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Universidade de São Paulo

Projeto de Iniciação Científica

Irreversibilidade e correlações quânticas

Mariana Afeche Cipolla


Orientador: Gabriel Teixeira Landi

Resumo

Irreversibilidade constitui um dos conceitos mais enigmáticos da termodinâmica. As


leis de movimento, como por exemplo as leis de Newton ou as equações de Schrödinger,
são todas invariantes por reversão temporal. No entanto, quando lidamos com objetos
macroscópicos, observamos que seu comportamento é irreversível. A solução deste para-
doxo vem da interpretação da irreversibilidade como um conceito emergente, que surge
da complexa interação entre um número enorme de partículas. Entender esta transição
entre o micro e o macro constitui uma das tarefas mais importantes atualmente na física.
Neste projeto propomos relacionar o conceito de irreversibilidade com a correlação entre
sistemas quânticos. Sabemos das leis da mecânica quântica que quando dois sistemas
interagem, eles se tornam emaranhados (ou seja, correlacionados). No entanto, se um
dos sistemas for suficientemente grande, é possível que este emaranhamento nunca seja
recuperado. Do ponto de vista microscópico é esta perda de correlação que causa o
surgimento de uma dinâmica irreversível. Propomos estudar este problema através do
modelo de spin-bóson, que é analiticamente solúvel. Estudaremos, em particular, o caso
onde a componente bosônica possui um grau de compressão (squeezing), permitindo
que estudemos o papel das flutuações quânticos no caso de estados puros. Este projeto
lida com resultados que estão na fronteira do conhecimento mas que, ao mesmo tempo,
são acessíveis para um aluno de graduação. Esperamos que os resultados que buscamos
obter ajudem a esclarecer conceitos importantes no campo da termodinâmica quântica
de sistemas abertos.
1 Introdução
A idéia de irreversibilidade e a segunda lei da termodinâmica estão entre os con-
ceitos mais profundos e enigmáticos da termodinâmica. Isso se deve principalmente
à inconsistência entre estes fenômenos e as leis microscópicas do movimento. Estas
últimas, como as leis de Newton ou a equação de Schrödinger, são todas invariantes por
reversão temporal. Não obstante, ao estudarmos um número suficientemente grande de
partículas, observamos algo irreversível. Sabemos hoje que irreversibilidade constitui
um fenômeno emergente, que surge das complexas interações entre um número enorme
de constituintes da matéria. Entender esta transição constitui uma das áreas de pes-
quisa mais ativas atualmente na física, englobando diversas sub-áreas como mecânica
estatística, física de muitos corpos e informação quântica.
Neste projeto propomos para a estudante explorar em detalhe a relação entre ir-
reversibilidade e emaranhamento (correlação quântica) entre dois sistemas. Sempre
que dois sistemas quânticos interagem, eles se tornam emaranhados um com outro; ou
seja, correlacionados. No entanto, se um dos sistemas for suficientemente grande, esta
correlação pode se tornar irrecuperável. E é este fato que caracteriza o surgimento da
irreversibilidade. Acreditamos, portanto, que a chave para o entendimento da irreversi-
bilidade está na correlação entre sistemas quânticos e como esta correlação pode vir a
ser perdida.
Esta linha de pesquisa conecta o universo macroscópico e, eminentemente clássico,
com o mundo quântico, permitindo relacionar conceitos da termodinâmica com idéias
oriundas da informação quântica. Ela vem atualmente sendo denominada de termo-
dinâmica quântica e encontra-se na fronteira entre a mecânica estatística, a física de
muitos corpos e a informação quântica. Entre outras coisas, seu principal objetivo é
entender o efeito sobre as leis da termodinâmica de fenômenos genuinamente quânticos,
como emaranhamento [1], discórdia [2], o papel das medidas e o colapso da função de
onda [3, 4] entre outros. Espera-se que tais recursos quânticos possam eventualmente
vir a ser utilizados na operação de máquinas térmicas mais eficientes [1, 2, 5–8]. Ou,
por outro lado, que o nosso aprendizado sobre as leis da termodinâmica neste regime
sejam úteis na implementação de tecnologias como computação quântica e comunicação
quântica [7–11]. Esta linha de pesquisa corresponde atualmente, à principal área de
atuação do Prof. Gabriel T. Landi [12–22].
Neste projeto propomos estudar a relação entre irreversibilidade e correlações quânti-
cas sob o ponto de vista do modelo de spin-bóson [23–26]. Este modelo representa uma
das situações mais simples que podem ser consideradas, referindo-se a um único sistema
de dois níveis ligados a um certo número de Bósons não interagentes. Exatamente por
causa dessa simplicidade, ele constitui um dos modelos mais estudados neste campo de
pesquisa. Trabalharemos com uma versão do modelo que é exatamente solúvel [24, 25].
Mas, em particular, introduziremos um novo ingrediente, que é a presença de um certo
grau de compressão (squeezing) nos modos bosônicos [24]. Tal mudança visa introduzir
um recurso quântico adicional, que permita ser usado para controlar a relação entre
irreversibilidade e emaranhamento.
As atividades que propomos neste projeto representam uma área de pesquisa ex-
tremamente atual e relevante. Além disso, ela se enquadra perfeitamente na linha de
pesquisa do grupo de pesquisa do Prof. Landi, que vem estudando conceitos relacio-
nados com produção de entropia e recentemente obteve resultados importantes nesta
direção. Em particular, chamamos a atenção para a Ref. [13], que foi escolhida como
sugestão do editor no Physical Review Letters e recebeu destaque em vários meios de
notícia científicos nacionais, entre eles a revista da FAPESP.

