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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ


FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

Marília Caires Freire – 11475000318

MEDIÇÃO DAS ETAPAS DE EVAPORAÇÃO, TRANSPIRAÇÃO E


EVAPOTRANSPIRAÇÃO NO CICLO HIDROLÓGICO

Tucuruí – PA
2014
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
2. MEDIÇÃO DA EVAPORAÇÃO NA SUPERFÍCIE DE ÁGUA ................................................ 3
3. MEDIÇÃO DA TRANSPIRAÇÃO ............................................................................................... 4
4. MEDIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO ................................................................................. 5
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 6
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1. INTRODUÇÃO

Dentro do ciclo hidrológico, o retorno da água precipitada para a atmosfera


ocorre por meio de um processo denominado evapotranspiração, que corresponde
ao conjunto formado pela evaporação e pela transpiração. Evaporação é o processo
de transferência de água líquida para o estado de vapor, diretamente de superfícies
líquidas, a exemplo de lagos, rios, reservatórios, poças, e gotas de orvalho. Já a
transpiração ocorre quando a água absorvida pelos vegetais é evaporada a partir de
suas folhas.

2. MEDIÇÃO DA EVAPORAÇÃO NA SUPERFÍCIE DE ÁGUA

As formas mais comuns de se medir a evaporação são utilizando-se do


Tanque Classe A e do Evaporímetro de Piche. A unidade para caracterizar a lâmina
evaporada ao longo de um determinado intervalo de tempo é o milímetro (mm).
O tanque Classe A é um recipiente metálico que tem forma circular com um
diâmetro de 121,9 cm e profundidade de 25,4 cm. Construído em aço ou ferro
galvanizado, deve ser pintado na cor alumínio e instalado numa plataforma de
madeira a 15 cm da superfície do solo, além de permanecer com água variando
entre 5,0 e 7,5 cm da borda superior.
A medição é realizada diariamente, diretamente numa régua ou ponta
linimétrica instalada dentro do tanque, devendo ser compensados os valores da
precipitação do dia. No Tanque Classe A é instalado aparelhos para determinação
da precipitação, temperatura, vento e umidade.
O tanque deve ser instalado nas imediações do reservatório em que se
pretende determinar a taxa de evaporação, ou ainda podem ser acopladas
estruturas flutuadoras de modo a permitir que a medida seja feita sobre a própria
superfície líquida.
A evaporação de espelhos de água é obtida por meio da fórmula:
E = k.Et
onde:
E é a evaporação do lago;
K é o coeficiente do tanque;
Et é a evaporação do tanque (lâmina medida no tanque).‫‏‬
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Este coeficiente de ajuste é necessário porque o tanque não simula


exatamente um reservatório de grandes dimensões. No caso de lagos e tanques
instalados no mesmo local, estudos mostram que o valor de k (coeficiente de
correção) varia entre 0,7 a 0,8, normalmente utiliza-se 0,7.
Já o evaporímetro de Piche é constituído por um tubo cilíndrico, de vidro, de
aproximadamente 30 cm de comprimento e um centímetro de diâmetro, o tubo é
graduado e fechado na parte superior e aberto na inferior. A extremidade inferior é
tampada por uma folha circular de papel filtro padronizado (de 30mm de diâmetro e
de 0,5mm de espessura) fixada por capilaridade e pressionada por uma mola. O
aparelho é previamente enchido de água destilada; essa água se evapora
progressivamente pela folha de papel filtro, e a diminuição do nível de água no tubo
permite calcular a taxa de evaporação. O tubo é preso por intermédio de uma argola
a um gancho situado no interior de um abrigo meteorológico padrão.
Considera-se que as medições com o Tanque Classe A sejam mais precisas
e confiáveis quando comparadas às que fazem uso do Evaporímetro.

