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Os movimentos dos átomos individuais são fortemente acoplados tal que cada átomo tende a se
mover em padrões organizados, chamados de modos normais. Três desses modos normais de
movimento são indicados esquematicamente na Figura 1.2. Na Figura 1.2a, os dois átomos leves
carregados permanecem imóveis enquanto os átomos leves descarregados vibram fora de fase aos
pares ao longo da direção tangencial. Na Figura 1.2b todos os átomos leves vibram em fase nas
direções radiais. Na Figura 1.2c, átomos leves vizinhos vibram fora de fase ao longo da direção
tangencial. Existem muitos outros modos normais de movimento simples, mas esses três modos
normais particulares são suficiente para nossa discussão.
são chamadas de frações de mols. A soma de todas as r frações molares vale um. A quantidade
r
V/ N j é chamado de volume molar.
j1
1.2-2 Misturam-se 20 cm 3 de cada uma das susbtâncias, álcool etílico (C 2 H 5 OH; densidade 0, 79 g/cm 3 ), álcool
1.2-3 A maioria dos elementos encontrados naturalmente são misturas de vários isótopos, e os pesos atômicos
dados nas tabelas químicas representam o peso atômico médio da mistura. Se a análise termodinâmica não se
aplica a problemas de separação isotópica, a mistura isotópica pode ser considerada com uma única substância e
o peso atômico médio pode ser usado para calcular o número de mol. Porém, se a separação isotópica for de
interesse, cada isótopo deve ser considerado como um constituinte independente e separado com seu próprio (e
único) peso atômico. A composição de ocorrência natural do lítio é de 7, 5% de átomos de Li 6 (massa atômica
6, 01697) e 92, 2% de átomos de Li 7 (massa atômica 7.01822). Determine os números de mols de cada um dos
isótopos numa amostra de massa igual a 1 kg. (Resp: NLi 6 10, 8).
1.2-4 Uma amostra de massa igual a 10 g tem composição molecular formada por 70% de H 2 , 20% de HD
(hidrogênio deuterídio) e 10% de D 2 . Que massa adicional de D 2 deve ser adicionada se a fração de mol de D 2 na
mistura final desejada é de 0, 2?
ou
1.7-2 Qual é o custo da energia necessária para elevar 1 t de material até o topo do edifício Empire State (1.250
ft de altura) se a energia for comprada da companhia elétrica a uma taxa de R$ 0, 25/kW-h?
1.7-3 Uma variação adiabática quase-estática no volume de um dado sistema, com o número de mols
constante, está relacionada com a variação na pressão, de acordo com a equação,
P constante V 5/3
Determine o trabalho quase-estático realizado sobre o sistema e o fluxo líquido de calor para o sistema em cada
um dos três processos indicados na figura. Cada processo inicia-se no estado A, com uma pressão de 32 atm e
volume de 1 l, e cada um deles termina no estado B, com uma pressão de 1 atm e volume de 8 l.
Processo a: O sistema é expandido do volume inicial para o volume final, absorvendo calor para
manter a pressão constante. O volume é então mantido constante e extrai-se calor do sistema para
reduzir a pressão para 1 atm. (Resp.: W 224 atm-litro, Q 188 atm-litro)
Processo b: O volume é aumentado e o sistema absorve calor para causar um decréscimo linear da
pressão em função do volume.
Processo c: Invertem-se os dois passos do processo a.
A
32
Pr
Processo b
oce
ss
Processo a
o
ad
i
P (atm)
ab
á
tic
o
P = constante ×V −5/ 3
Processo c
1
B
1 V (litros) 8
1.7-4 Uma pequena hélice é introduzida no sistema do problema 1.7-3. Suas pás podem girar a 240 rps
conectada a um motor externo. O torque viscoso sobre as pás é de 10 4 cm-dyn. Permitindo-se que o motor realize
trabalho sobre o sistema, enquanto o volume é mantido constante e o sistema é adiabaticamente isolado, a
pressão aumenta a uma taxa de
dP 2 T
dt 3V
onde T é o torque viscoso e é a velocidade angular da hélice. Usando o processo anterior e o processo de
expansão adiabática descrito no problema 1.7-3, determine a energia interna de qualquer estado de equilíbrio com
pressão P e volume V arbitrários. Escolha o estado A P 32 atm, V 1 litro como estado de referência. Quais
são os fluxos de calor em cada etapa separada do processo (a) no problema 1.7-3? Em cada etapa do processo
(c)?
1.7-5 Dois mols de um dado sistema de um único constituinte tem sua energia interna U dependente da pressão
e do volume de acordo com a expressão
U APV 2 , N 2
1.7-6 Admitindo que o sistema dos problemas 1.7-3 e 1.7-4 sejam sistemas de um único constituinte, mostre
que a completa dependência funcional de U com P, V e N é, de fato, independente de N.
1.7-7 Um dado sistema de um único constituinte de um mol, tem adiabatas da forma PV 5/3 constante. Ela é
ajustada com um agitador. Quando o agitador realiza uma quantidade de trabalho đW , a pressão aumenta dP (a
volume constante) através da expressão
đW 3 V V 5/3 dP
2
Encontre a energia interna em função de P, V e N.
1.7-8 Mostre que, se um sistema de um constituinte é tal que PV k é constante num processo adiabático (k é
uma constante positiva) a energia é
U 1 PV NfPV k /N k
k1
onde f é uma função arbitrária. (Dica: Mostre inicialmente que U 1 PV é constante em cada adiabata).
k1
retirando-se o recobrimento adiabático do pistão, tal que o calor possa fluir entre os dois sistemas, a
energia se redistribuirá entre eles. E, se ainda abrirmos orifícios no pistão, haverá uma redistribuição
de matéria (e também de energia) entre os dois sistemas. Logo, a remoção de um vínculo em cada
caso resulta no início de algum processo espontâneo, e, finalmente, quando os sistemas se ajustam
1
aos novos estados de equilíbrio, isto se dará para novos valores dos parâmetros U 1 , V 1 , N 1 , e
2
U 2 , V 2 , N 1 , O problema básico da termodinâmica é o cálculo dos valores de equilíbrio desses
parâmetros.
