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Evolução da Terra

 O planeta Terra formou-se há cerca de 4600 milhões de anos (M.a.)


 Nos primórdios a história do planeta foi caracterizada por intensos bombardeamentos
meteoríticos;
 Posteriormente a Terra entrou numa fase mais calma da sua evolução, a temperatura
foi diminuindo, criando-se um ambiente mais propício para que se pudessem criar
moléculas complexas, sem que fossem imediatamente destruídas.

A origem da vida

A origem dos primeiros seres vivos

 As moléculas orgânicas, ao interagirem entre si, terão originado sistemas com


elevados níveis de organização, designados por protobiontes. Estes seriam agregados
moleculares incapazes de se reproduzirem de forma regular;
 O aumento gradual da complexidade destes protobiontes terá levado ao
aparecimento dos primeiros seres vivos;
 Os primeiros seres vivos seriam unicelulares, de constituição muito simples e
semelhante aos atuais seres procariontes.

O início da vida na Terra

 Os primeiros vestígios de vida conhecidos, detetados nos Estromatólitos, datam de


3500 milhões de anos. Assemelham-se aos atuais procariontes, representados pelas
bactérias e pelas cianobactérias.

Dos seres procariontes aos eucariontes

 Ao longo de vários milhões de anos, os seres procariontes habitaram ambientes


aquáticos e foram-se diversificando, sobretudo no que se refere ao seu metabolismo;
 Alguns desses seres unicelulares desenvolveram um processo metabólico que
conduzia à libertação de oigénio- a fotossíntese;
 Desta forma, há cerca de 2700 M.a.; o oxigénio começou a acumular-se na atmosfera.

Os primeiros seres vivos eram seres anaeróbios que realizam o seu metabolismo sem a presença de oxigénio.
Seres Procariontes polissacarídeos

Aparecimento dos Seres Eucariontes

 Primeiros seres procariontes – há cerca de 3600 M.a.


 Entre os sobreviventes, encontram-se indivíduos que desenvolveram a capacidade de
resistirem ao oxigénio;
 Alguns indivíduos eram capazes de aproveitar o oxigénio para oxidar os compostos
orgânicos, obtendo assim uma grande quantidade de energia;
 O oxigénio é muito reativo e estabelece ligações com diversas moléculas destruindo-as
ou modificando-as drasticamente. Por isso, muitos grupos de procariontes foram
extintos, envenenados pelo oxigénio;
 Contudo, alguns conseguiram sobreviver em ambientes que permaneciam anaeróbios.

Seres Eucariontes

Big Bang Evolutivo


Origem dos Eucariontes

1. Modelo Autogénico
 Admite que as células eucarióticas terão surgido a partir de células
procarióticas, por invaginações da membrana plasmática. Algumas destas
invaginações terão sofrido especialização, originando novos sistemas
endomembranares.
 Sistema endomembranar: compreende todas as membranas existentes na
célula, cuja distribuição ajuda a compartimentar o citoplasma. Inclui: retículo
endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomas, vacúolos, membrana nuclear
e celular. Não inclui as membranas das mitocôndrias e cloroplastos, só
membrana simples.
 Uma dessas invaginações terá armazenado o DNA, dando origem ao núcleo
individualizado. Outras membranas evoluíram no sentido de produzir
organelos semelhantes ao retículo endoplasmático.
 Alguns fragmentos de DNA teriam posteriormente abandonado o núcleo,
alojando-se noutros sistemas membranares no interior da célula. Estes
resultariam nas mitocôndrias e nos cloroplastos.
 Esta hipótese é apoiada pelo facto de as membranas dos organitos das células
eucarióticas atuais manterem a mesma posição da membrana plasmática: a
face voltada para o interior dos organitos é semelhante à face externa da
membrana plasmática e a face voltada para o citoplasma
é semelhante à face interna da membrana plasmática.
 Mas a suposta origem comum do material genético do núcleo e dos organelos
não é apoiada pelas observações.
 Dados que o contrariam:
 O modelo não explica a forma como decorreram os fenómenos nem a
causa que os desencadeou;
 O material genético existente no núcleo e nos organelos (mitocôndrias
e cloroplastos) das células eucarióticas não tem uma estrutura
idêntica. (tal não se verifica – material genético do núcleo não é igual
ao dos cloroplastos e mitocôndrias – tem maior afinidade com o DNA
dos procariontes)
Modelo Endossimbiótico

