Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Eletricidade,
Geradores e
Motores Elétricos
de Arenoves
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
CDU 629.73
ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 7
1 O Átomo 10
1.2 Condutor 16
1.3 Isolante 17
1.3.1 Semicondutor 17
Glossário 23
Atividades 24
Referências 25
1 Força Eletromotriz 27
2 Resistência de um Condutor 28
2.4 Resistor 35
3
2.5.2 Circuitos em Paralelo 39
2.8.1 Reostato 59
2.8.2 Potenciômetro 60
2.9.1 Condutores 63
Glossário 66
Atividades 67
Referências 68
1 Conceito de CA 70
2 Indutância e Indutores 73
Glossário 103
Atividades 104
Referências 105
4
1 Instrumentos de Medição 107
Atividades 116
Referências 117
2 Eletromagnetismo 119
3 Transformadores 121
Glossário 125
Atividades 126
Referências 127
2. Geradores de CC e de CA 132
5
4 Relé Diferencial 142
Glossário 148
Atividades 149
Referências 150
1 Inversores 152
2 Diodos 153
3 Transistores 155
Glossário 159
Atividades 160
Referências 161
Gabarito 162
6
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
O curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 7 unidades, conforme
a tabela a seguir.
7
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
Bons estudos!
8
UNIDADE 1 | TEORIA DOS
ELÉTRONS
9
Unidade 1 | Teoria dos Elétrons
O movimento dos elétrons é o principal fator responsável pela geração de eletricidade.
Os elétrons têm matéria e uns possuem maior facilidade que outros para transportar
eletricidade. Por isso, são classificados como condutores, semicondutores ou isolantes.
Para o claro entendimento destes conceitos, é importante conhecer previamente a
composição e a estrutura do átomo.
1 O Átomo
A palavra átomo foi utilizada pela primeira vez pelo filósofo grego Demócrito, por
volta de 400 a.C. Para ele, todo tipo de matéria era formado por pequenas partículas
indivisíveis: os átomos. No entanto, Demócrito não conseguiu comprovar esse conceito
e seu modelo tornou-se apenas filosófico (VIEIRA, 2013).
Atualmente, sabe-se que o átomo pode ser dividido em partículas menores, mas essa
descoberta não reduz a importância da contribuição dos estudos de Demócrito para os
ramos da física e da química modernas.
Em 1808, o cientista inglês John Dalton conseguiu confirmar a existência dos átomos
por meio de experimentação. Em seus experimentos, Dalton observou que os átomos
permaneciam inalterados durante as reações químicas.
10
No entanto, em 1911, Rutherford refutou o modelo atômico concebido por
Thomson. Após experimentos que consistiam em bombardear uma fina lâmina de
ouro, com partículas positivas, Rutherford constatou que, embora muitas partículas
atravessassem a lâmina, uma pequena parte ou era refletida ou sofria desvios. Essa
pequena parcela não atravessava a lâmina porque havia colidido com outras partículas
positivas. Com base nisso, desenvolveu seu modelo atômico, no qual havia um núcleo
de carga elétrica positiva, rodeado por elétrons (carga elétrica negativa). Esse núcleo
era muito pequeno se comparado ao seu tamanho total e nele concentrava-se quase
toda a massa do átomo.
11
Entende-se por elemento toda substância que não pode ser reduzida para uma
simples forma mediante meios químicos como, por exemplo, o ferro, o ouro, a prata e
o oxigênio. Além desse ponto de redução, esses elementos deixam de ser o que são,
pois perdem suas características mais essenciais (AIRBUS GROUP, 2006).
O átomo faz parte da composição de toda matéria e é formado por três partículas
subatômicas: elétrons, prótons e nêutrons. Essas três partículas determinam as
propriedades específicas de cada elemento. O átomo de oxigênio, por exemplo, tem
número de prótons, elétrons e nêutrons diferente do átomo de ferro que, por sua vez,
é diferente do átomo de hidrogênio. Há mais de 100 elementos na tabela periódica.
12
Nas Figuras 4 e 5 pode-se observar que os prótons e nêutrons ocupam o centro do
átomo, o núcleo. Os prótons possuem carga positiva e os nêutrons não possuem carga.
Essas duas partículas têm, aproximadamente, a mesma massa.
Figura 4: Um átomo de hidrogênio, seu elétron e Figura 5: Um átomo de oxigênio contendo oito
núcleo (composto por um próton) prótons e oito nêutrons
ee e se deteriorar
A corrosão é formada pela transferência de elétrons entre
materiais diferentes. Como exemplo tem-se a fuselagem do
avião, feita de alumínio, e os rebites ou parafusos feitos de aço.
13
1.1.1 Camadas de Elétrons e Níveis de Energia
Na Figura 6.A, cada camada possui o número máximo de elétrons que pode conter. A
Figura 6.B mostra que o átomo pode possuir sete camadas de elétrons. A camada mais
próxima ao núcleo apresenta baixa quantidade de energia, pois pode conter apenas
dois elétrons. À medida que as camadas se afastam do centro do átomo, o número de
elétrons aumenta e, consequentemente, maior se torna sua energia. A eletricidade
ocorre com o movimento dos elétrons da última camada, chamada de camada de
valência.
14
O processo pelo qual um átomo perde ou ganha elétrons é a ionização. Na ionização,
formam-se os íons, que são compostos químicos com número de prótons diferente do
número de elétrons. Há dois tipos de íons: os cátions e os ânions. Ao perder elétrons,
o átomo fica carregado positivamente, pois o número de prótons é superior ao de
elétrons. Assim, originam-se os cátions ou íons positivos. Por outro lado, ao ganhar
elétrons, o átomo fica carregado negativamente, pois o número de elétrons é maior
que o de prótons. Dessa forma, têm-se os ânions ou íons negativos. Destaca-se que o
átomo é considerado neutro quando sua carga positiva é igual à carga negativa.
15
1.2 Condutor
O material condutor é aquele que possui muitos elétrons livres e, portanto, maior é
sua facilidade em produzir corrente elétrica. Na aviação, dois condutores são usados
mais comumente: o alumínio e o cobre. Embora o alumínio seja mais leve que o cobre,
seus elétrons livres encontram maior dificuldade de deslocamento. A essa dificuldade
dá-se o nome de resistência natural do material ou resistividade. Entretanto, apesar de
mais pesado, o cobre é melhor condutor de eletricidade que o alumínio.
Se o sistema elétrico de um avião for feito com fios de cobre, seu diâmetro, ou bitola,
será pequeno e não pesará muito, pois o cobre é um condutor com baixa resistividade.
Por outro lado, se os fios usados na aeronave são de alumínio, serão mais grossos, uma
vez que este material tem maior resistência à passagem de corrente do que o cobre,
embora ambos sejam classificados como condutores de eletricidade.
