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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

AMANDA DE MACEDO COSTA

Turma B

RELATÓRIO DA PRÁTICA DE LABORATÓRIO 06


Dosagem de Concreto

Brasília
Setembro, 2022
AMANDA DE MACEDO COSTA

RELATÓRIO DE PRÁTICA DE LABORATÓRIO 06


Dosagem de Concreto

Relatório técnico apresentado para critério de avaliação


da disciplina Materiais de Construção Experimental do
Curso Arquitetura e Urbanismo da Universidade de
Brasília.

Profª Drª Valdirene Maria Silva Capuzzo

Brasília
Setembro, 2022
RESUMO

Esse relatório apresenta o estudo de corpos-de-prova de concreto, conforme


as normas técnicas NBR 5738:1994, NBR 5739:2007, NBR NM 67:1998 e NBR
8953:1992, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Ele tem como objetivo
relatar como foi realizada a dosagem para o traço médio, para o traço pobre e para o
traço rico, a fim de obtermos um gráfico de dosagem para aquele concreto
específico ao final do experimento.
Primeiramente, é feita uma breve introdução sobre o material em estudo. Em
seguida, apresentam-se os objetivos das práticas realizadas, como elas foram
realizadas, seus resultados e sua análise. Para finalizar, uma conclusão é feita com
base nos resultados, onde o gráfico de dosagem é montado e os traços são
analisados segundo as referidas normas.

Palavras-chave: Concreto. Dosagem. Traço. NBR 5738:1994. NBR 5739:2007. NBR


NM 67:1998. NBR 8953:1992.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................
4 2.
DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................ 5
2.1 Objetivo ........................................................................................................................... 5
2.2 Aparelhagem e instrumentação .......................................................................................
5
2.3 Procedimentos experimentais ..........................................................................................
5
2.4 Resultados .......................................................................................................................
7
3. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................
11
REFERÊNCIAS ................................................................................................................
12
4

1 INTRODUÇÃO

Podemos realizar a dosagem do concreto de duas maneiras: uma empírica e


uma racional. A primeira é baseada na experiência acumulada em obras anteriores
e, como só é válida para concretos da classe C10, é utilizada apenas em obras de
médio ou pequeno porte. Nessa dosagem, estabelecemos o traço de concreto
empiricamente com um consumo mínimo de cimento igual a 300 kg/m3.
Já a dosagem racional, ou dosagem experimental, é determinada em
laboratório, e leva em conta a umidade dos agregados (absorção e inchamento),
quantidade de cimento e quantidade de água exata. Esse estudo tem que ser
realizado em condições próximas àquelas da obra e com os mesmos materiais que
serão utilizados na mesma.
O estudo de dosagem tem como um objetivo final um concreto que tenha a
capacidade de ser lançado, adensado e acabado de maneira adequada no interior
do elemento estrutural. Para isso, um levantamento prévio da situação em que o
concreto será submetido deve ser realizado, onde devemos considerar as seguintes
informações: o abatimento do tronco de cone, dimensão máxima do agregado
agraúdo que será utilizado e relação água/cimento.
5

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 OBJETIVO

O objetivo da atividade é produzir e romper 6 corpos de prova de concreto a


fim de verificar sua consistência e resistência de acordo com o traço calculado e
experimentado. Foram realizados ensaios de abatimento do tronco de cone e de
determinação da massa específica com o objetivo de determinar as características
do concreto no estado fresco, e os ensaios de resistência à compressão e à tração
por compressão diametral a fim de determinar características do concreto
endurecido.

2.2 APARELHAGEM E INSTRUMENTAÇÃO

Para ser realizada essa inspeção, foram utilizados:


a. Água;
b. Areia natural de leito de rio;
c. Brita de Dmáx 19 mm;
d. Betoneira de eixo vertical;
e. Balança com precisão de 0,01% da massa;
f. Bases de Neoprene;
g. Cimento CP II;
h. Câmara úmida a 100% de umidade;
i. Forma metálica;
j. Haste metálica;
k. Pano úmido;
l. Paquímetro;
m. Prensa manual de compressão de 200 ton;
n. Placas de vidro;
o. Ripas de madeira;
p. Recipiente metálico de 14,14 L;
q. Trena;
r. Vibrador metálico;
s. Máquina retífica;
t. Moldes cilíndricos (6 unidades);
u. Ripas de madeira.