 Organismos procariontes incorporaram-se (processo semelhante à fagocitose) noutros


organismos procariontes, mas de tamanhos superiores (células hospedeiras), sem
sofrerem digestão estabelecendo assim uma relação de simbiose, tornando-se
dependentes uns dos outros. As células-hóspedes (endosimbiontes) passaram assim a
constituir organelos da célula eucariótica.
 Defende que o núcleo e os sistemas endomembranares (retículo endoplasmático e
complexo de Golgi) resultaram de invaginações da membrana plasmática,
e que as mitocôndrias e os cloroplastos seriam, até há cerca de 2000 Ma, organismos
(procariontes) autónomos.
 Vantagens da relação endossimbiótica:
 Maior capacidade de metabolismo aeróbio, num ambiente com oxigénio
livre a aumentar;
 Maior facilidade em obter nutrientes, produzidos pelo endosimbionte
autotrófico.
 Os ancestrais das mitocôndrias seriam organismos com a capacidade de produzir
energia utilizando oxigénio.
 Os ancestrais dos cloroplastos seriam semelhantes às atuais cianobactérias (seres
procariontes fotossintéticos).
 Estes organismos teriam sido então capturados por células procariontes de maiores
dimensões e estabelecido com elas uma relação de simbiose (endossimbiose).
 As células englobadas não foram degradadas e passaram a estabelecer uma relação de
simbiose com a células hospedeira (benéfica para ambas as células);
 A células hospedeiras passou a conferir proteção, suporte e nutrientes;
 Argumentos a favor:
 A simbiose continua a ser um processo muito comum no mundo vivo.
Continua a verificar-se a existência de relações simbióticas intracelulares que
atestam a viabilidade destes processos.
 As mitocôndrias e os cloroplastos têm forma e dimensões muito semelhantes
às dos procariontes atuais.
 As mitocôndrias e os cloroplastos têm divisão autónoma da célula (por um
processo semelhante à bipartição).
 As mitocôndrias e os cloroplastos têm o seu próprio material genético: uma
molécula de DNA circular, sem histonas (semelhante ao DNA da maioria dos
procariontes atuais).
 As mitocôndrias e os cloroplastos replicam-se por um processo semelhante ao
que ocorre nas bactérias.
 Os ribossomas dos cloroplastos e das mitocôndrias são mais semelhantes aos
ribossomas dos procariontes do que aos ribossomas do citoplasma das células
eucarióticas.
 Sintetizam as suas próprias proteínas (os cloroplastos sintetizam as enzimas
necessárias ao processo fotossintético). A síntese proteica das mitocôndrias e
dos cloroplastos é inibida por substâncias inibidoras de procariontes, mas não
por inibidores de eucariontes.
 O aminoácido iniciador da cadeia polipeptídica de uma mitocôndria ou de um
cloroplasto é a formilmetionina, como nas bactérias, e não a metionina, como
nos eucariontes.
 Os cloroplastos são delimitados por duas membranas. De acordo com este
modelo a interna seria a do endossimbionte e a externa corresponderia à
membrana da célula-hospedeira. Verifica-se que a membrana interna é
semelhante à membrana citoplasmática dos procariontes atuais.

 Desvantagens:
 Não consegue explicar o surgimento do núcleo
 Assim, julga-se que o aparecimento dos eucariontes deve-se a uma mistura dos dois
processos. No entanto, é muito difícil de determinar o que realmente ocorreu.

Nota: Pensa-se que a simbiose com os ancestrais da mitocôndria (procarionte heterotrófico


aeróbio) foi anterior à simbiose com os ancestrais dos cloroplastos (procarionte autotrófico).
Exemplos – Modelo Endossimbiótico

Origem da Multicelularidade

 O aparecimento de células eucarióticas, em virtude do aumento do número de


organelos, implicou um aumento do tamanho daquelas. O aumento da dimensão dos
seres vivos é favorável na competição por alimento e território
 Problema: Ao crescer, o volume da célula aumenta mais do que a área superficial. Se a
relação entre a área superficial da célula e o seu volume diminuir, a sobrevivência da
célula é posta em causa.
 A célula depende do seu metabolismo, o qual depende das trocas com o meio
extracelular (por exemplo, entrada de nutrientes e eliminação de substâncias de
excreção). Ora, sendo menor a superfície da membrana celular por unidade de volume
do citoplasma capaz de realizar aquelas trocas, torna-se difícil suportar a organização e
funcionamento de células de tão grandes dimensões.
 Soluções: Redução do metabolismo e multiplicação do nº de células, fazendo com que
o crescimento não fosse feito à custa do seu volume.

COLÓNIAS
- COLÓNIAS

 grupos de células que, após divisão celular, permanecem juntas


 Volvox (exemplo):
 Género de algas verdes com 500 a 50 000 células com dois flagelos que
unindo-se por prolongamento citoplasmáticos e bainhas gelatinosas, formam
uma esfera oca.
 Os flagelos das células da camada externa imprimem movimento à colónia;
 As células maiores possuem função reprodutora.
 Os organismos coloniais não constituem seres pluricelulares, uma vez que a
diferenciação celular não existe ou é muito reduzida (as células são todas
semelhantes à exceção das células reprodutoras). A colónia ainda é um
conjunto de indivíduos e não se comporta como um só indivíduo.
 Colónias semelhantes a Volvox poderão ter dado origem às algas verdes
multicelular.
 O elevado grau de interligação entre as 2 células e a diferenciação celular abriu
caminho ao aparecimento dos tecidos, órgãos e sistemas que no seu conjunto
constituem um organismo multicelular.