Assim, o projeto do fabricante é que determina qual condutor será utilizado. Na fórmula
da resistividade (ρ), observa-se que quanto maior o comprimento do fio (L) maior sua
resistência (R). Ao mesmo tempo, quanto maior a área (A), menor a resistência do fio
(R) de eletricidade.
16
Na Figura 7 é possível notar que a resistência está inversamente proporcional à área e
o comprimento do fio está diretamente proporcional à resistência.
1.3 Isolante
1.3.1 Semicondutor
17
1.4 Eletricidade Estática
Há dois tipos de eletricidade: a dinâmica, criada pelo movimento dos elétrons livres,
e a estática, na qual há ausência deste movimento. A eletricidade estática é formada
pelo atrito de materiais não condutores de eletricidade, tais como a mica, o vidro e
a borracha. O atrito causa um desbalanceamento de cargas, originando-se, assim, a
eletricidade estática em sua superfície.
Essa eletricidade não é benéfica para a aeronave, pois sua presença pode causar ruídos
ou interferências nas transmissões de rádio, bem como a queima de placas de circuitos
eletrônicos nos computadores dos aviões.
hh
O megômetro é utilizado em testes de resistência de isolamento.
Os descarregadores estáticos também protegem as aeronaves
contra a incidência de raios. Por tal motivo, são de extrema
importância e devem ser testados periodicamente com um
aparelho chamado megômetro.
18
Na distribuição de cargas
elétricas, em superfícies com
pontas, observa-se que o
acúmulo se concentra nas
extremidades. Em superfícies
redondas, a distribuição de
cargas ocorre de maneira
uniforme, como é possível
observar nas Figuras 8.A e 8.B.
19
A Figura 10 ilustra a eletricidade estática proveniente do deslocamento da aeronave
durante o voo.
20
A eletricidade estática é prejudicial aos equipamentos eletrônicos dos aviões, tendo
em vista que a maioria das aeronaves atuais utiliza tecnologia de ponta, como o fly-
by-wire (sistema de controle por cabo elétrico). Tais equipamentos possuem proteção
extra contra este tipo de problema, mas cabe ao técnico de manutenção de aeronaves
observar os cuidados no manuseio e saber identificar a simbologia de equipamento
sensível a electrostatic discharge (ESD) ou, em português, descarga eletrostática,
gerado pela fricção de um material com o outro.
O atrito provocado pelo movimento de uma pessoa, usando roupas de frio feitas de lã,
com o vento, chega a criar uma voltagem no corpo humano de 12.000 a 35.000 volts.
Ao tocar os conectores elétricos de um circuito integrado, a pessoa pode destruir o
equipamento eletrônico.
Sendo assim, como proteção, usam-se pulseiras contra ESD, que descarregam a
eletricidade estática na estrutura do avião, pois ficam ligadas à fuselagem do avião.
Outra medida a ser adotada é transportar o equipamento sensível a ESD em embalagens
antiestáticas.
21
uma carga igual e com sinal oposto, visto que elétrons com a mesma carga se repelem
e com cargas opostas se atraem. Para melhor entendimento da ação do campo
eletrostático, linhas são usadas para representar a direção e a intensidade do campo
elétrico, conforme mostra as Figuras 13.A e 13.B.
O avião é como uma esfera oca, então sua parte interna é neutra. Por isso, os elétrons
se concentram na parte externa da esfera, mesmo que milhares de volts estejam ali.
Esse fenômeno é utilizado para assegurar a vida dos operadores do gerador de Vana
de Graaff.
Assim, caso um raio atinja o avião, os passageiros da aeronave não recebem a descarga
elétrica, pois a energia é consumida pelos descarregadores estáticos nas extremidades
das superfícies (asa, aileron, profundor e leme de direção) da aeronave, conforme
explicitado anteriormente. As Figuras 14.A e 14.B ilustram a comparação de uma esfera
oca com a parte externa de um avião.
22
Resumindo
Glossário
Aileron: parte móvel dos bordos de fuga das asas de aeronaves de asa fixa, que serve
para controlar o movimento de rolamento da aeronave.
Corrosão: ação que ocorre entre materiais metálicos tais como o alumínio, o ferro e o
cobre; tem graus de valência diferentes.
23
Atividades
aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. O átomo é a estrutura básica
de toda matéria.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
24
Referências
25
UNIDADE 2 | GERAÇÃO DE
ELETRICIDADE
26
Unidade 2 | Geração de Eletricidade
A corrente elétrica é formada pelo movimento dos elétrons. No entanto, é a força
eletromotriz a responsável por impulsionar a corrente elétrica pelos condutores. O
fluxo da corrente, além de encontrar resistência, pode passar pelo circuito elétrico,
seguindo um mesmo sentido ou não. Além disso, é o resistor que controla o fluxo da
corrente no circuito. Tais conceitos serão aprofundados para melhor compreensão
acerca do funcionamento da eletricidade.
1 Força Eletromotriz
Nas aeronaves, a FEM é formada pelo gerador do motor, gerador da Auxiliary Power
and Unit (APU), bateria ou Ground Power Unit (GPU). Como exemplo, aponta-se a
bateria, que fornece 12 ou 24 volts, demonstrando ter uma força de um lado, e zero
volt no outro lado. A diferença entre os terminais da bateria gera uma movimentação
nos elétrons, denominada de corrente.
27
Tal conceito também se aplica à FEM, pois ao haver a equalização entre o que é
fornecido e o que é consumido, a energia elétrica atinge a equalização e o fluxo de
corrente cessa. Portanto, para ter corrente elétrica, é necessário que exista uma FEM
entre dois pontos. A FEM também é conhecida como pressão elétrica ou diferença de
potencial (DDP) e a unidade de medida da voltagem é o volt, representado pela letra
(V) maiúscula.
2 Resistência de um Condutor
Foi observado que a FEM fornecida para um circuito elétrico movimenta os elétrons,
criando um fluxo de corrente elétrica. No entanto, o fluxo de corrente encontra
resistência ao deslocamento, em razão do próprio material do condutor. A soma de
componentes elétricos (geradores, fios condutores, componentes elétricos diversos)
é chamada de circuito elétrico.
A resistência determina o quanto de corrente flui pelo circuito elétrico. Dessa forma,
quanto maior a resistência do circuito, menor o fluxo de corrente. E, quanto menor a
resistência do circuito, maior o fluxo de corrente. É a relação entre voltagem, corrente
e resistência, que define o projeto de qualquer circuito elétrico de uma aeronave. Caso
o valor de duas destas unidades seja conhecido, é possível encontrar o valor da terceira
unidade por meio dos conceitos da Lei de Ohm.
Onde:
Sendo:
ρ = resistividade do material
L = comprimento do condutor
A = área do condutor
28
Na fórmula, é possível observar
que o comprimento do condutor
é diretamente proporcional à
resistência. Logo, quanto maior o
comprimento do condutor maior
a resistência ao fluxo de corrente
do circuito elétrico. Além disso, a
área é inversamente proporcional à
resistência. Portanto, quanto maior a Figura16: Resistência varia de acordo com o
comprimento do condutor
área do condutor menor a resistência
ao fluxo de corrente do circuito
elétrico, conforme o demonstrado na Figura 16. É válido ressaltar que a unidade de
medida da corrente elétrica é o ampère, simbolizado como (A).
