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TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

DISCIPLINA: FÍSICA APLICADA


Carga horária: 20 horas Presenciais + 30 horas EAD
EMENTA: Medidas; Força; Equilíbrio; Fluidos; Notação Científica e
de Engenharia; Sistemas de Unidades e Transformações de
Unidades; Eletrostática; Magnetismo; Eletromagnetismo; Histerese
Magnética e Circuitos Magnéticos.
Sumário

1. Grandezas Físicas, Unidades e suas Representações 03


1.1 Unidades e Representação 04
1.2 Erros e Desvios 06
1.3 Algarismos significativos, conversão e regras de arred 08
ondamento
1.3.1 Algarismos significativos 08
1.3.2 Conversões 09
1.4 Notação científica 11
2. Fluidos 13
2.1 Hidrostática 14
2.1.1 Caracterização de Sólidos, Líquidos e Gases 14
2.1.2 Fluidos 16
2.1.3 Princípio de Pascal 16
2.1.4 Principio de Arquimedes 21
2.2 Hidrodinâmica 23
2.2.1 Fluidos em Movimento 26
2.2.2 Teorema de Torricelli 29
2.2.3 Lei dos Gases 30
2.2.4 Capacidade e condutividade térmica 31
3. Eletrostática 35
3.1 Carga Elétrica 36
3.1.1 Métodos de Eletrização 38
3.1.2 Lei de Coulomb 40
3.1.3 Campo Elétrico 41
3.1.4 Potencial Elétrico 43
3.2 Eletrodinâmica 46
3.2.1 Fluxo Elétrico 46
3.2.2 Corrente Elétrica 48
3.2.3 Resistores 49
3.2.4 Potência elétrica 52

FÍSICA APLICADA _____________________________________________


4. Fundamentos do Eletromagnetismo 54
4.1 Magnetismo 55
4.1.1 Propriedades dos imãs. 56
4.1.2 Campos magnéticos 57
4.1.3 Fluxo magnético 60
4.2 Eletromagmetismo 64
4.2.1 Aspectos Históricos do Eletromagnetismo 64
4.2.2 Ondas eletromagnéticas 65

FÍSICA APLICADA ______________________________________________


Grandezas Físicas,
Unidades e Suas
Representações

FÍSICA APLICADA _______________________________________ 03


1.1 Unidades e Representação
A medida de uma grandeza física sempre tem um valor numérico e uma
unidade . Isto faz com que estas duas partes tenham que estar sempre bem
definidas para que agrandeza esteja completamente caracterizada .Amedida
depende do observador e do instrumento utilizado na medida . Por exemplo , na
figura 1.1, a medida pode apresentar diferentes valores , para diferentes formas
de observação.
4.8 cm

4.9 cm 4.7 cm

3 4 5 6

Figura 1.1 – A figura tem a observação dos valores da medida invertidos. A observação 4.9
cm deveria estar no lugar da observação 4.7 cm e vice-versa.

As medidas podem ser diretas ou indiretas. Medidas diretas são aquelas que
não dependem de outras grandezas para serem realizadas, ou seja, é possível
realizar sua medida diretamente com um instrumento. Tempo e temperatura
são duas grandezas físicas que são normalmente determinadas de forma dire-
tas. Já as medidas indiretas, precisam de uma relação matemática para serem
determinadas. Essa relação matemática normalmente sintetiza uma dada lei
física, ou conjunto de conhecimentos de uma dada área de interesse.
A maioria das grandezas que caracterizam o movimento de um corpo, por
exemplo, são feitas de forma indireta. Dessa forma, para determinar a velocida-
de de um objeto temos que determinar a distância percorrida num certo inter-
valo de tempo e, a partir dessas medidas diretas, calcular a velocidade. Mesmo
a leitura do velocímetro do carro é indireta, pois há um mecanismo de calibra-
ção de distância que utiliza o perímetro do pneu para determinar a distância
percorrida, e um comparador que determina o tempo de cada volta, permitindo
assim a determinação da velocidade. Aceleração é outro exemplo de medida

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indireta, seja ela feita através das medidas diretas da força e massa ou da varia-
ção de velocidade.
Grandezas fundamentais como distância, tempo e massa são tipicamente
feitas de forma direta, através da comparação com padrões. O padrão é basi-
camente o que estabelece a unidade de uma dada grandeza. Comparando-se
diretamente aquilo que queremos medir com o padrão, tiramos um valor nu-
mérico, que expressa quantas vezes a grandeza de interesse é maior ou menor
que aquele padrão, e assim determinamos tanto a parte numérica quanto a uni-
dade daquela medida.

GRANDEZA Unidade, símbolo: definição da unidade

metro, m: o metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante


COMPRIMENTO
um intervalo de tempo de 1/299.792.458 do segundo.

quilograma, kg: o quilograma é a unidade de massa, igual a massa do protótipo


MASSA
internacional do quilograma.

segundo, s: o segundo é a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação cor-


TEMPO respondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do
átomo de césio 133.

Ampère, A: o ampere é a intensidade de uma corrente elétrica constante que,


mantida em dois condutores paralelos, retilíneos, de comprimento infinito, de seção
CORRENTE
circular desprezível, e situados à distância de 1 metro entre si, no vácuo, produziria
ELÉTRICA -7
entre estes condutores uma força igual a 2π x 10 Newton por metro de compri-
mento.

TEMPERATUR kelvin, K: o kelvin, unidade de temperatura termodinâmica, é a fração 1/273,16 da


A TERMODINÂ-
temperatura termodinâmica no ponto tríplice da água.
MICA

QUANTIDADE mol, mol: 1. o mol é a quantidade de substância de um sistema contendo tantas


DE SUBSTÂNCIA entidades elementares quantos átomos em 0,012 quilogramas de carbono 12.

candela, cd: a candela é a intensidade luminosa, numa dada direção, de uma fonte
INTENSIDAD 12
E LUMINOSA que emite uma radiação monocromática de frequência 540x10 hertz e cuja
intensidade energética nessa direção é de 1/683 watt por Ester radiano.

Tabela 2.1 – As sete unidades de base do SI, suas unidades e seus símbolos. http://www.
inmetro.gov.br/consumidor/Resumo_SI.pdf data – 25/04/2010

Existem sete grandezas físicas fundamentais. A tabela 2.1 apresenta as uni-


dades padrões no Sistema Internacional (SI).

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1.2 Erros e Desvios
As grandezas ou propriedades físicas têm um valor exato , mas o resultado
final do processo de medida ,que sempre está associado a alguma incerteza ,
nunca expressa o valor exato dessas grandezas . Fatores , dos mais diversos ,
impedem - nos de obter de forma simples o valor verdadeiro de uma grandeza .
Toda medi- da está sujeita aos chamados “erros de medida”. Estes erros podem
ser de dois tipos: erros estatísticos e erros sistemáticos.
Os erros estatísticos, ou aleatórios, podem ser causados pelo operador do
instrumento de medida, por alterações momentâneas no ambiente da medida,
por flutuações no circuito do instrumento, etc. Sua característica principal é
que este tipo de erro não tem uma tendência, ou direção única, para ocorrer e,
por isto, caracteriza-se por uma aleatoriedade no valor medido, tipicamente em
torno de um valor médio.
O erro sistemático, por outro lado, advém de defeitos de calibração ou ví-
cios no processo de medida. Eles ocorrem sempre na mesma direção e, por-
tanto, apresentam uma tendência que provoca um desvio do valor medido do
valor verdadeiro. Enquanto os erros estatísticos podem ser minimizados por
medidas repetitivas e a realização de médias e análises estatísticas, os erros sis-
temáticos não permitem fazer isto. Estes são os erros mais complicados de se-
rem determinados e eliminados no processo de medida de qualquer grandeza.
É por isso que os erros sistemáticos são hoje a grande limitação nas medidas de
alta precisão, que são aquelas que permitem avançar determinados aspectos
científicos na fronteira do conhecimento.
As medidas com instrumentos levam aos chamados erros de medida. Eles
normalmente vêm do fato que de os instrumentos têm uma precisão limitada,
que não permite obter o valor verdadeiro (exato) de certa grandeza, além da pre-
cisão característica daquele instrumento, mesmo quando operado de forma
correta. Um bom exemplo disto é uma régua. Ao utilizarmos a régua, fazemos
uma medida estritamente comparativa. A maioria das réguas mais simples tem
como menor divisão o milímetro. No exemplo da figura 2.2, a régua foi utilizada
para medida de uma distância cujo valor seja exatamente de 5,27 cm, teremos
provavelmente certeza do valor 5,3 cm, pois a comparação direta permite ve-
rificar muito bem que o objeto em questão tem dimensão que cai entre 5,2 e
5,3 cm. Porém, para definirmos o terceiro dígito desta grandeza (o segun-
do depois da vírgula), teremos que “adivinhar” (ou estimar) da melhor forma

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possível, já que a escala da régua não permite fazer uma comparação direta
mais precisa. Mesmo se usarmos bons critérios nesta estimativa, ainda haverá
um pouco de adivinhação, o que leva uma incerteza na medida. Tais incertezas
resultam nos erros da medida.

6
5
4
3
2
1

Figura 2.2 – Exemplo de medida com régua. (Retirada do site http://www.stefanelli.eng.


br/ webpage/metrologia/p-escala-regua-graduada-uso.html)

No uso de instrumentos, normalmente admitimos como sendo o erro ins-


trumental a metade da menor divisão (escala) do instrumento utilizado. Desta
forma, na medida do comprimento acima, a régua poderia, por exemplo, resul-
tar no valor 5,17 ± 0,05 cm. Este último valor, metade do milímetro, é é a melhor
leitura possível e representa, portanto, o erro desta medida.
Normalmente, o erro da medida está na mesma casa decimal do primeiro
algarismo duvidoso. Obviamente, este erro de medida vai depender do tipo de
instrumento que utilizamos na medição, e em princípio pode sempre ser me-
lhorado com o uso de um instrumento melhor. Um paquímetro ou um micro-
metro, por exemplo, tem precisão de medida muito maior que a régua. A medi-
da de grandezas físicas com instrumentos gera a necessidade de introduzirmos
o conceito de algarismos significativos e também certas regras de aproximação
e arredondamento.

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1.3 Algarismos significativos, conversão e
regras de arredondamento

1.3.1 Algarismos significativos

Numa medida, os algarismos significativos são todos aqueles sobre os quais


te- mos certeza (confiança ) mais o primeiro dígito duvidoso . Estes são aqueles
que de fato fazem sentido na medida . Por exemplo , na medida feita com a
régua , um observador com olho mais preparado poderia dizer que a medida
realizada pela régua seria de 7,534 cm . Mas será mesmo que essa medida ,
aparentemen- te mais “precisa” faz algum sentido?
Neste caso, como o dígito “3” é o primeiro dígito duvidoso, o dígito “4” já
não faz mais sentido e, na verdade, não é mais significativo. Desta forma, os
algarismos significativos, neste caso, são os números 7, 5 e 3. No primeiro alga-
rismo duvidoso é onde temos a nossa imprecisão, ou incerteza.
Para quase todos os cálculos, os valores podem ser representados com três
algarismos significativos através da notação científica.
Os algarismos significativos de um número são os dígitos diferentes de
zero, contados a partir da esquerda até o último dígito diferente de zero à direi-
ta, caso não haja vírgula decimal, ou até o último dígito (zero ou não) caso haja
uma vírgula decimal.