-MULTICELULARIDADE

 Ser Multicelular: Colónias semelhantes a Volvox poderão ter dado origem às algas
verdes multicelulares.
 Vantagens da Multicelularidade:
 Aumento da dimensão do ser com a conservação do equilíbrio da relação
área/volume, com as consequentes vantagens competitivas.
 Diminuição da taxa metabólica e utilização mais eficaz da energia (como
consequência da especialização no desempenho de determinadas funções);
 O aumento da taxa da diversidade de formas, o que permitiu uma melhor
adaptação aos diferentes ambientes;
 A interação entre os sistemas de órgãos permitiu uma maior autonomia do
meio interno em relação ao meio externo, contribuindo para o seu equilíbrio
(homeostasia), ou seja, maior independência em relação ao ambiente.

Fixismo

 Defende a imutabilidade das espécies: Após a criação (ou surgimento) das espécies,
estas mantêm-se inalteradas ao longo do tempo.

 As 3 correntes fixistas, explicativas da biodiversidade, têm em comum o facto de não


aceitarem alterações nos seres vivos, estes são considerados imutáveis.
1. Teoria do Criacionismo (Aristóteles e Platão)
 Os seres vivos forma originados por uma criatura divina (Deus) , por isso, são
perfeitos e estáveis.
2. Teoria da Geração Espontânea/Abiogénese (Newton)
 Os seres vivos surgem a partir de matéria inerte, bruta ou inanimada, de forma
espontânea.

3. Teoria do Catastrofismo (Cuvier)


 Atribui a biodiversidade à ocorrência de catástrofes que eliminaram os seres
vivos e os substituíram por outros diferentes.
 Dilúvios e glaciações teriam destruído os seres vivos em determinados locais.
O repovoamento foi feito por espécies vindas de outros locais ou por novos
atos de criação divina.

Evolucionismo

 As espécies atuais são o resultado de lentas e sucessivas transformações sofridas pelas


espécies do passado ao longo do tempo e estão relacionadas umas com as outras.
 As espécies sofreram alterações ao longo do tempo.
Atualmente, os evolucionistas defendem que todos os
seres vivos tiveram um ancestral comum.
 A classificação dos seres vivos, iniciada por Lineu,
sugeriu relações de parentesco entre organismos
diferentes.
 Ao fim de algumas gerações, as populações de animais
ou plantas, sujeitas a seleção artificial, apresentam
características significativamente diferentes das
características das populações originais.
 Malthus propõe a ideia de um crescimento
populacional exponencial e de um crescimento de
alimentos aritmético (muito mais lento).
 Uniformitarismo (Hutton e Lyell) – O globo terrestre é,
e sempre foi, modelado pelas forças terrestres, os
ventos, as chuvas, as geadas e os vulcões. As
alterações são lentas e graduais.

Lineu

 Dedicou-se à classificação dos seres vivos, considerado por muitos, o pai da


Sistemática. Os seus estudos e classificações contribuíram para o desenvolvimento das
ideias evolucionistas. O estudo pormenorizado da morfologia dos seres vivos, permitiu
o conhecimento de diferenças e semelhanças entre os seres vivos, incluindo relações
de parentesco (possível origem comum).

Lamarckismo

 Foi o primeiro a propor uma teoria sintética da evolução. A sua teoria foi publicada em
1809, no livro Filosofia Zoológica.
 Defendia que as formas de vida mais simples surgem a partir da matéria inanimada
por geração espontânea e progridem, tornando-se mais complexas e mais perfeitas.
Isto é, as espécies transformam-se ao longo do tempo.
 Organiza as espécies de forma linear e ascendente, das mais simples para as mais
complexas.

 Adaptação: Faculdade de os seres vivos desenvolverem características


estruturais ou funcionais que lhes permitam sobreviver e reproduzir-se em
determinado ambiente.
 O ambiente condiciona a evolução.
 Leis do lamarckismo:
 Lei do uso e do desuso: O uso de um órgão desenvolve-o
e o desuso atrofia-o ou fá-lo desaparecer. Esta lei explica as
modificações que levam à adaptação.
 Lei da herança dos caracteres adquiridos: Os indivíduos transmitem
as características adquiridas por uso
e desuso aos seus descendentes.
 As características do meio provocam nos indivíduos a necessidade de se adaptar.