Antes de enunciarmos o postulado, que vai nos fornecer o meio para a solução deste problema,
vamos reformular o problema num forma um pouco mais geral sem referências a tais aparelhos
especiais como cilindros e pistões.
Dado dois ou mais sistemas simples, eles podem ser considerados como partes de um único sistema
composto. O sistema composto é fechado se for confinado por uma parede restritiva em relação à
S S a (1.4)
A entropia de cada subsistema é uma função dos parâmetros extensivos apenas daquela subsistema
S S U , V , N 1 , N 2 N r (1.5)
A propriedade monotônica postulada implica que a derivada parcial S/U V,N 1 ,,N r é uma quantidade
positiva,
S 0 (1.7)
U V,N 1 ,N r
À medida que a teoria for sendo desenvolvida nas seções subsequentes, veremos que o inverso desta
As Eqs. (1.8) e (1.9) são formas alternativas da relação fundamental, e cada uma contém toda a
informação termodinâmica sobre o sistema.
Devemos observar que a extensividade da entropia, permite-nos relacionar as propriedades de um
sistema de N mols com as correspondentes propriedades de um sistema de 1 mol. A equação
fundamental está sujeita à identidade
SU, V, N 1 , N 2 , N r NSU/N, V/N, N 1 /N, N 2 /N , N r /N (1.10)
na qual podemos tomar o fator de escala igual a 1/N 1/ N k . Para um sistema simples de um
k
único constituinte, em particular,
SU, V, N NSU/N, V/N, 1 (1.11)
(e) S R3 N 2 VU 2
1/5
; (f) S NR ln UV ;
v02 N 2 Rv 0
V2 UV
1/2 1/2
(g) S R NU 1/2 e 2N 2 v 20 ; (h) S R NU 1/2 e NRv 0 ;
S S
(i) U v0 S 2 e NR (j) U R NV 1 S e NR
R V v0 NR
1.9-2 Para cada uma das cinco equações fundamentais fisicamente aceitáveis no problema 1.9-1 encontre U
como função de S, V e N.
1.9-4 Considere que a parede interna entre os subsistemas A e B no problema 1.9-3 seja restritiva com relação
ao volume e ao número de mols, mas que seja não-restritiva com relação à energia; isto é, é uma parede rígida,
impermeável e diatérmica. Admita que o sistema A tenha um volume de 9 cm 3 e um número de mols igual a 3
mols. O sistema B tem volume de 4 cm 3 e o número de mols igual a 2 mols. A energia total no sistema composto é
de 20 cal. Faça um gráfico da energia U versus fração UA da energia no subsistema A. Quando o sistema
UA UB
atinge o equilíbrio, quais são as energias internas de cada um dos subsistemas individuais ?
As Condições de Equilíbrio
Thermodynamics - H.B. Callen (1960)
U US, V, N 1 , N 2 , , N r (2.1)
calculamos a primeira diferencial
r
dU U dS U dV U dN j (2.2)
S V,N 1 ,,N r V S,N 1 ,,N r
j1
N j S,V,,N r
As diversas derivadas parciais que aparecem na equação anterior ocorrem tão frequentemente que é
conveniente representá-las por símbolos especiais. Tais derivadas são chamadas de parâmetros
intensivos e, convencionalmente, utilizam-se a seguinte notação:
U T, temperatura (2.3)
S V,N 1 ,,N r
U P, pressão (2.4)
V S,N 1 ,,N r
Mais adiante mostraremos que a definição formal de temperatura está de acordo com nossa intuição,
baseada na noção fisiológica do “quente” e do “frio”. Com certeza relutaríamos em adotar uma
definição de temperatura que fosse contrária a essa noção fortemente arraigada, embora qualitativa.
Por enquanto, introduzimos apenas o conceito de temperatura pela definição formal (2.3).
Da mesma maneira, mais adiante veremos que a pressão, definida pela Eq. (2.4), concorda em todos
os aspectos com a pressão definida em mecânica. Com relação aos vários potenciais eletroquímicos,
não temos definições ou conceitos a priori e, portanto, estamos livres para adotar imediatamente a
definição dada na Eq. (2.5).
De passagem, observamos que o potencial eletroquímico é às vezes referido simplesmente como
potencial químico e usaremos alternadamente essas denominações. Porém, devemos também
observar que ocasionalmente, e particularmente na teoria dos sólidos, o potencial químico é definido
como menos a energia eletrostática molar.
Lembrando nossa definição de calor quase-estático, ou comparando a Eq. (2.7) com a Eq. (1.2),
identificamos TdS como o fluxo de calor quase-estático
đQ TdS (2.8)
Um fluxo de calor quase-estático para o interior de um sistema está associado com um aumento da
entropia deste sistema.
Os termos restantes na Eq. (2.6) representam um aumento da energia interna associado com o
acréscimo de matéria no sistema. Este tipo de fluxo de energia, embora significante, não é
frequentemente discutido fora da termodinâmica e, por isso, não tem uma denominação conhecida.
Chamaremos j dN j de trabalho químico quase-estático,
j
dW c j dN j (2.9)
j
Portanto,
dU đQ đW M đW c (2.10)
Tais relações, que expressam os parâmetros intensivos em termos dos parâmetros extensivos
independentes, são chamadas de equações de estado.