Entende-se por corrente contínua a corrente elétrica cujo fluxo de elétrons, a passar
pelo circuito, segue constantemente em um mesmo sentido e, portanto, é sempre
positiva ou negativa. A corrente contínua é encontrada em pilhas e baterias.
As baterias são usadas na aviação em emergências, caso ocorra alguma falha em todas
as fontes de eletricidade. Então, utiliza-se a bateria para funcionamento dos geradores
dos motores e dos geradores de emergência, instrumentos essenciais ao voo, e para
garantir a comunicação entre a aeronave e a torre de controle.
As baterias são identificadas pelo material utilizado em suas placas. Podem ser de
chumbo-ácido ou de níquel cádmio NiCd.
29
2.2 Bateria de Chumbo-Ácido
Quando nova, a bateria vem carregada, porém suas células estão secas. Isso significa
que não foram adicionados o ácido sulfúrico e a água destilada. Assim, o mecânico de
manutenção de aeronaves deve preparar o eletrólito, que é justamente a mistura das
duas substâncias, com um peso específico. O peso é medido com um aparelho chamado
densímetro, que deve indicar uma carga completa quando marcar entre 1275 e 1300,
conforme a Figura 17.
30
Tabela 2: Relação entre o peso específico e o estado de carga para a bateria selada chumbo-ácido a 70º
31
a) Construção da célula da bateria de chumbo-ácido
A conexão da bateria ao sistema elétrico é efetuada por meio de uma conexão rápida
e sua capacidade de carga é medida em ampère-hora (Ah). Portanto, uma bateria com
capacidade de um Ah descarrega em uma hora, se estiver com o consumo máximo, que
é de um ampère em uma hora. A mesma bateria descarrega em meia hora se fornecer
dois ampères, em 20 minutos se fornecer três ampères e, assim, sucessivamente.
Quanto maior o consumo, menor sua capacidade em horas. Ao mesmo tempo, quanto
menor o consumo, maior seu tempo de descarregamento em horas. Logo, se apenas
meio ampère é utilizado, a bateria descarrega em duas horas.
32
A capacidade de ampère-hora de uma bateria depende da área efetiva das placas. A
conexão da bateria em paralelo aumenta a capacidade de ampère-hora. A conexão das
baterias em série aumenta o total de voltagem, mas não sua capacidade de ampère-
hora.
As baterias NiCd são usadas mais frequentemente em aeronaves de grande porte que
voam a grandes altitudes. Diferentemente da bateria chumbo-ácido, o eletrólito da
bateria NiCd não reage com as placas e não transporta elétrons porque sua função é
apenas lubrificar as células. O estado de carga da bateria NiCd não pode ser medido
pelo peso específico da solução do eletrólito de hidróxido de potássio, sobretudo em
razão do peso específico do eletrólito não mudar com o estado de carga da bateria.
33
A combinação entre temperatura alta e carregamento rápido pode ocasionar fogo ou
explosão, como mostra a Figura 20.A. Para evitar riscos, a bateria possui um sensor de
temperatura entre as placas, conforme pode ser observado na Figura 20.B. O sensor aciona
um alarme de superaquecimento, na cabine de comando, para que o comandante possa
adotar os procedimentos adequados de ação corretiva, como o desligamento da bateria.
Figura 20.A: Célula danificada por alta Figura 20.B: Sensor de temperatura na bateria
temperatura NiCd
34
2.4 Resistor
35
Tabela 3.A: Tabela de código de cores de resistores e sua utilização
Tabela 3.B: Marca da faixa do final para o centro
Quando o sistema de marcas do fim para o centro é usado, o resistor pode ter três
ou quatro faixas de cores. A primeira, próxima ao final do resistor, indica o valor do
primeiro dígito e nunca é a faixa das cores ouro ou prata. A segunda indica o valor do
segundo dígito e, assim como a primeira, nunca pode estar nas cores ouro ou prata. A
terceira faixa mostra o número de zeros a ser adicionado aos dois dígitos, encontrados
nas duas primeiras faixas, exceto em dois casos:
• Se for da cor ouro, os dois primeiros dígitos devem ser multiplicados por 10%;
• Se for da cor prata, os dois primeiros dígitos devem ser multiplicados por 1%.
36
No caso de uma quarta faixa, será usada para achar a tolerância em porcentagem,
como indicado na Tabela 3.A. Se não houver a quarta faixa, a tolerância será de 20%.
Na Figura 22 não há a quarta faixa. Portanto, a tolerância é de 20%. Sendo assim, tem-
se a faixa vermelha (dígito 2), a verde (dígito 5) e a amarela (sinaliza quatro dígitos
zero: 0000), formando o número 250.000. Nesse caso, a tolerância do resistor é de
50.000 Ω (20% de 250.000). Assim:
Ressalta-se que os resistores variáveis são construídos de modo que sua resistência
possa ser alterada facilmente, tanto manual quanto automaticamente. Há dois tipos
básicos de ajuste manual: o reostato e o potenciômetro.
37
2.5 Circuitos de Corrente Contínua em Série e em Paralelo
38
No exemplo da Figura 24, a corrente (I) de saída é de 2A. A corrente sai do polo positivo
da fonte de tensão (E), percorre todo o circuito, passa pelos resistores R1, R2, e R3 e
chega ao polo negativo. Nota-se que a corrente não se divide, sendo a mesma em todo
o circuito.
39
Na Figura 26, a corrente total que passa pelo circuito, impulsionada pela DDP, é de 6A.
No entanto, a corrente divide-se pelo circuito elétrico ao passar pelos resistores R1, R2
e R3, passando a valer 2A. Em seguida, segue para o polo negativo com os mesmos 6A
que tinha quando saiu da fonte. Sendo assim, no circuito em paralelo, a corrente se
divide pelo circuito. No exemplo da Figura 26, a corrente foi dividida em valores iguais,
o que indica que as resistências são de mesmo valor.
40
Figura 27.B: Retirada de uma lâmpada no circuito paralelo
Para calcular a resistência total do circuito elétrico em paralelo devem ser utilizadas as
seguintes fórmulas:
1 = 1 + 1 + 1 +... ;
Rt R1 R2 R3
Rt = _______
R1 x R2
R1 + R2
No circuito elétrico misto ocorre uma mistura entre o circuito em série e o circuito em
paralelo, conforme mostram as Figuras 28 e 29.
R1.2 = R1 + R2
41
Depois de utilizar a fórmula e obter R1.2, o circuito elétrico misto é representado como
mostra a Figura 29.
Agora que as resistências dos circuitos em série foram calculadas, observa-se que
neste circuito restaram as resistências em paralelo. Sendo assim, as resistências R3.4 e
R6.7 serão calculadas com base na seguinte fórmula:
42
A Figura 31 mostra como fica o circuito elétrico a partir do último cálculo.