 Para se adaptarem, os indivíduos usam ou não usam, alguns órgãos (lei do uso e do

desuso), o que provoca o desenvolvimento ou atrofia desse órgão.


 As características adquiridas pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes
(lei da herança dos carateres adquiridos).
 Cada nova geração tem

esta característica mais acentuada.


 Os organismos complexos originaram-se, progressivamente, a partir de outros mais
simples.
 Exemplos:
 Inicialmente as girafas tinham o pescoço curto e alimentavam-se de ervas.
Com a escassez de alimento ao nível do solo, as girafas tiveram necessidade
de chegar ao alimento, agora mais alto, esticando o pescoço. Ao longo da
vida, cada girafa alongou um pouco seu pescoço devido ao facto de o ter
esticado (lei do uso e do desuso).
 O alongamento do pescoço foi transmitido à descendência (lei da herança
dos caracteres adquiridos).
 Em cada geração, o pescoço foi crescendo um pouco mais. Essa alteração foi
transmitida aos descendentes, até que o pescoço das girafas atingiu a
dimensão que tem atualmente.

 CRÍTICAS:
 Admite que os organismos se modificam com o objetivo de se tornarem
melhores (intencionalidade), o que não pode ser comprovado
cientificamente;
 A lei do Uso e Desuso é válida para algumas estruturas e órgãos, mas os
órgãos desenvolvidos pelo uso sofrem regressão, quando deixam de ser
usados. Esta lei também
 A lei da herança dos caracteres adquiridos não é observável. As
características adquiridas ao longo da vida (atrofia ou o desenvolvimento de
determinadas estruturas) afetam apenas a parte somática e não o material
genético, pelo que não são transmitidas à descendência. Só são transmitidas
se estas informações estiverem inscritas no material genético das células da
linha germinativa.

Darwin

 Viajou no Beagle
(1831-1836)
 Durante os anos que permanece nesta viagem científica, tentou descobrir a razão da
grande diversidade de plantas e animais.
 Escreveu dois livros: A Origem das Espécies e A Descendência do Homem (nesta obra
expôs as suas ideias sobre o surgimento da raça humana no planeta Terra)

Darwinismo

1. Fundamentos
 Dados Biogeográficos:
 A evidência de uniformidade de características entre seres vivos levou
Darwin a considerar a existência de um ancestral comum para esses
mesmos seres vivos.
 Por outro lado, a variabilidade de características existentes entre
populações de regiões próximas levou-o a admitir que cada uma
dessas populações teria resultado de um processo de transformação
contínuo, condicionado por condições específicas do meio ambiente.
 - Ilhas Galápagos – arquipélago de origem vulcânica, a 1000 Km da
costa do Equador: duas variedades de tartarugas (ilha Espanhola
bastante árida e ilha Isabel muita vegetação) e variedades de
tentilhões (14 espécies).

As diferentes espécies eram muito semelhantes entre si e semelhantes


aos que existiam na costa americana (origem comum). Nas várias ilhas
diferiam pelo tamanho, cor e forma do bico (associado ao tipo de
alimentação).
 Dados Económicos e Sociais
 Influência da obra de Thomas Malthus intitulada “Ensaio sobre o
princípio da População”, onde o autor defendia que: …a população
humana tende a crescer para além das possibilidades do meio para a
sustentar, cresce exponencialmente, enquanto que os recursos
alimentares crescem numa progressão aritmética.

Darwin transpôs essa relação para as populações naturais, afirmando que num meio com
recursos finitos haveria uma luta contínua pela sobrevivência.

 Dados Geológicos:
 Charles Lyell e James Hutton converteram Darwin ao uniformitarismo:
- a) As leis naturais são constantes no espaço e no tempo.
- b) Deve explicar-se o passado a partir dos dados do presente.
- c) Na história da Terra ocorreram mudanças geológicas lentas e
graduais.
 Durante a viagem observou numerosos fósseis, descobriu nos Andes
conchas marinhas, assistiu, no Chile à erupção de um vulcão.
 Ao propor uma idade para a Terra muito superior à admitida até
então, proporcionou a Darwin o fator tempo que ele achava
necessário para explicar a evolução dos seres vivos.
A vida na Terra também evolui pela acumulação de pequenas alterações ao longo de
grandes períodos de tempo.

 Seleção Artificial:
 Através da experiência como criador de ele conseguiu realizar a
seleção artificial e observou que os animais obtidos, após várias
gerações, são substancialmente diferentes dos seus ancestrais
selvagens, assegurando-se o aumento da frequência das
características selecionadas na população de descendentes.

Se se pode obter tanta diversidade por seleção artificial, de um modo análogo é possível que
ocorra na Natureza uma seleção consumada pelos fatores ambientais – Seleção natural.