O conhecimento de uma única equação de estado não se constitui no conhecimento das propriedades
termodinâmicas de um sistema. Mais adiante, veremos que o conhecimento de todas as equações de
estado é equivalente ao conhecimento da equação fundamental e consequentemente é completo sob
o ponto de vista da termodinâmica.
O fato de que a equação fundamental de um sistema é uma função homogênea de primeira ordem
tem implicações diretas sobre a forma funcional das equações de estado. Segue-se imediatamente
que as equações de estado são funções homogêneas de ordem zero. Isto é, multiplicando-se cada um
dos parâmetros extensivos independentes por um escalar a função fica inalterada
TS, V, N 1 , , N r TS, V, N 1 , , N r (2.14)
Segue-se portanto que a temperatura de um sistema composto formado por dois subsistemas
idênticos é igual à temperatura de um deles. Obviamente, isto concorda com nosso conceito intuitivo
U T TS, X 1 , X 2 , , X t , (2.16)
S X 1 ,X 2 ,,X t
U P j P j S, X 1 , X 2 , , X t , j 1, 2, , t (2.17)
X j S,X k ...
Logo,
t
dU TdS P j dX j (2.18)
j1
O sinal negativo que aparece na Eq. (2.4) mas não na Eq. (2.17) precisa ser explicado. O formalismo
da termodinâmica é uniforme se a pressão negativa, P, for considerada um parâmetro intensivo,
análogo a T e 1 , 2 , , r . Em consequência disso, um dos parâmetros intensivos P j da Eq. (2.17) é
P.
Para um sistema simples de um único constituinte o diferencial da energia é usualmente escrito em
termos das quantidades molares e, por completeza, indicamos sucintamente esta forma. Em analogia
com as Eqs. (1.11)-(1.15), a equação fundamental por mol é
u us, v (2.19)
onde
s S/N, v V/N (2.20)
e
us, v 1 US, V, N (2.21)
N
du u ds u dv (2.22)
s v
Porém,
u u U T (2.23)
s v s V,N S V,N
e, similarmente,
u P (2.24)
v s
Logo,
du Tds Pdv (2.25)
2.2-4 Determine as três equações de estado para um sistema com equação fundamental
u s2 R v2.
R v 20
2.2-7 Indique esquematicamente a dependência da temperatura com o volume numa expansão adiabática
quase-estática dS 0 para o sistema do problema 2.2.-6.
2.2-8 Subsituindo as Eqs. (2.20) e (2.21) na Eq. (2.25), mostre que obtém-se a forma apropriada da Eq. (2.6).
F k S (2.28)
X k
Observando cuidadosamente quais as variáveis que são mantidas constantes nas diversas derivadas
parciais, e usando o cálculo das derivadas parciais, revisto no Apêndice A, podemos demonstrar que
Pk
F0 1 , Fk , k 1, 2, 3, . . . (2.29)
T T
Estas equações também podem ser obtidas, isolando dS na Eq. (2.18) e comparando o resultado com
a Eq. (2.27).
A despeito da relação entre F k e P k , existe, em princípio, uma diferença muito importante entre elas.
De fato, os P k são obtidos pela diferenciação de uma função das variáveis S, . . . , X j,... e são
consideradas como funções dessas variáveis, enquanto que F k são obtidos pela diferenciação de uma
função de U, . . . , X j , . . . e são consideradas como funções dessas variáveis. Isto é, num caso a entropia
é membro de um conjunto de parâmetros independentes, e no segundo caso a energia faz esse papel.
2.3-2 Mostre, através de um diagrama (em escala arbitrária), a dependência da temperatura com o volume para
pressão fixa para o sistema do problema 2.3-1. Desenhe essas “isóbaras” correspondentes a dois valores da
pressão, e indique qual isóbara corresponde à maior pressão.
2.3-3 Determine as três equações de estado na representação da entropia para um sistema com equação
fundamental
u s 2 e v /v 0 .
2 2
À medida que variamos U 1 e U 2 por transferência virtual de energia, a variação da entropia é
dS 1 1 dU 1 (2.36)
T 1 T 2
A condição de equilíbrio [Eq.(2.31)] requer que dS se anule para valores arbitrários de dU 1 , donde
1 1 (2.37)
T 1 T 2
Considera-se que o sistema esteja em equilíbrio com relação ao vínculo adiabático interno. Se agora o
vínculo adiabático interno for removido, o sistema deixa de estar em equilíbrio, e haverá fluxos de calor
através da parede, aumentando a entropia do sistema composto. Finalmente, o sistema atinge um
novo estado de equilíbrio, determinado pela condição de que os valores finais de T 1 e T 2 sejam
iguais e com o maior valor possível da entropia consistente com os demais vínculos. Vamos agora
comparar os estados inicial e final. Se S denota a diferença da entropia entre os estados final e inicial,
temos
S 0 (2.40)
S 1 1 U 1 (2.41)
T 1 T 2
onde T 1 e T 2 são os valores iniciais da temperatura. Pela condição de que T 1 T 2 , encontramos
agora que
U 1 0 (2.42)
Isto significa que o processo espontâneo que ocorreu foi um no qual o calor fluiu do subsistema 1 para
o subsistema 2. Concluimos, portanto, que o calor tem a tendência de fluir do sistema com maior valor
de T para o sistema com menor valor de T. Isto está novamente de acordo com nossa noção intuitiva
da temperatura. Devemos observar que estas conclusões não dependem de nossa hipótese de que
T 1 é aproximadamente igual a T 2 ; esta hipótese foi feita simplesmente com o propósito de se obter
a Eq. (2.41) matematicamente simples, que, não fosse isso, exigiria uma formulação em termos de
integrais.