Figura 31: Circuito elétrico misto após cálculo das resistências R3.4 e R6.7
Como as resistências restantes estão em série, basta apenas somar seus valores para
obter a resistência total ou equivalente. Sendo assim:
A Lei de Ohm foi desenvolvida pelo físico alemão George Simon Ohm (1787-1854) e
define a relação entre corrente, voltagem e resistência em um circuito elétrico. As
fórmulas das figuras a seguir mostram a conexão dessas unidades.
43
Figura 33.A: Fórmula da Lei de Ohm isolando-se a variável E
Figura 33.B: Fórmula da Lei de Ohm isolando-se a variável I
Figura 33.C: Fórmula da Lei de Ohm isolando-se a variável R
As baterias e os geradores
44
Para melhor compreensão de como se dá o comportamento da tensão e da corrente, em
um circuito elétrico em série, alguns exercícios sobre o funcionamento das resistências,
com as respectivas soluções, estão expostos a seguir.
Exercício 1
Cálculo da corrente que percorre o circuito elétrico, mostrado na Figura 34, e a queda
de voltagem quando passa pelas resistências.
Solução do exercício 1
Primeiramente, a resistência total do circuito deve ser encontrada. E, uma vez que R6
e R7 estão em série, aplica-se a fórmula:
Rt = R6 + R7 → Rt = 2 + 1 → Rt = 3 Ω
I = E → I = 9 → I = 3A
Rt 3
E = I x R6
E6 = 3 x 2 = 6 v
45
Se a queda de tensão em R6 é de 6 v, então a queda na resistência R7 é de 3 v, visto que
o total de voltagem fornecido pela fonte é de 9 v:
E7 = I x R7
E7 = 3 x 1 = 3 v
Exercício 2
Cálculo do valor de R4, sabendo que a corrente que circula no circuito é de I = 0,2 A,
conforme representado na Figura 35.
Solução do exercício 2
E1 = I x R1 E2 = I x R2 E3 = I x R3
Et = E1 + E2 + E3 + E4 → 100 = 2 + 10 + 20 + E4 → E4 = 100 – 32 → E4 = 68 v
R4 = E4 → R4 = 68 → R4 = 340 Ω
I 0,2
46
Na leitura do circuito em paralelo, a corrente e a tensão se comportam de forma
diferente em relação ao circuito em série. No circuito em paralelo, a corrente se divide e
a queda de tensão em cada resistência é igual. Sendo assim, para melhor entendimento
do comportamento da tensão e da corrente, em um circuito elétrico em paralelo, o
exercício proposto a seguir exemplifica o funcionamento das resistências.
Exercício 3
Solução do exercício 3
Rt = R1 x R2 → Rt = 3 x 2 → Rt = 6 → Rt = 1,2 Ω
R1 + R2 3+2 5
47
É importante observar que a resistência total sempre é inferior à menor resistência
do circuito. Após encontrar o valor da resistência total, e dado o valor da tensão, é
possível calcular a corrente total do circuito (It):
It = E → It = 9 → It = 7,5A
Rt 1,2
I1 = E → I1 = 9 → I1 = 3 A
R1 3
I2 = E → I2 = 9 → I2 = 4,5 A
R2 2
Exercício 4
c)
48
Figura 37: Circuito elétrico misto
Solução do exercício 4
E2 = I x R2 → E2 = 2 x 4 → E2 = 8 v
Então:
E2 = E3
R2 + R3 4 + 16 20
49
Observa-se que o circuito ficou com duas resistências em série, como na Figura 38:
Se 2 A passam por R2 então 0,5 A passa por R3. Assim, a corrente total do circuito é 2,5
A. Tendo em vista que R1 está na entrada do circuito, pode-se calcular o valor da queda
de tensão em R1:
E1 = I x R1 → E1 = 2,5 x 6,8 → E1 = 17 v
A tensão total no circuito pode ser encontrada pela soma das quedas de tensão ou
pela fórmula das resistências em série. Em seguida, com o valor da corrente total e da
resistência total, é possível encontrar a tensão total no circuito:
Et = It x Rt → Et = 2,5 x 10 → Et = 25 v ou Et = E1 + E2.3 → Et = 17 + 8 → Et = 25 v
50
Em um circuito elétrico em paralelo, com todas as resistências iguais, a resistência total
é o valor de uma resistência dividido pelo número destas resistências, conforme ilustra
as Figuras 39.A e 39.B.
Figura 39.A: Exemplo de circuito elétrico em paralelo com duas resistências iguais
Figura 39.B: Exemplo de circuito elétrico em paralelo com três resistências iguais
51
As Figuras 41.A e 41.B mostram a localização das luzes na cabines de comando.
52
Na Figura 41 há um circuito elétrico no qual quatro lâmpadas são percorridas por uma
corrente. Assim, observa-se que a resistência do circuito é alta e, portanto, a corrente
é baixa. Isto faz com que as lâmpadas acendam com pouco brilho na cabine de comando.
Nas Figuras 42.A, 42.B e 42.C é possível observar os sistemas de iluminação externa da
aeronave, nos quais o circuito elétrico também se faz presente.
53
Figura 43: Tela que reproduz o sistema elétrico da aeronave
Figura 44: Esquemático elétrico de uma aeronave com geradores normais e de emergência
54
Nas Figuras 45.A e 45.B percebe-se que, ao serem ligados os geradores, as barras AC
BUS 01 e AC BUS 02 são energizadas. A alimentação de energia é de 30/40 KVA
115/200v. Isto ocorre porque os geradores são as principais fontes de fornecimento de
energia. Na Figura 45.C há a explicação desse sistema de geradores bem como suas
indicações no painel.
55
Figura 45.C: Esquemático do sistema de geradores
Quando a APU é ligada, como mostra o painel da Figura 45.B, os dois contatos superiores
se fecham para permitir à APU alimentar os dois barramentos, portanto, os contatos
dos geradores estão desligados. A APU tem capacidade de 40 KVA 115/200 v. A fonte
externa (GPU) funciona no circuito de forma igual. A APU e a GPU são dimensionadas
para o mesmo KVA de potência dos geradores.
56
Figura 46.B: Gerador de emergência RAT
P=Exi
P = E x i → P = (ix R) x i → P = i2 x R
i = E e P=Exi
R
Assim:
P = E ( E ) x i → P = E2.
R R
57
Para facilitar a consulta e a aprendizagem a Figura 47 traz todas as fórmulas e as
variações utilizadas nos cálculos de potência, corrente, resistência e tensão.
hh
Fator de potência
O fator de potência de um gerador é dado pela razão entre a
potência real e a potência aparente, segundo a fórmula:
FP = Pot. Verdadeira (watts) x 100
Pot. Aparente (VA)
58
de indicação de controle de voo do cockpit das aeronaves. Para alterar o brilho dos
instrumentos da cabine de comando, com o objetivo de não ofuscar a vista dos
comandantes entre voos noturnos e diurnos, utiliza-se o recurso do potenciômetro de
intensidade variável.
