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Biologia 11º Ano.

Domínio: Reprodução.
Subdomínio: Ciclos de vida.
Antes de mais…
 O que é um ciclo de vida?
Um ciclo de vida é uma sequência de etapas pelas quais passa um organismo desde a formação
do ovo até ao momento em que ele próprio se reproduz, através da produção de gâmetas.
Considera-se que um ciclo de vida termina quando outro começa, isto é, quando os gâmetas
do indivíduo inicialmente considerado se unem para formar de novo um ovo que dará origem
a outro indivíduo.
Há dois momentos-chave que marcam o ciclo de vida de qualquer organismo: a meiose e a
fecundação. É a alternância entre estes dois fenómenos que permite que de geração em
geração se mantenha o cariótipo (número de cromossomas típico) da espécie. A meiose origina
células haplóides, a fecundação origina células diplóides. NOTA: A
alternância de fases
 É por isso que se diz que qualquer ciclo de vida apresenta alternância nucleares existe
de fases nucleares, isto é, formam-se células haplóides (que devido à fecundação
(que termina a
correspondem à haplofase) e células diplóides (que correspondem à haplofase e inicia a
diplofase) de forma alternada ao longo do ciclo de vida do organismo. diplofase) e devido à
meiose (que termina
a diplofase e inicia a
haplofase).

No entanto, só se considera que existem alternância de gerações quando existem estruturas


pluricelulares haplontes e estruturas pluricelulares diplontes, como acontece com as plantas e
os musgos. São consideradas duas gerações:

- geração gametófita – fazem parte desta geração todas as estruturas que se formam desde a
germinação de esporos até à formação dos gametófitos (estrutura que produz os gâmetas);
- geração esporófita – como o próprio nome indica, pertencem a esta geração todas as
estruturas que se formam desde o crescimento do zigoto até formar o esporófito (estrutura
onde se produzem os esporos).

De um modo geral…
- a fase haplóide corresponde à geração gametófita;
– a fase diplóide corresponde à geração esporófita.

Quando num ciclo de vida as estruturas multicelulares são todas do mesmo tipo (haplontes ou
diplontes), não se pode dizer que há alternância de gerações.
 Por exemplo, no ciclo de vida humano. As únicas estruturas haplóides são os gâmetas
– que são unicelulares. Unem-se para formar o zigoto, que é, diplóide, e crescemos por
mitose. Todos os tecidos e órgãos formados são constituídos por células diplóides
descendentes do zigoto.
A altura em que a meiose e a fecundação ocorrem num ciclo de vida vai condicionar o tipo de
ciclo de vida e de indivíduo formado (se é haplóide ou diplóide). Podemos considerar três
tipos: ciclos de vida haplontes, haplodiplontes e diplontes.
Exemplos de ciclos de vida:
1- Ciclo de vida haplonte – espirogira;
2- Ciclo de vida haplodiplonte – feto (polipódio);
3- Ciclo de vida diplonte – homem (mamífero).

1- Ciclo de vida da espirogira (ciclo de vida haplonte).


A espirogira é uma microalga pluricelular filamentosa que se
pode reproduzir sexuada ou assexuadamente.

São as condições ambientais que vão determinar o modo como


a alga se reproduz. Se as condições ambientais forem
favoráveis, a alga reproduz-se assexuadamente por
fragmentação. Os filamentos quebram-se e cada fragmento
multiplica-se dando origem a um novo filamento.
A vantagem da reprodução assexuada quando as condições são favoráveis é que permite à alga
manter o património genético inalterado. Se o património genético está bem adaptado às
condições ambientais, então a alga “não arrisca” a ocorrência de variabilidade e o eventual
aparecimento de características que possa ser menos favoráveis.

Quando as condições ambientais são desfavoráveis, a


alga reproduz-se sexuadamente.

Quando a alga se reproduz sexuadamente, dois


filamentos aproximam-se e formam-se tubos de
conjugação entre as células de cada fragmento. Depois
do tubo de conjugação formado, o conteúdo das células
condensa-se e o conteúdo de uma célula passa para a
outra através do tubo de conjugação. O conteúdo
genético das células passa a funcionar como gâmetas e
ocorre fecundação. Por isso as células dos filamentos
passam a ser consideradas gametângios.

