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Profª.

Ana Lúcia de Lima


Departamento de Química Analítica

Rio de Janeiro, 19 de abril de 2023.


ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

DIAGRAMA DE BLOCOS PARA OS COMPONENTES DE UM


ESPECTROFOTÔMETRO

Fonte de
Monocromador Amostra Detector
radiação

Amplificador
Sistema fechado para evitar interferência da luz ambiente

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

FONTE DE RADIAÇÃO

Emitir radiação com intensidade suficiente na região


desejada, de modo reprodutível e de fácil controle.
Lâmpadas de deutério e hidrogênio: um espectro
contínuo na região do ultravioleta é produzido pela
excitação de deutério ou hidrogênio a baixa pressão.
Tempo de vida: 1.000 h

Lâmpadas de filamento de tungstênio: A mais comum


fonte de radiação na região do visível.
Tempo de vida: 10.000 h
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FONTE DE RADIAÇÃO

Lâmpada de Tungstênio

Lâmpada de deutério

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

FONTE DE RADIAÇÃO

❖Produz radiação intensa


pela passagem de corrente
em uma atmosfera de
xenônio.

❖ O espectro é contínuo na
faixa entre 200 e 1000 nm.
LÂMPADA DE ARCO DE XENÔNIO

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
SELETOR DE COMPRIMENTO DE ONDA

São dispositivos essenciais dos espectrofotômetros e tem


como função a seleção do comprimento de onda de
interesse para a análise.

❖Filtros => selecionam uma banda estreita de


comprimento de onda desejado (fotômetro)
❖Monocromadores => permitem fazer uma varredura
espectral da amostra (espectrofotômetro)
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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

SELETOR DE COMPRIMENTO DE ONDA

FILTROS DE ABSORÇÃO:
❖Isolam bandas com no mín. 50 nm de largura;
❖Usados na região do visível;
❖ Baixo custo;

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
SELETOR DE COMPRIMENTO DE ONDA

FILTROS DE INTERFERÊNCIA:
❖Disponíveis para as regiões UV e VIS do espectro;
❖ Utilizam a interferência óptica para fornecer bandas estreitas
de radiação;
❖Isolam bandas com até 10 nm de largura;
❖São mais eficientes que os outros filtros.

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
SELETOR DE COMPRIMENTO DE ONDA

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
SELETOR DE COMPRIMENTO DE ONDA

MONOCROMADOR

Instrumento óptico de construção muito robusta, destinado


a selecionar apenas um comprimento de onda.

Um monocromador consiste de:


❖Lentes e espelhos: focalizar a radiação;
❖Fendas de entrada e saída: restringir radiações
desnecessárias;
❖Elementos de resolução: separar o comprimento de onda
de interesse (prismas ou redes de difração).
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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

MONOCROMADOR PRISMÁTICO

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
MONOCROMADOR PRISMÁTICO

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

REDE DE DIFRAÇÃO

❖https://www.youtube.com/watch?v=pxC6F7bK8CU
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EFEITO DA LARGURA DA FENDA NA RESOLUÇÃO DO ESPECTRO

❖Espectros de absorção do UV de
(1) amostras de benzeno.
❖(1) fenda: 1 nm
❖(2) fenda: 2 nm
❖(3) fenda: 4 nm

(2)
❖Quanto mais estreita a fenda, melhor a
resolução do espectro.

(3)

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
CUBETA
Material Transparência Aplicabilidade

Quartzo 150 – 3000 nm UV, Visível


Vidro 375 – 2000 nm Visível
Plástico 380 – 800 nm Visível

Cubeta de quartzo Cubeta de vidro Cubeta de plástico


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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
CUBETA

Cubeta padrão de
fundo reto com tampa Cubeta de fluxo com
de Teflon tubos de entrada e saída

Cubeta de absorção
retangular

Microcubeta baixa com


tampa de Teflon
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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
DETECTORES
Convertem a energia radiante em sinal elétrico.

Requisitos (ideal):
❖Alta sensibilidade;
❖Alta relação sinal/ruído;
❖Resposta constante e instantânea;
❖Sinal zero na ausência de luz;
❖ Sinal elétrico proporcional à intensidade de radiação que
sobre ele incide.
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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

DETECTORES

❖Detectores modernos usam sensíveis transdutores para


converter sinais baseados em fótons em sinais elétricos,
sendo os mais comuns os fototubos e os
fotomultiplicadores.

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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

DETECTORES

Fototubos
Tubos fotomultiplicadores
ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO
DETECTORES

Permite que compostos


sejam detectados mesmo
quando o fluxo incidente de
luz é baixo.
Fotomultiplicadores
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❖1: painel
❖2: compartimento para até 4 amostras
❖3: controlador de comprimento de onda
❖ 4: mostrador de comprimento de onda
❖5: seletor manual de amostras

❖https://www.youtube.com/watch?v=2Auy_V448gA
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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: INSTRUMENTAÇÃO

❖ A Análise por Injeção em Fluxo (FIA) envolve a injeção


rápida da amostra em um fluxo contínuo de uma solução de
transporte (carreadora).
❖Os fluxos dos reagentes e da solução de transporte são
combinados nos pontos de confluência antes do sistema de
detecção.

