§ Circulação e trocas gasosas – nas espécies de vida livre, a respiração é aeróbia, cutânea e ocorre por
difusão simples. Nos parasitas, ocorre a respiração anaeróbia.
§§ Coordenação nervosa – constituído por um anel nervoso anterior e uma série de cordões nervosos
longitudinais.
§§ Reprodução – os nematoides são, com raras exceções, animais dioicos, quase sempre com dimorfismo sexual.
Ascaridíase
É uma parasitose intestinal cujo agente etiológico é o Ascaris lumbricoides, vulgarmente conhecido como lombriga.
1. Ovos contendo larva L3 contaminam
2 água e/ou alimentos;
2. Ingestão dos alimentos contaminados
1 7 com os ovos larvados;
3. Passagem do ovo pelo estômago e
8 liberação da larva L3 no intestino
delgado;
6 4. Penetração das larvas na parede
intestinal;
5. Larvas carregadas pelo sistema porta
até os pulmões;
5 3 6. Larvas sofrem muda para L4, sendo
12 que posteriormente rompem os
capilares e caem nos alvéolos, sofrendo
nova muda (L5). Migração das larvas para
4 a faringe;
9 7. Expulsão das larvas pela expectoração
Fezes ou deglutinação das mesmas;
8. Larvas atingem novamente o duodeno
9 transformando-se em adultos. Fêmeas,
11 após a cópula, iniciam a ovoposição.
10 9. Eliminação dos ovos pelas fezes e
contaminação do ambiente;
Ovo infértil 10 a 12. Evolução dos ovos férteis até se
tornarem larvados, com L3.
Ovo fértil
Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides
Ancilostomose
Também conhecida por amarelão ou opilação, a ancilostomose é uma parasitose causada pelos vermes
Ancylostoma duodenale e Necator americanus.
A ancilostomose causa no homem intensa anemia, variando a gravidade com o grau de infestação. Por isso,
o indivíduo parasitado perde cor, tornando-se amarelado (daí o nome amarelão) e fraco. A redução de hemácias
afeta o transporte de oxigênio, afetando o coração e o cérebro, ocorrendo insuficiência cardíaca, sonolência, apatia
e confusão mental. A profilaxia envolve higiene, saneamento básico e uso de calçados.
56
Filaríase ou elefantíase
O causador da elefantíase é o verme Wuchereria bancrofti, os vermes adultos parasitam os gânglios e vasos
linfáticos. No Brasil, o principal transmissor é o mosquito Culex fatigans, vulgarmente conhecido como pernilongo.
A filariose provoca edemas que causam deformações, principalmente nos membros inferiores.
Enterobiose ou oxiurose
A enterobiose ou oxiuríase é uma doença intestinal causada pelo nematelminte Enterobius vermicularis,
verme pequeno e filiforme (formato de fio). O sintoma mais típico é o intenso prurido anal.
Larvas eclodem no
intestino delgado
3
1
D Ovos nas pregas perianais
Adultos no
Larvas nos ovos maturam lúmen do
em 4 a 6 horas. coco. 4
I Estágio de Infecção
prenhas migram para
5 a região perianal à noi-
D Estágio de Diagnóstico te, botando os ovos
O bicho-geográfico
Animais silvestres, como o cão e o gato, apresentam parasitas específicos, cujas larvas infestantes só
completam o ciclo quando penetram no hospedeiro próprio. No homem, migrando e realizando um trajeto
sinuoso no tecido subcutâneo. Os agentes etiológicos são o Ancylostoma caninum e o Ancylostoma braziliense.
57
U.T.I. - Sala
1. (Unifesp adaptado) Considerando os mecanismos de replicação do genoma viral, qual a principal
diferença entre o vírus da gripe e o vírus que causa a Aids?
2. Dentro da microscopia existe uma diferença evidente entre o tamanho de vírus e de bactérias. Qual
dos dois organismo tem sua ação bloqueada por uso de antibióticos? E em que estruturas esses
medicamentos podem agir?