EXEMPLOS
• 3467 - 4 algarismos significativos
• 346897 - 6 algarismos significativos
• 10001 - 5 algarismos significativos
• 1001,01 - 6 algarismos significativos
• 1001,000 - 7 algarismos significativos
• 0,002567 - 4 algarismos significativos

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1.2.2 Conversões

Não é obrigatório o uso do sistema internacional para resolução de todos os


problemas e aplicações. As medidas podem ser utilizadas em outras unidades,
além de existirem outros sistemas de medidas , como o Sistema Inglês , MKS,
CGSetc. Não iremos estudar outros sistemas de unidades nesta aula, mas você
poderá pesquisar sobre eles clicando nos nomes em azul . Todas as unidades
podem ser utilizadas , mas é importante que os cálculos tenham coerência di-
mensional. O que é isto?
Em Física, ou qualquer outra ciência, só podemos somar ou subtrair a mes-
ma grandeza utilizando a mesma unidade. É importante reconhecer quando é
necessário fazer conversão de uma unidade. Na maioria dos casos, é mais fácil
usar as unidades no sistema internacional.
Por exemplo, pode-se somar:
x1=10 m e x2=20 m
t 1=1 s e t 2=30 s
v1=15 m/s e v2=120 m/s

As unidades da massa e do comprimento são múltiplos de 10, e, portanto,


podem ser facilmente convertidos utilizando divisões e multiplicação por 10.
Observe as tabelas 2.2a e 2.2b, que relacionam múltiplos e submúltiplos de
comprimento:

MÚLTIPLOS UNIDADE SUBMÚLTIPLOS


FUNDAMENTAL
tonelada kilograma grama miligrama micrograma nanograma
t kg g mg µg ng
106 103 100 10-3 10
-6
10
-9

1.000.000 g 1.000 g 1g 0,001 g 0,000001 g 0,000000001 g

Tabela 2.2 – Múltiplos e submúltiplos de comprimento.

MÚLTIPLOS UNIDADE SUBMÚLTIPLOS


FUNDAMENTAL
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
km hm dam m dm cm mm
1.000 m 100 m 10 m 1m 0,1 m 0,01 m 0,001 m

Tabela 2.2b– Múltiplos e submúltiplos de comprimento


.

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Desta forma, se for preciso converter:
1 kg = 1.000 g = 103 g
1 g = 0,001 kg = 10-3 kg
1 ton = 1.000 kg = 103 kg
1 mg = 0,000001 kg = 10-6 kg

As unidades de tempo são medidas um pouco diferente, pois não são múlti-
plas apenas de 10. Temos o minuto, a hora, o dia e o ano. Entretanto, podemos
também expressar uma medida como milésimos de horas, nanossegundos etc.
As conversões mais usuais estão descritas na tabela 2.3:

MÚLTIPLOS UNIDADE SUBMÚLTIPLOS


FUNDAMENTAL
Ano dia hora minutos segundos milisegundos nanosegundos

Ano d h min s ms µg
-3
365x24x60x60 24x3600 60x60 s 60 s 1 10 10-6
31536000 s 86400 s 3600 s 60 s 1 0,001 s 0,000001 s

Desta forma, se for preciso converter:


1 ano para s = 31.536.000s = 3,15 x 107 s
1s para hora = 1/3.600 = 0,0002778 h = 2,78 x 10-4 h

As médias de grandezas físicas normalmente podem ser arredondadas. O


arredondamento é um procedimento para eliminar algarismos que julgamos
desnecessários por alguma razão, isto é, que não são significativos. Também
podemos arredondar um valor quando estamos interessados apenas em uma
aproximação ou estimativa de certo valor.
Considere, por exemplo, uma medida de massa que resultou num valor
igual a 25,24g. Se quisermos expressar esta grandeza apenas até a primeira casa
decimal, teremos que eliminar o último algarismo. A forma mais adequada de
fazer isto é através da regra de arredondamento.
Esta regra é muito simples: se o algarismo a ser eliminado é maior que “5”,
então devemos acrescer de uma unidade o algarismo decimal anterior. Se o
algarismo a ser eliminado é menor que “5”, mantemos o algarismo anterior.
Assim, a medida de 25,24 g seria arredondada para 25,2 g. Por outro lado, se
tivéssemos como medida 25,26 g, o arredondamento levaria a 25,3g.

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1.4 Notação científica
Nas áreas científicas, e em particular na Física, é muito frequente encontrar-
mos grandezas expressas tanto por números muito grandes ou muito peque -
nos. Nestes casos , é muito conveniente expressarmos esses números de uma
forma compacta e que dê uma ideia clara de sua magnitude. É justamente isso
que nos permite fazer a chamada notação científica.
A ideia básica desta notação é bem simples: utilizar potências de 10, ao in-
vés de escrever todos os números decimais do número original. Nesta notação
o que se faz é expressar o número de interesse em duas partes, que são chama-
das de mantissa e a potência de 10 ou expoente. O valor absoluto (módulo) da
mantissa deve ser maior do que 1 e menor do que 10, e o expoente fornece a
potência de 10 correspondente.
Vejamos alguns exemplos: o número de Avogadro, por ser um valor bastante
grande, é normalmente expresso em notação científica como NA= 6,02 ·1023, as-
sim como os valores usados pelos astrônomos em suas pesquisas. Outro exem-
plo ilustrativo é o da carga do elétron, que é um valor bem pequeno, dado por
qe= 1,60217646 ·10–19 coulombs. Os valores relativos às partículas elementares
também são exemplos de números pequenos usados por pesquisadores em
Física.

EXEMPLOS
• 524.000.000 = 5,24 x 108
• 0,0000032 = 3,20x 10-6
• 7.200 = 7,20 x 103
• 7.210 = 7,21 x 103
• 98.750 = 9,88 x 104
• 720.609 = 7,21 x 105
• 0,082 = 8,20 x 10-2
• 0,0008800 = 8,80 x 10-4

Uma das grandes vantagens desta notação que dá uma ideia imediata e cla-
ra de quais são os algarismos significativos de uma dada medida, assim como
a ordem de grandeza.

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https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4361060/mod_resource/content/3/
Unidades.pdf

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=E3
fOUamazz8

https://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-
fisica/exercicios-sobre-sistema-internacional-unidades.htm

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Fluidos

FÍSICA APLICADA __________________________________________13


2.1 Hidrostática
2.1.1 Caracterização de Sólidos, Líquidos e Gases

É do conhecimento de todos que as diversas substâncias conhecidas


podem apresentar -se em diferentes estados . O que diferencia os estados é a
forma de agregação molecular de cada um deles . Aseguir , seguem as
explicações sobre alguns estados físicos.

Sólido:
O estado sólido é caracterizado por uma forte agregação molecular, ou seja,
a coesão entre as moléculas é consideravelmente forte, garantindo a forma e vo-
lume bem definidos. Um exemplo bastante conhecido da água no estado sólido
é o iceberg, que são enormes blocos de gelo encontrados nos oceanos.

Observação:
Os cristais de gelo ou de neve apresentam formatos geométricos belíssi-
mos. Cada formato depende da temperatura em que se encontram (figura 2.1
).

Figura 2.1 – Geometria de um cristal de gelo ou neve

Líquido
Nesse estado observamos que o volume é bem definido, mas a forma é va-
riável. Um suco, por exemplo, terá o formato do copo em que o colocarmos.

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Isso ocorre porque, nos líquidos, as moléculas não apresentam forte coesão
(figura 2.2).

O
H H
O H
O
H
H
H O
O H

H
O
O H H
H
H H H

Figura 2.2 – Moléculas da água. http://www.alunosonline.com.br/quimica/polaridade-


das- moleculas.html

Gasoso
Os gases não possuem forma e volume definidos, isso ocorre devido ao fato
da interação entre as moléculas dos gases ser, praticamente, inexistente, fazen-
do com que a substância se distribua por todo o espaço disponível (figura 2.3).

Figura 2.3 – Moléculas da água no estado gasoso. http://www.manualdaquimica.com/


quimi- ca-geral/mudancas-estado-fisico.htm

O estado gasoso e omotor a vapor


O motor a vapor foi desenvolvido no século XVIII para movimentar máqui-
nas a partir da energia gerada pelo vapor de água . Com essa descoberta , ini-
ciou-se a Revolução Industrial . A partir de estudos , o vapor do ar foi utilizado
para mover os trens e barcos queimando carvão para aquecer o ar. Hoje ainda
usamos essa ideia para gerar energia elétrica nas Usinas Termoelétricas.

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2.1.2 Fluidos

O estado de agregação da matéria depende das condições de temperatura e


pressão a que está submetida . Como exemplo, podemos citar a água, sabemos
que essa substância se apresenta em diferentes fases da matéria.
Definimos os fluidos basicamente como líquidos e gases. Certamente tere-
mos muitos assuntos para discutir que fazem parte do cotidiano de todos nós e
que depende dos conceitos de fluidos.
Ao iniciarmos os nossos estudos, temos que entender o conceito de fluido.
De maneira simples, podemos dizer que um fluido é qualquer substância que
facilmente escoa e que muda sua forma quando submetido à ação de pequenas
forças. Os fluidos tomam a forma do recipiente onde são colocados.
Embora o termo “fluido” não seja corriqueiro, em nossas vidas diárias res-
piramos (gases) e bebemos fluidos (líquidos), até nas horas vagas nadamos em
fluidos. O estudo dos fluidos explica alguns fatos interessantes como a razão
do tubarão precisar nadar constantemente para não afundar, o porquê dos na-
vios, apesar dos seus pesos, não afundarem e muitos outros fatos que discutire-
mos no decorrer deste livro (figura 2.4).

Figura 4.4 – Tubarão mergulhando. Fonte – http://tubaroes.com.sapo.pt/Whihark.jpg

Devido a característica dos fluidos de terem forma acomodada segundo as


condições de contorno, o conceito de força é mais bem empregado se definir-
mos pressão, que é a força por unidade de área. Na natureza temos dois fluidos
extremamente importantes: a água dos oceanos e o ar atmosférico.

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A seguir abordaremos os conceitos de densidade e pressão e a estática dos
fluidos discutida nos teoremas de Pascal e Arquimedes.

Conceito de densidade
Como os fluidos não possuem forma definida, ao invés da massa, o melhor
é sempre lidar com a chamada densidade, que representa a massa por unidade
de volume. Quando os fluidos têm densidade que não variam com a pressão de
forma considerável, são chamados de incompressíveis. A água é um exemplo
deste tipo de fluido. Por outro lado, quando a densidade pode variar dependen-
do da pressão, temos os fluidos compressíveis. O ar atmosférico é exemplo des-
te tipo de fluido.
A densidade (p), também conhecida como massa específica, é definida como
o quociente entre a massa (m) e o volume (V) de um corpo, resumidamente:

m
p= (Eq. 1)
v

É importante lembrar que mesmo quando dois materiais constituídos do


mesmo material possuem volumes e massas diferentes, suas densidades são
iguais. Imagine a imersão de um cubo de ferro de dois quilogramas (kg) de mas-
sa em um reservatório contendo água e de outro cubo com massa igual a 4 kg,
constituído do mesmo material, em outro reservatório contendo água, a quan-
tidade de líquido deslocado durante a imersão será proporcional a massa dos
cubos.
É importante lembramos algumas unidades no SI (Sistema Internacional de
Medidas) que utilizaremos no estudo da densidade. Seguem algumas unidades:

Unidades no SI:
• Massa (m) – unidade kg
• Volume (V) – unidade m³
• Densidade (p) – unidade kg/m³

Lembrete : 1m³ = 106 cm³

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 17


Na tabela 2.1 são mostrados alguns valores de densidades de algumas subs
- tâncias conhecidas:

MATERIAL DENSIDADE (KG/M³)


Ar (1 atm a 20 °C) 1,20
Benzeno 0,9.10³
Água 1,0.10³
Concreto 2,0.10³
Alumínio 2,7.10³
Cobre 8,9.10³
Ouro 19,3.10³

Tabela 2.1– Densidades de algumas substâncias

É importante observarmos que a densidade de alguns materiais possui va-


riações em seu interior . Aatmosfera terrestre é um desses materiais que apre-
senta menor densidade em altitudes elevadas, o nosso corpo possui densida- des
diferentes , em nosso organismo temos gordura que possui baixa densidade e
ossos que possuem alta densidade.