Se avaliarmos nossa noção intuitiva de temperatura, baseada nas sensações fisiológicas de quente e
frio, perceberemos que ela se fundamenta em duas propriedades essenciais. Primeira, esperamos que
a temperatura seja um parâmetro intensivo, tendo o mesmo valor numa parte do sistema como no
sistema inteiro. Segunda, esperamos que o calor tenha a tendêndia para fluir de regiões de altas
A escala Fahrenheit absoluto é obtida atribuindo a temperatura de 9 273, 16 491, 688 o R ao referido
5
sistema gelo-vapor d’água. A unidade, denotada por o R, é chamada grau Fahrenheit absoluto, ou grau
Rankine. Temperaturas em Fahrenheit absoluto são simplesmente 9 vezes a correspondente
5
temperatura em Kelvin absoluto.
(...)
Embora se tenha definido a tempeatura formalmente em termos de uma derivada parcial da relação
fundamental, veremos de passagem o método convencional para introduzir o conceito de temperatura
da forma como foi desenvolvido por Kelvin e Caratheodory. Primeiro, define-se o fluxo de calor đQ de
A temperatura e a entropia são introduzidas pela análise da existência de fatores integrantes em tipos
particulares de equações diferenciais chamadas formas Pfaffianas.
2.6-2 A “constante de gás” R é uma constante cujo o valor é R 1, 986 cal/mol K ou R 1, 986 cal/mol o C.
Expresse R em unidades de J/mol o F.
2.6-4 Dois sistema com as equações de estado dadas no problema 2.6-3 são separados por uma parede
diatérmica. Os respectivos números de mols são N 1 2 e N 2 3. As temperaturas iniciais são T 1 250 K e
T 2 350 K. Quais são os valores de U 1 e U 2 depois que o equilíbrio foi estabelecido? Qual é a temperatura de
equilíbrio?
então
e
P 1 P 2 0 (2.52)
T 1 T 2
Embora essas duas equações sejam as condições de equilíbrio na forma correta, adequada à
representação da entropia, observa-se que elas implicam em condições físicas da igualdade tanto da
temperatura como da pressão:
T 1 T 2 (2.53)
A igualdade das temperaturas é justamente nosso resultado anterior para o equilíbrio com parede
diatérmica. A igualdade das pressões é a nova característica introduzida pelo fato de que a parede é
móvel. Obviamente, a igualdade das pressões é exatamente o resultado que esperaríamos com base
na mecânica, e este resultado reforça nossa escolha da função P como a pressão mecânica.
O leitor pode indagar por que consideramos o problema de uma parede diatérmica móvel, ao invés do
caso aparentemente mais simples de uma parede adiabática móvel. Infelizmente, este último é um
problema delicado que não tem uma solução física única. Como as dificuldades deste problema são
muito especializadas, não o consideramos aqui, mas faremos uma discussão no Apêndice C para o
leitor interessado.
donde se obtém
1 2
1 1 1 1 1
dS dU 1 2 dN 1 (2.58)
T 1 T 2 T 1 T
1
Como dS deve se anular para valores arbitrários de dU 1 e dN 1 , encontra-se as equações de
equilíbrio
1 1 (2.59)
T 1 T 2
e
1 2
1 1 1 2
2 (também 1 1 ) (2.60)
T 1 T
Então, assim como a temperatura pode ser vista como uma espécie de “potencial” para o fluxo de
calor, e a pressão pode ser vista como uma espécie de “potencial” para variações de volumes, assim o
potencial químico pode ser visto como uma espécie de “potencial” para o fluxo de matéria. A diferença
de potencial químico fornece uma “força generalizada” para o fluxo de matéria.
A direção do fluxo de matéria pode ser analisado pelo mesmo método usado na seção 2.6 para
analisar a direação do fluxo de calor. Se admitirmos que as temperaturas T 1 e T 2 são iguais, a Eq.
(2.58) torna-se
2 1
1 1 1
dS dN 1 (2.61)
T
1 2 1
Se 1 1 , dN 1 será negativo, uma vez que dS deve ser sempre positivo. Então, a matéria tende a
fluir de regiões de altos potenciais químicos para regiões de baixos potenciais químicos.
Nos próximos capítulos, veremos que o potencial químico fornece a força generalizada não apenas
para o fluxo de matéria de um lugar para o outro, mas também para suas mudanças de fase e para
N N N
N N1 N2
onde R 1, 986 cal/mol K e A é uma constante desconhecida. Um cilindro rígido fechado de volume total igual a 10
litros é dividido em duas câmaras de igual volume por uma membrana rígida diatérmica, permeável ao primeiro
componente, mas impermeável ao segundo. Numa das câmaras, coloca-se uma amostra do sistema com
1 1
parâmetros originais N 1 0, 5, N 2 0, 75, V 1 5 litros e T 1 300 K. Na segunda câmara coloca-se uma
2 2
amostra com parâmetros originais N 1 1, N 2 0, 5, V 2 5 litros e T 2 250 K. Depois que o equilíbrio é
1 2
estabelecido, quais são os valores de N 1 , N 1 , T, P 1 e P 2 ?
ou
U. . . , X k , . . . U. . . , X k , . . .
S X j US, X 1 , . . . X t (3.3)
S X j
Esta equação é válida para qualquer e em particular para 1, para a qual toma a forma
U S U X j U (3.4)
S X j
ou
t
U TS P j X j (3.5)
j1
A relação (3.5) ou (3.6) é a particularização, para a termodinâmica, do teorema de Euler sobre formas
homogêneas de primeira ordem. O desenvolvimento anterior apenas reproduz a derivação matemática
usual. Nos referiremos à Eq. (3.5) ou (3.6) como a relação de Euler.
Na representação da entropia, a relação de Euler toma a forma
t
S FjXj (3.7)
j0
ou
Então cada um dos t 1 parâmetros intensivos é uma função de t variávels. A eliminação dessas t
variáveis entre as t 1 equações nos fornece a relação desejada entre os parâmetros intensivos.
