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Introdução à microbiologia
Lívia de Souza Ramos
Descrição
Propósito
Objetivos
Módulo 1
Microbiologia
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Módulo 2
Microrganismos
Identificar a classificação dos microrganismos.
Módulo 3
Células procarióticas
Reconhecer a morfologia e as estruturas das células procarióticas.
meeting_room
Introdução
Neste tema, exploraremos a Microbiologia, uma ciência que estuda os microrganismos. Você sabia que os
microrganismos surgiram na Terra bilhões de anos antes das plantas e dos animais e que, sem eles, nós
não estaríamos aqui?
Além disso, você sabia que as células microbianas são ferramentas de grande utilidade para o
desenvolvimento da ciência básica? Por meio delas, os microbiologistas conseguiram entender as bases
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químicas e físicas da vida, descobrindo que as diferentes células apresentam muitas características em
comum.
Teremos a oportunidade de estudar a origem da vida em nosso planeta e como a Microbiologia evoluiu
como ciência. Veremos também como os microrganismos são classificados, as características de cada
grupo e os aspectos morfológicos deles.
1 - Microbiologia
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever o histórico e a evolução da Microbiologia.
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partir daí, o conteúdo da nuvem nebulosa começou a se agrupar e a se fundir, como consequência das
colisões e da atração gravitacional, formando agregados pequenos que foram crescendo e deram origem
aos planetas. Enquanto a Terra se formava, a energia liberada foi capaz de aquecê-la e a tornou um planeta
de magma muito quente.
upernova
Pode ser definida como um evento astronômico representado por uma explosão durante o fim da vida de
algumas estrelas.
Inicialmente, a água na Terra estava presente apenas na forma de vapor (por causa do calor), tendo se
originado de colisões com cometas e asteroides glaciais e de gases vulcânicos vindos do interior do
planeta. A Terra, que antes era quente, passou por um processo de resfriamento, em que foram formados
um cerne metálico, um manto rochoso e uma crosta superficial. Além disso, a água que se encontrava no
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estado de vapor foi condensada, formando os oceanos. A existência de água líquida na Terra ocorreu há
cerca de 4,3 bilhões de anos e, desde então, já havia em nosso planeta condições compatíveis com a vida.
Lipídios
Evidências científicas sugerem que esses precursores orgânicos das células podem, em certas condições,
ser formados espontaneamente, oferecendo as condições necessárias para o surgimento dos primeiros
sistemas vivos.
Como as condições ambientais na superfície da Terra na época eram muito adversas, com temperaturas
extremamente elevadas e intensa radiação ultravioleta, existe uma hipótese de que a vida tenha se
originado em fontes hidrotermais no leito oceânico, local em que as condições ambientais seriam menos
hostis e apresentariam compostos orgânicos reduzidos, como hidrogênio (H2) e sulfeto de hidrogênio (H2S)
Sistemas autorreplicantes são considerados os precursores da vida celular. Por isso, uma das hipóteses
mais aceitas é que a vida tenha começado em um Mundo de RNA. Cientistas acreditam que o RNA tenha
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surgido antes do DNA, pois o RNA possui duas propriedades essenciais para a manutenção de uma célula
primitiva.
Algumas moléculas de RNA são capazes de catalisar sua própria síntese a partir de açúcares, bases
nitrogenadas e fosfato, ou seja, participam de sua própria replicação (moléculas autorreplicantes).
Assim, acredita-se que, de alguma forma, uma molécula de RNA acabou dando origem a uma molécula de
DNA, e, como esta última molécula oferece maior estabilidade estrutural, ela foi selecionada para ser a
principal fonte de informação genética da célula.
Outro evento importante foi a compartimentalização das células, com a presença da membrana plasmática,
protegendo o conteúdo intracelular, mantendo a estrutura da célula e permitindo a troca seletiva de
substâncias com o ambiente.
Como na atmosfera da Terra primitiva não havia oxigênio, as primeiras células que surgiram provavelmente
apresentavam metabolismo totalmente anaeróbio para gerar energia. Microrganismos capazes de
armazenar energia a partir da luz do sol (fototróficos) eram muito simples, como as bactérias púrpuras e
bactérias verdes. A oxigenação da Terra começou a acontecer apenas após a evolução da fotossíntese
oxigênica das cianobactérias, revolucionando a química do planeta. Esse processo foi longo, mas, a partir
dele, as células foram se adaptando ao ambiente agora rico em oxigênio, resultando no surgimento dos
organismos aeróbios.
Acredita-se que todas as células tenham se originado de uma célula ancestral comum, chamada de o último
ancestral comum (LUCA - Do inglês Last Universal Common Ancestor), uma vez que os diferentes tipos
celulares apresentam uma constituição muito semelhante. Durante milhões de anos após o surgimento das
primeiras células, novas células foram surgindo, formando populações microbianas que foram interagindo
umas com as outras e se adaptando da melhor forma ao ambiente para garantir sua sobrevivência. Hoje,
nós já conseguimos observar os resultados de todo esse processo, através da imensa variedade de
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microrganismos existentes, com as mais variadas características e capazes de viver perfeitamente nos
lugares mais diversos do nosso planeta.
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Como os microrganismos são seres invisíveis a olho nu, é de se imaginar que a invenção dos primeiros
microscópios tenha causado uma revolução no pensamento científico da época. Durante muitos e muitos
anos, diferentes explicações para grandes epidemias surgiram, geralmente com explicações de cunho
religioso, devido ao grande poder e à influência que a Igreja Católica exercia sobre as pessoas.
Em 721 a.C., os romanos já utilizavam lentes de aumento para observar objetos. As lentes
foram sendo aperfeiçoadas com o passar dos anos, até que, por volta de 1590, surgiu o
primeiro modelo de microscópio. Ele foi criado por Hans e Zacharias Janssen, fabricantes de
lentes; o microscópio era cilíndrico e continha duas lentes, que aumentavam o tamanho dos
objetos.
O i ó i ti l i d
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1665 hi t i d i lê i i t 8/74
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Os microscópios continuaram evoluindo e, em 1665, o historiador inglês e microscopista
Robert Hooke (1635-1703) publicou um famoso livro, que contém a primeira descrição
conhecida de um microrganismo (ele descreveu estruturas de frutificação de bolores). O
termo célula (do inglês cell) foi criado pelo próprio Hooke ao analisar no microscópio finas
camadas de cortiça; ele observou estruturas semelhantes a alvéolos vazios, como favos de
uma colmeia, dando o nome de cell a cada um desses alvéolos.
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A experiência de Redi
Apesar da descoberta dos microrganismos, pouco avanço foi observado na área da Microbiologia por
longos anos. Na segunda metade do século XIX, entretanto, a Microbiologia voltou a ganhar fôlego por
questões relacionadas às doenças infecciosas e à Teoria da Geração Espontânea (ou Teoria da
Abiogênese). Muitos cientistas e filósofos da época defendiam que algumas formas de vida poderiam surgir
de matéria morta ou inanimada, mas alguns não acreditavam nessa possibilidade, como:
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Em 1668, Redi desenvolveu uma experiência que ficou muito famosa, para demonstrar que a vida não
poderia surgir da matéria inanimada. Ele colocou pedaços de carne em frascos de vidro, deixando alguns
frascos abertos e outros cobertos com gaze. Com o passar do tempo, ele observou que os pedaços de
carne dos frascos que ficaram abertos estavam repletos de larvas, e, nos frascos tampados, os pedaços de
carne estavam livres de larvas, as quais foram encontradas apenas sobre as gazes que tampavam os
frascos.