4. (UFSJ adaptado) As esponjas (poríferos), organismos primitivos na escala evolutiva, são insensí-
veis ao toque. Já as anêmonas e os corais (cnidários) retraem-se quando os tocamos. A que você
atribui esta diferença comportamental nos dois grupos de animais? E qual é a célula de defesa
dos cnidários?
5. Digestão somente intracelular, ausência dos sistemas nervoso, excretor, circulatório, respiratório e
órgãos reprodutores e de locomoção também ausentes. São essas as características de qual grupo?
Dê um exemplo de animal desse grupo.
6. (Unicamp adaptado) A anemia falciforme é uma doença genética autossômica recessiva, caracte-
rizada pela presença de hemácias em forma de foice e deficiência no transporte de gases. O alelo
responsável por essa condição é o HbS, que codifica a forma S da globina. Sabe-se que os indivíduos
heterozigotos para a HbS não têm os sintomas da anemia falciforme e apresentam uma chance
76% maior de sobreviver à malária do que os indivíduos homozigotos para o alelo normal da glo-
bina (alelo HbA). Algumas regiões da África apresentam alta prevalência de malária e acredita-se
que essa condição tenha influenciado a frequência do alelo HbS nessas áreas. O que ocorre com a
frequência do alelo HbS nas áreas com alta incidência de malária? Por quê?
58
U.T.I. - E.O. 6. (Unesp adaptado) Uma determinada molés-
tia que pode causar lesões nas mucosas, pele
e cartilagens é transmitida por um artrópode
e causada por um protozoário flagelado. Qual
1. (Unesp adaptado) A doença de Chagas atinge
é o nome da doença, do artrópode transmis-
milhões de brasileiros, podendo apresentar,
sor e do agente causador?
como sintomas, problemas no miocárdio, que
levam à insuficiência cardíaca. Por que, na
7. (Esal-MG) Em relação à malária, mencione a
doença de Chagas, ocorre comprometimento
forma infectante do parasita e o gênero do
da função cardíaca? Identifique o grupo ao transmissor.
qual pertence o causador da doença, assim
como os filos do vetor e do hospedeiro.
8. (PUC-SP) Na espécie humana, ocorrem vá-
rias doenças, cujos microrganismos causa-
2. (Unifesp) Cientistas criaram em laboratório dores estão presentes no sangue de pessoas
um bacteriófago (fago) composto que possui infectadas, podendo inclusive ser transmiti-
a cápsula proteica de um fago T2 e o DNA de dos através de transfusões ou por seringas
um fago T4. Após esse bacteriófago compos- usadas.
to infectar uma bactéria, os fagos produzi- a) Cite duas dessas doenças que sejam causadas
dos terão: por protozoários, indicando para cada uma o
a) a cápsula proteica de qual dos fagos? E o nome do parasita responsável.
DNA, será de qual deles? b) Escolha uma das doenças por você citadas e
b) Justifique sua resposta. indique dois métodos para sua profilaxia.
59
personagem: “ele está assim; ele não é as-
sim”. Quais são os vermes causadores dos
sintomas apresentados pelo personagem
em questão?
60
0 1 Biologia 3
U.T.I.
C N
BIOLOGIA
Composição química celular
A análise do conteúdo celular revela a existência de componentes minerais e orgânicos.
Água
§§ Solvente universal
§§ Termorregulação
§§ Transporte de células e de substâncias
§§ Eliminação de excretas celulares
§§ Função lubrificante
A quantidade de água varia de acordo com a taxa metabólica. Quanto maior a atividade química (metabo-
lismo) de um órgão, maior o teor hídrico.
A taxa de água, em geral, decresce com a idade e, finalmente, com a espécie. Por exemplo, na espécie hu-
mana há 64% de água, nas medusas 98% e nos esporos e sementes vegetais, 15%.
Devido à tensão superficial, alguns insetos são capazes de pousar sobre a água e não afundar-se.
63
Sais minerais
Nos líquidos intra e extracelular, encontramos grande variedade de sais minerais dissociados em cátions e
ânions.
