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Curso Enem

2017
Semana 8
03 ——— 07
abril

Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a


cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por
escrito. Todos os direitos reservados.
Bio. Semana 8

Rubens Oda
Alexandre Bandeira
(Rebeca Khouri)

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CRONOGRAMA
03/04 Origem da vida Evidências da
evolução e teorias
evolutivas

08:00
21:00 11:00

05/04 Evidências da
evolução e teorias
evolutivas

21:00

10/04 Evidências da Especiação


evolução e teorias
evolutivas - cont

08:00
21:00 11:00

12/04 Especiação

21:00

17/04 Exercícios Água e sais


Evolução minerais

08:00
21:00 11:00

19/04 Água e sais


minerais

21:00
24/04 Glicídios e lipídios Proteínas


08:00
21:00 11:00

26/04 Proteínas

21:00
03
abr
Origem da
vida
01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
As principais teorias para explicar a origem da vida microorganismos caiam no caldo.
são a abiogênese e a biogênese.
→ Hipótese de Oparin: As condições atmosféricas
De acordo com a abiogênese (ou geração espontâ- da Terra era diferentes das atuais, e com as descar-
nea), os organismos vivos surgiam a partir da ma- gas elétricas, formaram-se moléculas, como os ami-
téria bruta. Porém, com o avanço científico e surgi- noácidos. Estes se ligariam formando proteínas e a
mento de novas tecnologias, pode-se realizar novos partir disso, surgiria o primeiro ser vivo. Este ser vivo
experimentos, como veremos a seguir, que fornece- seria unicelular, procarionte, anaeróbico e hetero-
ram evidências de que seres vivos só surgem pela trófico, por isso esta hipótese também é chamada
reprodução de seres de sua própria espécie, ou seja, de hipótese heterotrófica da origem da vida.
pela biogênese.
→ Experimento de Miller e Urey: Estes experimen-
→ Experimento de Redi: Ele colocou um pedaço tos foram feitos para corroborar a hipótese de Opa-
de carne dentro de dois potes, um aberto e um fe- rin, onde Miller criou um ambiente com gases se-
chado; observou que no pote fechado não nasciam melhantes à Terra primitiva, e a partir de descargas
moscas. elétricas, conseguiu formar aminoácidos.

→ Experimento de Pasteur: Este é o famoso expe- Existe também a teoria da panspermia, que diz que

Bio. 6
rimento do pescoço de cisne, onde Pasteur colocou a vida se originou fora da Terra, e microorganismos
um caldo nutritivo fervido (mata os microorganis- foram trazidos por meteoros.
mos) dentro de um frasco contorcido (impede que

EXERCÍCIO DE AULA
1.
Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas como
iscas para pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que essas larvas sur-
gem espontaneamente do arroz cozido, tal como preconizado pela teoria da ge-
ração espontânea.

Essa teoria começou a ser refutada pelos cientistas ainda no século XVII, a partir
dos estudos de Redi e Pasteur, que mostraram experimentalmente que

a) seres vivos podem ser criados em laboratório.


b) a vida se originou no planeta a partir de microrganismos.
c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo pré-existente.
d) seres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados.
e) vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos cadáveres e
nos caldos nutritivos, respectivamente.
2.
O gráfico abaixo representa a evolução da quantidade de oxigênio na atmos-
fera no curso dos tempos geológicos. O número 100 sugere a quantidade atual
de oxigênio na atmosfera, e os demais valores indicam diferentes porcentagens
dessa quantidade.

Bio. 7
De acordo com o gráfico é correto afirmar que

a) as primeiras formas de vida surgiram na ausência de O2.


b) a atmosfera primitiva apresentava 1% de teor de oxigênio.
c) após o início da fotossíntese, o teor de oxigênio na atmosfera mantém-se es-
tável.
d) desde o Pré-cambriano, a atmosfera mantém os mesmos níveis de teor de
oxigênio.
e) na escala evolutiva da vida, quando surgiram os anfíbios, o teor de oxigênio
atmosférico já se havia estabilizado.

3.
Nas recentes expedições espaciais que chegaram ao solo de Marte, e através
dos sinais fornecidos por diferentes sondas e formas de análise, vem sendo in-
vestigada a possibilidade da existência de água naquele planeta. A motivação
principal dessas investigações, que ocupam frequentemente o noticiário sobre
Marte, deve-se ao fato de que a presença de água indicaria, naquele planeta,

a) a existência de um solo rico em nutrientes e com potencial para a agricultura.


b) a existência de ventos, com possibilidade de erosão e formação de canais.
c) a possibilidade de existir ou ter existido alguma forma de vida semelhante à
da Terra.
d) a possibilidade de extração de água visando ao seu aproveitamento futuro na
Terra.
e) a viabilidade, em futuro próximo, do estabelecimento de colônias humanas
em Marte.
4.
Sobre a origem e a evolução dos primeiros seres vivos é CORRETO afirmar que:

a) a atmosfera da Terra primitiva era composta principalmente de metano, oxi-


gênio e vapor d’água.
b) os primeiros organismos eram autotróficos.
c) os primeiros organismos a conquistar o ambiente terrestre foram os répteis.
d) os primeiros invertebrados viviam exclusivamente no mar.

5.
Charles Darwin, além de postular que os organismos vivos evoluíam pela ação
da seleção natural, também considerou a possibilidade de as primeiras formas
de vida terem surgido em algum lago tépido do nosso Planeta. Entretanto, exis-
tem outras teorias que tentam explicar como e onde a vida surgiu. Uma delas, a
panspermia, sustenta que:

a) As primeiras formas de vida podem ter surgido nas regiões mais inóspitas da
Terra, como as fontes hidrotermais do fundo dos oceanos.
b) Compostos orgânicos simples, como os aminoácidos, podem ter sido produ-
zidos de maneira abiótica em vários pontos do planeta Terra.
c) Bactérias ancestrais podem ter surgido por toda a Terra, em função dos requi-
sitos mínimos necessários para a sua formação e subsistência.
d) A capacidade de replicação das primeiras moléculas orgânicas foi o que per-

Bio. 8
mitiu que elas se difundissem pelos oceanos primitivos da Terra.
e) A vida se originou fora do Planeta Terra, tendo sido trazida por meteoritos, co-
metas ou então pela poeira espacial.

EXERCÍCIO DE CASA
1.
Na solução aquosa das substâncias orgânicas pré-bióticas (antes da vida), a
catálise produziu a síntese de moléculas complexas de toda classe, inclusi-
ve proteínas e ácidos nucléicos. A natureza dos catalisadores primitivos que
agiam antes não é conhecida. É quase certo que as argilas desempenharam
papel importante: cadeias de aminoácidos podem ser produzidas no tubo de
ensaio mediante a presença de certos tipos de argila. (...)

Mas o avanço verdadeiramente criativo - que pode, na realidade, ter ocor-


rido apenas uma vez - ocorreu quando uma molécula de ácido nucleico
“aprendeu” a orientar a reunião de uma proteína, que, por sua vez, ajudou
a copiar o próprio ácido nucleico. Em outros termos, um ácido nucleico ser-
viu como modelo para a reunião de uma enzima que poderia então auxiliar
na produção de mais ácido nucleico. Com este desenvolvimento apareceu o
primeiro mecanismo potente de realização. A vida tinha começado.

Adaptado de: LURIA, S.E. Vida: experiência inacabada. Belo Horizonte:


Editora Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1979.

Considere o esquema abaixo:


Adaptado de GEPEQ – Grupo
de Pesquisa em Educação
Química. USP – Interações e
Transformações atmosfera:
fonte de materiais extrativos
e sintéticos. São Paulo:
EDUSP, 1998.

O “avanço verdadeiramente criativo” citado no texto deve ter ocorrido no perío-


do (em bilhões de anos) compreendido aproximadamente entre

a) 5,0 e 4,5.
b) 4,5 e 3,5.
c) 3,5 e 2,0.
d) 2,0 e 1,5.
e) 1,0 e 0,5.

Bio. 9
2.
As áreas numeradas no gráfico mostram a composição em volume, aproximada,
dos gases na atmosfera terrestre, desde a sua formação até os dias atuais.

Considerando apenas a composição atmosférica, isolando outros fatores, pode-


-se afirmar que:

I. Não podem ser detectados fósseis de seres aeróbicos anteriores a 2,9 bilhões
de anos.
II. As grandes florestas poderiam ter existido há aproximadamente 3,5 bilhões
de anos.
III. O ser humano poderia existir há aproximadamente 2,5 bilhões de anos.

É correto o que se afirma em

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
3.
Pesquisas recentes estimam o seguinte perfil da concentração de oxigênio (O2)
atmosférico ao longo da história evolutiva da Terra:

No período Carbonífero entre aproximadamente 350 e 300 milhões de anos,


houve uma ampla ocorrência de animais gigantes, como por exemplo insetos
voadores de 45 centímetros e anfíbios de até 2 metros de comprimento. No en-
tanto, grande parte da vida na Terra foi extinta há cerca de 250 milhões de anos,
durante o período Permiano. Sabendo-se que o O2 é um gás extremamente im-
portante para os processos de obtenção de energia em sistemas biológicos, con-
clui-se que

a) a concentração de nitrogênio atmosférico se manteve constante nos últimos


400 milhões de anos, possibilitando o surgimento de animais gigantes.
b) a produção de energia dos organismos fotossintéticos causou a extinção em

Bio. 10
massa no período Permiano por aumentar a concentração de oxigênio atmosfé-
rico.
c) o surgimento de animais gigantes pode ser explicado pelo aumento de con-
centração de oxigênio atmosférico, o que possibilitou uma maior absorção de
oxigênio por esses animais.
d) o aumento da concentração de gás carbônico (CO2) atmosférico no período
Carbonífero causou mutações que permitiram o aparecimento de animais gigan-
tes.
e) a redução da concentração de oxigênio atmosférico no período Permiano per-
mitiu um aumento da biodiversidade terrestre por meio da indução de processos
de obtenção de energia.

4.
Relacione as colunas:
A sequência correta é:

a) 2, 1, 4, 3
b) 3, 4, 1, 2
c) 3, 2, 1, 4
d) 1, 4, 3, 2
e) 1, 4, 3, 2

5.
I - Segundo a hipótese heterotrófica, os organismos com esse tipo de nutrição
foram os últimos a surgir.
II - O surgimento dos organismos fotossintetizantes permitiu o aparecimento da
respiração aeróbica.
III - Sob determinadas circunstâncias, foi possível o surgimento de substâncias
orgânicas a partir de substâncias inorgânicas.
IV - O surgimento dos coacervados permitiu que algumas moléculas como o
DNA se mantivessem íntegras por mais tempo.

Dentre as afirmações acima, relativas à origem dos seres vivos, estão corretas,
apenas:

Bio. 11
a) II, III e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e II.
e) I e IV.

6.
Do início da vida na Terra, até o aparecimento dos seres vivos atuais, acontece-
ram vários eventos, como por exemplo:

I - formação das primeiras células;


II - formação de moléculas orgânicas complexas;
III - aparecimento de organismos capazes de produzir alimentos pela fotossín-
tese;
IV - surgimento dos primeiros organismos aeróbicos.

Marque a alternativa que indica a ordem mais aceita, atualmente, para o aconte-
cimento desses eventos.

a) I - II - IV - III
b) II - III - IV - I
c) I - IV - III - II
d) II - I - III - IV
7.
Cientistas americanos descobrem num meteorito de Marte, que caiu sobre a
Antártida, fortes indícios de vida fora da Terra. Entre as certezas e dúvidas le-
vantadas por tal fato, ainda sob a luz das teorias atuais, podemos afirmar que as
primeiras formas de vida surgidas no nosso planeta eram:

a) todas autótrofas devido à escassez de alimentos nos oceanos primitivos.


b) fermentadoras que utilizavam a energia radiante para produzir suas moléculas
orgânicas.
c) heterótrofas que utilizavam substâncias formadas na atmosfera e acumuladas
nos mares primitivos.
d) fungos primitivos com capacidade de atividade fotossintética.
e) aeróbias graças à abundância de átomos de oxigênio existente nas águas do
oceano.

8.
Observe esta figura:

Bio. 12
É CORRETO afirmar que a presença de lagartas em espigas de milho se deve

a) ao processo de geração espontânea comum aos invertebrados.


b) à transformação dos grãos em lagartas.
c) ao desenvolvimento de ovos depositados por borboletas.
d) ao apodrecimento do sabugo e dos grãos.

9.
A origem da vida no planeta foi possível devido a uma série de eventos que se
sucederam. Em relação a esse fato analise as proposições:

I. Aumento gradativo da concentração de oxigênio na atmosfera.


II. Aparecimento de organismo quimiossintetisante fermentador.
III. Surgimento de organismo capaz de utilizar a energia luminosa.

A ordem considerada aceita em que os eventos acima aconteceram, está conti-


da na alternativa:

a) I, II, III.
b) II, I, III.
c) III, II, I.
d) III, I, II.
e) II, III, I.
10.
Dois momentos importantes para a compreensão da origem da vida foram o ex-
perimento de Miller e Urey, em 1953, que produziu compostos orgânicos sim-
ples, dentre eles aminoácidos, a partir de uma mistura de CH4, NH3, H2O e H2
submetida a descargas elétricas, e o achado de Cech, em 1982, de que o RNA
pode ter atividade enzimática. A partir dos dados desses estudos, pode-se afir-
mar:

a) Os dados de Miller e Urey comprovam a composição e a natureza redutora da


atmosfera primitiva.
b) O achado de Cech confirmou que os ácidos nucléicos só são sintetizados por
enzimas proteicas.
c) O experimento de Miller e Urey demonstrou que a atividade catalítica é exclu-
siva de compostos orgânicos.
d) O achado de Cech reforça a hipótese da primazia dos ácidos nucleicos na
constituição do sistema vivo.
e) Os dois experimentos se complementam e confirmam que as proteínas foram
as moléculas orgânicas primordiais.

QUESTÃO CONTEXTO

Bio. 13

A imagem faz um trocadilho com a formação da Terra, que já teve condições cli-
máticas extremamente quentes. Qual a relação que podemos ver deste quadri-
nho com a origem da vida na Terra?
GABARITO
01. 03.
Exercício de aula Questão Contexto
1. c De acordo com a teoria de Oparin, foi graças às
2. a condições climáticas da Terra (altas temperaturas e,
3. c com o passar do tempo, se modificando para muitas
4. d chuvas e raios), junto com a atmosfera primitiva, que
5. e foram possíveis reações que formaram os primeiros

02.
aminoácidos, seguido de proteínas e então o primei-
ro ser vivo.
Exercício de casa
1. b
2. a
3. c
4. c
5. a
6. d
7. c
8. c

Bio. 14
9. e
10. d
03|05
abr
Evidências
da evolução e
teorias evoluti-
vas
01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Antes da teoria da evolução, acreditava-se no fixis- Outros conceitos importantes para a evolução são:
mo, onde todas as espécies surgiram no mundo da
mesma forma como elas são hoje em dia. → Convergência evolutiva: quando espécies evo-
lutivamente distintas apresentam características se-
A teoria da evolução diz que os organismos se alte- melhantes, e costumam apresentar órgãos análogos
ram ao longo do tempo. Ela é suportada por dife- (ex.: asa de uma ave e asa de um besouro).
rentes evidências, chamadas de evidências da evo-
lução, como por exemplo: → Irradiação adaptativa: quando espécies que
descendem de um mesmo ancestral em comum
✓ Registo fóssil; possuem uma ampla diversidade, e costumam apre-
✓ Evidências genéticas e bioquímicas, obser- sentar órgãos homólogos (ex.: braço de um humano,
vando características citológicas e moleculares; asa do morcego e barbatana da baleia).
✓ Embriologia comparada, observando caracte-
rísticas semelhantes ao longo do desenvolvimen-
to dos organismos;
✓ Órgãos vestigiais;

Bio. 16
EXERCÍCIO DE AULA
1.
No Período Permiano, cerca de 250 milhões de anos atrás (250 m.a.a.), os conti-
nentes formavam uma única massa de terra conhecida como Pangeia. O lento e
contínuo movimento das placas tectônicas resultou na separação das placas, de
maneira que já no início do Período Terciário (cerca de 60 m.a.a.), diversos con-
tinentes se encontravam separados uns dos outros.

Uma das consequências dessa separação foi a formação de diferentes regiões


biogeográficas, chamadas biomas. Devido ao isolamento reprodutivo, as espé-
cies em cada bioma se diferenciaram por processos evolutivos distintos, novas
espécies surgiram, outras se extinguiram, resultando na atual diversidade bioló-
gica do nosso planeta. A figura ilustra a deriva dos continentes e suas posições
durante um período de 250 milhões de anos.
De acordo com o texto, a atual diversidade biológica do planeta é resultado

a) da similaridade biológica dos biomas de diferentes continentes.


b) do cruzamento entre espécies de continentes que foram separados.
c) do isolamento reprodutivo das espécies resultante da separação dos conti-
nentes.
d) da interação entre indivíduos de uma mesma espécie antes da separação dos
continentes.
e) da taxa de extinções ter sido maior que a de especiações nos últimos 250 mi-
lhões de anos.

2.
Embora seja um conceito fundamental para a biologia, o termo “evolução” pode
adquirir significados diferentes no senso comum. A ideia de que a espécie huma-
na é o ápice do processo evolutivo é amplamente difundida, mas não é compar-
tilhada por muitos cientistas.

Para esses cientistas, a compreensão do processo citado baseia-se na ideia de


que os seres vivos, ao longo do tempo, passam por

a) modificações de características.
b) incremento no tamanho corporal.

Bio. 17
c) complexificação de seus sistemas.
d) melhoria de processos e estruturas.
e) especialização para uma determinada finalidade.

3.
Ao observarmos o vôo de uma ave e o vôo de um inseto, podemos deduzir que as
asas de cada um funcionam e são utilizadas para um mesmo objetivo. Entretanto,
a origem embriológica das asas de aves e insetos é diferente. Essas característi-
cas constituem exemplo de:

a) seleção natural.
b) seleção artificial.
c) convergência evolutiva.
d) seleção sexual.
e) mimetismo.

4.
Recentes análises do DNA de chimpanzés permitiram concluir que o homem é
mais aparentado com eles do que com qualquer outro primata. Isso permite con-
cluir que:

a) o chimpanzé é ancestral do homem.


b) o chimpanzé e o homem têm um ancestral comum.
c) o homem e o chimpanzé são ancestrais dos gorilas.
d) a evolução do homem não foi gradual.
e) os chimpanzés são tão inteligentes quanto o homem.
5.
Observe a figura abaixo:

Sobre as estruturas locomotoras acima representadas, podemos afirmar que


são:

a) Homólogas, porque têm a mesma função e a mesma origem.


b) Homólogas, porque têm a mesma função e origens diferentes.
c) Análogas, porque têm a mesma função e a mesma origem.
d) Análogas, porque têm a mesma função, mas possuem origens diferentes.
e) Homólogas, porque têm funções diferentes, mas possuem a mesma origem.

Bio. 18
EXERCÍCIO DE CASA
1.
Foi proposto um novo modelo de evolução dos primatas elaborado por matemá-
ticos e biólogos. Nesse modelo o grupo de primatas pode ter tido origem quan-
do os dinossauros ainda habitavam a Terra, e não há 65 milhões de anos, como
é comumente aceito.

Examinando esta árvore evolutiva podemos dizer que a divergência entre os ma-
cacos do Velho Mundo e o grupo dos grandes macacos e de humanos ocorreu
há aproximadamente

a) 10 milhões de anos.
b) 40 milhões de anos.
c) 55 milhões de anos.
d) 65 milhões de anos.
e) 85 milhões de anos.
2.
O assunto na aula de Biologia era a evolução do Homem. Foi apresentada aos
alunos uma árvore filogenética, igual à mostrada na ilustração, que relacionava
primatas atuais e seus ancestrais.

Após observar o material fornecido pelo professor, os alunos emitiram várias


opiniões, a saber:

Bio. 19
I. os macacos antropoides (orangotango, gorila, chimpanzé e gibão) surgiram na
Terra mais ou menos contemporaneamente ao Homem.
II. alguns homens primitivos, hoje extintos, descendem dos macacos antropoi-
des.
III. na história evolutiva, os homens e os macacos antropoides tiveram um an-
cestral comum.
IV. não existe relação de parentesco genético entre macacos antropoides e ho-
mens.

Analisando a árvore filogenética, você pode concluir que

a) todas as afirmativas estão corretas.


b) apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
d) apenas a afirmativa II está correta.
e) apenas a afirmativa IV está correta.

3.
Apesar de bastante criticadas na época em que foram postuladas, as idéias pro-
postas por Charles Darwin sobre o processo evolutivo dos seres vivos são hoje
amplamente aceitas, uma vez que outras evidências colhidas empiricamente
corroboram a Teoria da Evolução.
Assinale a alternativa que NÃO expressa uma evidência dessa teoria.

a) O estudo dos fósseis ao longo dos tempos geológicos mostra um aumento da


complexidade das formas de seres vivos.
b) As características apresentadas por sucessivas gerações, dentro de uma es-
pécie, são herdadas das gerações antecessoras.
c) Algumas estruturas corporais desenvolvem-se quando muito utilizadas ou
atrofiam-se quando não utilizadas, como por exemplo a musculatura dos ani-
mais.
d) Quando se estudam os genomas, observa-se uma grande semelhança entre
espécies muito próximas, como o homem e o chimpanzé.
e) O funcionamento bioquímico das células de todos os organismos é semelhan-
te, sugerindo que todos tiveram um ancestral comum.

4.
Dentre as afirmativas seguintes, assinale a que NÃO corresponde a uma evidên-
cia que apóie a Teoria de Evolução das espécies:

a) Estudos de anatomia comparada mostram que as semelhanças internas entre


seres de espécies diferentes são resultantes de irradiação adaptativa.
b) Os embriões dos vertebrados apresentam os mesmos padrões básicos de de-
senvolvimento, decorrentes do parentesco entre eles.

Bio. 20
c) Os estudos envolvendo fósseis indicam que a vida na terra sofreu alterações
ao longo do tempo, além de permitirem comparações com os seres vivos atuais.
d) Ao longo de sua vida, os seres vivos sofrem alterações de seu material genéti-
co, em conseqüência das pressões seletivas do ambiente em que vivem.

5.
O citocromo C é uma proteína respiratória que se encontra em todos os organis-
mos aeróbios. A molécula desta proteína existe em todas as espécies com a mes-
ma função, sendo constituída por 104 aminoácidos. No decurso da evolução, as
mutações mudaram os aminoácidos em certas posições da proteína, mas o cito-
cromo C de todas as espécies tem proteína, incontestavelmente estrutura e fun-
ção semelhantes, tornando-se, para o evolucionismo, uma evidência de ordem:

a) paleontológica.
b) embriológica.
c) citológica.
d) anatômica.
e) bioquímica.

6.
“Órgãos que exercem as mesmas funções em espécies diferentes, mas que pos-
suem origem embrionária distinta; e órgãos ou estruturas atrofiadas, sem função
evidente”, são chamados, respectivamente, de:

a) órgãos análogos e órgãos homólogos.


b) órgãos vestigiais e órgãos homólogos.
c) órgãos homólogos e órgãos vestigiais.
d) órgãos análogos e órgãos vestigiais.
e) órgãos homólogos e órgãos análogos.
7.
Existem várias provas da evolução e dentre elas podemos citar as embriológicas.
Sobre o tema, é CORRETO afirmar que:

01. as nadadeiras dos golfinhos, assim como braço e mão humanos, são ditos ór-
gãos homólogos e são herdados de um ancestral comum.
02. as nadadeiras dos golfinhos e as asas das aves têm a mesma origem em-
brionária e diferentes funções, decorrentes da adaptação a diferentes modos de
vida, processo conhecido como divergência evolutiva.
04. as nadadeiras dos golfinhos e as nadadeiras das tainhas são órgãos de dife-
rentes origens embrionárias e têm a mesma função, o que é chamado de conver-
gência evolutiva.
08. as asas dos insetos e as asas das aves são ditos órgãos homólogos, pois têm
a mesma origem embrionária.
16. as nadadeiras dos golfinhos, as asas dos morcegos e os braços e as mãos dos
humanos têm origem embrionária diferente.
32. as baleias, os golfinhos, os peixes-boi e as focas pertencem à ordem dos ce-
táceos, pois possuem órgãos análogos e sinérgicos em comum, como as nada-
deiras e a bexiga natatória.

8.
Em relação às evidências da evolução biológica, é correto afirmar que:

Bio. 21
a) um órgão vestigial, como o apêndice vermiforme no homem, não é evidência
da evolução, porque é uma estrutura atrofiada e sem função aparente.
b) a pata dianteira de um cavalo e a asa de um morcego constituem evidência
da evolução, porque são estruturas homólogas, apesar de o cavalo ter perdido
os dedos, enquanto no morcego estes não só foram mantidos como alongados.
c) a asa de uma ave e o élitro (asa dura) de um besouro podem ser considerados
como evidência da evolução, porque são estruturas análogas, que possuem ori-
gem embriológica diferente.
d) os fósseis constituem uma evidência da evolução, porque mostram que os or-
ganismos atuais são mais especializados e mais adaptados que os extintos.
e) a embriogênese é uma evidência da evolução, porque mostra que uma célula
ovo evolui para mórula, blástula, gástrula e embrião, que, finalmente, evolui para
o indivíduo adulto.