Experimento de Redi.
O experimento de Pasteur
Em um primeiro momento, Pasteur demonstrou que a fervura de um caldo nutritivo seguida da vedação do
frasco impediria que ele “estragasse”. Na época, os defensores da geração espontânea diziam que o frasco
fechado impediria a entrada de ar fresco (contendo o que eles chamavam de “força vital”, que seria o
oxigênio) e, consequentemente, os microrganismos não conseguiriam surgir ali espontaneamente. Foi então
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que Pasteur solucionou de vez a questão de maneira brilhante, construindo um frasco com pescoço de
cisne.
Esse frasco, também conhecido como frasco de Pasteur, tinha o gargalo em formato de S, que impedia que
a poeira e os microrganismos do ar alcançassem o caldo nutritivo fervido, mas o oxigênio ainda conseguia
chegar até ele. Assim, o caldo nutritivo não “estragava”, mesmo após muitos dias, sendo observada a
contaminação do caldo apenas após o contato dele com a poeira acumulada no gargalo em forma de S ou
após este gargalo ser quebrado, enquanto o caldo dos frascos fervidos e mantidos abertos ficavam
contaminados rapidamente.
video_library
A descoberta dos microrganismos e a evolução do
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pensamento científico
Neste vídeo, a Professora Lívia Helena fala sobre a descoberta dos microrganismos e a evolução do
pensamento científico.
Esses achados foram fundamentais para o desenvolvimento posterior de técnicas de esterilização eficazes,
beneficiando, inclusive, a indústria alimentícia, com o processo de pasteurização do leite, por exemplo.
Curiosidade
Pasteur foi responsável por outros grandes feitos e descobertas. Dentre elas, podemos citar o
desenvolvimento de vacinas contra raiva, cólera aviária e antraz, e pela identificação de que leveduras eram
as responsáveis pela fermentação em cervejas e vinhos.
Os Postulados de Koch
Após a descoberta dos microrganismos, passou-se a acreditar que eles eram os causadores de diversas
doenças, mas não havia comprovação disso. O conceito de doença infecciosa foi desenvolvido apenas
depois dos trabalhos do médico alemão Robert Koch (1843-1910), que criou a Teoria do Germe da Doença e
os Postulados de Koch.
Tudo começou quando Koch estudava uma doença chamada antraz, que acometia o gado e os humanos.
Analisando ao microscópio amostras de sangue de um animal doente, ele notou a presença de bactérias
(depois denominadas Bacillus anthracis), e, para ter certeza de que aquelas bactérias eram as causadoras
da doença, realizou experimentos utilizando camundongos.
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Robert Koch
Os Postulados de Koch foram definidos para estabelecer a relação de causa e efeito de uma doença
infecciosa:
1º postulado
O patógeno suspeito de causar a doença deve estar presente em todos os casos da doença, mas ausentes
nos animais sadios; ou seja, deve haver uma associação constante entre patógeno e hospedeiro.
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2º postulado
3º postulado
Células do patógeno provenientes de uma cultura pura devem ser capazes de causar doença em um animal
saudável (para isso, o agente infeccioso deve ser inoculado em um animal sadio, e o desenvolvimento da
doença deve ser observado).
4º postulado
O patógeno suspeito precisa ser “reisolado” em cultura pura, com o intuito de demonstrar ser o mesmo
patógeno inoculado inicialmente (em outras palavras, o agente infeccioso dos animais doentes/mortos
precisa ser novamente isolado).
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Postulado de Koch.
Essas descobertas tiveram grande impacto no desenvolvimento da ciência e da medicina clínica. Koch
ainda realizou outros grandes feitos, como a identificação do agente causador da tuberculose
(Mycobacterium tuberculosis) e da cólera (Vibrio cholerae), dentre outros. Graças aos avanços nas técnicas
de biologia molecular, hoje nós sabemos que alguns microrganismos não crescem em cultura laboratorial,
mas isso não desmerece os achados valiosos dos trabalhos de Koch.
Questão 1
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Neste módulo, descrevemos que as condições da Terra, durante muitos anos após sua criação, eram
extremamente adversas. Embora ainda existam dúvidas sobre a origem da vida em nosso planeta,
muitos cientistas acreditam que as primeiras células tenham surgido de que forma?
A Em um mundo de DNA.
B Em um mundo de RNA.
Muitos cientistas acreditam que a vida tenha surgido em um mundo de RNA, pois o RNA apresenta a
capacidade de participar de sua própria replicação e participa da síntese de proteínas.
Questão 2
Em seu experimento, Pasteur utilizou frascos com pescoço de cisne, demonstrando que um caldo
nutritivo estéril só passava a apresentar crescimento microbiano após a quebra do gargalo. Com isso,
Pasteur conclui que:
O oxigênio não conseguia entrar nos frascos com pescoço de cisne, impedindo o
B
crescimento de microrganismos.
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O experimento de Pasteur provou que o conceito de geração espontânea não era válido, demonstrando,
com os frascos com pescoço de cisne, que o crescimento de microrganismos em um caldo nutritivo
estéril depende do contato com microrganismos presentes no ar, sendo impossível a geração de novas
formas de vida a partir de uma matéria inanimada.
2 - Microrganismos
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a classificação dos microrganismos.
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A classificação dos seres vivos tem como objetivo organizá-los em grupos de acordo com suas
semelhanças fenotípicas ou com suas relações evolutivas. Dessa forma, os organismos vão sendo
colocados em grupos cada vez mais inclusivos. Assim, um conjunto de espécies semelhantes são
agrupadas dentro de um mesmo gênero; gêneros semelhantes são agrupados dentro de uma mesma
família; famílias semelhantes, dentro de uma mesma ordem; ordens semelhantes, dentro de uma classe;
classes semelhantes, dentro de um filo, e, por fim, filos semelhantes, dentro de um domínio. O domínio
engloba todos os organismos dentro de uma hierarquia.
Além disso, a nomenclatura envolve a utilização de regras para denominar os organismos. Tendo isso em
mente, estudaremos a evolução dos sistemas de classificação:
1735 expand_more
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O botânico, zoólogo e médico sueco Carolus Linnaeus é considerado o pai da taxonomia moderna.
Em 1735, ele propôs o sistema de classificação binominal tradicional, no qual os organismos
recebem o nome de gênero e um epíteto (Nome) de espécie. No sistema binominal, os nomes dos
gêneros são escritos primeiro com letra maiúscula, e os nomes das espécies são escritos em
seguida com letra minúscula; os nomes são geralmente derivados do latim e devem ser escritos em
itálico ou sublinhados nos textos escritos à mão.