Carboidratos
Entre os compostos orgânicos, aparecem os polímeros, moléculas gigantes (macromoléculas) formadas por
uma cadeia de moléculas chamadas de monômeros.
Podemos citar os seguintes polímeros: proteínas, ácidos nucleicos e polissacarídeos, cujos monômeros são,
respectivamente, aminoácidos, nucleotídeos e monossacarídeos.
Polissacarídeos (glicídios)
Os glicídios são também conhecidos como açúcares, sacarídeos, carboidratos ou hidratos de carbono. São
moléculas compostas principalmente de carbono, hidrogênio e oxigênio. Apresentam fórmula geral CnH2nOn. São
monossacarídeos importantes: glicose, frutose, galactose, ribose e desoxirribose. A junção de dois monossacarídeos
dá origem a um dissacarídeo. Quando temos muitos monossacarídeos ligados, ocorre a formação de um polissaca-
rídeo, tal como amido, glicogênio, celulose, quitina etc.
Os glicídios são a fonte primária de energia para as atividades celulares e possuem também funções estruturais.
PRINCIPAIS MONOSSACARÍDEOS
Carboidrato Papel biológico
Ribose (5C) Uma das matérias-primas necessárias à produção de ácido ribonucleico.
64
PRINCIPAIS DISSACARÍDEOS
Carboidrato Unidades Fontes Papel biológico
Sacarose glicose + frutose Cana-de-açúcar e beterraba Papel energético
Lactose glicose + galactose Leite Papel energético
Maltose glicose + glicose Vegetais Papel energético
PRINCIPAIS POLISSACARÍDEOS
Carboidrato Unidades Fontes Papel biológico
Amido (n) moléculas de glicose raízes e caules reserva energética vegetal
Celulose (n) moléculas de glicose parede de células vegetais sustentação
Glicogênio (n) moléculas de glicose fígado e músculos reserva energética animal
No corpo, o fígado e o músculo são responsáveis por armazenar glicogênio e o sangue, pela glicose.
Lipídios
Compreendem um grupo muito heterogêneo, cuja característica comum é a insolubilidade em água e a
solubilidade em solventes orgânicos.
§§ Glicerídeos (ácido graxo mais glicerol) – compostos pelos óleos e as gorduras. A principal diferença entre os
óleos e as gorduras é que os óleos são de origem vegetal e a gordura, de origem animal.
§§ Cerídeos (ácido graxo mais glicerol de cadeias longas) – os principais representantes são as ceras. Exemplos:
cera do ouvido, maçã (proteção contra desidratação) e outros.
§§ Fosfolípideos (ácido graxo, glicerol e fosfato) – principais componentes da membrana plasmática. Possuem
uma parte hidrofílica (contato com o meio aquoso) e hidrofóbico (contato com o meio não aquoso).
§§ Esteroides – são os lipídeos que formam os hormônios sexuais (testosterona, progesterona, estradiol). Outro
componente desse grupo é o colesterol. O colesterol pode ser classificado quanto ao tipo de lipoproteína
que o transporta.
§§ LDL (lipoproteína de baixa densidade) – leva o colesterol até o sangue (colesterol “ruim”).
§§ HDL (lipoproteína de alta densidade) – tira o colesterol do sangue (colesterol “bom”).
O acúmulo de LDL está vinculado com infarto do miocárdio, pois o aumento de colesterol no sangue pode
ocasionar o entupimento de artérias que nutrem o coração. Dessa forma, não chega um aporte de oxigênio e nu-
trientes para as células cardíacas e essas entram em falência, o que caracteriza o infarto.
65
Vitaminas (adultos). Encontrada no levedo, óleo de fígado de
bacalhau, gema de ovo, manteiga.
66
Proteínas
As proteínas são polímeros, nos quais os monômeros são moléculas de aminoácidos.
A ligação química entre dois AA chama-se ligação peptídica, e acontece sempre entre o C do radical
ácido de um AA e o N do radical amina do outro AA. Veja a figura a seguir:
Os aminoácidos podem ser classificados em essenciais, quando não são produzidos pelo organismo e,
portanto, devem estar presentes em sua dieta; e naturais, quando podem ser produzidos pelo organismo.