9.
O programa “Fantástico”, exibido pela Rede Globo em 01.08.2004, apresentou
em um de seus quadros um provável animal do futuro, uma possível espécie de
ave que poderá existir daqui a alguns milhões de anos. Por essa época, o encon-
tro entre massas continentais provocará o aparecimento de imensas cordilhei-
ras, muito mais altas que as atualmente existentes. Segundo o programa, nesse
ambiente possivelmente existirão aves portadoras de 2 pares de asas, o que lhes
garantiria maior sustentação em condições de ar rarefeito. Essas aves seriam as
descendentes modificadas de espécies atuais nas quais há apenas um par de
asas. Se isso realmente ocorrer, e considerando que o par de asas das aves atu-
ais é homólogo aos membros anteriores de mamíferos e répteis, é mais provável
que esse novo par de asas
a) seja homólogo ao par de pernas das aves atuais.
b) seja análogo ao par de pernas das aves atuais.
c) seja homólogo ao par de asas das aves atuais.
d) apresente os mesmos ossos das asas atuais: úmero, rádio e cúbito (ulna).
e) apresente novos ossos criados por mutação, sem similares dentre os das aves
atuais.

10.
Com relação à evolução, observe as afirmativas a seguir:

I. Fósseis são restos ou impressões deixadas por seres que habitaram a Terra no
passado e constituem provas de que nosso planeta foi habitado por seres dife-
rentes dos que existem atualmente.
II. A explicação mais lógica para as semelhanças estruturais entre seres vivos
com aspectos e modos de vida diferentes é que eles descendem de um mesmo
ancestral.
III. A semelhança entre as proteínas de diferentes seres vivos pode ser explicada
admitindo-se que esses seres tenham tido um ancestral comum.
IV. A teoria que admite que as espécies não se alteram no decorrer dos tempos
denomina-se fixismo.

Bio. 22
Assinale,

a) se apenas I, II e III estiverem corretas.


b) se apenas II, III e IV estiverem corretas.
c) se apenas I, III e IV estiverem corretas.
d) se todas estiverem corretas.
e) se todas estiverem incorretas.
QUESTÃO CONTEXTO
Leia a seguinte notícia:

“Descoberta de dinossauros pode explicar porque as aves têm bico:


Cientistas da China identificaram as primeiras espécies de dinossauros co-
nhecidas que tiveram dentes que cresceram na juventude e caíram na vida
adulta, uma descoberta que pode explicar porque as aves têm bico. [...] “A
mandíbula dentada em indivíduos jovens se transformou, durante o desen-
volvimento, em uma mandíbula com bico completamente desdentada em
indivíduos mais maduros”, acrescentou.
Fonte: https://noticias.uol.
com.br/ciencia/ultimas-
noticias/afp/2016/12/22/
descoberta-de-dinossauros- Os resultados estão baseados em uma análise dos restos fossilizados de 13
pode-explicar-porque-as- ceratossauros terópodes [o Limusaurus inextricabilis], coletados na Forma-
aves-tem-bico.htm ; Data de
acesso: 17/02/2017 ção Shishugou do Jurássico Superior, no noroeste da China.”

Bio. 23
Representação artística do dinossauro citado na notícia

No texto, podemos ver uma característica presente nos dinossauros citados no


texto e nas aves atuais, observação feita através de um registro fóssil. Diga duas
relações evolutivas que podem estar presentes nos seres vivos, e explique qual
destas relações ocorre neste caso dos dinossauros e das aves.
GABARITO
01. 03.
Exercício de aula Questão Contexto
1. c As relações evolutivas entre as características dos
2. a seres vivos pode ser de analogia ou de homologia.
3. c No caso do bico encontrado nos dinossauros e nas
4. b aves, vemos um caso de homologia, pois as aves
5. d evoluíram a partir dos dinossauros (mesmo ances-

02.
tral em comum).

Exercício de casa
1. b
2. b
3. c
4. d
5. e
6. d
7. 1, 2, 4
8. b

Bio. 24
9. a
10. d
Fís. Semana 8

Leonardo Gomes
(Guilherme Brigagão)

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escrito. Todos os direitos reservados.
CRONOGRAMA

03/04 Principais forças da


dinâmica

18:00

05/04 Principais forças da Exercícios de leis


dinâmica de Newton

11:00
08:00 18:00

10/04 Decomposição
de forças e plano
inclinado

18:00

12/04 Decomposição Exercícios de


de forças e plano decomposição
inclinado de forças e plano
inclinado

11:00
08:00 18:00
19/04 Força de atrito Exercícios de força
de atrito

11:00
08:00 18:00

24/04 Forças em
trajetórias
curvilíneas

18:00

26/04 Forças em Trabalho de uma


trajetórias força
curvilíneas

11:00
08:00 18:00
03|05
Principais abr
forças da dinâ-
mica
01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Após o estudo das Leis de Newton, podemos definir
as principais forças que usamos na Dinâmica: força
peso, força normal, força elástica, tração e força de
atrito.

Para uma melhor análise, o estudo da força de atri-


to terá uma aula específica e não será considerada
neste material.

Peso
Força de interação entre qualquer corpo de massa
m com um campo gravitacional e pode ser calculado
com a equação:
Tração
Força que aparece sempre em cabos, fios e cordas
Onde g é a aceleração da gravidade local. Note que, quando esticados. Cada pedaço da corda sofre uma
como a massa é sempre maior do que zero, P tem tração, que pode ser representada por um par de

29
sempre a mesma direção e sentido de g. forças iguais e contrárias que atuam no sentido do
alongamento da corda.

→ Dinamômetro: disposto que pode ser acoplado à

Fís.
Normal corda para medir a intensidade da força de tração.

Força de interação de um corpo e uma superfície. A


força normal será sempre perpendicular à superfície
e no sentido da superfície para o corpo.
Não existe uma equação específica para calcular a
força normal, deverá ser feito uma análise das forças
aplicadas na direção da normal e, por um sistema li-
near, determinar seu valor.

Força elástica
Força que aparece durante a deformação de algum
corpo com características elásticas, ou seja, que
pode ser deformado durante a aplicação de uma
ATENÇÃO: Normal não forma par ação e força e que tem a capacidade de voltar ao seu ta-
reação com o Peso!!! manho original assim que a força for cessada. Corda
de borracha, elásticos e molas são os exemplos mais
comuns em questões.
A força elástica é um vetor que tem mesma direção Ao fazer a associação de molas, podemos calcular o
e sentido oposto à força aplicada para deformar a valor do coeficiente de elasticidade equivalente, ou
mola em questão, sendo assim chamada de força de seja, no lugar das molas de k1 e k2, poderíamos sim-
restituição. O módulo da força elástica pode ser cal- plesmente colocar uma mola de keq.
culado pela equação:

Onde K é o coeficiente de elasticidade (caracterís-


tica da mola) e x é a deformação sofrida pela mola.

30
Associação de Molas
Em algumas situações temos mais de uma mola se

Fís.
deformando como, por exemplo, no colchão de
mola, onde as molas estão todas lado a lado e tem a
mesma capacidade de se deformar, ou melhor, tem
o mesmo coeficiente de elasticidade K.

EXERCÍCIOS DE AULA
1.
Um livro de peso igual a 4 N está apoiado, em repouso, na palma de sua mão.
Complete as sentenças abaixo:

I) Uma força para baixo de 4 N é exercida sobre o livro pela __________.


II) Uma força para cima de __________ é exercida sobre o(a) __________ pela
mão.
III) A força para cima (item II) é reação à força para baixo (item I)? __________

a) mão, 14 N, Terra, Sim.


b) Terra, 4 N, livro, Sim.
c) Terra, 4 N, Terra, Não.
d) Terra, 8 N, Terra, Sim.
e) Terra, 4 N, livro, Não.
2.
Os corpos A e B, de massas mA=2,0 kg e mB=3,0 kg, são presos por um fio de
massa desprezível. O sistema é acelerado verticalmente para cima com acelera-
ção de 2,0 m/s². A aceleração local da gravidade adotada é 10 m/s².

Nessas condições, a tração T no fio que une os dois corpos vale, em newtons:

a) 18.
b) 24.
c) 30.
d) 36.

31
e) 50.

Fís.
3.
A mola varia seu comprimento de 10cm para 22cm quando penduramos em sua
extremidade um corpo de 4N.

Determine o comprimento total dessa mola, quando penduramos nela um corpo


de 6N.
4.
A mola da figura tem constante elástica 20 N/m e encontra-se alongada de 20
cm sob a ação do corpo A cujo peso é 5,0 N. Nessa situação de equilíbrio, deter-
minar a indicação da balança, graduada em Newtons.

EXERCÍCIOS PARA CASA


1.
A figura a seguir mostra uma corrente formada por três elos. A massa de cada

32
elo é de 100g e uma força vertical F puxa essa corrente para cima. A corrente
sobe com uma aceleração de 3,0 m/s².

Fís.

Considerando essas informações, calcule:

a) o módulo da força F que puxa a corrente;


b) o módulo da força resultante que atua sobre o elo do meio;
c) o módulo da força que o elo do meio faz sobre o elo de baixo.
2.
Uma carga de 10 · 103 kg é abaixada para o porão de um navio atracado. A velo-
cidade de descida da carga em função do tempo está representada no gráfico
da figura:

a) Esboce um gráfico da aceleração a em função do tempo t para esse movimento.


b) Considerando g = 10 m/s², determine os módulos das forças de tração T1, T2 e
T3, no cabo que sustenta a carga, entre 0 e 6 segundos, entre 6 e 12 segundos e
entre 12 e 14 segundos, respectivamente.

3.
No salvamento de um homem em alto-mar, uma boia é largada de um helicóp-

33
tero e leva 2,0s para atingir a superfície da água. Considerando a aceleração da
gravidade igual a 10 m/s² e desprezando o atrito com o ar, determine:

a) a velocidade da boia ao atingir a superfície da água;

Fís.
b) a tração sobre o cabo usado para içar o homem, sabendo que a massa deste é
igual a 120kg e que a aceleração do conjunto é 0,5 m/s².

4.
Uma balança na portaria de um prédio indica que o peso de Chiquinho é de 600
N. A seguir, outra pesagem é feita na mesma balança, no interior de um elevador,
que sobe com aceleração de sentido contrário ao da aceleração da gravidade e
módulo a=g/10 em que g=10m/s². Nessa nova situação, o ponteiro da balança
aponta para o valor que está indicado corretamente na seguinte figura:

a)
b)

c)

34
Fís.
d)

5.
Nas cenas dos filmes e nas ilustrações gráficas do Homem-Aranha, a espessura
do cabo de teia de aranha que seria necessário para sustentá-lo é normalmente
exagerada.

De fato, os fios de seda da teia de aranha são materiais extremamente resisten-


tes e elásticos. Para deformações ΔL relativamente pequenas, um cabo feito de
teia de aranha pode ser aproximado por uma mola de constante elástica k dada
pela fórmula (K=1010 A/L), onde L é o comprimento inicial e A é a área da seção
transversal do cabo. Para os cálculos abaixo, considere a massa do Homem-Ara-
nha M = 70 kg. Calcule a área A da seção transversal do cabo de teia de aranha
que suportaria o peso do Homem-Aranha com uma deformação de 1,0% do com-
primento inicial do cabo. (g=10m/s²).
6.
A mola da figura está:

- em (1) no seu tamanho natural


- em (2) tracionada por uma força de 10N
- em (3) tracionada por uma força de 25N

Verifique, justificando, se ela obedece à lei de Hooke

35
QUESTÃO CONTEXTO

Fís.
Duas molas A e B de comprimentos iguais a L, mas de constantes elásticas dife-
rentes (KA=0,2KB), são unidas no ponto C e alongadas até o comprimento total
4L. Os terminais das molas são então fixados em suportes rígidos, como mostra
a figura. Determine a razão, LA/LB entre os comprimentos das molas nessa si-
tuação.
GABARITO
01. 03.
Exercícios para aula Questão contexto
1. e LA/LB=2
2. d
3. L = 28cm
4. FB = 1N

02.
Exercícios para casa
1. FB = 1N a) 3,9N
b) 0,30N
c) 1,3N
2. a)

36
b) T1=9,5x104N
T2=10x104N
T3=11,5x104N

Fís.
3. a) v=-20m/s
b) T=1260N
4. d
5. A=7 μm²
6. Sim
05
Exercícios abr
de leis de New-
ton
01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Onde g é a aceleração da gravidade local. Note que,
1ª Lei de Newton – Princípio como a massa é sempre maior do que zero, P tem
da Inércia sempre a mesma direção e sentido de g.

Um corpo, livre de forças externas (ou com a resul-


tante delas sendo igual a zero) estará realizando um Normal
MRU ou estará em repouso.
Força de interação de um corpo e uma superfície. A
A inércia é uma propriedade da matéria que consis- força normal será sempre perpendicular à superfície
te na resistência ao estado de movimento, seja ele o e no sentido da superfície para o corpo.
repouso ou MRU. Quando um cavalo está em movi- Não existe uma equação específica para calcular a
mento e dá uma pausa brusca, o cavaleiro é projeta- força normal, deverá ser feito uma análise das forças
do para frente por inércia. Da mesma forma, ao ace- aplicadas na direção da normal e, por um sistema li-
lerar um carro, a pessoa sente suas costas fazendo near, determinar seu valor.
uma força contra o banco.

2ª Lei de Newton – Princípio


Fundamental da Dinâmica

38
A resultante das forças aplicadas a um ponto mate-
rial de massa m produz uma aceleração tal que: ATENÇÃO: Normal não forma par ação e
reação com o Peso!!!

Fís.
Os vetores força e aceleração têm sempre mesma
direção e sentido, pois a massa é sempre positiva.
A unidade padrão no SI para a Força é o Newton (N
= Kg.m/s²).

3ª Lei de Newton – Ação e


Reação
Quando um corpo A exerce uma força num cor-
po B, este exerce um A uma outra força . Essas
forças terão mesma intensidade, direção e sentidos
opostos.
Tração
Força que aparece sempre em cabos, fios e cordas
quando esticados. Cada pedaço da corda sofre uma
Peso tração, que pode ser representada por um par de
forças iguais e contrárias que atuam no sentido do
Força de interação entre qualquer corpo de massa alongamento da corda.
m com um campo gravitacional e pode ser calculado
com a equação: → Dinamômetro: disposto que pode ser acoplado
à corda para medir a intensidade da força de tração.
A força elástica é um vetor que tem mesma direção
e sentido oposto à força aplicada para deformar a
mola em questão, sendo assim chamada de força de
restituição. O módulo da força elástica pode ser cal-
culado pela equação:

F=-kx

Onde K é o coeficiente de elasticidade (caracterís-


tica da mola) e x é a deformação sofrida pela mola.

Força elástica
Força que aparece durante a deformação de algum
corpo com características elásticas, ou seja, que
pode ser deformado durante a aplicação de uma
força e que tem a capacidade de voltar ao seu ta-
manho original assim que a força for cessada. Corda
de borracha, elásticos e molas são os exemplos mais
comuns em questões.

39
EXERCÍCIOS DE AULA

Fís.
1.
A análise sequencial da tirinha e, especialmente, a do quadro final, nos leva ime-
diatamente ao(à)

a) Princípio da Conservação da Energia Mecânica.


b) Propriedade geral da matéria, denominada inércia.
c) Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento.
d) Segunda Lei de Newton.
e) Princípio da Independência dos Movimentos.

2.
Duas pessoas puxam as cordas de um dinamômetro na mesma direção e em sen-
tidos opostos, com forças de mesma intensidade F = 100 N.
Nessas condições, a leitura do dinamômetro, em newtons, é

a) 0.
b) 100.
c) 200.
d) 400.

3.

40
Uma pessoa com uma bengala sobe na plataforma de uma balança. A balança
assinala 70 kg. Se a pessoa pressiona a bengala contra a plataforma da balança,
a leitura então

a) indicará um valor maior que 70 kg.

Fís.
b) indicará um valor menor que 70 kg.
c) indicará os mesmos 70 kg.
d) dependerá da força exercida sobre a bengala.
e) dependerá do ponto em que a bengala é apoiada sobre a plataforma da ba-
lança.

4.
Um ônibus de peso igual a 10.000 N está em movimento com velocidade de 15
m/s. O motorista que dirige o ônibus avista na pista de rolamento um animal e
aciona o freio. O ônibus percorre 9 metros durante a frenagem até parar com-
pletamente.

O módulo da força de frenagem é igual a: (Dado: g=10 m/s²)

a) 15.000 N
b) 12.500 N
c) 11.250 N
d) 10.000 N
e) 9.000 N
5.
Sobre uma mesa há uma bola de massa de 200 g parada. Após um determina-
do tempo, atua sobre a bola uma força de intensidade 5N cuja direção é vertical
para cima. Adotando g=10m/s2 e desprezando a resistência do ar, determine a
aceleração da bola.

a) 5 m/s2
b) 10 m/s2
c) 15 m/s2
d) 20 m/s2
e) 30 m/s2

6.
Vamos supor que você esteja em um supermercado, aguardando a pesagem de
uma quantidade de maçãs em uma balança de molas cuja unidade de medida é
o quilograma-força. A leitura da balança corresponde:

a) ao módulo da força normal, pois essa é a força de interação entre as maçãs


e a balança, cujo valor é supostamente igual ao do módulo do peso das maçãs.
b) tanto ao valor do módulo da força peso quanto ao do módulo da força normal,
pois ambas constituem um par ação-reação, segundo a terceira lei de Newton.
c) ao módulo do peso das maçãs, pois essa é a força de interação entre as maçãs
e a balança.

41
d) ao módulo da força resultante sobre as maçãs.
e) à quantidade de matéria de maçãs.

Fís.
7.
A figura abaixo representa um vagão em repouso, no interior do qual se encon-
tram um pêndulo simples e um recipiente fixo no piso, cheio de água. O pêndulo
simples é composto de uma bolinha de ferro presa ao teto do vagão por um fio
ideal e, dentro do recipiente, existe uma bolinha de isopor, totalmente imersa na
água e presa no seu fundo também por um fio ideal.

Assinale a alternativa que melhor representa a situação física no interior do va-


gão, se este começar a se mover com aceleração constante para a direita.

a)
b)

c)

d)

42
Fís.
8.
Entre dois blocos 1 e 2 de massas m1=12 kg e m2=8 kg existe uma mola ideal A.
Os dois blocos estão apoiados sobre um plano horizontal sem atrito. O bloco 1
é puxado por uma força F constante, horizontal e paralela ao plano por meio de
outra mola ideal B, idêntica à mola A.

Calcule a relação xA/xB entre as deformações das molas A e B, depois que o sis-
tema entrou em movimento com aceleração constante a:
EXERCÍCIOS PARA CASA
1.
Um astronauta com o traje completo tem uma massa de 120 kg. Ao ser levado
para a Lua, onde a aceleração Da gravidade é igual a 1,6m/s², a sua massa e seu
peso serão, respectivamente:

a) 75kg e 120N
b) 120kg e 192N
c) 192kg e 192N
d) 120kg e 120N
e) 75kg e 192N

2.
Um paraquedista desce com velocidade constante de 4 m/s. Sendo a massa do
conjunto 80 kg e a aceleração da gravidade 10 m/s², a força da resistência do ar
é:

a) 76 N
b) 80 N
c) 800 N

43
d) 480 N
e) 48 N

Fís.
3.
Na figura, os blocos A e B, com massas iguais a 5 e 20 kg, respectivamente, são
ligados por meio de um cordão inextensível.

Desprezando-se as massas do cordão e da roldana e qualquer tipo de atrito, a


aceleração do bloco A, em m/s², é igual a

a) 1,0.
b) 2,0.
c) 3,0.
d) 4,0.
4.
A figura a seguir ilustra duas pessoas (representadas por círculos), uma em cada
margem de um rio, puxando um bote de massa 600 kg através de cordas ideais
paralelas ao solo. Neste instante, o ângulo que cada corda faz com a direção da
correnteza do rio vale θ= 37°, o módulo da força de tensão em cada corda é F =
80 N, e o bote possui aceleração de módulo 0,02 m/s2, no sentido contrário ao
da correnteza (o sentido da correnteza está indicado por setas tracejadas). Con-
siderando sen(37°) = 0,6 e cos(37°) = 0,8, qual é o módulo da força que a corren-
teza exerce no bote?

a) 18 N
b) 24 N
c) 62 N
d) 116 N

44
e) 138 N

5.
O bloco da figura, de massa m = 4,0 kg, desloca-se sob a ação de uma força

Fís.
horizontal constante de intensidade F. A mola ideal, ligada ao bloco, tem com-
primento natural (isto é, sem deformação) L0 = 14,0 cm e constante elástica k =
160 N/m.

Desprezando-se as forças de atrito e sabendo-se que as velocidades escalares


do bloco em A e B são, respectivamente, iguais a 4,0 m/s e 6,0 m/s, qual é, em
centímetros, o comprimento da mola durante o movimento?

6.
O dispositivo representado no esquema ao lado é uma Máquina de Atwood. A
polia tem inércia de rotação desprezível e não se consideram os atritos.
O fio é inextensível e de massa desprezível, e, no local, a aceleração gravitacio-
nal tem módulo g. Tem-se, ainda, que as massas dos corpos A e B valem, respec-
tivamente, M e m, com M > m. Supondo que em determinado instante a máquina
é destravada, determine:

a) o módulo da aceleração adquirida pelo bloco A e pelo bloco B;


b) a intensidade da força que traciona o fio durante o movimento dos blocos.

QUESTÃO CONTEXTO
O sistema da figura abaixo, constituído de duas massas iguais a 0,4 kg cada, li-
gadas por uma corda de massa desprezível e de uma mola de constante elástica
igual a 500 N/m e massa desprezível, é largado da situação onde a mola não está
distendida. De quanto se descola, em unidades de 10-4m, a massa ligada à mola,
quando a sua aceleração é um décimo da aceleração da gravidade? Despreze o
atrito e a massa da polia.

45
Fís.
GABARITO
01. 03.
Exercícios para aula Questão contexto
1. b 64
2. b
3. c
4. b
5. c
6. a
7. b
8. 2/5

02.
Exercícios para casa
1. b
2. c
3. b
4. d

46
5. 16,5cm
6. a) a = (M – m)g/(M + m)
b) T = 2Mmg/(M + m)

Fís.
Geo. Semana 8

Claudio Hansen
(Marcus Oliveira)

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CRONOGRAMA

04/04 Geopolítica
mundial e seus
conflitos

09:15

Geopolítica
06/04 mundial e seus
conflitos

19:15

Fontes de energia
11/04

09:15

Fontes de energia
13/04

19:15
18/04 Brasil e a situação
energética

09:15

20/04 Brasil e a situação


energética

19:15

25/04 Crescimento
e estrutura da
população

09:15

27/04 Crescimento
e estrutura da
população

19:15
04|06

Geopolítica abr
mundial e seus
conflitos
01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Na própria academia, o termo “geopolítica” apre- mo e separatismo (separatismo no Cáucaso e nos
senta diferentes significados. Esse termo possui Bálcãs, conflitos étnicos na África Subsaariana).
uma conotação estratégica, muitas vezes militar,
enquanto o termo “geografia política” faz mais refe-
rência à organização dos Estados, das regiões, das
entidades administrativas, das fronteiras e seus res- Os principais conflitos da atu-
pectivos habitantes. Todavia, no uso comum, ambos alidade
os termos representam a Geopolítica Mundial. Des-
de o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo vem A geopolítica mundial visa compreender as rela-
passando por importantes mudanças geopolíticas e ções existentes entre os países e suas razões. Por
econômicas. Já estudamos a Guerra Fria e o que sig- um lado, essas relações podem apresentar um cará-
nifica mundo bipolar (Velha Ordem Mundial) e multi- ter amistoso, como no caso de um grupo de países
polar (Nova Ordem Mundial). Constatamos que, nos que se reúnem visando à formação de um bloco eco-
dias de hoje, devido à globalização e à queda da or- nômico para facilitar as trocas comerciais entre os
dem bipolar, os laços e as relações entre os países países-membros, mas também podem ser bastante
se multiplicaram, tornando-se mais complexos. Nas conflituosas. Existem diversas razões para isso, en-
décadas recentes, os grandes centros universitários tre as quais destacam-se as seguintes:
aumentaram bastante o número de seções sobre ge-
opolítica, respondendo a uma demanda crescente → Recursos naturais

Geo. 51
de análises ditas geopolíticas.
Uma das principais causas de conflitos entre países
é a disputa por algum tipo de recurso natural. Al-
Geopolítica contemporânea e guns exemplos mais recentes são os conflitos pelo
seus temas domínio de reservas de água, recurso cada vez mais
escasso devido à poluição e contaminação de ma-
Os principais assuntos sobre o qual se debruçam os nanciais, e por reservas petrolíferas, pois o petróleo
pesquisadores da citada área são as interações in- representa a principal matriz energética de grande
ternacionais. Confira os principais temas relaciona- parte dos países. Um exemplo de conflito pelo do-
dos à geopolítica mundial e seus conflitos: mínio de reservas de água ocorreu em 1967, durante
a chamada Guerra dos Seis Dias, em que Israel inva-
✓ Formação de grupos e blocos econômicos (G20, diu as Colinas de Golã, na Síria. Isso ocorreu devido
União Europeia, Mercosul); ao fato dessa localidade abrigar a nascente do Rio
✓ Questões demográficas relacionadas ao fluxo de Jordão, importante tanto para esse país quanto para
pessoas no espaço (imigrantes e refugiados); a Jordânia.
✓ Questões culturais, relacionadas ao uso/desapa-
recimento de línguas e ao aculturamento; → Território
✓ Recrudescimento de ameaças terroristas;
✓ Risco do perigo nuclear (Irã, Coreia do Norte, en- A disputa por território também se configura como
tre outros); razão da ocorrência de conflitos geopolíticos. Isso
✓ Acesso à água potável e saneamento básico (Tur- ocorre devido ao fato de que o domínio de um terri-
quia, Síria, Israel, Ásia, África, Brasil, entre outros); tório pode significar, consequentemente, o domínio
✓ Zonas de pesca; de grandes contingentes populacionais, recursos,
✓ Recursos agrícolas e usinas de biocombustíveis, entre outros. Destacam-se os inúmeros conflitos
principalmente no Brasil; que apresentam como causa a questão territorial, o
✓ Acesso aos recursos da Antártida, África e Orien- que ocorre, por exemplo, em Serra Leoa, Somália e
te Médio; Etiópia. Esses países tiveram suas fronteiras defini-
✓ Uso e locais propícios a energias alternativas; das de acordo com interesses externos, sem consi-
✓ Riscos fronteiriços; derar a heterogeneidade étnica e cultural das popu-
✓ Conflitos regionais causados por problemas in- lações locais.
ternos, como regionalismo, autonomia, nacionalis-
→ Movimentos separatistas formado por uma minoria dissidente. Destaca-se o
exemplo dos catalães, minoria étnica espanhola que
Em busca de liberdade política, econômica e/ou so- apresenta como característica o sentimento de se-
cial emergem, também, movimentos separatistas, paratismo, possui identidade própria e se localiza
que visam à constituição de um novo Estado-Nação em uma espécie de província autônoma.