1
Passaremos agora a descrever os fundamentos teóricos e os objetivos do projeto
mais claramente.

2 Fundamentação teórica
2.1 Produção de entropia e informação mútua
A entropia de um sistema aberto se comporta de maneira fundamentalmente diferente
de outras grandezas como, por exemplo, a energia. Quando a energia de um sistema
varia, sabemos que o excedente há de ter fluido para o ambiente. Ou seja, podemos dizer
que a energia satisfaz uma equação de continuidade. Para a entropia isso não é verdade.
Quando a entropia de um sistema varia, parte desta entropia pode ser associada com
um fluxo de entropia entre o sistema e o ambiente. No entanto, além disso é possível
também que haja uma criação espontânea de entropia no sistema. Esta produção de
entropia ocorre sempre que a dinâmica é irreversível e funciona, portanto, como um
quantificador da irreversibilidade de um processo. Matematicamente, a taxa de variação
da entropia S de um sistema pode portanto ser escrita como
dS
=Π−Φ (1)
dt
onde Φ é a taxa de fluxo de entropia do sistema para o ambiente e Π é a taxa de
produção de entropia. Da segunda lei da termodinâmica esperamos que Π ≥ 0, com
Π = 0 se e só se o sistema está em equilíbrio térmico. O fluxo e a produção de entropia
não são observáveis de um sistema, mas dependem de um formalismo teórico para
serem relacionados com observáveis. No entanto, apesar de esforços recentes, não há
atualmente um formalismo teórico unificado para descrever a produção de entropia em
sistemas quânticos.
Para relacionar a idéia de produção de entropia com o conceito de correlação
quântica, podemos utilizar o seguinte exemplo de livro texto. Considere dois sistemas a
temperaturas T A e T B que são postos em contato entre si, de tal forma que eles possam
trocar calor. Suponha que passado um tempo curto a quantidade de calor trocada foi δQ.
Sabemos da termodinâmica que a mudança na entropia dos dois sistemas será
δQ δQ
δS A = , δS B = − . (2)
TA TB
Assim, a mudança total na entropia será
!
1 1
δΠ = δS A + δS B = δQ − . (3)
TA TB
O calor trocado δQ será positivo se T B > T A . Consequentemente, vemos que a soma das
entropias, δΠ, é uma grandeza sempre não-negativa. Ou seja, a troca de calor sempre
aumenta a entropia entre os dois sistemas, o que é razoável já que a troca de calor é
um processo irreversível. Dessa análise, podemos portanto associar δΠ com a entropia
produzida neste processo.
Vejamos agora como conciliar este resultado com as leis da mecânica quântica.
Consideramos o sistema bipartido AB como sendo descrito por uma matriz densidade
genérica ρAB . De acordo com a mecânica quântica, podemos associar a entropia de
qualquer estado com a entropia de von Neumann
S (ρ) = −tr(ρ ln ρ). (4)