Apesar de existirem somente 20 AA, o número de proteínas possível é praticamente infinito. As proteínas
diferem entre si devido à quantidade de aminoácidos na molécula, aos tipos presentes e a sua sequência na
molécula. Duas proteínas podem ter os mesmos AA nas mesmas quantidades, porém, se a sequência dos AA for
diferente, as proteínas serão diferentes.
Estrutura proteica
A sequência dos AA na cadeia polipeptídica é o que chamamos de estrutura primária da proteína.
A projeção espacial da ligação peptídica é chamada de estrutura secundária.
Em muitas proteínas, a própria hélice (estrutura secundária) sofre dobramento sobre si mesma, adquirindo
forma globosa chamada de estrutura terciária.
67
Desnaturação proteica
Vários fatores, tais como temperatura, grau de acidez (pH), concentração de sais e outros podem alterar a
estrutura espacial de uma proteína, sem alterar a sua estrutura primária. Mas a principal consequência é a perda
do papel biológico. Esse fenômeno é chamado de desnaturação.
Cinética enzimática
A temperatura, o pH e a concentração do substrato são fatores importantes na determinação da velocidade
da atividade enzimática.
Hormônios
São substâncias químicas que desempenham a função de mensageiras e apresentam diferentes naturezas químicas.
68
Relações de Chargaff
A = T e C = G ou A/T = 1 e C/G = 1
Estrutura
“O corrimão da escada” é constituído por grupos fosfato ligados a desoxirriboses em uma ligação fosfodi-
éster. Cada degrau é formado por uma base púrica (A ou G) ligado a uma base pirimídica (C ou T). Em cada degrau,
Existem vírus que apresentam DNA formado por uma cadeia única de nucleotídeos. Evidentemente que,
neste caso, não ocorre a relação de Chargaff, pois as quantidades de A e T, bem como de C e G são diferentes.
Evidencia uma cor púrpura e indica os cromossomos no núcleo. Pequena quantidade de DNA também é
Funções
O DNA é o material genético propriamente e possui duas propriedades fundamentais: replicação e transcrição.
Replicação (duplicação)
Ao final, há a produção de duas novas moléculas – filhas, cada uma das quais com uma cadeia nova recém-
-sintetizada e uma outra, que pertencia à molécula-mãe. Por esse motivo, a replicação é chamada de semiconser-
vativa, dado que cada molécula-filha conserva na sua estrutura uma das metades da molécula-mãe.
69
Modelo da Duplicação semiconservativa
Transcrição
Na transcrição, o DNA cromossômico sintetiza o RNA nuclear, para o qual transcreve a sequência de nu-
cleotídeos representada pela mensagem genética. Saindo do núcleo, o RNA leva a mensagem genética para os
ribossomos.
70
Código genético e síntese proteica
As características dos organismos
Todos os seres vivos existentes na Terra apresentam duas propriedades típicas: autopreservação e au-
torreprodução.
71
Código genético
No caso do código genético, existem quatro símbolos, representados pelos quatro tipos de nucleotídeos,
abreviados pela letra inicial: A, C, G e U.
Mutação
Conceito
A mutação gênica é uma mudança na estrutura do gene. Consiste numa alteração na sequência de bases
do DNA ocorrida por um erro no processo de replicação. A mutação pode alterar o código genético e, consequen-
temente, uma característica do organismo.
72
Tipos de mutação
§§ Substituição – consiste na substituição de uma base por outra, transição, que é a substituição de purina
por purina (A por G ou G por A) ou pirimidina por pirimidina (C por T ou T por C); e transversão, que é a
troca de purina por pirimidina ou vice-versa.
§§ Deleção ou deficiência – é a perda de bases.
§§ Inserção – é a colocação de um ou mais nucleotídeos.
Introdução à citologia
Teoria celular
§§ Todos os organismos vivos são formados por células.
§§ Todas as reações metabólicas de um organismo ocorrem em nível celular.
§§ As células originam-se unicamente de células preexistentes.
§§ As células são portadoras de material genético.