Além disso, a escolha dos nomes costuma se basear em alguma propriedade ou característica do
organismo, podendo ser traços de morfologia, fisiologia ou ecologia essenciais. Linnaeus sugeriu a
existência de dois reinos: Animalia (Formado por animais e protozoários – seres que não realizam
fotossíntese, móveis e sem parede celular.) e Plantae (Formado por algas, plantas, bactérias e
fungos – seres fotossintéticos, imóveis e com parede celular.). Assim, alguns organismos não se
encaixavam em nenhuma dessas classificações, como, por exemplo, os microrganismos
fotossintéticos móveis.
1866 expand_more
Ernst Haeckel sugere a criação do reino Protista, para incluir os organismos unicelulares com
organização simples, como bactérias, algas, fungos e protozoários.
1969 expand_more
Robert Whittaker propôs a classificação dos seres vivos em cinco reinos: Monera (Compreendendo
procariotos), Fungi (Fungos), Protistas (Algas e protozoários), Plantae (Plantas) e Animalia (Animais).
Essa classificação teve como base a estrutura das células e a forma de obtenção de nutrientes.
1991 expand_more
Carl Woese sugeriu a classificação dos organismos em três domínios: Bacteria (Bactérias), Archaea
(Arqueias) e Eukarya (Eucariotos – fungos, algas, protozoários, plantas e animais). A separação dos
procariotos em dois domínios diferentes se baseou na sequência de nucleotídeos do RNA
ribossomal; embora as arqueias sejam seres procariotos (não possuem núcleo), os lipídios e os
ácidos nucleicos ribossomais são diferentes tanto das bactérias quanto dos eucariotos.
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Procariotos
Não possuem um núcleo envolto por membrana nuclear, ou seja, não possuem um compartimento nuclear
para abrigar seu DNA. As bactérias e arqueias são microrganismos procariotos.
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Eucariotos
Possuem um compartimento intracelular envolto por uma membrana, chamado núcleo, onde seu DNA é
mantido. As algas, os protozoários e os fungos são eucariotos, apresentando estrutura celular igual à das
células dos organismos superiores.
De maneira geral, as células procarióticas são pequenas e simples, podem apresentar diferentes formatos
(células em forma de bastonetes, esféricas, espiraladas etc.) e medem poucos micrômetros de
comprimento. Costumam viver como organismos independentes ou, ainda, em comunidades organizadas
de maneira livre, mas não como organismos multicelulares. Além disso, as células procarióticas possuem
vários componentes obrigatórios:
Proteínas e pequenas moléculas importantes para a vida da célula também são encontradas no
citoplasma.
A maioria das células procarióticas também apresenta uma capa protetora denominada parede
celular, que se encontra acima da membrana plasmática.
Algumas estruturas celulares são opcionais e não estão presentes em todas as células procarióticas, como
cápsula, flagelo, fímbrias, membranas internas, inclusões citoplasmáticas, plasmídeos e endósporos, dentre
outras. As células procarióticas apresentam capacidades bioquímicas muito variadas, mais que as células
eucarióticas, e, consequentemente, podem ser encontradas em ambientes muito variados. Na figura a
seguir, estão demonstradas as principais estruturas presentes em uma célula procariótica:
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As células eucarióticas, por sua vez, são maiores e mais complexas que as células procarióticas, assim
como seus genomas. Além disso, classes de células eucarióticas podem formar desde microrganismos
unicelulares, como fungos e protozoários, até organismos multicelulares extremamente complexos, como
plantas e animais.
Possuem núcleo definido, ou seja, seu DNA se encontra envolto por uma membrana de camada
dupla que o separa do citoplasma.
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Os principais componentes típicos das células eucarióticas, além do núcleo, são as mitocôndrias, o
aparelho de Golgi e o retículo endoplasmático.
Um gene é uma sequência de DNA capaz de codificar proteínas ou RNA, e o conjunto de genes de uma
célula forma seu genoma. É importante saber que o genoma controla os processos fundamentais para a
vida da célula, assim como suas características e as atividades vitais para sua sobrevivência. O genoma das
células procarióticas e eucarióticas são organizados de diferentes maneiras. Enquanto os procariotos
típicos possuem um único cromossomo com DNA circular (poucos procariotos possuem cromossomo
linear) contendo todos ou quase todos os genes da célula, os eucariotos apresentam inúmeros
cromossomos com DNA linear. Além disso, o genoma das células eucarióticas é, muitas vezes, maior que o
das células procarióticas.
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Essas células evoluíram em simbiose, ou seja, as duas eram beneficiadas por essa associação: a célula
bacteriana aeróbica engolfada gerava energia para a célula predadora anaeróbica e, em troca, recebia abrigo
e alimento.
A origem da mitocôndria.
Com o passar do tempo, a bactéria aeróbica, que antes era de vida livre, tornou-se parte da célula
eucariótica. Essa hipótese se baseia no fato de as mitocôndrias apresentarem muitas características em
comum com pequenas bactérias: tamanho semelhante, genoma próprio se apresentando como uma
molécula de DNA circular, ribossomos próprios (diferentes dos outros ribossomos da célula eucariótica),
além de possuírem seus próprios RNA transportadores.
Mitocôndria.
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microrganismos
A partir do último ancestral universal comum (LUCA), o processo evolutivo seguiu caminhos diferentes,
resultando na formação dos domínios Bacteria e Archaea; posteriormente, o domínio Archaea acabou se
distinguindo entre os domínios Archaea e Eukarya. Com o avanço dos estudos filogenéticos ao longo dos
anos, dois fatos muito importantes foram revelados: as bactérias e as arqueias, apesar de serem
estruturalmente parecidas, são filogeneticamente diferentes, sendo as arqueias mais relacionadas aos
eucariotos do que às bactérias.
Neste tópico, vamos conhecer um pouquinho das características gerais dos principais grupos de
microrganismos que fazem parte de cada domínio. Vamos lá?
Domínio Bacteria
O domínio Bacteria é formado pelas bactérias, organismos procariotos encontrados nos mais variados
ambientes. Este domínio é composto por mais de 80 filos, porém mais de 90% dos gêneros e das espécies
de bactérias já caracterizados pertencem a apenas quatro filos. Além de serem encontradas na água e no
solo, as bactérias também fazem parte da microbiota normal dos animais e dos seres humanos (condição
em que os dois organismos são beneficiados), mas também podem causar as mais variadas doenças,
desde condições facilmente tratáveis até doenças extremamente graves e fatais. Também apresentam
formas, tamanhos e metabolismos muito variados; podem ser móveis ou não. Elas se reproduzem
assexuadamente (por fissão binária), mas também possuem estratégias para trocas de material genético
entre diferentes bactérias, através de mecanismos de transformação, conjugação e transdução.
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As bactérias se multiplicam por fissão binária, pois as membranas formam septos. Para isso, a célula se
alonga, o material genético é replicado, e a parede celular e a membrana plasmática se dividem. Paredes
intermediárias se formam, separando as duas cópias de material genético, e as células se separam. O
período de divisão celular depende do tempo de geração (tempo necessário para cada uma das células se
dividirem) de cada bactéria.