Como base para se determinar a relação entre as unidades tensão, corrente e resistência,
usam-se os dispositivos de resistências variáveis, chamados de potenciômetro e
reostato. Esses resistores variáveis são construídos para que o valor da resistência
possa ser mudado facilmente, tanto de modo manual quanto automático.
2.8.1 Reostato
A Figura 48.A mostra o símbolo esquemático do reostato, usado para variar a corrente
fluindo no circuito. Na Figura 48.B o reostato aparece ligado em série com o circuito.
Ao variar o braço móvel do ponto A para B, altera-se o valor da resistência imposta ao
circuito.
59
Figura 48.B: Reostato conectado em série
2.8.2 Potenciômetro
60
Figura 49.A: Símbolo esquemático do potenciômetro
61
A explicação sobre o potenciômetro favorece a análise dos painéis da cabine de
comando, no que diz respeito ao controle de brilho das telas, nas quais são visualizados
os instrumentos, conforme é possível notar nas Figuras 50.A e 50.B.
Nas Figuras 50.A e 50.B, pode se verificar, ainda, os painéis com indicação de
potenciômetro. Cada potenciômetro tem o nome do painel conforme varia a tensão.
62
2.9 Terminologia Elétrica
2.9.1 Condutores
As Figuras 51.A e 51.B ilustram os dois métodos usados para demonstrar condutores
que se cruzam ou que estão interligados. Na Figura 51.A, o método (A), usado para
demonstrar o cruzamento de condutores, é usado também para a interligação de
condutores (A), como mostra a Figura 51.B. Da mesma forma, se o método (B) é
empregado para retratar o cruzamento de condutores, é usado, igualmente, para
interligação (B).
A Figura 52.A indica os diversos tipos de fiação encontrados pelo técnico de manutenção
de aeronaves. Os tipos mais comuns de fios são: fio simples, fio blindado simples, fio
blindado duplo, fio blindado triplo e fio blindado torcido.
Os fios blindados, mostrados na Figura 52.B, são conhecidos como shielded. Nota-se
o círculo pontilhado ao redor dos fios, representando o campo magnético a ser criado
pela passagem da corrente elétrica.
63
Figura 52.A: Tipos comuns de fios
Figura 52.B: Blindagem de um fio
A ligação interna é comum nos dispositivos elétricos por sua função de fechar ou de
abrir o circuito, conforme representado nas Figuras 53.A, 53.B e 53.C.
64
Resumindo
Esta unidade explicitou que, embora a corrente elétrica seja formada pelo
movimento dos elétrons, é a força eletromotriz que os impulsiona através
dos condutores. O fluxo, no entanto, encontra resistência ao deslocamento,
em função do próprio material do condutor, de seu comprimento, sua área
e sua temperatura.
65
Glossário
Auxiliary Power and Unit (APU): turbina que fornece energia elétrica, pneumática e
ar condicionado com o avião em solo.
Ground Power Uni (GPU): motor a diesel ligado a um gerador para fornecer energia
elétrica ao avião.
Turbo-hélice: aeronave cujo motor tem uma hélice acionada por uma turbina.
66
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: Diferentemente
da corrente elétrica, que pode facilmente ser visualizada
como um fluxo, a voltagem é variável e funciona como uma
bomba, impulsionando os elétrons por meio dos condutores.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
67
Referências
68
UNIDADE 3 | TEORIA DA
CORRENTE ALTERNADA
69
Unidade 3 | Teoria da Corrente Alternada
Nas aeronaves, há dois tipos de correntes elétricas: a contínua (CC) e a alternada (CA).
A contínua não varia e vem das baterias. A alternada é variável, sendo ora positiva e
ora negativa. Tal oscilação gera uma frequência. Como as aeronaves utilizam a CA de
115 v e 400 Hz, os fios condutores são mais finos, pois a corrente elétrica é baixa. O
mesmo não ocorre com a CC, que usa baixa voltagem de 28 v, e cujos fios precisam
ser mais grossos em função do maior fluxo de corrente. A CA apresenta, ainda, outras
vantagens sobre a CC, exploradas nesta unidade.
1 Conceito de CA
Nos aviões, são especificados 115 v CA e 400 Hz, fornecidos pelos geradores dos
motores. Nesse sentido, a CA tem substituído largamente a CC por ser transmitida a
longas distâncias, de forma mais rápida e econômica. Isso reduz o peso e o tamanho
dos geradores, além de ocupar menos espaço, pois seus fios condutores são mais finos.
Em razão da presença de frequência, a CA faz o circuito elétrico ter características
diferentes em relação à CC. As características da CA geram a reatância capacitiva e a
reatância indutiva, abordadas mais adiante. Ao fazer a comparação entre os gráficos a
seguir, é possível verificar a diferença entre as ondas da CC e CA.
70
Gráfico 2: Forma de onda CA
Para melhor compreensão da CA, valores que aparecem em sua geração devem ser
conceituados: o instantâneo, o pico e o efetivo (Root mean square – RMS).
71
Portanto, o valor de pico é aquele medido no topo máximo positivo ou no topo máximo
negativo da onda, sendo o valor instantâneo máximo que, no Gráfico 3, é 90º e 270º. O
valor máximo de pico é 1,41 vezes o valor efetivo.
O valor efetivo, também conhecido como valor RMS, é o valor real entregue ao circuito,
com as perdas que são consideradas na transformação de calor no circuito. Ainda no
Gráfico 3, nota-se que o valor efetivo é 0.707 vezes o valor máximo. Sendo assim,
define-se:
VP = 1,41 x Vrms.
Onde:
VP = valor de pico;
A voltagem fornecida nas tomadas das residências é 110 v ou 220 v, por exemplo.
Contudo, se a mencionada fórmula for aplicada, para que o valor de pico que sai da
estação fornecedora, seja encontrado, o valor real é determinado:
Vrms = 0,707 x VP
Assim, utilizando esta fórmula, com o valor de 310 v de pico, tem-se, conforme mostra
a Figura 55:
72
Gráfico 4: Voltagem e corrente em fase
2 Indutância e Indutores
73
2.1 Características do Indutor
A Lei de Faraday declara que a indução de uma força eletromagnética (FEM) em uma
volta fechada de fios (loop) é proporcional à razão de mudança de um fluxo magnético
através dos fios da bobina. Assim, se um fluxo de corrente passar por um fio também
cria um campo magnético. Quando o fio está em uma bobina, torna-se um indutor
básico. Quanto mais fios são enrolados juntos, maior o campo magnético, como mostra
as Figuras 54.A, 54.B e 54.C.
74
O campo magnético, criado pela passagem de corrente em um condutor, cria uma
propriedade na bobina caracterizada pela oposição a alguma mudança na corrente.