Teoria mista
É possível que as organelas que não contêm DNA, como o retículo endoplasmático e o aparelho de Golgi,
tenham se formado a partir de invaginações da membrana celular, enquanto as organelas com DNA (mitocôndrias,
cloroplastos) apareceram por simbiose entre procariontes.
73
Organização celular de seres procariontes e eucariontes
COMPARAÇÃO ENTRE PROCARIONTES E EUCARIONTES
Procariontes Eucariontes
Organismo Bactéria e cianobactéria Protoctistas, fungos, plantas e animais
Tamanho
Geralmente de 1 a 10 micrômetros Geralmente de 5 a 100 micrômetros
da célula
Metabolismo Aeróbico ou anaeróbico Aeróbico e anaeróbico
Núcleo, mitocôndrias, cloroplastos, retículo
Organelas Ribossomos endoplasmático, complexo de Golgi,
lisossomos, ribossomos, centríolos
Longas moléculas de DNA contendo muitas regiões não
DNA DNA circular no hialoplasma
codificantes: envolvidas por uma membrana nuclear
Sintetizados no mesmo com- RNA sintetizado e processado no núcleo,
RNA e proteína
partimento: hialoplasma proteínas sintetizadas no citoplasma
Ausência de citoesqueleto, fluxo citoplasmá- Citoesqueleto composto de filamentos de proteínas, fluxo
Citoplasma
tico, ausência de endocitose e exocitose citoplasmático, presença de endocitose e exocitose
Cromossomos se separam pela ação
Divisão celular Cromossomos se separam ligados ao mesossomo
do fuso do citoesqueleto
Organização Maioria multicelular, com diferencia-
Maioria unicelular
celular ção de muitos tipos celulares
Tempo de
Cerca de 3 bilhões de anos Cerca de 1 bilhão de anos
existência
A organização da célula
A membrana plasmática
A membrana plasmática “seleciona” as substâncias que entram na célula e dela saem, de acordo com suas
necessidades. Diz-se, portanto, que ela possui permeabilidade seletiva.
O núcleo
Situado, geralmente, na parte central da célula, o núcleo apresenta uma membrana, a carioteca, que en-
volve o carioplasma, líquido (cariolinfa ou nucleoplasma) no qual estão imersos o nucléolo e os cromossomos,
onde encontram-se os genes, elementos responsáveis pela coordenação das diversas atividades celulares, consti-
tuídos por DNA.
A célula procariótica
Possui estrutura celular muito simples. Está presente a membrana plasmática e o material genético (cromatina)
aparece disperso no hialoplasma, onde a única organela presente é o ribossomo.
74
A célula eucariótica
Possui estrutura celular mais complexa, apresentando membrana plasmática, o citoplasma e o núcleo envolvido pela
carioteca. No citoplasma estão presentes um complexo sistema membranoso, organelas membranosas e granulares, além de
estruturas proteicas microtubulares e microfilamentosas, que conferem forma à célula.
Membrana plasmática
Consiste de uma dupla camada contínua (uma bicamada) de moléculas de lipídios, na qual as proteínas
estão embebidas.
Existem três classes principais de moléculas lipídicas da membrana: fosfolipídios, esteróis e glicolipídios.
As proteínas de membrana são responsáveis pela maioria das funções, tal como o transporte de peque-
nas moléculas hidrossolúveis pela bicamada lipídica.
Conclui-se, portanto, que a membrana é relativamente fluida, pois as moléculas de proteínas apresentam
certa liberdade de movimentação. Por isso, o modelo de Singer e Nicholson é denominado mosaico fluido.
Especializações da membrana
§§ Microvilosidades
§§ Invaginações de base
§§ Especializações de contato
§§ Desmossomos
§§ Interdigitações
§§ Junções estreitas ou oclusivas
§§ Junções comunicantes ou nexos
§§ Glicocálix e reconhecimento intercelular
Parede celular
A parede celular é uma estrutura rígida. Por isso, as células que a possuem têm menos possibilidade de
modificar sua forma.