EXERCÍCIOS DE AULA
1.
Rússia e China se opuseram a intervenções militares na Síria ao longo dos 17
meses de um conflito sangrento entre rebeldes e as tropas leais ao presiden-
Fonte: http://noticias.uol. te sírio, Bashar al-Assad. Os dois países vetaram três resoluções defendidas
com.br/ultimas-noticias/ por Estados árabes e potências ocidentais no Conselho de Segurança da
reuters/2012/08/21. Acesso
em 05 set. 2012. ONU, que aumentariam a pressão sobre Damasco para encerrar a violência.

Sobre os conflitos recentes do Oriente Médio, é correto afirmar:

a) Tais conflitos resultam do acomodamento de tensões geopolíticas que deram


origem ao mundo bipolar, representado pelo socialismo e pelo capitalismo, libe-

Geo. 52
rados pela União Soviética e pelos Estados Unidos, respectivamente.
b) As manifestações que têm, sucessivamente, ocorrido no mundo árabe podem
ser explicadas notadamente como conflitos de ordem econômica, haja vista a
dimensão que o petróleo possui para a economia daqueles países.
c) O movimento conhecido como primavera árabe tem derrubado muitos gover-
nos no Oriente Médio, mas não tem implicado mudanças na organização política
desses países.
d) Após o término da Guerra Fria, conflitos internos, isto é, que ocorrem dentro
de cada Estado-Nação, passaram a ter efeitos regionais, motivo pelo qual Rús-
sia e China vetaram as resoluções da ONU, que envolviam potências ocidentais.
e) Os interesses e as estratégias geopolíticas globais de potências ocidentais e
orientais dependem do equilíbrio regional que se estabelece no Oriente Médio.

EXERCÍCIOS DE CASA
1.
No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos cen-
tralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos;
desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro
e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos
por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de
26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por tra-
balho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e,
como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vi-
zinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites
A epidemia da Liberdade.
Istoé Internacional. 2 mar.
e redes sociais – como o Facebook e o Twitter ajudaram a mobilizar mani-
2011 (adaptado). festantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.

SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L.


Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à inter-
net permitiu aos jovens árabes

a) Reforçar a atuação dos regimes políticos existentes


b) Tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
c) Manter o distanciamento necessário à sua segurança.
d) Disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores.
e) Difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.

2.
O G-20 é o grupo que reúne os países do G-7, os mais industrializados do
mundo (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), a
União Europeia e os principais emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China, Áfri-
Crise global. Disponível em: ca do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia,
http://conteudoclippingmp. México e Turquia). Esse grupo de países vem ganhando força nos fóruns in-
planejamento.gov.br. Acesso
em: 31 jul. 2010. ternacionais de decisão e consulta.
ALLAN. R.

Entre os países emergentes que formam o G-20, estão os chamados BRIC (Bra-
sil, Rússia, Índia e China), termo criado em 2001 para referir-se aos países que

Geo. 53
a) Apresentam características econômicas promissoras para as próximas déca-
das.
b) Possuem base tecnológica mais elevada.
c) Apresentam índices de igualdade social e econômica mais acentuados.
d) Apresentam diversidade ambiental suficiente para impulsionar a economia
global.
e) Possuem similaridades culturais capazes de alavancar a economia mundial.

3.
A formação dos Estados foi certamente distinta na Europa, na América Lati-
na, na África e na Ásia. Os Estados atuais, em especial na América Latina —
onde as instituições das populações locais existentes à época da conquista
ou foram eliminadas, como no caso do México e do Peru, ou eram frágeis,
como no caso do Brasil —, são o resultado, em geral, da evolução do trans-
plante de instituições europeias feito pelas metrópoles para suas colônias.
Na África, as colônias tiveram fronteiras arbitrariamente traçadas, separan-
do etnias, idiomas e tradições, que, mais tarde, sobreviveram ao processo
de descolonização, dando razão para conflitos que, muitas vezes, tem sua
verdadeira origem em disputas pela exploração de recursos naturais. Na
Ásia, a colonização europeia se fez de forma mais indireta e encontrou sis-
Nação, nacionalismo, Estado.
temas políticos e administrativos mais sofisticados, aos quais se superpôs.
Estudos Avançados. São Hoje, aquelas formas anteriores de organização, ou pelo menos seu espírito,
Paulo: Edusp, v. 22, no 62,
jan.- abr. 2008 (adaptado). sobrevivem nas organizações políticas do Estado asiático.

GUIMARÃES, S. P.
Relacionando as informações ao contexto histórico e geográfico por elas evoca-
do, assinale a opção correta acerca do processo de formação socioeconômica
dos continentes mencionados no texto.

a) Devido à falta de recursos naturais a serem explorados no Brasil, conflitos ét-


nicos e culturais como os ocorridos na África estiveram ausentes no período da
independência e formação do Estado brasileiro.
b) A maior distinção entre os processos histórico-formativos dos continentes ci-
tados é a que se estabelece entre colonizador e colonizado, ou seja, entre a Eu-
ropa e os demais.
c) À época das conquistas, a América Latina, a África e a Ásia tinham sistemas
políticos e administrativos muito mais sofisticados que aqueles que lhes foram
impostos pelo colonizador.
d) Comparadas ao México e ao Peru, as instituições brasileiras, por terem sido
eliminadas à época da conquista, sofreram mais influência dos modelos institu-
cionais europeus.
e) O modelo histórico da formação do Estado asiático equipara-se ao brasilei-
ro, pois em ambos se manteve o espírito das formas de organização anteriores
à conquista.

Geo. 54
4.
Na América do Sul, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) lu-
tam, há décadas, para impor um regime de inspiração marxista no país. Hoje,
são acusadas de envolvimento com o narcotráfico, o qual supostamente financia
suas ações, que incluem ataques diversos, assassinatos e sequestros. Na Ásia,
a Al Qaeda, criada por Osama Bin Laden, defende o fundamentalismo islâmico
e vê nos Estados Unidos da América (EUA) e em Israel inimigos poderosos, os
quais deve combater sem trégua. A mais conhecida de suas ações terroristas
ocorreu em 2001, quando foram atingidos o Pentágono e as torres do World Tra-
de Center.

A partir das informações acima, conclui-se que

a) As ações guerrilheiras e terroristas no mundo contemporâneo usam métodos


idênticos para alcançar os mesmos propósitos.
b) o apoio internacional recebido pelas Farc decorre do desconhecimento, pela
maioria das nações, das práticas violentas dessa organização.
c) os EUA, mesmo sendo a maior potência do planeta, foram surpreendidos com
ataques terroristas que atingiram alvos de grande importância simbólica.
d) as organizações mencionadas identificam-se quanto aos princípios religiosos
que defendem.
e) tanto as Farc quanto a Al Qaeda restringem sua atuação à área geográfica em
que se localizam, respectivamente, América do Sul e Ásia
5.

ILLINGWORTH, L. G.
Outubro de 1962. Disponível
em: www.llgc.org.uk. Acesso
em: 8 mar. 2016.

A charge faz alusão à intensa rivalidade entre as duas maiores potências do sé-
culo XX. O momento mais tenso dessa disputa foi provocado pela

a) ampliação da Guerra do Vietnã.


b) construção do muro de Berlim.
c) instalação de mísseis em Cuba.
d) eclosão da Guerra dos Sete Dias.
e) invasão do território do Afeganistão

Geo. 55
6.
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha
da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino.
A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel
e países árabes. A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de
nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e israelenses.
Vitorioso, Israel passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro conflito ára-
be-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez
da vitória de Israel. Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o
Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Isra-
el, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o
cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.

A partir do texto acima, assinale a opção correta.

a) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradi-


cionais potências europeias no Oriente Médio.
b) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-
-israelense, Israel obteve rápida vitória.
c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir de decisão da
ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel.
d) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi decisiva para o cessar-
-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe-israelense.
e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões terri-
toriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU.
7.
No início de maio de 2014, a instalação da plataforma petrolífera de perfu-
ração HYSY-981 nas águas contestadas do Mar da China Meridional susci-
tou especulações sobre as motivações chinesas. Na avaliação de diversos
observadores ocidentais, Pequim pretendeu, com esse gesto, demonstrar
A guerra pelo petróleo se que pode impor seu controle e dissuadir outros países de seguir com suas
joga no mar. Le Monde reivindicações de direito de exploração dessas águas, como é o caso do
Diplomatique Brasil, abr.
2015. Vietnã e das Filipinas.
KLARE, M.T.
A ação da China em relação à situação descrita no texto

a) Distribuição das zonas econômicas especiais.


b) Monopólio das inovações tecnológicas extrativas.
c) Dinamização da atividade comercial.
d) Jurisdição da soberania territorial.
e) Embargo da produção industrial.

Geo. 56
8.
Se há apenas cinco ou dez anos dissessem a alguém em Cuba que um pre-
sidente norte-americano visitaria a Ilha, a resposta seria um sorriso irônico;
mas se fosse mencionada a possibilidade de ver os Rolling Stones tocando
em Havana, a reação teria sido uma gargalhada – ou um grito, se a pessoa
assim informada tivesse seus 60 ou 70 anos de vida. Porque aqueles que fo-
mos jovens em Cuba na década de 1960 dificilmente esqueceremos as crí-
ticas políticas quando confessávamos ouvir os Beatles ou os Stones. Quem
poderia ter previsto? Definitivamente, os tempos estão mudando.

LEONARDO PADURA. Adaptado de Folha de S. Paulo, 12/03/2016.

As considerações do escritor sobre a sociedade cubana indicam que, na década


de 1960 e no momento atual, as diferenças entre as condições de vida são con-
textualizadas, respectivamente, pelos seguintes aspectos das relações interna-
cionais:

a) Expansão mundial de regimes totalitários – supremacia das concepções ne-


oliberais
b) Crescimento da influência global soviética – afirmação da hegemonia norte-
-americana
c) Bipolaridade entre capitalismo e socialismo – multipolaridade da ordem eco-
nômica
d) Política externa independente na América Latina – integração das nações
subdesenvolvidas
9.
O primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou que o plebiscito que
decidirá a permanência do Reino Unido na União Europeia ocorrerá no dia
23 de junho de 2016. Cameron liberou seus ministros para defenderem tanto
Adaptado de bbc.com,
20/02/2016. a continuação quanto a saída dos britânicos.

A consulta popular mencionada configura uma escolha difícil para os cidadãos


do Reino Unido em virtude da variedade e complexidade dos argumentos favorá-
veis e contrários em disputa. Um argumento decisivo para que uma parcela dos
britânicos aprove a saída do Reino Unido do bloco europeu remete à retomada
da plena autonomia nacional no seguinte campo:

a) sistema militar
b) ação diplomática
c) gestão monetária
d) controle migratório

10. Observe a imagem abaixo, do episódio ocorrido nos E.U.A., no dia 11 de setem-
bro de 2001.

Geo. 57
A queda das torres do World Trade Center foi certamente a mais abrangen-
te experiência de catástrofe que se tem na História, inclusive por ter sido
acompanhada em cada aparelho de televisão, nos dois hemisférios do pla-
neta. Nunca houve algo assim. E sendo imagens tão dramáticas, não surpre-
ende que ainda causem forte impressão e tenham se convertido em ícones.
(10/09/2011). www.estadao.
com.br Agora, elas representam uma guinada histórica?

ERIC HOBSBAWM

A guinada histórica colocada em questão pelo historiador Eric Hobsbawm asso-


cia-se à seguinte repercussão internacional da queda das torres do World Trade
Center:

a) Concentração de atentados terroristas na Ásia Meridional


b) Crescimento do movimento migratório de grupos islâmicos
c) Intensificação da presença militar norte-americana no Oriente Médio
d) Ampliação da competição econômica entre a União Europeia e os países ára-
bes
QUESTÃO CONTEXTO
O estudo geopolítico visa compreender as relações existentes entre os países e
suas razões. Nesse sentido, é possível observar diferentes relações entre os Es-
tados. Em entrevista, no mês de janeiro de 2017, o presidente americano, Donald
Trump, comentou que pretende aumentar em 20% as taxas de importação de
produtos mexicanos e que irá usar esse dinheiro para construir um muro na fron-
teira entre os dois países. Na mesma semana, o presidente assinou uma ordem
executiva para criar o muro na fronteira sul dos Estados Unidos – uma de suas
principais promessas de campanha. Comente as relações entre Estados Unidos e
México sob a ótica da geopolítica internacional.

Geo. 58
GABARITO
01. 03.
Exercícios para aula Questão contexto
1. e As relações entre os dois países vêm sofrendo tur-
bulências desde que o presidente Donald Trump

02.
chegou à Casa Branca. Inúmeras vezes, o presiden-
te americano tem apontado para a necessidade de
Exercícios para casa rever os acordos econômicos realizados com o Mé-
1. e xico, entre esses o Nafta (Tratado Norte-America-
2. a no de Livre Comércio). Outro ponto que pode ser
3. b comentado é a finalização da construção do muro
4. c entre os dois países, iniciada no governo de Bill Clin-
5. c ton. As mudanças nessas relações ocorrem devido a
6. b uma visão geopolítica sobre a influência negativa do
7. d México na economia e sociedade americana.
8. c
9. d
10. c
His. Semana 8

William Gabriel
Renato Pellizzari
(Leonardo Machado)

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escrito. Todos os direitos reservados.
CRONOGRAMA

05/04 Brasil: ouro e limites

09:15
19:15

12/04 Revoltas nativistas


e separtistas no
Brasil Colonial

09:15
19:15

19/04 A construção do
Estado brasileiro: o
Período Joanino

09:15
19:15

26/04 O primeiro reinado


(1822 - 1831)

09:15
19:15
05
Brasil: ouro e abr
limites

01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Expansão territorial brasileira
O século do Ouro
Atualmente, o Brasil é o quinto maior país do mundo
em extensão territorial. Toda essa extensão é resul- Desde sua chegada na América, os portugueses es-
tado de um longo processo de conquistas de terras, tavam em busca de metais preciosos. No entanto,
iniciado pelos portugueses em 1500. Inicialmente a isso só ocorreu quase duzentos anos depois. Con-
ocupação territorial brasileira se estabeleceu no li- vencionou-se que a primeira pepita de ouro foi en-
toral, limitada pelo Tratado de Tordesilhas (1494), contrada por Borba Gato, um bandeirante paulista,
que dividiu o novo continente entre portugueses e em 1698. Porém, o mais provável é que essa desco-
espanhóis. berta tenha sido feita em diversos lugares ao longo
do fim do século XVII e início do século XVIII. Por
No entanto, o território português na América ul- esse motivo, devido ao protagonismo dos metais
trapassou os limites de Tordesilhas. Diversos fato- preciosos encontrados, que o século XVIII foi deno-
res estimularam o processo de expansão territorial, minado o Século do Ouro.
como a pecuária, que não poderia ocupar o mesmo O ouro achado no Brasil, inicialmente, era o cha-
espaço que a produção a açucareira e, portanto, mado ouro de aluvião, encontrado nos leitos e nas
acabou se interiorizando. Por outro lado, as missões margens do rios. O achamento de ouro impulsionou
jesuíticas no sul do Brasil e no recôncavo baiano a vinda de inúmeros imigrantes portugueses para o

His. 62
também tiveram um papel expressivo no processo Brasil com o objetivo de explorar minas de ouro, o
de interiorização, juntamente com outra importante que gerou conflitos com os bandeirantes. Esses con-
atividade, o bandeirismo. flitos entre bandeirantes e forasteiros ficou conheci-
do como Guerra dos Emboabas.
O bandeirismo era o nome dado as expedições re-
alizadas por particulares que visavam a busca de
metais preciosos, o apresamento indígena e o serta-
nismo por contrato. A atividade bandeirante, as mis-
sões jesuíticas e a prática da pecuária contribuíram
para expansão do território cujos limites foram con-
solidados pelo Tratado de Madri, em 1750.

Representação da exploração de ouro na América Portuguesa no


século XVIII

Embora ocorressem esses conflitos entre bandei-


rantes e forasteiros pelo controle das áreas mine-
radoras, a administração das minas ficava a cargo
da Coroa Portuguesa. Dentre as formas de con-
trole metropolitano podemos mencionar a criação
da Intendência das Minas e das Casas de Fundi-
ção. Existia ainda uma série de impostos metropo-
Porém a atividade bandeirante não trouxe apenas litanos. O mais importante deles ficou conhecido
como consequência a expansão territorIal, mas tam- como “quinto”.
bém foram os vicentinos quem primeiro encontra-
ram ouro na América Portuguesa. O achamento de O aumento do controle metropolitano na colônia
ouro trouxe transformações relevantes para socie- gerou forte insatisfação popular. Um exemplo foi
dade colonial. a eclosão da Revolta de Vila Rica (ou Revolta de
Filipe dos Santos), movimento contra a instalação e crescimento das cidades. O ouro, assim como as
das Casas de Fundição em Vila Rica, liderado pelo missões jesuíticas e a pecuária, auxiliou no proces-
tropeiro Filipe dos Santos. so de interiorização do território brasileiro. Além dis-
so, outra importante consequência foi a mudança do
Dentre as consequências do Século do Ouro pode- eixo econômico colonial, que passava do norte para
mos mencionar expressivas mudanças na socieda- o sul da América Portuguesa, com a transferência da
de colonial, com a expansão de um mercado interno capital para o Rio de Janeiro.

EXERCÍCIOS DE AULA
1.
Como não se tratava de regiões aptas para a produção de gêneros tropicais
de grande valor comercial, como o açúcar ou outros, foi-se obrigado para
conseguir povoadores (...) a recorrer às camadas pobres ou médias da popu-
lação portuguesa e conceder grandes vantagens aos colonos que aceitavam
irem-se estabelecer lá. O custo do transporte será fornecido pelo Estado, a
instalação dos colonos é cercada de toda a sorte de providências destinadas
a facilitar e garantir a subsistência dos povoadores; as terras a serem ocu-
padas são previamente demarcadas em pequenas parcelas, (...) fornecem-
-se gratuitamente ou a longo prazo auxílios vários (instrumentos de trabalho,

His. 63
sementes, animais, etc).

Prado Júnior, C. História econômica do Brasil. 27 ed. S. Paulo: Brasiliense,


1982. p. 95-6

Com base no texto, é possível afirmar que o autor se refere:

a) à colonização do sertão nordestino através da pecuária.


b) à ocupação da Amazônia através das drogas do sertão.
c) à expansão para o interior paulista pelas entradas e bandeiras.
d) à colonização do Sul através da pecuária.
e) ao povoamento das Capitanias Hereditárias.

2.
Entre 1750, quando assinaram o Tratado de Madrid, e 1777, quando assinaram o
Tratado de Santo Ildefonso, Portugal e Espanha discutiram os limites entre suas
colônias americanas. Neste contexto, ganhou importância, na política portugue-
sa, a ideia da necessidade de:

a) defender a colônia com forças locais, daí a organização dos corpos militares
do centro-sul e a abolição das diferenças entre índios e brancos.
b) fortificar o litoral para evitar ataques espanhóis e isolar o marquês de Pombal
por sua política nitidamente pró-bourbônica.
c) transferir a capital da Bahia para o Rio de Janeiro, para onde fluía a maior parte
da produção açucareira, ameaçada pela pirataria.
d) afastar os jesuítas da colônia por serem quase todos espanhóis e, nesta quali-
dade, defenderem os interesses da Espanha.
e) aliar-se política e economicamente à França para enfrentar os vizinhos espa-
nhóis, impondo-lhes suas concepções geopolíticas na América.
3.
Cada ano, vêm nas frotas quantidade de portugueses e de estrangeiros,
para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil,
vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem.
A mistura é de toda a condição de pessoas: homens e mulheres, moços e ve-
lhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares e clérigos, e religiosos de
diversos institutos, muitos dos quais não têm no Brasil convento nem casa.

André João Antonil, “Cultura e opulência no Brasil por suas drogas e mi-
nas”.

Nesse retrato descrito pelo jesuíta Antonil, no início do século XVIII, o Brasil co-
lônia vivia o momento

a) do avanço do café na região do Vale do Ribeira e em Minas Gerais. Portugal,


no início do século XVIII, percebeu a importância do café como a grande riqueza
da colônia, passou então a enviar mais escravos para essa região e a controlá-la
com maior rigor.
b) da decadência do cultivo da cana-de-açúcar no nordeste. Em substituição a
esse ciclo, a metrópole passou a investir no algodão; para tanto, estimulou a mi-
gração de colonos para a região do Amazonas e do Pará. Os bandeirantes tive-
ram importante papel nesse período por escravizar indígenas, a mão-de-obra
usada nesse cultivo.

His. 64
c) da descoberta de ouro e pedras preciosas no interior da Colônia. A Metrópo-
le, desde o início do século XVIII, buscou regularizar a distribuição das áreas a
serem exploradas; como forma de impedir o contrabando e recolher os impos-
tos, criou um aparelho administrativo e fiscal, deslocando soldados para a região
das minas.
d) da chegada dos bandeirantes à região das minas gerais. Os bandeirantes des-
cobriram o tão desejado ouro, e a Metrópole se viu obrigada a impedir a corrida
do ouro; para tanto, criou leis impedindo o trânsito indiscriminado de pessoas na
região, deixando os bandeirantes como os guardiões das minas.
e) do esgotamento do ouro na região das minas. Sua difícil extração levou pes-
soas de diferentes condições sociais para as minas, em busca de trabalho, e seu
esgotamento dividiu a região em dois grupos - de um lado, os paulistas, e, de
outro, os forasteiros, culminando no conflito chamado de Guerra dos Emboabas.

4.
O desenvolvimento desigual entre os povos, na atualidade, tem suas origens em
limitações históricas, como:

ALVARÁ DE 1785

Eu, a Rainha, faço saber aos que este alvará virem que, sendo-me presente o
grande número de fábricas, manufaturas que de alguns anos a esta parte se têm
difundido em diferentes capitanias do Brasil, com grave prejuízo da cultura e da
lavoura, e da exploração das terras minerais daquele vasto continente; [...] hei de
por bem ordenar que todas as fábricas, manufaturas, ou teares de galões, de te-
cidos - excetuando tão-somente aqueles dos ditos teares e manufaturas em que
se tecem ou manufaturam fazendas grossas de algodão, que servem para o uso e
vestuário dos negros, para enfardar e empacotar fazendas e para outros ministé-
rios semelhantes -, e todas as demais sejam extintas e abolidas em qualquer parte
onde se acharem nos meus domínIos do Brasil. [adaptado]
A intenção da rainha, expressa no texto, foi

a) promover a concentração dos recursos coloniais na monocultura cafeeira da


exportação e numa industrialização substitutiva.
b) manter a economia colonial embasada no algodão, que dominou o valor das
exportações no século XVIII.
c) subordinar os interesses brasileiros ao Tratado de Methuen, fazendo com que
o ouro brasileiro acabasse em Portugal, através da Inglaterra.
d) acelerar a industrialização portuguesa em detrimento do desenvolvimento
agrícola brasileiro.
e) evitar que, na fase do ciclo da mineração, ocorresse um desenvolvimento in-
dustrial no Brasil, concorrendo com a Metrópole.

5.
“(...) a terra que dá ouro esterilíssima de tudo o que se há mister para a vida
humana (...). Porém, tanto que se viu a abundância de ouro que se tirava e a
largueza com que se pagava tudo o que lá ia, (...) e logo começaram os mer-
cadores a mandar às minas o melhor que chega nos navios do Reino e de
outras partes, assim de mantimentos, como de regalo e de pomposo para se
vestirem, além de mil bugiarias de França (...) E, a este respeito, de todas as
partes do Brasil se começou a enviar tudo o que a terra dá, com lucro não

His. 65
somente grande, mas excessivo. (...) E estes preços, tão altos e tão correntes
nas minas, foram causa de subirem tanto os preços de todas as coisas, como
se experimenta nos portos das cidades e vilas do Brasil, e de ficarem desfor-
necidos muitos engenhos de açúcar das peças necessárias e de padecerem
os moradores grande carestia de mantimentos, por se levarem quase todos
aonde hão de dar maior lucro.”
Antonil, “Cultura e opulência do Brasil”, 1711
No texto, o autor refere-se a uma das conseqüências da descoberta e exploração
de ouro no Brasil colonial. Trata-se

a) do desenvolvimento de manufaturas para abastecer o mercado interno.


b) da inflação devido à grande quantidade de metais e procura por mercadorias.
c) do incremento da produção de alimentos e tecidos finos na área das minas.
d) da redução da oferta de produtos locais e importados na região mineradora.
e) do desabastecimento das minas devido à maior importância das vilas litorâ-
neas.

EXERCÍCIOS PARA CASA


1.
Os fatores que levaram ao desenvolvimento e à ampliação das atividades econô-
micas periféricas da colônia, tais como, a pecuária, o tabaco, as drogas do ser-
tão e mesmo o pau-brasil, em detrimento da lavoura de cana-de-açúcar, após a
expulsão dos holandeses, em 1654, foram:
a) a criação de um mercado interno fomentado pelo descobrimento das minas de
ouro no final do século XVI e sua ampliação para as cidades litorâneas da colônia.
b) a inversão significativa da utilização da mão de obra escrava pela mão de obra
livre na região das minas, criando, assim, um mercado consumidor expressivo.
c) estagnação econômica do Centro-Oeste, em função do renascimento agrícola
no Nordeste, ao longo do século XVII.
d) o acompanhamento destas atividades, primeiro como complemento da ativi-
dade açucareira e, posteriormente, como núcleos abastecedores da atividade
mineradora e seus desdobramentos.