Domínio Archaea
O domínio Archaea é composto por vários filos e inclui microrganismos procariotos, geralmente com
metabolismo quimiorganotrófico ou quimiolitotrófico. Também são comuns espécies aeróbias e anaeróbias
neste domínio. Apresentam como principal característica a capacidade de viver em condições extremas, ou
seja, são extremófilos. Assim, existem arqueias que vivem em ambientes com temperaturas muito elevadas
(acima de 100°C) e também temperaturas próximas ao ponto de congelamento, altas concentrações de sal
(arqueias halófilas extremas, por exemplo, precisam de aproximadamente 9% de sal para seu crescimento),
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valores de pH extremos, fontes termais, lugares ricos em enxofre etc. Além disso, existem arqueias
metanogênicas, ou seja, conservam energia pela produção de metano.
uimiorganotrófico
Utilizam compostos químicos orgânicos (como glicose, acetato etc.) para obter energia.
uimiolitotrófico
Utilizam compostos químicos inorgânicos (como H2, H2, Fe2+ etc.) para obter energia.
De acordo com os cientistas, as arqueias ajudam a estabelecer os limites de tolerância dos organismos às
condições ambientais, uma vez que são capazes de viver em lugares que a maioria dos outros seres vivos
jamais conseguiria. Entretanto, vale ressaltar que muitas espécies de arqueias não são extremófilas, vivendo
no solo, em sedimentos, nos oceanos, nos lagos e até nos intestinos de humanos.
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Domínio Eukarya
Pertencem ao domínio Eukarya os organismos eucariotos, ou seja, aqueles cujo material genético se
encontra envolvido por uma membrana, formando o núcleo celular. Esse domínio é composto por
organismos muito variados, desde microrganismos, como protozoários, fungos e algas unicelulares, até
organismos multicelulares de organização extremamente complexa, como plantas e animais.
Vamos estudar cada um dos diferentes grupos de microrganismos que fazem parte deste domínio?
Protozoários
Os protozoários incluem microrganismos unicelulares de distribuição ampla na natureza, podendo ser
encontrados na água, no solo, vivendo em simbiose com outros organismos e parasitando e causando
doenças em diversos hospedeiros (inclusive humanos). Apresentam morfologias muito variadas e
diversidade filogenética muito grande.
Os protozoários parasitas geralmente apresentam formas diferentes durante o processo de infecção; como
muitos precisam passar por diferentes hospedeiros para completar seu ciclo de vida, a mudança de forma é
necessária, a fim de que eles consigam sobreviver no hospedeiro e causar doença.
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Fungos
Em primeiro lugar, a área da ciência que estuda os fungos é chamada de Micologia. Os fungos formam um
grupo de microrganismos grande, bastante diverso e amplamente distribuído. Já foram descritas mais ou
menos cem mil espécies fúngicas, mas acredita-se que existam muito mais.
Leveduras
Bolores
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Cogumelos
Geralmente, estão presentes no solo e na matéria vegetal e animal em decomposição. Alguns fungos
podem viver em associação com plantas, ajudando-as a obter nutrientes do solo, enquanto outros são
benéficos também ao seres humanos, como algumas leveduras que realizam a fermentação e são
utilizadas na indústria alimentícia e de bebidas (como o gênero Saccharomyces, que participa do processo
de fermentação da cerveja), além de fungos que são capazes de sintetizar antibióticos (como fungos do
gênero Penicillium, que sintetizam a penicilina, por exemplo). Entretanto, várias espécies fúngicas também
estão envolvidas em doenças que acometem plantas, animais e seres humanos. As doenças causadas por
fungos são denominadas micoses.
São seres
quimiorganotróficos, ou seja,
utilizam compostos químicos
orgânicos.
A maioria apresenta
metabolismo aeróbio (embora
existam fungos anaeróbios).
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Os fungos atuam como importantes decompositores de matéria orgânica, como vegetais e animais mortos,
e sua nutrição se dá pela secreção de enzimas extracelulares que degradam polissacarídeos e proteínas do
ambiente, assimilando os monômeros resultantes dessa degradação, como glicose e aminoácidos, por
exemplo. Apresenta o glicogênio como principal reserva de energia.
Leveduras expand_more
Bolores expand_more
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Os bolores (ou fungos filamentosos) são os representantes multicelulares. São formados por
filamentos chamados hifas, que podem ser septadas (paredes transversais dividem cada hifa em
células separadas) ou cenocíticas (embora vários núcleos possam estar presentes, as células não
são separadas por paredes transversais). Um conjunto de hifas formam os micélios, representado
por tufos compactos visíveis a olho nu. Acima dos micélios, formam-se as hifas aéreas, que dão
origem aos conídios (que são os esporos assexuados dos fungos filamentosos), que permitem ao
fungo se dispersar para outros ambientes.
Cogumelos expand_more
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Existem fungos, como os cogumelos, que formam os chamados corpos de frutificação, os quais são
estruturas de reprodução visíveis a olho nu que contêm muitos esporos que podem se dispersar no
ambiente, através do vento, da água ou de animais.
Atenção!
Diversos fungos patogênicos apresentam dimorfismo, ou seja, podem se apresentar tanto na forma de
levedura como na forma de hifa, dependendo do ambiente em que se encontram. Por exemplo, o fungo
Histoplasma capsulatum se apresenta como hifa quando está no solo (temperaturas menores) e, ao entrar
no corpo do hospedeiro (temperatura mais elevada), assume a forma de levedura.
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As algas vermelhas são encontradas principalmente no ambiente marinho, mas também podem ser
achadas em água doce, podendo ser unicelulares ou multicelulares. Seus cloroplastos possuem clorofila do
tipo a. A cor avermelhada dessas algas se deve à ficoeritrina, que é um pigmento vermelho que disfarça a
cor verde da clorofila. Algumas algas vermelhas são fontes de ágar (Agente solidificante usado em meios
de cultura em laboratórios), outras são usadas para fazer sushi, enquanto outras protegem os recifes de
corais dos danos ocasionados pelas ondas.
Já as algas verdes são frequentemente encontradas nos ambientes aquáticos (principalmente água doce) e
podem estar presentes em solos úmidos. Seus cloroplastos possuem clorofilas dos tipos a e b, e
apresentam coloração verde. Seus pigmentos fotossintéticos são semelhantes aos das plantas. As algas
verdes podem ser representadas por organismos microscópicos (as clorófitas) e macroscópicos parecidos
com plantas terrestres (as carofíceas). As clorófitas podem ser unicelulares ou filamentosas ou apresentar
aspecto colonial, formadas por agregados de células. Seu ciclo de vida é complexo, apresentando estágios
sexuados e assexuados.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
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Características dos seres eucariotos
Neste vídeo, a Professora Lívia Helena aborda as características dos seres eucariontes.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Vírus
Em primeiro lugar, os vírus não são células. Isso mesmo, você não leu errado! Eles são elementos genéticos
que dependem de uma célula hospedeira para que ocorra sua replicação e, por isso, são considerados
parasitas intracelulares obrigatórios. Eles possuem seu próprio genoma de ácido nucleico (que pode ser
formado por DNA, RNA ou ambos), que é independente da célula hospedeira.
Os vírus são capazes de infectar células procarióticas (como bactérias e arqueias) e eucarióticas (como
animais, plantas e protozoários), causando muitas doenças.
