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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS - PUC MINAS

Licenciatura em Fı́sica
Termodinâmica

Gustavo Gabriel dos Santos


Italo Zanatelli Costa Lima
Rafael Avelino Victória

COMPREENDENDO O DEMÔNIO DE MAXWELL

Belo Horizonte
12 de abril de 2023
Gustavo Gabriel dos Santos
Italo Zanatelli Costa Lima
Rafael Avelino Victória

COMPREENDENDO O DEMÔNIO DE MAXWELL

Trabalho apresentado na Pontifı́cia Universidade Católica


de Minas Gerais - PUC Minas, de acordo com a tarefa
estabelecida pela disciplina Termodinâmica presente no
curso de Licenciatura em Fı́sica.

Prof. Adriana Gomes Dickman

Belo Horizonte
12 de abril de 2023
Sumário

1 Introdução 2

2 Desenvolvimento 2

2.1 Um Breve Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2.2 Da Segunda Lei a Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2.3 Uma Solução Plausı́vel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

2.4 Aplicações Notáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3 Considerações Finais 12

4 Referências Bibliográficas 13

1
1 Introdução

Este trabaho tem como objetivo facilitar a compreensão do exercı́cio de pen-


samento criado por Maxwell, sintetizando os conteúdos necessários para o entendi-
mento junto a uma ordem cronológica de acontecimentos, estes que contribuı́ram
para uma plausı́vel solução e, mais ainda, uma forte validação da Segunda Lei da
Termodinâmica.

2 Desenvolvimento

2.1 Um Breve Histórico

O termo demônio de Maxwell surgiu devido a um problema proposto por J.


C. Maxwell em que supõe a existência de um ser capaz de acompanhar as moléculas
de um gás, observando seus percursos um a um. Temos então um recipiente com
gás que esteja divido em duas partes, em que há uma divisória no meio provida
de uma pequena passagem, e que este ser citado pode controlá-la sem realizar
qualquer trabalho. Se ele decide permitir que as moléculas com maior velocidade
passem para o lado esquerdo através da passagem, impedindo as mais lentas, e
que faça o oposto para o lado direito, logo, sem realizar trabalho, ele aumentou a
temperatura de um lado (esquerdo) e diminuiu o outro (direito), contradizendo a
Segunda Lei da Termodinâmica.

Enfatizando que Maxwell não tinha como objetivo refutar a Segunda Lei,
não acreditava no decrescimento da entropia, sua única finalidade foi mostrar
a limitação de significados das leis termodinâmicas (MATTOS; HAMBURGER,
2004). Esta ideia incitou vários pesquisadores que dedicaram estudos para sua
interpretação. Com a criação da Mecânica Estatı́stica surgiu o termo informação
que, com uso de argumentos termodinâmicos, Szilorde mostrou a sua relação com
o demônio dizendo ser necessário a sua obtenção de informação para que houvesse
de fato a diminuição da entropia (MATTOS; HAMBURGER, 2004).

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Após a consolidação da Mecânica Quântica por Boltzmann, temos vários
estudos vistos pela ótica da Teoria da Informação. Em um destes estudos Bribouin
(1962) utiliza-se do princı́pio de que o demônio representasse um aparelho fı́sico,
sendo este formado por uma bateria e uma lâmpada e a luz como um instrumento
de medida e obtenção de informação (MATTOS; HAMBURGER, 2004). Assim,
por relações matemáticas, constatou que tanto para a obtenção quanto para o uso
da informação o demônio interfere na entropia do sistema, sendo que ao somar
as suas variações (do meio e as adquiridas pela informação) tem como resultado
um valor positivo. Esta constatação foi um grande ganho implicando que para os
processos de medições existe uma interferência positiva, mesmo que mı́nima, na
entropia do sistema (MATTOS; HAMBURGER, 2004).

2.2 Da Segunda Lei a Informação

A Segunda Lei da Termodinâmica é abordada por diferentes enunciados


nos mais variados livros. Sendo os princı́pios apresentados por Kelvin e Clausius
equivalentes no que consta uma ser consequência da outra, focaremos naquele
formulado por Clausius que, a grosso modo, diz ser impossı́vel, em um processo,
transferir calor de uma fonte fria para uma fonte quente sem que se utilize trabalho
para isso (FONTANA; SANTOS, 2016).