Para encontrarmos a relação funcional explícita que existe entre o conjunto de parâmetros intensivos,
devemos conhecer explicitamente a relação fundamental do sistema. Dada a relação fundamental, o
procedimento é óbvio e segue a sequência de passos indicados pelas Eqs. (3.9)–(3.11).
A forma diferencial da relação entre os parâmetros intensivos pode ser obtida diretamente da relação
de Euler e é conhecida como relação de Gibbs-Duhem. Tomando a diferencial da Eq. (3.5),
encontra-se
t t
dU TdS SdT P j dX j X j dP j (3.12)
j1 j1
A variação do potencial químico não é independente das variações da temperatura e pressão, mas a
variação de qualquer um pode ser calculada em termos das variações dos outros dois.
A relação de Gibbs-Duhem apresenta uma relação entre os parâmetros intensivos na forma
diferencial. A integração desta equação dá a relação na forma explícita, e este é um procedimento
alternativo para aquele apresentado nas Eqs. (3.9)–(3.11). Para integrar a relação de Gibbs-Duhem,
devemos conhecer as equações de estado que nos permitem escrever os X j ’s em termos dos P j ’s, ou
vice-versa.
O número de parâmetros intensivos que têm variações independentes é chamado de número de graus
de liberdade termodinâmicos de um determinado sistema. Um sistema simples de r constituintes tem
r 1 graus de liberdade termodinâmicos.
Na representação da entropia, a relação de Gibbs-Duhem novamente indica que a soma dos produtos
dos parâmetros extensivos pelas diferenciais dos parâmetros intensivos correspondentes se anula:
t
X j dF j 0 (3.17)
j0
ou
r
k
Ud 1 Vd P Nk d 0 (3.18)
T T T
k1
U US, V, N (3.19)
Se as três equações de estado forem conhecidas, podem ser substituídas na relação de Euler e,
assim, restabelecendo a equação fundamental. Então, juntas, as três equações de estado são
equivalentes à equação fundamental e contém toda a informação termodinâmica sobre um sistema.
Isoladamente, qualquer equação de estado contém menos informação termodinâmica do que a
equação fundamental.
Se duas equações de estado forem conhecidas, a relação de Gibbs-Duhem pode ser integrada para
obter a terceira. A equação de estado assim obtida terá uma constante de integração indeterminada.
Desta forma, duas equações de estado bastam para determinar a equação fundamental, a menos de
uma constante indeterminada.
Um procedimento alternativo para se obter a equação fundamental, quando só duas equações de
estado são conhecidas, consiste na integração direta da relação molar
Evidentemente, conhecendo-se T Ts, v e P Ps, v encontra-se numa equação diferencial nas três
variáveis u, s, e v, cuja integração nos fornece
u us, v (3.24)
que é uma equação fundamental. Novamente, é claro que temos uma constante de integração
indeterminada.
É sempre possível expressar a energia interna como uma função de outros parâmetros diferentes de
S, V, e N. Assim, poderíamos eliminar S de U US, V, N e T TS, V, N para obter uma equação na
forma U UT, V, N. Porém, queremos salientar que tal equação não é uma relação fundamental e,
portanto, não contém toda a informação termodinâmica possível sobre o sistema. De fato, lembrando
da definição de T como U/S, vemos que U UT, V, N é realmente uma equação diferencial parcial.
Mesmo se esta equação fosse integrável, isto daria uma equação fundamental com funções
indeterminadas. Assim, conhecendo-se a relação U US, V, N podemos encontrar a relação
U UT, V, N, mas, inversamente, conhecendo-se U UT, V, N não podemos encontrar
U US, V, N. A toda equação, está associado um valor-verdade e um conteúdo informativo. As
equações U US, V, N e U UT, V, N podem ser verdadeiras, mas só a primeira possui o melhor
conteúdo informativo.
PV NRT (3.25)
U 3 NRT (3.26)
2
P 3RN 3 R (3.28)
T 2 V 2 v
e teríamos a equação fundamental. Então, nosso problema essencial é encontrar a terceira equação
de estado. A relação entre os três parâmetros intensivos é dada pela equação de Gibbs-Duhem:
d ud 1 vd P
T T T
e a terceira equação de estado pode ser obtida pela integração desta equação. Calculando d1/t e
dP/T das Eqs. (3.27) e (3.28), encontra-se
d u 3 R2 du v R2 dv 3 R du R
v dv (3.31)
T 2 u v 2 u
donde
3 R ln uu0 R ln vv0 (3.33)
T T 0 2
Aqui u 0 e v 0 são os parâmetros de um estado de referência, e /T 0 aparece como uma constante de
integração indeterminada. Inserindo nossas três equações de estado na relação de Euler [Eq. (3.8)],
encontramos diretamente que
3/2 5/2
S N S 0 NR ln U V N (3.34)
N0 U0 V0 N0
onde
S0 5 N0R N0 (3.35)
2 T 0
ao invés de primeiro calcular a terceira equação de estado. A lógica essencial é a mesma daquela
empregada no método anterior. Neste caso, obteríamos diretamente das equações (3.36), (3.27) e
(3.28) que
ds 3 R du R
v dv (3.37)
2 u
de onde, através de integração direta,
s s 0 3 R ln uu0 R ln vv0 (3.38)
2
3.4-2 Dois mols de um gás monoatômico ideal estão a uma temperatura de 0°C e a uma pressão de 1 atm. O
gás é expandido adiabaticamente e quase-estaticamente até que sua temperatura caia a 50°C. Qual é pressão
final do gás? Quais eram seus volumes inicial e final?
3.4-3 Calculando a integral P dV, encontre o trabalho realizado pelo gás do problema 3.4-2. Calcule também as
energias inicial e final, e certifique-se de que a diferença destas energias é igual ao trabalho realizado.