2.
A partir de 1750, com os Tratados de Limites, fixou-se a área territorial brasileira,
com pequenas diferenças em relação a configuração atual. A expansão geográ-
fica havia rompido os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. No período
colonial, os fatores que mais contribuíram para a referida expansão foram:

a) criação de gado no vale do São Francisco e desenvolvimento de uma sólida


rede urbana.
b) apresamento do indígena e constante procura de riquezas minerais.
c) cultivo de cana-de-açúcar e expansão da pecuária no Nordeste.
d) ação dos donatários das capitanias hereditárias e Guerra dos Emboabas.

His. 66
e) incremento da cultura do algodão e penetração dos jesuítas no Maranhão.

3.
Os tropeiros foram figuras decisivas na formação de vilarejos e cidades do
Brasil colonial. A palavra tropeiro vem de “tropa” que, no passado, se referia
ao conjunto de homens que transportava gado e mercadoria. Por volta do
século XVIII, muita coisa era levada de um lugar a outro no lombo de mulas.
O tropeirismo acabou associado à atividade mineradora, cujo auge foi a ex-
ploração de ouro em Minas Gerais e, mais tarde, em Goiás. A extração de
pedras preciosas também atraiu grandes contingentes populacionais para
as novas áreas e, por isso, era cada vez mais necessário dispor de alimentos
e produtos básicos. A alimentação dos tropeiros era constituída por touci-
nho, feijão preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e coité (um molho de
vinagre com fruto cáustico espremido). Nos pousos, os tropeiros comiam fei-
jão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho, que era ser-
vido com farofa e couve picada. O feijão tropeiro é um dos pratos típicos da
Disponível em http://www. cozinha mineira e recebe esse nome porque era preparado pelos cozinheiros
tribunadoplanalto.com.br.
Acesso em: 27 nov. 2008. das tropas que conduziam o gado.

A criação do feijão tropeiro na culinária brasileira está relacionada à

a) atividade comercial exercida pelos homens que trabalhavam nas minas.


b) atividade culinária exercida pelos moradores cozinheiros que viviam nas regi-
ões das minas.
c) atividade mercantil exercida pelos homens que transportavam gado e merca-
doria.
d) atividade agropecuária exercida pelos tropeiros que necessitavam dispor de
alimentos.
e) atividade mineradora exercida pelos tropeiros no auge da exploração do ouro.
4.
Cada ano, vêm nas frotas quantidade de portugueses e de estrangeiros,
para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil,
vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem.
A mistura é toda a condição de pessoas (...)

ANTONIL. “Cultura e opulência do Brasil”. São Paulo: Companhia Editora


Nacional, 1967, p. 264.

O processo de ocupação do sertão e extração de ouro e diamantes ao longo do


século XVIII permitiu

a) a articulação econômica de regiões até então dispersas, juntamente com a


formação de um mercado interno.
b) a perpetuação do sistema de feitorias, apesar da desaprovação da coroa por-
tuguesa.
c) o rompimento do Tratado de Methuen assinado entre Portugal e Inglaterra.
d) a eliminação do comércio de contrabando nas relações entre metrópole e co-
lônia.
e) o aprofundamento das relações comerciais entre o Brasil e as 13 colônias in-
glesas na América.

His. 67
5. “E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e
em moedas para os reinos estranhos e a menor é a que fica em Portugal e
nas cidades do Brasil, salvo o que se gasta em cordões, arrecadas e outros
brincos, dos quais se vêem hoje carregadas as mulatas de mau viver e as
negras, muito mais que as senhoras”.

André João Antonil. “Cultura e opulência do Brasil”, 1711.

No trecho transcrito, o autor denuncia:

a) a corrupção dos proprietários de lavras no desvio de ouro em seu próprio be-


nefício e na compra de escravos.
b) a transferência do ouro brasileiro para outros países em decorrência de acor-
dos comerciais internacionais de Portugal.
c) o prejuízo para o desenvolvimento interno da colônia e da metrópole gerado
pelo contrabando de ouro brasileiro.
d) o controle do ouro por funcionários reais preocupados em esbanjar dinheiro
e dominar o poder local.
e) a ausência de controle fiscal português no Brasil e o desvio de ouro para o ex-
terior pelos escravos e mineradores ingleses.
6.
A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e a me-
terem-se por caminhos tão ásperos como são os das minas, que dificultosa-
mente se poderá dar conta do número das pessoas que atualmente lá estão.
Contudo, os que assistem nelas nestes últimos anos por largo tempo, e as
correram todas, dizem que mais de trinta mil almas se ocupam, umas em
catar, e outras em mandar catar nos ribeiros do ouro, e outras em negociar,
vendendo e comprando o que se há mister não só para a vida, mas para o
regalo, mais que nos portos do mar.

André João Antonil. Cultura e opulência do Brasil (1711) APUD: Inácio, Inês
da C. e DE LUCA, Tânia R. Documentos do Brasil colonial. São Paulo: Ática,
1993. p. 124.

A situação histórica descrita evidencia:

a) a repartição equilibrada dos terrenos auríferos pelos coloniais.


b) a corrida do ouro e as esperanças de enriquecimento fácil.
c) a condição de igualdade entre senhores e escravos na busca do ouro.
d) a mineração como única atividade econômica da região.

7.
Leia o trecho de documento.

His. 68
Senhor. Sendo como é a obrigação a primeira virtude, porque importa pouco
zelar cada um o seu patrimônio, e descuidar-se da utilidade alheia quando
lhe está recomendada, se nos faz preciso representar a Vossa Majestade a
opressão universal dos moradores destas Minas involuta no arbítrio atual de
se cobrarem os [impostos] de Vossa Majestade devidos, podendo ser pagos
com alguma suavidade de outra forma sem diminuição do que por direito
está Vossa Majestade recebendo, na consideração de que sejam lícitos os
fins se devem abraçar os meios mais toleráveis...

REPRESENTAÇÃO DO SENADO DA CÂMARA DE VILA RICA AO REI DE


PORTUGAL, 26 de dezembro de 1742.

Nesse trecho, os oficiais da Câmara de Vila Rica estão-se referindo à cobrança


do

a) dízimo eclesiástico, imposto que incidia sobre os diamantes extraídos no Dis-


trito Diamantino.
b) foro enfitêutico, tributo cobrado proporcionalmente à extensão das sesmarias
dos mineradores.
c) quinto do ouro, imposto cobrado por meio da capitação, que taxava também
outras atividades econômicas.
d) subsídio voluntário, destinado a cobrir as despesas pessoais do Rei de Portu-
gal.
8.
A Guerra Guaranítica foi a revolta dos missioneiros guaranis contra as impo-
sições do Tratado de Madri, que os obrigava a abandonar suas terras, mo-
radias, plantações e rebanhos. O acordo de 1750 favorecia as monarquias
ibéricas, defendendo seus interesses na região, mas prejudicava gravemen-
te os indígenas.

QUEVEDO, Júlio. A GUERRA GUARANÍTICA. São Paulo: Ática, 1996. p.29.

Com base no texto, é correto afirmar:

a) Os índios reagiram à dominação colonial, porque defendiam exclusivamente o


Império Teocrático organizado pela Igreja Católica, que se sobressaía na Améri-
ca, através da Companhia de Jesus.
b) Os missioneiros guaranis estavam desaculturados do “ser” índio devido à tira-
nia jesuíta, portanto defendiam somente os interesses dos padres.
c) A guerra expressou a luta dos missioneiros guaranis que não queriam se trans-
formar numa espécie de “sem terra” do século XVIII, visto que suas terras foram
doadas aos soldados espanhóis.
d) A guerra representou um dos raros momentos de reação indígena, organizada
contra as imposições da Coroa e dos colonizadores luso-espanhóis.
e) Os missioneiros guaranis enfrentaram os exércitos luso-espanhóis, porque es-
tavam organizando uma confederação indígena anti-espanhola.

His. 69
9.
Em realidade, se o ouro criou condições favoráveis ao desenvolvimento interno
da colônia, não é menos verdade que o ouro também dificultou o aproveitamen-
to dessas condições ao entorpecer o desenvolvimento manufatureiro da metró-
pole.”

“O ouro deixou buracos no Brasil, igrejas em Portugal e fábricas na Inglaterra.”

As expressões acima, muito citadas pelos historiadores, define a herança deixa-


da pela mineração no Brasil. Como consequência:

a) que grande parte do ouro brasileiro era levado para as manufaturas inglesas
em função do comércio deficitário entre o Brasil e a Inglaterra, que comprava o
algodão bruto e exportava tecidos.
b) O comércio deficitário entre a metrópole portuguesa e o reino inglês favore-
ceu o escoamento do ouro brasileiro para o setor manufatureiro têxtil da Ingla-
terra, sobretudo após o tratado de Methuen.
c) A Inglaterra apoderou-se da maior parte do ouro brasileiro através da pirataria
e das atividades corsárias.
d) As guerras ocorridas na Europa, nas quais Portugal sempre esteve do lado da
Inglaterra, procovaram a transferência de grande parte das riquezas auríferas
extraídas do Brasil.
e) A transferência de grande parte das riqueza minerais exercidas do Brasil para
a Inglaterra resultou, principalmente, da importação de máquinas e equipamen-
tos pelo reino português.
10.
A corrida do ouro em Minas Gerais no final do século XVII trouxe uma riqueza
muito grande para a Coroa portuguesa mas também exigiu muitos esforços no
sentido de fiscalizar a produção e punir o contrabando. Assinale a expressão
correta a respeito das medidas fiscais empreendidas por Portugal na área das
minas:

a) apesar dos protestos dos fidalgos encarregados da arrecadação, a Coroa por-


tuguesa evitava pressionar os produtores através das derramas, limitando-se a
aumentar os impostos.
b) sem conseguir se impor aos proprietários das minas, a administração colonial
passou a permitir a livre comercialização do ouro, arrecadando impostos nos
portos e nas estradas.
c) a administração colonial instalou as casas de fundição para regulamentar a
produção do ouro e arrecadar mais impostos, obtendo total apoio dos proprie-
tários das minas.
d) ao aumentar a carga fiscal e as casas de fundição, a Coroa logrou aumentar a
arrecadação de impostos, mas provocou a revolta dos proprietários das minas.

His. 70
QUESTÃO CONTEXTO
Chico Rei (1964)

Vivia no litoral africano


Um régia tribo ordeira
Cujo rei era símbolo
De uma terra laboriosa e hospitaleira.
Um dia, essa tranqüilidade sucumbiu
Quando os portugueses invadiram,
Capturando homens
Para fazê-los escravos no Brasil.
(...)
Jurou a sua gente que um dia os libertaria.
Chegando ao Rio de Janeiro,
No mercado de escravos
Um rico fidalgo os comprou,
Para Vila Rica os levou.
A idéia do rei foi genial,
Esconder o pó do ouro entre os cabelos,
Assim fez seu pessoal.
Todas as noites quando das minas regressavam
Iam à igreja e suas cabeças lavavam,
Era o ouro depositado na pia
E guardado em outro ligar de garantia
Até completar a importância
Para comprar suas alforrias.
Foram libertos cada um por sua vez
E assim foi que o rei,
Sob o sol da liberdade, trabalhou

E um pouco de terra ele comprou,


Descobrindo ouro enriqueceu.
(...)

O Samba-enredo do Salgueiro, em 1964, fez referência a um importante per-


sonagem na tradição oral-afrobrasileira do século XVIII, Chico Rei. Ainda hoje
existem divergências entre historiadores sobre a existência de fato de Chico Rei,
devido à escassez de fontes para sustentá-la. No entanto, a história desse rei
africano que veio para o Brasil como escravo, atuando nas minas, nos ajuda a
perceber algumas características da mineração brasileira. Comente-as a partir
da história de Chico Rei apresentada no samba-enredo do Salgueiro.

His. 71
GABARITO
01. 03.
Exercício de aula Questão Contexto
1. d A partir da letra do samba-enredo do Salgueiro so-
2. a bre a figura de Chico Rei, podemos perceber a utili-
3. c zação da mão de obra africana nas minas de ouro, as
4. e estratégias de contrabando e a questão da mobilida-
5. b de social, que, a despeito do que aborda a música,
ainda era bastante limitada.

02.
Exercício de casa
1. d
2. b
3. c
4. a
5. c
6. b
7. c
8. d
9. b
10. d
PARA Para ouvir o samba-enredo Chico Rei, acesse:

SABER
https://www.youtube.com/watch?v=7Ecfk5DO6d8

Para saber mais sobre Chico Rei

MAIS Filme: Chico Rei (1985)

His. 72
Lit. Semana 8

Diogo Mendes
(Maria Carolina)

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CRONOGRAMA

07/04 Exercícios de
revisão: literatura
colonial

11:00
21:00

28/04 Romantismo -
Poesia - 1a geração

11:00
21:00
07
Exercícios de abr
revisão
Literatura colonial
01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Quinhentismo literária é marcada pela dualidade ideológica, uma
vez que no movimento da Contrarreforma na Euro-
O período quinhentista é marcado pelo início do pa, no século XVII, os indivíduos mostram-se dividi-
processo de colonização no Brasil. Não se trata de dos ao continuar seguindo os valores cristãos que
uma corrente literária, pois sua contribuição é muito os regiam ou assumirem uma nova visão materialista
mais histórica e informativa sobre aquele momento, do mundo e do homem.
uma vez que é caracterizada pelo choque cultural
entre índios e europeus: os primeiros contatos, as Características do barroco
relações de troca, a linguagem, a diferença entre os
valores e hábitos e, também, a exploração indígena. → Conflito entre a visão antropocêntrica e visão te-
Além disso, devido as cartas de Pero Vaz de Cami- ocêntrica;
nha, escrivão português, tivemos acesso às informa- → Oposição entre o mundo material e o mundo es-
ções e relatos daquele período, tais como a descri- piritual;
ção climática e geográfica. → Idealização amorosa, sensualismo e sentimento
de culpa cristã;
→ Consciência sobre a efemeridade do tempo;
A literatura informativa → Sentimento de morbidez;
→ Gosto por raciocínios complexos.
Também chamada de literatura da informação, é

76
conhecida pelos relatos e descrições do território Além disso, os aspectos formais referentes ao Bar-
brasileiro durante os primeiros anos no processo roco são:
de colonização brasileira. Os textos tinham o intui-
to de informar aos governantes de Portugal sobre o → Uso de figuras de linguagens, tais como antítese,

Lit.
território explorado sobre os interesses comerciais: paradoxo e inversão;
exploração de matéria-prima, área favorável para a → Uso do soneto e decassílabo;
implementação de colônias, a abundância de miné- → Vocabulário culto;
rios, a grandiosidade da fauna, o contato com os in- → Gosto por construções complexas e raras;
dígenas, entre outros → Cultismo (jogo de palavras);
→ Conceptismo (jogo de ideias).

Literatura jesuítica
Arcadismo
A literatura jesuítica ou também intitulada como li-
teratura de catequese surgiu com a chegada dos A corrente literária árcade, influenciada pelos ideais
jesuítas ao Brasil-Colônia. Os jesuítas vieram à ter- do Iluminismo no século XVIII, visava retornar alguns
ra tupiniquim para catequizar os índios e, segundo marcos artísticos do período renascentista. Com o
a ideologia cristã, era uma maneira de livrá-los de intuito de promover o racionalismo na poesia - uma
seus “pecados” e conhecer a Deus, além de conquis- vez que o período da dualidade barroca deu espaço
tar novos fiéis e, assim, expandir o catolicismo. Os ao antropocentrismo – o Arcadismo é caracterizado
principais nomes da literatura informativa são José pela temática mais pastoril e bucólica, contrarian-
de Anchieta, Manuel da Nóbrega e Fernão Cardim. do os apegos materialistas que marcavam aquele
momento e resgatando alguns aspectos da cultura
clássica.
Barroco
Características do arcadismo
Marcado pelos ideais renascentistas do século XVI,
o homem passa a se distanciar, aos poucos, do pen- → Bucolismo;
samento teocêntrico e aproxima-se das influências → Pastoralismo;
do antropocentrismo. Neste sentido, essa corrente → Uso da razão;
→ Temática universalista;
→ Valorização da cultura greco-romana; Lemas árcades
→ Objetividade;
→ Contraste entre a simplicidade da vida X apegos Conhecidos como lemas árcades, estes são expres-
materiais; sões latinas que remetem aos valores de uma vida
→ Convencionalismo amoroso; simples, sem apegos materiais e que valorize as pe-
→ Contraste entre o ambiente urbano e o ambiente quenas coisas da vida. Veja quais são:
campestre;
→ Carpe Diem (Aproveitar a vida, viver o momento);
Em relação à linguagem e forma estrutural das po- → Locus Amoenus (Lugar ameno, significa um lugar
esias árcades, temos a presença de: simples, um refúgio longe dos centros urbanos);
→ Fugere Urbem (Fuga da cidade, remetendo à feli-
→ Sonetos; cidade da vida no campo, em contraste com o caos
→ Versos decassílabos; urbano);
→ Ordem direta (da estrutura sintática); → Aurea Mediocritas ( Desvínculo à vida material,
→ Linguagem mais simples. que segundo os árcades era considerada uma vida
medíocre, mas rica em realizações espirituais);

EXERCÍCIO DE AULA
1.

77
Lit.
(ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666)

“A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e


bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem esti-
mam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca
disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto.”
(CAMINHA, P. V. A carta. www.dominiopublico.gov.br.)

Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de


Caminha, conclui-se que:

a) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza


e melancolia, do movimento romântico das artes plásticas.
b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realis-
ta, ao passo que o texto é apenas fantasioso.
c) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o ha-
bitante das terras que sofreriam processo colonizador.
d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cul-
tura indígena.
e) há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio
representado é objeto da catequização jesuítica.
2.
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faró endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.

Páscoa de flores, dia de alegria


Àquele Povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.

Pois mandado pela alta Majestade


Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.

Quem pode ser senão um verdadeiro


Deus, que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.

(DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Pau-


lo: Globo, 2006.)

Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam prin-

78
cípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa
por:

a) visão cética sobre as relações sociais.

Lit.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.

3.
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,


Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,


Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia,


E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.

(Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos incon-
fidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.)
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constituti-
vos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o
poema e o momento histórico de sua produção.

a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens re-


lacionadas à metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico
e fino”.
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela
uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo ur-
bano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadis-
mo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representa-
ção literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é
formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajo-
sa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está re-
presentada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à trans-
formação do pranto em alegria.

79
4.
O Barroco manifesta-se entre os séculos XVI e XVII, momento em que os ideais
da Reforma entram em confronto com a Contrarreforma católica, ocasionando
no plano das artes uma difícil conciliação entre o teocentrismo e o antropocen-
trismo.

Lit.
A alternativa que contém os versos que melhor expressam esse conflito é:
a) Uma pai de Monal, bonzo brama,
Primaz da Cafraria do Pegu,
Que sem ser do Pequim, por ser do Açu,
Quer ser filho do sol, nascendo cá
(GREGÓRIO DE MATOS GUERRA)
b) Temerária, soberba, confiada,
Por altiva, por densa, por lustrosa,
A exaltação, a névoa, a mariposa,
Sobe ao sol, cobre o dia, a luz lhe enfada
(BOTELHO DE OLIVEIRA)
c) Fábio, que pouco entendes de finezas!
Quem faz só o que pode a pouco obriga:
Quem contra os impossíveis se afadiga,
A esse cede amor em mil ternezas.
(GREGÓRIO DE MATOS GUERRA)
d) Luzes qual sol entre astros brilhadores,
Se bem rei mais propício, e mais amado;
Que ele estrelas desterra em régio estado,
Em régio estado não desterras flores.
(MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA)
e) Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta elemência me despido,
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
EXERCÍCIO DE CASA
1.
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso), após analisar as afirmações que se seguem
sobre o Quinhentismo:

( ) A literatura de informação ressalta a importância do trabalho com o estilo,


com a forma.
( ) A atitude de Caminha em frente à terra recém-descoberta é de decepção e
de repulsa pelo índio.
( ) A produção informativa do Quinhentismo frente à terra tem maior valor his-
tórico-documental que literário.
( ) A exaltação ufanista das virtudes da terra prestava-se, também, ao incentivo
à imigração e aos investimentos da Europa na Colônia.
( ) Autores românticos e modernistas valeram-se de sugestões temáticas e for-
mais das crônicas de viagem.
( ) A literatura dos viajantes é ocorrência exclusiva brasileira, não tendo nenhum
similar em nenhuma outra parte do mundo.
( ) A poesia de Anchieta está presa aos modelos renascentistas e reflete, em
seus sonetos, uma transparente influência de Camões.

A sequência é:

80
a) F, F, V, V, V, F, F
b) F, F, F, V, V, V, F
c) F, F, F, F, F, V, V

Lit.
d) V, V, V, V, V, V, V
e) V, V, V, V, V, F, F

2.
Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em
um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e
em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa
em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas
vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e ou-
tra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi
de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noi-
tes e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós
famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros,
as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se com-
põe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá
merecimento de martírio.
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).

O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Pai-
xão de Cristo e:

a) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.


b) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
3.
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,


Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,


Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia,


E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.

(Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos incon-
fidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.)

Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa

81
em que o poeta se dirige ao seu interlocutor.

a) “Torno a ver-vos, ó montes; o destino” (v.1)


b) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v.5)

Lit.
c) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v.6)
d) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v.7)
e) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,” (v.11)

4.
Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:

Dos vícios já desligados


nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados
(Anchieta, José de. O Auto de São Lourenço [Tradução e adaptação de
Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.] pg 110)

a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude


mais visível, como produto final de todo um empreendimento do qual participam
com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada da-
quilo que se convencionou chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmados os valores de sua própria cultura, ao men-
cionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens
atende a todos os requintes da dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazi-
da pelos jesuítas, de quem querem liberta-se tão logo seja possível.
5.
O pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem ladrilha ou azu-
leja. Ordenado, mas como as estrelas. (...) Todas as estrelas estão por sua
ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não
fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão
em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-
-de estar negro; se de uma parte está dia, da outra há-de estar noite; se de
uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem
desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num ser-
mão duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o
seu contrário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das
palavras.

(Vieira, Antônio [Pe.].Sermão da Sexagésima.)

No texto, Vieira critica um certo estilo de fazer sermão, que era comum na arte
de pregar dos padres dominicanos da época. O uso da palavra “xadrez” tem o
objetivo de:

a) defender a ordenação das ideias em um sermão.


b) fazer alusão metafórica a um certo tipo de tecido.
c) comparar o sermão de certos pregadores a uma verdadeira prisão.
d) mostrar que o xadrez se assemelha ao semear.

82
e) criticar a preocupação com a simetria do sermão.

Lit.
6.
Texto I

Discreta e formosíssima Maria,


Enquanto estamos vendo claramente
Na vossa ardente vista o sol ardente,
e na rosada face a aurora fria;

Enquanto pois produz, enquanto cria


Essa esfera gentil, mina excelente
No cabelo o metal mais reluzente,
E na boca a mais fina pedraria.

Gozai, gozai da flor da formozura,


Antes que o frio da madura idade
Tronco deixe despido o que é verdura.

Que passado o zênite da mocidade,


Sem a noite encontrar da sepultura,
E cada dia ocaso da beldade.
(Gregório de Matos Guerra)

Glossário:
• zênite: ápice.
Texto II

Minha bela Marilia, tudo passa;


A sorte deste mundo é mal segura;
Se vem depois dos males a ventura,
Vem depois dos prazeres a desgraça.
Estão os mesmos Deuses
Sujeitos ao poder do ímpio fado:
Apolo já fugiu do Céu brilhante,
Já foi pasor de gado.
Ah! enquanto os Destinos impiedosos
Não voltam contra nós a face irada,
Façamos, sim façamos, doce amada,
Os nossos breves dias mais ditosos,
Um coração, que frouxo
A grata posse de seu bem difere
A si, Marilia, a si próprio rouba,
E a si próprio fere.
Ornemos nossas testas com as flores;
E façamos de feno um brando leito,
Prendamo-nos, Marilia, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.

83
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa.
Também, Marilia, morre.

Lit.
(Tomás Antonio Gonzaga)

Glossário:
1) ímpio: impiedoso.
2) fado: destino.
3) ditoso: feliz.

O texto I é Barroco; o texto II é arcádico. Comparando-os, só não é correto afir-


mar que:

a) Os barrocos e árcades expressam sentimentos.


b) As construções sintáticas barrocas revelam um interior conturbado.
c) O desejo de viver o prazer é dirigido à amada nos dois textos.
d) Os árcades têm uma visão de mundo mais angustiada que os barrocos.
e) A fugacidade do tempo é temática comum aos dois estilos.
7.
Leia atentamente o fragmento do sermão do Padre Antônio Vieira:

A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos ou-
tros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não
só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos.
Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes,
bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os
pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande […]. Os
homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que
se comem uns aos outros. Tão alheia cousa é não só da razão, mas da mes-
ma natureza, que, sendo criados no mesmo elemento, todos os cidadãos da
mesma pátria, e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer.