Você sabia que mesmo sendo de aço os navios não afundam . Isso acontece porque são
dotados de partes ocas, apresentando assim, densidade menor do que a água. É importan te
lembrar que o aço maciço em grandes quantidades afunda rapidamente.

Observação:
Os icebergs flutuam nos oceanos , pois a densidade do gelo é menor que a
densidade da água do mar. Da mesma forma, os lagos no frio do inverno criam
gelo em sua superfície pois sua densidade é menor que a densidade da água.

Conceito de pressão
No caos do ar atmosférico, que é uma camada de gás envolvendo o planeta, o
próprio peso deste fluido faz uma força nas camadas inferiores , e esta força por
unidade de área chama-se pressão atmosférica. No nível do mar, esta pres- são é
da ordem de 105 N/m 2, que é o valor chamado de atmosfera (igual a 1 atm).

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Para definirmos a pressão, podemos considerar uma pequena superfície de
área A localizada em um ponto do fluido e a força normal exercida pelo fluido
em cada lado da superfície é F.
A partir dessas considerações, definimos a P pelo quociente entre a força F
e a área A:

∆F
p=
∆A

Analisando a expressão dada anteriormente, verificamos que se a força é


uniforme em uma placa plana de área A podemos concluir que:

F
p= (Eq.2)
A

Unidades de pressão:
No SI:
• 1 Pa (Pascal) = 1Pa= 1N/m²
• 1 atm (atmosfera)= 1,01325.105 Pa

Outras unidades conhecidas:


• 1 bar = 105 Pa
• 1lb/pol (libra/polegada) = 6895 Pa
• 1mmHg= 1 torr (Torricelli) = 133,3 Pa

Curiosidade!
Uma delicada bailarina de 48 kg, apoiada na ponta de um dos seus pés pode exercer
uma pressão sobre um piso no valor de 8.105Pa em uma área de 6.10-4m²!

EXEMPLO
Determinar o módulo da força que a atmosfera exerce sobre o alto da cabeça de uma
pessoa que tem uma área de aproximadamente 0,030m². Considere a pressão atmosférica
igual a 1 atm.
Cálculo da força que a atmosfera exerce sobre a cabeça da pessoa,

F
P= ⇒ F = p⋅A , fazendo 1 atm = 1,013 · 105 Pa
A

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 19


F = 1,013 · 105 Pa.0,030 m²
F = 3039 N
Não se assuste com o valor da força exercida sobre a cabeça da pessoa, ela se refere ao
peso da coluna de ar que se estende até o limite superior da superfície terrestre.

Fluido em repouso
O estudo dos fluidos nos mostra que à medida que afundamos em um líquido,
à pressão atmosférica de 1 atm, a pressão aumenta abaixo da interface água-ar.

F2

y1 p1

y1 p2
m·g

F1

Figura 2.5 – Forças e pressões que atuam sobre um corpo submerso. Fonte – http://ecotur
. orgfree.com/images/mergulho/mergulho_11.jpg. Imagem adaptada.

Supondo que a água se encontre em equilíbrio estático , na figura 4.5 obser-


vamos um mergulhador que está localizado a uma determinada profundidade da
superfície da água. Sobre a água atuam três forças verticais:
• a força F1 que age sobre a superfície superior do mergulhador;

• a força F2 que age sobre a superfície inferior do mergulhador e se deve à


água que está abaixo do seu corpo;

• e a força peso.
Aforça devida à gravidade que age sobre o líquido no mergulhador está re-
presentada por P= m.g. Considerando o equilíbrio, podemos escrever:
F2=F1+m ·g

FÍSICA APLICADA ___________________________________________ 20


Sendo F1 = p1·A , F2 = p2 · A e m = ρ . A . (y1 – y2)
p2 · A = p1 · A + ρ · A · g · (y1 – y2) , dividindo a expressão por A temos
p2 = p1 + ρ · g · (y1 – y2) (Eq. 3)
De acordo com a expressão obtida, é possível concluir que a pressão aumen-
ta linearmente com a profundidade do liquido incompressível. Essa função
pode ser utilizada para determinar a pressão não apenas no líquido, o seu uso
estende-se a cálculos relacionados a atmosfera.

Importante: A pressão em um ponto do fluido em equilíbrio estático não depende


da dimensão horizontal do recipiente ou do fluido, mas sim da profundidade desse ponto.

Você sabia que para cada 10 m percorridos na vertical durante um mergulho, acrescen-
ta-se 1,0.105 Pa ou 1 atm no valor da pressão.

2.1.3 Princípio de Pascal

Diariamente deparamos com o Princípio de Pascal,


essa teoria se faz presente quando apertamos um tubo
contendo cremes , até mesmo quando engasga - mos
enosso abdômen épressionado para liberarmos o
alimento preso na garganta ou quando frentistas de
postos de gasolina utilizam macacos hidráulicos. Figura 2.6 - Pascal (1623-
Blaise Pascal (1623-1662) foi um físico, filósofo 1662)
e matemático francês, que apesar de ter falecido jo-
vem, deixou grandes contribuições para a ciência (figura 2.6). Além de frases
célebres e eternas como “O coração tem razões que a própria razão desconhe -
ce”; esse grande cientista deixou muitas contribuições como os esclarecimen -
tos sobre o princípio barométrico , informações sobre a prensa hidráulica e a
transmissibilidade das pressões . Observamos suas teorias nos elevadores hi-
dráulicos de postos de combustíveis e até mesmo nos freios hidráulicos . O
Princípio de Pascal enuncia que :

A pressão aplicada a um fluido estático incompressível fechado é transmitida igualmente


a todas as partes do fluido.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 21


O Princípio de Pascal e o elevador hidráulico
Nos postos de gasolina existem elevadores hidráulicos que funcionam de
acordo com o princípio de Pascal.Afigura 2.7 ilustra um desses elevadores para
nossa discussão sobre a relação entre a área, a força e a pressão exercidas.
Verificamos que uma força externa de módulo Fe que é aplicada no sentido
de cima para baixo sobre o êmbolo de entrada, sua área é Ae. No interior do
dispositivo hidráulico existe um líquido incompressível que produz uma força no
sentido de baixo para cima que é aplicada no êmbolo de saída que possui
área A s. O sistema é mantido em equilíbrio devido à força de módulo Fs que é
exercida pelo automóvel sobre o êmbolo, produzindo uma variação na pressão
do líquido que é calculada por:


⇓ Fs

Entrada Saída

⇓ Fe → As
ds
Ae→
de

Figura 2.7 – Elevador hidráulico. Fonte: Ref. de Paula, S.M.

F F
= e = s
pe A ps A
e s

F F As
∆P = e = s ⇒ = (Eq.4)
A A Fs Fe A
e s e

Analisando a Eq. 4, observamos que a força Fs de saída é maior do que a força de


entrada Fe.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 22


2.1.4 Principio de Arquimedes

Arkhimedes , nome originário do grego , popularmente conhecido como


Arqui- medes, foi um matemático e físico nascido por volta do ano 287 a.C em
Sira - cusa -Sicília . Foi um cidadão participativo e muito ativo na sociedade .
Muitas de suas descobertas acadêmicas estão em nossos dias , suas
contribuições es- tendem-se da geometria até o estudo da Física. Seus estudos
trouxeram informações importantes para o estudo da Mecânica, da Hidrostática
e Aritmética.

Existem muitas histórias engraçadas e interessantes sobre Arquimedes, uma das mais fa-
mosas está relacionada com o seu estudo para verificar se na coroa de ouro do Rei Herão
II, de Siracusa, havia sido misturado certa quantidade de prata. O problema foi resolvido por
Arquimedes apenas determinando o volume da coroa, averiguando assim, a densidade da
coroa e calculando a quantidade de prata utilizada. A história conhecida por todos foi a que
Arquimedes inventou o procedimento para verificar a densidade do ouro quando tomava
banho e verificou que ao entrar na banheira, certa quantidade de água era transbordada.
Saiu do banho e pronunciou vigorosamente a palavra Eureka!, que ficou mundialmente
vinculada ao célebre Arquimedes.

Para melhor compreensão do Princípio de Arquimedes é conveniente discu-


tirmos um exemplo prático. Suponha que você amarre um pequeno bloco ma-
ciço a uma mola presa a um dinamômetro conforme a figura 2.8. Utilizando o
mesmo arranjo experimental, imagine que o bloco preso à mola seja submerso
em um recipiente contendo água, o que você acha que acontecerá com o valor
do peso indicado no dinamômetro ? Caso você tenha respondido que o peso
será menor, você acertou!

Dinamômetro

Pa

E
Pr

Figura 2.8 - Blocos presos à mola,o bloco submerso tem peso menor do que opeso fora do
líquido. Fonte: (Ref. de Paula, S.M.)

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 23


Observando a figura 2.8 constatamos que o peso do corpo fora do recipien-
te contendo água é maior, pois estando submerso a água exerce sobre o bloco
uma força dirigida verticalmente para cima, denominada empuxo (E); o senti-
do dessa força, o seu sentido e a direção do empuxo são definidos pelo princí-
pio de Arquimedes enunciado logo a seguir :

Em todo corpo que está total ou parcialmente submerso em um fluido, existe uma força
exercida pelo fluido que age sobre o corpo, chamada empuxo, essa força é dirigida para
cima e tem o módulo igual ao peso do volume do fluido deslocado pelo corpo.

Observa-se que a leitura do peso feita para corpos imersos em um fluido é


menor devido a força de empuxo, nesses casos, existe o chamado peso aparente
que está relacionado com o peso real e a força de empuxo, resumimos o cálculo
do peso aparente da seguinte maneira:

Sendo E = ρL.VL.g (Eq. 5)

Unidade do empuxo (E) no SI : N (Newton)


• pa = pr – E (Eq. 6)

onde:
• pa = peso aparente
• pr = peso real
• E = empuxo
• ρL = densidade do fluido
• VL = volume do fluido deslocado

EXEMPLO
A partir dos Princípios de Arquimedes, explique a razão dos balões de ar quente
subirem. Solução:
Os balões de hélio sobem porque o seu peso total é menor do que o módulo da força de
empuxo do ar externo onde eles estão imersos.

FÍSICA APLICADA ___________________________________________ 24


EXEMPLO
Com base na figura 4.8, considere o peso real do bloco maciço igual a 10 N e o peso
marcado no dinamômetroquandoesseé imersono fluido igual a 8N. Determineo empuxoe o
volumedo bloco.
Solução:
Utilizando a equação pa = pr – E calculamos o valor do empuxo (E) ,
8 = 10 – E ⇒ E = 2N
Com o valor do E = 2N, calculamos o valor do volume do bloco utilizando a definição
de empuxo dada por:

E = pL · VL · g, sendo pL = 1.000kg/m³

2 = 1000 · VL · 9,8 ⇒ VL = 2,04 · 10 – 4 m³

Solução: O valor do módulo do empuxo é igual 2N e o volume do bloco 2,04.10-4 m³.

A mecânica dos fluidos é extremamente importante nas engenharias, pois o


transporte de água e de outros líquidos é fundamental na engenharia química,
na civil, na produção, na mecânica e em outras. Quando fazemos uma barragem,
temos que levar em conta o fato de que o aumento da profundidade aumenta a
pressão e, portanto, deve aumentar também a resistência da barragem. Esta é a
razão pela forma mais grossa das barragens quando vamos mais profundo na
água.

http://www.alunosonline.com.br/fisica/freio-hidraulico-principio-pascal. html

https://www.youtube.com/watch?v=99uQFnZMXCE

Amortecedor Hidráulica
Existem vários tipos de amortecedores hidráulicos, tais como os de portas
e os de carros. Todos eles têm o mesmo funcionamento: um fluido com muita

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 25


resistência (viscosidade ) éusado para transformar a energia cinética em energia
térmica e, com isso , vai diminuindo o movimento (da porta ou do balanço do
carro devido à buracos) até que pare através do esquentamento do fluido.