3.4-4 Um tanque de gás He tem um volume de 1. 000 litros. O gás tem uma pressão de 1
2
atm e uma
temperatura de 20°C. Um segundo tanque de mesmo volume contém He a uma pressão de 1 atm e temperatura
de 80°C. Abre-se uma válvula conectando os dois tanques. Supondo que o gás seja um gás monoatômico ideal, e
ainda, que as paredes dos tanques sejam rígidas e adiabáticas, determine a temperatura e pressão finais do
sistema. (Sugestão: Observe que a energia interna total é constante). Resposta: Pressão final 0,75 atm.
3.4-5 Permitindo-se que um gás monoatômico ideal se expanda numa região de vácuo, aumentando seu
volume de V 0 para V 0 , e se as paredes são rígidas e adiabáticas, qual é a razão entre suas pressões inicial e
final? Qual é a razão entre suas temperaturas inicial e final? Qual é a diferença entre suas entropias inicial e final?
1v v 1 V (3.39)
T P V T P
T 1v v 1 V (3.40)
P T V P T
O calor específico a pressão constante é o fluxo de calor quase-estático, por mol, necessário para
produzir um aumento de uma unidade na temperatura de um sistema mantido à pressão constante.
O calor específico a volume constante é definido por
Q
c v T s T S 1 (3.42)
T v N T V N T V
O calor específico a volume constante é o fluxo de calor quase-estático, por mol, necessário para
produzir um aumento de uma unidade na temperatura de um sistema mantido à volume constante.
Duas outras derivadas parciais que não possuem a mesma utilidade prática das outras quatro já
listadas acima, mas que ilustram, convenientemente, a importância da estrutura formal que desejamos
demonstrar, são as seguintes: A quantidade T/V S representa o aumento da temperatura por
unidade de aumento do volume num processo adiabático quase-estático. E a quantidade P/S V ,
quando escrita na forma TP/Q V , está relacionada com a mudança na pressão necessária para
induzir um fluxo unitário de calor a volume e número de mols constantes.
A relação de Gibbs-Duhem expressa a existência de uma relação entre as derivadas primeiras da
equação fundamental. Da mesma forma, existem relações entre as segundas derivadas, e isto é a
questão da estrutura formal à qual nos referimos no parágrafo anterior. O exemplo mais simples de
uma relação entre as segundas derivadas é a identidade
T P (3.43)
V S,N S V,N
A prova desta identidade segue da observação de que, com base num teorema elementar do cálculo,
as duas derivadas segundas parciais mistas de U em relação a V e S são iguais:
2U 2U (3.44)
V S S V
e
2U U P (3.46)
S V S V S V,N
de onde se obtém imediatamente a identidade [Eq. (3.43)]. Por causa das interpretações físicas que
demos a cada uma das derivadas parciais, é claro que a Eq. (3.43) está sujeita à confirmação empírica
e constitui uma predição de um fato físico não trivial. Talvez seja a mais imediata conseqüência
fisicamente significativa de nossos postulados fundamentais.
A identidade que derivamos envolve apenas duas derivadas parciais. Porém, como veremos mais
adiante, em geral, existe pelo menos uma dessas identidades entre quatro derivadas quaisquer. A
identidade anterior, que envolveu apenas duas derivadas, é um caso especial, consistente mas não
obrigatória para o caso geral. Um exemplo menos especial, que apenas citamos antes de fornecer a
prova é
2
c P c v TV (3.47)
N T
Por conveniência e para referência futura, citamos três outras identidades particularmente úteis que
serão demonstradas no Capítulo 7. São elas
V T (3.48)
S P,N P S,N
S P (3.49)
V T,N T V,N
e
S V (3.50)
P T,N T V,N
Todas essas relações estão associadas com a igualdade das diversas derivadas segundas mistas da
equação fundamental, e a classe de tais identidades é conhecida como relações de Maxwell.
Examinaremos estas relações em detalhe no Capítulo 7. Na realidade, nosso propósito ao mencionar
agora as relações Maxwell foi, principalmente, introduzir as definições de c P , c v , e T e chamar
atenção para o fato de que todas essas derivadas não são independentes.
3.5-2 Verifique a Eq. (3.43) para um gás monoatômico ideal, mostrando que, tanto o lado direito como o lado
3.5-4 Calcule c P , c v , e T para o sistema do problema 1.9-1a. Com estes valores verifque a validade da Eq.
(3.47).
A equação fundamental de um sistema composto também pode ser representada por uma superfície
num espaço de configuração termodinâmica, cuja dimensionalidade é correspondentemente maior.
Para um sistema composto formado de dois subsistemas simples uma possível escolha dos eixos
1 2
coordenados seria S, U 1 , V 1 , N 1 , U 2 , V 2 , N 1 , Porém, a escolha mais conveniente é
1
S, U 1 , V 1 , N 1 , U, V, N 1 , onde U U 1 U 2 , e, da mesma maneira, para V, N 1 ,... Uma seção
apropriada do espaço de configuração termodinâmica de um sistema composto é esboçada na Fig.
4.2.
Considere uma curva arbitrária indo de um estado inicial para um estado final na hipersuperfície que
Embora nenhum processo real seja idêntico a um processo quase-estático, é possível idealizar
processos reais que tenham conexão com os processos quase-estáticos. Em particular, é possível
levar um sistema por uma sucessão de estados que coincidem, em qualquer número de pontos
desejado, com uma determinada curva quase-estática. Assim, considere um sistema inicialmente no
estado A da Fig. 4.3. Existem processos reais que levam o sistema deste estado inicial para o estado
final H, através de uma sucessão de estados intermediários de não-equilíbrio. Ao longo de tal
processo, o sistema “desaparece” no ponto A e, em seguida, reaparece no ponto H; os estados
intermediários não têm representação no espaço de configuração termodinâmica. O processo real que
descrevemos é uma aproximação insatisfatória do processo quase-estático. Uma aproximação muito
melhor pode ser obtida, procedendo-se em vários passos. Partimos inicialmente com o sistema no
Agora, suponha que se acople este sistema a um segundo sistema e distribuímos os vínculos de
forma que algum processo seja permitido no segundo sistema e que tal processo esteja
necessariamente associado com o retorno do sistema primário ao seu estado inicial. Este processo
acoplado ocorrerá se a entropia total do sistema como um todo aumentar. Isto é, o processo ocorrerá
se o aumento da entropia do sistema secundário puder, pelo menos, compensar a diminuição da
entropia do sistema primário.