(VIEIRA, Antônio. Obras completas do padre Antônio Vieira: sermões. Pre-


faciados e revistos pelo Pe. Gonçalo Alves. Porto: Lello e Irmão - Editores,
1993. v. III, p. 264-265.) 8
Glossário:
• desedificar: escandalizar

O texto de Vieira contém algumas características do Barroco. Dentre as alter-


nativas a seguir assinale aquela em que não se confirmam essas tendências es-
téticas:

84
a) A utilização da alegoria, da comparação, como recursos oratórios, visando à
persuasão do ouvinte.
b) A tentativa de convencer o homem do século XVII, imbuído de práticas e sen-

Lit.
timentos comuns ao semi paganismo renascentista, a retomar o caminho do es-
piritualismo medieval, privilegiando os valores cristãos.
c) A presença do discurso dramático, recorrendo ao princípio horaciano de “en-
sinar deleitando” — tendência didática e moralizante, comum à Contrarreforma.
d) O tratamento do tema principal a denúncia à cobiça humana através do con-
ceptismo, ou jogo de ideias.
e) O culto do contraste, sugerindo a oposição bem x mal, em linguagem simples,
concisa, direta e expressiva da intenção barroca de resgatar os valores greco-
-latinos.
QUESTÃO CONTEXTO
O filme americano “Into the Wild”, do diretor Sean Penn narra a história
do personagem Christopher McCandless, um jovem de família classe mé-
dia alta que começa a se sentir insatisfeito com seu estilo de vida e a falta
de tempo para momentos simples. Disposto a transformar sua perspectiva,
o jovem decide abandonar seus bens materiais e sua família e parte para o
Alasca, para viver longe dos anseios burgueses e próximo da natureza, onde
as dificuldades do ambiente fazem com o jovem aprenda a sobreviver e en-
contrar o verdadeiro sentido da felicidade.

85
(Cena do filme “Into the Wild”, do diretor Sean Penn)

De acordo com seus conhecimentos sobre o Arcadismo, relacionando-os ao

Lit.
filme, aponte dois lemas árcades referentes ao estilo de vida do personagem
Christopher.

GABARITO
01.
Exercício de aula 03.
1. c Questão Contexto
2. c Lemas: Locus amonus, Inutillia truncat e Fugere ur-
3. b bem.
4. e
5. c

02.
Exercício de casa
1. a
2. e
3. a
4. a
5. e
6. d
7. e
Mat. Semana 8

PC Sampaio
Alex Amaral
Gabriel Ritter
(Rodrigo Molinari)

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CRONOGRAMA

06/04 Inequação produto Equação,


inequação e função
e inequação exponencial
quociente

08:00 11:00
18:00 21:00

07/04 Equação,
inequação e função
exponencial -
continuação

8:00
18:00

13/04 Exercícios de Logaritmos:


exponencial definição e
propriedades

08:00 11:00
18:00 21:00

20/04 Logaritmos: Função e inequação


definição e logarítmica
propriedades

08:00 11:00
18:00 21:00
27/04 Exercícios de Exercícios de
logaritmos revisão geral: 10
exercícios

08:00 11:00
18:00 21:00

28/04 Sequências: lei


de recorrência e
Fibonacci

08:00
18:00
06
Inequação abr
Produto e quociente

01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Inequação é toda equação em que não há sinal de Assim, nossa inequação (x-2)(3x-4) < 0 tem como so-
igual, ou seja, é uma desigualdade. lução 4/3 < x < 2

Ex: Resolva a inequação x - 1 < 0 → Inequação quociente:

Como os mecanismos de resolução de uma desi- É toda inequação na qual há uma divisão de termos.
gualdade são muito parecidos com os de uma igual-
x −1
dade, podemos passar o -1 para o outro lado e temos Ex: Resolva a inequação >0
x −5
como resultado x < 1.
Tirando as raízes das funções e fazendo o estudo de
Neste módulo, iremos estudar casos especiais de sinais temos
inequações: inequação produto e inequação quo-
ciente. x–1=0 x–5=0
x=1 x=5
→ Inequação produto

É toda inequação na qual há um produto de termos

Mat. 90
Ex: Resolva a inequação (x-2) (3x-4) < 0
Como a inequação precisa ser menor que zero, as
Para resolver essa desigualdade, devemos olhar raízes não entram no nosso conjunto solução, pois
para as funções x -2 e 3x – 4 separadamente e fazer elas zeram as funções.
o estudo de sinais de ambas as funções.
Tirando as raízes das funções e fazendo o estudo de Agora, podemos montar nosso quadro:
sinais temos:

x–2=0 3x – 4 = 0
x=2 x = 4/3

x −1
Assim, nossa inequação > 0 tem como so-
x −5
Como a inequação precisa ser menor que zero, as lução ( −∞,1) ∪ (5, +∞)
raízes não entram no nosso conjunto solução, pois
elas zeram as funções.

Agora, podemos montar nosso quadro:


EXERCÍCIOS DE AULA
1.
A diferença entre o comprimento x e a largura y de um retângulo é de 2 cm. Se a
sua área é menor ou igual a 24 cm², então, o valor de x, em cm, será:

a) 0<x<6
b) 0<x≤4
c) 2<x≤6
d) 2<x<6
e) 2<x≤4

1+ x

2.
O domínio da função f(x) = é o intervalo:
7−x

a) ]-1,7[
b) [-1.7[
c) [-1,7]
d) ]5,+∞[
e) [-1,+∞[

Mat. 91
3.
Certa empresa de telefonia oferece a seus clientes dois pacotes de serviço:

✓ Pacote laranja: Oferece 300 minutos mensais de ligação local e o usuário deve
pagar R$ 143,00 por mês. Será cobrado o valor de R$ 0,40 por minuto que exce-
der o valor oferecido.
✓ Pacote azul: Oferece 100 minutos mensais de ligação local e o usuário deve
pagar mensalmente R$ 80,00. Será cobrado o valor de R$ 0,90 por minuto que
exceder o valor oferecido.

Para ser mais vantajoso contratar o pacote laranja, comparativamente ao pacote


azul, o número mínimo de minutos de ligação que o usuário deverá fazer é

a) 300.
b) 70.
c) 126.
d) 400.
e) 171.

1 − x²
A função f ( x) =
4.
é positiva se, e somente se, x pertence ao intervalo:
2 − 2 x + x²

a) (-1,1)
b) (-1,1]
c) [-1,1]
d) (-∞,-1) U (1,+∞)
e) (-∞,-1] U [1,+∞)
5.
Os gráficos cartesianos das funções f e g, de R em R interceptam-se num ponto
do 1º quadrante. Se f(x) = x+7 e g(x) = -2x + k, onde k é constante, então k satis-
faz a condição.

a) k > 7
b) 1 < k ≤ 7
c) 0 < k ≤ 7
d) -1 < k ≤ 0
e) -7 < k ≤ -1

EXERCÍCIOS PARA CASA


x+2
1.
Qual é o conjunto das soluções reais de ≤0 ?
−x + 3

a) (-∞,-3] U (2,+∞)
b) (-∞,-3] U (-2,+∞)
c) (-∞,2] U (3,+∞)
d) (-2,3)

Mat. 92
e) (-∞,-2] U (3,+∞)

2.
Seja f(x) = 2x + 3 e g(x) = ax + b Sabemos que g(0) = 1 e que g(x) < f(x) para todo
x. Então g(2) vale:

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

−x + 3
> 0 , onde x pertence ao conjuntos
3.
A soma das soluções da inequação
2x −1
dos naturais é:

a) 3
b) 4
c) 5
d) 6
e) 8
4.
Seja f a função que associa, a cada número real x, o menor dos números x + 3 e
-x + 5. Assim, o valor máximo de f(x) é:

a) 1
b) 2
c) 4
d) 6
e) 7

Qual é o maior valor inteiro de m de modo que (m + 2) x ² − 2mx + (m − 3) < 0


5. para todo x ?

6.
O Salto Triplo é uma modalidade do atletismo em que o atleta dá um salto
em um só pé, uma passada e um salto, nessa ordem. Sendo que o salto com
impulsão em um só pé será feito de modo que o atleta caia primeiro sobre o
mesmo pé que deu a impulsão; na passada ele cairá com o outro pé, do qual

Mat. 93
Disponível em: www.cbat.
org.br (adaptado). o salto é realizado.

Um atleta da modalidade Salto Triplo, depois de estudar seus movimentos, per-


cebeu que, do segundo para o primeiro salto, o alcance diminuía em 1,2 m, e, do
terceiro para o segundo salto, o alcance diminuía 1,5 m. Querendo atingir a meta
de 17,4 m nessa prova e considerando os seus estudos, a distância alcançada no
primeiro salto teria de estar entre:

a) 4,0 m e 5,0 m.
b) 5,0 m e 6,0 m
c) 6,0 m e 7,0 m.
d) 7,0 m e 8,0 m.
e) 8,0 m e 9,0 m

7.
Tem-se (x+2).(x - 1) < 0 se e somente se:

a) x < 1
b) x > - 2
c) - 2 < x < 0
d) x ≠ 2 e x = 1
e) - 2 < x < 1
2x +1
8.
Resolva a inequação em .
x+2

QUESTÃO CONTEXTO
Empresas na China têm lucro no 4° trimestre, mas com fluxo de caixa fraco.

As empresas chinesas apresentaram um forte desempenho no quarto tri-


mestre, com a contratação em alta e os lucros aumentando, mas as pers-
pectivas para 2017 são incertas, já que o fluxo de caixa permanece fraco e
os estoques subiram a um ritmo recorde no final de 2016.

http://g1.globo.com/ O varejo foi o setor mais forte em termos de receita e lucro no quarto tri-
economia/negocios/noticia/
empresas-na-china-tem-
mestre, segundo um levantamento trimestral com mais de 3,3 mil empresas
lucro-no-4-trimestre-mas- da China Beige Book International, embora os investimentos fracos sugiram
com-fluxo-de-caixa-fraco.
ghtml uma perspectiva de cautela

Mat. 94
Suponha que o lucro de uma dessas empresas chinesas seja dado pela função
( x − 2)² em que x é a quantidade de produtos vendidos, em milhares.
L( x) =
3x
−3
7
Calcule o valor mínimo de produtos a serem vendidos para que o lucro dessa
empresa seja positivo.
GABARITO
01. 03.
Exercícios para aula Questão contexto
1. c 7.000 produtos
2. b
3. e
4. a
5. a

02.
Exercícios para casa
1. e
2. e
3. a
4. c
5. m = -7
6. d
7. e

Mat. 95
8. 1
] − ∞, −2[∪] − , +∞[
2
06
Equação, inequa- abr
ção e função expo-
nencial

01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Equação exponencial Inequação exponencial
Uma equação exponencial é aquela que apresenta Uma inequação exponencial é aquela que apresenta
a incógnita no expoente e pelo menos uma de suas incógnita no expoente de pelo menos uma de suas
potências. potências.

Um método usado para resolução de equações ex- Um método usado para resolver inequações con-
ponenciais consiste em reduzir ambos os membros siste em reduzir ambos os membros da inequação
da equação a potência de mesma base a (0<a≠1). a potência de mesma base a (0<a≠1)e daí aplicar a
propriedade :

→ Primeiro caso : a >1 (crescente)

Temos então pela propriedade que : O sentido da desigualdade se mantém .


Ex: 2x < 24
x1=x2
x<4

Mat. 97
Quando isso é possível a equação fica mais fácil de
ser resolvida. → Segundo caso : 0<a<1
Como a base entá entre 0 e 1 temos que inverter o
Ex: 3 = 81
x
sentido da desigualdade
3x = 34
Ex: 0.35 < 0.35
Portanto x=4. 5>x

EXERCÍCIOS DE AULA
1.
Resolva a equação 0,25 x = 15

2.
Seja A um número maior que 1. Nessas condições, qual é o conjunto solução da
inequação a x³-1 ≤ ax²-1

3.
Se , então determine quanto vale
4.
Resolva as inequações :

a) 4x + 16 > 10.2x
b) 9 x+1 - 8.3x -1 ≥ 0

EXERCÍCIOS PARA CASA


1.
Resolva em R as equações :

a)

b)

2.
Independentemente do valor que n assume, cada expressão a seguir representa

Mat. 98
um número real. Determine-o:

a)

b)

3.
O conjunto solução da inequação O conjunto solução da inequação
é:

Obs: O expoente (x+3) é potência da raiz.

a) -1<x<6
b) x<-6 ou x>1
c) x<-1 ou x>6
d) -6<x<1

4.
Sendo a e b raízes distintas da equação: 2.4x + 42 = 3.2x+2 . Então:

a) 64
b) 33
c) 32
d) 31
e) 0
5.
Seja a o menor número que é solução da equação

Então é um número :

a) par
b) primo
c) não real
d) divisível por 5
e) irracional

6.
Escreva

em que n pertence aos inteiros, em sua forma mais simples.

7.
Seja a , 0<a<1 um número real dado.
Resolva a inequação exponencial

Mat. 99
8.
Determine uma das soluções da equação
QUESTÃO CONTEXTO
Juro é a remuneração cobrada pelo empréstimo de dinheiro (ou outro item).
É expresso como um percentual sobre o valor emprestado (taxa de juro) e
pode ser calculado de duas formas: juros simples ou juros compostos.

O atual sistema financeiro utiliza o regime de juros compostos, pois ele ofe-
rece uma maior rentabilidade se comparado com o regime de juros simples,
em que o valor dos rendimentos torna-se fixo. O juro composto incide mês
a mês de acordo com o somatório acumulativo do capital com o rendimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/
Juro mensal, isto é, prática do juro sobre juro.

Um cliente com problemas financeiros pede um empréstimo em regime de juros


sobre juros na seguinte sentença, pegou 2000 reais de empréstimo o que lhe
rendeu 1000 reais de juros sob uma taxa de 50% ao ano, calcule quanto tempo
demorou para que o juros chegasse a 1000 reais.

Mat. 100
GABARITO
01. 03.
Exercícios para aula Questão contexto
1. s={-2} t = 1 ano
2. s={xϵR|X≤1}
3. Resposta = 0
4. a)s={xϵR|x<1 ou x>3
b)s={xϵR|x≥0}

02.
Exercícios para casa
1. a)x=-1
b)x=2
2. a)n=6
b)n=100
3. s={xϵR|x<-1 ou x>6}, alternativa c
4. R=33, alternativa b
5. c
6. n = 13/6
7. s={xϵR|x<⅔ }
8. s={-1,1}
07
Equação, inequa- abr
ção e função expo-
nencial

01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
A função definida pela lei f(x) = ax, sendo 0<a≠1, re- → a>0
cebe o nome de função exponencial de base a, o nú-
mero real a, se chama base da função exponencial Ex: f(x) = 2x

Observe que a condição de existência dada à base a


é devida aos seguinte casos.

→ Se a<0 nem sempre o número é real, como por


exemplo:

não pertence aos Reais. Podemos observar algumas coisas :

✓ A função é crescente.
→ Se a=0 temos 3 casos : ✓ A curva nunca corta o eixo x
✓ A curva corta o eixo y em y=1
1. Quando x>0 , , função constante .
2. Quando x<0, não se define, (Ex: 1/03 ), de- → 0<a<1

Mat. 102
nominador zero é uma indeterminação.
3. Quando x=0, não se define 00 , também Ex: f(x) = (1/2)x
é uma indeterminação matemática.

→ Se a=1, para todo x real a função dada por é cons-


tante.

Gráfico de uma função expo-


nencial
Podemos observar que :
Sendo respeitadas todas as restrições construire-
mos o gráfico da função exponencial, considerando: ✓ A função é decrescente .
✓ A curva nunca corta o eixo x .
✓ A função corta a curva em y=1

EXERCÍCIOS DE AULA
1.
A população mundial está ficando mais velha, os índices de natalidade dimi-
nuíram e a expectativa de vida aumentou. No gráfico seguinte, são apresenta-
dos dados obtidos por pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas
(ONU), a respeito da quantidade de pessoas com 60 anos ou mais em todo o
mundo. Os números da coluna da direita representam as faixas percentuais. Por
exemplo, em 1950 havia 95 milhões de pessoas com 60 anos ou mais nos países
desenvolvidos, número entre 10% e 15% da população total nos países desenvol-
vidos.
Suponha que o modelo exponencial , em que x = 0 corres-
ponde ao ano 2000, x = 1 corresponde ao ano 2001, e assim sucessivamente, e
que y é a população em milhões de habitantes no ano x, seja usado para estimar
essa população com 60 anos ou mais de idade nos países em desenvolvimento
entre 2010 e 2050. Desse modo, considerando e0,3 = 1,35, estima-se que a popu-
lação com 60 anos ou mais estará, em 2030, entre

Mat. 103
a)490 e 510 milhões
b)550 e 620 milhões
c)780 e 800 milhões
d)810 e 860 milhões
e)870 e 910 milhões

2.
Na função exponencial y= 22x-4 , determine os valores de x para os quais 1<y<32.

3.
Uma substância se decompõe aproximadamente segundo a lei

em que K é uma constate, t indica o tempo (em minutos) e Q(t) indica a uantidade
de substância (em gramas no instante t.

Considerando os dados desse processo de decomposição mostrado no gráfico,


determine os valores de K e a.
4.
Em relação à função de R em R definida por f(x) = 3x + 2 , asssinale as alternati-
vas corretas.

a) f(f(0))=29
b) Sua imagem é o conjunto ]2,+∞[.
c) f(a+b)=f(a)+f(b)
d) A função é decrescente.
e) f(x+1)-f(x)=2.3x

5.
Na elaboração de políticas públicas que estejam em conformidade com a legis-
lação urbanística de uso e ocupação do solo em regiões metropolitanas, é funda-
mental o conhecimento de leis descritivas do crescimento populacional urbano.
Suponha que a lei dada pela função p(t) = 0,5.(2kt) expresse um modelo repre-
sentativo da população de uma cidade (em milhões de habitantes) ao longo do
tempo t (em anos), contados a partir de 1970, isto é, t = 0 corresponde ao ano de
1970, sendo k uma constante real.

Sabendo que a população desta cidade em 2000 era de 1 milhão de habitantes:

Mat. 104
a) Extraia do texto dado uma relação de forma a obter o valor de K.
b) Segundo o modelo de evolução populacional dado, descreva e execute um
plano de resolução que possibilite estimar em qual ano a população desta cidade
atingirá 16 milhões de habitantes.

EXERCÍCIOS PARA CASA


1.
A pedido do seu orientador, um bolsista de um laboratório de biologia construiu
o gráfico a seguir a partir dos dados obtidos no monitoramento do crescimento
de uma cultura de micro-organismos.

Analisando o gráfico, o bolsista informou ao orientador que a cultura crescia se-


gundo o modelo matemático N = k. 2at com t em horas e N em milhares de mi-
cro-organismos.
Para constatar que o modelo matemático apresentado pelo bolsista estava cor-
reto, o orientador coletou novos dados com t = 4 horas e t = 8 horas.

Para que o modelo construído pelo bolsista esteja correto, nesse período, o
orientador deve ter obtido um aumento na quantidade de micro-organismos de

a) 80.000.
b) 160.000.
c) 40.000.
d) 120.000.

2. O número de bactérias em um meio duplica de hora em hora. Se, inicialmente,


existem 8 bactérias no meio, ao fim de 10 horas o número de bactérias será:

a) 24
b) 27
c) 210
d) 215

Mat. 105
e) 213

3.
Suponha que, em 2003, o PIB (Produto Interno Bruto) de um país seja de 500 bi-
lhões de dólares. Se o PIB crescer 3% ao ano, de forma cumulativa, qual será o
PIB do país em 2023, dado em bilhões de dólares? Use 1,0320 = 1,80.

4.
Suponhamos que a população de uma certa cidade seja estimada, para daqui a x
anos, por . Determine a população referente ao

terceiro ano.

5.
Uma determinada máquina industrial se deprecia de tal forma que seu valor, t
anos após a sua compra, é dado por , em que k é uma
constante real. Se, após 10 anos, a máquina estiver valendo R$ 12 000,00, deter-
mine o valor que ela foi comprada.

a) maior que 46000


b) igual a 46500
c) entre 40000 e 46000
d) entre 38000 e 44000
e) menor que 42000
6.
Considere o texto:

“Thomas Malthus (1766-1834) assegurava que, se a população não fosse de algum


modo contida, dobraria de 25 em 25 anos, crescendo em progressão geométrica,
ao passo que, dadas as condições médias da terra disponíveis em seu tempo, os
meios de subsistência só poderiam aumentar, no máximo, em progressão aritmé-
tica”.

Analise os gráficos e assinale a alternativa em que a lei de Malthus está repre-


sentada.

a)

b)

Mat. 106
c)

d)

e)
7.
A produção de uma indústria vem diminuindo ano a ano. Num certo ano, ela pro-
duziu mil unidades de seu principal produto. A partir daí, a produção anual pas-
sou a seguir a lei y = 1000 . (0,9)x. O número de unidades produzidas no segundo
ano desse período recessivo foi de:

a) 900
b) 1000
c) 180
d) 810
e) 90

8.
A torre de Hanoy é um quebra-cabeça constituído por três pinos fixados numa
base de madeira e um certo número de discos de tamanhos diferentes. Uma tor-
re é uma configuração de discos, como ilustra a figura a seguir. O desafio con-
siste em transportar uma torre do primeiro pino para qualquer um dos dois pinos
livres observando a regra: os discos são transportados um a um, não sendo per-
mitido colocar um disco maior sobre um menor, em nenhum dos pinos. Sabe-se
que, se n é o número de discos encaixados num pino, o número mínimo N de jo-
gadas para se transportar essa torre para outro pino é N = 2n – 1.

Mat. 107
Se um jogador faz uma jogada a cada 10 segundos e transporta a torre de um
pino a outro em 10 min e 30 seg, utilizando o menor número de jogadas possíveis,
podemos afirmar que a quantidade de discos na torre era

a) 6.
b) 5.
c) 7.
d) 8.
QUESTÃO CONTEXTO
Como o Brasil entrou, sozinho, na pior crise da história
Desde os anos 1930 não havia recuo do PIB em dois anos seguidos. As con-
sequências vão nos acompanhar por muito tempo

Mat. 108
Queima de café em Santos nos anos 30. Com a queda no preço da commoditie o governo brasileiro
tomou uma medida drástica para salvar a economia. Na crise atual, a solução não é tão fácil. (Foto:
Acervo Laire José Giraud)

Estima-se que tenhamos torrado em fogueiras como a de Santos mais de 71


milhões de sacas de café, ou mais de 4 bilhões de quilos, o suficiente para
garantir o consumo mundial de café por três anos. No pior triênio daquela
crise, que virou referência de desastre no Brasil e no mundo, a economia na-
cional encolheu a um ritmo médio de 1,4% ao ano. Na crise atual, será pior.
No triênio de 2014 a 2016, a economia deverá encolher a um ritmo médio de
2,4% ao ano.

“É a maior crise do período pós-industrialização. Teremos dois anos segui-


dos de queda do PIB e existe, sim, a possibilidade de mais um ano de que-
da”, diz Antonio Corrêa de Lacerda, coordenador do Programa de Estudos
Pós-Graduados em Economia Política da PUC-SP.

http://epoca.globo.com/
ideias/noticia/2016/04/
O Produto Interno Bruto no ano de 2015 totalizou R$ 5.904,3 bilhões, sen-
como-o-brasil-entrou- do R$ 5.055,4 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$
sozinho-na-pior-crise-da-
historia.html 849,0 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

http://g1.globo.com/
economia/noticia/fmi-reduz- FMI reduz previsão de alta para o PIB do Brasil em 2017 para 0,2%
previsao-de-alta-para-o-pib-
do-brasil-em-2017.ghtml

Diante das informações acima dado o pib total de 2015 e suponha que a cada ano
se o pib crescer de foma acumulativa de 0,2%, calcule aproximadamente o valor
do pib esperado para 2017.
GABARITO
01. 03.
Exercícios para aula Questão contexto
1. e Aproximadamente 5906,66 bilhões de reais.
2. S={xER|-1<x<0 ou 4<x<5}
3. K=2048; a=4
4. a,b,e.
5. a)k=1/30;
b)2120

02.
Exercícios para casa
1. a
2. e
3. No ano de 2023 será de R$900 bilhões
4. No 3°ano é de 19.875 habitantes
5. a

Mat. 109
6. c
7. d
8. a
Por. Semana 8

Eduardo Valladares
(Bruna Basile)

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CRONOGRAMA

03/04 Semântica das


palavras invariáveis

09:15
19:15

10/04 Semântica de
conjunção

09:15
19:15

17/04 Semântica da
conjunção 2,
operadores
argumentativos e
coesão

09:15
19:15

24/04 Análise de questões


no modelo ENEM

09:15
19:15
03
Semântica abr
das palavras in-
variáveis
Advérbios e interjeições, preposições
e palavras denotativas

01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
Advérbios Preposição
A função básica de um advérbio é modificar um ver- As preposições relacionam dois termos de uma ora-
bo, entretanto, os advérbios de intensidade e formas ção, de forma que o sentido do primeiro (anteceden-
semanticamente correlatas podem reforçar o senti- te) é explicado ou completado pelo segundo (con-
do de um adjetivo, advérbio, ou ainda uma oração sequente).
inteira. Observe os exemplos abaixo, respectiva-
mente: Vou (antecedente) a (preposição) Roma (conse-
quente).
→ Ficara completamente imóvel.
→ O homem caminhava muito devagar. Além disso, as preposições denotam diferentes sig-
→ Eu me recuso, simplesmente. nificados dependendo do contexto em que estão in-
seridas. Elas podem possuir valores semânticos de:
A classificação dos advérbios ocorre devido à cir- posse, causa, matéria, assunto, companhia, finalida-
cunstância ou outra ideia acessória que expressam. de, instrumento, lugar, origem, tempo, meio, con-
Entre eles estão os advérbios de afirmação, de dú- formidade, modo e oposição. Veja alguns exemplos:

Por. 113
vida, de intensidade, de lugar, de modo, de nega-
ção, de tempo. Analisando os exemplos apresenta- → Os objetos que foram comprados são feitos
dos acima, temos advérbios de modo terminados com porcelana. (matéria)
em –mente (completamente e simplesmente) e um → Viajaremos nas férias para descansar. (finali-
advérbio de intensidade (muito). dade)
→ Os visitantes vinham do Maranhão. (origem)
→ Recebemos as visitas com muita alegria.
Interjeição (modo)

A interjeição é a expressão com que traduzimos uma


reação emotiva. Uma mesma interjeição pode cor- Palavras denotativas
responder a sentimentos variados e por isso, deve-se
estar atento ao contexto e a entoação dessa palavra. As palavras denotativas possuem essa nomenclatu-
Assim como os advérbios, as interjeições também ra por não se enquadrarem em nenhuma classe gra-
são classificadas de acordo com o sentimento que matical. Embora elas se assemelhem, em alguns as-
denotam. Veja os exemplos mais comuns: pectos, aos advérbios, entretanto não possuem uma
classificação especial. No ponto de vista semântico
→ Alegria: Oba! Oh! Ah! elas são importantes no contexto em que se encon-
→ Aplauso: Bis! Bravo! Viva! tram e são classificadas de acordo com a ideia que
→ Dor: Ai! Ui! expressam, são elas: designação, exclusão, inclu-
→ Espanto ou surpresa: Ah! Ih! Oh! Ué! Puxa! são, realce, retificação e situação.
→ Invocação: Alô! Ô! Ó! Olá! Psiu!
→ Silêncio: Psiu! Silêncio! → Sinto que ele me escapa, ou melhor, que nun-
ca me pertenceu. (retificação)
→ Da família só elas duas subsistiam. (exclusão)
→ Tudo na Vida engana, até a Glória. (inclusão)
EXERCÍCIO DE AULA
1.
Cabeludinho
Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é
meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de
ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dis-
sesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó
entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo
riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um
chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma sole-
nidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pe-
lada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei nin-
guém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia à nossa quadra.
Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas.
Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar
de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que
pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade:
Ai morena, não me escreve / que eu não sei aler. Aquele a preposto ao verbo
ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.

