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Relatório 01 de Materiais de Construção 2

Determinação da consistência do concreto pelo abatimento do


tronco de cone
Aparecida de Goiânia
2019
Introdução

Em obras de construção civil os materiais utilizados para fazer o concreto


são água, areia, brita e cimento. O traço de concreto caracteriza a quantidade
de cada material que constitui a mistura. Os vários tipos de dosagem na
preparação do concreto permite definir a trabalhabilidade e consistência final
do concreto, isso porque a proporção muda conforme a finalidade de uso da
mistura: lajes, contrapisos, fundações e etc.

A norma da ABNT NBR NM 67 trata sobre a Determinação da


consistência do concreto pelo abatimento do tronco de cone (Slump Test) [1].
Assim, é possível controlar a uniformidade da mistura para cada dosagem
adicionada na betoneira. O ensaio consiste em usar um tronco de cone de
30 cm de altura (Figura 1) e adicionar o concreto em até três camadas (1/3 da
altura do cone) sendo executados 25 golpes com haste padrão para cada
camada adicionada. Após a retirada do tronco de cone mede-se o valor de
abatimento que indica o adensamento do concreto.

Figura 1 – Medida do abatimento.

Fonte: NBR NM 67.

A consistência define a trabalhabilidade do concreto quanto a mobilidade


da massa e a coesão entre os elementos. A Tabela 1 indica as correlações
entre o ensaio de abatimento e a trabalhabilidade [2].
Tabela 1- Relação entre trabalhabilidade e grandeza de abatimento .

Trabalhabilidade Abatimento [mm]


Abatimento zero 0
Muito baixa 5 a 10
Baixa 15 a 30
Média 15 a 75
Alta 80 a 155
Muito alta 160 ao desmoronamento

Fonte: Neville ,1997.

Objetivos

O ensaio tem por objetivo a realização do ensaio de abatimento de


tronco de cone para medir a consistência do concreto a partir de um traço
piloto.

Materiais / Métodos

Os materiais utilizados para a realização do ensaio Slump Test foram:


molde de um tronco de cone oco, haste de compactação tamanho padrão,
placa de base, betoneira, colher de pedreiro, balança e becker.
Os procedimentos para a realização do ensaio iniciou-se com a
determinação do traço piloto do concreto a partir de um traço inicial 1:5, sendo
m igual 5 (1:m), e das demais relações de traço c:a:b, onde c, a e b são as
proporções de cimento, areia e brita, respectivamente. Para 30 kg de brita e
teor de argamassa inicial de 40% calculou-se as demais relações conforme
mostra a Tabela 2.
Tabela 2 – Resultados da quantidade de areia e cimento.

α c a b Qa [kg] +a [kg] Qc [kg] +c [kg]


40 1 1,40 3,60 11,67 - 8,33 -
42 1 1,52 3,48 13,10 1,43 8,62 0,29
44 1 1,64 3,36 14,64 1,54 8,93 0,31
46 1 1,76 3,24 16,30 1,66 9,26 0,33
48 1 1,88 3,12 18,08 1,78 9,62 0,36
50 1 2,00 3,00 20,00 1,92 10,00 0,38
52 1 2,12 2,88 22,08 2,08 10,42 0,42
54 1 2,24 2,76 24,35 2,27 10,87 0,45
56 1 2,36 2,64 26,82 2,47 11,36 0,49
58 1 2,48 2,52 29,52 2,70 11,95 0,59
60 1 2,60 2,40 32,50 2,98 12,50 0,55
62 1 2,72 2,28 35,79 3,29 13,16 0,66
64 1 2,84 2,16 39,44 3,65 13,89 0,73
66 1 2,96 2,04 43,53 4,09 14,71 0,82
68 1 3,08 1,92 48,13 4,60 15,63 0,92
70 1 3,20 1,80 53,33 5,20 16,67 1,04

Com as quantidades definidas, cada material foram pesados e


reservados para serem misturados na betoneira em laboratório, conforme
mostra a Figura 2.

Figura 2 - Materiais reservados para início da mistura.


Após serem misturados na betoneira a água, brita, areia e o cimento,
realizou-se o teste da colher para analisar a superfície do concreto fresco e
verificar se a quantidade de água está correta. Após o teste, realizou-se o
Slump Test acrescentando-se a cada 10 cm (um terço da altura do cone) a
mistura de concreto seguido da execução de 25 golpes sobre a mistura. No
teste, deve-se manter o pés sobre as abas laterais do cone e após a adição da
última camada da mistura, faz-se a retirada do tronco e mede-se o abatimento
(Figura 3).

Figura 3 – Sequência do ensaio.

Resultados

Realizadas as adições de material conforme os traços da Tabela 2,


ficou definido o teor de argamassa de 66% para o traço do concreto. De modo
que os resultados conforme a proporção c:a:b resultaram em 1: 2,96: 2,04 para
o traço piloto.
A Tabela 3 apresenta os resultados da relação água/cimento (a/c) e da
consistência (X) para os traços rico e o pobre conforme o teor de argamassa
de 66%.
Tabela 3 – Resultados do Slump Test.
Traço m Slump [cm] c:a:b Vágua [L] a/c X (%)
Piloto 5 8 1:2,96:2,04 8,4 0,57 9,5
Rico 3,5 9,4 1:1,97:1,53 4,1 0,51 11,3
Pobre 6,5 - 1:3,95:2,55 8,3 0,71 9,5

A quantidade de materiais para o traço piloto foi de 14,71 kg de cimento


e 43,53 kg de areia, considerando o teor de argamassa 66%. No Slump Test
para o traço piloto obteve-se um abatimento de 8 cm e para o traço rico, 9,4
cm.

Conclusão

O ensaio de abatimento do tronco de cone permitiu a verificação da


influência das diversas dosagens na preparação do concreto, análise
importante para definição do ponto de trabalhabilidade do concreto adequado
para a execução de cada etapa da obra como pisos, lajes ou fundações.
Considerando os valores de abatimento obtidos no Slump Test, para o
traço piloto e o traço rico, os resultados apontaram uma baixa trabalhabilidade
do concreto produzido.

Referências

[1] NBR NM 67, Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do


tronco de cone - Rio de Janeiro, 1998.

[2] NEVILLE, A. M. Propriedades do Concreto / Tradução Salvador E.


Giammusso – São Paulo, Pini, 1997.

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