Um processo é irreversível se estiver associado com um aumento da entropia; todos os processos
reais estão nesta categoria. Para inverter um processo irreversível e diminuir a entropia de um
Seja Q o calor transferido à fonte de calor reversível. Seja T C S C a temperatura da fonte de calor
reversível; a temperatura é, efetivamente, uma função apenas da entropia, pois o volume e os
números de mols da fonte de calor reversível são constantes. Finalmente, considere que a entropia da
fonte de calor reversível seja inicialmente S C0 , de forma que seu valor final é S c0 S B S A . A
transferência de calor para a fonte de calor reversível é
S c0 S B S A
Q c S c
T c S c dS c (4.1)
0
O trabalho transferido para a fonte de trabalho reversível é igual à energia retirada do subsistema,
menos a transferência de calor para a fonte de calor reversível, como mostrado na Tabela 4.2.
Para dados estados A e B, e para uma determinada fonte de calor reversível [descrita por T C S C ], esta
equação resulta no trabalho máximo que pode ser extraído do sistema.
Pode acontecer, para determinados estados A e B e uma dada fonte de trabalho reversível, que o
Para isto, considere uma variação infinitesimal no processo e que a temperatura do sistema seja T.
Então, o fluxo de calor đQ que sai do sistema é TdS. O calor đQ c que entra na fonte de calor
reversível é TdS c T c , e a parte deste trabalho đW que é transferido para a fonte de trabalho
reversível é dado por
đW đQ đQ c (4.3)
TdS T c dS (4.4)
c
1 T đQ (4.5)
T
A fração do calor retirado que pode ser transformado em trabalho é chamada de eficiência de uma
máquina termodinâmica e . Então,
c
e đW 1 T (4.6)
đQ T
A fração do calor retirado do subsistema que pode ser fornecida como trabalho é igual à diferença das
temperaturas do subsistema e da fonte de calor reversível, dividida pela temperatura do subsistema.
Para que uma fração positiva do calor retirado seja fornecida à fonte de trabalho reversível, é
obviamente necessário que T c seja menor do que T. Se T c fosse maior do que T, a eficiência seria
negativa, đW seria negativo, e o trabalho teria que ser retirado da fonte de trabalho reversível. Mais
tarde discutiremos este caso; ele corresponde a um refrigerador ao invés de uma máquina.
4.5-2 Dispõe-se de um poço artesiano à temperatura de 55°F num dia de verão marcando uma temperatura de
80°F. Uma máquina termodinâmica, que opere entre estes reservatórios, é usada para elevar a água do poço. Se
forem elevadas 50 Ib de água a 20 ft, qual a quantidade de calor que deve ser fornecida ao poço?
4.5-3 Se a máquina do problema 4.5-2 atinge apenas 30% da eficiência ideal, qual é a solução daquele
problema?
4.5-4 Uma locomotiva, pesando 100 toneladas, pode subir uma estrada de ferro com inclinação de um ângulo
com uma velocidade de 50 mph. A locomotiva queima 1 tonelada de carvão por hora, mantendo a temperatura da
caldeira a 100°C. A temperatura do ar é 70°F. Considerando que a locomotiva opere com 25% da eficiência
termodinâmica, qual é o valor do ângulo ? O calor equivalente da queima do carvão é 14.000 Btu/lb.
Integrando sobre todo o processo, e lembrando que T 1 vai de T 1 a T f enquanto que T 2 vai de T 2 a
Tf:
Tf
T dT 1 T f dT 2 (4.9)
1 T 1 T 2 T 2
de onde se obtém
Tf Tf
ln ln (4.10)
T1 T2
ou
Tf T1T2 (4.11)
Esta é a menor temperatura final que pode ser alcançada.
Devemos ainda encontrar o trabalho fornecido. A maneira mais direta para obtê-lo é observar que a
energia total final é U f 2NCT f , enquanto que a energia inicial era U i NCT 1 T 2 . A diferença é o
trabalho fornecido, ou
Seria instrutivo que o leitor confirme este resultado, integrando o trabalho fornecido em cada passo
infinitesimal do processo total.
O problema ilustrativo que estudamos com detalhe, por si, tem pouca importância. O princípio da
eficiência de máquina termodinâmica tem sua real aplicação na concepção de turbinas a vapor,
motores a gasolina etc. E, claro, estes nunca têm a eficiência de uma máquina termodinâmica ideal.
Devido ao atrito interno e porque elas não podem ser operadas tão lentamente para serem
verdadeiramente quase-estáticas, essas máquinas raramente atingem mais do que 30% ou 40% da
eficiência termodinâmica. Entretanto, o limite superior da eficiência, fixado através de princípios
termodinâmicos básicos, é um fator extremamente importante na concepção de projetos.
4.6-2 Se NC 2 cal/K para cada um dos corpos no problema ilustrativo e se T 1 100°C e T 2 0°C, qual é o
trabalho máximo fornecido pelo sistema?