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Transporte ativo (com gasto de energia)
§§ Bomba de sódio e potássio
Substância
em solução
A B
Membrana
Substância Plasmática
em solução
ATP ADP
Funcionamento da bomba Na+ / K+ ATPase.
Citoplasma
Organelas citoplasmáticas
Ribossomos
São as organelas que sintetizam as proteínas. O ribossomo consiste em RNA ribossômico e nucleoproteínas
estruturais.
Retículo endoplasmático
É uma rede de estruturas tubulares e vesiculares achatadas, sendo que os túbulos e as vesículas são inter-
conectados uns aos outros.
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Complexo de Golgi
Formado por quatro ou mais camadas empilhadas de delgadas vesículas achatadas.
§§ Tipos de lisossomo:
1. Lisossomo primário;
2. Lisossomo secundário;
3. Corpúsculo residual;
4. Vacúolo autofágico.
Autofagia – quando os lisossomos digerem uma partícula pertencente à própria célula.
Heterofagia – quando a partícula digerida pelos lisossomos é proveniente do meio extracelular.
Peroxissomos
Contêm oxidases e não hidrolases. Enzimas que degradam gorduras e aminoácidos têm também grande
quantidade da enzima catalase, que converte o peróxido de hidrogênio (água oxigenada) em água e gás oxigênio.
Mitocôndrias
São formadas por duas bicamadas lipídicas: uma membrana externa e uma membrana interna.
As mitocôndrias produzem moléculas de ATP.
77
Plastos e interna, separadas pelo espaço perinuclear e providas
de uma série de poros. Os poros do envoltório intervêm na
São orgânulos citoplasmáticos encontrados nas regulação das trocas entre o núcleo e o citoplasma.
células de plantas e de algas.
Centríolos
O nucléolo
Nucléolos são corpúsculos intranucleares ricos em
São estruturas citoplasmáticas que estão pre- RNA ribossômico. A função do nucléolo é a produção dos
sentes na maioria dos organismos eucariontes, não ribossomos.
ocorrendo nos vegetais superiores, fungos complexos e
nematoides.
A cromatina
Função dos centríolos
No núcleo interfásico, os filamentos de DNA (cro-
§§ Orientar a divisão celular monemas) estão representados por um amontoado de
§§ Originar cílios e flagelos grânulos e filamentos dificilmente observados ao mi-
croscópio óptico. As porções enroladas são chamadas
de condensadas, e as distendidas, descondensadas. Os
Citoesqueleto cromonemas são constituídos por DNA e proteínas bási-
cas, chamadas de histonas.
O citoplasma de uma célula eucariótica é susten-
A eucromatina aparece descondensada na
tado e organizado por um citoesqueleto de filamentos
intérfase, sendo geneticamente ativa, ou seja, capaz
intermediários, microtúbulos e filamentos de actina.
de produzir o RNA-mensageiro. A heterocromatina
apresenta-se condensada, sendo chamada de inativa
por não produzir o RNA-mensageiro.
Núcleo
A estrutura cromossômica
A intérfase é o período que separa duas divi-
sões e caracteriza-se por intensa atividade celular. Cada cromossomo é constituído por uma única
Carioplasma molécula de DNA associada a proteínas.
Heterocromatina Carioteca
(envoltório
nuclear)
A forma do cromossomo
Poro
1. Telocêntrico
2. Acrocêntrico
3. Submetacêntrico
4. Metacêntrico
Eucromatina Nucléolo 1 2 3 4
Composição do núcleo celular durante a intérfase
1. Telocêntrico
2. Acrocêntrico
Tipos de cromossomo
e o nucleoplasma 1 2 3
78
A duplicação dos cromossomos
A duplicação cromossômica é feita longitudinalmente e acontece no período S.
A intérfase
Na intérfase, distinguimos três fases designadas por: G1, S e G2.
A fase G1 (do inglês gap, intervalo) é caracterizada por dois processos: crescimento e diferenciação. Nesta fase,
acontece a síntese de proteínas, processo que depende da atividade dos genes.