Os vírus que infectam bactérias são chamados de bacteriófagos. Os vírus são muito pequenos, medindo de
0,02 a 0,3 µm e são visíveis apenas com o auxílio de um microscópio eletrônico. Seus genomas também
são muito menores que os das células.
A forma extracelular de um vírus que permite que ele passe de uma célula para outra é chamada de vírion.
Geralmente, os vírus que infectam animais possuem uma camada externa formada por lipídios e proteínas,
chamada de envelope; já os vírus que infectam bactérias não costumam apresentar camadas adicionais.
írion
O vírion de um vírus é composto pelo capsídeo, um envoltório proteico que contém o genoma viral. O vírion é
muito importante, pois protege o genoma do vírus quando este não está dentro de uma célula hospedeira, e as
proteínas da superfície do vírion participam do processo de ancoragem do vírus à célula hospedeira.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Estrutura de um vírus.
Os vírus que possuem envelope são chamados de envelopados e apresentam uma estrutura chamada
nucleocapsídeo, que é formado por ácido nucleico e pelas proteínas do capsídeo.
Os vírus são simétricos, o que significa que, quando girados em torno de um eixo, a mesma forma é
visualizada em todas as posições. Assim, os vírus podem apresentar formato cilíndrico ou esférico, sendo
que os cilíndricos possuem simetria helicoidal, e os esféricos, simetria icosaédrica.
Príons
Os príons são agentes infecciosos ainda mais simples que os vírus, sendo constituídos apenas por
proteínas. Em outras palavras, os príons não possuem DNA ou RNA. Mesmo assim, causam doenças
neurológicas em animais, chamadas coletivamente de encefalopatias espongiformes transmissíveis. O
exemplo mais conhecido é o “mal da vaca louca”, que acomete o gado bovino. Em humanos, são capazes
de causar uma doença degenerativa que pode causar demência e morte, chamada “variante da doença de
Creutzfeldt-Jakob”, relacionada à ingestão de produtos cárneos oriundos de gado acometido por
encefalopatia espongiforme bovina.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
É importante ressaltar que os príons possuem duas conformações, uma forma celular nativa e sua forma
patogênica. A forma patogênica é codificada pela própria célula hospedeira, através da conversão das
células priônicas nativas em patogênicas. Ou seja, a célula hospedeira codifica o príon nativo (que não
causa doença) e, por algum motivo, o príon nativo é convertido na forma patogênica, causando doença.
Questão 1
O sistema de classificação binominal dos seres vivos, proposto por Carolus Linnaeus, determina que
devemos escrever:
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
O sistema binominal para classificação dos seres vivos proposto por Linnaeus estabelece que
devemos, primeiro, escrever o gênero e depois a espécie, sendo os dois nomes escritos em itálico ou
sublinhados nos textos escritos à mão.
Questão 2
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
3 - Células procarióticas
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a morfologia e as estruturas das células
procarióticas.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Cocos
Células com formato esférico ou oval; representa o grupo mais homogêneo com relação ao
tamanho celular; de acordo com o arranjo (agrupamento) que apresentam, os cocos recebem
denominações diferentes, como, por exemplo, diplococos (dois cocos), tétrades (quatro
cocos), estreptococos (longas cadeias de cocos), estafilococos (conjuntos de cocos
agrupados de maneira irregular, semelhantes a cachos de uvas), sarcina (agrupamento de
cocos em forma cúbica). Como exemplos de cocos, podemos citar os gêneros Streptococcus
e Staphylococcus.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Bastonetes ou bacilos
Células que apresentam formato cilíndrico, ou seja, são mais longas em uma direção que em
outra; os diferentes gêneros e as espécies de bactérias exibem variação na forma e no
tamanho dos bacilos, existindo bacilos mais largos ou mais finos, mais longos ou mais curtos
etc. Bacillus e Escherichia são gêneros bacterianos que apresentam forma de bacilos.
Espiraladas
Células com formato espiralado, existindo dois tipos, espirilos e espiroquetas; os espirilos são
bastonetes rígidos com formato helicoidal, com número de espirais variados, capazes de se
movimentar por meio de biotechelos; as espiroquetas são células muito espiraladas, finas e
flexíveis, que se movimentam de maneira incomum, através de torções na célula, que
permitem que elas atravessem tecidos e materiais viscosos. Leptospira interrogans, bactéria
causadora da leptospirose, é um exemplo de espiroqueta.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Cocobacilos
São bacilos muito curtos. Bordetella pertussis é um cocobacilo que causa coqueluche.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Vibrião
Células curvadas com formato parecido com uma vírgula. Como exemplo, podemos citar o
Vibrio cholerae, causador da cólera, popularmente conhecido como “vibrião colérico”.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
É importante ressaltar que não é possível prever outras características das células com base apenas na sua
morfologia. Por exemplo, o conhecimento da morfologia de uma célula por si só não permite prever sua
fisiologia, sua filogenia, seu potencial para causar doença ou qualquer outra propriedade. A morfologia de
uma célula é resultante da adequação daquele organismo ao seu habitat, sendo geneticamente codificada
para aumentar suas chances de sobrevivência.
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Morfologia do domínio Eubactéria
Neste vídeo, a Professora Lívia Helena explica a Morfologia do domínio Eubactéria.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Estruturas fundamentais
Membrana plasmática
A membrana plasmática é uma barreira de permeabilidade existente em todas as células, sendo
responsável por separar o citoplasma do ambiente externo. É uma estrutura extremamente importante.
itoplasma
Corresponde à área intracelular formada por uma substância coloidal, semi-fluida, chamada de citosol, na qual
estão dispersas as organelas celulares.
Hidrofóbicos
Que não possuem afinidade por água, ou seja, são hidrofóbicos, como ácidos graxos.
Hidrofílicos
Que apresentam afinidade por água, como glicerol-fosfato.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Por esse motivo, os fosfolipídios da membrana formam uma bicamada: como se agregam em uma solução
aquosa (as células são ricas em água), os ácidos graxos dos fosfolipídios ficam direcionados para o interior,
voltados uns para os outros, dando origem a um ambiente hidrofóbico, enquanto as partes hidrofílicas ficam
expostas ao citoplasma ou ao exterior da célula, ambientes ricos em água. Certas bactérias possuem
moléculas semelhantes aos esteróis em sua membrana plasmática, conhecidas como hopanoides. Os
esteróis reforçam a membrana das células eucarióticas, e os hopanoides realizam essa mesma função nas
bactérias.
As membranas plasmáticas das células procarióticas possuem mais proteínas do que as células
eucarióticas, pois, como os procariotos não possuem organelas e estruturas especializadas (como retículo
endoplasmático, complexo de Golgi e mitocôndrias), muitas atividades bioquímicas necessárias à
sobrevivência da célula ocorrem na membrana. Assim, diversas proteínas que participam de processos de
síntese, de transporte, de respiração celular e de movimentação de flagelos, por exemplo, estão presentes
nesta estrutura.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Compartimentalização expand_more
A membrana permite a interação da célula com o ambiente; bactérias e arqueias obtêm nutrientes do
meio externo através da permeabilidade da membrana e também por sistemas de transporte
localizados nessa estrutura; além disso, substâncias (como produtos do metabolismo) podem ser
excretadas pela membrana. Alguns tipos de transporte não requerem energia, sendo chamados de
transporte passivo (exemplos: difusão passiva, osmose e difusão facilitada), enquanto outros tipos
requerem energia na forma de ATP, força próton-motiva ou mediante reações de fosforilação
(exemplos: transporte ativo, translocação de grupo e sistema ABC).