Essa propriedade é chamada de indutância. A indutância induz uma voltagem no
condutor e a voltagem induzida é sempre em direção oposta à direção do fluxo de
corrente. Sendo assim, em um circuito indutivo a corrente está atrasada em 90º em
relação à voltagem, conforme o demonstrado nos gráficos 6 e 7.
75
oposição também se faz presente em circuitos com indutância. Assim, têm-se também
circuitos em série e em paralelo formados por indutores, cujo símbolo é demonstrado
na Figura 55.A.
LT = 1.
1 + 1 + 1 +...1
76
2.2 Reatância Indutiva
XL = 2 x TT x f x L.
Onde:
XL = reatância indutiva;
F = frequência em ciclos por segundos;
π = 3.1416.
Ressalta-se que a indutância é criada pelo campo magnético formado pela passagem
da corrente no fio condutor do circuito. Esta característica está presente apenas na CA,
pois somente ela tem ciclo e frequência. A indutância cria uma resistência, chamada
de reatância indutiva, que é a oposição da voltagem à variação da corrente no circuito.
Então, analisando a relação na fórmula entre a reatância indutiva (XL), o indutor (L) e
a frequência (f), nota-se que quanto maior a frequência no circuito, maior a reatância
indutiva. Além disso, quanto maior o valor do indutor, maior a reatância indutiva e
vice-versa. A análise de um exercício, como o apresentado a seguir, confere maior
entendimento sobre a aplicação da fórmula de reatância indutiva.
Exercício
XL = 2 π f L
XL = 6,28 x 60 x 0,146
XL = 55 H
77
Figura 56: Reatância indutiva
As fórmulas da Lei de Ohm também são empregadas para a reatância indutiva, pois se
trata de uma resistência no circuito. Então:
i = _E → i = 110 → i = 2A
XL 55
78
Contudo, o campo magnético formado pela passagem da corrente é prejudicial,
pois cria uma corrente parasita, que pode interferir no funcionamento das unidades
eletrônicas. Assim, a corrente é eliminada pelo aterramento da malha (blindagem) do
fio à estrutura do avião. O fio vai à unidade para acionamento, mas antes de chegar à
unidade, a blindagem é ligada à estrutura do avião. O fio sem indutância é conectado
ao plugue, ligado na unidade eletrônica, responsável por acionar vários sistemas na
aeronave.
As Figuras 58.A e 58.B traçam uma comparação entre um fio blindado e um fio simples.
79
Destaca-se que a malha do fio blindado é aterrada à estrutura do avião, conforme
mostra as Figuras 59.A e 59.B.
Fiação elétrica
80
2.3 Capacidade dos Condensadores
Outra importante propriedade em circuitos de CA, ao lado de resistência e indutância,
é a capacitância. Enquanto a indutância é representada no circuito por uma bobina, a
capacitância é representada por um capacitor ou condensador.
Na Figura 59.A, quando a chave é fechada, o capacitor começa a ser carregado. A placa
B é carregada positivamente e a placa A é carregada negativamente. A corrente flui
pelo circuito, até as placas estarem carregadas com a mesma diferença de potencial,
no qual a equalização das voltagens entre a fonte e o capacitor cessa o fluxo de corrente
através das placas. Neste ponto, o capacitor está carregado.
81
Figura 60.B: Capacitor armazenando carga
82
2.3.2 Fatores que Afetam a Capacitância
83
Figura 62.B: Capacitores ligados em paralelo
84
o capacitor se comporte como um curto circuito para a CA, mas se a capacitância é
pequena, as placas do capacitor se carregam rapidamente, fazendo oposição à inversão
de polaridade da CA. Nesse caso, o capacitor se comporta como um circuito aberto.
XC = 1
2xπxfxC
Onde:
Um exemplo para aplicara fórmula: supondo um circuito em série, que tenha 110 v a 60
cps, e cuja capacitância do capacitor é de 0,000080 farad, deve-se calcular a reatância
capacitiva e o fluxo da corrente elétrica.
XC = 1 → XC = 1 → XC = 33,2 Ω
2xπxfxC 2 x 3,14 x 60 x 0,000080
Como a reatância foi determinada, utiliza-se a Lei de Ohm para encontrar o valor da
corrente:
I = E → I = 110 → I = 3,31 A
XC 33,2
85
Gráfico 8: Comportamento do circuito com resistor
86
Figura 64.A - Capacitor removido do tanque Figura 64.B - Localização do capacitor na aeronave
Quando o tanque está vazio, o dielétrico entre as placas do capacitor é o ar. Quando a
aeronave está sendo abastecida, o dielétrico entre as placas do capacitor passa a ser o
querosene. Assim, há uma alteração na capacitância.
87
Figura 65: Motor Turbofan
______________
Z = √ R2 + (XL − XC)2
Onde:
88
Exercício 1
XL = 2 × π × f × L → XL = 6.28 × 60 × 0.021
Z = √ R2 + (XL − XC)2 → Z = √ R² + XL² →
Z = √ 6² + 8² → Z = √ 36 + 64 → Z = √ 100
Logo: Z = 10 Ω
Importante lembrar que impedância é resistência. Por isso, sua unidade de medida é o Ω.
I = E → I = 110 → I = 11A
Z 10
Exercício 2
89
Cálculo da impedância:
XC = 1 → XC = 1 →
2xπxfxC 2 x 3,14 x 60 x 0,000200
XC = 1 → XC = 13 Ω
0,07536
Logo: Z = 16,4 Ω
Exercício 3
90
Para melhor entendimento quanto à aplicação da fórmula da impedância em circuitos
elétricos em paralelo, são propostos os exercícios a seguir.
Exercício 4
Utilizando a fórmula:
91
Exercício 5
Cálculo do valor da impedância e da corrente elétrica total no circuito que segue, como
na Figura 70.
Cálculo da reatância:
XC = 1 →
2xπxfxC
XC = 1 →
2 x 3,14 x 60 x 0,000002
XC = 1 →
0,00075360
Logo: XC = 1327 Ω
Cálculo da impedância:
Z= R x XC → Z = 10000 x 1327 →
√ R² + XC² √(10000)² + (1327)²
Logo: Z = 0,1315 Ω
I = E → I = 110 → I = 0,011 A
R 10000
92
Cálculo da corrente no capacitor:
I = E → I = 110 → I = 0,0829 A
XC 1327
Logo: IT = 0,0836 A
Exercício 6
Logo: XL = 50 Ω
XC = 1 →
2xπxfxC
XC = 1 →
2 x 3,14 x 400 x 0,0001
Logo: XC = 4 Ω
93
Como o circuito é resistivo, capacitivo e indutivo, a impedância é calculada pela fórmula
com três incógnitas:
Z= 1→
0,23
Logo: Z = 4,33 Ω
IT = ET → I = 110 → I = 23 A
Z 4,33
IR = E → IR = 110 → IR = 2 A
R 50
IL = E → I = 110 → IL = 2 A
XL 50
IC = E → IC = 110 → I = 25 A
XC 4
Alguns componentes e símbolos são usados nos esquemas elétricos da aeronave, tais
como o painel, com suas chaves de atuação, demonstrado na Figura 72.