2.2 Hidrodinâmica

2.2.1 Fluidos em Movimento

A característica dos fluidos que corresponde a sua capacidade de mudar


sua forma, torna-os apto a fluir. Sob certos esforços , os fluidos migram de um
local para outro . Esta capacidade faz com que sejam a parte principal de
transporte de materiais.
O ciclo da água é importante para manutenção da vida vegetal e animal na
Terra. A permeabilidade da água no solo, permite que as plantas possan suprir
suas necessidades para se desenvolver. Da mesma forma, podemos verificar o
transporte de água através dos rios, mares, vapor de água e chuva (figura 2.9).

Figura 2.9 – Ciclo da água. Fonte: http://www.serracima.org.br/wp-content/


uplo- ads/2010/02/o-ciclo-da-agua.jpg

Outro exemplo é o sangue, que flui pelas veias e artérias, levando os nutrien-
tes para todos os órgãos. A capacidade dos líquidos e gases em fluir é essencial
para tudo vivo e não vivo de nosso planeta.

FÍSICA APLICADA ___________________________________________ 26


Vazão
Um dos fundamentos importantes do estudo dos fluidos diz que a massa
de um fluido não sofre alterações durante o seu escoamento, quando fazemos
o estudo do escoamento de um fluido, estudamos a equação de continuidade,
que envolve conceitos de vazão e velocidade de escoamento.
A vazão é uma grandeza física que permite saber o volume de um dado flui-
do que cruza uma determinada área por unidade de tempo e é dada como a
multiplicação da área pela velocidade do fluido (figura 2.10):
A1

v1 → → v2
A2

Figura 2.10 – Esquema da vazão http://www.ebanataw.com.br/roberto/chuvas/enchenhtm

Vazão (Q1) = (Area1 da seção transversal) x (velocidade do fluido)1


Vazão (Q2) = (Area2 da seção transversal) x (velocidade do fluido)2 (eq.1)

A vazão ainda está relacionada com a massa que é transportada. Se multipli-


carmos a vazão pela densidade, teremos o chamado fluxo de massa.
Fluxo de Massa = Vazão (Q) x densidade do fluido (eq.2)

O fluxo de massa é uma das principais características da fluência dos


líquidos.

A água e a maioria dos líquidos são considerados incompreensíveis, ou seja,


não mudam de volume quando submetidos a uma força externa. Quando e o
fluido é incompressível a sua densidade é constante. Observando a figura 2.10,
todo o líquido que passa pela seção 1 em um determinado intervalo de tempo,
terá que sair através da seção 2. Logo, para fluidos incompressíveis , o fluxo de
massa se conserva e a vazão é a mesma.
Vazão (Q1) = Vazão (Q2)
A1 v1 = A2 v2 (eq.3)

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 27


Esta conservação torna possível fazer os fluidos escoarem mais rapidamente
ou mais lentamente , a fim de preservar a massa transportada . É por esta razão,
que restringido a saída de uma mangueira de água , a água sai com maior
velocidade e chega mais longe quando queremos usar o jato de água (figura 2.11).
Também, quando um rio é mais estreito, a água flui mais rapidamente.

Figura 2.11 – Mangueira de água. Fonte: http://www.orionet.net.br/site/wp-content/uplo- ads


/2013/02/Mangueiras-Orionet.jpg

Mas afinal, o que causa o escoamento ? Ninguém nunca viu um rio escoar morro
acima , certo ? Na verdade , os fluidos são como pequenas porções de massa se
movimentando , e desta forma, obedecem às leis da mecânica . Aúnica di- ferença é
que sendo fluido, o conceito de força é substituído pelo de pressão e a massa é mais
convenientemente expressa pela densidade.
Viscosidade
Para que ocorra o escoamento entre dois pontos de um fluido, é necessário que
haja uma pressão causando este movimento. Se o fluido esta contido num tubo, e há
atrito com as paredes (normalmente falamos em viscosidade ), pode ocorrer que a
pressão écompensada por esta força de resistência. É importante
diferenciar viscosidade de densidade. A viscosidade está relacionada à veloci-
dade de escoamento, enquanto a densidade está relacionada ao peso.
Um exemplo aplicado é a comparação entre o óleo e a água . Quando mistu -
ramos os dois, o óleo fica em cima da água, indicando que ele é mais leve, ou menos
denso. Entretanto, o óleo tem mais dificuldade de escoar do que a água, portanto tem
viscosidade maior (figura 2.12).

FÍSICA APLICADA ___________________________________________ 28


Figura 2.12 – Óleo e água em um mesmo recipiente. Fonte: http://cdn1.glgcdn.com/
tim/ w646/h400/z3/cassimsefaz_com_br/shttp%253A%252F%252Fgloballeadsgroup.
demand. production.s3.amazonaws.com%252F00000139-8284-9854-6ac7-6ccac143fa
99.jpg

2.2.2 Teorema de Torricelli


Em todo lar podemos observar que as caixas d'água são colocadas na altura
dos telhados e a água escoa pelas tubulações até chegar às torneiras e chuveiros.
Quando observamos o escoamento dependente da altura , verificamos que a
energia potencial se converte em escoamento do fluido . Esta situação pode ser
comprovada se fizermos um furo lateral numa lata que esteja cheia de água. A
águasairá pelo furo com velocidade maior quanto mais embaixo estiver o furo (fi-
gura 4.13). Toda esta situação pode ser devidamente equacionada com as leis da
mecânica, e obtemos as leis básicas dos movimentos do fluidos como Torricelli .

Figura 2.13 – Caixa d’água com furos em alturas diferentes. Fonte: https://upload.wikimedia.
org/wikipedia/commons/thumb/5/5b/TorricelliLaw.svg/400px-TorricelliLaw.svg.png

FÍSICA APLICADA ________________________________________ 29


Através do teorema de Torricelli é possível calcular a velocidade de saída de
um líquido quando conhecida a altura do recipiente em que ele é confinado:
v2 = 2gh (Eq. 4)

2.2.3 Lei dos Gases

Um tipo de fluido de extremo interesse é o gasoso. Os gases são fluidos que


não possuem forma , nem volume definido , ou seja , a forma e o volume dos
gases dependem diretamente do recipiente que ocupam . As moléculas dos
gases, di- ferente dos sólidos, estão muito mais separadas umas das outras.
Existem três leis importantes que contribuíram para determinar as proprie
- dades e comportamento dos gases:

Lei de Boyle (transformação isotérmica = temperatura constante)

Enunciado da Lei de Boyle: Sob temperatura constante, o volume ocupa-


do por determinada massa fixa de um gás é inversamente proporcional à sua
pressão.
Lei de Gay-Lussac (transformação isobárica = pressão constante)

Enunciado da Lei de Gay-Lussac: Sob uma pressão constante, a temperatura


e volume são grandezas diretamente proporcionais.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 30


Lei de Charles (transformação isométrica = volume constante).

Enunciado da Lei de Charles: Sob volume constante, a pressão e a tempera-


tura serão grandezas diretamente proporcionais.
Muitos gases podem ser considerados ideias ou perfeitos, desde que se com-
portem com as seguintes características: as moléculas dos gases se movimen-
tam desordenadamente e não interagem entre si; as colisões intermoleculares
são elásticas; não existem forças de atração ou repulsão entre as moléculas; e,
cada molécula possui baixa densidade e volume desprezível.
A Equação de Clapeyron foi formulada pelo físico-químico francês Benoît
Paul-Émile Clapeyron (1799-1864). Essa equação dos gases ideais, na qual re-
laciona suas propriedades dentre volume, pressão e temperatura absoluta, é
definida por:
P.V = nRT (eq. 5)

Onde,
• P: pressão
• V: volume
• n: número de mols
• R: constante universal dos gases perfeitos: 8,31 J/mol.K
• T: Temperatura

2.2.4 Capacidade e condutividade térmica

Enquanto a pressão está associada com a força que as partículas do fluido


são capazes de exercer nas paredes do recipiente que o contém; a temperatura,
a ní- vel microscópio , está associada com aenergia cinética contida em cada
partícu- la do gás.Ao medirmos a temperatura de um fluido gasoso, estamos na
verdade medindo a energia cinética contida em suas partículas.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 31


Para um gás ideal, a única forma de armazenar energia é pelo seu movimen-
to. Quando o gás está mais frio ou mais quente, na verdade estamos verificando
o movimento de suas moléculas ou átomos que é mais ou menos rápido, res-
pectivamente. Por intermédio da interação dos átomos, é gerado o movimento
dos seus constituintes. Aqueles que ganharam energia podem, através das co-
lisões, transferir energia para os demais que estejam com menor movimento.
Este é o fenômeno básico em que ocorre o processo de transferência de energia,
que agora chamamos de calor.
A transferência de calor depende da capacidade dos constituintes atômicos
de um gás, por exemplo, em transferir energia entre si e para as paredes do re-
cipiente no qual ele está contido (figura 2.14). A transferência de energia nos
fluidos ou mesmo nos sólidos é a essência da dinâmica do planeta.

Corpo Corpo
QuenteCorpo CorpoFrio
Quente Frio

Átomos com maior agitação Átomos com menor agitação


Átomos com maior agitação Átomos com menor agitação
Extremidade Extremidade
MenosExtremidadeQuente ExtremidadeMenos Fria
Menos Quente Menos Fria

Extremidade Extremidade
ExtremidadeQuente ExtremidadeFria
Quente Fria

Calor
Calor
Corpo Corpo
MornoC MornoCorpo
orpo Morno
Morno

Figura 2.14 – Transferência de calor entre dois corpos até atingirem o equilíbrio térmico. Fon-
te: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=58321&tipo= ob&-
cp=780031&cb=&n1=&n2=M%EF%BF%BDdulos%20Did%EF%BF%BDticos&n3=
En- sino%20M%EF%BF%BDdio&n4=F%EF%BF%BDsica&b=s

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 32


A capacidade de ceder ou absorver calor que um determinado corpo tem, em
razão da variação de temperatura sofrida por ele, é definida como Capacidade
Térmica ou Capacidade Calorífera. Corpos que possuem baixa capacidade tér-
mica são corpos que demoram mais para serem aquecidos e quando submeti-
dos a alta temperatura demoram a resfriar-se.
Você já percebeu que perto do meio-dia, na beira da praia, podemos obser-
var que a areia está a uma temperatura mais alta que a água do mar? Isto se
deve a alta capacidade térmica da água. A água tem uma capacidade térmica es-
pecífica de aproximadamente é 4.184 J/(g oC) ou 4184 J/(kg oC). A água também
é responsável pelas brisas terrestres, marítimas e pelas condições climáticas.
A condutividade térmica é a capacidade dos materiais de conduzir calor.
Materiais com alta condutividade térmica transferem calor de forma mais rá-
pida que os materiais com baixa condutividade térmica. Logo, os isolantes tér-
micos têm baixa condutividade. O ar é um exemplo de material com baixa con-
dutividade térmica. Em lugares de clima muito frio, as janelas de vidro têm três
camadas, duas camadas de vidro com ar no meio, para isolar o calor interno do
externo, minimizando a troca de calor.

Aplicação na Engenharia
O estudo dos fluidos é muito utilizado nas engenharias. O engenheiro civil
cuida da parte das tubulações e utiliza o estudo do escoamento para projetar
as tubulações de casas e apartamentos, como também, das águas e esgotos de
uma cidade.
Para os engenheiros ambientais, o estudo dos fluidos traz informações im-
portantes para o tratamento de esgotos e para projetos de saneamento básico.
Também estão nas atribuições dos engenheiros os projetos de usinas hi-
drelétricas e a escolha de sua melhor localização.

