Você está na página 1de 10

UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco

Engenharia Agrícola e Ambiental – EAA1


Bioquímica Vegetal – Professor: Egídio Bezerra Neto

Fotossíntese

Aluna: Janaci Santos

Recife, Março de 2010


Introdução

A revisão de literatura sobre a fotossíntese é de grande e suma importância para


nosso maior aprendizado na área da bioquímica vegetal, portanto vamos de
início relatar um pouco sobre a fotossíntese que tem uma grande importância
não só na sobrevivência dos seres autótrofos, mas também na nossa
sobrevivência e na contribuição para nosso bem está. A fotossíntese inicia a maior
parte das cadeias alimentares na Terra. Sem ela, os animais e muitos outros
seres heterotróficos seriam incapazes de sobreviver porque a base da sua alimentação
está sempre baseada nas substâncias orgânicas proporcionadas pelas plantas verdes.

Excetuando as formas de energia nuclear, todas as outras formas de energia utilizadas


pelo homem moderno provêem do sol. A fotossíntese pode ser considerada como um
dos processos biológicos mais importantes na Terra. Por liberar oxigênio e consumir
dióxido de carbono, a fotossíntese transformou o mundo no ambiente habitável que
conhecemos hoje.

Fotossíntese e o Alimento
Todas as nossas necessidades energéticas nos são fornecidas pelos vegetais, seja
diretamente, ou através dos animais herbívoros.
A Fotossíntese e a Energia
A celulose é um dos produtos da fotossíntese que constitui a maior parte da
madeira seca. Quando a lenha é queimada, a celulose é convertida em CO2 e água com
o desprendimento da energia armazenada em sua estrutura. Assim como na
respiração, a queima de combustíveis libera a energia armazenada para ser convertida
em formas de energia útil; por exemplo, quando queimamos álcool nos nossos
automóveis, estamos convertendo a energia química em energia cinética. Além do
álcool que é amplamente utilizado no Brasil como combustível, no norte do país o
bagaço de cana é largamente empregado para gerar energia nas usinas de
beneficiamento da cana de açúcar.
A Fotossíntese, as Fibras e os Materiais sintéticos
Hoje em dia fala-se muito em reciclagem de papel como forma de se evitar a
degradação do ambiente, seja no acúmulo de dejetos, seja na preservação das
florestas. A matéria-prima do papel é a celulose e a partir desta, uma gama de
materiais são sintetizados com as mais diversas finalidades: roupas, filtros, fibras
naturais e artificiais e vários outros polímeros derivados da celulose. Outros materiais
que têm como origem a fotossíntese são as borrachas naturais.
A Fotossíntese e o Ambiente
Atualmente há uma discussão em torno do efeito estufa que seria causado pelo
CO2 entre vários outros gases. Como fora dito anteriormente, durante a fotossíntese,
CO2 é convertido em carboidratos e outros compostos, com a produção de O2.
A Fotossíntese e a Eletrônica
À primeira vista, a fotossíntese tem pouca ou nenhuma associação com a
eletrônica, entretanto há potencialmente uma forte conexão entre esses dois campos
do conhecimento. Hoje, procuram-se desenvolver tecnologias de transmissão de
informação que sejam mais rápidas e compactas possíveis, chegando-se até à
dimensão molecular (nanotecnologia). Procura-se substituir os elétrons pela luz nos
processos de transmissão de informação, como hoje já é feito nos cabos de fibra
óptica na telefonia. É neste ponto em que se faz a interface entre os dois campos de
conhecimento, a fotossíntese e a eletrônica. Ao compreendermos como as plantas
absorvem luz e como controlam o movimento desta energia absorvida, da antena para
os centros de reação e como converter a luz em energia elétrica e finalmente em
energia química, nós poderemos construir computadores em escala molecular.
A Fotossíntese e a Medicina
A luz pode ser altamente maléfica se não for devidamente controlada, temos
como exemplos os inúmeros casos de câncer de pele. As plantas têm que absorver luz
com o mínimo de dano para ela mesma. A compreensão das causas dos danos
causados pela luz e os mecanismos naturais de proteção, pode beneficiar-nos em
áreas alheias à fotossíntese como a medicina.
Metodologia