Relembremos que para um processo reversı́vel isotérmico temos uma curva


denominada isoterma no plano pressão versus volume, em que a grandeza que
permanece constante é a temperatura. E para um processo também reversı́vel em
que se mantém o sistema termicamente isolado, temos uma curva adiabática no
mesmo plano cuja grandeza que permanece constante é o calor (OLIVEIRA, 2005).

Consideramos agora um isoterma a temperatura T que cruza duas curvas


adiabáticas nos pontos A e B. É definida a razão entre a diferença de calor nestes
dois pontos e a temperatura T do isoterma como sendo a diferença de entropia ∆S
(OLIVEIRA, 2005). Chegando -se assim a integral estabelecida por Clausius:

3
Z
dq
∆S = (1)
T

Clausius enuncia o princı́pio de máxima entropia relacionada a Primeira


Lei da Termodinãmica dizendo (em uma tradução livre): A energia do Universo
é constante. A entropia do Universo se direciona a um máximo (FONTANA;
SANTOS, 2016).

Para converter o que Clausius quis dizer ao que é normalmente abordado


nos conteúdos referentes a Segunda Lei, pensemos em um sistema fechado cujo
estado de equilı́brio A sofre um processo termodinâmico no qual atinge um estado
de equilı́brio B. Este princı́pio nos permite dizer que a entropia do sistema de
euilı́brio B é maior ou igual aquela de estado de equilı́brio A, desde que se conserve
a energia. Assim podemos fazer a seguinte relação:

SB ≥ SA (2)
SB − SA ≥ SA − SA (3)
∆S ≥ 0 (4)

Como vemos nos livros didáticos, agora posto que para um sistema fe-
chado submetido a um processo termodinâmico sua entropia cresce (processos irre-
versı́veis) ou permanece constante (processos reversı́veis) (FONTANA; SANTOS,
2016).

A relação entre os princı́pios de máxima entropia e a de mı́nima energia


é facilmente demonstrado, mas aqui focaremos na relação entre os enunciados da
Segunda Lei.

É possı́vel demonstrar uma conexão entre o princı́pio de Clausius abordado


no inı́cio desta seção e o enunciado entrópico da Segunda Lei garantindo a equi-
valência entre ambas. O princı́pio de Clausius proı́be diretamente que, para dois
corpos em contato térmico, o corpo de maior temperatura tenha um acréscimo

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nessa e o de menor temperatura um decréscimo na quantidade, mas não garante
a existência de uma temperatura de equilı́brio entre as temperaturas desses dois
corpos. Esta é garantida pelo enunciado entrópico (FONTANA; SANTOS, 2016).

Assim podemos dizer que negar a existência de uma temperatura de eqilı́brio


entre os corpos quente e frio no qual ambos atingirão no contato térmico ao passar
certo tempo é negar também o princı́pio de Clausius, e vice-versa.

Tendo relacionado os enunciados propostos por Clausius veremos agora


uma outra abordagem para a entropia. Logo após os trabalhos de Clausius, Boltz-
mann trata os processos termodinâmicos com uma visão atomı́stica tendo como
objetivo generalizar a Segunda Lei (LANDRY, 2018). Recorrendo ao modelo de
energias discretas, como um recurso matemático, determina que o número de ma-
neiras no qual N partı́culas assumiriam as energias se dá por:

N!
P = (5)
N0 !N1 ! · · · NP !

No qual Ni é o número de partı́culas que ocupam a energia i.