Termômetro a gás:
Escala
Capilar
h R

Sistema
Bulbo com gás Tubo
flexível

Figura 2.15 – Fonte: http://www.miniweb.com.br/Ciencias/Artigos/Imagens/Termodinami-


ca04.gif

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 33


O termômetro a gás utiliza um gás como fluido termométrico ao invés de
um líquido (no caso mais comum temos o mercúrio como líquido nos termô-
metros). Ele é constituído de uma massa fixa de gás a volume constante, usan-
do os conceitos da Lei de Gay-Lussac para gases. Seu funcionamento ocorre a
partir da medição da pressão, pois uma vez que estamos com o volume constan-
te, podemos aferir a temperatura usando a Equação de Clapeyron para gases
ideais.

http://deg.ufla.br/site/_adm/upload/file/hidrodinamicaPDF.pdf

http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_ctrl_
proc_indust/tec_autom_ind/mec_fluido/161012_mec_
fluidos.pdf

https://www.youtube.com/watch?v=vRfdAp0wOLA

https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios
-fisica/exercicios-sobre-pressao-um-fluido.htm

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 34


6
Eletrostática

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 35


3.1 Carga Elétrica

Figura 3.1 – Inseto aprisionado no âmbar. Fonte – ESTADÃO, 24/07/2008

O matemático e filósofo grego Tales de Mileto (640 a.C – 558 a.C) observou
que o atrito entre uma resina fóssil, o âmbar (figura 3.1) e a pele de um animal,
ou mesmo um tecido, fazia com que a resina atraísse pedaços de palha e até
mesmo pequenas penas de aves. Muitos anos após essas observações, William
Gilbert (1540-1603), médico inglês, aprofundou a pesquisa sobre o processo
físico causado pelo âmbar que deu origem ao livro De magnete que abordava
o a atração exercida por materiais eletrizados e por imãs. Em 1747, o político
e cientista norte-americano Benjamin Franklin (1706-1790) apresentou uma
aplicação prática da teoria eletrostática com a produção do para-raios.

Resumidamente, a carga elétrica é definida como uma propriedade ineren-


te a determinadas partículas elementares que proporciona a elas a capacida-
de de interação mútua, de natureza elétrica. A estrutura de um átomo pode ser
descrita com base em três partículas:
Elétron – carga elétrica negativa (-)
Próton – carga elétrica positiva (+)
Nêutron – não possui carga elétrica

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 36


e = 1,602.10-19C , onde C é a unidade Coulomb

Q = n.e , onde Q é a carga elétrica e n o número de elétrons

Atualmente, suas massas são dadas por :


• Massa do elétron : m E = 9,1093826.10-31 kg
• Massa do próton : m p = 1,67262171.10-27 kg
• Massa do nêutron: m N = 1,67492728.10-27kg

Em dias secos, percebemos fagulhas quando caminhamos sobre carpetes, quando ti-
ramos ou colocamos roupas feitas com lã e muitas vezes sentimos nossos cabelos arrepia-
dos, esses são exemplos da ação das cargas elétricas que abordaremos posteriormente.
Fonte: salaodipace.zip.net/

Propriedades das cargas elétricas


Princípio da atração: partículas portadoras de cargas elétricas de sinais
opostos se atraem.

A B
F F
+ –

Princípio da repulsão: partículas portadoras de cargas de mesmo sinal se


repelem.

A B A B
F F F F
+ + – –

Princípio conservação das cargas elétricas: em um sistema isolado, a soma


algébrica das cargas positivas e negativas é sempre constante.

Qa Qc Q’a Q’c
troca de
cargas
Qb Qd Q’b Q’d

Qa + Qb + QC = Q’a + Q’b + Q’c

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 37


Essa equação é válida apenas para sistemas eletricamente isolados.

Condutores e isolantes
Os materiais podem ser classificados de acordo com a facilidade com a qual
as cargas se deslocam em seu interior. Podemos dividi-los em:

Condutores: materiais nos quais os portadores de carga elétrica têm gran-


de liberdade de movimento, porque os elétrons mais distantes do núcleo es-
tão fracamente ligados a ele e quando submetidos à ação de uma força (F), não
necessariamente de grande intensidade, abandonam o átomo e movem-se no
espaço interatômico e sendo conhecidos como elétrons livres. São exemplos
desses materiais: os metais, grafite, gases ionizados, soluções eletrolíticas o
corpo humano e a água da torneira.

Isolantes ou Dielétricos: nesse grupo estão os materiais popularmente co-


nhecidos como isolantes. Esses materiais as cargas elétricas não se movimen-
tam, os elétrons estão fortemente ligados ao núcleo, não há elétrons livres nos
materiais isolantes, o que faz com que essas cargas permanecem nos locais
onde surgiram. São exemplos desse tipo de material o ar atmosférico, água
pura, borracha, mica, ebonite e muitos outros.

3.1.1 Métodos de Eletrização

Eletrização por contato


Exemplos de materiais eletrizados: sentir um formigamento quando esfre-
gamos nossos pés em um capacho, ouvir estalidos de faíscas ao retirarmos um
agasalho de lã ao alisar os pêlos de um belo gatinho e, até mesmo, tomar um
choque ao apertar a mão de outra pessoa. Essas situações estão relacionadas
com as cargas elétricas contidas nos materiais, pois os elétrons são facilmen-
te transferidos de um material para outro apenas por um simples contato ou
atrito.
Na figura 3.2, observa-se a eletrização por contato, colocando-se em contato
dois condutores, sendo A carregado positivamente/negativamente e B neutro,
verifica-se que após o contato, B torna-se eletrizado com a mesma carga de A.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 38


+++ +++ + + +
+ + + +
+ A + B + A B + A + + B +
+ ++ + +
+ + + +
++ ++
--- - - - - - --- - - - - -- - - - -B--
-- A -- B -- A B - A - - --
-- - ---- - - -
--- - - - -- -- - - -
- -

Figura 3.2 – Eletrização por contato

O que será que acontece com as cargas quando dois condutores de mesmas
dimensões e mesmo formato são colocado em contato (figura 3.3)?

A B A B
Q Neutro Q Q’

Após o contato Após o contato

A B A B
Q Q Q + Q’ Q + Q’
2 2 2 2

Figura 3.3 – Eletrização por contato entre condutores de mesmas forma e dimensão.

A resposta a essa pergunta é: quando cargas de mesmas forma e dimensão são coloca-
das em contato, suas cargas serão igualmente divididas, conforme exemplificado na figura
6.3

Eletrização por indução


Nesse processo, o corpo inicialmente neutro a ser eletrizado deve ser um
condutor e será denominado induzido. O induzido eletriza-se com carga de si-
nal contrário à do indutor, é importante observar que a carga do indutor não se
altera (figura 3.4).

++ ++ ++
++ ++ –
++ + –– +
++ +++ –– – +
++
+ +
Região
neutra

Figura 3.4 – Indução eletrostática. Fonte – http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/indu-


cao_eletro/intro/

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 39


3.1.2 Lei de Coulomb

Utilizando como base teórica o modelo newtoniano , Charles -Augustin de


Cou- lomb, nascido na França no dia 14 de Junho de 1736, formulou em 1785, a
lei que é aplicada para explicar a força existente entre as partículas eletrizadas.
Seus estudos conduziram à chamada lei de Coulomb enunciada a seguir:

“O módulo de interação da força de interação eletrostática entre duas partículas car-


regadas é diretamente proporcional ao produto dos valores absolutos de suas cargas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa”

Saiba mais:

Q ⋅Q
F= k⋅ 1 2 Eq. 1
d2
Sendo:
• Q – cargas (unidade Coulomb, C)
• k – constante de proporcionalidade, depende do meio onde as partículas
estão imersas (N.m2 /C 2)
• d – distância entre as cargas Q1 e Q2 (unidade : metro, m)
• F – força de interação eletrostática (unidade: Newton, N)

Observe na Eq. 1, as semelhanças existentes entre a fórmula que determina


a atraçao gravitacional e a atração elétrica, ambas indicam que a força depende
do inverso do quadrado da distância entre dois corpos.

Alguns valores de k, em N.m2 /C 2 (SI)


• K no vácuo (ko) = 9,0.10 9 N.m2 /C2
• água : 1,1. 108 N.m2/C2
• etanol : 3,6.108 N.m2/C2
• quartzo : 2,1.109 N.m2/C2
• benzeno : 2,3.109 N.m2/C2
• papel : 2,6.109 N.m2/C2

FÍSICA APLICADA __________________________________________ 40


A eletrização no dia-a-dia
Eletrização das nuvens: As gotículas de água que formam as nuvens cos-
tumam se eletrizar pelo atrito com as moléculas que constituem o ar e outras
partículas. Quando as nuvens se descarregam, surgem os raios e os trovões.

Eletrização de veículos: Veículos se eletrizam quando entram em movimen-


to, devido ao atrito com o ar. É comum, o usuário do carro, ao sair do automó-
vel, levar um pequeno choque, pois ao tocar o carro ele estabelece um contato
com a terra, escoando as cargas que se formaram.

Eletrização de pessoas: Podemos ficar eletrizados por atrito. Quando nos


penteamos, num dia seco, os cabelos acompanham o pente, mesmo depois de
desfeito o contato. O atrito eletrizou-os com cargas de sinais opostos.
Fonte – http://ceticismo.net/2011/06/27/os-segredos-da-eletricidade-esttica/

3.1.3 Campo Elétrico

O campo elétrico é uma região de influência em torno de uma carga Q, onde


qualquer carga de prova q nela colocada sofre ação de uma força de origem elé-
trica (atração ou repulsão).
Podemos comparar um campo com o cheiro de um perfume quando seu
vidro é aberto. Quanto mais próximos estamos do vidro mais sentimos o cheiro
do perfume e, à medida que nos afastamos dele seu cheiro vai diminuindo.
Saiba Mais:

F = q ⋅E

F
E=
q

Sendo E o vetor campo elétrico (unidade : N/C)


E e F são vetoriais e têm a mesma direção; mas os sentidos dependem do
sinal de q.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 41


Sentido do campo elétrico em uma carga puntiforme
Para a análise do campo elétrico, considere uma carga central fixa, Q, pun-
tiforme, e outra carga, de prova, q, mergulhada no campo elétrico Q. Observe
o sentido da força e do campo elétrico nas situações mostradas na figura 3.5:

q F q
a) + E b) – E
Q Q F
d d
+ +

q q
c) E – d) – E
Q F Q F
d d
– –

Figura 3.5 – a) Cargas de mesmo sinal repelem-se, q > 0, E e F têm o mesmo


sentido. b) Cargas de sinais contrários atraem-se, q < 0, E e F têm sentido opostos. c)
Cargas de sinais contrários atraem-se, q > 0, E e F têm o mesmo sentido. d) Cargas de
mesmo sinal repelem-se, q < 0, E e F têm sentidos opostos.

Através das análises feitas, pode-se concluir que :

+ –

Carga positiva Carga negativa

Quando q > 0, o campo elétrico é de afastamento e quando q < 0 o campo é de apro-


ximação.