2.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

O primeiro passo do experimento foi o processo de produção da amostra de


concreto, para isso, foram inicialmente pesado 7 kg de água em um recipiente para
ser utilizada durante a mistura do traço. Foram então colocados 26 kg de brita de
dimensão máxima 19 mm dentro da betoneira de eixo vertical e acrescentados
cimento e um pouco de água e acionada a betoneira. Depois de misturar
primeiramente, foi acrescentada a areia e acionada novamente a betoneira. As
quantidades de cimento e areia inicialmente incorporados foram os necessários para
gerar um alfa (teor total de argamassa) de 48%, mostrado na tabela abaixo.
6

Tabela 1 – Relação do traço do concreto


alfa c a p Cimento Areia Acréscimo de Acréscimo de
(Kg) (Kg) cimento (Kg) areia (Kg)
48,0 1 1,88 3,12 8,33 15,66 0,0 0,0
51,0 1 2,06 2,94 8,84 18,21 0,51 2,55
54,0 1 2,24 2,76 9,42 21,10 0,57 2,88

Foi realizada então uma inspeção visual e passou-se a produzir um traço


com alfa 51%. Para isso, foram adicionadas as quantidades de cimento e areia
apresentadas na tabela 1, um pouco mais de água e seguiu-se para nova mistura.
Uma nova inspeção visual foi realizada, e, usou-se o mesmo processo para a
produção de um traço de alfa 54%. Uma nova mistura e um pouco mais de água e a
produção do concreto foi concluída. Com todos os valores das quantidades de
a
material consumidas, foi calculada a relação e foi estabelecido o traço que gerou o
c
concreto produzido.
Assim, as proporções de cimento (c ), areia (a ), pedra ( p) e as quantidades em
massa da tabela usados para definir-se o traço do concreto produzido foram obtidos
por meio das expressões a seguir para o valor de α . Foram também calculados a
relação água/material seco ( H ) e o consumo de cimento (C ), através da massa
específica ( γ ) obtida experimentalmente. Para o experimento, foi utilizado o traço
médio 1:5,0. Logo, A partir das equações, foram calculados os traços rico 1:3,5 e
pobre 1:6,5 para ser realizada então a contabilização gráfica de todos os traços do
concreto.

a/c γ
H= C=
1+m a
1+ a+ p+
c

1+ a a
α= m=a+ p brita=c . p areia=c . a água=c .
1+m c

A areia A
água do traço=água adicionada−M areia . −M pedra . pedra
100 100

Para o ensaio de abatimento do troco de cone, o molde foi inicialmente


lubrificado com pano úmido e o concreto foi adicionado em 3 camadas, sendo cada
uma adensada com 25 golpes com a haste metálica. Após se ter concluído a última
camada, o topo foi rasado e o molde foi levantado pelas hastes em um intervalo de 8
segundos, para que o concreto assente sobre a base. A consistência buscada para
a aprovação da amostra, ou seja, o slump do concreto, era de 120 mm, com uma
tolerância de ± 10 mm.
Para o próximo ensaio, 14,14 L de volume foi preenchido com a amostra
produzida de concreto em duas camadas, sendo cada uma adensada com o
vibrador metálico posicionado perpendicularmente. Após o total preenchimento e
adensamento, se obteve uma massa de 33,5 kg. O γ esp foi calculado através das
equações abaixo, na qual m é a massa, v é o volume, r é o raio da base e h a altura
do corpo de prova.
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m
V =π . r 2 .h γ esp =
V

Prosseguiu-se para a moldagem de seis corpos de prova de 10 x 20 cm, no


qual as formas foram lubrificadas com pano úmido e preenchidas de concreto. Dos
seis corpos de prova (CP), um deles não recebeu nenhum tipo de adensamento (CP
5), dois foram adensados com o vibrador metálico (CP 1 e 2) e três receberam
adensamento com 12 golpes de haste metálica em duas camadas (CP 3,4 e 6). Os
moldes foram levados à câmara úmida por 7 dias, sendo os corpos de prova
desenformados e destampados após um dia de sua confecção.
Passados os 7 dias de cura do concreto moldado foi realizado o ensaio de
resistência à compressão, no qual os corpos de prova foram levados para a retífica
para terem suas bases regularizadas. Então, mediu-se os corpos de prova com um
paquímetro e registrou-se suas dimensões para que fosse registrado para obter a
carga de ruptura ( F ). A tensão de ruptura (σ ), em MPa, foi calculada através da
equação abaixo:

F
σ=
A base

Por fim, foi realizado no CP 6 o ensaio de tração por compressão diametral.


Para esse ensaio, a amostra foi levada à prensa manual de compressão de 200
toneladas em posição horizontal, com seu eixo vertical perpendicular ao eixo da
máquina. Entre o corpo e a prensa foram posicionadas duas ripas de madeira de
baixa densidade alinhadas, para regularizar o local de aplicação da carga. Assim, foi
registrada a carga de ruptura ( F ). A tensão de ruptura à tração ( σ ) foi calculada a
partir da expressão abaixo, na qual d é o diâmetro e l a altura do corpo de prova:

2. F
σ=
π . d .l

2.4 RESULTADOS

Para o processo de determinação do traço ideal para slump de 120 ± 10 mm,


a primeira inspeção visual realizada pelos alunos constatou falta de coesão da
mistura, já que os agregados graúdos pareciam mal incorporados à massa. Na
segunda inspeção a coesão ainda estava insuficiente, na terceira estava melhor,
mas não ideal para um acabamento. Após a produção do traço com alfa 54% e o
acréscimo de água, o concreto foi aceito, com inspeção visualmente satisfatória.
Ao constatar um consumo de 5,86 kg do líquido para a produção do concreto
a
e pesando o recipiente com água obteve-se, assim, uma relação 0,62 de , de
c
acordo com as quantidades especificada na tabela 1. Foram utilizadas as
expressões apresentadas nos procedimentos experimentais para o cálculo do traço
1:5,0, dos consumos de material e de correção da água a ser adicionada, como
apresentado abaixo:
1 :2,24 :2,76 :0,62
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1+ a
0,54= → a=2,24 5=2,24+ p → p=2,76
1+5

