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ELETIVA - EM - CIL

Princípios da
Teoria da
Relatividade
Restrita
Professor Gabriel Magalhães
OBJETIVO DA DISCIPLINA

Aprendizagem dos conceitos básicos


da Teoria da Relatividade Restrita
CONTEÚDO DA DISCIPLINA
A Relatividade na mecânica
01 MOMENTO
clássica

02 MOMENTO Postulados da teoria da


Relatividade Restrita
Consequências da teoria da
03 MOMENTO Relatividade Restrita na Cinemática

Consequências da teoria da
04 MOMENTO
Relatividade Restrita na Dinâmica

05 MOMENTO Noções sobre o Espaço-Tempo


ATIVIDADES

● Aulas expositivas
● Leituras
● Atividades em sala de aula
● Listas de exercícios
01
A Relatividade
na Mecânica
Clássica
A Terra se move?

● O Príncipio da Relatividade na
Mecânica Clássica tem uma de suas
origens históricas na questão do
movimento da Terra

● Como é possível a Terra se mover e


não sentirmos nada?
O Princípio da Relatividade
na Mecânica Clássica

Referenciais Inerciais
● Referencial onde uma partícula que não está sujeita a
forças de interação permanece em repouso ou
movimento retilíneo uniforme

● Qualquer referencial em movimento retilíneo uniforme em


relação a um referencial inercial também é inercial
O Princípio da Relatividade
na Mecânica Clássica
● Considere dois referencias S e S',
cujas origens, O e O', coincidem
em t = t' = 0 e S' está se
movendo com uma velocidade V
em relação a S
● A posição de um objeto em S'
em termos das coordenadas em
S será dada por:
● E a velocidade será dada por:
O Princípio da Relatividade
na Mecânica Clássica
● Dessas relações, concluiu-se que
as acelerações são iguais nos dois
referenciais:
● E, portanto, a dinâmica não se
altera:

● O que leva à impossibilidade de se


distinguir dois referenciais inerciais
a partir das leis da dinâmica
O Princípio da Relatividade
no Eletromagnetismo
● No eletromagnetismo, encontra-se que a luz se propaga no vácuo
com uma velocidade deduzida teoricamente:

● Se considerarmos o princípio da relatividade da mecânica


clássica no eletromagnetismo, teremos que no referencial S' a
velocidade da luz será dada por:

● Neste caso, a velocidade da luz dependeria do referencial, que


contradiz a ideia de que as leis da física devem ser as mesmas em
diferentes referenciais inerciais
Como conciliar esses dois
princípios?
A conciliação é possível a partir de uma destas três hipóteses:
1. As leis da mecânica e do eletromagnetismo são válidas, mas o
princípio da relatividade clássico não se aplica a todos os referenciais.
Existe um referencial especial (absoluto), chamado de éter, onde a
velocidade da luz é c e é possível medir um movimento retilíneo e
uniforme em relação a ele
2. O eletromagnetismo precisa ser modificado para acomodar
diferentes valores da velocidade da luz conforme o referencial inercial
3. A mecânica precisa ser modificada (transformações de Galileu)
para a acomodar o valor constante da velocidade da luz
Como resolver a questão?