4.6-3 Um sistema mantido a volume constante tem uma “capacidade térmica a volume constante” C v Nc v , que
é independente da temperatura. O sistema está inicialmente a uma temperatura T 1 e dispõe-se de um reservatório
de calor a uma temperatura mais baixa T 0 . Mostre que o trabalho máximo recuperável, quando o sistema é
esfriado até a temperatura do reservatório, vale
T0
W C v 1 T 0 dT C v T 1 T 0 T 0 ln T 1
T1 T T0
4.6-5 Um corpo, com a equação de estado U NCT, é aquecido da temperatura T 1 até a temperatura T 2 por
uma série de reservatórios com temperaturas indo desde T 1 até T 2 . O corpo retorna ao seu estado inicial pelo
contato com um único reservatório à temperatura T 1 . Calcule a variação da entropia do corpo e dos reservatórios.
Qual é a variação total da entropia do sistema total? Se o aquecimento inicial fosse feito pelo contato do corpo
com um único reservatório à temperatura T 2 , qual seriam as várias mudanças da entropia?
4.6-6 Cada um dos três corpos idênticos tem uma equação de estado U NCT, com NC 2 cal/K. Suas
temperaturas iniciais são 200 K, 250 K e 540 K. Qual é a quantidade máxima de trabalho que pode ser extraída
num processo em que esses três corpos são levados à mesma temperatura final?
4.6-7 Cada de dois corpos tem uma capacidade térmica a volume constante dada por
C v Nc v A 2BT
onde A 2 cal/K e B 0, 5 10 2 cal/K 2 . Se os corpos estão inicialmente a temperaturas de 200 K e 400 K e
dispusermos de uma fonte de trabalho reversível, quais são as temperaturas finais comuns máxima e mínima à
qual os dois corpos podem ser levados? Qual a quantidade máximo de trabalho que pode ser transferido para
fonte de trabalho reversível? Considere que cada corpo seja mantido a volume constante. (Resposta: T min 292K)
4.6-8 A capacitada térmica de um sistema mantido a volume constante, para o intervalo de temperatura entre
0°C e 100°C, pode ser escrita como
C v Nc v A 2BT
com A 1/300 cal/K e B 10 4 cal/K 2 . Dispõe-se de um reservatório de calor a 0°C e uma fonte de trabalho
reversível. Qual é a quantidade máxima de trabalho que pode ser transferido para a fonte de trabalho reversível
quando o sistema for esfriado de 100°C até a temperatura do reservatório?
4.7-2 Uma casa deve ser mantida a 70°F e a temperatura externa é de 50°F. Um maneira de aquecer a casa é
comprar trabalho da companhia de eletricidade e convertê-lo diretamente em calor: Esto é o método usado pelos
aquecedores elétricos comuns. Alternativamente, o trabalho comprado pode ser usado para operar uma bomba de
calor. Qual é a relação dos custos se a bomba de calor operar com o coeficiente de desempenho termodinâmico
ideal?
4.7-3 Um refrigerador doméstico é mantido a uma temperatura de 35°F. Toda vez que a porta é aberta, material
morno é transferido para dentro, numa média de 50 kcal, mas produzindo apenas uma pequena variação da
temperatura do refrigerador. A porta é aberta quinze vezes por dia, e o refrigerador opera a 15% do coeficiente de
desempenho ideal . O valor do trabalho é 2. 5¢/kWh. Qual é a conta mensal para manter este refrigerador?
4.7-4 O calor é extraído de um banho de hélio líquido a uma temperatura de 4, 2 K. O reservatório de alta
temperatura é um banho de nitrogênio líquido que está a uma temperatura de 77, 3 K. Quantas calorias de calor
são introduzidas no banho de nitrogênio para cada caloria extraída do banho de hélio?
4.7-5 Considere que um corpo particular tem a equação de estado U NCT, com NC 2 cal/K e que esta
equação de estado é válida para o intervalo de temperatura indo de 0, 5 K até a temperatura ambiente. Quanto
trabalho deve ser gasto para esfriar este corpo da temperatura ambiente (300 K) para 0, 5 K,, usando o meio
ambiente como reservatório quente?
Durante este processo, há transferência de trabalho da fonte de trabalho reversível para o sistema
auxiliar e uma transferência de calor do sistema auxiliar para o reservatório frio. Esta é a etapa C D
4.8-2 Supondo que o sistema auxiliar do ciclo de Carnot seja um gás monoatômico ideal, esquematize um
diagrama P V do ciclo.
4.8-3 Descreva o ciclo de Carnot operado por um refrigerador. Dê uma representação gráfica do coeficiente de
desempenho do refrigerador.
4.8-4 Descreva o ciclo de Carnot operado por uma bomba de calor. Dê uma representação gráfica do
coeficiente de desempenho da bomba de calor.
PV NRT (4.18)
A quantidade đQ/dT P0 é o calor específico, medido na escala estrela, e é uma quantidade
mensurável. Adotamos a notação usual
đQ
c P (4.22)
dT P0
e então
T c P ds (4.23)
dT P0
Uma estimativa do calor absorvido por unidade de incremento da pressão em cada ponto ao longo da
linha T T 0 nos permitiria realizar a integração numérica ou integração gráfica na Eq. (4.24),
calculando s 1 .
Medidas do volume molar e do coeficiente de expansão térmica ao longo da linha horizontal de 0, T 0
para P 2 , T 0 na Fig. 4.9, nos fornece a integração numérica ou gráfica e, portanto, novamente
determina s 1 .
Para recapitular, a Eq. (4.24) ou (4.26) calculam s 1 , a entropia em qualquer ponto 0, T 1 . Então, tendo
estabelecido uma escala de entropia ao longo da linha P 0, a Eq. (4.23) calcula a temperatura
verdadeira T, em qualquer ponto ao longo desta linha. O método T é extremamente útil em física de
baixa temperatura, embora as variáveis magnéticas normalmente desempenham das variáveis
mecânica P, V de nossa discussão.