26=c .2,76 → c=9,42 kg areia=9,42. 2,24 → areia=21,10 kg

a a
5,86=9,42 . → =0,62
c c
0,62 2358,6 kg
H= =0,103 → H=10,3 % C= =356,3
1+5 1+ 2,24+2,76+ 0,62 m³
1 0,5 a 5,78
água do traço=5,86−21,10. −26 . =5,78 → = =0,6 1
100 100 c 9,42

A partir da produção do traço 1:5,0 de alfa 54% foram calculados também os


traços rico 1:3,5 e pobre 1:6,5. Todos esses valores foram contabilizados no gráfico
apresentado logo após os cálculos.

traço rico→ 1 :1,43:2,07 :0,46


1+ a
0,54= → a=1,43 3,5=1,43+ p → p=2,07
1+ 3,5
a /c a
0,103= → =0,46 água=12,56 .0,46 → água=5,78
1+3,5 c
26=c .2,07 → c=12,56 kg areia=12,56 . 1,43 → areia=17,96 kg

2400 kg
C= =483,9
1+ 1,43+ 2,07+0,46 m³

σ médiaadotada =19,0 MPa

traço pobre → 1: 3,05 :3,45 : 0,77


1+ a
0,54= → a=3,056,5=3,05+ p → p=3,45
1+ 6,5
a /c a
0,103= → =0,77 água=7,54 . 0,77 → água=5,81
1+6,5 c
26=c .3,45 → c=7,54 kg areia=7,54 .3,05 → areia=22,99 kg

2400 kg
C= =290,2
1+ 3,05+ 3,45+0,77 m³

σ médiaadotada =10,3 MPa

Gráfico 1 – Valores característicos e traços do concreto


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No ensaio de abatimento do tronco de cone, obteve-se 110 mm na leitura na


trena, a altura abatida estava dentro da tolerância esperada para o slump
especificado. Já o ensaio de determinação do γ esp resultou em um valor de 2,3691
kg / L.
No ensaio de resistência à compressão, apresentou-se os resultados a partir
da na tabela 2 abaixo. Percebe-se que o CP 5 teve resistência bem inferior às
demais, e não se notou diferenças significativas entre os valores de resistência de
corpos adensados manual (CP 3 e 4) ou eletricamente (CP 1 e 2). A análise das
amostras após o rompimento mostrou que a ruptura se deu na zona de transição,
visto que o agregado graúdo ficou exposto, visualmente separado da argamassa.

Tabela 2 – Resultado do ensaio de rompimento à compressão


CP Idade Peso (g) d (mm) l (mm) F (N) σ (MPa) Tipo de
(dias) ruptura
1 7 3660 100,41 196,49 99300 12,5 C
2 7 3730 100,16 198,18 111200 14,1 C
3 7 3690 100,15 197,60 100500 12,8 D
4 7 3730 100,13 197,29 103500 13,1 C
5 7 3400 100 200 62900 8,0 -
Média 13,1

Por fim, os resultados do ensaio de tração por compressão diametral,


mostrados na tabela 3 a seguir e demonstrou a baixa resistência à tração do
concreto, cerca de 10% do valor de compressão.

Tabela 3 – Resultado ensaio de rompimento à tração


CP Idade (dias) Peso (g) d (mm) l (mm) F (N) σ (MPa)
6 7 3700 100 200 49200 1,6
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3 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
 
Os procedimentos realizados em sala mostram a necessidade da correta
produção do concreto no traço corretamente calculado para obtenção das
características de trabalhabilidade e resistência esperadas. Além disso, a qualidade
de cada uma das partes envolvidas na produção do material influencia na sua
qualidade final e devem ser averiguadas experimentalmente para uma maior
segurança na obra. O ensaio de resistência à compressão demonstrou a importância
de correto adensamento e do correto tempo de cura para que o material atinja o
valor de resistência seguro.
Com os pontos analisados, foi possível traçar os três diagramas desejados
para o gráfico. Por meio desses diagramas pode-se traçar qualquer concreto
desejado com abatimento de 10 ± 2 mm, desde que sejam usados os mesmos
materiais e que os procedimentos sejam realizados da mesma maneira.
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REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5738 - Concreto —


Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, 2015.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5739 - Concreto — Ensaio


de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR NM 67 - Concreto —


Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de
Janeiro, 1998.

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL e Princípios de Ciência e Engenharia de


Materiais, G.C. Isaia (ed) – São Paulo: IBRACON, 2010. (2v).

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