2. Ideias defendidas
 Variabilidade Intraespecífica: Em cada população, os indivíduos (da mesma
espécie) apresentam algumas características diferentes.
 Superprodução de Descendentes: As populações têm tendência a crescer
mais do que os recursos disponíveis permitem.
 Seleção Natural: Na luta pela sobrevivência, os indivíduos com as
características mais vantajosas (mais aptos) sobrevivem mais tempo que os
menos aptos.
 Reprodução Diferencial: Os indivíduos mais aptos reproduzem-se mais,
havendo mais descendentes com as suas características na geração seguinte.

Existem variações entre os indivíduos de uma população.

Existem mais indivíduos do que aqueles que os recursos permitem ou o meio sofre
alterações.

Os indivíduos lutam pela sobrevivência e os mais aptos vivem mais tempo. Os menos aptos
são eliminados.

Os indivíduos mais aptos reproduzem-se mais, havendo mais descendentes com as suas
características na geração seguinte.

3. Exemplo das Girafas


 Na população inicial de girafas existiam animais com diferentes tamanho de
pescoço (variabilidade intraespecífica).
 Com a escassez de alimento a níveis mais baixos, as girafas com pescoço mais
longo tinham acesso a mais alimento e viviam mais tempo (sobrevivência do
mais apto) e podiam reproduzir-se mais. Os seus descendentes tinham
também pescoço longo.
 Por seleção natural, as girafas de pescoço curto foram sendo eliminadas até
que deixaram de existir e toda a população passou a ser constituída por girafas
de pescoço longo.

4. LIMITAÇÕES
 Não conseguiu, na altura, explicar as causas da variabilidade intraespecífica
(atribuiu-as ao “ACASO”) e nem como essas variações eram transmitidas á
geração seguinte.

Lamarck VS Darwin

 Lamarck: O ambiente causa transformações


 Darwin: O ambiente seleciona as transformações

Teoria da Evolução (Darwin)

 A Teoria da Evolução baseou-se, inicialmente, em dados fornecidos pela: Anatomia


Comparada, Paleontologia, Biogeografia e Embriologia.
 Posteriormente, os avanços da Ciência levaram ao desenvolvimento de novos ramos
da Biologia, que produziram dados que vieram, também, apoiar as conceções
evolucionistas. Entre esses argumentos mais recentes destacam-se os contributos da:
Citologia, Bioquímica e Genética.
1. Anatomia Comparada
 Baseia-se nos estudos da Anatomia Comparada (semelhanças e diferenças das
estruturas anatómicas dos indivíduos), com o fim de estabelecer possíveis
relações de parentesco entre os seres vivos.
 As semelhanças anatómicas entre organismos de diferentes espécies, por
vezes com uma aparência e um tipo de vida distinto, podem ser explicadas
pela existência de um ancestral comum.
 Órgãos/Estruturas Homólogas: órgãos anatómica e fisiologicamente idênticos
(estrutura semelhante), com a mesma posição (a mesma sequência) e a
mesma origem embrionária. No entanto, podem (ou não) desempenhar
funções diferentes.

 Evolução divergente: resulta de uma adaptação dos seres com a mesma


origem a diferentes ambientes.
 Uma espécie ancestral comum colonizou diferentes habitats;
 Os indivíduos ficaram sujeitos a pressões seletivas diferentes e
divergiram;
 São selecionadas as estruturas que melhor respondem às exigências
de cada meio, surgindo diferenças anatómicas entre os indivíduos.
 Série Filogenética: São formas de organizar os organismos, de maneira a refletir a
forma como estes evoluíram ao longo do tempo. Pode ser:
 Progressiva: quando os órgãos apresentam uma complexidade crescente, por
exemplo: o estudo do coração dos vertebrados. A evolução verifica-se a partir
de um órgão mais simples que se vai tornando gradualmente mais complexo.

 Regressiva: quando os órgãos se tornam rudimentares, por exemplo: a


redução dos membros dos répteis. Um órgão que era mais complexo vai
evoluindo no sentido de se tornar mais simples, regredindo.
 Órgãos/Estruturas Análogas: órgãos que têm uma estrutura e origem embriológica
diferentes, mas que desempenham a mesma função.

 Evolução convergente: seres com origens diferentes adaptam-se a ambientes


semelhantes.

 Espécies ancestrais diferentes colonizaram habitats semelhantes;


 Os indivíduos ficaram sujeitos a pressões seletivas idênticas e convergiram;
 São selecionadas as estruturas que melhor respondem às exigências do meio,
surgindo semelhanças anatómicas entre os indivíduos.