A Descoberta da Fotossíntese
Na primeira metade do século 17, o médico Van Helmont cultivou uma planta em um
jarro com terra e regou a planta somente com água da chuva. Ele observou que após 5
anos, a planta tinha crescido bastante, mas a quantidade de terra no jarro quase não
decresceu. Van Helmont concluiu que o material utilizado pela planta para o seu
crescimento veio da água utilizada para regá-la. Em 1727 o botânico inglês Stephan
Hales observou que as plantas usavam principalmente o ar como fonte de nutrientes
para o seu crescimento. Entre 1771 e 1777, o químico Joseph Priestly descobriu que
quando ele colocava uma vela no interior de um jarro emborcado, a chama extinguia-
se rapidamente sem que a cera fosse completamente consumida. Posteriormente ele
observou que se um camundongo fosse colocado nas mesmas condições ele morreria.
Ele mostrou então que o ar que fora consumido pela vela e pelo camundongo, poderia
ser restaurado por uma planta. Em 1778, Jan Ingenhousz repetiu os experimentos de
Priestly e observou que era a luz a responsável pela restauração do ar. Ele observou
também que somente as partes verdes das plantas tinham essas propriedades. Em
1796, Jean Senebier mostrou que o CO2 era quem consumia o ar e que o mesmo era
fixado pelas plantas durante a fotossíntese. Logo em seguida, Theodore de Saussure
mostrou que o aumento da massa das plantas durante o seu crescimento não poderia
ser devido somente à fixação de CO2, mas também devido à incorporação da água.
Assim a reação básica da fotossíntese foi concluída:
nCO2 + nH2O + luz ---> (CH2O)n + nO2
onde “n” é o número de mol das espécies moleculares envolvidas.

O que é fotossíntese?

A fotossíntese é o processo através do qual plantas, seres autotróficos (seres que


produzem seu próprio alimento) e alguns outros organismos
transformam energia luminosa em energia química processando o dióxido de
carbono e outros compostos (CO2), água (H2O) e minerais em compostos orgânicos e
produzindo oxigênio gasoso (O2). Os organismos clorofilados (plantas, algas e
certas bactérias) captam a energia solar e a utilizam para a produção de elementos
essenciais, portanto o sol é a fonte primária de energia. Os animais não fazem
fotossíntese, mas obtém energia se alimentando de organismos produtores
(fotossintetizantes) ou de consumidores primários. A fotossíntese pode ser
representada pelas seguintes equações:

Equação 6H2O + 6CO2 -> 6O2 + C6H12O6 Equação 12H2O + 6CO2 → 6O2 +C6H12O6 + 6H2O
simplificada não simplificada clorofila

A água e o CO2 são pouco energéticos, enquanto que os carboidratos formados são
altamente energéticos. Portanto a fotossíntese transforma energia da radiação solar
em energia química.

Através da fotossíntese as plantas produzem oxigênio e carboidratos a partir do gás


carbônico. Na respiração ela consome oxigênio e libera gás carbônico no ambiente,
entretanto em condições normais, a taxa de fotossíntese é cerca de 30 vezes maior
que a respiração na mesma planta, podendo ocorrer momentos em que ambas serão
equivalentes.

As etapas da fotossíntese
Com estas técnicas, descobriu-se, por exemplo, que a fotossíntese ocorre ao longo de
duas etapas:

A fase fotoquímica, fase luminosa ou fase clara (fase dependente da luz solar) é a
primeira fase do processo fotossintético. A energia luminosa é captada por meio de
pigmentos fotossintetisantes, capazes de conduzi-la até o centro de reação.

A fase química ou "fase escura", onde se observa um ciclo descoberto pelos


cientistas Melvin Calvin, Andrew Benson e James Bassham.

Plantas jovens consomem mais dióxido de carbono e libertam mais oxigénio, pois o
carbono é incorporado a sua estrutura física durante o crescimento.

A clorofila é responsável pela absorção de energia luminosa que será utilizada numa
reação complexa na qual o dióxido de carbono reage com a água, formando-se glicose
(base dos hidratos de carbono), que é armazenada e utilizada pelas plantas,
libertando-se, como resíduo desta operação, moléculas de oxigênio.

É importante realçar que a fase escura não ocorre apenas à noite ou na ausência de
luz, o nome refere-se ao fato desta fase não necessitar da luz para funcionar. Ela
acontece logo após a fase clara numa reação em cadeia até que o substrato se esgote.

Estrutura do cloroplasto

Vamos esclarecer um pouco sobre a organela chamada de cloroplasto para que


possamos entender melhor a fotossíntese que ocorre nessa organela que se localizam
principalmente no mesófilo foliar.
Envelope: Membrana dupla de revestimento do cloroplasto;
Estroma: Matriz fluida, que contém várias estruturas membranosas, chamadas grana;
Grana: Estruturas com várias camadas membranosas, em forma de discos;
Lamelas: Conjunto de canais membranosos que interligam os grana.
Tilacóides: Discos membranosos que formam o granum, e encontram-se empilhados

Fase fotoquímica ou fase clara


Fotofosforilação cíclica

Os dois fotossistemas trabalham juntos, porém o fotossistema 1 pode atuar de forma


independente, mas sozinho ele só trabalha para a produção de ATP para o
metabolismo celular.