Saiba mais:
A intensidade do vetor campo elétrico , criado por uma carga puntiforme
Q, não depende da carga de prova q, como apresenta a expressão: E =→K ⋅ q
d2
(Eq. 2)

FÍSICA APLICADA __________________________________________ 42


Linhas de Campo elétrico
A cada ponto de um campo elétrico associa-se um vetor E. A representação
do campo elétrico pode ser feita a partir de alguns vetores ou a partir de linhas
de força, que são tangentes ao vetor campo elétrico, em cada um dos seus pon-
tos, sendo orientadas no sentido do vetor campo. A seguir, alguns exemplos de
linhas de campo para duas cargas.
Representação das Linhas Cargas de Campo

Q1 = +3C Q2 = +3C Q1 = -3C Q2 = -3C


Resolução Resolução

Quick Quick
q1 = -3 -2 -1 0 1 2 3 Medium q1 = -3 -2 -1 0 1 2 3 Medium
q2 = -3 -2 -1 0 1 3 3 Precise q2 = -3 -2 -1 0 1 3 3 Precise

Cargas Cargas

Q1 = -3C Q2 = +3C Q1 = 0C Q2 = +3C


Resolução Resolução

Quick Quick
q1 = -3 -2 -1 0 1 2 3 Medium q1 = -3 -2 -1 0 1 2 3 Medium
q2 = -3 -2 -1 0 1 3 3 Precise q2 = -3 -2 -1 0 1 3 3 Precise

3.1.4 Potencial Elétrico

Muitos dos conceitos estudados em Física Teórica I serão bastante úteis para
a compressão dos assuntos que abordaremos nesta aula , especialmente o
estudo

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 43


dos conceitos sobre energia potencial, conservação de energia e trabalho torna-
rão mais simples nossas discussões sobre energia potencial elétrica.
Considere um local livre de cargas elétricas, nele inserimos um condutor
eletrizado positivamente, por exemplo, com carga Q, nesse caso teremos na re-
gião do espaço que envolve esse corpo um campo elétrico gerado pelas cargas
nele existente. Podemos associar a esse sistema, uma energia potencial U:
DU = Uf – Ui (Eq. 1)

É importante lembrar que o trabalho realizado pela força eletrostática é independente


da trajetória!

Ao movimentar-se do ponto A até B, sendo a força conservativa, o trabalho realizado pela


força F é dado por:
WA → B = DU = Uf – Ui (Eq. 4)

CURIOSIDADE
Uma criança ao brincar com seus amiguinhos em um escorregador de plástico, pode adquirir
no final do seu trajeto um potencial de 60kV caso entre em contato com outra criança. Sen-
do o corpo humano um bom condutor de elétrons, poderá produzir uma centelha e ambos
poderão sofrer um choque elétrico!

Potencial Elétrico
Na figura 3.6 temos um condutor de carga Q, capaz de gerar um campo.
Temos ainda dois corpos de prova, um deles com carga positiva e o outro nega-
tiva posicionado à uma distância d do condutor. O corpo de prova positivo sofre
a ação da força F , é repelido e afasta-se do condutor, adquirindo assim, energia
potencial elétrica (U). O corpo de prova negativo é atraído.

+ + ++
q
 – + Q +
+
F
q 
q + + F
 –
++ +
P P 
E q
E +

Figura 3.6 – Campo elétrico gerado por um condutor com carga Q.

FÍSICA APLICADA __________________________________________ 44


CURIOSIDADE
O potencial elétrico (V) no ponto P (figura 6.2), gerado pelo condutor de carga Q, é calculado
pela expressão:
U
V= (Eq. 5)
q

A diferença de potencial elétrico entre os pontos inicial e final é dada por:


∆V = V f − V i
Uf Ui
∆V = −
q q
∆U
∆V = sendo ∆U = −W
q
W
∆V = − (Eq.6)
q

A diferença de potencial pode ser negativa, positiva ou nula, isso dependerá dos sinais e
dos valores absolutos das grandezas q (carga) e W (trabalho)

Da Eq. 6 podemos escrever


W = q · DV (Eq.7)

Lembrando que no SI: C (coulomb) V(volt) = C. (J/C) = J (Joule)

EXEMPLO
Exemplo do uso da Eletrostática:

1. Como funciona a copiadora eletrostática?


A copiadora eletrostática funciona, como o próprio nome diz, sob o princípio da eletriza-
ção, pois o papel é carregado como uma carga contrária ao pó que será utilizado na impres-
são e esta é feita sob o efeito fotoelétrico. Onde é permitida a passagem da luz, na parte cla-
ra, iluminada, não ocorre a fixação da partícula sobre o papel; ao contrário, na falta do fóton,
a posição no papel se vê neutralizada somente com a presença da partícula de tinta. Este
processo necessariamente deve ser a seco, pois a umidade relativa diminui sensivelmente

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 45


o efeito eletrostático – por isso o nome original dado a este processo, nos anos de 1930:
xerografia. A aplicação mais importante é a máquina Xerox: a imagem do documento a ser
copiado sensibiliza um tambor sensível à luz. Lá onde houve sensibilização, o tambor se torna
condutor e o campo elétrico atrai partículas de toner. Em seguida, a temperatura alta derrete
o toner, marcando, desta forma, o papel da cópia.
Fonte: http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcoresp_mostra/0,6674,POR-
968-5961-h,00.html

2. Depuradores de ar Eletrostáticos:
Os depuradores de ar eletrostáticos retêm as partículas de gordura oriundas do processo
de cozimento dos alimentos no filtro ionizador. Em seu processo de funcionamento ocorre
a liberação de uma descarga eletrostática que produz íons positivos e negativos a partir do
vapor de gordura contida no ar. Os íons se aglomeram em torno das partículas de gordura de
modo que elas desapareçam.

3.2 Eletrodinâmica

3.2.1 Fluxo Elétrico

Para simplificar o conceito de fluxo de um campo elétrico, podemos tomar


como exemplo a contagem de automóveis que circulam em determinada via
pública , a cada hora . Ao realizarmos essa tarefa , verificamos o fluxo de auto -
móveis na região avaliada. Essa ideia é útil para entendermos o que significa o
fluxo de um campo elétrico, porém, éimportante notarmos que em nossa abor-
dagem, o fluxo não representa o quociente entre duas grandezas (por exemplo,
número de automóveis/tempo) esim o produto de uma área em relação ao cam-
po que existe no seu interior.

FÍSICA APLICADA ___________________________________________ 46


Saiba mais
Matematicamente, o fluxo é calculado pela expressão:
→ →
ϕ = E ⋅A Eq.1

sendo: φ – fluxo do campo elétrico


A – a área
E – campo elétrico

Para um campo elétrico uniforme, podemos generalizar a Eq. 1 como:


φ = E · A · cos b Eq. 2

Lei de Gauss
A Lei de Gauss, descoberta pelo matemático e físico Carl Friedrich Gauss
(1777-1855) é bastante útil para a solução de problemas físicos que possuem
simetria.

É importante notar que a Lei de Gauss considera a superfície que envolve a


distribuição de cargas como gaussiana, ou seja, uma superfície fechada imagi-
nária e que pode apresentar qualquer forma (figura 3.7).

Superfície
+
gaussiana 
Campo elétrico E

Figura 3.7 – Superfície gaussiana.

Carl Friedrich Gauss. http://nautilus.fis.uc.pt

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 47


A Lei de Gauss possui equivalência com a Lei de Coulomb, porém fornece
uma maneira diferente de expressar a relação existente entre a carga elétrica e
o campo elétrico. Estabelece que o fluxo elétrico total, através de uma superfí-
cie fechada, é proporcional a carga total envolvida pela superfície gaussiana.
Assim, podemos resumir essa lei na seguinte frase:

Lei de Gauss
O fluxo elétrico total através de uma superfície gaussiana é proporcional à
soma das cargas no interior desta superfície

Matematicamente, a Lei de Gauss é representada pela equação:


eoφ =qe E. 2
onde:
eo=8,854 · φ–2 C2/N · m2
φ = fluxo do campo elétrico para a superfície gaussiana
qe= carga total envolvida pela superfície gaussiana

3.2.2 Corrente Elétrica

Figura 3.8 – Iluminação pública. http://revistacaninde.blogspot.com Acesso – /27/01/2012

FÍSICA APLICADA ___________________________________________ 48


Nenhum de nós é capaz de imaginar como seria viver sem a eletricidade!
Imagine casas e indústrias sem iluminação, sem energia para o funcionamen-
to de máquinas e equipamentos eletrônicos. Temos a geração de eletricidade
quando as cargas elétricas podem se mover através da matéria.
As cargas elétricas em movimento de uma região para outra constituem a
corrente elétrica, desde que exista um fluxo de líquido de cargas através da su-
perfície. Em alguns casos, verifica-se que existe no corpo um número de pró-
tons igual ao número de elétrons, sendo o campo elétrico nulo, as propriedades
elétricas não se manifestam (figura 3.8).
O cálculo da corrente elétrica é simples, tome como exemplo, um plano
qualquer por onde passa uma carga (Q) em um intervalo de tempo (Dt), nesse
caso a corrente (representada por i), é definida como :
I= Q/ Dt (Eq.1)

No SI, a unidade de corrente é coulomb/segundo (C/s) e recebe o nome de


ampère (A):
1 A= 1 coulomb por segundo = 1C/s.

Por convenção, o sentido da corrente elétrica é o mesmo do sentido do vetor campo


elétrico estabelecido no interior do condutor. Foi estabelecido que uma carga negativa
movimentando-se será sempre imaginada como positiva movendo-se no sentido contrário.
É importante salientar que a corrente elétrica é uma grandeza escalar visto que a carga
elétrica e o tempo são grandezas escalares!

3.2.3 Resistores

Figura 3.9 - O choque elétrico gerado por uma raia de tamanho médio é similar aos efeitos
danosos de um secador de cabelo caindo em uma banheira. Fonte – www.tudolevaapericia
.
blogspot.com (Data do acesso – 30/01/.2012

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 49


Sabemos que todos os corpos normalmente oferecem maior ou menor di-
ficuldade à passagem de corrente elétrica, essa característica do material, cha-
mamos de resistência elétrica.

Saiba mais:
Para medir a resistência entre dois pontos de um condutor, é necessário aplicar uma di-
ferença de potencial (V) entre esses pontos e medir a corrente elétrica (i). Resumidamente,
V
a resistência ® é dada= por: R = (Eq. 6)
i

No SI, a unidade da resistência é o volt (V) por ampère (A), que também é conhecida
como ohm (Ω):
1 ohm = 1Ω= 1 V/A

É importante lembrar que os resistores são essencialmente condutores de


elétrons e em circuitos elétricos. O filamento de tungstênio das lâmpadas in-
candescentes, a resistência dos chuveiros e torneiras elétricas, são resistências
feitas à base de níquel-cromo, mica e muitos outros. Os símbolos das resistên-
cias são mostrados na figura 3.10.
R
R
(a) (b) (c)

Figura 3.10 - O valor R da resistência é colocado acima do símbolo que representa grafica-
mente o resistor. Podem ser utilizadas as representações mostradas em (a) e (b). Quando o
condutor possuir resistência elétrica nula, sua representação é feita apenas por uma linha
reta (c).

Lei de Ohm

Figura 3.11 – Georg Simon Ohm (1787-1854) descobriu os fundamentos da eletrodinâmica.


Fonte – www.oscientistas.files.wordpress.com

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 50


De modo geral, a resistência elétrica de um resistor depende, da natureza
do material que o constitui, de suas dimensões, da temperatura e da diferença
de potencial (ddp) estabelecida em seus terminais. Foi demonstrado por Ohm
(figura 3.11), que quando a temperatura do resistor é mantida constante, a cor-
rente (i) é diretamente proporcional à ddp aplicada nos terminais. Nessas con-
dições, temos a Lei de Ohm:

V = R · i (Eq.10)

Associação de resistores
Definimos de forma breve, a associação de resistores como união de vários
resistores eletricamente ligados entre si, podendo ser associados em série, pa-
ralelo ou de forma mista. Independentemente do tipo de associação, teremos
para cada tipo de associação, apenas um resistor equivalente.
A seguir, seguem as associações em série e em paralelo com as devidas
análises.

Associação em série
Nesse tipo de associação, todos os resistores são percorridos pela mesma
corrente e as ddps aplicadas em cada resistor são diferentes. É importante no-
tar que quando os resistores são iguais, as ddps são as mesmas.

