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INSTITUTO DE FÍSICA
NITERÓI
2022
LISTA DE FIGURAS
BS Beamsplitter
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 CONCEITOS BÁSICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1 Óptica não-linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Conversão paramétrica descendente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.3 Fotodetectores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 Manipulação dos estados dos fótons . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 FÓTONS E QUBIT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.1 Modos espaciais e de polarização como qubits . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.2 Operações sobre um qubit . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4
1 INTRODUÇÃO
A teoria da computação clássica que permeia até os dias de hoje, teve seu desen-
volvimento por volta de 1930, com seus principais nomes sendo Alan Turing e Alonzo
Church, mesmo eles tendo desenvolvido modelos teóricos distintos, o objetivo de de-
finir de forma eficiente a resolução de tarefas através de algoritmos matemáticos era
o mesmo. De forma básica, a computação clássica se baseia no processamento da
informação codificada em bits.
Com tudo, nas últimas décadas vem surgindo um novo estilo de computação,
onde se embasa em conceitos e efeitos da mecânica quântica, com o intuito de se
implementar mais potência e funcionalidade no processo de informação de forma
similar a computação clássica, mas codificadas nos chamados qubits (bits quânticos).
Diversos sistemas físicos podem ser utilizados para implementar essa computa-
ção, tendo o qubit como meio básico para isso e o que irá ser utilizado como qubit
irá depender do sistema utilizado. Neste trabalho iremos abordar de forma introdu-
tória a implementação da computação quântica através da óptica não-linear, onde
teremos como qubits modos ópticos dos fótons, como o espacial e o de polarização.
5
2 CONCEITOS BÁSICOS
onde χ(2) e χ(3) são as susceptibilidades ópticas de segunda e terceira ordem [4],
6
H =∝ eiθ χ(2) âkp,ωp â†ks,ωs â†ki,ω + e−iθ χ(2) â†kp,ωp âks,ωs âki,ωi , (2.3)
i
onde θ é uma fase para tornar a Equação 2.3 mais geral, â e ↠são os operadores de
aniquilação e criação do formalismo do oscilador harmônico quântico. É natural que
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O fóton de bombeio pode ser descrito por um estado coerente, |αi, dado por:
∞
2 /2
X αn
|αi = e−|α| √ |ni , (2.4)
n=0 n!
Podemos ver na Equação 2.5 que o operador do bombeio, acabou virando um parâ-
metro da Hamiltoniana e também que os fótons de bombeiam foram convertidos em
dois fótons com energias mais baixas, como já mencionado, por isso esse processo
recebe o nome de conversão paramétrica descendente.
2.3 FOTODETECTORES
Mas infelizmente esse tipo de detector é um caso quase hipotético, por conta da
imensa precisão que ele necessita ter, mas são de grande importância quando se
olha no ponto de vista do processamento de informação quântica, de tal forma que
a um imenso empenho na criação desses dispositivos. Agora um fotodetector sem
resolução de fótons, não consegue distinguir diferentes números de fótons, a única
coisa que consegue é indicar se há a existência de algum fóton ou não no modo
óptico.
Para que seja possível montar um circuito físico, no qual possamos simular o
processo de computação, é necessário que consigamos manipular os estados ópticos
dos fótons de nosso sistema, três dispositivos principais são espelhos, ’phase shifters’
e divisores de feixes (BS - do inglês beamsplitters) [2].
Um último dispositivo bem útil, que é devido a óptica não-linear, é o meio Kerr
[4]. Ele consiste de um meio onde o índice de refração é proporcional a intensidade
total da luz I. De forma a entender melhor esse efeito e como ele está ligado a óptica
não-linear, iremos considerar um meio não-linear que leve em conta a contribuição
de terceira ordem para a polarização, de maneira similar a Equação 2.2, teremos:
onde foi considerado que o campo elétrico aplicado é monocromático, por facilidade,
e é dado por:
Ẽ(t) = ε cos ωt, (2.10)
1 3
P̃ (3) (t) = 0 χ(3) ε3 cos 3ωt + 0 χ(3) ε3 cos ωt. (2.12)
4 4
Da Equação 2.12 teremos que o segundo termo que descreve o comportamento não-
linear da polarização, de tal forma que ele é o responsável pelo comportamento
não-linear do índice de refração do meterial, quando esse é propagado por um fóton
de frequência ω [4]. O comportamento do índice de refração n (efeito Kerr) pode
ser descrito da seguinte maneira [4]:
n(I) = n0 + n2 I. (2.13)
3
n2 = χ(3) , (2.14)
2n20 0 c
3 FÓTONS E QUBIT
Um qubit, deve ser um sistema físico de dois níveis, cujos os estados formam
um espaço de Hilbert bidimensional. Já foi mencionado anteriormente que teremos
como qubits os modos ópticos dos fótons, dessa forma não serão os fótons em si
responsáveis por compor um qubit, mas sim seus modos ópticos. A utilização dos
modos ópticos do fóton como qubit tem sua vantagem pelo fato das operações com
qubits únicos podem ser implementadas com alta precisão.