Em S (S de síntese), há a síntese de DNA, permitindo a replicação da molécula e a consequente duplicação
dos filamentos de cromatina. Nesta fase, cada filamento ou molécula de DNA aparece constituído por duas cromá-
tides unidas pelo centrômero.
Durante a G2, em menor escala, a célula novamente cresce e sintetiza proteínas necessárias para a divisão
celular, como os microtúbulos que formarão o fuso mitótico. A seguir, a célula entra em M, etapa que corresponde
à divisão celular, ou mitose.
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Variação da quantidade de DNA no ciclo celular
Prófaseaté
Prófase e metáfase
anáfase
Anáfase
Telófase e citocinese
Quantidade de DNA
Telófase
G1 S G2 Tempo
Na variação da quantidade de material genético no ciclo celular, note como, na mitose, a quantidade de DNA se mantém ao final da divisão.
80
U.T.I. - Sala
1. O esquema abaixo representa uma célula animal.
2. (Unifesp adaptado) Acidentes cardiovasculares estão entre as doenças que mais causam mortes no
mundo. Há uma intricada relação de fatores, incluindo os hereditários e os ambientais, que se con-
jugam como fatores de riscos. Considerando os estudos epidemiológicos até agora desenvolvidos,
altas taxas de colesterol no sangue aumentam o risco de infarto do miocárdio.
a) Em que consiste o “infarto do miocárdio” e qual a relação entre altas taxas de colesterol e esse tipo
de acidente cardiovascular? Qual tipo de colesterol está envolvido e por quê?
b) Considerando a relação entre os gases O2 e CO2 e o processo de liberação de energia em nível celular,
explique o que ocorre nas células do miocárdio em uma situação de infarto.
3. (Unifesp adaptado) No ano de 2009, o mundo foi alvo da pandemia provocada pelo vírus influenza
A (H1N1), causando perdas econômicas, sociais e de vidas. O referido vírus possui, além de seus
receptores proteicos, uma bicamada lipídica e um genoma constituído de 8 genes de RNA. Consi-
derando:
1. a sequência inicial de RNA mensageiro referente a um dos genes deste vírus:
5’ AAAUGCGUUACGAAUGGUAUGCCUACUGAAU 3’
2. a tabela com os códons representativos do código genético universal:
Qual será a sequência de aminoácidos que resultará da tradução da sequência inicial de RNA men-
sageiro, referente a um dos genes deste vírus indicada em 1?
81
4. (Unifesp) O esquema representa parte da membrana plasmática de uma célula eucariótica.
a) A que correspondem X e Y?
b) Explique, usando o modelo do “mosaico fluido” para a membrana plasmática, como se dá a secreção
de produtos do meio intracelular para o meio extracelular.
5. (Fuvest) No desenho abaixo, estão representados dois cromossomos de uma célula que resultou da
1ª divisão da meiose de um indivíduo heterozigótico AaBb.
6. (UFPR adaptado) Abaixo, pode-se observar a representação esquemática de uma membrana plas-
mática celular e de um gradiente de concentração de uma pequena molécula “X” ao longo dessa
membrana.
Descreva o transporte por difusão simples e facilitada, relacione gasto energético e gradiente de
concentração.
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U.T.I. - E.O. Códon do RNAm
ACC
Aminoácido
treonina
AGU serina
1. (Unifesp adaptado) Recomenda-se frequen-
AUG metionina
temente aos vestibulandos que, antes do exa-
me, prefiram alimentos ricos em carboidra- CCU prolina
tos (glicídios) em vez de gorduras (lípidios), CUG leucina
pois estas são digeridas mais lentamente. GAC ácido aspártico
Além da função energética, os carboidratos
exercem também funções estruturais, parti- GGC glicina
cipando, por exemplo, dos sistemas de sus- UCA serina
tentação do corpo de animais e vegetais. UGG triptofano
Cite duas estruturas, uma no corpo de um ani-
mal e outra no corpo de um vegetal, em que se a) Escreva a sequência de bases nitrogenadas
verifica a função estrutural dos carboidratos. do RNA mensageiro, transcrito a partir desse
segmento de DNA.