NOTA: É importante referir que, quando se fala em órgãos homólogos e órgãos


análogos, se está a referir apenas a estruturas e não a indivíduos. Caso se trate de um
indivíduo, então fala-se de homologia e analogia. Isto prende-se com o facto de um
mesmo indivíduo poder possuir, simultaneamente, órgãos análogos e órgãos
homólogos, dependendo do referencial de comparação.
 Órgãos Vestigiais: órgãos atrofiados, que não apresentam uma função evidente nem
importância fisiológica num determinado grupo de seres vivos. Apesar de terem
perdido ou diminuído a sua função num determinado grupo de seres vivos, noutros
grupos surgem desenvolvidas e funcionais. Ex: apêndice, cóccix, dentes do siso.
 Quando sujeitos a pressões seletivas diferentes, estes órgãos evoluíram em
sentidos diferentes. Mantiveram-se funcionais e bem desenvolvidos nos
indivíduos que colonizaram meios, nos quais estes órgãos conferiam
vantagens adaptativas. Mas, em outros ambientes, estes órgãos tornaram-se
dispensáveis, tornando-se vestigiais (isto é, não funcionais). Ex: cóccix,
apêndice, dentes do siso.

As estruturas vestigiais apoiam a teoria da evolução, já que indiciam que os seres


vivos de uma dada espécie não se mantiveram imutáveis ao longo do tempo, pois
considera-se que estes órgãos terão sido úteis no passado a um ancestral comum.
2. Paleontologia
 Os fósseis, ao revelarem espécies inexistentes atualmente, contrariam a ideia da
imutabilidade.
 A fossilização só ocorre em condições excecionais (após a morte, os
organismos têm de ficar em condições que os preservem ou retardem a sua

decomposição).

Assim, compreende-se que a Paleontologia se depare com diversas limitações.


Contudo, nalguns casos, é possível acompanhar a história evolutiva de um
determinado grupo de seres vivos. Essa história pode ser representada por árvores
(ou séries) filogenéticas, que são representações gráficas do percurso evolutivo de
um determinado grupo, partindo do seu ancestral, até às formas atuais e que
recorrem a dados adicionais, como as análises de DNA ou de proteínas.
 Fósseis de transição: fósseis que apresentam características intermédias de grupos
diferentes das de organismos atuais e permitem documentar relações de parentesco
entre espécies atualmente muito afastadas e que não foram independentes quanto à
sua origem, deduzindo a existência de um antepassado comum a estes organismos
diferentes.

3. Embriológicos
 Embriologia: reforça o evolucionismo, sugerindo a existência de uma relação de
parentesco entre os diferentes grupos de seres vivos, uma vez que os embriões
apresentam, sobretudo, nos primeiros estados de desenvolvimento, características
semelhantes - os embriões são muito semelhantes nas primeiras etapas desse
desenvolvimento. Contudo, nas etapas subsequentes as diferenças vão-se
acentuando.
Quanto mais longas forem as fases embrionárias comuns, maior o nº de semelhanças
em termos evolutivo entre os indivíduos.
4. Biogeografia
 Biogeografia: analisa a distribuição geográfica dos seres vivos. Procura explicar por
que razão uma determinada zona do planeta é habitada por certas espécies e não por
outras. Este estudo evidenciou a existência de:
 Semelhanças entre seres vivos que habitam em locais geograficamente
distantes;
 Diversidade intraespecífica em seres vivos que ocupam locais geograficamente
próximos;
 Espécies em regiões isoladas que tendem a apresentar características muito
distintas das demais, mesmo quando sujeitas a pressões seletivas

semelhantes;

Tal indicia o efeito de pressões seletivas sobre seres vivos com o mesmo ancestral
comum

 O estudo que Darwin desenvolveu sobre os tentilhões das diferentes ilhas Galápagos
foi crucial para o desenvolvimento da sua teoria: Características comuns entre
tentilhões de diferentes ilhas sugeriam uma origem comum; as diferenças sugeriam
evolução a partir desse ancestral. As diferenças no ambiente de cada ilha seriam
as pressões seletivas que teriam levado à evolução.

Por exemplo: os mamíferos australianos são diferentes dos mamíferos existentes em África.

5. Citológicos
 Todos os organismos são formados por células, sendo a célula a sua unidade estrutural
e funcional, o que revela a existência de um padrão comum em todos os seres vivos
(logo, uma origem comum).
 Também em termos bioquímicos há unidade. Por exemplo, o código genético é o
mesmo na generalidade dos seres vivos e o DNA tem a mesma estrutura molecular em
todos eles.
 A semelhança das proteínas e da sequência dos nucleótidos do DNA revelam também
a proximidade evolutiva dos seres vivos.
6. Bioquímicos
 A análise da sequência de aminoácidos das proteínas e do DNA têm fornecido,
nos últimos anos, provas a favor de uma origem comum para todos os seres
vivos.

Se duas espécies apresentam sequências de genes e de aminoácidos muito próximas, muito


provavelmente essas sequências foram copiadas a partir de um ancestral comum.

