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Universidade Estadual de Maringá

Centro de tecnologia
Departamento de engenharia civil
Laboratório de materiais de construção 2 – 9619

Relatório sobre o ensaio do coeficiente de inchamento do agregado


miúdo (areia).

Acadêmicos: Kauê Kazuo Kubo Ra:129544


Matheus Stahlschmidt Ra:130165
Turma: 3 Professora: DRa. Silvia Altoé

Maringá, 2024
1. INTRODUÇÃO

A determinação do coeficiente de inchamento do agregado miúdo é de extrema


importância na dosagem do concreto, principalmente quanto ao dimensionamento por
volume, isso porque a determinados valores de umidade, a areia apresenta uma repulsão
hidrostática provocado pela água adsorvida que aumenta o volume da areia. O
conhecimento sobre a relação do teor de umidade e seu inchamento correspondente
permite a correção do volume correto da areia na dosagem, além de descontar a água
presente na areia, que diminuiria a resistência característica do concreto. Visualizando a
relevância desse aspecto, em 31 de janeiro de 2024, foi realizada uma prática ministrada
pela professora doutora Silvia Altoé com o objetivo de aprender as normativas corretas
para a determinação do coeficiente de inchamento da areia, tais metodologias foram
amparadas pela norma NBR 6467:2006.
2. METODOLOGIA
A norma NBR 6467:2006 estabelece a validade deste ensaio para agregados
naturais, podendo haver dificuldades nessa metodologia para materiais de outra origem.
Os materiais necessários para a realização desse ensaio são: duas balanças com
resolução de 0,01g e 1g, recipiente com massa e volume conhecidos, pá ou concha,
régua rígida com comprimento suficiente para rasar o recipiente utilizado, estufa capaz
de manter a temperatura no intervalo de 105±5 °C, 20 capsulas e uma proveta graduada.
Inicia-se o experimento pesando cada capsula e identificando-as corretamente, a
fim de que o ensaio não seja comprometido. Em seguida, se preenche o recipiente (com
volume e massa conhecidos) de areia, tendo sua superfície rasada com a régua, após tal
procedimento se pesa o recipiente com agregado, o processo iterativo se repete com um
incremento de água que aumentará a umidade consequentemente, é necessário realizar
uma mistura do agregado com a adição de forma que ele fique homogêneo, pesando o
conjunto e separando uma certa quantidade para cada par de capsulas que serão levadas
para a estufa por 24 horas. Os incrementos realizados sucessivamente resultaram nas
seguintes porcentagens de umidade de água: 0,5;1,0;2,0;3,0;4,0;5,0;7,0,9,0%
Com as massas da capsula sem quaisquer quantidades de água, possuímos as
informações necessárias para calcular o teor de umidade, com a seguinte expressão:
(mi−mf )
h= ∗100
(mf −mc)
Equação 1.1 – Fórmula para obtenção do teor de umidade.
H = teor de umidade presente, em porcentagem.
Mi = massa inicial da capsula com o material ensaiado, em gramas.
Mf = massa após a secagem, com a capsula e material ensaiado, em gramas.
Mc = massa da capsula, em gramas.
Feito isso, se possui as informações necessárias para o cálculo do coeficiente de
inchamento da areia, através da seguinte expressão:
Vh γs 100+ h
= ∗( )
Vs γh 100
Equação 1.2 – Fórmula para obtenção do coeficiente de inchamento.
Vh/Vs = coeficiente de inchamento, expresso em porcentagem
γs = massa unitária do agregado seco em estufa.
γh = massa unitária do agregado com certo teor de umidade.
H = teor de umidade.

A determinação da massa unitária é calculada através da seguinte equação:


mar−mr
γ=
V
Equação 1.3 – Fórmula para obtenção da massa unitária.
γ = Massa unitária do agregado.
Mar = Massa do recipiente + massa do agregado em quilos.
Mr = Massa do recipiente em quilos.
V = Volume do recipiente em decímetros cúbicos.
A elaboração do gráfico do coeficiente de inchamento em função do teor de
umidade nos dá a curva de inchamento. Com os dados inseridos do gráfico, se obtém o
coeficiente máximo de inchamento (A) através da reta tangente a curva de inchamento e
paralela ao eixo das umidades, em seguida, liga-se uma corda (reta) que liga a origem
do sistema cartesiano ao ponto de tangencia marcado anteriormente (S), em seguida
traçar uma reta tangente a curva e paralela a corda (T), esta rebatida sobre a curva (U)
fornece o coeficiente de inchamento crítico e a umidade crítica. O valor do coeficiente
de inchamento médio (B) é obtido pela média aritmética, ou gráfica entre o coeficiente
de inchamento máximo e o coeficiente de inchamento crítico. Segue em anexo a
imagem correspondente aos procedimentos realizados na curva de inchamento.