● Este será o problema a ser abordado na disciplina, que levou à


criação da Teoria da Relatividade Especial (ou Restrita)
Atividade 1
Considerando apenas a Mecânica Clássica, suponha um foguete
viajando com o dobro da velocidade da luz e se aproximando de uma
estação espacial. Na frente do foguete, há uma fonte de luz e o piloto
está a uma distância L0 no fundo da nave. Essa fonte está programada
a acender quando o foguete estiver a uma distância também L0 da
estação espacial, cuja luz ao chegar na estação aciona
instantaneamente um farol para alertar o piloto sobre sua
aproximação à estação espacial. Considerando apenas as
transformações Galileanas da física clássica, calcule quanto tempo
levará para o piloto ver tanto a luz do foguete quanto a luz da estação
espacial. Considerando que a luz do foguete acionou a luz na estação
espacial (causa e efeito), como o piloto enxergará esse evento, isto é,
em que sequência?
02
Postulados
da teoria da
Relatividad
e Restrita
Como conciliar esses dois
princípios?
A conciliação é possível a partir de uma destas três hipóteses:
1. As leis da mecânica e do eletromagnetismo são válidas, mas o
princípio da relatividade clássico não se aplica a todos os referenciais.
Existe um referencial especial (absoluto), chamado de éter, onde a
velocidade da luz é c e é possível medir um movimento retilíneo e
uniforme em relação a ele
2. O eletromagnetismo precisa ser modificado para acomodar
diferentes valores da velocidade da luz conforme o referencial inercial
3. A mecânica precisa ser modificada (transformações de Galileu)
para a acomodar o valor constante da velocidade da luz
Como resolver a questão?

● A princípio, a alternativa mais “atraente" seria a


primeira, de preservar a mecânica clássica e o
eletromagnetismo

● Diversas tentativas de se medir a velocidade relativa


em relação ao éter foram realizadas, sendo a mais
conhecida os experimentos de interferometria de
Michelson e Morley
O experimento de Michelson e
Morley
● A proposta do experimento
consiste em medir a diferença
na velocidade relativa da Terra
em relação ao éter.
● A velocidade da luz será c em
relação ao éter e
em relação à Terra, sendo a
velocidade da Terra em
relação ao éter
O experimento de Michelson e
Morley
● Isso pode ser feito a partir da
interferência da luz.
● A proposta é observar o padrão de
interferência que aparece em L
por conta da luz ter velocidades
relativas ao éter diferentes nos
dois caminhos perpendiculares.
● A ideia é observar mudanças
nesse padrão de interferência
conforme o equipamento é girado.
"Sobre a Eletrodinâmica de Corpos
em Movimento” Albert Einstein, 1905
"Exemplos deste tipo, juntamente com as tentativas
frustradas de descobrir qualquer movimento da Terra
relativamente ao ‘meio luminoso’, sugerem que os fenômenos
da eletrodinâmica, assim como os da mecânica, não possuem
propriedades correspondentes à ideia de repouso absoluto.
Elas sugerem, em vez disto, como já foi mostrado em primeira
ordem em quantidades pequenas, que as mesmas leis da
eletrodinâmica e da óptica serão válidas em todos os
sistemas de referência para os quais as equações da
mecânica se aplicam.”
"Sobre a Eletrodinâmica de Corpos
em Movimento” Albert Einstein, 1905

"Nós elevaremos esta conjectura (o teor da qual será


daqui em diante chamado de ‘Princípio de
Relatividade’) ao status de um postulado, e
introduzimos também um outro postulado, que é
apenas aparentemente irreconciliável com o primeiro,
qual seja, que a luz sempre se propaga no espaço
vazio com uma velocidade definida c que é
independente do estado de movimento do corpo
emissor.
"Sobre a Eletrodinâmica de Corpos
em Movimento” Albert Einstein, 1905

Estes dois postulados bastam para a obtenção de uma


teoria simples e consistente da eletrodinâmica de
corpos em movimento baseada na teoria de Maxwell
para corpos estacionários. A introdução de um ‘éter
luminífero’ mostrar-se-á supérflua, na medida que a
visão a ser desenvolvida aqui não vai requerer um
‘espaço absoluto estacionário’ provido de propriedades
especiais, nem atribuir um vetor velocidade a um ponto
do espaço vazio no qual acontecem processos
eletromagnéticos."
Princípios da Teoria da Relatividade
Restrita

1. As leis físicas têm a mesma forma em todos


os referenciais inerciais

2. Em qualquer referencial inercial, a velocidade


da luz é a mesma, tanto se a luz for emitida
por um corpo em repouso, como por um
corpo em movimento uniforme
Princípios da Teoria da Relatividade
Restrita

● Portanto, a Teoria da Relatividade diz respeito


ao que é absoluto na natureza! No caso, a
velocidade da luz.