2. (Ufscar) Há exatamente dez anos, em 13 de b) Utilizando a tabela de código genético for-
abril de 1998, nasceu Bonnie, cria de um necida, indique a sequência dos três amino-
carneiro montanhês e da ovelha Dolly, o pri-
ácidos seguintes à metionina, no polipeptí-
meiro animal clonado a partir de uma célula
dio codificado por esse gene.
adulta de outro indivíduo. O nascimento de
Bonnie foi celebrado pelos desenvolvedores c) Qual seria a sequência dos três primeiros
da técnica de clonagem animal como uma aminoácidos de um polipeptídio codificado
“prova” de que Dolly era um animal saudá- por um alelo mutante desse gene, originado
vel, fértil e capaz de ter crias saudáveis. pela perda do sexto par de nucleotídeos (ou
(Folha Online, 13.04.2008.) seja, a deleção do par de bases T = A)?
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8. (Unesp) Um estudante colocou dois pedaços ciência, esse modelo foi proposto a partir
recém-cortados de um tecido vegetal em dois de conhecimentos prévios. Um importante
recipientes, I e II, contendo solução salina. marco nessa construção foi o experimento
Depois de algumas horas, verificou que no descrito a seguir. Hemácias humanas, que
recipiente I as células do tecido vegetal es- só possuem membrana plasmática (não há
tavam plasmolisadas. No recipiente II, as cé- membranas internas) foram lisadas (rom-
lulas mantiveram o tamanho normal. Qual a pidas) em solução de detergente, e os li-
conclusão do estudante quanto:
pídios foram cuidadosamente dispersos
a) a concentração das soluções salinas nos re-
na superfície da água. Foi então medida a
cipientes I e II, em relação ao suco celular
desse tecido? área ocupada por esses lipídios na superfí-
b) O que significa dizer que em I as células es- cie da água e ficou constatado que ela cor-
tavam plasmolisadas? respondia ao dobro do valor da superfície
das hemácias.
9. (UFPR) O atual modelo de estrutura da a) Que conclusão foi possível depreender des-
membrana plasmática celular é conheci- se experimento, com relação à estrutura das
do por modelo do mosaico fluido, propos- membranas celulares?
to em 1972 pelos pesquisadores Singer e b) Baseado em que informação foi possível che-
Nicholson. Como todo conhecimento em gar a essa conclusão?
Analisando a figura e a partir de seus conhecimentos quais são as diferenças de uma célula animal
e uma célula vegetal?
12. (UFMG adaptado) Segundo estudo feito na Etiópia, crianças que comiam alimentos preparados em
panelas de ferro apresentaram uma redução da taxa de anemia de 55% para 13%. Como pode ser
explicada essa redução?
15. (PUC-PR adaptado) Analise as afirmações sobre avitaminoses ou doenças de carência, que são for-
mas de estados mórbidos, ou seja, são doenças causadas pela falta ou carência de uma ou mais vita-
minas no organismo:
I. O escorbuto é uma doença que se instala pela falta de __________.
II. O raquitismo é uma doença que surge pela falta de ____________.
III. A xeroftalmia, que pode levar à cegueira, é consequência da falta de __________.
IV. O beribéri é causado pela falta de ____________.
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16. (UFRN adaptado) Embora seja visto como um vilão, o colesterol é muito importante para o orga-
nismo humano. Dê exemplos dessa afirmação.
17. (Uerj) O gráfico a seguir demonstra a distribuição citoplasmática do número de ribossomos iso-
lados e polirribossomos, em comparação com o número de cadeias polipeptídicas em formação
durante um certo período de tempo.
a) Defina a relação existente entre os ribossomas isolados e a formação das cadeias polipeptídicas. Justi-
fique sua resposta.
b) Descreva a estrutura das cadeias polipeptídicas e a dos polirribossomos.
19. (UFRJ) A célula possui diversas organelas com funções próprias e que, muitas vezes, estão relacio-
nadas entre si. Dos processos como digestão intracelular, difusão e transporte ativo, em qual deles
a mitocôndria tem participação imprescindível? Explique.
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