Por. 114
BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de


uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das
expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa re-
flexão, o autor destaca

a) os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto.


b) a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da lín-
gua portuguesa.
c) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas.
d) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias.
e) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da
linguagem.

2.
O sedutor médio
Vamos juntar
Nossas rendas e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
e ser meio felizes?

VERISSIMO, L. F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva,


2002.
No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições crí-
ticas

a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que,
juntos, os cônjuges poderiam viver mais, o que faz do casamento uma conven-
ção benéfica.
b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são iro-
nizados, o que é acentuado pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio
“meio” no verso final.
c) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja,
no casamento, apenas um dos cônjuges se sentiria realizado.
d) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético
passa por dificuldades financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
e) no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinte-
ressante ao sexo oposto e inábil em termos de conquistas amorosas.

3.

Por. 115
Assinale a única alternativa correta quanto à classificação das palavras, feita a
partir da análise do uso destas no diálogo entre a avó e os netos.

a) Levado é o infinitivo do verbo levar, que se classifica, no texto, como adjetivo


do substantivo menino.
b) O pronome indefinido isso é um elemento de coesão, que retorna o conteúdo
da fala da garota, expressa no primeiro quadrinho.
c) Em “Menino levado!!!”, o substantivo e o adjetivo funcionam como uma locu-
ção interjetiva, isto é, têm natureza de uma interjeição.
d) A forma nominal Querida é o gerúndio do verbo querer que, na fala da avó,
classifica-se como substantivo.
e) O adjetivo legal funciona, no texto, como uma interjeição, expressando uma
ideia apreciativa, cujo sentido é “conforme ou relativo à lei”
4.
Corrida – Prova 1500 metros rasos

A prova dos 1 500 metros rasos, juntamente com a da milha (1 609 metros),
característica dos países anglo-saxônicos, é considerada prova tática por
excelência, sendo muito importante o conhecimento do ritmo e da fórmula
a ser utilizada para vencer a prova. Os especialistas nessas distâncias são
considerados completos homens de luta que, após um penoso esforço para
resistir ao ataque dos adversários, recorrem a todas as suas energias res-
tantes a fim de manter a posição de destaque conseguida durante a corrida,
sem ceder ao constante assédio dos seus perseguidores.

[...] Para correr essa distância em um tempo aceitável, deve-se gastar o me-
nor tempo possível no primeiro quarto da prova, devendo-se para tanto sair
na frente dos adversários, sendo essencial o completo domínio das pernas,
para em seguida normalizar o ritmo da corrida. No segundo quarto, deve-se
diminuir o ritmo, a fim de trabalhar forte no restante da prova, sempre pro-
curando dosar as energias, para não correr o risco de ser surpreendido por
um adversário e ficar sem condições para a luta final.

Deve ser tomado cuidado para não se deixar enganar por algum adversário
de condição inferior, que normalmente finge possuir energias que realmente

Por. 116
não tem, com o intuito de minar o bom corredor, para que o companheiro
da mesma equipe possa tirar proveito da situação e vencer a prova. Assim
sendo, o corredor experiente saberá manter regularmente as suas passa-
das, sem deixar-se levar por esse tipo de artimanha. Conhecendo o estado
de suas condições pessoais, o corredor saberá se é capaz de um sprint nos
200 metros finais, que é a distância ideal para quebrar a resistência de um
adversário pouco experiente.
O corredor que possui resistência e velocidade pode conduzir a corrida se-
gundo a sua conveniência, impondo os seus próprios meios de ação. Final-
mente, ao ultrapassar um adversário, deve-se fazê-lo decidida e folgada-
mente, procurando sempre impressioná-lo com sua ação enérgica. Também
deve-se procurar manter sempre uma boa descontração muscular durante
o desenvolvimento da corrida, nunca levar a cabeça para trás e encurtar as
passadas para finalizar a prova.
http://treino-de-corrida.f1cf.com.br

Observando as seguintes passagens do texto apresentado, marque a alternativa


em que as duas palavras em negrito são utilizadas como advérbios:

a) “não correr o risco de ser surpreendido”.


b) “finge possuir energias que realmente não tem”.
c) “deve-se fazê-lo decidida e folgadamente”.
d) “nunca levar a cabeça para trás”.
e) “forte no restante da prova, sempre procurando dosar”.
5.
“O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário apenas um disparo; o assal-
tante recebeu a bala na cabeça e morreu na hora.”

No texto, os vocábulos em destaque são respectivamente:

a) preposição e artigo
b) preposição e preposição
c) artigo e artigo
d) artigo e preposição
e) artigo e pronome indefinido

EXERCÍCIO DE CASA
1.
Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta:

Sonolento leitor, o jogo do Brasil já aconteceu. Como estou escrevendo on-


tem, não faço ideia do que ocorreu. Porém, tentei adivinhar a atuação dos
jogadores. Cabe ao leitor avaliar minha avaliação e dar-me a nota final.

Por. 117
TORETO, José Roberto. Folha de S. Paulo, 13/06/2002, A-1

Com o uso do advérbio em “Como estou escrevendo ontem...”, o autor:

a) marcou que a leitura do texto acontece simultaneamente ao processo de pro-


dução do texto.
b) adequou esse elemento à forma verbal composta de auxiliar + gerúndio, para
guiar a interpretação do leitor.
c) não observou a regra gramatical que impede o uso do verbo no presente com
aspecto durativo juntamente com um marcador de passado.
d) sinalizou explicitamente que a produção e a leitura do texto acontecem em
momentos distintos.
e) lançou mão de um recurso que, embora gramaticalmente incorreto, coloca
o leitor e o produtor do texto em dois momentos distintos: passado e presente,
respectivamente.

2.
O que fazer para não me aborrecer tanto?
Eu tenho dificuldade em lidar com indelicadezas vindas através de atitudes
das pessoas. No primeiro momento fico indignada, depois fico triste. Ontem
mesmo fiz vários comentários sinceros e gentis em fotos de um amigo ele
sequer me disse um obrigado. Nossa, acho insuportável isso!

PSICÓLOGA: Para viver bem neste mundo imperfeito, para evitar depressão e
ansiedade, seria legal em primeiro lugar... ACEITAR que vivemos num mundo
imperfeito. Quanto mais focarmos na imperfeição do outro, mais essa imper-
feição vai “crescer” diante de nossos olhos. Em geral, podemos mudar muita
coisa em nós mesmos (mais do que imaginamos), mas podemos mudar pou-
quíssima coisa nos outros (menos do que gostaríamos). De toda forma, a con-
vido a usar uma técnica da terapia cognitiva comportamental para flexibilizar
seus pensamentos. O fato de seu amigo não ter agradecido aos seus comentá-
rios positivos pode ser devido a outros fatores, não necessariamente devido à
indelicadeza. Por exemplo, ele pode ter deixado a mente “viajar” para outros
assuntos e nem percebeu que não agradeceu? Pode ser que ele seja uma
Disponível em: <http://
www.marisapsicologa.com. pessoa tímida? Pode ser que ele, mesmo se sentindo grato e tendo muito ca-
br/o-que-fazer-algo-pra-nao-
me-aborrecer-tanto.html>.
rinho por você e suas palavras, não teve em sua educação uma orientação
Acesso em: 10 fev. 2014. de como se portar, e por isso ele não lhe agradeceu?

Na frase “Nossa, acho insuportável isso!”, o uso da vírgula justifica-se pelo re-
curso de

a) destaque do vocativo.
b) presença de interjeição.
c) deslocamento de objeto.
d) discurso relatado.

3.
O ÓDIO À DIFERENÇA
É milenar o hábito de estranhamento entre os homens. Indivíduos que por al-
gum motivo destoam num grupo qualquer costumam provocar sentimentos
de antipatia entre aqueles que se sentem iguais entre si – e superiores ao
que lhes parece diferente. O racismo, baseado em preconceito, nasce daí.
Povos mais escuros, mais pobres, menos cultos ou simplesmente de outra et-

Por. 118
nia sempre foram vítimas de desprezo irracional por parte da coletividades
que se consideram superiores na comparação.

VEJA, 26/9/2001

O advérbio simplesmente sugere que, no tocante ao bom convívio entre as pes-


soas, ser de outra etnia, em comparação com ser mais escuro, mais pobre, me-
nos culto, tem

a) nenhuma importância
b) igual importância
c) muita importância
d) menos importância

4.
Texto 1: Impressionista
Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
(Adélia Prado)
Sobre aspectos gramaticais, assinale a opção correta:
a) O vocábulo “uma” (verso 1), por singularizar uma ocasião especificada ao lon-
go do poema, deve ser tratado como numeral, e não como artigo.
b) No segundo verso, o vocábulo “toda” possui a mesma classificação morfoló-
gica que “alaranjado”.
c) A preposição “por”, genericamente, introduz uma indicação de tempo, já que
participa de uma expressão adverbial de valor durativo.
d) O advérbio “constantemente” empresta, além de uma noção de modo, uma de
frequência ao verbo “amanhecendo”, que ele modifica.
5.
No trecho: “Todo romancista, todo poeta, quaisquer que sejam os rodeios que
possa fazer a teoria literária, deve falar de … o mundo e o escritor fala, eis a lite-
ratura.” A palavra destacada é:

a) advérbio de inclusão
b) palavra denotadora de inclusão
c) advérbio de designação
d) palavra denotadora de designação
e) conjunção subordinativa

6.

QUINO. Toda Mafalda. São


Paulo: Martins Fontes. 2008.
p. 329

No último quadrinho, a expressão DROGA! Refere-se a:

Por. 119
a) um substantivo que nomeia o objeto que o menino deveria comprar.
b) um adjetivo que qualifica o modo como a mãe deu a ordem para o menino.
c) um advérbio que acompanha o verbo esquecer, modificando-o em seu valor
original.
d) uma interjeição que indica um julgamento negativo do menino sobre sua pró-
pria ação.
e) uma conjunção subordinativa que imprime valor de circunstância concessiva
ao trecho seguinte.

7.
MÃOS DADAS
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é TÃO grande, NÃO nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei PARA AS ILHAS nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida
presente.

(DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. “Mãos dadas”. In: Sentimento do


Mundo. Record.)
No poema “Mãos dadas”, os termos destacados apresentam, respectivamente,
as circunstâncias adverbiais de:

a) afirmação, negação e modo.


b) afirmação, intensidade e lugar.
c) intensidade, tempo e modo.
d) intensidade, negação e lugar.
e) intensidade, negação e modo.

8.
No quadrinho abaixo, o valor semântico da preposição na combinação “AONDE”
indica:

Por. 120
a) movimento.
b) companhia.
c) tempo.
d) causa.
e) finalidade.

QUESTÃO CONTEXTO

Quando analisamos um texto devemos também observar o contexto, ou seja, o


conjunto de frases, palavras e até mesmo as imagens apresentadas para com-
preender o seu significado. Na tira acima, encontramos algumas palavras que
diferenciam a interpretação das imagens. Dessa forma, explique a diferença de
sentido entre as preposições do (de+o) e para e da palavra ‘balinhas’.
GABARITO
01. 03.
Exercício de aula Questão Contexto
1. e As preposições possuem, respectivamente, valor de
2. b posse e de destino. Pois na primeira imagem o Pa-
3. c pai Noel fornece balas que possui e na segunda ima-
4. c gem, ele recebe balas em sua direção. Além disso,
5. a a palavra “balinhas” pode ser interpretada como os
doces jogados pelo Papai Noel e pelas balas de re-

02.
vólver recebidas por ele.

Exercício de casa
1. d
2. b
3. d
4. c
5. e
6. d

Por. 121
7. d
8. a
Qui. Semana 7

Allan Rodrigues
Xandão
(Victor Pontes)

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CRONOGRAMA

04/04 Funções Funções


inorgânicas: bases inorgânicas: ácidos

08:00
18:00 11:00

11/04 Funções Teorias ácido-base


inorgânicas: sais

08:00 11:00
18:00 21:00

18/04 Reações
químicas: adição,
Balanceamento
decomposição, de equações por
simples troca e dupla tentativa e reações
troca, condições etc redox

08:00 11:00
18:00 21:00

25/04 Balanceamento Relações


redox numéricas: u.m.a,
massa atômica, etc

08:00 09:00
18:00 19:00
04
Funções abr
inorgânicas
Bases

01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
dade de OH- liberados, maior será a força da base.
Definição
✓ Forte - São as bases formadas por elementos da
Segundo Arrhenius, são substâncias inorgânicas família IA e IIA.
que quando colocadas em presença de água sofrem
dissociação iônica, liberando como único ânion a hi- ✓ Fraca - São as bases formadas pelos demais ele-
droxila (OH-). mentos.
XOH X+ + OH-
IMPORTANTE: As bases formadas por Mg(OH)2 e
Be(OH)2, que são elementos da família IIA, são con-
Classificação sideradas insolúveis e fracas.

→ Quanto ao número de hidroxilas


Nomenclatura
Em função do número de hidroxilas(OH-) liberadas
quando sofrem dissociação iônica, uma base pode ✓ Elementos com NOX fixo:
ser classificada como: Família IA, IIA, Ag+1, Zn+2, Cd+2, Al+3 e NH4+.

Qui. 125
✓ Monobase - libera uma ânion OH- ✓ Hidróxido de nome do elemento
Ex.: NaOH Na+ + OH- Ex.:
NaOH - Hidróxido de sódio
✓ Dibase - libera dois ânions OH- Mg(OH)2 - Hidróxido de magnésio
Ex.: Mg(OH)2 Mg + 2 OH
+2 -
Al(OH)3 - Hidróxido de alumínio

✓ Tribase - libera três ânions OH- ✓ Elementos com NOX variável:


Ex.: Al(OH)3 Al+3 + OH- Fe, Co, Ni = +2 ou +3
Cu, Hg = +1 ou +2
✓ Tetrabase - libera quatro ânions OH- Au = +1 ou +3
Ex.: Pb(OH)4 Pb + OH
+4 -
Pb, Pt, Sn = +2 ou +4

→ Quanto à solubilidade em água Hidróxido de nome do elemento + NOX (em


Solubilidade de uma base é a propriedade que in- romanos)
dica o quanto uma base é capaz de se dissolver em
água, ela pode ser classificada como: ou

✓ Solúvel - Possui grande capacidade de se dissol- Hidróxido de nome do elemento + sufixo OSO (me-
ver em água. São as bases formadas por elementos nor NOX) / sufixo ICO (maior NOX)
da família IA e NH4+.
Ex.:
✓ Parcialmente solúvel - Pouco capaz de se dissol- CuOH- Cu com nox +1 - Hidróxido de cobre I ou
ver em água. São as bases formadas por elementos Hidróxido cuproso
da família IIA. Cu(OH)2 - Cu com nox +2 - Hidróxido de cobre II
ou Hidróxido cúprico
✓ Insolúvel - Não é capaz de se dissolver em água.
São as bases formadas pelos demais elementos. Pb(OH)2 - Pb com nox +2 - Hidróxido de chumbo
II ou Hidróxido plumboso
→ Quanto a força Pb(OH)4 - Pb com nox +4 - Hidróxido de chumbo
A força de uma base é dada pela sua capacidade de IV ou Hidróxido plúmbico
liberar OH (sofrer dissociação iônica) quando colo-
-

cadas em presença de água, quanto maior a quanti-


Formulação das bases Hidróxido férrico
Fe+3 e OH-
Quando precisamos montar a fórmula de uma base logo para anular a carga +3 do ferro precisamos
a partir de seu nome, basta unir o cátion desejado de 3 ânions OH-
ao ânion OH- . Fe+3 + 3OH- → Fe(OH)3

Note que a carga total do OH- deverá anular a carga


total do cátion.

Ex.:
Hidróxido de cálcio
Ca+2 e OH-
logo para anular a carga +2 do cálcio precisamos
de 2 ânions OH-
Ca+2 + 2OH- → Ca(OH)2

EXERCÍCIO DE AULA

Qui. 126
1.
Para desentupir um cano de cozinha e para combater a acidez estomacal, ne-
cessita-se respectivamente, de uma base forte e solúvel e de uma base fraca e
parcialmente solúvel. Consultando a tabela acima, conclui-se que as fórmulas
dessas bases podem ser:

a) Ba(OH)2 e Fe(OH)3
b) Al(OH)3 e NaOH
c) KOH e Ba(OH)2
d) Cu(OH)2 e Mg(OH)3
e) NaOH e Mg(OH)2

2.
O hidróxido de sódio é um sólido iônico branco, altamente higroscópico. Sendo
uma base muito forte, possui efeito altamente corrosivo sobre a pele. A fórmula
química do hidróxido de sódio é __________ e, quanto à força podemos classi-
ficá-la como uma base _________ .

a) NaOH e forte.
b) NaOH e fraco.
c) KOH e forte.
d) KOH e fraco.
e) Ca(OH)2 e forte.
3.
Os hidróxidos de sódio, cálcio, alumínio e magnésio são bases utilizadas com
diferentes números de hidroxilas (OH). Assinale a alternativa que define correta-
mente estas bases na sequência indicada.

a) Monobase, dibase, dibase e monobase.


b) Monobase, monobase, tribase e dibase.
c) Dibase, dibase, tribase e dibase.
d) Tribase, monobase, monobase e monobase.
e) Monobase, dibase, tribase e dibase.

4.
Entre as bases KOH, Mg(OH)2, NaOH, Al(OH)3, Fe(OH)2, LiOH, indique quais são
praticamente insolúveis em água:

a) Fe(OH)2 e LiOH
b) Al(OH)3 e LiOH
c) Mg(OH)2, NaOH, Al(OH)3
d) Mg(OH)2, Al(OH)3, Fe(OH)2
e) KOH, NaOH, LiOH

Qui. 127
5.
Leia atentamente a seguinte notícia publicada em jornal:
ALUNOS TOMAM SODA CÁUSTICA DURANTE AULA E PASSAM MAL.

“Dezesseis alunos de uma escola particular de Sorocaba, interior de São


Paulo, foram internados após tomar soda cáustica durante uma aula de quí-
mica. Os alunos participavam de um exercício chamado "teste do sabor": já
haviam provado limão, vinagre e leite de magnésia e insistiram em provar a
soda cáustica, produto utilizado na limpeza doméstica. Em pouco tempo, os
alunos já começaram a sentir os primeiros sintomas: ardência na língua e no
estômago, e foram encaminhados ao Hospital Modelo da cidade.”

Adaptado do "Diário do Grande ABC OnLine", 19/09/2005.

Sobre essa notícia, foram feitas as seguintes afirmações, a opção correta será:

a) Os produtos ingeridos pelos alunos (limão, vinagre, leite de magnésia e soda


cáustica) são todos ácidos e, por isso, corrosivos.
b) Tanto o leite de magnésia como a soda cáustica são compostos alcalinos.
c) A soda cáustica (NaOH) é uma base fraca; o leite de magnésia (suspensão de
Mg(OH)2) é uma base forte. Isto ajuda a entender por que o leite de magnésia
pode ser ingerido, mas a soda cáustica não.
d) Os alunos começaram a sentir mal devido a ingestão do limão e do vinagre.
EXERCÍCIOS PARA CASA
1.
“Para que um cabelo crespo ou cacheado possa ficar liso, o produto alisante
altera as suas ligações químicas (hidrogênio e queratina) e, juntamente com
ação de outros ingredientes, como formaldeído, soda cáustica (hidróxido de
sódio) e compostos a base de amônia, o efeito do alisamento não é interrom-
pido com uma simples lavagem (alisamento permanente) e pode permane-
cer por vários meses. Já o alisamento temporário (chapinha, prancha), que-
bra ligações químicas do cabelo que podem retornar ao estado natural com
um simples contato com a água.

Nos produtos alisantes é possível encontrar outras substâncias ativas, como


tioglicolato de amônio, cal hidratada (hidróxido de potássio), hidróxido de lí-
tio. Eles produzem efeitos parecidos aos da soda cáustica e do formaldeído,
como a vermelhidão na pele, coceiras e, se utilizados de forma inadequada,
Fonte: http://www.ecycle.
com.br podem provocar queimaduras.”

Cite a alternativa em que as bases destacadas no texto estão corretamente re-


presentadas.

Qui. 128
a) NaOH, KOH, Li(OH)2
b) NaOH, KOH, LiOH
c) Na(OH)2, KOH, LiOH
d) NaOH, Al(OH)3 e LiOH
e) NaOH, KOH e Fe(OH)2

2.
Assinale a alternativa que enuncia as nomenclaturas corretas das seguintes ba-
ses, respectivamente: NaOH, Mg(OH)2, Ca(OH)2 e Al(OH)3:

a) Mono-hidróxido de sódio, Di-hidróxido de magnésio, Di-hidróxido de cálcio,


Tri-hidróxido de alumínio.
b) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio, hidróxido de cálcio, hidróxido de
alumínio.
c) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio II, hidróxido de cálcio II, hidróxido
de alumínio III.
d) Hidróxido sódico, hidróxido magnésico, hidróxido cálcico, hidróxido alumínico

3.
Na decomposição térmica do calcário (CaCO3), obtêm-se um gás e um sólido
branco chamado de cal viva ou virgem, que, por sua vez, ao reagir com água,
forma a CAL EXTINTA, cuja fórmula é:

a) CaC2
b) Ca(OH)2
c) CaO
d) CO2
e) H2CO3
4.
A soda cáustica pode ser usada no desentupimento de encanamentos domésti-
cos e tem, em sua composição, o hidróxido de sódio como principal componen-
te, além de algumas impurezas. A soda normalmente é comercializada na forma
sólida, mas que apresenta aspecto “derretido” quando exposta ao ar por certo
período.

O fenômeno de “derretimento” decorre da

a) absorção da umidade presente no ar atmosférico.


b) fusão do hidróxido pela troca de calor com o ambiente.
c) reação das impurezas do produto com o oxigênio do ar.
d) adsorção de gases atmosféricos na superfície do sólido.
e) reação do hidróxido de sódio com o gás nitrogênio presente no ar.

5.
A equação que representa corretamente a dissociação iônica de um hidróxido
de fórmula geral X(OH)y é:

a) X(OH)y → Y X+ + Y OH-
b) X(OH)y → Y X+ + Y OH-

Qui. 129
c) X(OH)y → X+y + Y OH-
d) X(OH)y → X+ + Y OH-y

6.
A dissolução de uma certa substância em água é representada pela equação:

M(OH)2 + n H2O → M+2 + 2 OH-

a base que pode representar a dissolução é a de:

a) hidróxido de amônio
b) hidróxido de alumínio
c) hidróxido de sódio
d) hidróxido de cálcio
e) hidróxido plúmbico

7.
Com relação às propriedades das bases de Arrhenius, assinale a alternativa cor-
reta:

a) O hidróxido de amônio é uma base não metálica, insolúvel em água.


b) Os metais alcalinos formam monobases com baixo grau de dissociação.
c) As bases formadas pelos metais alcalinos terrosos são fortes, visto que são
moleculares por natureza.
d) Os hidróxidos dos metais alcalinos terrosos são pouco solúveis em água.
e) Uma base é tanto mais forte quanto sua quantidade de OH em sua fórmula.
8.
Leia as informações contidas na tirinha abaixo.

Uma substância que pode ser incluída no cardápio de antiácidos por ter proprie-
dades básicas é

a) NaF
b) CaCl2
c) Mg(OH)2
d) CH3COOH
e) H2SO4

Qui. 130
QUESTÃO CONTEXTO
“O hidróxido de amônia é resultado de uma borbulha de amônia do (NH3) em água
através de uma reação. Por isso, o hidróxido de amônia é na verdade uma solução
aquosa. Essa mistura no comércio é conhecido como amoníaco utilizado em diver-
sos processos industriais.”

Com base no texto acima, descreva a reação de síntese de produção do hidróxi-


do de amônia, classificando-o quanto a sua força e solubilidade.
GABARITO
01. 03.
Exercícios para aula Questão contexto
1. e Reação: NH3 + H2O → NH4OH
2. a Base fraca e solúvel em água
3. e
4. d
5. b

02.
Exercícios para casa
1. b
2. b
3. b
4. a
5. c
6. d

Qui. 131
7. d
8. c
04
Funções abr
inorgânicas
Ácidos

01. Resumo
02. Exercício de Aula
03. Exercício de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
→ Quanto a força
Definição
A força dos ácidos é dada pelo seu grau de ionização (a).
Segundo Arrhenius, são substâncias inorgânicas O grau de ionização é relação entre o número de
que quando colocadas em presença de água sofrem moléculas dissolvidas sobre o número de moléculas
ionização, liberando como único cátion o H+. que produziram íons.