3. MEDIÇÃO DA TRANSPIRAÇÃO
A transpiração sofre influência da radiação solar, temperatura, umidade
relativa do ar e velocidade do vento, além do tipo de vegetação e tipo de solo.
Como o processo de transpiração é a transferência da água do solo, uma das
variáveis mais importantes é a umidade do solo. Quando o solo está úmido as
plantas transpiram livremente, e a taxa de transpiração é controlada pelas variáveis
atmosféricas. Porém, quando o solo começa a secar o fluxo de transpiração começa
a diminuir. As próprias plantas apresentam certo controle ativo sobre a transpiração
ao fechar ou abrir os estômatos, que são as aberturas na superfície das folhas por
onde ocorre a passagem do vapor para a atmosfera.
O método que tem maior aceitação é o que emprega o Fitômetro fechado.
Esse aparelho consiste em um recipiente estanque contendo terra para alimentar a
planta. A tampa do fitômetro evita a entrada de água da chuva e a evaporação da
água existente no solo, permitindo apenas a perda pela transpiração do vegetal.
Na experiência está prevista a adição de quantidades de água conhecidas. As
perdas por transpiração, para um determinado período de tempo, determinam-se
pela diferença entre o peso inicial do conjunto mais o da água adicionada e o peso
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final. Esse método, obviamente, só pode ser realizado no caso de plantas de


pequeno porte.

4. MEDIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO

A medição da evapotranspiração é considerada mais complicada do que a da


evaporação. Seu principal método de medição é com o uso do Lisímetro. Ainda,
para determinação da evapotranspiração para longos prazos utiliza-se o balanço
hídrico.
Os lisímetros são depósitos ou tanques enterrados, abertos na parte superior,
os quais são preenchidos com o solo e a vegetação característicos dos quais se
deseja medir a evapotranspiração. O solo recebe a precipitação e é drenado para o
fundo do aparelho, onde a água é coletada e medida. O depósito é pesado
diariamente, para determinação da variação do volume de água, e o volume
escoado no fundo do tanque que saem por orifícios é igual ao escoamento
subterrâneo. A precipitação e o escoamento superficial são medidos no local onde é
instalado o lisímetro. A evapotranspiração é calculada por balanço hídrico entre dois
dias subsequentes de acordo com a equação:
E = P - Qs - Qb – ΔV
onde:
ΔV é a variação de volume de água (medida pelo peso);
P é a chuva (medida num pluviômetro);
E é a evapotranspiração;
Qs é o escoamento superficial (medido;
‫‏‬ Qb é o escoamento subterrâneo (medido no fundo do tanque).

A estimativa da evapotranspiração potencial mensal pode ser então


determinada com algumas equações de métodos variados, como por exemplo, o
Método de Hargreaves, dado por:
ETP = F x 0,158 x (100 - U) x ½ x (32 + 1,8T)
onde:
F é um fator mensal que depende da latitude (tabelado);
U é a umidade relativa média mensal (%);
T é temperatura média mensal (°C).
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Ainda, há o Método de Blaney e Criddle, que utiliza a temperatura média


mensal e um fator ligado ao comprimento do dia.
E = (t – 0,5T)p x K
onde:
E é a evapotranspiração potencial mensal (mm);
t é a temperatura média mensal (°C);
T é temperatura média anual (°C);
P é a porcentagem de horas diurnas do mês sobre o total de horas diurnas do
ano;
K é coeficiente empírico mensal (tabelado).

5. CONCLUSÃO

Por constituírem as etapas conclusivas do ciclo hidrológico, o estudo dos


processos de evaporação, transpiração e evapotranspiração, bem como a realização
de suas medições, acabam por ser de extrema relevância no entendimento da
hidrologia e para servir de base nos projetos que tenham o elemento “água” como
componente fundamental.
Quanto aos cálculos dos valores que serão utilizados em tais estudos, pode-
se contar com sólido embasamento teórico, no que diz respeito a formulações e
equações matemáticas que, ligado à coleta de dados coletados no decorrer do
tempo, proporcionam um estudo bastante eficiente e útil na elaboração de projetos
de engenharia.

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