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O que é a vida?

Qual a origem da
vida?

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Qual é a base química da célula?

Como começou a vida


na Terra?

NATURE Vol 442, 3 August 2006


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De entre as moléculas que havia na Terra antes do aparecimento da
vida (há 3 ou 4 mil milhões de anos) estavam provavelmente a água,
o dióxido de carbono, o metano e a amónia. Os químicos têm tentado
imitar essas condições, colocando essas substâncias num frasco e
aplicando-lhes uma fonte de energia (luz ultravioleta ou descarga
eléctrica — simulação de relâmpagos). Passadas algumas semanas
encontram no frasco moléculas mais complexas do que as originais:
aminoácidos (blocos da construção de proteínas), e purinas e
pirimidinas (blocos da construção do ADN (ácido
desoxirribonucleico).

Em dado momento formou-se por acidente uma molécula capaz de


criar cópias de si mesma: um replicador, que actuava como modelo,
no caldo rico nos blocos moleculares necessários à formação de
cópias.

Surgiram entretanto vários replicadores que competiam entre si


pelos tais blocos. As variedades menos favorecidas ter-se-ão
extinguido. Os que sobreviveram construiram máquinas de
sobrevivência dentro das quais pudessem viver.
Actualmente os replicadores são os genes e as máquinas de
sobrevivência somos nós!

O ADN faz duas coisas importantes: i) replicação, ii) supervisão da 3


hard Dawkins,
síntese O Gene Egoísta,
de proteínas. Gradiva,
A mensagem 3ª edição,no
codificada 2003
ADN, escrita num
O gene é necessariamente estável!

Essa estabilidade de moléculas e agregados só se


pode explicar, pela ligação química e pelas
interacções intermoleculares (e.g., ADN = 2
hélices enroladas uma sobre a outra!) — QUÍMICA
QUÂNTICA
A vida parece ser comportamento ordenado da
matéria, não baseado tendência para passar da
ordem à desordem (segundo princípio da
Termodinâmica), mas sim na ordem existente,
que se perpetua, ou mesmo na passagem da
desordem à ordem (auto-organização ou self-
assembly).
Parece violar o segundo princípio da
Termodinâmica. De facto a matéria viva alimenta- 4
Princípios de self-assembly molecular em biologia:

i) Associação de interacções fracas de modo a dar


uma estrutura final que corresponde a um mínimo
termodinâmico.
G = H - TS ≤ 0Condição de espontaneidade

• Só estão normalmente envolvidos poucos tipos de


moléculas — minimizando a informação requerida
para uma determindada estrutura: 20 aminoácidos,
uns poucos nucleótidos, uma dúzia de lípidos, 2
dúzias de açúcares + alguns intermediários

• Cooperatividade

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ADN

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Teoria da EMERGÊNCIA
Prof. Robert B. Laughlin
Department of Physics
Stanford University
http://large.stanford.edu/rbl/index.htm

Prémio Nobel de Física (1998)


[com Horst L. Störmer de Columbia University e Daniel
C. Tsui de Princeton]

Explicaram o comportamento cooperativo dos


electrões a temperaturas muito baixas e campos
magnéticos muio intensos.
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Todos sabemos que as sociedades humanas se organizam.
Mas também é verdade que a natureza se organiza, e que os
princípios pelos quais o faz é o principal tema da ciência moderna 8
Gostamos de pensar que a base fundamental de todas as coisas se resume a um conjunto
de equações: A TEORIA QUÂNTICA. Gostamos de lhe chamar, por brincadeira a “teoria de
tudo” ("Theory of Everything") porque, em princípio ela seria capaz de descrever tudo o que
se passa no universo, se pudessemos resolver as equações. Mas é óbvio que essa ideia é
absurda!
Tanto quanto sabemos as equações à esquerda constituem a “teoria de tudo” mas são
demasiado difíceis de resolver mesmo para uma molécula como o ADN, e claro que muito
mais para um peixe ou uma pessoa. 9
A razão pela qual compreendemos as coisas mais complicadas é porque as observamos e
A verdadeira origem dessas regras é a tendência dos sistemas naturais se
organizarem segundo princípios colectivos, ou cooperativos.
Muitos fenómenos naturais são como uma pintura puntilista. Quando se
observam os detalhes de perto não parecem ter qualquer significado. Para
compreender a pintura temos de nos afastar e vê-la como um todo. Nesta
perspectiva, os inúmeros detalhes imperfeitos dão origem a entidades
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maiores de grande perfeição.
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"Abrir los brazos como se abren los ojos"
Roberto Matta, 1954 200 x 293 cm. 13
"The Unthinkable"
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Roberto Matta, 1957; 198 x 299.7 cm.
Programa
1ª parte:
Estrutura molecular: ferramentas consideradas úteis para compreender os conceitos da
química quântica, e permitir a utilização esclarecida de software de química quântica
computacional, com interfaces interactivas de fácil utilização, disponível no mercado,
como o SPARTAN ou o HYPERCHEM: princípios fundamentais da teoria quântica,
equação de Schrödinger, teoria das orbitais.
2ª parte:
Métodos de determinação de estruras moléculas: Visão global dos métodos
espectroscópicos, ênfase nas espectroscopias vibracional, de emissão (fluorescência e
fosforescência), RMN e difracção de raios-X para determinação de estruturas (e
conformações) em solução e no estado sólido. Propriedades eléctricas de moléculas.
Actividade óptica, dicroísmo circular (DC) e dispersão rotatória.
3ª parte:
Estruturas macroscópicas e microscópicas: Macromoléculas e polímeros. Métodos de
determinação de massas moleculares. Cromatografia de permeação de gel.
Viscosimetria. Dispersão de luz. Conformação de cadeias em solução.
Macromoléculas e Self-Assembly :
Interacções intermoleculares. Self-Assembly

Tópicos especiais (aulas tipo seminário ao longo do semestre): Origem da vida.


Transporte em sistemas biológicos. Nanociência e Nanotecnologias (AFM). 15
AVALIAÇÃO (PROPOSTA)

A avaliação tem duas componentes:


1 - Nota da parte teórica com peso de 70%. Nota mínima 10.
2 - Nota de laboratório com peso de 30%.

Opções para avaliação da parte teórica:

i) Avaliação contínua: quatro testes de 1 hora, ao longo do


semestre e exame final. A nota é calculada pela média dos três
melhores testes (com peso de 50 %) e pela nota do exame final
(com peso de 50 %).

ii) Avaliação apenas por exame final.

Em todos os casos a nota mínima de cada teste ou exame é 10.

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Bibliografia

1ª parte:
Introdução à Química Quântica Computacional
Luís Alcácer, IST Press, 2007

2ª e 3ª partes:
Physical Chemistry for the Life Sciences, Peter
Atkins and Julio de Paula, Oxford University Press,
UK; Freeman & C., New York 2006
Caps 11, 13, 14
1ª parte: cap 9, 10: pags 339 - 440

http://www.lx.it.pt/~alcacer/QF_LEB

Contactos: Luis Alcácer, Torre Norte 9.24; extensão IST 2450;


tlm: 91 8131090 17

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