Parede celular
A parede celular é uma estrutura relativamente permeável que se encontra localizada acima da membrana
plasmática. Em procariotos, ela é responsável por proteger a célula contra a lise osmótica e mecânica, além
de conferir à célula forma e rigidez. Por ser a estrutura mais superficial, ela age como um receptor que
permite a interação de proteínas e moléculas com a bactéria. Além disso, como as células humanas não
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
possuem parede celular, muitos antibióticos que apresentam como alvo a síntese dessa estrutura foram
desenvolvidos; esses antibióticos tornam a célula bacteriana mais susceptível à lise, resultando na morte da
bactéria. O uso desses antibióticos é extremamente vantajoso para o tratamento das infecções bacterianas.
De acordo com a estrutura e composição química da parede celular, as bactérias podem ser classificadas
em dois grandes grupos:
Gram-positivas expand_more
As bactérias gram-positivas possuem uma parede celular formada por uma camada espessa de
peptideoglicano, e muitas apresentam ainda moléculas ácidas chamadas de ácidos teicoicos.
Parede celular gram-positiva. 1- membrana plasmática, 2- peptideoglicano, 3- fosfolipídeo, 4- proteína, 5- ácido teicoico.
Gram-negativas expand_more
As bactérias gram-negativas possuem uma fina camada de peptideoglicano sobre a qual se encontra
uma camada composta por lipoproteínas, fosfolipídios, proteínas e lipopolissacarídeos (LPS),
chamada de membrana externa, que corresponde a uma segunda bicamada lipídica. A membrana
externa é permeável a pequenas moléculas por possuir porinas, que são proteínas que atuam como
canais que permitem a entrada e saída de solutos; em geral, a membrana externa também possui
componentes tóxicos para as células de mamíferos, capazes de causar sintomas gastrointestinais
(como diarreia, gases e vômitos) graves em humanos. Diferente das bactérias gram-positivas, nas
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
bactérias gram-negativas, existe, ainda, uma região chamada periplasma, localizada entre a
membrana plasmática e a membrana externa; essa região contém diferentes proteínas envolvidas
em sistemas de transporte de substâncias.
Parede celular gram-negativa. 1- membrana plasmática, 2- periplasma, 3- membrana externa, 4- fospolipídeo, 5- peptideoglicano, 6-
lipoproteína, 7- proteína, 8- LPS, 9- porinas.
A divisão das bactérias nesses dois grupos apresenta grande importância taxonômica.
Bactéria gram-positiva Staphylococcus aureus coradas em roxo e bactéria Gram-negativa Escherichia coli corada em Vermelho/rosa.
Diferentemente das bactérias, as paredes celulares das arqueias não possuem peptideoglicano, sendo
formadas principalmente por polissacarídeos, proteínas ou glicoproteínas. A parede celular de arqueias
metanogênicas, por exemplo, é formada por um polissacarídeo chamado pseudomureína, que é bem
parecido com o peptideoglicano. Outras arqueias podem apresentar, ainda, uma parede celular espessa
formada por polímeros de glicose, de ácido glicurônico, de ácido urônico galactosamina, dentre outros.
Outro tipo comum de parede celular em arqueias é a denominada camada S, que é uma superfície
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Ribossomos
Os ribossomos são estruturas presentes no citoplasma e são formados por ácido ribonucleico e proteínas.
São responsáveis por sintetizar todas as proteínas indispensáveis à vida, participando como sítio de
tradução do RNA mensageiro na síntese de proteínas. As proteínas sintetizadas nesse processo podem
apresentar as mais variadas funções, como, por exemplo, função estrutural ou enzimática.
A forma e a função dos ribossomos dos procariotos são semelhantes à dos eucariotos, porém os
ribossomos dos eucariotos são maiores e apresentam composição de proteínas diferentes. Veja a seguir:
Procariotos
Apresentam ribossomos 70S, que são formados pelas subunidades 30S e 50S.
Eucariotos
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
A informação para a síntese de proteínas está no DNA cromossômico; cada gene é um segmento de DNA
que contém a informação necessária para a síntese de uma proteína. A informação do gene é transcrita (ou
copiada) para o RNA mensageiro, e este se complexa com o ribossomo no local determinado para a síntese
da proteína. O RNA de transferência (ou transportador) traduz a informação do RNA mensageiro e coloca os
aminoácidos em sítios específicos do ribossomo. O RNA transportador se liga a um aminoácido por uma
extremidade, enquanto a outra extremidade se liga ao códon (composto por três nucleotídeos) que está no
RNA mensageiro. Os aminoácidos vão sendo adicionados até que a síntese termine em uma sequência
específica. Para que a síntese de proteínas ocorra, as duas subunidades do ribossomo devem estar
acopladas.
Ribossomo.
Material genético
Todos os organismos possuem material genético ou genoma e, no momento da divisão celular, ele é
transmitido aos descendentes. Nos microrganismos procariotos, o material genético pode ser formado por
dois elementos distintos: DNA cromossômico e DNA extracromossômico (também conhecido como
plasmídeo, que estudaremos no próximo tópico).
aterial genético
A informação genética se encontra na sequência de monômeros dos ácidos nucleicos, que são moléculas
informacionais. Os ácidos nucleicos são formados por sequências polinucleotídicas, e cada nucleotídeo é
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formado por três constituintes: um resíduo de açúcar-pentose (ribose no RNA e desoxirribose no DNA), uma
base nitrogenada e um grupamento fosfato.
O DNA cromossômico é o principal constituinte do genoma dos procariotos; este DNA se encontra
associado com proteínas, formando os cromossomos. Na grande maioria das bactérias e arqueias, o
cromossomo é formado por uma única molécula de DNA circular de fita dupla, ou seja, é circular e único, e
contém genes que são indispensáveis para a sobrevivência da célula.
Alguns procariotos possuem mais de uma molécula de DNA cromossômico e, outros, possuem o
cromossomo linear.
Como as células procarióticas não possuem um núcleo envolvendo o material genético, ele se encontra
disperso no citoplasma, mas de uma maneira compactada e organizada em uma região conhecida como
nucleoide. A compactação do DNA cromossômico ocorre em três níveis distintos e é extremamente
necessária, pois, quando estendido, o DNA é muito maior do que a célula que o contém. Por exemplo, o
cromossomo da bactéria Escherichia coli é aproximadamente 500 vezes maior que a célula. O DNA das
células procarióticas é aproximadamente 1000 vezes menor que o das células eucarióticas
Estruturas acessórias
Agora que já conhecemos as estruturas fundamentais, fica mais fácil imaginar o que são as estruturas
acessórias, não é mesmo? Como o próprio nome diz, são estruturas que não estão obrigatoriamente
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presentes em todas as células, mas oferecem características vantajosas às células que as possuem. Então,
vamos juntos conhecer um pouquinho sobre as principais estruturas acessórias das células procarióticas!