Boltazmann argumenta que tal grandeza é proporcional a probabilidade,


então ao maximizar ln(P ), conclui que está se referindo a entropia já abordada
por Clausius com a diferença de uma constante (LANDRY, 2018). Assim nasce a
famosa Lei de Boltazmann dada por:

S = kB ln(Ω) (6)

Onde Ω (Ômega) representa o número de microestados possı́veis para o


sistema. E kB é nomeada como constante de Boltzmann, também representada
pela letra grega σ (sigma), tem o valor de:

m2 · Kg
kB = (1, 38064852 · 10−23 ) (7)
K · s2

5
Em 1897 Boltzmann e Plank discutem a distribuição da radiação do corpo
negro. Esta já medida por Plank, ele estudava a reflexão de ondas eletromagnéticas
em uma caixa de paredes refletoras, no qual interpreta como uma interação de um
conjunto de osciladores harmônicos com a radiação. Boltzmann sugere usar sua
fórmula da entropia relacionada a probabilidade de um certo estado do sistema
(MATTOS; HAMBURGER, 2004).

Houve então a descoberta dos quanta proporcionais às frequências (hv) das
ondas absorvidas, sendo esta variação discreta de energia dos osciladores, onde h
é a constante de Plank e v a frequência (MATTOS; HAMBURGER, 2004). Isso
vai nos ajudar a compreender os cálculos de Brillouin para soulucionar o problema
do demônio.

Com o abalo nas limitações da Segunda Lei provocado por Maxwell, em


1929, Szlard publica um importante e famoso artigo chamado: On the Decrease
of Entropy in a Thermodynamic System by Intervention of Intelligent Beings.

Em seus estudos, mostra em detalhes a necessidade do demônio de Maxwell


obter informação (seja posição e velocidade da partı́cula) para que possa aumentar
a temperatura de um dos lados do recipiente sem realizar trabalho e consequente-
mente diminuir a entropia do sistema (SZLARD, 1929).

Mais adiante, presume que esta diminuição de entropia resultante da in-


terferência do demõnio no sistema é completamente compensada pela execução da
medição necessária para obter informação. E, mais ainda, que uma medida men-
surável está associada a uma produção de entropia definida, na qual se garante
a atuação da Segunda Lei (SZLARD, 1929). Ou seja, há um mı́nimo de entro-
pia incrementada ao sistema para se ter uma medição, algo abaixo desta não se
consegue adquirir a informação necessária.

Para determinar esse mı́nimo, Szilard distingue entre dois valores de entro-
pia S1 e S2 , e em seguida argumenta que se há uma compensação na quantidade de
entropia diminuida quando se obtém e utiliza a informação, então é sempre válida
a seguinte relação:

6
S1 S2
e− k + e− k ≤ 1 (8)

Isolando uma das entropias, seja esta S2 , temos:

S2 S2 −S1
e− k (e k + 1) ≤ 1 (9)
S2 S2 −S1
e k ≥ e k +1 (10)
S2 S2 −S1
ln(e k ) ≥ ln(e k + 1) (11)
S2 ∆S
≥ ln(e k + 1) (12)
k
∆S
S2 ≥ k ln(e k + 1) (13)

Tendo em mente a equação (4), a diferença mı́nima de entropia é ∆S = 0,


no qual S2 = S1 . Sendo assim:

S2 = k ln(2) (14)
S1 = k ln(2) (15)

Temos então que o valor médio da quantidade de entropia produzida por


uma medição é:

S = k ln(2) (16)

Posto isso, agora sabemos:

• O demônio necessita da informação para que possa diminuir a entropia do


sistema;

• Ao executar medições para se obter a informação, o demônio aumenta a


entropia do sistema.

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2.3 Uma Solução Plausı́vel

Relembrando o exercı́cio de pensamento proposto por J. C. Maxwell em


que supõe um ser cuja observação possui alta precisão conseguindo acompanhar
o percurso de cada molécula. Agora imaginemos uma caixa repleta de gás, na
qual está divida ao meio por uma parede, a menos por uma passagem tão pequena
que somente se passa uma molécula por vez, e esta pode ser aberta ou fechada
pelo ser citado, sem realizar qualquer trabalho. E então ele decide permitir que as
moléculas rápidas passem para o lado esquerdo da caixa, impedindo as moléculas
lentas, e faça o oposto para o lado direito. Concordando que a energia cinética
das moléculas está associada à temperatura, logo, o ser aumentou a temperatura
do lado esquerdo e diminuiu a do lado direito, sem realizar trabalho para isso.