Proteínas diferentes correspondem, nos indivíduos, características também diferentes…logo,


quanto mais próximos evolutivamente se encontram as espécies, mais semelhanças
apresentem ao nível das proteínas.

ou

Quanto maior o n.º de aminoácidos diferentes, mais afastados filogeneticamente são os


seres.

 Uma outra forma de estimar a proximidade entre espécies é através da


hibridação do DNA. Nesta técnica, misturam-se cadeias de DNA desenroladas
de espécies diferentes. Espera-se que o emparelhamento entre as cadeias de
espécies diferentes ocorra. Quanto mais rápida for a formação de moléculas
híbridas e quanto maior for a quantidade de bases complementares
emparelhadas, mais próximas serão as espécies do ponto de vista filogenético
(evolutivo).

Gregor Mendel

 Foi o primeiro cientista que realizou experiências realmente importantes para


o esclarecimento da transmissão dos caracteres hereditários.
 Os seus trabalhos baseavam-se no cruzamento de variedades de ervilhas e na
análise de como as características eram transmitidas à geração seguinte.

Thomas Morgan

 Comprovou que os genes tinham uma localização específica nos cromossomas.


 Descreveu a localização dos genes na sua obra, publicada em 1915;
 Mais tarde as suas descobertas referem-se ao conceito de mutação e às funções
hereditárias dos cromossomas.

Neodarwinismo (Darwin + Mendel)

1. Mutações
 Se forem viáveis e favoráveis sendo transmissíveis, constituem uma fonte
primária de variabilidade genética.
 Génicas (alteram a sequência de nucleótidos do DNA): levam à
alteração da proteína produzida, o que geralmente tem efeitos no
fenótipo.
 Cromossómicas: traduzem-se numa alteração da estrutura ou do
número de cromossomas.
As mutações dão origem à variabilidade de indivíduos de uma população sobre a qual
atua a seleção natural
2. Recombinação Génica
 Rearranjo dos genes: a reprodução sexuada contribui para aumentar a
variabilidade através da meiose (crossing-over e separação aleatória de
cromossomas homólogos) e da fecundação (união aleatória dos
gâmetas).
Introduz variabilidade genética porque favorece o aparecimento de uma multiplicidade de
diferentes combinações de genes.

Neodarwinismo

 Cada indivíduo não evolui sozinho. A unidade evolutiva é a população, isto é,


um conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive num determinado local
e ao mesmo tempo.
 Quanto maior a diversidade de uma população, maior a probabilidade de ela
se adaptar a mudanças que ocorram no meio, pois, entre toda essa
diversidade, podem aparecer indivíduos portadores de conjuntos génicos que
sejam favorecidos pela seleção natural.

 A evolução é uma variação da frequência de genes, de geração em geração.


 Variabilidade Intraespecífica: As mutações e a reprodução sexuada
introduzem variabilidade genética nas populações.
 Seleção Natural: Os indivíduos cujo genótipo lhes confere características mais
vantajosas sobrevivem mais tempo durante o processo
de seleção natural.
 Reprodução Diferencial: Os seres mais aptos reproduzem-se mais do que os
menos aptos e transmitem o seu património genético aos descendentes. Os
genes responsáveis pelas características favoráveis tornam-se mais frequentes
na população. O fundo genético da população
altera-se gradualmente.
 Fundo genético:
 é o conjunto de todos os genes presentes nos indivíduos da população,
num dado momento;
 pode ter genes mais frequentes do que outros;
 num ambiente em mudança, pode alterar-se porque o conjunto de
genes mais favorável pode deixar de o ser:
- Alguns genes tornam-se mais frequentes, outros vão sendo
progressivamente eliminados;

– As populações vão ficando cada vez mais adaptadas ao meio;


– Os indivíduos com o conjunto génico que os torna mais aptos
reproduzem-se mais e estes genes tornam-se mais frequentes na
população;

– O fundo genético da população alterou-se, determinadas


características foram eliminadas da população, ocorreu evolução.

Exemplo da Girafa

Fatores que podem fazer variar o fundo genético:

1. Seleção Natural
 Pode determinar a manutenção de um fundo genético de uma população ou a
alteração da sua composição.

2. Mutações
 Fonte primária de variabilidade genética, porque introduz novos genes nas
populações.
3. Deriva Genética
 Consiste na variação do fundo genético das populações como resultado do
acaso e ocorre regra geral em populações pequenas.

 Efeito Fundador: ocorre quando um número restrito de indivíduos de


uma determinada população se desloca para uma nova área,
transportando uma parte restrita do fundo genético da população
original. Por exemplo, aves arrastadas por uma tempestade até uma
ilha.

 Efeito Gargalo: ocorre quando uma determinada população sofre uma


diminuição brusca no número de indivíduos devido à ação de fatores
ambientais, como por exemplo, alterações climatéricas, falta de
alimento, epidemias, incêndios, etc.