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Análise por Injeção em Fluxo (FIA)

❖ Mínima manipulação de amostras e reagents;


❖ Exige pequeno consumo de amostras, padrões e reagents;
❖ Grande velocidade de análise;
❖ Elevada sensibilidade, exatidão e precisão.
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ESPECTROFOTOMETRIA NO UV-VIS: APLICAÇÕES

❖A técnica de espectrofotometria de absorção na região


UV-Vis pode ser aplicada a vários tipos de amostras, tais
como:
❖Ambiental (solos, águas, plantas, sedimentos),
❖Biológica (urina, cabelo, outros fluidos),
❖Industrial (fertilizantes, lubrificantes, minérios, fármacos),
❖Alimentos

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❖APLICAÇÕES EM ANÁLISE AMBIENTAL

❖QUALIDADE DAS ÁGUAS

Ni2+ CN-
Cr2O7 2- Mn2+ Zn2+
Pb2+

NO3 - Al3+
Cl- Fe2+ F-
NH4+

surfatantes Fe3+
SO4 2- NO2- PO4 3-
❖Fe2+ não absorve radiação na faixa do UV-Vis, portanto, é
necessária uma etapa de conversão em espécie absorvente
para que o elemento absorva radiação nesta faixa
espectral.
❖O Fe2+ ao reagir com a ortofenantrolina forma um
complexo colorido com máxima absorção em 510 nm.

Complexo formado entre o Fe2+ e a ortofenantrolina.


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❖QUANTIFICAÇÃO DE FERRO NAS AMOSTRAS DE ÁGUAS
RESIDUAIS E ÁGUA DO MAR SEGUNDO A AGÊNCIA DE
PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS ESTADOS UNIDOS (USEPA)

1ª etapa • Preparo de soluções padrões

2ª etapa • Preparo da amostra

3ª etapa • Medição espectrofotométrica

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❖1ª ETAPA: PREPARO DE SOLUÇÕES PADRÕES

❖Preparar balões volumétricos acrescentando


diferentes volumes da solução padrão de Fe(II);
❖ Acrescentar os demais reagentes necessários para a
reação colorimétrica do Fe(II) com o ligante.
0,0 mg/L 0,1 mg/L 0,3 mg/L 0,5 mg/L 0,7 mg/L 0,9 mg/L

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1ª ETAPA: PREPARO DE SOLUÇÕES PADRÕES
REAÇÃO COLORIMÉTRICA

❖Adição à solução contendo Fe (II):


✓Solução de cloridrato de hidroxilamina
✓Solução de orto-fenantrolina
✓Solução de acetato de sódio
❖Esperar o desenvolvimento da cor do complexo.
0,0 mg/L 0,1 mg/L 0,3 mg/L 0,5 mg/L 0,7 mg/L 0,9 mg/L
❖1ª ETAPA: PREPARO DE SOLUÇÕES PADRÕES

❖Agitar e completar o volume do balão com água destilada;


❖Solução em branco: contém todos os reagentes, com
igual diluição, exceto a solução de Fe (II).

branco 0,1 mg/L 0,3 mg/L 0,5 mg/L 0,7 mg/L 0,9 mg/L

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❖2ª ETAPA: PREPARO DA AMOSTRA
❖Preparar 1 balão volumétrico acrescentando uma alíquota
da amostra de água;
❖ Acrescentar os demais reagentes necessários para a reação
colorimétrica do ferro como realizado para preparar a curva
analítica;
❖Agitar e completar o volume do balão com água destilada;

Análise em triplicata

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❖3ª ETAPA: MEDIÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA

❖Ligar o espectrofotômetro e aguardar.

❖Colocar uma cubeta contendo a solução padrão no


suporte de cubetas e realizar a varredura espectral com
a amostra padrão de maior concentração.

❖Ao término é obtido o espectro do complexo, a partir


deste encontra-se o λmáx, este comprimento de onda é
fixado no aparelho para construção da curva analítica.
❖3ª ETAPA: MEDIÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA

lmáx

Espectro de absorção do complexo Ferro-orto-fenantrolina.


❖Realizar a leitura das soluções padrões no λmáx obtendo
suas correspondentes absorbâncias.

❖Com a curva analítica pronta, é possível realizar a


determinação do teor de ferro nas amostras de
monoetanolamina.
❖3ª ETAPA: MEDIÇÃO ESPECTROFOTOMÉTRICA
A

1) Cálculo de e
2) Cálculo da concentração de
ferro a partir da A lida no
equipamento

Y = ax + b
0 0,1 0,3 0,5 0,7 0,9 A = ebc
Concentração de Fe (mg/L)

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❖QUANTIFICAÇÃO DE FERRO TOTAL EM AMOSTRAS DE MEA

MEA RICA e MEA POBRE

❖Pré-tratamento com ácidos.


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Considerações
❖O solvente na maioria das vezes é água, porém, quando
tratar-se de amostras apolares que precisam ser diluídas
em solvente orgânico nunca utilize alcenos, alcinos, cetonas
ou qualquer outro que tenha ligações C=C ou C=O ou
triplas;
❖Evitar erros de leitura e certificar-se de que o equipamento
esteja fechado pois a luz do ambiente pode interferir no
resultado;
❖Não toque na cubeta com as mãos sem luvas, a mão contém
gorduras que interferem na leitura;
❖Utilizar a mesma cubeta durante a construção da curva
analítica para não ter alterações no caminho óptico.
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01) (Perito Criminal) A mistura de dois compostos, A e B,
gera um espectro UV-Vis com duas bandas bem resolvidas
em 550 nm e 396 nm, com absorbâncias iguais a 0,200 e
0,100, respectivamente. A tabela mostra os dados
espectroscópicos para esses dois compostos, nos diferentes
comprimentos de onda. Com base nessas informações e
considerando-se que essa análise foi feita em uma cubeta
com caminho óptico igual 1 cm, é correto afirmar que as
concentrações dos compostos A e B nessa mistura são iguais
a:

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