Da fecundação resulta um ovo ou zigoto (diplóide). Esta célula fica num estado de vida
latente até que as condições se tornem de novo favoráveis. Quando isso acontece, começa
a dividir-se, mas tem como primeira divisão uma meiose (e não mitose, como é habitual).
Por isso se diz que a meiose da espirogira é pós-zigótica.

Depois da primeira divisão (meiose), a alga multiplica-se por mitoses sucessivas até originar
um novo filamento. A alga adulta é haplóide.

Como a meiose ocorre logo no início do desenvolvimento do zigoto, este é a única estrutura
diplóide e é unicelular. O indivíduo adulto (pluricelular) é haplóide. Por isso o ciclo se
chama haplonte. Não há alternância de gerações.
Esquematicamente, podemos representar o ciclo de vida da espirogira da seguinte forma:

2- Ciclo de vida do homem (ciclo de vida diplonte).


Após a fecundação forma-se o ovo, a primeira célula
diplóide do ciclo de vida. Esta célula divide-se por
mitose e o indivíduo vai crescendo até se tornar adulto.

Uma vez adulto, produz gâmetas por meiose. Os


gâmetas são, por isso, células haplóides. As únicas de
todo o ciclo de vida, pelo que podemos afirmar que no
ciclo de vida humano existe alternância de fases
nucleares, mas não de gerações.

A meiose é pré-gamética, pois ocorre na formação dos


gâmetas.

Quando se dá a fecundação, forma-se um novo ovo,


que dará origem a um novo indivíduo.

Esquematicamente, podemos representar o ciclo de vida do ser humano da seguinte forma:

3 – Ciclo de vida do polipódio (ciclo de vida haplodiplonte).


O Polipódio é um feto muito comum nas zonas florestais. Em determinadas alturas do ano, é
possível observar na página inferior das folhas umas estruturas granulosas onde se formam
esporos. Essas estruturas chamam-se esporângios e encontram-se agrupados em soros. Como
é na planta adulta que se encontram as estruturas onde se
formam os esporos, a planta adulta chama-se esporófito.
No interior dos esporângios encontram-se as células-mãe
dos esporos, que sofrem meiose e originam esporos. Por
isso a meiose neste caso se classifica como pré-espórica.
Quando os esporos estão prontos, a parede dos esporângios
abre-se e permite a dispersão dos esporos. Estes, quando
caem à terra germinam e dão origem uma estrutura
independente, de pequenas dimensões e em forma de
coração chamada protalo.

É no protalo que se encontram localizadas as estruturas produtoras de gâmetas: os gametângios


masculinos (anterídios) e femininos (arquegónios). Por isso é que o protalo é a estrutura
gametófita. A fecundação é dependente da água. Os gâmetas masculinos (anterozóides) são
flagelados e deslocam-se até aos gametângios femininos onde fecundam a oosfera.
Da fecundação resulta o zigoto, que dá início à fase diplóide deste ciclo de vida.

Assim, em cima do protalo, começa a desenvolver-se a planta jovem que mais tarde irá dar
origem ao feto adulto, produtor de esporos. A imagem seguinte representa uma planta jovem
a desenvolver-se sobre o gametófito.
Resumindo…
A planta adulta é diplóide, pois resulta da fecundação e desenvolvimento do zigoto. É na planta
adulta que se produzem os esporos, por meiose. Com a formação dos esporos dá-se origem a
uma fase haplóide. Quando os esporos germinam dão origem ao protalo – uma estrutura
pluricelular haplóide. Havendo estruturas pluricelulares diplontes e haplontes, podemos dizer
que há alternância de gerações, entre a geração esporófita (diplonte – representada pela
planta adulta, que é o esporófito) e a geração gametófita (haplonte – representada pelo
protalo, que é o gametófito).

Esquematicamente:
Esquematicamente, os ciclos de vida podem ser representados da seguinte forma:

A – Ciclo Haplonte ; B – Ciclo Haplodiplonte ; C – Ciclo Diplonte

A tabela que se segue resume as características dos vários ciclos de vida abordados.

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