Imagem 1.1 -
Cabe salientar que a ABNT NBR 6467: estabelece a umidade crítica como o teor
de umidade acima do qual o inchamento da areia é praticamente constante.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES:
Se identificou problemas nas balanças utilizadas no experimento, isso implicou
no fato de que a pesagem da massa da amostra seca resultou em valores superiores a
massa da areia úmida, problema identificado pela professora doutora Silvia Altoé, além
de que tal consequência é fisicamente impossível. A pesagem e informações das 20
capsulas acabam sendo descartadas devido a tal problemática.
Uma condição para contornar tal problemática e conseguir obter a curva de
inchamento é utilizar-se dos teores de umidade previstos teoricamente, como valores
reais, não utilizando a equação 1.1 descrita pela norma. Em um ensaio com um cunho
de real uso, tais medidas adotadas não poderiam ser realizadas, mas sim a realização de
um novo ensaio para tal problemática, entretanto, o principal objetivo dessa prática para
nosso caso é o conhecimento metodológico e sua utilização na construção civil.
O recipiente utilizado para o ensaio possui as seguintes características:
- Massa = 3,18 Kg
- Volume = 2,9878 Dm³
- Formato cilíndrico.
Os valores obtidos durante a realização do procedimento estão anexados na
tabela abaixo:
Quantidade Teor de Teor de Ensaios Massa Coeficiente
de água umidade da umidade da massa unitária de
adicionada areia da areia unitária (r) inchamento
por ponto Incrementos prevista Massa do (kg/DM3) da areia
(ml) de umidade cilindro + (CI)
(h) (%) areia (Vh/Vo)
(Kg)
0 0,0 0,0 7,74 1,526 0
22,8 0,5 0,5 7,22 1,352 1,133
22,8 0,5 1,0 6,92 1,251 1,231
45,6 1,0 2,0 6,76 1,198 1,298
45,6 1,0 3,0 6,68 1,171 1,342
45,6 1,0 4,0 6,68 1,171 1,355
45,6 1,0 5,0 6,72 1,184 1,352
91,2 2,0 7,0 6,76 0,997 1,637
91,2 2,0 9,0 6,86 1,231 1,350
136,8 3,0 12,0 6,90 1,245 1,372
Tabela 1.1 – Valores obtidos via experimental.
Temos que a massa unitária da tabela é obtida via equação 1.3, enquanto o
coeficiente de inchamento do agregado é obtido via 1.2.
Desenvolvendo o gráfico do coeficiente de inchamento da areia (Vh/Vo) em
função da umidade se obtém a curva de inchamento.
Teor de umidade previsto, admitido como Coeficiente de inchamento (CI)
real. (h) (%)
0,0 0
0,5 1,133
1,0 1,231
2,0 1,298
3,0 1,342
4,0 1,355
5,0 1,352
7,0 1,637
9,0 1,350
12,0 1,372
Tabela 2.1 – Valores do coeficiente de inchamento obtidos correspondentes aos
respectivos valores de umidade.

Imagem 1.1 – Curva de inchamento, dada pela curva de inchamento em função do teor
de umidade.
Graficamente, se obteve o valor para a umidade crítica com módulo igual a 2,2%
do teor de umidade, e coeficiente de inchamento médio de 1,49. Tais valores podem
destoar dos reais valores pela adoção da umidade prevista no lugar da real, o que pode
ser visto graficamente também, em geral, a curva se dá de forma parabólica, o que não
condiz com o gráfico obtido.
Outro ponto observado que pode alterar e muito a curva de inchamento para o
agregado miúdo é o controle devido da areia em condição seca, na nossa realização de
ensaio, seguimos a prática com a areia disponibilizada, sem as devidas certificações e
passagem pela estufa.
4. CONCLUSÃO.
Conclui-se que mesmo com o devido problema com as balanças, pode-se
compreender o correto manejo para o ensaio da curva de inchamento da areia, mesmo
tendo em vista que a curva de inchamento não se deu da devida maneira com o real
comportamento da areia com a umidade. Seu domínio é de tamanha importância para
produzir um concreto com ótima qualidade e resistência.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NBR 6467:2006
Conteúdos da matéria de ciência e tecnologia dos materiais do professor José Aparecido
Canova.
Conteúdos de materiais de construção da professora Silvia Altoé.

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