● No que implica esses dois postulados? Quais


são as consequências para a Mecânica
Clássica de se impor que a velocidade da luz
é constante em qualquer referencial?
A Relatividade da Simultaneidade

● Um exemplo de consequência desses postulados é a


relatividade da simultaneidade de eventos.
● Eventos que são simultâneos em um referencial podem
não ser em outro.
A Relatividade da Simultaneidade

Definição de Einstein da simultaneidade.


● Se um evento 1 ocorre em P1 no instante t1,
sendo marcado pela emissão de um sinal
luminoso que parte de P1 nesse instante, e o
mesmo vale para P2 em t2 (evento 2), dizemos
que estes dois eventos são simultâneos (t1=t2)
quando o ponto de encontro dos dois sinais
luminosos é o ponto médio do segmento P1P2
Atividade 2

Nome do(s) colega(s) com quem discutiu a solução da


atividade:________________ __________
Um trem se move com velocidade v, para a
direita, relativamente à plataforma de uma
estação. Um sinal luminoso, emitido no centro do
trem, ilumina simultaneamente as suas duas
extremidades. O que observam os funcionários
da estação? Faça um desenho para auxiliar na
explicação
03
Consequências
da teoria da
Relatividade
Restrita na
Cinemática
Princípios da Teoria da Relatividade
Restrita

1. As leis físicas têm a mesma forma em todos


os referenciais inerciais

2. Em qualquer referencial inercial, a velocidade


da luz é a mesma, tanto se a luz for emitida
por um corpo em repouso, como por um
corpo em movimento uniforme
Princípios da Teoria da Relatividade
Restrita

Portanto, a Teoria da Relatividade diz respeito ao


que é absoluto na natureza! No caso, a
velocidade da luz

No que implica esses dois postulados? Quais


são as consequências para a Mecânica Clássica
de se impor que a velocidade da luz é constante
em qualquer referencial?
Noção de
TEMPO
Consequências dos Princípios da
Relatividade

● A primeira consequência dos princípios da


Teoria da Relatividade que discutiremos é
sobre a noção de tempo.
● Na mecânica clássica, o tempo é absoluto, isto
é, transcorre da mesma forma em qualquer
referencial. Nunca distinguimos o tempo na
mecânica clássica (não há t e t').
● A partir da Teoria da Relatividade, isso não é
mais verdade!
O TEMPO na Teoria da Relatividade
O TEMPO na Teoria da Relatividade

● Vamos estudar isso a partir de um exemplo.


● O tempo é contado a partir de um equipamento (relógio)
que, por sua vez, funciona a partir de um fenômeno cíclico.
● Suponha um relógio que funciona a partir da reflexão
contínua da luz entre dois espelhos.
● Cada vez que a luz vai e volta refletindo nos espelhos,
conta-se uma unidade de tempo (TIC-TAC)
O TEMPO na Teoria da Relatividade

● Consideremos agora dois observadores, João e Maria, um se


movendo com velocidade V em relação ao outro.
● O relógio de luz está com João (a), enquanto Maria vê João e
o relógio passarem por ela (b).
● Dados os princípios da Teoria da Relatividade, qual será a
relação entre a unidade de tempo nesses dois referenciais
quando visto pela mecânica clássica e quanto visto pela
Teoria da Relatividade?
O TEMPO na Teoria da Relatividade
O TEMPO na Teoria da Relatividade

● O resultado dos cálculos mostram que, segundo a


Mecânica Clássica, as unidades de tempo são
idênticas nos dois referenciais:

● Por outro lado, segundo a Teoria da Relatividade, a


unidade de tempo será diferente nos dois
referenciais:
O TEMPO na Teoria da Relatividade