Como já foi visto, um dos princı́pios da Segunda Lei, aquela enunciada por
Clausius, diz ser impossı́vel, em um processo, transferir calor de uma fonte fria
para uma quente, sem realizar trabalho para isso. O calor é uma grandeza associada
ao fluxo de energia devido a diferença de temperatura entre os corpos. Sendo assim,
ao aumentar a temperatura de um dos lados da caixa e diminuindo a outra, sem
realizar trabalho, temos uma variação negativa da entropia e consequentemente
uma contradição com a Segunda Lei da Termodinâmica.

Brillouin deu grande atenção ao exercı́cio de pensamento proposto por Ma-


xewll, fazendo um dos principais trabalhos de exorcização do demônio. Aqui rela-
taremos os cálculos feitos por Brillouin descritos por Cristiano Mattos e Amélia
Império Hamburger no artigo História da Ciência, Interdisciplinaridade e Ensino
de Fı́sica: O Problema do Demônio de Maxwell.

Antes de começar sua análise, Brillouin propõe que o demônio seja repre-
sentado por um medidor fı́sico, este que coleta informações antes de decidir abrir
ou fechar a passagem localizada no meio da caixa. Este medidor, então composto
por uma lanterna e uma lâmpada, usa a luz como instrumento de medida. Temos
então, análogo ao que foi proposto por Maxwell, um recipente fechado dividido ao
meio, com uma pequena passagem, na qual esteja termicamente isolado com uma
temperatura inicial Ti , e que tenha uma célula fotoelétrica acoplada à porta da

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pequena passagem (MATTOS; HAMBURGER, 2004).

Brillouin separa seus cálculos em duas partes: quando o demônio adquire


a informação e quando o demônio decide interferir no sistema.

Para se obter a informação, inicialmente o filamento da lâmpada aumenta a


uma temperatura T1 >> Ti , no qual se tem uma frequência v1 . O demônio detecta
a molécula com pelo menos um quanta de energia (hv), liberado pela molécula,
aumentando a entropia de:

hv1
∆Sd = (17)
Ti

Definindo b = ( hv1
kTi
) >> 1, onde k é a constante de Boltzmann, temos:

∆Ss = kb (18)

Considerando que a entropia é proporcional ao número de estados possı́veis


de um gás, se diminuirmos este número diminuimos então a entropia. Podemos
assim entender como a variação de entropia do sistema:

∆SG = SGi − SGf (19)


P
∆SG = k ln( ) (20)
Pi

Sendo Pi representando o número inicial de configurações microscópicas


possı́veis do gás e P = Pi − p é o número total depois de sofrer p configurações, te-
mos então Pi < P . Agora em um tempo curto p << Pi , então P ≈ Pi , permitindo
, ao realizar a expansão da série de Taylor, a aproximação:

P
∆SG = −k( ) (21)
Pi

9
Assim, pode-se escrever a variação do sistema (gás-demônio):

∆SS = ∆Sd + ∆SG (22)


b−p
∆SS = k( )>0 (23)
Pi

Onde b >> 1 e 0 < ( Ppi ) << 1. Concui-se então que a entropia total do
sistema aumentou, como esperado da Segunda Lei.

Agora focando na parte da decisão do demônio, Brillouin balanceia o custo


da informação obtida com o ganho de separar as moléculas rádidas das mais lentas.
Assim, nomeando A (direito) e B (esquerdo) as divisões do recipente, quando o
demônio realiza um trabalho quase estático ao abrir e fechar a passagem do meio,
ele varia as temperaturas dos compartimentos a uma temperatura ∆T . Sendo
assim:

TB > TA (24)
∆T ∆T
Ti + ( ) > Ti − ( ) (25)
2 2

O demônio distingue e seleciona uma molécula rápida do compartimento A


e deixa passar para o compartimentp B com energia cinética ligeiramente maior
que a energia cinética média:

3
K = KTi (1 − ε1 ) (26)
2

E logo seleciona uma molécula do compartimento B para o A com uma


energia cinética ligeiramente menor que a energia média:

3
K = KTi (1 − ε2 ) (27)
2

10
Sendo então 1 ≈ 2 . Para a vizualização da molécula o demônio necessitou
de, pelo menos, dois quanta de luz, de modo que ao detecta-lo aumenta a entropia
de:

∆Sd = 2kb (28)

No sistema será inserido uma transferência de energia do compartimento


A para o compartimento B, representada por:

∆QG = K+ − K− (29)
3
∆QG = kT (ε1 + ε2 ) (30)
2
O que corresponde a uma variação de entropia do gás:

1 1
∆SG = ∆Q( − ) (31)
TB TA
∆T
∆SG = −∆Q 2 (32)
T
3 ∆T
∆SG = − k(ε1 + ε2 ) (33)
2 T
Como ε1 ≈ ε2 e são finitos , tomando ∆T << T pode-se fazer a seguinte
aproximação:

∆T
η = (ε1 + ε2 ) ⇒ (34)
T
3
⇒ ∆SG = − kη (35)
2
Assim, temos que a variação total do sistema fica:

∆SS = ∆Sd + ∆SG (36)



∆SS = k(2b − ) > 0 (37)
2
11
Houve, portando, uma variação positiva na entropia, conforme prevê a Se-
gunda Lei.

2.4 Aplicações Notáveis

O demônio de Maxwell teve grande reprecusão em grandes áreas da ciência,


sendo a mais lembrada ao ser associada a termodinâmica de informação. Esta
área corresponde as operações de processamento de dados como processos ter-
modinâmicos, em que os computadores mais eficientes seriam aqueles reversı́veis
(MATTOS; HAMBURGER, 2004). Mas como nos processos reais, e também mos-
trado no argumento de Brillouin, cada medida de obtenção de informação requer,
no mı́nimo, o incremento de k ln(2) na entropia do sistema, correspondendo então
a processos irreversı́veis (MATTOS; HAMBURGER, 2004).

Outras àreas que sofreram grande influência do problema proposto por Maxwell
foram os tratamentos de medidas da Mecânica Quântica, a Termodinâmica da com-
putação e o desenvolvimento de computadores quânticos (MATTOS; HAMBUR-
GER, 2004). Um recente uso de conceitos que abordam o exercı́cio de pensamento
visto neste trabalho está nos estudos dos fenômenos da dinâmica de trocas iônicas
em membranas celulares, no qual filtram moléculas que passam pelas membranas,
sendo análogo ao que o demônio faz (MATTOS; HAMBURGER, 2004).

3 Considerações Finais

Este trabalho ajudou a aclarar várias dúvidas em um problema que, inici-


almente, se parece difı́cil de compreender, sendo assim revisados conceitos funda-
mentais da Segunda Lei. A ordem cronológica de descobertas feitas na época serviu
como um excelente guia para o entendimento do problema e sua possı́vel solução.

Tendo aqui reconhecido o importante ganho das interpretações feitas a par-


tir de um simples exercı́cio de pensamento criado para nos lembrar que as Leis
podem ser limitadas, principalmente pelos trabalhos de Brillouin, onde modifi-

12
cou nosso entendimento sobre interferência em um sistema ao executarmos uma
medição, fazendo com que abrisse em seguida um leque de casos associados.

4 Referências Bibliográficas

FONTANA, R. B. D.; SANTOS, I. A. dos. Os Enunciados da Segunda Lei da


Termodinâmica. Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica. vol. 38, n. 1,
1311, 2016.

LANDRY, Cristian. O Caminho da segunda lei da termodinâmica. Physicae


Organum. vol. 4, n. 1, p. 1-11, 2018.

MATTOS, Cristiano; HAMBURGER, Amélia Império. História da Ciência, In-


terdisciplinaridade e Ensino de Fı́sica: O Problema do Demônio de Maxwell.
Ciência & Educação. v.10, n.3, p.477-490, 2004.

OLIVEIRA, Mário José de. Termodinâmica. São Paulo: Livraria da Fı́sica,


2005.

SZILARD, L. On the decrease of entropy in a thermodynamic system by the inter-


vention of intelligent beings. Behavioral Science, Baltimore, v. 9, p. 301-310,
1964.

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