4. Fluxo Genético – Migrações


 Migrações: movimentação de indivíduos de uma região para outra – ocorre
fluxo de genes:
 Emigração: saída de genes;
 Imigração: entrada de genes.
5. Cruzamentos ao Acaso
 Nas populações naturais os cruzamentos podem efetuar-se:
 Ao acaso – Panmixia: permite a manutenção do fundo genético.
 Cruzamentos preferenciais (não ao acaso): permite a alteração do
fundo genético pois, a frequência de certos genes aumenta.
Mutações Cromossómicas

 Mutações Cromossómicas Numéricas (exigem a alteração do numero de


cromossomas)
 Aneuploidia: Existem cromossomas a mais ou a menos em relação ao número
normal. Geralmente envolve apenas um único par de cromossomas e pode ser
autossómica ou heterossómica.
- Causas: Não-disjunção dos homólogos ou dos cromatídeos na anáfase da
meiose I ou II.
- Exemplos: trissomias 21, 13 e 18, a monossomia do X e outras alterações
numéricas dos heterossomas.
 Mutações Cromossómicas Estruturais (alteração do número ou no arranjo dos genes
do cromossoma)
 Deleção: Falta uma porção de um cromossoma. Pode ocorrer nas zonas
terminais ou intersticiais da molécula de DNA.
- Causa: cruzamento de cromossomas e quebra nos pontos de cruzamento, a
que se segue uma reconstituição em que um segmento é eliminado.
- Consequências/Exemplos: As deleções variam muito em tamanho, mas as
maiores têm efeitos mais nefastos pois removem mais genes.

 Duplicação: Existência de duas cópias de uma dada região cromossómica,


frequentemente associada à deleção no correspondente cromossoma
homólogo. Os efeitos variam em função da extensão e do tipo de informação

repetida.
 Inversão: Remoção de um segmento de DNA e inserção numa posição
invertida num outro local do cromossoma.
 Translocação: Transferência de segmentos entre cromossomas não
homólogos.
- Translocação Simples: transferência de um segmento de um cromossoma
para outro não homólogo.
- Translocação Recíproca: troca de partes entre dois cromossomas.
Na translocação simples e na translocação recíproca, se não houver quebra de
genes, o fenótipo não é afetado.

Checkpoints durante a meiose

 Finalização da fase G1;


 Início fase S;
 Entrada da célula em divisão nuclear;
 Prófase I;
 Estado dos cromossomas na prófase II
 Ocorrências na metáfase II.

Reprodução Sexuada e Variabilidade Genética

 Crossing-over durante a profase I (os cromatídios do mesmo cromossoma deixam de


ser iguais).
 Mutações que podem ocorrer durante o crossing-over – mutações cromossómicas
estruturais.
 Mutações que podem ocorrer durante a anafase I ou anafase II – mutações
cromossómicas numéricas.
 Separação aleatória dos cromossomas homólogos, durante a anafase I.
 União aleatória dos gâmetas durante a fecundação.

As mutações são a fonte primária de variabilidade genética, uma vez que permitem o
aparecimento de novos genes numa população. A meiose e a fecundação permitem a
recombinação da informação genética.

Combinações Genéticas

 Na meiose, o número de combinações possíveis dos cromossomas de origem materna


e de origem paterna é 2n sendo n o número de pares de cromossomas homólogos,
sem considerar o crossing-over.
 Na fecundação, o número de combinações possíveis no zigoto é igual ao produto das
combinações genéticas possíveis nos dois gâmetas que se fundem (2n x 2n).

A reunião ao acaso de dois gâmetas, o masculino e o feminino, cria novas associações de


genes. Assim, da fecundação entre gâmetas diferentes resultam zigotos e,
consequentemente, organismos de diferente constituição hereditária.

Plantas

 O aparecimento de plantas com flor foi um importante aspeto evolutivo.


 Nas plantas com flor, os órgãos reprodutores masculinos são os estames e os órgãos
reprodutores femininos são os carpelos.
 O estame é constituído pela antera e o filete.
 Nas anteras existem sacos polínicos, estruturas pluricelulares onde se formam os
grãos de pólen.
 Nos carpelos, ao nível dos ovários, existem os óvulos.

 A polinização consiste no transporte dos grãos de pólen para os carpelos da mesma


flor (polinização direta) ou para os carpelos de flores pertencentes a outras plantas da
mesma espécie (polinização cruzada).
 A polinização cruzada permite uma maior variabilidade genética dos indivíduos das
novas gerações.
 Diversos agentes, como aves, insetos ou o vento, proporcionam a polinização,
havendo, geralmente, uma relação íntima entre as características da flor e o agente
polinizador.
 A presença de sementes e a variedade de processos de dispersão permitem a
propagação das plantas com flores por áreas distantes.

Mitose VS Meiose

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