2
Consideremos agora a evolução do sistema AB durante a troca de calor. Como os dois
sistemas estão isolados, a evolução deles será unitária, sendo descrita portanto por um
mapa ρ0AB = UρAB U † onde U é um operador unitário. No entanto, a entropia de von
Neumann é invariante por transformações unitárias. Ou seja,

δS AB = 0. (5)

Chegamos agora a questão de como conciliar o resultado (5), que advém da mecânica
quântica, com Eq. (3), que é um resultado termodinâmico. De acordo com a mecânica
quântica, a entropia de um sistema fechado é sempre constante. Por outro lado, de
acordo com a termodinâmica, a entropia de um sistema fechado deverá aumentar até
o sistema entrar em equilíbrio térmico. A solução para este paradoxo está na enorme
complexidade e propensão ao caos de sistemas macroscópicos, contempladas no famoso
Stosszahlansatz (caos molecular) de Boltzmann. Esta complexidade faz com que a perda
de informação seja inexorável, levando portanto para ao surgimento da irreversibilidade
como uma propriedade emergente.
Esta discussão põe em evidência o papel essencial do conteúdo de informação ao
lidarmos com a transição entre o micro e o macro. Procuremos agora uma maneira
microscópica de estabelecer esta conexão. A entropia de von Neumann (4) para um
sistema bipartido AB pode ser escrita como

S AB = S A + S B − IAB , (6)

onde S A = S (ρA ) é a entropia relacionada à matriz densidade reduzida ρA = trB (ρAB ) e


IAB é informação mútua entre os dois sistemas, que corresponde a uma medida direta da
correlação entre dois sistemas, seja essa correlação quântica ou clássica. Como vimos,
para uma evolução unitária temos δS AB = 0 e, portanto,

δIAB = δS A + δS B (7)

Comparando com a Eq. (3), vemos portanto que a variação da informação mútua δIAB
tem um papel análogo à produção de entropia δΠ. Concluímos portanto que a troca de
calor entre dois sistemas leva a um aumento na informação mútua (ou seja, na correlação)
entre os dois sistemas. Isso é de certa forma intuitiva sob a ótica da mecânica quântica:
como os dois sistemas interagiram, se realizarmos uma medida sobre um deles, podemos
obter informações sobre o outro. No entanto, do ponto de vista da termodinâmica, este
resultado é paradoxal, já que sabemos que dois sistemas que trocam calor entre si não
ficam correlacionados um com o outro.
Vemos, portanto, que a transição entre o micro e o macro envolve a transformação
da informação mútua em produção de entropia. Ao aumentarmos a complexidade de
um sistema, fenômenos como o caos ou a decoerência causam uma perda da informação
mútua, que é transformada em produção de entropia. Os detalhes exatos de como
isso ocorre constituem uma questão em aberto e representam a maior motivação do
presente projeto. Propomos aqui estudar este problema sob o ponto de vista do modelo
de spin-bóson, que discutiremos na próxima seção.