HA H+ + A-

HAO H+ + AO -

Classificação
→ Quanto a presença de oxigênio

Inicialmente os ácidos podem ser separados em


duas categorias para serem estudadas, os Oxiácidos Os Hidrácidos mais comuns são classificados como:

Qui. 134
(que possuem oxigênio em sua molécula) e Hidráci-
dos (que NÃO possuem oxigênio em sua molécula). ✓ Forte → HCl, HBr e HI
✓ Moderado → HF
Ex.: ✓ Fraco → os demais
Hidrácidos = HCl, HF, HCN.
Oxiácidos = H2SO4, HClO, H3PO4 Os Oxiácidos mais comuns são classificados da se-
guinte forma:
→ Quanto ao número de H+
x - número de oxigênios - número de hidrogênios
Em função do número de íons H+ liberados quando
sofrem ionização, uma ácido pode ser classificada ✓ Forte → x > 1
como: ✓ Moderado → x = 1
✓ Fraco → x < 1
✓ Monoácido - libera uma cátion H+
Ex.: HCl H+ + Cl-
Nomenclatura
✓ Diácido - libera dois cátions H+
Ex.: H2SO4 2H+ + SO4-2 → Nomenclatura para Hidrácidos

✓ Triácido - libera três cátions H+ Ácido nome do elemento + ídrico


Ex.: H3PO4 3H + PO4
+ +3

Ex.:
✓ Tetrácido - libera quatro cátions H+ HCl - Ácido clorídrico
Ex.: H4SiO4 4H+ + SiO4+4 HI - Ácido Iodídrico
HCN - Ácido cianídrico

IMPORTANTE!
Os ácidos formados por P, As e Sb com fórmulas:

H3XO3 - são diácidos


H2XO3 - são monoácidos
→ Nomenclatura para Oxiácidos
Cuidado!
C+4, Si+4 e B+3 = ICO

Ácido prefixo + nome do elemento central + sufixo

Ex.:
H2SO4 - S+6 - Ácido sulfúrico
H3PO4 - P+5 - Ácido fosfórico
H2CO3 - C+4 - Ácido carbônico

EXERCÍCIO DE AULA
1.
O processo de industrialização tem gerado sérios problemas de ordem ambien-
tal, econômica e social, entre os quais se pode citar a chuva ácida. Os ácidos

Qui. 135
usualmente presentes em maiores proporções na água da chuva são o H2CO3,
formado pela reação do CO2 atmosférico com a água, o HNO3, o HNO2, o H2SO4
e o H2SO3. Esses quatro últimos são formados principalmente a partir da reação
da água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre gerados pela queima de com-
bustíveis fósseis.

A formação de chuva mais ou menos ácida depende não só da concentração do


ácido formado, como também do tipo de ácido. Essa pode ser uma informação
útil na elaboração de estratégias para minimizar esse problema ambiental. Se
consideradas concentrações idênticas, quais dos ácidos citados no texto confe-
rem maior acidez às águas das chuvas?

a) HNO3 e HNO2
b) H2SO4 e H2SO3
c) H2SO3 e HNO2
d) H2SO4 e HNO3
e) H2CO3 e H2SO3

2.
Numa rodovia pavimentada, ocorreu o tombamento de um caminhão que trans-
portava ácido sulfúrico concentrado. Parte da sua carga fluiu para um curso
d'água não poluído que deve ter sofrido, como consequência:

a) mortalidade de peixes abaixo da normal no local do derrame de ácido e em


suas proximidades.
b) aumento do pH em função da distância e da direção da corrente de água.
c) danos permanentes na qualidade de suas águas.
d) diminuição momentânea da temperatura da água no local do derrame.
e) aumento do pOH em função da distância e da direção da corrente de água.
3.
Dentre as alternativas abaixo, está correta apenas:

a) Quanto maior o grau de ionização de um ácido, maior será sua força.


b) Bases de Arrhenius são espécies capazes de liberar íons H+ em água.
c) O ácido sulfúrico é um ótimo condutor de eletricidade.
d) Ácidos de Arrhenius são conhecidos por liberar íons OH- em solução aquosa.
e) Soluções ácidas tem como característica o pH maior que 7.

4.
A chuva ácida é um fenômeno químico resultante do contato entre o vapor de
água existente no ar, o dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio. O enxofre
é liberado, principalmente, por veículos movidos a combustível fóssil; os óxidos
de nitrogênio, por fertilizantes. Ambos reagem com o vapor de água, originando,
respectivamente, os ácidos sulfuroso, sulfídrico, sulfúrico e nítrico.

Assinale a opção que apresenta, respectivamente a fórmula desses ácidos

a) H2SO3, H2S, H2SO4, HNO3


b) H2SO3, H2SO4, H2S, HNO2

Qui. 136
c) HSO4, HS, H2SO4, HNO3
d)HNO3, H2SO4, H2S, H2SO3
e)H2S, H2SO4, H2SO3, HNO3

5.
Os ácidos estão muito presentes em nosso cotidiano, podendo ser encontrados
até mesmo em nossa alimentação. A tabela abaixo apresenta alguns ácidos e
suas aplicações.

A força dos ácidos dispostos na tabela, respectivamente, é

a) Forte, forte e moderado.


b) Moderado, fraco e moderado.
c) Moderado, fraco e fraco.
d) Forte, moderado e fraco.
EXERCÍCIOS PARA CASA
1.
Com base na tabela de grau de ionização apresentada a seguir.

Qui. 137
Podemos concluir que a nomenclatura dos dois ácidos mais fortes são:

a) ácido sulfúrico e ácido fosfórico


b) ácido cianídrico e ácido fluorídrico.
c) ácido clorídrico e ácido sulfúrico
d) ácido clorídrico e ácido sulfuroso

2.
Dentre os ácidos HClO, HClO2, HClO3 e HClO4. Qual possui maior acidez?

a) ácido clorico
b) ácido cloroso
c) ácido perclórico
d) ácido hipocloroso
e) ácido percloroso

3. Em algumas regiões do país não é raro encontrar ao mesmo tempo condições


aeróbicas e anaeróbicas em partes diferentes de um mesmo lago, particular-
mente no verão, devido à ocorrência de um fenômeno conhecido como estrati-
ficação, ocasionado pela diferença de temperatura da água. As espécies quími-
cas que estão presentes nas camadas diferenciadas do lago são mostradas na
figura abaixo:
Pode-se observar na figura que, nas condições aeróbicas, têm-se espécies oxi-
dadas e, perto do fundo, têm-se as condições anaeróbicas e as espécies na for-
ma mais reduzidas dos mesmos elementos.

Sobre as propriedades ácidas e básicas das espécies presentes no lago, é correto


afirmar que a espécie:

a) Fe(OH)3 é uma base forte


b) H2CO3 é um ácido forte
c) CO2 é um óxido básico
d) H2S é um hidrácido

Qui. 138
e) Fe(OH)3 é solúvel em água

4.
O óxido nítrico, é um poluente nocivo que sai dos canos de escapamento de au-
tomóveis e caminhões. Na presença de água, o óxido nítrico forma, na atmos-
fera, ácidos responsáveis pelo fenômeno da chuva ácida. As equações a seguir
mostram as reações.

Levando-se em conta as propriedades dos ácidos formados e os efeitos produzi-


dos por eles no meio ambiente, sabemos que

a) a água da chuva tem seu pH aumentado na presença desses ácidos.


b) os dois ácidos produzidos apresentam a mesma força de acidez.
c) o ácido nitroso é um ácido forte e não consegue danificar estruturas metálicas.
d) o ácido nítrico é um ácido forte e pode danificar estruturas metálicas.

5.
As figuras a seguir representam, de maneira simplificada, as soluções aquosas
de três ácidos, HA, HB e HC, de mesmas concentrações. As moléculas de água
não estão representadas.
Considerando essas representações, foram feitas as seguintes afirmações sobre
os ácidos:

a) HB é um ácido mais fraco do que HA e HC.


b) Uma solução aquosa de HA deve apresentar maior condutibilidade elétrica do
que uma solução aquosa de mesma concentração de HC.
c) Uma solução aquosa de HC deve apresentar pH menor do que uma solução
aquosa de mesma concentração de HB.
d) Uma solução aquosa de HA tem pH maior que uma solução de HC com o mes-
mo volume.

6.
Os ácidos H2SO4, H3PO4 e HClO4 , são de grande importância na indústria (por
exemplo, na produção de fertilizantes). Assinale a alternativa que apresenta cor-
retamente a ordem crescente de acidez destas espécies.

a) H3PO4, H3SO4, HClO4


b) H2SO4, H3PO4, HClO4
c)HClO4, H2SO4, H3PO4
d) HClO4, H3PO4, H2SO4
e) H3PO4, HClO4, H2SO4

Qui. 139
7.
Sobre os compostos HCl, H2SO4, H3BO3 e H2CO3 são feitas as afirmações abai-
xo, indique a opção correta:

a) Nem todos sofrem ionização quando em meio aquoso, originando íons livres.
b) Segundo Arrhenius, todos são ácidos porque, quando em meio aquoso, origi-
nam como ânions íons OH-
c) Nem todos são compostos moleculares.
d) De acordo com o grau de ionização, HCl e H2SO4 são ácidos moderados.
e) Os compostos H3BO3 e H2CO3 formam soluções aquosas com baixa conduti-
vidade elétrica.

8.
Certo informe publicitário alerta para o fato de que, se o indivíduo tem azia ou pi-
rose com grande frequência, deve procurar um médico, pois pode estar ocorren-
do refluxo gastroesofágico, isto é, o retorno do conteúdo ácido do estômago. A
fórmula e o nome do ácido que, nesse caso, provoca a queimação, no estômago,
a rouquidão e mesmo dor toráxica são:
a) HCℓ e ácido clórico.
b) HCℓO2 e ácido cloroso.
c) HCℓO3 e ácido clorídrico.
d) HCℓO3 e ácido clórico.
e) HCℓ e ácido clorídrico.

QUESTÃO CONTEXTO
“Quando uma indústria emite gases e material particulado para a atmosfe-
ra, podemos ver que a fumaça "viaja" pelo ar. Desta forma, quando chover,
esses contaminantes poderão ser depositados longe das fontes emissoras.

Por exemplo, no Pólo Petroquímico de Cubatão (perto de Santos - SP) são


emitidas toneladas de SO2 na atmosfera por ano, e a chuva que cai em cida-
des não industrializadas, a mais de 100 km de distância, muitas vezes é áci-
da por causa dessas indústrias. O SO2 produzido pela queima do carvão na

Qui. 140
Termoelétrica da Candiota no Rio Grande do Sul chega até o Uruguai, preju-
http://www.usp.br/ dicando o meio ambiente também daquele país. Esta é a chamada poluição
qambiental/chuva_
acidafront.html trans-fronteiriça,isto é, ultrapassa as fronteiras de um país.”

Uma das grandes preocupações nas indústrias é a redução na emissão de gases


poluentes que em contato com a água presente na atmosfera geram ácidos for-
madores da chuva ácida.

Assinale a opção que apresenta a reação de formação de um ácido forte causa-


dor da chuva ácida

a) Cl2O + H2O → 2 HClO


b) SO2 + H2O → H2SO3
c) SO3 + H2O → H2SO4
d) CO2 + H2O → H2CO3
GABARITO
01. 03.
Exercícios para aula Questão contexto
1. d c
2. e
3. a HClO → ácido fraco
4. a H2SO3 → ácido moderado
5. d H2SO4 → ácido forte
H2CO3 → ácido fraco

02.
Exercícios para casa
1. c
2. c
3. d
4. d
5. b
6. a
7. e

Qui. 141
8. e
Red. Semana 8

Rafael Cunha
Eduardo Valladares
(Bernardo Soares)

Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a


cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por
CRONOGRAMA

04/04 Conclusão e
título: funções e
estratégias

19:15

06/04 Conclusão e
título: funções e
estratégias

09:15

11/04 Exercícios sobre


introdução e
desenvolvimento

19:15

13/04 Exercícios sobre


introdução e
desenvolvimento

09:15
18/04 Exercícios sobre
conclusão e título

19:15

20/04 Exercícios sobre


conclusão e título

09:15

25/04 Argumentação e
suas estratégias

19:15

27/04 Argumentação e
suas estratégias

09:15
04|06
Conclusão e abr
título: funções
e estratégias
01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
leva a uma discussão que precisa ser prioridade no
coletivo: se esses seres são tão importantes, por que
O que é a conclusão? não cuidar e respeitar?

A ideia de que o texto está chegando ao fim parece, → Retomada do direcionamento (Conclusão): Fica
de alguma forma, aliviar o aluno. Porém, o parágrafo claro, portanto, que o valor dos bichos de estimação
de conclusão é justamente o que precisa de maior na sociedade de hoje, apesar de grande, não é com-
atenção, uma vez que fecha a redação e retoma to- partilhado por todas as pessoas.
dos os argumentos apresentados.
✓ Tema: O valor da educação nas transformações
Se o parágrafo conclusivo termina o texto, é funda- sociais do Brasil.
mental que ele, assim como a conclusão, retome o
ponto de vista apresentado. Entretanto, esse não é → Direcionamento (Introdução): Tal destaque dado
o único papel aqui. Podemos encontrar dois objeti- pela campanha evidencia a necessidade de integrar
vos na conclusão: um de retomar o direcionamento, a educação nessas transformações, relação que,
concluindo o raciocínio, e outro de fechar, de forma apesar de fundamental, não é tão expressiva na atu-
criativa, o texto. Ao cumprir essas funções, criamos alidade.
uma relação muito forte com o parágrafo de intro-

Red. 147
dução - produzimos um texto que funciona como → Retomada do direcionamento (Conclusão): Fica
um circuito. Isso deixa claro o planejamento e rotei- claro, portanto, que, apesar de crucial, o papel
ro feitos anteriormente, qualidade essencial para um transformador da educação não tem sido aprovei-
1000. tado no Brasil.

A retomada do direcionamen- Uso de conectivo conclusivo


to
Na construção de um parágrafo conclusivo, é muito
Se a característica principal de um circuito é voltar importante que você use um conector, algo que, de
ao início, ao ponto inicial, precisamos retomar, en- certa forma, por meio de seu valor semântico, mos-
tão, a opinião global do texto. Isso justifica a neces- tre que o texto está chegando ao fim. Invista em al-
sidade de uma função que traga para a conclusão guns usos, como o do “dessa forma”, o do “portan-
a tese apresentada no parágrafo introdutório. Isso to”, o do “assim”, o do “nesse sentido”, o do “logo”,
também torna o texto mais global, planejado, pen- o do “por fim” e evite usos mais metalinguísticos,
sado anteriormente, o que o difere das outras reda- como “conclui-se” e “pode-se concluir”.
ções, produzidas por “inspiração”.
Apesar de, normalmente, colocarmos esse conecti-
A estratégia é simples: não é interessante copiar li- vo no início da frase, alguns alunos preferem deslo-
teralmente a tese apresentada na introdução. Nes- cá-lo, a fim de ganharem em ritmo textual e domínio
se sentido, sugerimos, sempre, a construção de uma da linguagem. Gramaticalmente, não há problema,
paráfrase, ou seja, de um período que diga exata- desde que o conector seja utilizado entre vírgulas.
mente a mesma coisa que a sua tese disse, mas com Experimente utilizar, então, expressões como “tor-
outras palavras, em outros termos. Veja os exem- na-se evidente, portanto, …” e outras.
plos:

✓ Tema: O valor dos animais de estimação no Fechando de forma criativa


mundo de hoje.
É de se esperar um fechamento no parágrafo de
→ Direcionamento (Introdução): Nos últimos tem- conclusão. Qualquer coisa diferente disso pode
pos, porém, a mídia tem veiculado casos extremos ser recebida de forma negativa. Entretanto, a pre-
de maus-tratos e até morte de animais, o que nos visibilidade desse desfecho é muito comum, o que,
de certa forma, pode ser evitado com algumas téc- → Criar uma ressalva, cercando o leitor e evitando
nicas interessantes. questionamentos (“e se não aceitarem mudar?”);
→ Criar uma conexão com o parágrafo de introdu-
Não há fórmulas que ensinem esse fechamento. Na ção, de forma metafórica ou retomando a contextu-
verdade, espera-se que, por meio de algum desfe- alização;
cho, o aluno traga um “algo mais” para o texto, ultra- → Criando uma conexão com o título do texto, expli-
passando as fronteiras da redação. cando e “desembrulhando” o seu conteúdo.

Dê uma olhada no parágrafo a seguir, sobre os limi-


tes da liberdade de expressão. Propostas de intervenção
Diante de uma sociedade que atira no outro sem Essa não é a segunda função de todos os parágrafos
pensar nos efeitos desse tiro, é importante plane- de conclusão. Na verdade, a presença das propos-
jar soluções que busquem não desarmar – o que se- tas na conclusão nem chega a ser obrigatória. Mas a
ria censura, ferindo os direitos de expressão –, mas nossa defesa tem fundamentos: em uma prova cor-
educar, de forma que cada palavra seja consciente e rigida de forma muito rápida – o caso do ENEM -,
busque um debate produtivo. Resta saber se quem é muito importante que todos os pontos analisados
ultrapassa esses limites ajudará na resolução desse pelas competências estejam muito evidentes na sua
problema. Com esse auxílio, poderemos, finalmen- redação. Se a grande maioria dos alunos apresen-
te, educar sem precisar desarmar e evitar que de- ta propostas no último parágrafo, é muito provável
bates como os de 1989 e 2014 se repitam no Brasil que, procurando intervenções, o leitor olhe direta-

Red. 148
e no mundo. mente para a conclusão do seu texto. A ideia, então,
é facilitar o trabalho do corretor e apresentá-las logo
É possível perceber que o aluno optou por apresen- no lugar em que ele procurará. Além disso, se você
tar uma espécie de reflexão, com soluções para o mostrou problemas – e até causas e consequências
problema apresentado. Houve, ainda, uma retoma- – no seu desenvolvimento, é muito normal que as
da da contextualização apresentada - que já vimos propostas venham logo depois deles, né? E o melhor
em outro momento - e do próprio título da redação lugar, sem dúvidas, é a conclusão.
(“Educar sem desarmar”), investindo em circularida-
de. Essas propostas precisam ter duas características
muito importantes: em primeiro lugar, é preciso que
elas sejam aplicáveis ao tema e ao que foi dito no
Técnicas de fechamento cria- texto. Não faz sentido propor soluções na área da
tivo educação se o problema não tem relação com al-
gum trabalho feito pelas escolas, né? Além disso, as
Há diferentes formas de se fechar um texto. No pa- propostas precisam ser detalhadas. A ideia é: além
rágrafo apresentado anteriormente, por exemplo, de dizer o que é necessário fazer, é importante mos-
utilizamos uma técnica de reflexão, aprofundando trar quem pode ajudar nisso e, é claro, como isso
a discussão e apresentando um problema. Mostra- pode ser feito. Vamos ver um exemplo?
mos, ainda, soluções para o que foi apresentado -
não tão detalhadas, mas importantes na questão Torna-se evidente, portanto, que setor privado e ins-
discutida. Criamos uma ressalva, de forma que as tituições de ensino em nada ajudam na resolução
propostas apresentadas dependam de uma ação do problema, que só cresce, sendo necessário, en-
por parte dos criadores do problema - se não hou- tão, que se recorra a outros agentes sociais, de for-
ver concordância, não conseguiremos resolver a ma que estimulem uma ação por parte dos omissos.
questão. Por fim, criamos um desfecho conectando Em primeiro lugar, o governo, em parceria com as
ideias da introdução e da conclusão, criando o cir- ONGs, pode criar campanhas de doação de livros,
cuito comentado anteriormente. a fim de incentivar a adoção das leituras habituais
sem custo por parte das escolas. Além disso, a mídia
✓ Você pode, como ferramenta de fechamento: pode auxiliar seus lançamentos, para que as vendas
aumentem e, então, seus preços sejam reduzidos.
→ Criar uma reflexão que vá além do que já foi dis- Só assim, estimulando o hábito de ler na raiz, amor
cutido no texto; e felicidade na leitura pregados pelos dois grandes
autores serão, finalmente, características do leitor Seu papel é o de interessar o leitor, seduzindo-o.
contemporâneo.
Um bom título comprova um bom planejamento. Dá
a impressão de que você pensou bem no que estava
Título escrevendo - e organizou bem suas ideias. Trata-se
de um tipo de mensagem cifrada, que será decifra-
É normal que um aluno pergunte se o título é obri- da, desembrulhada ao longo do texto, daí o valor da
gatório. Mais normal ainda é o questionamento com circularidade citada no ponto anterior.
relação aos pontos descontados pela falta desse
título. De certa forma, todas essas dúvidas estão
equivocadas. O fato é que a colocação do título de- Fórmulas desgastadas
pende apenas da exigência da Banca - e, se não exi-
gido, da vontade do leitor. Em uma prova que não Há alguns modelos que precisam ser evitados. Mui-
pede a formulação de um título, não colocá-lo não tos alunos, em vez de aproveitar o valor do título,
trará problemas. apresentam ideias óbvias, repetitivas e até genéri-
cas. Veja uma lista do que você precisa evitar:
De qualquer forma, tal estrutura funciona sempre
como um “perfume” a mais na redação. Por isso, → Utilização do “x” ou “versus”: Guerra x Paz
apresentá-la pode ser interessante, se bem pensada → Perguntas com “ou”: Discurso de ódio: intolerân-
e construída. Para isso, é essencial que você conhe- cia ou liberdade de expressão?
ça bem a definição de título e que estruturas evitar. → Tom publicitário: Brasil, um país de todos.

Red. 149
→ Repetição do tema: Violência no Brasil (para o
O título funciona como uma síntese sugestiva da re- tema “Violência no Brasil”).
dação. Isso significa que, de forma curta, sintética, → Termos genéricos: Violência.
apresenta a mensagem que a redação quer passar.

EXERCÍCIOS DE AULA
Levando em consideração o parágrafo a seguir, responda:

Fica claro, portanto, que o valor dos bichos de estimação na sociedade de hoje,
apesar de grande, não é compartilhado por todas as pessoas. Considerando uma
lei que já existe e criminaliza maus-tratos, é papel do Judiciário fiscalizar mais e
aplicá-la a diversos casos divulgados diariamente na rede. A mídia, que já tem
grande relevância online, precisa levar tal discussão às TVs, utilizando ficções
com engajamento social para mostrar a necessidade da delação. Por fim, ONGs
que defendem os direitos dos animais também podem participar com campanhas
e assistência, procurando e oferecendo novos lares aos encontrados em más con-
dições. Só assim, vigiando e punindo, o último artigo da Declaração, que fala de
observar, respeitar e compreender os animais, será respeitado e praticado no nos-
so meio.

1.
Sobre qual tema a conclusão propõe?
2.
Que trecho apresenta a retomada da tese do parágrafo?

3.
Que trecho mostra as propostas que resolvem esse problema?

Leia a conclusão a seguir, sobre o tema “A cordialidade brasileira e suas conse-


quências em questão no século XXI”:

Torna-se evidente, portanto, a predominância do indivíduo cordial, que prioriza o


coração e deixa de lado as regras morais do coletivo. Buscando resolver isso, é im-
portante que o poder público, em um trabalho de fiscalização, identifique os casos
de pequenas corrupções, classifique-os como crime e julgue cada um. No mesmo
contexto, a mídia pode denunciar e debater essas ações em ficções engajadas e
divulgar as medidas por parte do governo. A escola, formadora de opinião, pode
trabalhar esse comportamento na raiz, mostrando a necessidade de, no ambiente
coletivo – ou na rua de Roberto DaMatta -, a moral imperar nas atitudes do indiví-
duo, de forma que, em pouco tempo, a separação entre o público e o privado saia

Red. 150
da teoria e, pelo menos no Brasil, se torne prática no meio social.

4.
O parágrafo está completo, do ponto de vista das duas funções da conclusão?

5.
Identifique que agentes de intervenção foram utilizados no parágrafo.

EXERCÍCIOS PARA CASA


Leia o parágrafo a seguir e faça o que se pede:

Torna-se evidente, portanto, a necessidade de se discutir a questão e o papel da


escola e dos responsáveis nessa luta. Em primeiro lugar, o poder público, criador
da lei que incentiva o combate à prática, pode fiscalizar as instituições e fazer
valer o que está no Diário Oficial, contratando, inclusive, mais psicólogos para os
colégios e promovendo treinamentos. A mídia pode denunciar os casos, a fim de
facilitar o trabalho do governo e, é claro, conscientizar a população. Deve, tam-
bém, por meio de ficções, levar a discussão à família, mostrando a importância
de o assunto ser tratado em casa. A escola, então, pode chamar os pais ao debate
e, com palestras e reuniões em grupo, mostrar o seu papel nessa prevenção. Só
assim será possível evitar que, no Brasil, 29 anos depois, tenhamos mais figuras
como a de Preciosa, que precisava dos sonhos para escapar de todo o pesadelo
que a sua vida insistia ser.
1.
Identifique, no parágrafo, a retomada da tese defendida pelo autor.

2.
Sabendo como se constrói uma conclusão, mostre que trecho propõe soluções
para o posicionamento do autor e que agentes foram utilizados na sua formula-
ção.