● Dizemos que o tempo dilata no referencial de João visto


por Maria!
● Note que o tempo realmente transcorre mais lentamente
no referencial de João visto por Maria.
● Se a velocidade relativa entre os dois for tem-se
que ,portanto Maria ouviria o TICTAC
de um relógio em repouso em relação a ela bater duas
vezes mais rápido do que o relógio com João:
Problemas - Dilatação do tempo
1) A observação na superfície da terra da dilatação da vida média de múons
Os múons são partículas que são formadas na atmosfera terrestre, a uma
altitude de 10 km, oriundas dos raios cósmicos , com velocidade de v = 0,998c.
Sendo c = 3 · 108 m/s.
Os múons são partículas instáveis, e tem um tempo de vida médio, para
partículas em repouso de Δt0 = 2 · 10-6 s.
Considerando a fórmula para a dilatação temporal , calcule a

distância percorrida pelos múons no referencial próprio e no referencial da


Terra. E qual dos dois referencias as partículas chegariam a superfície.
Problemas - Dilatação do tempo
2) Paradoxo dos gêmeos
Ana tem uma irmã gêmea, Beatriz, que foi convocado para fazer uma viagem
espacial para a estrela α—Centauri. Considere o planeta Terra e a estrela
α—Centauri, situada à distância L = 4 anos—luz do Sistema Solar. Ana fica na
Terra e Beatriz parte para α-Centauri a velocidade v = 0,8c.
Desprezando o movimento da Terra em torno do Sol e considere a Terra e
α-Centauri fixas no referencial R, juntamente com Ana. E Beatriz está no
referencial R’, que é o referencial da nave.
Calcule a diferença de tempo que Beatriz terá em comparação com Ana, a
partir da equação da dilatação temporal.
Problemas - Dilatação do tempo

2) Para qual valor de velocidade devemos usar a Teoria


da Relatividade Especial?
Qual deve ser a velocidade relativa de dois
observadores para que suas medidas de intervalo de
tempo difiram 1%?
Para velocidades relativas dos referenciais até v=0,14c
as medidas de intervalo de tempo nos dois referenciais
diferem por menos de 1%.
Noção de
ESPAÇO
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade

● Na aula passada, discutimos o efeito da


Teoria da Relatividade sobre o tempo. Será
que a Teoria da Relatividade também afeta
o espaço? Nesta aula, responderemos a
esta questão.
● Vamos estudar isso a partir de um exemplo
parecido com aquele usado na aula anterior
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade

● Suponha um relógio que funciona a partir da


reflexão contínua da luz entre dois espelhos.
● Cada vez que a luz vai e volta refletindo nos
espelhos, conta-se uma unidade de tempo
(TIC-TAC)
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade

● A diferença em relação à aula passada


(esquerda) é que os dois espelhos estão
dispostos perpendicularmente à direção do
movimento (direita).
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade

● Consideremos agora dois observadores, João e


Maria, um se movendo com velocidade v em
relação ao outro.
● O relógio de luz está com João, enquanto Maria
vê João e o relógio passarem por ela.
● Dados os princípios da Teoria da Relatividade,
qual será a relação entre a unidade de tempo
nesses dois referenciais quando visto pela
Mecânica Clássica e quanto visto pela Teoria
da Relatividade?
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade

● Vamos calcular a unidade de tempo deste relógio,


considerando a Mecânica Clássica (grandezas
representadas com letras maiúsculas) e a Teoria da
Relatividade (letras minúsculas ou gregas, para o
referencial próprio)
● Para o cálculo, dividimos o problema em duas partes:
● O tempo que a luz leva para ir do espelho da
esquerda para a direita
● e o tempo que a luz leva para ir do espelho da direita
para a esquerda
O ESPAÇO na Teoria da Relatividade

● Vamos calcular a unidade de tempo deste relógio,


considerando a Mecânica Clássica (grandezas
representadas com letras maiúsculas) e a Teoria da
Relatividade (letras minúsculas ou gregas, para o
referencial próprio)
● Para o cálculo, dividimos o problema em duas partes:
● O tempo que a luz leva para ir do espelho da
esquerda para a direita
● e o tempo que a luz leva para ir do espelho da direita
para a esquerda

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