R1 R2 R3
A B

i i

V = V1 + V2 + V3 + ... + Vn
V=R·i

Para o cálculo do resistor equivalente Re, devemos fazer:


Re = R1 + R2 + R3 + ... + Rn (Eq. 11)

Associação em paralelo
Nessa associação, todos os resistores devem estar sob a ação de mesma ddp,
sendo as intensidades das correntes diferentes desde que , os resistores asso-
ciados não sejam iguais.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 51


i1 R
1

i i2 R i
2

A B
i3 R
3

O cálculo da corrente é feito calculando-se:


i = i 1 + i 2 + i 3 + ... + i n

Para o cálculo do resistor equivalente Re, devemos fazer:

1 1 1 1 1
= + + + ... +(Eq. 12)
Re R1 R2 R3 Rn

3.2.4 Potência elétrica

A força que faz uma corrente fluir de um potencial mais baixo para um mais
elevado échamada força eletromotriz (fem). Odispositivo que fornece uma fem
é chamado de fonte de fem. Todo sistema que é percorrido por uma corrente
elétrica deve possuir um dispositivo que forneça uma fem.
Como exemplo, podemos citar um gerador que estabeleça uma força ele-
tromotriz e que produzia uma corrente de elétrons que circule pelo condutor.
Existem pilhas, bombas e diversos outros aparelhos capazes de produzir dife-
rentes forças eletromotrizes.
Quando a tensão em um condutor aumenta, haverá um aumento da força
eletromotriz exercida sobre os elétrons livres, isso fará com que um núme-
ro maior de elétrons entre em movimento, tornando a corrente elétrica mais
intensa.

Saiba mais
Para simbolizar a força eletromotriz, utilizaremos o símbolo e. Para o cálculo da fem,
temos:
e = VAB = i · R (Eq.13)

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 52


Potência (pot)
Muitos de nós quando resolvemos adquirir um eletrodoméstico como um
secador, máquina de lavar roupas, ferro elétrico e até mesmo um belo automó-
vel, questionamos o vendedor sobre o valor da potência do objeto.
Todos os eletrodomésticos citados anteriormente necessitam de energia
elétrica para funcionar. Imagine que quanto mais energia for transformada em
um intervalo de tempo menor, maior será o valor da potência obtida.

Saiba mais
A definição de potência é a quantidade de carga dq que atravessa o sistema em um
intervalo de tempo dt:
Pot = i · v (Eq.14)
Pot = R · i2 (Eq.15)

Unidade de potência no SI :

https://www.youtube.com/watch?v=EaUCKawWYLA4

http://mundoedu.com.br/uploads/pdf/545b632631360.pdf

https://www.sofisica.com.br/conteudos/exercicios/
eletrodinamica.php

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 53


Fundamentos do
Eletromagnetismo
7

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 54


4.1 Magnetismo
O magnetismo está presente no cotidiano de todos nós, muitas vezes já
estive- mos com um imã em nossas mãos e fizemos algumas brincadeiras . Na
maio- ria das residências, é comum observarmos imãs grudados como enfeites
em portas de refrigeradores . As observações sobre as propriedades magnéticas
dos materiais foram registradas por historiadores há mais de 2000 anos e até os
nossos dias fazem parte de nossas vidas, todos utilizamos a força magnética ,
ela está presente nos fornos de micro -ondas , nos cinescópios de TV, nos alto
falantes e até mesmo nos computadores.
Uma das primeiras observações sobre o assunto, segundo a literatura, ocor-
reu na Ásia, em um distrito da Grécia antiga, denominado Magnésia. Foram
encontrados nessa região, alguns dos primeiros imãs que temos notícias.
Observou-se que esses minerais atraiam-se ou repeliam-se mutuamente, de
acordo com aposição que ocupavam entre si. Sabemos ainda que eram cons-
tituídos por um minério de ferro, hoje conhecido como magnetita, presente
em pequenas quantidades na maioria das rochas e também nos meteoritos.
Geralmente são empregados para a criação dos imãs artificiais: níquel, ferro e
cobalto.

Fonte: http://www.dicionario.pro.br. 29/02/2012

Os processos de imantação em laboratório são bem simples, podemos citar


alguns:
• Imantação por atrito: basta atritarmos, sempre em um mesmo sentido,
um material com propriedades magnéticas a outro material qualquer.
• Imantação por impacto: a vibração mecânica provoca em alguns mate-
riais, a orientação das moléculas constituintes e tornam-se imãs,podendo ser
imãs permanentes ou temporários.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 55


• Imantação por influência ou indução: basta aproximar um material ferro-
magnético de um uma.

4.1.1 Propriedades dos imãs.

Todos já tiveram a oportunidade de observar o comportamento de um imã,


quando o posicionamos próximo a materiais como alfinetes, limalha de ferro e
objetos de ferro. Notamos nessa situação a atração desses materiais em deter-
minadas partes do imã, que são os seus polos.
Quando o imã move-se livremente, o polo norte aponta para a região norte
geográfico da Terra, o sentido oposto é o polo sul. Independentemente do for-
mato do imã, todos eles possuem os dois polos distintos bem localizados.
Os polos magnéticos não são isolados, dessa forma, quando um imã se que-
bra ou é dividido, teremos outros imãs menores, sendo que sua polaridade de-
penderá da forma como foi cortado ou quebrado.
O que acontecerá caso tentemos aproximar o polo norte de um imã ao polo
norte de outro imã? A resposta é simples, haverá uma repulsão entre eles, as
forças magnéticas se manifestam a distância, sem que exista a necessidade de
contato entre os polos.
A partir do século XVII, os cientistas chegaram à conclusão de que a Terra
se comporta como um grande imã, cujo polo norte magnético localiza-se na
região sul geográfica e cujo polo sul magnético está localizado na região norte
geográfica.

Figura 4.1 – Polo magnético da Terra. Fonte – http://senesis.blogspot.com/2011/02/o


- campo-magnetico-terrestre.htmlg

A aurora boreal, um dos espetáculos mais lindos da natureza é um fenôme-


no óptico natural, que ocorre devido ao choque de partículas de vento solar no
campo magnético da Terra. O fenômeno acontece no Polo Norte, normalmente

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 56


entre os meses de março e abril e de setembro a outubro. No Polo Sul, é conhe-
cido como aurora astral. O nome "aurora boreal" foi criado por Galileu Galilei
em homenagem a deusa grega do amanhecer, Aurora, e ao seu filho, Bóreas, o
deus dos ventos do norte.

Figura 4.2 – Aurora Borea.

4.1.2 Campos magnéticos

O campo magnético pode ser produzido de duas formas. Na primeira delas


é produzido por partículas elementares como os elétrons, alguns materiais pos-
suem um campo magnético , que gera uma região onde outros materiais como
ferro, cobalto ou níquel, sentem a influência desse campo. Isso ocorre porque
os elétrons se combinam para produzir um campo magnético nas proximida -
des do material (figura 4.3).

Figura 4.3 – Os pregos transformam-se em imãs temporários. Fonte – http://t0.gstatic.com/


images?q=tbn:ANd9GcTgPyI0xaWvRNQRpbMsliWaMHFxKqVI93O2RCALmpUjbGE0lAPj

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 57


A outra forma de produção de um campo magnético ocorre a partir do movi-
mento de partículas eletricamente carregadas como, por exemplo, uma corren-
te elétrica em um fio. Nos computadores essa propriedade pode ser vista, pois o
disco rígido de um computador é controlado pelo campo magnético produzido
pela corrente.
Para a visualização de um campo magnético, podemos observar suas linhas
através de uma experiência muito simples: espalhamos limalha de ferro sobre
uma placa de vidro, que deve estar apoiada sobre um imã. Cada partícula da
limalha se comporta como uma pequena agulha magnética que se orienta na
direção das linhas de indução, dessa maneira, as limalhas adquirem, como um
todo, a configuração que caracteriza as linhas de indução no plano da placa de
vidro. Na figura 4.4, ilustramos alguns exemplos de campos magnéticos.

Figura 4.4 – Campo magnético de um imã através de limalha de ferro.Fonte – http://www


. alunosonline.com.br/fisica/campo-magnetico.html

Campo magnético de uma bobina

Antes de iniciarmos o estudo de mais este item, convém definirmos o que é


uma bobina, também conhecida como solenoide. É muito provável que todos já
tenham visto uma bobina , muitos equipamentos eletrônicos possuem esse
componente que são percorridos por corrente elétrica.
A bobina ou solenoide (figura 4.5), é um componente de circuito que tem
por função , armazenar energia sob forma de campo magnético . É constituída
por um fio enrolado várias vezes, cada uma das voltas do fio é denominada es-
pira. Há nas espiras um coeficiente chamado de autoindução (ou indutância),

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 58


que relaciona as variações na corrente com a tensão induzida nos terminais. A
indutância depende do número de espiras, da permeabilidade magnética do
núcleo e das dimensões físicas da bobina.

S i i i N

Figura 4.5 – Campo magnético no interior de uma bobina (ou solenoide). Fonte – http
:// www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo/campo(3).jpg

As bobinas são classificadas com base numa série de variantes, tais como:
a corrente, a energia magnética máxima permitida, a possibilidade de variar
ou sintonizar o coeficiente de autoindução, a utilização dos mecanismos de
blindagem do fluxo magnético, o tipo de material que constitui o núcleo: ba-
sicamente o ar, o ferro maciço ou laminado, o pó de metal aglutinado com um
material isolador ou o ferrite, que são cristais mistos que apresentam simulta-
neamente alta permeabilidade magnética relativa e resistência elétrica.
Ao ligarmos as extremidades de uma bobina a uma bateria, estabelecemos
uma corrente em suas espiras, essa corrente cria um campo magnético no inte-
rior e no exterior da bobina ou solenoide. As linhas de indução do campo mag-
nético são facilmente “materializadas”, basta utilizarmos limalha de ferro, con-
forme descrito nesta aula. Ao fazermos essa experiência, verificamos para o imã
e para o solenoide, linhas de indução idênticas, as extremidades do solenoide
apresentam propriedades idênticas às dos polos dos imãs. Nesse caso, dizemos
que o solenoide se constitui em um eletroímã, ou seja, um imã obtido por meio
de uma corrente elétrica.

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 59


Regra da mão direita
Apresentaremos uma regra muito prática conhecida como regra da mão direita que
permite determinar o sentido das linhas de indução e, consequentemente, o sentido do
campo magnético.
A regra é:
- Orientando o polegar da mão direita ao longo da extensão do condutor, obedecendo
ao sentido da corrente, com os demais dedos envolvendo o condutor, o sentido das linhas
de indução será dado pelos dedos que envolvem o condutor.

Regra da mão direita. Fonte – http://video-aula.pro.br/Fisica/fisica-index.html

https://www.youtube.com/watch?v=qt1zEVh3nSs

4.1.3 Fluxo magnético

O fluxo magnético é uma grandeza magnética e está relacionado ao


número de linhas do campo magnético que possam atravessar determinada
área.
A figura 4.6 mostra as linhas de indução de um campo magnético em uma
superfície plana colocada perpendicularmente a essas linhas, notamos as

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 60


linhas de indução através desse plano, dizemos então, que há um fluxo mag-
nético através da superfície. Imagine que essa superfície seja colocada em um
campo magnético mais intenso, o que acontecerá? A resposta é: as linhas de
indução estarão mais próximas umas das outras, concluímos que o fluxo mag-
nético através de uma superfície, é tanto maior, quanto maior for o número de
linhas de indução que estiverem presentes nessa superfície.

Figura 4.6 – Fluxo magnético através de uma superfície.