2.2 O modelo de spin-bóson


O modelo de spin bóson é um modelo simples e exatamente solúvel para estudar
conceitos como irreversibilidade e a transição entre o micro e o macro. Ele representa
interação de um sistema de dois níveis (qubit), descritos por operadores de Pauli σi , com

3
um número arbitrário (e potencialmente infinito) de bósons (osciladores harmônicos). O
Hamiltoniano é dado por [23]
Ω X X
H= σz + ωk b†k bk + gk σz (bk + b†k ) (8)
2 k k

O fato do acoplamento ser do tipo σz significa que os bósons não trocam energia com o
qubit, causando somente decoerência (dephasing). Vale notar também que é possível
definir o modelo com um acoplamento do tipo σ x , que também é denominado de modelo
de spin-bóson na literatura. Este modelo, no entanto, é fundamentalmente diferente
já que leva transições entre os níveis de energia do qubit. Além disso, ele não possui
solução analítica.
O modelo descrito pela Eq. (8) pode ser resolvido analiticamente a fim de obter a
dinâmica da matriz densidade reduzida dos qubits e dos osciladores. Em geral assume-se
que o estado inicial do qubit é arbitrário, mas o estado dos bósons é um estado térmico
de Gibbs a uma certa temperatura. Recentemente na Ref. [24] os autores analisaram
este modelo quando o estado inicial do modelo de spin-boson é um estado térmico
com squeezing. Squeezing, que representa a compressão das quadraturas (posição e
momento) dos osciladores, corresponde a um recurso quântico amplamente utilizado no
contexto da ótica quântica. Em alguns aspectos, um estado com squeezing se assemelha
a um estado térmico a uma dada temperatura. No entanto, um estado com squeezing
é fundamentalmente diferente, já que o operador de squeezing atua em estados puros.
Dessa forma, estudar o modelo de spin-boson com os osciladores em um estado com
squeezing representa a oportunidade de estudar a evolução do sistema começando em
um estado puro. E, como a dinâmica é unitária, esta pureza será preservada. Dessa
forma, sabemos que neste caso toda a correlação entre o qubit e os osciladores se deve à
emaranhamento, não havendo nenhum tipo de correlação clássica.

3 Objetivos do projeto
Este projeto tem dois objetivos centrais:
1. Estudar a dinâmica do modelo de spin-bóson (8) a partir de um estado puro, com
os osciladores estando em um estado com squeezing.

2. Estudar a produção de entropia do qubit e relacioná-la com a informação mútua


entre os qubits e os bósons.
Para realizar estes objetivos, o estudante deverá concluir as seguintes etapas:

(a) Estudo dirigido em informação quântica e sistemas quânticos abertos


Para esta etapa, a estudante deverá realizar um estudo dirigido baseado nas referên-
cias [25, 27].

(b) Estudo do modelo de spin-bóson tradicional


Este estudo será baseado predominantemente na Ref. [23], que corresponde ao
primeiro trabalho a introduzir o Hamiltoniano (8) e discutir sua solução analítica.
Chamamos a atenção também para a discussão na Ref. [25], que reproduz parte do
conteúdo da Ref. [23] e complementa com discussões adicionais.

4
(c) Estudo do modelo de spin-bóson com os osciladores em um estado térmico com
squeezing
Para esta seção, propomos à estudante reproduzir em detalhes os resultados da
Ref. [24]. Isso contempla tanto o estado térmico com squeezing quanto o vácuo com
squeezing (que corresponde ao último no limite de temperatura zero).

(d) Análise entrópica do modelo de spin-bóson


Nesta última seção a estudante passara a analisar os aspectos entrópicos do problema.
Para isso ela deverá calcular a informação mútua entre o qubit e os osciladores e analisar
o seu comportamento como função dos parâmetros dos osciladores (temperatura e grau
de squeezing).

4 Conclusões
As atividades propostas aqui deverão ser realizadas no período de um ano. Como já
mencionado anteriormente, este projeto se enquadra na fronteira desta área de pesquisa
sendo, ao mesmo tempo, acessível para um estudante de graduação. Consequentemente,
a depender dos resultados, esperamos que esta pesquisa possa render uma publicação ci-
entífica à estudante. Além disso, acreditamos que esta linha de pesquisa possa funcionar
como uma semente para um projeto de pesquisa de mestrado, caso haja interesse.

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6
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