Estrutura bacteriana.
Cápsula
A cápsula é uma estrutura presente em muitas bactérias, tanto gram-positivas como gram-negativas, e se
encontra localizada ao redor da parede celular. Trata-se de uma estrutura fortemente aderida à parede
celular, e, muitas vezes, ela se encontra covalentemente ligada ao peptideoglicano. A cápsula geralmente é
composta por uma grande variedade de polissacarídeos, mas proteínas também podem ser encontradas.
Ela pode ser descrita como uma matriz compacta, rígida e espessa, capaz de excluir partículas pequenas,
como a tinta nanquim. Pode ser facilmente observada com o auxílio de um microscópio óptico utilizando a
tinta nanquim, pois, uma vez que este corante não é capaz de penetrar na cápsula, ela se apresenta como
um halo claro contra um fundo escuro.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
Assim como outras camadas de superfície externa, as cápsulas apresentam várias funções, tais como:
Adesão a superfícies sólidas, por vezes formando uma camada espessa de células, conhecida como
biofilme; o biofilme pode ser formado sobre dispositivos médicos utilizados pelos pacientes, como os
diferentes tipos de cateteres, causando infecções difíceis de tratar.
II
Adesão a tecidos animais específicos, como, por exemplo, a adesão da bactéria Streptococcus mutans ao
esmalte do dente, levando à formação da placa dental.
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20/09/23, 10:23 Introdução à microbiologia
III
IV
Atuação como fator de virulência, como no caso da bactéria Streptococcus pneumoniae, causadora da
pneumonia bacteriana; essa bactéria possui uma espessa cápsula polissacarídica que impede que o
sistema imune do hospedeiro a reconheça como um invasor, evitando sua eliminação e, consequentemente,
resultando na instalação da doença.
Proteção da célula contra a dessecação em períodos de seca, devido a sua capacidade de se ligar à água.
Flagelos
A locomoção dos microrganismos é muito importante, pois permite que as células ocupem novos
ambientes, muitas vezes representando novas e melhores oportunidades de sobrevivência para
determinada espécie. Muitos procariotos conseguem se deslocar devido à presença de estruturas
denominadas flagelos, que proporciona às células a motilidade natatória. Os flagelos de bactérias são
apêndices muito finos e longos; uma extremidade se encontra ligada à célula, enquanto a outra é livre, e sua
rotação empurra ou puxa a célula em um meio líquido.
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Os flagelos estão ancorados na membrana plasmática e na parede celular, possuem morfologia helicoidal e
são formados por cópias da proteína flagelina. De acordo com o padrão que os flagelos se ligam às células,
elas podem receber diferentes classificações:
Flagelação polar
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Flagelação peritríquia
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Fímbrias e pili
A superfície das células procariotas podem conter ainda estruturas denominadas fímbrias e pili. Trata-se de
proteínas filamentosas que se projetam da superfície celular e desempenham algumas importantes
funções.
As fímbrias estão envolvidas com a adesão a superfícies, tanto inertes (levando à formação de biofilme em
superfícies sólidas) quanto de animais (no caso de bactérias patogênicas). As fímbrias são importantes
para o desenvolvimento de algumas infecções, como:
Salmonelose
Causada por espécies de Salmonella.
Gonorreia
Causada por Neisseria gonorrhoeae.
Coqueluche
Causada por Bordetella pertussis.
Os pili, por sua vez, são estruturas mais longas presentes em poucas cópias na superfície da célula. São
responsáveis por facilitar a troca genética entre células durante o processo de conjugação, além de auxiliar
também no processo de adesão. Além disso, a classe de pili conhecida como pili tipo IV propicia à célula
uma forma de motilidade pouco comum chamada de motilidade pulsante, em que a extensão e retração dos
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pili permite a movimentação da célula sobre uma superfície sólida, além de participar também da
transferência genética em algumas bactérias.
Grânulos de inclusão
Os grânulos de inclusão são normalmente encontrados em células procarióticas, tendo como principal
função atuar como reserva de energia e nutrientes para as células. São responsáveis pelo armazenamento
de diferentes substâncias, como polissacarídeos, lipídios, enxofre e polifosfato, que poderão ser usadas
pelas células em situações desfavoráveis. Estas substâncias podem se encontrar envolvidas por uma
membrana de camada única que as deixam isoladas dentro da célula, mas alguns compostos já ficam
isolados por serem insolúveis em água, não necessitando de uma membrana.
Assim, quando há excesso de carbono no ambiente, por exemplo, seu acúmulo em bactérias e arqueias
pode ocorrer na forma de polímeros de glicogênio, que é a maior reserva de carboidratos em procariotos, e
também de poli-β-hidroxialcanoato (PHA), que representa uma reserva de lipídios; ambos são reservas de
carbono e energia. Além disso, fosfato inorgânico pode ser acumulado na forma de grânulos de polifosfato,
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que podem ser utilizados quando necessário para a síntese de ácidos nucleicos, fosfolipídios e ATP. Outros
grânulos de inclusão são conhecidos em procariotos, como o enxofre elementar armazenado por bactérias
sulfurosas, minerais carbonatos armazenados por cianobactérias e magnetossomos, que correspondem ao
acúmulo de minerais magnetotáticos também por cianobactérias.
Plasmídeos
Muitas bactérias e arqueias possuem, além do cromossomo, moléculas de plasmídeos ou DNA
extracromossômico em seu citoplasma. Geralmente, os plasmídeos são formados por uma molécula de
DNA de fita dupla circular (mas também existem os de configuração linear) e são menores que o
cromossomo da célula.
A replicação dos plasmídeos ocorre de maneira independente do cromossomo celular. Além disso, eles
variam muito em tamanho, podem apresentar sequências de nucleotídeos bastante variadas e ser
encontrados em diferentes números de cópias nas células. É comum que os plasmídeos maiores sejam
achados em menor número de cópias, enquanto os plasmídeos menores são geralmente encontrados em
maior número.
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Conjugação bacteriana (transferência de material genético entre duas células) com a transferência de plasmídeos de resistência.
Sua principal função é codificar proteínas que conferem características adicionais à célula, que não são
essenciais à sobrevivência, mas são vantajosas diante de certas condições ambientais. Por exemplo, o
grupo de plasmídeos mais estudados são os que conferem resistência aos antibióticos, conhecidos como
plasmídeo R, através da codificação de proteínas capazes de inativá-los. Além disso, outras características
importantes para as células são conferidas por plasmídeos, como, por exemplo:
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Produção de toxinas, enzimas e outras moléculas que causam danos aos hospedeiros.
Endósporos
Durante o processo de esporulação, espécies de bactérias podem produzir endósporos. Estas células são
extremamente resistentes a condições adversas, como extremos de temperatura, radiação, produtos
químicos, dessecamento e escassez de nutrientes. Sendo assim, essa estrutura permite que o
microrganismo seja capaz de sobreviver em condições de crescimento muito adversas.
sporulação
Processo de diferenciação celular. Em bactérias, ao final do processo de esporulação, as células vegetativas
são substituídas por endósporos.
A dispersão dos endósporos é comum e ocorre através da água, do vento e do trato gastrointestinal de
animais.