Ao invés de ser transferido para o NADP+ o elétron emitido pela P700 excitada vai para
ferredoxina e para a cadeia transportadora de elétrons, entre o FS1 e o FS2 e descem
através de outra cadeia até a molécula aprisionadora do FS1, estimulando o transporte
de íons H+ e promovendo a produção de ATP. Os aceptores da cadeia transportadora
são chamados de citocromos e o aceptor final chama plastocianina. Quando o elétron
chega na plastocianina, ele retorna à P700, formando um ciclo.

Fotofosforilação acíclica

A fotofosforilação acíclica utiliza os dois fotossistemas e tem início quando a clorofila


P680 é excitada e doa um elétron para um aceptor Q do grupo das quinonas ficando
com carga elétrica positiva e o aceptor Q com carga negativa.
Esse poder oxidante da clorofila a provoca a fotólise da água. A reação ocorre com 2
moléculas de água, que tem 4 elétrons captados por 4 moléculas de clorofila a. Como
resultado desta reação temos a produção de 1 molécula de gás oxigênio e 4 íons de
H+. O ATP produzido durante a fotossíntese é resultado da fotólise da água, que gera
um gradiente de prótons na membrana do tilacóide.

2H2O -> 4e- + 4H+ + O2

O aceptor Q transfere seu elétron para a plastocianina, porém antes passa por
aceptores, liberando de forma gradativa sua energia para bombear os íons H+
presentes no estroma para o lúmen do tilacóide.

No FS2 as moléculas do complexo antena ficam excitadas e os elétrons vão para a


molécula aprisionadora P700. O elétron desta molécula é transportado por uma série
de transportadores e o resultado deste processo é a redução do NADP+ à NADPH,
enquanto ocorre a oxidação da P700. A P700 tem os seus elétrons repostos pela
cadeia transportadora do FS1.

H2O + NADP+ -> NADPH + H + ½ O2


Nos dois fotossistemas há clorofila a e b, porém em proporções diferentes. Enquanto o
fotossistema 1 tem mais clorofila a, o fotossistema tem mais clorofila b. O
fotossistema que absorve luz com comprimento de onda próximo a 700 nm é
chamado de P700 e o que absorve luz com comprimento de onda próximo da 680 nm é
chamado de P680.

Quando os pigmentos recebem energia luminosa e ficam excitados, ocorre o


deslocamento de elétrons para níveis energéticos mais elevados. A substância que
doou elétrons fica oxidada e a receptora reduz, evidenciando então uma reação de
óxido-redução.
O fotossistema 1 possui um redutor poderoso e um oxidante fraco (P700) enquanto o
fotossistema 2 é o mais lábil e fluorescente dos fotossistemas. Ele catalisa a
transferência de elétrons entre a água e a plastoquinona, formando um sistema
oxidante-redutor chamado esquema Z. Quem faz a ligação entre os 2 fotossistemas é a
plastoquinona, plastocianina e citocromos, cada um com seu potencial de óxido-
redução.

Os fotossistemas são os complexos responsáveis pela conversão da energia luminosa


em energia química

Fase Química ou Fase Escura

Nessa fase chamada de ciclo de Calvin ou ciclo das pentoses, que ocorre no estroma
do cloroplasto, o tilacóide fornece ATP e NADPH2 ao estroma do cloroplasto, onde se
encontra a pentose (ribulose fosfato), essa pentose ativada por um fosfato, fixa
o carbono que provém do dióxido de carbono do ar sob a ação catalisadora da
"rubisco" (ribulose bifosfato carboxilase-oxidase) e em seguida é hidrogenada pelo
NAPH2 formando o aldeído que dará origem à glicose. Para a síntese de uma molécula
de glicose são fixadas seis de dióxido de carbono, permitindo que o processo recicle a
ribulose fosfato. A devolvendo ao estroma. Desta fase resulta a formação de
compostos orgânicos como a glicose, necessária à atividade da planta. Esta fase é
denominada fase escura, no entanto é um termo utilizado de forma inadequada, pois
para a "rubisco" entrar em atividade determinando a fixação do CO2 atmosférico para
a formação de moléculas de glicose, ela precisa estar num estado reduzido, e para isso
acontecer é necessário que a luz esteja presente.

Equação: 6CO2 + 12NADPH2 + 18ATP -(enzimas)-> 12NADP + 18ADP + 18P + 6H2O + C6H12O6

Você também pode gostar