A representação que vamos usar para o qubit de um fóton único será a ’dual
rail’. Primeiramente vamos tratar os qubits como dois modos espaciais separados
a1 e a2 , onde a base computacional do sistema vai ser dada por:
onde â†1 e â†2 são os operadores criação, já que a absorção e emissão de fótons é
governada por eles, e |0, 0i12 é o estado de vácuo. A Equação 3.1 nos diz que o qubit
é um fóton criado no modo espacial 1 ou no modo espacial 2. Esses estados são
definidos como autoestados da matriz de Pauli Z, é possível também termos a base
computacional em termos dos autoestados das matrizes de Pauli X e Y [3].
onde â†H e â†V são os operadores criação, ou seja, o qubit é um fóton no modo de
polarização H, criado por â†H ou no modo de polarização V , criado por â†V . Esses
estados também podem ser definidos como autoestados da matriz de Pauli Z, e da
mesma maneira que para o caso dos modos espaciais é possível também termos a
base computacional em termos dos autoestados das matrizes de Pauli X e Y .
Nesse capítulo vamos fazer uma descrição quântica dos dispositivos ópticos [2]
já mencionados anteriormente e analisar a implementação desses dispositivos para
realizar transformações unitárias em qubits, na representação ’dual-rail’, de modos
espaciais para realizar um processo de computação quântica, utilizando a óptica
não-linear.
Esse dispositivo atua de forma análoga a uma evolução temporal, nos modos que
passam por ele. Como o meio de um ’phase shifter’ possui um índice de refração
maior, o feixe que passa por ele diminui de velocidade, dessa forma o feixe que passa
por esse dispositivo leva um tempo ∆ = (n − n0 )L/c0 a mais que um outro feixe
percorrendo a mesma distância L. Assim, a atuação desse dispositivo é nula em um
estado de vácuo (onde não temos fóton): P |0i = |0i, mas no estado de fóton único
teremos P |1i = ei∆ |1i.
O operador P pode ser considerado como uma porta lógica para o estado ’dual-
rail’, do forma a retardar a fase do modo em relação a outro modo que percorra a
mesma distância sem interagir com o ’phase shifter’. Dessa forma, considerando um
estado ’dual-rail’ c0 |01i + c1 |10i, sofrerá uma transformação para c0 e−i∆/2 |01i +
c1 ei∆/2 |10i, onde essa operação é identica a uma rotação em torno do eixo z, dada
por:
c0 e−i∆/2 |01i + c1 ei∆/2 |10i (4.1)
onde comparando com a base computacional (Equação 3.1) teremos |0i = |01i e
|1i = |10i e Z é operador da matriz de Pauli correspondente.
14
B = exp θ(ab† − a† b) ,
(4.4)
É possível ver que essas transformações, Equação 4.5, são análogas ao caso clássico
descrito na Seção 2.4, só que agora a e b são operadores.
B |01i = Ba† |00i = Ba† B † B |00i = (a† cos θ + b† sin θ) |00i = cos θ |01i + sin θ |10i .
(4.6)
Logicamente, de maneira similar teremos que B |10i = cos θ |10i−sin θ |01i. Usando
a base computacional para modos espaciais, B pode ser escrito como:
cos θ − sin θ
B= = eiθY , (4.7)
sin θ cos θ
O que chama mais atenção em um meio Kerr, é o fato dele cruzar a modulação
de fase entre dois modos de luz. Esse efeito é descrito classicamente pelo termo n2
da Equação 2.13, que consiste em uma interação entre fótons, mediada pelos átomos
do meio Kerr [2]. O Hamiltoniano que descreve esse efeito é dado por:
onde a e b são referentes a dois modos que propagam pelo meio e χ(3) é a susceptibi-
lidade não-linear de terceira ordem, já apresentada em Seção 2.4. Considerando um
cristal de comprimento L como nosso meio Kerr, teremos a seguinte transformação
unitário representando a ação desse meio:
Se combinarmos um meio Kerr com BS’s, é possível construir uma porta controlada
CN OT . A atuação de K em estados de fóton, fornece o seguinte [2]:
fazendo a identificação χ(3) L = π, de tal forma que K |11i = − |11i. Vamos agora
considerar dois estados de ’dual-rail’, ou seja, quatro modos de luz. Eles vivem em
um espaço que é gerado por quatro estados de base |e00 = |1001ii, |e01 = |1010ii,
|e10 = |0101ii, |e11 = |0110ii. Observe que a ordem usual foi invertida de dois modos
para o primeiro par, por conveniência (isso é facilmente realizável, usando espelhos).
Agora, considerando que o meio Kerr é aplicado para atuar sobre os dois modos do
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meio, encontraremos que K |ei i = |ei i para todo i, exceto no caso em que K |e11 i =
− |e11 i. Isso se torna útil porque podemos fatorar a CN OT da seguinte maneira:
onde:
1 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0
1 −1 0 0
0 1 0 0 0 1 0 0
, (I ⊗ H) = √1
UCN = ,K =
0 0
0 1 2
0 0 1 1
0 0 1 0
0 0 1 0 0 0 1 −1 0 0 0 −1
(4.16)
onde K é o operador do meio Kerr, definido anteriormente, com χ(3) L = π e H
é a porta Hadamard de um qubit que pode ser implementada com BS’s e ’phase
shifter’, pois como foi discutido na Seção 4.2, a combinação desses elementos pode
gerar qulquer transformação unitária. Assim, uma porta CN OT pode ser construída
usando um meio Kerr, BS’s e ’phase shifters’.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
[4] BOYD, R. W.; SHI, Z.; LEON, I. D. The third-order nonlinear optical suscepti-
bility of gold. Optics Communications, Elsevier, v. 326, p. 74–79, 2014.