94
Figura 72.A: Painel de luzes externas com chave toggle
As luzes de navegação da aeronave são aquelas localizadas nas pontas das asas e na
traseira da empenagem. A cor da luz da asa esquerda é vermelha, da asa direita é
verde e da strobe é branca, assim como a da empenagem.
95
As luzes anticolisão (beacon) são usadas quando a aeronave está em solo. Sua função
é alertar o pessoal de solo para não se aproximar da aeronave, pois os motores podem
estar em funcionamento.
Figura 73.A: Luzes externas acesas pelo Figura 73.B: Luz de logomarca acesa pelo painel
painel
Como mostra a Figura 74.A, a chave tipo botão de empurrar (push button) é utilizada
no avião pela praticidade para ligar um componente e informar ao comandante o
status do sistema na sua própria joia. Assim, ao ligar um sistema, a tripulação sabe, de
imediato, se obteve sucesso.
96
A chave seletora, demonstrada na Figura 74.B, serve para selecionar duas ou mais
opções de controle, bastando, para isso, um pequeno levantamento de sua sede e um
giro para a opção desejada.
Quando está com os motores desligados, a manutenção conecta à aeronave uma fonte
de eletricidade externa para operação dos equipamentos e dos instrumentos. Quando
a fonte externa, chamada GPU, é ligada ao avião, acende na chave push button uma
indicação de AVAIL, que informa ao comandante que a GPU está disponível para ele.
Ao apertar a chave, a indicação muda de available para in use, informando que a GPU é
utilizada no avião. A mesma indicação aparece no painel de conexão da GPU para
informar à manutenção que a GPU está em uso na aeronave, como mostra a Figura 75.
97
Figura 76.A: Relé
A diferença básica entre eles é que o relé é comandado por um sinal elétrico e operado
mecanicamente. Portanto, é eletromecânico. A indução em uma bobina magnetiza os
fios do indutor e cria um campo magnético que atrai os contatos móveis à armadura,
que é fixa. O relé serve para a atuação de um dispositivo remotamente, pois precisa
apenas de uma pequena corrente. Após sua atuação uma grande corrente passa por
ele para alimentar um componente que consome uma grande quantidade de carga
(corrente). Há dois tipos de relé: o eletromecânico e o de estado sólido. Este último
funciona como o transistor e não tem partes móveis. Informações sobre o transistor
serão explanadas mais adiante.
O solenoide, por sua vez, é acionado por um campo magnético em sua bobina e possui
armadura móvel. Além disso, é eletromagnético, visto que é comandado eletricamente
e atuado magneticamente. Seu uso é útil quando o peso e o espaço são priorizados.
98
O solenoide é mais empregado como atuador mecânico, mas também serve para
conduzir grandes correntes. O relé, diferentemente, é usado apenas para ligar grandes
correntes. Nas Figuras 75.C e 75.D é possível observar as representações simbólica e
esquemática do relé e do solenoide, funcionando em um sistema.
Trata-se de uma pequena chave que liga e desliga a atuação de uma parte móvel do
sistema que tem uma pequena lâmina contendo uma chave no seu interior. É usada
para detectar posição ou curso limite de partes móveis, tais como trem de pouso, flaps
e spoilers.
99
Na micro switch, a aproximação entre duas partes, uma móvel e outra fixa, ativa um
campo magnético e informa se o trem de pouso ou outros componentes estão no
limite máximo. No caso do trem de pouso, ativa a indicação de travado embaixo ou em
cima. A vantagem é que não tem partes móveis, conforme pode ser observado na
Figura 77.
Importante destacar que a micro switch está sendo substituída pelo sensor de
proximidade (proximity sensor).
100
O LVDT, instalado no manete de potência do motor, opera para frente e para trás
linearmente. Desta forma, o transmissor lê o movimento do manete de potência e
envia a informação sobre a quantidade de potência solicitada pelo comandante para
um computador de controle. O computador, por sua vez, faz a atuação da válvula
de combustível no FCU. Além disso, há também um RVDT que envia o feedback ao
computador da atuação, de acordo com o ilustrado na Figura 78.
Figura 78: Esquemático das informações sobre a quantidade de potência (LVDT e RVDT)
Fonte: Airbus Group, 2006, com adaptações.
101
Por meio da indução, formada pela passagem da corrente no condutor, o sensor capta
se a corrente flui na linha de alimentação do gerador. Em seguida, a informação vai
para a unidade de controle do gerador, para função de proteção, segundo pode ser
observado no esquemático da Figura 79.B.
Resumindo
102
Glossário
Arco voltaico: é o fluxo intenso de corrente elétrica que se forma entre dois eletrodos
energizados com alta voltagem colocados próximos um do outro.
Cablagem: grupo de fios que vão para o mesmo lugar na aeronave, formando um
chicote; vários fios juntos na aeronave.
Joia: Local na chave push button em que está escrito o status do sistema.
Spoiler: superfície que serve como freio aerodinâmico para reduzir a altitude do avião
pela quebra de sustentação da asa; superfície hipersustentadora que fica localizada
no bordo de fuga da asa e serve para aumentar a área da asa em pousos e decolagens.
103
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: Nas aeronaves, há
dois tipos de correntes elétricas: a contínua (CC) e a alternada
(CA).
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
104
Referências
105
UNIDADE 4 | PESQUISA DE PANE
106
Unidade 4 | Pesquisa de Pane
A pesquisa de pane elétrica envolve a medição de voltagem, a corrente elétrica
contínua (CC) e a alternada (CA), a resistência, a frequência e a capacitância. A medição
auxilia na detecção de falhas no circuito elétrico, como o curto-circuito, por exemplo.
Para evitar que os componentes sejam danificados, há dispositivos de proteção que
interrompem a corrente elétrica.
1 Instrumentos de Medição
107
Ao girar a chave seletora no sentido horário, obtêm-se os seguintes símbolos:
• – medida de capacitância;
108
2 Medição da Tensão, da Corrente, da Resistência e da
Continuidade
Como é possível notar na Figura 82, a fiação medida não está em curto-circuito com a
massa, pois o ohmímetro não mostra leitura. Neste caso a resistência é altíssima, pelo
fato de a ponteira positiva do multímetro ter sido colocada no fio e, a negativa, em
qualquer ponto da fuselagem, sem ligação entre elas. Assim, não há fluxo de corrente.
É válido lembrar que o circuito está desconectado, pois os fios ou o plugue dos sistemas
a serem medidos estão desligados.
109
A Figura 83 mostra um curto-circuito entre a fiação e a fuselagem (massa) do avião.