3.
Que outros agentes poderiam ter sido utilizados nesse mesmo texto?

Analise o parágrafo para resolver as questões 4 a 6:

Portanto, medidas devem ser tomadas a fim de instigar os pequeninos o hábito de


ler, visto que a literatura é imprescindível na formação infantil. Para tal, as escolas
podem promover rodas de leitura, a criação de peças teatrais baseadas nas obras
lidas e a inserção de bibliotecas nas instituições engajarão os alunos ao costume

Red. 151
de ler. Ademais, o pais também devem dar o exemplo e acompanhar a desenvol-
tura dos filhos. Ainda que vivamos na Era Digital, é preciso que os responsáveis
organizem os períodos que seus filhos desfrutam da tecnologia para que haja tem-
po para a leitura. Em casa, contar histórias e ajudá-los a ler aumentarão, assim,
o vínculo familiar e farão com que a literatura seja algo prazeroso e não taxado
como obrigatório.

4.
Sabendo que o parágrafo é exemplar, identifique elementos que o tornaram uma
conclusão nota mil.

5.
Identifique outras duas propostas que poderiam ser utilizadas em um tema sobre
“a importância da literatura na formação da criança”, se a tese mostrasse que,
hoje, isso não é valorizado.

6.
Suponha que você, aluno, tenha decidido defender a ideia de que a literatura,
hoje, tem sido muito valorizada nas escolas e, consequentemente, entre as crian-
ças. Aponte uma retomada da tese viável para essa ideia.
Leia o parágrafo a seguir:

Fica claro, que agressões à mulher constituem uma grave mazela social, que deve
ser combatida. Deve-se garantir a aplicação e a fiscalização de leis como a Ma-
ria da Penha e a do Feminicídio principalmente contra os companheiros. Deve-se,
também dar suporte às vítimas, oferecendo atendimento psicológico adequado a
mulheres violentadas. Por fim, deve-se combater a cultura do assédio, não só com
campanhas publicitárias, mas também com engajamento ficcional, como o que
ocorre nas novelas. Talvez assim consigamos construir uma nação com igualdade
real entre os gêneros.

7.
Como você já deve imaginar, um bom parágrafo não vem, apenas, de uma utiliza-
ção perfeita de suas estruturas, mas também de alguns outros fatores, como lin-
guagem, vocabulário e, principalmente, a modalidade escrita. Nesse contexto,
analise o parágrafo acima e identifique problemas que, em uma avaliação mais
detalhada, possam prejudicar a nota do autor.

8.
Reconhecidos os erros, reescreva o parágrafo e dê a ele um conteúdo nota mil.

Red. 152
GABARITO
01.
4. Além de retomar bem a tese, o parágrafo
mostra propostas bem detalhadas e ainda formula
Exercício de aula um desfecho criativo, tornando o texto, de certa ma-
1. O parágrafo propõe sobre o valor dos ani- neira, original.
mais de estimação, hoje. 5. O mercado, por exemplo, poderia incenti-
2. O trecho é: “o valor dos bichos de estima- var a venda de livros infantis promovendo encontros,
ção na sociedade de hoje, apesar de grande, não é eventos com autógrafos e leitura de trechos pelos
compartilhado por todas as pessoas.” autores. As escolas, no mesmo ritmo, poderiam tra-
3. O trecho é: “Considerando uma lei que já zer autores às salas, com palestras e discussões so-
existe e criminaliza maus-tratos, é papel do Judiciá- bre o tema dos livros.
rio fiscalizar mais e aplicá-la a diversos casos divul- 6. Torna-se evidente, portanto, que a literatu-
gados diariamente na rede. A mídia, que já tem gran- ra, hoje, é muito valorizada e, para que as suas con-
de relevância online, precisa levar tal discussão às tribuições cresçam, propostas podem ser levantadas
TVs, utilizando ficções com engajamento social para em prol da formação infantil.
mostrar a necessidade da delação. Por fim, ONGs 7. Além da ausência de conectivo conclusivo,
que defendem os direitos dos animais também po- há propostas pouco detalhadas (sem agentes, por
dem participar com campanhas e assistência, procu- exemplo) e problemas de vírgula e repetições.
rando e oferecendo novos lares aos encontrados em 8. Fica claro, portanto, que agressões à mu-

Red. 153
más condições”. lher constituem uma grave mazela social, que deve
4. Sim, uma vez que apresenta, em primeiro ser combatida. Para isso, a policia e o judiciário de-
lugar, uma retomada da tese e, logo depois, propos- vem garantir a aplicação e a fiscalização de leis
tas para resolver o problema. como a Maria da Penha e a do Feminicídio - prin-
5. Os agentes utilizados foram o Governo, a cipalmente contra os companheiros. ONGs podem
mídia e a escola. dar suporte às vítimas, oferecendo atendimento psi-
cológico adequado a mulheres violentadas. Por fim,
a mídia deve combater a cultura do assédio, não só

02.
com campanhas publicitárias, mas também com en-
gajamento ficcional, como o que ocorre nas novelas.
Exercício de casa Talvez assim consigamos construir uma nação com
1. Torna-se evidente, portanto, a necessidade igualdade real entre os gêneros.
de se discutir a questão e o papel da escola e dos res-
ponsáveis nessa luta.
2. O trecho é: “Em primeiro lugar, o poder pú-
blico, criador da lei que incentiva o combate à práti-
ca, pode fiscalizar as instituições e fazer valer o que
está no Diário Oficial, contratando, inclusive, mais
psicólogos para os colégios e promovendo treina-
mentos. A mídia pode denunciar os casos, a fim de
facilitar o trabalho do governo e, é claro, conscien-
tizar a população. Deve, também, por meio de fic-
ções, levar a discussão à família, mostrando a impor-
tância de o assunto ser tratado em casa. A escola,
então, pode chamar os pais ao debate e, com pales-
tras e reuniões em grupo, mostrar o seu papel nessa
prevenção.” Os agentes utilizados foram o Governo,
a mídia, a família e a escola.
3. As ONGs que levantam a bandeira do
bullying poderiam trabalhar essa questão, por exem-
plo, além das empresas, que poderiam criar campa-
nhas, em parceria com a mídia.
Soc. Semana 8

Larissa Rocha
(Debora Andrade)

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CRONOGRAMA

07/04 Estratificação e
mobilidade social

09:15
19:15
07
Estratifica- abr
ção e mobilida-
de social
01. Resumo
02. Exercícios de Aula
03. Exercícios de Casa
04. Questão Contexto
RESUMO
O termo estratificação origina-se da palavra estra- Na estratificação por estamentos, comum à Idade
to, que significa camadas. Por sua vez, a expressão Média feudal, as camadas da sociedade permane-
estratificação social designa o ato de distribuir em cem sendo associadas a certas funções sociais, po-
camadas pessoas ou grupos de forma hierárquica, rém, neste tipo de estratificação já existe algum tipo
de acordo com suas situações financeiras, relações de mobilidade social, ainda que difícil. Na Europa
de poder (quem manda ou é mandado) ou mesmo medieval, por exemplo, cabia ao clero rezar pela so-
de suas responsabilidades profissionais dentro da ciedade, à nobreza proteger a sociedade e, aos ser-
sociedade. É importante salientar, que nas socieda- vos, trabalhar pela subsistência da sociedade. No
des capitalistas contemporâneas a posição ocupada entanto, havia alguma chance de mobilidade social
pelos indivíduos é, em grande medida, determinada através da vida religiosa: um camponês, por exem-
pelo quanto eles possuem, pois, na maioria dos ca- plo, poderia ser ordenado padre e alguns chegaram
sos, o poder está nas mão de quem tem dinheiro e até mesmo a serem bispos.
as profissões mais bem remuneradas são exercidas
por pessoas que conseguiram ter uma boa formação Já a estratificação por classes é a existente em nos-
educacional. Já por mobilidade social compreende- sa sociedade. Nela, a divisão social por camadas
-se a possibilidade de um indivíduo ascender ou des- deixa de estar tão associada às funções sociais exer-
cender de uma determinada camada social, como cidas para estar mais ligada ao poder econômico do
por exemplo, um pobre tornar-se rico ou um rico tor- indivíduo. Enquanto, no regime de castas, mesmo

Soc. 157
na-se pobre. No entanto, como veremos, nem todo que um xátria fosse mais rico que um brâmane, ele
tipo de estratificação permite a mobilidade social. permaneceria sendo inferior socialmente, pois sua
função social era vista como inferior. No regime de
Existem três tipos de estratificação social, a saber: estamentos, do mesmo modo, ainda que um bur-
por castas, por estamento e por classes sociais. Na guês fosse mais rico do que um nobre, ele teria me-
estratificação por castas, comum à sociedade tradi- nos status socialmente. No sistema de classes, por
cional hindu, as camadas sociais estão ligadas a de- sua vez, o que importa é o componente financeiro:
terminadas funções no interior da sociedade e a mo- os mais ricos compõem a classe alta, os mais pobres
bilidade social é impossível, pois o pertencimento a a classe baixa, e os que estão entre ambos, a classe
uma casta é determinado pela família da qual se é média. Naturalmente, por isso mesmo, a estratifica-
membro. Na Índia antiga, por exemplo, os brâmanes ção por classes é aquela onde a mobilidade social é
constituíam a casta mais elevada, responsável pe- maior, pois depende fundamentalmente do dinhei-
las funções sacerdotais; por sua vez, imediatamente ro e não tanto das funções sociais exercidas.No en-
abaixo deles, estavam os xátrias, que compunham o tanto, vale ressaltar que, para que ocorra mobilida-
grupo dos guerreiros. Ora, no sistema de castas não de social dentro de uma sociedade, medidas devem
há qualquer tipo de mobilidade social, pois a trans- ser tomadas para que se diminua a desigualdade so-
ferência de casta é proibida e um indivíduo só pode cial, dando oportunidades aos grupos historicamen-
se casar com outro indivíduo da mesma casta. As- te desfavorecidos.
sim, uma brâmane jamais poderia abdicar de suas
funções sacerdotais ou ser casada com um xátria.
EXERCÍCIOS DE AULA
1.
A maioria dos que se encontram abaixo da linha de pobreza, nos países
não-desenvolvidos, é constituída por famílias que subsistem em microuni-
dades agrícolas, em atividades artesanais, no comércio ambulante, através
de trabalho sazonal ou uma combinação de atividades desta natureza. Es-
tas famílias não se beneficiam do salário-mínimo nem de outras medidas de
proteção do trabalhador formal. Para ajudá-las, torna-se necessário capita-
lizá-las e dar aos seus membros treinamento básico em tecnologia produtiva
e em procedimentos contábeis e financeiros.

Paul Singer. Perspectivas de Desenvolvimento da América Latina. In: No-


vos Estudos CEBRAP, n. 44, mar. 1996, p. 163.

Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa INCORRETA.

a) As políticas de renda mínima buscam criar condições básicas de sobrevivên-


cia para uma parcela da população que não possui acesso a nenhuma forma de
proteção trabalhista.
b) Os trabalhadores informais e aqueles inseridos na pequena agricultura fami-

Soc. 158
liar encontram-se entre a parcela da população economicamente mais vulnerá-
vel, necessitando de políticas públicas específicas.
c) A qualificação do trabalhador, que garante o domínio tecnológico e dos pro-
cedimentos contábeis necessários para o controle da renda familiar, são funda-
mentais no processo de melhoria das condições de vida dos trabalhadores que
se encontram fora do mercado formal.
d) As rápidas transformações na economia e na organização do mundo do tra-
balho exige da população economicamente ativa uma constante adaptação às
novas configurações do mercado.
e) Os trabalhadores excluídos do mercado de trabalho formal e carentes de uma
rede de proteção social são derivados da falta de educação pessoal e do excesso
de comodismo, não possuindo nenhuma relação com as configurações adquiri-
das pelo mercado no seu processo de expansão.

2. Os estamentos foram a forma de organização social de um grande número de ci-


vilizações no mundo antigo. As divisões que compunham o sistema de estamen-
tos visto no Feudalismo europeu eram:

a) O Rei, a nobreza e os servos.


b) O Rei, o clero e os servos.
c) A nobreza, o clero e os servos.
d) Os escravos, o clero e a nobreza.

3.
Entre os fenômenos sociais estudados pela Sociologia, a mobilidade social é um
indicador do nível de desigualdade e de mudança social. Sabendo disso, ao fa-
larmos em mobilidade social, estamos nos referindo:
a) à frequência com a qual as famílias de uma sociedade deslocam-se ou mudam
suas residências em um determinado período de tempo.
b) ao número de migrantes e imigrantes que passam pelo território de um país
em determinado tempo. Assim, quanto maior for o número de migrantes e imi-
grantes, mais “movimentada” uma sociedade será.
c) ao índice de pessoas que conseguem ascender ou que caem na escala socio-
econômica de uma sociedade, observando os meios e os mecanismos que os
indivíduos dispõem para tanto.
d) ao desenvolvimento dos meios de transporte públicos responsáveis pela mo-
vimentação das pessoas em uma sociedade justa e desenvolvida.
e) à quantidade de carros ou veículos que circulam em uma cidade, tendo em
mente que, quanto maior for a quantidade de veículos em uma cidade, mais mó-
vel ela se tornará.

4.
No passado, quando se falava em redistribuição de renda, sempre se argu-
mentava que os pobres, com o crescimento de sua renda, tenderiam a con-
sumir mais e, portanto, a taxa de poupança cairia. Hoje, o paradoxo é que
os ricos brasileiros é que têm uma altíssima propensão a consumir. A renda
não se concentra para aumentar a taxa de poupança, e sim para aumen-

Soc. 159
tar o consumo dos mais ricos. É escandalosa a distância, no Brasil, entre o
consumidor popular e o consumidor médio e rico. Sem lugar a dúvida, essa
defasagem é das maiores do mundo. Na Índia, os 20% mais ricos têm em
média uma renda quatro vezes maior que a dos 20% mais pobres; no Bra-
sil essa relação é de um para trinta e três vezes. Por outro lado, o abuso do
consumo contamina as classes mais pobres, que gastam em produtos nem
sempre necessários.

Fonte: FURTADO, C.. Em Busca de Novo Modelo – reflexões sobre a crise


contemporânea. São Paulo: Paz e Terra, 2002. 2ª edição, p. 20.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre desigualdade social no Brasil, é


correto afirmar que:

a) Na última década, o índice de desigualdade vem crescendo constantemente


no Brasil.
b) Na última década observa-se, no Brasil, um aumento constante da taxa de
crescimento econômico impulsionado pelo aumento do índice de desigualdade.
c) Apesar de permanecer entre os mais altos do mundo, nos últimos 15 anos ob-
serva-se, no Brasil, uma queda do índice de desigualdade.
d) Nas duas últimas décadas o índice de desigualdade no Brasil permanece rigo-
rosamente igual.
e) Existe uma correlação estreita entre taxa de crescimento econômico e distri-
buição de riqueza.
EXERCÍCIOS DE CASA
1.
As sociedades modernas são complexas e multifacetadas. Mas, é com o capi-
talismo que as divisões sociais se tornam mais desiguais e excludentes. Marx já
observara que só o conflito entre as classes pode mover a história. Assim sendo,
para o referido autor, em qual das opções se evidencia uma característica de
classe social?

a) O status social e cultural dos indivíduos.


b) A função social exercida pelos indivíduos na sociedade.
c) A ação política dos indivíduos nas sociedades hierarquizadas.
d) A identidade social, cultural e coletiva.
e) A posição que os indivíduos ocupam nas relações de produção

2.
A questão das classes sociais na Sociologia tem diferentes formas de explicação.
Dentre as explicações clássicas, as de Marx e Weber. Atualmente encontramos
estudiosos que analisam a estrutura social brasileira de diferentes maneiras:

Soc. 160
I. A classe C é a classe central, abaixo da A e B e acima da D e E. […] a faixa C
central está compreendida entre os R$ 1.064 e os R$ 4.561 a preços de hoje na
grande São Paulo. A nossa classe C está compreendida entre os, imediatamente
acima dos 50% mais pobres e os 10% mais ricos na virada do século. […] A nossa
(Adaptado de: NERI, M. C.;
COUTINHO DE MELO, L. C. classe C aufere em média a renda média da sociedade, ou seja, é classe média no
(coordenadores). Miséria e a sentido estatístico. A classe C é a imagem mais próxima da média da sociedade
nova classe média na década
da igualdade. brasileira. Dada a desigualdade, a renda média brasileira é alta em relação aos
Rio de Janeiro: FGV/IBRE,
CPS, 2008, p. 34-35.) estratos inferiores da distribuição.

II. “A reorganização do processo de acumulação no Brasil [após os anos de 1990]


acarreta consequências imediatas nas relações sociais, no trabalho, no emprego
e nas classes sociais dele resultantes. Assim, podemos concordar que o opera-
riado industrial perdeu o seu peso relativo na nossa sociedade […]. É certo que
a classe trabalhadora […] se multiplicou em diferentes grupos sociais, uns talvez
mais atomizados ou desorganizados […]. Também percebe-se, […] que houve um
processo de financeirização da classe hegemônica brasileira, que acabou redu-
(Adaptado de: OLIVEIRA,
F. et al. Classes sociais zindo ainda mais os setores dominantes, sobretudo entre os banqueiros, as multi-
em mudança e a luta pelo
socialismo. São Paulo: nacionais e os grupos econômicos, mesclados entre si com o capital financeiro e
Fundação Perseu Abramo,
2002, p. 27-28.) o capital internacional”.

Considerando as duas teorias e os dois tipos de análise dos estudiosos, é correto


afirmar que as análises de

a) I e II concordam com Max Weber simultaneamente.


b) I e II concordam com Karl Marx simultaneamente.
c) II concorda com Max Weber e as de I com Karl Marx.
d) I e II discordam igualmente de Karl Marx e de Max Weber.
e) II concorda com Karl Marx e I concorda com Max Weber.
3.
De acordo com Octavio Ianni: “Para melhor compreender o processo de estrati-
ficação social, enquanto processo estrutural, convém partirmos do princípio. Isto
é, precisamos compreender que a maneira pela qual se estratifica uma sociedade
depende da maneira pela qual os homens se reproduzem socialmente”.

IANNI, O. Estrutura e História. In IANNI, Octavio (org). Teorias da Estratifi-


cação Social: leitura de sociologia. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1978,
p. 11.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre estratificação social, considere


as afirmativas a seguir:

I. Os estamentos são formas de estratificação baseadas em categorias sociocul-


turais como tradição, linhagem, vassalagem, honra e cavalheirismo.
II. As classes sociais são formas de estratificação baseadas em renda, religião,
raça e hereditariedade.
III. As mudanças sociais estruturais ocorrem quando há mudanças significativas
na organização da produção e na divisão social do trabalho.
IV. As castas são formas de estratificação social baseadas na propriedade dos
meios de produção e da força de trabalho.

Soc. 161
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:

a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) I, II e IV
e) II, III e IV

4.
Em 1840, o francês Aléxis de Tocqueville (1805-1859), autor de A democracia na
América, impressionado com o que viu em viagem aos Estados Unidos, escre-
veu que nos EUA, “a qualquer momento, um serviçal pode se tornar um senhor”.
Por sua vez, o escritor brasileiro Luiz Fernando Veríssimo, autor de O analista
de Bagé, disse, em 1999, ao se referir à situação social no Brasil: “tem gente se
agarrando a poste para não cair na escala social e sequestrando elevador para
subir na vida”.

As citações anteriores se referem diretamente a qual fenômeno social?

a) Ao da estratificação, que diz respeito a uma forma de organização que se es-


trutura por meio da divisão da sociedade em estratos ou camadas sociais distin-
tas, conforme algum tipo de critério estabelecido.
b) Ao de status social, que diz respeito a um conjunto de direitos e deveres que
marcam e diferenciam a posição de uma pessoa em suas relações com as outras.
c) Ao dos papéis sociais, que se refere ao conjunto de comportamentos que os
grupos e a sociedade em geral esperam que os indivíduos cumpram de acordo
com o status que possuem.
d) Ao da mobilidade social, que se refere ao movimento, à mudança de lugar de
indivíduos ou grupos num determinado sistema de estratificação.
e) Ao da massificação, que remete à homogeneização das condutas, das rea-
ções, desejos e necessidades dos indivíduos, sujeitando-os às idéias e objetos
veiculados pelos sistemas midiáticos
A desigualdade é um problema histórico que se manifesta em diversos aspectos
da estrutura social brasileira. Analise o gráfico a seguir sobre o rendimento mé-
dio real mensal dos negros e não-negros nas Regiões Metropolitanas e Distrito
Federal – Biênio 2004/2005.

Fonte: Convênio DIEESE/


SEADE, TEM/FAT e convênios
regionais. PED-Pesquisa
de Emprego e Desemprego
Elaboração: DIEESE Obs: a)
Cor negra = pretos + pardos.
Cor não-negra = brancos
+ amarelos b) Inflatores
utilizados: IPCA-BH/IPEA,
INPC-DF-IBGE, IPC-IEPE/
RS, INPC-RMR/PE, IPC-
SEI/BA, ICV- DIEESE/SP c)
Exclusive os assalariados e
os empregados domésticos
mensalistas que não tiveram
remuneração no mês, os
trabalharores familiares sem
remuneração salarial e os
empregados que receberam
exclusivamente em espécie
ou benefício. d) Dados
apurados entre janeiro de
2004 e setembro de 2005.

De acordo com os dados sobre as diferenças entre o rendimento médio de ne-

Soc. 162
gros e não-negros nas regiões metropolitanas do Brasil, assinale a alternativa
correta:

a) O Distrito Federal apresenta a maior diferença de rendimentos entre negros e


não-negros em comparação às demais regiões metropolitanas.
b) Nas regiões metropolitanas industrializadas, a diferença entre o rendimento
médio de não-negros e negros é menor do que nas regiões não industrializadas.
c) Nas regiões metropolitanas do Sudeste, a diferença entre o rendimento médio
de não-negros e negros é menor do que nas regiões metropolitanas do Sul.
d) Nas regiões metropolitanas de São Paulo e Salvador, negros recebem aproxi-
madamente 50% do rendimento médio de um não-negro.
e) Nas regiões metropolitanas do Sudeste, a diferença entre o rendimento médio
de não-negros e negros é menor do que nas regiões metropolitanas do Nordeste.
QUESTÃO CONTEXTO
Texto 1

Soc. 163
Texto 2

Tendo em vista os dois textos e seus conhecimentos sobre o tema, apresente


possíveis soluções para a estratificação social existente no nosso país.
GABARITO
01.
Exercício de aula
1. e
2. c
3. c
4. c

02.
Exercício de casa
1. e
2. e
3. b
4. d
5. d

Soc. 164
Semana 8
TEMA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com apresentando proposta de intervenção, que respei-
base nos conhecimentos construídos ao longo de te os direitos humanos. Selecione, organize e rela-
sua formação, redija texto dissertativo-argumenta- cione, de forma coerente e coesa, argumentos e fa-
tivo em norma padrão da língua portuguesa sobre tos para defesa de seu ponto de vista.
o tema A prática de bullying nas escolas do Brasil,

Texto 1
Bullying é uma palavra inglesa que significa inti- O projeto determina que seja feita a capacitação de
midação. Infelizmente, é uma palavra que está em docentes e equipes pedagógicas para implementar
moda devido aos inúmeros casos de perseguição ações de prevenção e solução do problema, assim
e agressões que se estão detectando nas escolas e como a orientação de pais e familiares, para identi-
colégios, e que estão levando a muitos estudantes a ficar vítimas e agressores. Também estabelece que
viverem situações verdadeiramente aterradoras. sejam realizadas campanhas educativas e fornecida
assistência psicológica, social e jurídica às vítimas
O Bullying se refere a todas as formas de atitudes e aos agressores. Segundo o texto, a punição dos
agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem agressores deve ser evitada “tanto quanto possível”
sem motivação evidente, adotadas por um ou mais em prol de alternativas que promovam a mudança

Red.
estudantes contra outro ou outros. O que exerce o de comportamento hostil.
“bullying” o faz para impor seu poder sobre outro Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/02/
lei-que-obriga-escolas-e-clubes-combaterem-bullying-entra-em-
através de constantes ameaças, insultos, agressões, vigor.html
humilhações, etc., e assim tê-lo sob seu completo
domínio durante meses, inclusive anos. A vítima so-
fre calada na maioria dos casos. O maltrato intimi- Texto 3
datório o fará sentir dor, angústia, medo, a tal ponto
que, em alguns casos, pode levá-los a consequên- Assim como na pesquisa de 2012 do Instituto Brasi-
cias devastadoras como o suicídio. leiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais entre-
vistados relataram em 2015 terem praticado do que
Disponível em: http://br.guiainfantil.com/violencia-escolar/
51-violencia-escolar-ou-bullying.html sofrido bullying, não apenas na escola, mas em qual-
quer ambiente que frequentam. Meninas são menos
provocadoras do que meninos: 15,6% das alunas dis-
Texto 2 seram já ter praticado bullying, enquanto entre os
alunos a proporção sobe para 24,2%. A prática é um
A lei que obriga escolas e clubes a adotarem medi- pouco mais frequente nas escolas privadas (21,2%
das de prevenção e combate o bullying entrou em dos entrevistados disseram fazer bullying) do que na
vigor nesta semana. O texto, publicado no “Diário rede pública (19,5%).
Oficial da União” de 9 de novembro havia sido apro-
vado pela Câmara em outubro e enviado para a san- Sofreram bullying com frequência 7,4% (194,6 mil)
ção presidencial. dos alunos do 9º ano, principalmente por causa da
aparência do corpo ou do rosto. A incidência das
Pelo texto aprovado, bullying é definido como a prá- provocações é um pouco maior nas escolas públicas
tica de atos de violência física ou psíquica exercidos (7,6%) que nas particulares (6,5%).
intencional e repetidamente por um indivíduo ou
Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/agencia-
grupo contra uma ou mais pessoas com o objetivo estado/2016/08/26/alunos-dizem-mais-praticar-do-que-sofrer-
bullying-mostra-pesquisa-do-ibge.htm
de intimidar ou agredir, causando dor e angústia à
vítima.
Texto 4

Disponível em: http://


www.semprefamilia.com.
br/o-valor-da-propaganda/
adolescente-extraterrestre-
combate-bullying-em-escola/

Red.

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