As espécies pertencentes ao gênero Bacillus são exemplos clássicos de bactérias esporuladas. Essas
bactérias esporulam quando ocorre escassez de algum nutriente essencial, como carbono ou nitrogênio, por
exemplo. Nesses casos, elas param seu crescimento vegetativo e esporulam, formando endósporos que
podem ficar dormentes por muitos anos, voltando a se converter em células vegetativas apenas quando as
condições ambientais voltarem a se tornar favoráveis ao seu crescimento.
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Bacillus anthracis.
Morfologia expand_more
De acordo com a forma, as bactérias podem ser classificadas em cocos, bacilos, espiroquetas,
espirilos e vibriões (como vimos anteriormente).
De acordo com a composição da parede celular, as bactérias podem ser classificadas em gram-
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positivas e gram-negativas.
PH expand_more
De acordo com o pH ótimo de crescimento, as bactérias podem ser classificadas como neutrófilas
(crescem em pH neutro – faixa ótima de pH > 5,5 e < 8), acidófilas (pH < 5,5) e alcalifílicas (pH > 8).
Temperatura expand_more
Metabolismo expand_more
De acordo com a fonte de energia utilizada para o metabolismo energético, as bactérias podem ser
classificadas em quimiotróficas (aquelas que utilizam compostos químicos para obter energia) e
fototróficas (aquelas que utilizam a luz solar). As bactérias quimiotróficas ainda podem ser
classificadas de acordo com os compostos químicos que utilizam: bactérias quimiorganotróficas
usam compostos químicos orgânicos (como glicose -C6H12O6, acetato etc.), e as quimiolitotróficas,
por outro lado, utilizam compostos químicos inorgânicos (como H2, H2S, Fe2+ etc.). Por fim, também
existe a classificação de acordo com a origem do carbono utilizado nos processos de obtenção de
energia (lembrando que o carbono é fundamental na produção de materiais para a célula). Assim,
bactérias heterotróficas obtêm carbono de compostos químicos orgânicos, enquanto as bactérias
autotróficas utilizam como fonte de carbono o dióxido de carbono (CO2); dessa forma, uma bactéria
As bactérias podem ser classificadas como aeróbias (quando precisam de oxigênio para o processo
de respiração), anaeróbias (quando não utilizam o oxigênio, vivendo da fermentação, respiração
anaeróbia, fotossíntese ou metanogênese) ou facultativas (quando são capazes de realizar os dois
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As bactérias são capazes de gerar uma série de infecções como pneumonia, meningites, infecções
urinárias, bacteremia, apendicite, entre outras. Para conhecer mais sobre as principais infecções
bacterianas não deixe de visitar o explore mais.
Questão 1
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Questão 2
As bactérias podem apresentar diferentes morfologias, ou seja, formatos muito variados. Dentre as
opções abaixo, apenas uma NÃO representa uma morfologia bacteriana.
A Formato de coco.
C Formato de bacilo.
D Formato tetraédrico.
E Formato espiralado.
As morfologias bacterianas mais comuns são cocos, bastonetes ou bacilos, espiraladas, cocobacilos e
vibriões – ainda não foi descrita morfologia tetraédrica em bactérias.
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Considerações finais
Ao longo desta jornada, exploramos os principais assuntos sobre o tema. Conversamos um pouco sobre a
origem da vida em nosso planeta e as condições ambientais no surgimento das primeiras células. Vimos
também a importância do advento dos primeiros microscópios e como os experimentos realizados por Redi
e Pasteur conseguiram demonstrar que a vida só podia surgir a partir de outra vida, colocando um fim na
Teoria da Abiogênese.
Descrevemos o sistema binominal de classificação dos seres vivos, proposto por Linnaeus e utilizado até os
dias de hoje, e todo o caminho percorrido ao longo dos anos pelos estudiosos para chegar aos três
domínios da árvore da vida: Bacteria, Archaea e Eukarya. Estudamos, ainda, as principais diferenças entre as
células procarióticas e eucarióticas, bem como as características dos principais grupos de microrganismos.
Por fim, focamos na descrição da morfologia microbiana e de suas estruturas principais, dando especial
atenção à forma e constituição das células procarióticas, descrevendo as estruturas fundamentais, ou seja,
aquelas que estão presentes em todas as células, e às estruturas acessórias, as que não estão
obrigatoriamente presentes em todas as células, mas que conferem características adicionais àquelas que
as possuem.
Em suma, o estudo da Microbiologia é muito amplo, envolvendo diversos grupos de microrganismos com
características próprias e variadas. Este tema nos permitiu abordar os principais tópicos necessários para
termos uma visão bem geral da Microbiologia, com a intenção de despertar o seu interesse em conhecer
um pouco mais sobre este “mundo” fascinante dos seres invisíveis.
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Podcast
Para encerrar, ouça agora um resumo dos principais pontos abordados neste conteúdo.
Explore +
Conversamos um pouco sobre a origem da vida. Para explorar mais sobre esse assunto, busque o
artigo Origens da vida, de Augusto Damineli e Daniel Santa Cruz Damineli.
Falamos também sobre a importância de Pasteur para a desmitificação da teoria da geração espontânea.
Se quiser mais informações sobre a história desse grande cientista, pesquise os artigos Pasteur: ciência
para ajudar a vida, de João Augusto de Mello Gouveia-Matos, e Pasteur e a geração espontânea: uma
história equivocada, de Lilian Al-Chueyr Pereira Martins.
Ao longo do tema, apresentamos as diferenças entre as células eucariotas e procariotas. Para entender
mais sobre esse assunto tão fascinante, leia o capítulo Biologia celular e ultraestrutura, de Helene Santos
Barbosa e Suzana Côrte-Real de Barbosa, disponível na página da Fiocruz.
Conversamos ainda sobre o prion, uma proteína que pode provocar doenças, como o mal da vaca louca,
que gerou, ao longo dos anos, grande polêmica no meio acadêmico, pois quebrou os dogmas centrais da
biologia. Para conhecer um pouco mais dessa discussão, busque o artigo O paradigma do prion, de Afonso
Carlos Neves.
Conhecemos um pouco sobre o domínio Archae, que apresenta grande potencial biotecnológico. Para se
aprofundar neste assunto, leia o artigo Archaea: potencial biotecnológico, de Alexandre Machado Cardoso
e outros autores, disponível na página da Fiocruz.
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Estudamos ainda sobre o Reino Funghi. Para conhecer mais sobre esse reino, suas características
morfológicas, nutrição, seu habitat, metabolismo, sua importância e as principais doenças causadas por
esses microrganismos, não deixe de ler o capítulo Micologia, de Aurea Maria Lage de Moraes, Rodrigo de
Almeida Paes e Verônica Leite de Holanda, também disponível na página da Fiocruz.
Para conhecer as principais bactérias de importância médica e suas infecções visite o Glossário de
bactérias de importância médica do Departamento de Microbiologia da Universidade de São Paulo.
Referências
MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; BENDER, K. S.; BUCKLEY, D. H.; STAHL, D. A. Microbiologia de Brock. 14.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
VERMELHO, A. B.; BASTOS, M. C. F.; BRANQUINHA, M. H. Bacteriologia Geral. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2008.
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