Quando o fluxo magnético (φ) é perpendicular à sua definição, o produto do


campo magnético é dado pela área limitada pela superfície:
φ=B⋅A

Nos casos em que o campo magnético não é perpendicular à superfície atra-


vessada (figura 4.7), o fluxo é definido como:
φ = B ⋅ A ⋅ cos θ


B

θ

n

Figura 4.7 – Fluxo magnético através de uma espira qualquer, com o campo magnético fa
- zendo um ângulo diferente de 90° com a normal (n).

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 61


A unidade do fluxo magnético é o weber (Wb), sendo 1Wb=1.T.m2.

Das definições introduzidas nesta subseção, podemos concluir que o fluxo


magnético será máximo quando as linhas de indução atingirem a superfície
perpendicularmente.

Linhas de indução de um campo magnético

Todos já devem ter observado que quando um imã é colocado próximo à lima
- lha de ferro, por exemplo, linhas de indução são formadas. Imagine que ao re-
dor de um imã existam diversas bússolas , as linhas que tangenciam as ponti -
nhas das agulhas das bússolas , são as chamadas linhas de indução do campo
magnético. Por convenção, são orientadas do polo norte para o polo sul, sen- do
assim , o vetor campo elétrico B tangencia essas linhas em cada um de seus
pontos.

N S

Linhas de indução em um imã em forma de barra. Fonte – http://www.mundoeducacao.


com. br/fisica/campo-magnetico.htm

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 62


A experiência de Oersted

Aideia de que os fenômenos elétricos e magnéticos eram totalmente


indepen - dentes persistiu até o ano de 1820 . O dinamarquês Hans Christian
Oersted , professor da Universidade de Copenhagen , na Dinamarca , verificou
que sem - pre que uma corrente elétrica circular por um condutor elétrico
produzirá , em torno dele , um campo magnético . Com base nesse fenômeno
funcionam prati - camente todos os aparelhos eletrodomésticos e seus
semelhantes industriais. Podemos citar alguns exemplos:
• transformadores presentes em rádios, televisores, etc.
• motores, partes fundamentais de liquidificadores, geladeiras, máquinas
de lavar roupas, ventiladores, exaustores, etc.

Hans Christian Oersted. Fonte: http://www.nndb.com/07/03/2012

Deve-se ressaltar que, esse estudo conduziu a unificação de duas grandes


áreas da física, eletricidade e magnetismo , que passaram a construir uma im-
portante área da física, o eletromagnetismo.

https://www.youtube.com/watch?v=_y9sP9khil4

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4.2 Eletromagmetismo
4.2.1 Aspectos Históricos do Eletromagnetismo

James Clerk Maxwell iniciou sua vida acadêmica muito jovem. Aos dezesseis
anos começou a estudar Filosofia Natural, Matemática e Lógica na Universida-
de de Edinburgh. Estudou, inclusive, no Trinity College, frequentado por Isaac
Newton (1642-1727).

Figura 4.8 – James Clerk Maxwell.

Em 1854, formou-se em Matemática, sendo um grande destaque entre os


alunos. Tornou-se membro do Trinity College, onde continuou trabalhando até
1856.
Após trabalhar como docente, retornou à região em que passou sua infân-
cia, Glenlair, e dedicou-se a escrever um livro eletromagnetismo, o Tratado so-
bre Eletricidade e Magnetismo, publicado em 1873, e que se tornou famoso.
No período de 1874 a 1879, sua produção acadêmica foi intensa. Maxwell edi-
tou trabalhos e manuscritos sobre Matemática e Eletricidade. Conquistou uma
posição de grande prestígio entre os cientistas e pesquisadores do século XIX
devido às suas importantes contribuições e pesquisas sobre eletromagnetismo.
James Clerk Maxwell escreveu quatro livros e cerca de cem artigos científi-
cos. Foi também editor científico da 9ª edição da Enciclopédia Britânica.
É impossível deixar de citar que a teoria da relatividade restrita surgiu a par-
tir de estudos de questões relacionadas às “equações de Maxwell”. Além disso,

FÍSICA APLICADA _________________________________________ 64


seus estudos sobre teoria cinética dos gases foram aprofundados e desenvolvi-
dos por Planck, Einstein, Boltzmann e outros grandes nomes da Ciência.
Uma das grandes contribuições deste ilustre cientista foram as equações
de Maxwell, as quais descrevem os fenômenos eletromagnéticos (elétricos
e magnéticos). Para dar uma ideia do alcance dos fenômenos regidos pelas
equações de Maxwell basta lembrarmos que a luz é um fenômeno de origem
eletromagnética
As equações de Maxwell descrevem o comportamento dos campos elétrico e
magnético, bem como suas interações com o material. Devido à complexidade
matemática, neste livro vamos apenas descrever os conceitos e aplicação das
leis de Maxwell, deixando as equações para outro momento.
Uma onda eletromagnética é uma combinação de um campo magnético
com um campo elétrico, sendo que o campo elétrico induz o campo magnético
e o mesmo ocorre com o campo magnético que induz o campo elétrico. É im-
portante lembrar que os campos elétrico e magnético oscilam em direções per-
pendiculares entre si e são perpendiculares à direção de propagação da onda.
Não podemos deixar de frisar também que a frequência (f) e o comprimento
(λ) das ondas eletromagnéticas variam de forma bastante razoável. Lembrando
que as ondas eletromagnéticas são as micro-ondas, ondas de rádio, raios γ,
raios-X, ultravioleta, infravermelho, etc. O que as diferencia é o comprimento
de onda.
Quando estamos na praia, por exemplo, nos bronzeando, estamos expostos
à onda eletromagnética proveniente do Sol, que chamamos de radiação solar. A
pele bronzeada que adquirirmos após o banho de Sol é o resultado da presença
da radiação solar.

Lembrete
A onda eletromagnética se propaga, no vácuo, com o valor da velocidade da luz cerca de
300.000 km/s.

As ondas eletromagnéticas transportam energia da mesma forma que as


ondas mecânicas. À medida que as ondas propagam-se no espaço, é possí-
vel a transferência de energia para os corpos que estiverem presentes em sua
trajetória.

4.2.2 Ondas eletromagnéticas

FÍSICA APLICADA ___________________________________________ 65


As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo com a velocidade da luz e
transportam energia e momento . Os vários tipos de ondas eletromagnéticas
podem ser encontrados em nosso cotidiano. Podemos citar como exemplos : a
luz solar, o forno de micro-ondas e as antenas.
Na figura 4.9, é mostrado o espectro eletromagnético da luz, em relação ao
comprimento de onda, a frequência e a temperatura de emissão dos corpos.

O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
Penetra a
atmosfera Sim Não Sim Não
terrestre?
Comprimento Rádio Micro Infra Visível Ultra Raios X Raios γ
de onda (m) ondas vermelho violeta
10 3
10 –3
10 –5
0.5 · 10 –6
10 –8
10 –10
10–12

Aproximadamente
o tamanho de
Prédios Humanos Abelhas Alfinetes Protozoários Moléculas Átomos Núcleo Atômico

Frequência
(hz)
104 108 1012 1015 1016 1018 1020
Temperatura
dos corpos emitindo
dado comprimento
de onda (K) 1 102 104 107

Figura 4.9 – Espectro Eletromagnético da luz. Fonte: http://www.mundos-fantasticos.


com/ ondas-electromagneticas/

A onda eletromagnética é caracterizada por seu comprimento de onda ou


sua frequência. Quanto menor a frequência, menor a sua energia. Por exem-
plo: a radiação ultravioleta (UV) é invisível, tem energia baixa mas suficiente
para matar microrganismos ecausar danos às células humanas. Os raios X têm
alta energia e podem ultrapassar os tecidos moles do corpo humano, utilizados
para formação de imagens em medicina.
A luz branca, utilizada em muitas residências, emite luz quando o filamento
aquece. Corpos quentes e corpos frios também emitem radiação, com mais ou
menos energia. A radiação infravermelha é emitida pelo corpo humano , e de-
vido a esta característica foi desenvolvido os óculos noturno , que detecta esta
radiação.

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“Um dos efeitos mais conhecidos das radiações eletromagnéticas é o efeito térmico. Efe-
tivamente qualquer corpo exposto à luz aquece. Pode-se comparar o efeito térmico das
radiações visíveis fazendo-as incidir, uma a uma, sobre um termômetro. Se o termômetro
for colocado fora do espetro visível, mas na vizinhança das radiações infravermelhas e das
ultravioletas, verificamos que as radiações infravermelhas fazem subir ainda mais a tempe-
ratura do termômetro; apresentam um efeito térmico poderoso”. http://www.mundos-fan-
tasticos.com/ondas-electromagneticas/

Afaixa da luz visível fica entre o ultravioleta e o infravermelho (figura 4.10).


Como o comprimento de onda é inversamente proporcional à frequência , te-
remos a emissão da luz violeta menor comprimento e maior frequência que a
emissão da luz vermelha. Desta forma, a luz violeta tem maior energia que a luz
vermelha.

Raios Raios X Ultra Infra Radar FM TV Ondas AM


Gama violeta vermelho curtas

Visível

400 500 600 700


Comprimento de onda (x10–9m)

Figura 4.10 – Faixa visível do ultravioleta. Fonte: http://www.mundos-fantasticos.com/


ondas -electromagneticas/

O Sol emite um espectro eletromagnético contínuo, emitindo muita radia-


ção infravermelha, mas também ultravioleta. Na verdade, qualquer corpo inca-
descente emite radiações.
Para sedimentar os conceitos sobre as ondas eletromagnéticas é importan-
te observamos alguns exemplos práticos:

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Forno de micro-ondas

A maioria das pessoas tem em seus lares forno de micro -ondas , não é
mesmo? Esse aparelho é um gerador de campos elétricos oscilantes no tempo.
As micro -ondas causam vibrações no dipolo das moléculas de água, aquecendo
-a. Dessa forma, todos os alimentos que possuem água podem ser aquecidos.

Aquecedor solar

O aquecedor solar é formado por uma placa metálica que absorve radiação
so- lar. Atransformação da energia solar em energia térmica acontece nessa
placa porque a radiação eletromagnética carrega energia consigo.

Fonte da imagem – http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecedor_solar

Aparelho celular:

Você deve ter um celular, certo? Você sabe como ele funciona? Eles são cap
- tadores e geradores de campos eletromagnéticos . As ondas eletromagnéticas
transportam , através do espaço, as informações referentes à comunicação en-
tre os usuários.

https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-
fisica/exercicios-sobre-que-sao-ondas-
eletromagneticas.htm

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Ressonância magnética

O tecido humano é constituído por prótons que sofrem um fenômeno que re-
gistra a transferência de energia de um sistema oscilante para um núcleo de
átomo, conhecido como ressonância nuclear.
Isso acontece quando os prótons são submetidos a campos magnéticos,
absorvendo certa quantidade de energia mais elevada, ficando em estados
excitados.
A remoção do campo magnético aplicado faz com que os prótons retornem
aos seus estados originais, liberando a energia acumulada sob a forma de on-
das eletromagnéticas que são detectadas com certa facilidade. Sendo forma-
das, assim, as imagens por ressonância magnética.

Fonte imagens – http://pt.wikipedia.org/wiki/Resson%C3%A2ncia_magn%C3%A9tica

http://educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/imas-e
-magnetismo.html

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Referências Bibliográficas
MÁXIMO, ANTONIO e ALVARENGA, BEATRIZ. Física: Contexto e Aplicações,
Vol.1, 1.a Edição. Editora Scipione. São Paulo, 2011.
PERUZZO, Jucimar. Experimentos de Física Básica: Mecânica. São Paulo:
Editora Livraria da Física, 2012.
PIETROCOLA, M.; POGIBIN, A.; ANDRADE, R. DE; ROMERO, T. R. Física em
Contextos: pessoal, social e histórico: movimento, força e astronomia, Vol 1,
1ªed. São Paulo: FTD, 2010.

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