Após o procedimento, a ponteira positiva deve ser ligada ao fio positivo e, a negativa,
ligada ao fio negativo. Com as ponteiras devidamente ligadas, o ohmímetro indica a
baixa resistência entre os dois fios, comprovando um curto-circuito, como demonstrado
na Figura 84.B.
110
Figura 84.A: Multímetro indicando ausência de curto circuito para massa
Fonte: Airbus Group, 2006, com adaptações.
111
Figura 85.A: Curto circuito entre fios
112
2.4 Dispositivos de Proteção e Controle de Circuitos
2.4.1 Disjuntores
O disjuntor tem a vantagem de ser rearmado, quantas vezes forem necessárias, sem
a exigência de constantes trocas ao atuar na proteção do circuito. Em sua cabeça vem
marcada a amperagem de carga que suporta, conforme pode ser observado na Figura 86.
113
A Figura 87.B mostra o limitador de corrente, que é um fusível com maior capacidade
de carga. Sua tira de fusão (rompimento) é feita de cobre e o limitador suporta uma
alta corrente elétrica antes de romper. Ele varia de 30 A em diante e sua representação
esquemática é a mesma do fusível.
Falhas em geradores
114
Resumindo
115
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: O curto-circuito
entre fios é um tipo de pane no circuito elétrico, provocado
quando dois fios se tocam, por causa da vibração ou da fixação
incorreta.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
116
Referências
117
UNIDADE 5 | MAGNETISMO
118
Unidade 5 | Magnetismo
A força eletromotriz (FEM) e o fluxo de corrente elétrica são formados ao se
movimentar um condutor por um campo magnético. No entanto, são necessários
vários condutores para formar a FEM. Esses condutores, juntos, formam as bobinas,
presentes na composição dos transformadores.
1 Tipos de Ímãs
2 Eletromagnetismo
119
Figura 88.A: Fluxo de corrente induzido
120
Este fenômeno é conhecido como a Lei de Lenz, que postula o seguinte: o sentido da
corrente induzida é tal que, por seus efeitos, opõe-se à causa que lhe deu origem. Logo,
quando o ímã aproxima-se, a corrente induzida na espiral tenta evitar a aproximação,
criando um campo magnético que o repele. Quando o ímã afasta-se, a corrente induzida
na espiral tenta evitar seu afastamento, criando um campo magnético que o atrai.
Quando uma bobina gira no interior de outra, ambas feitas de enrolamentos de fios,
não ocorre a formação de um campo magnético, pois são apenas fios. Porém, ao passar
uma pequena corrente em uma das bobinas, esta se transforma em um ímã artificial,
criando, assim, um campo eletromagnético. Isso acontece porque o campo é criado a
partir de uma corrente chamada corrente de excitação, que serve para formar o campo
inicial. À medida que uma bobina gira e a outra fica parada, aparece uma FEM e um
fluxo de corrente. Este princípio criou os geradores, visto que precisam de movimento
para gerar eletricidade. A Figura 89 mostra a construção básica de um gerador.
3 Transformadores
121
3.1 Transformadores de Voltagem
Quando o número de voltas de fios na bobina primária (N1), na bobina secundária (N2)
e o valor da voltagem de entrada (E1) são conhecidos, pode-se calcular a voltagem de
saída (E2) por meio da fórmula:
E2 = N2
E1 N1
122
Onde:
No avião, com motor convencional (movido a pistão), existe um componente que gera
a energia para a vela de ignição queimar o combustível. Esse componente é o magneto.
O magneto é um transformador de entrada de 28 V CC e de saída de 20.000 V. No seu
interior estão as bobinas primária e secundária, um platinado, um ímã permanente e
um capacitor, como pode ser observado na Figura 91.
123
Nos sistemas elétricos das aeronaves existe grande aplicação de transformadores. Na
maioria das vezes é empregado o abaixador de tensão, para as lâmpadas internas e os
instrumentos. Entretanto, o abaixador também é utilizado para acender os faróis de
pouso, que precisam de grande potência elétrica, como mostra a Figura 92.
124
Resumindo
Glossário
Ferro doce: ferro com alto índice de pureza, usado para isolamento magnético.
125
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: A força
eletromotriz (FEM) e o fluxo de corrente elétrica são
formados ao se movimentar um condutor por um campo
magnético. No entanto, é necessário apenas um condutor
para formar a FEM.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
126
Referências
127
UNIDADE 6 | MOTORES E
GERADORES
128
Unidade 6 | Motores e Geradores
O motor elétrico é um dispositivo cuja função é converter energia elétrica em mecânica.
Seu uso é o mais comum dentre todos os tipos de motores, pois apresenta baixo custo e
facilidade de transporte e de limpeza. Ademais, sua construção é considerada simples,
uma vez que o motor elétrico possui alta capacidade de adaptação. O gerador, por sua
vez, tem a tarefa reversa. Sua função é converter o movimento mecânico em energia
elétrica.
• Induzido;
• Escovas.
129
Os componentes principais estão representados na Figura 94.A.
O induzido é a peça composta por bobinas e pelo coletor que gira no interior do campo
magnético, como mostra a Figura 94.B.
O núcleo do induzido é feito de ferro que não cria resistência para o campo magnético
e, ao final do induzido, localiza-se o coletor. O coletor é feito de cobre com segmentos
isolados por mica. Como pode ser examinado na Figura 98.C, na carcaça (estrutura do
campo), alojam-se as bobinas de campo, atuando como suporte para outras partes do
gerador,
130
Figura 94.C: Carcaça ou estrutura de campo
Fonte: Estados Unidos – FAA (s.d.).
As escovas são as peças pelas quais a corrente vai ser retirada do gerador. Estão em
contato com o coletor e são feitas de carvão especial. Devem ser inspecionadas com
frequência, em razão de seu desgaste. A Figura 95 ilustra a localização das escovas.
131
No caso do gerador, o funcionamento do motor, após a partida, gira a gearbox na qual
está o acessório gerador. Como o gerador precisa de movimento para gerar eletricidade,
há um fluxo de corrente do gerador para o sistema elétrico do avião. O fluxo de corrente,
criado pelo campo magnético, é removido do gerador por meio das escovas.
2. Geradores de CC e de CA
2.1 Geradores de CC
132
Figura 96: Transformação de CA em CC
Fonte: Estados Unidos – FAA (s.d.).
133
Há três tipos de geradores:
• Enrolamento em série;
• Enrolamento em paralelo; e
O que define o tipo de gerador é a ligação do seu circuito interno com a ligação do
circuito externo. O circuito externo é aquele que consome a energia gerada, chamada
de carga.
2.2 Geradores de CA
134
Figura 98.A: Gerador de CA básico
Fonte: Estados Unidos – FAA (s.d.).
Considerando a frequência, o gerador tem que manter uma rotação constante para a
saída ser regulada em 115 v CA, 400 hz, trifásico, mas pode ser monofásico. Por isso, é
necessário o uso dos reguladores de tensão, presentes nos geradores CC, que não têm
frequência, e nos geradores CA, que demandam a regulagem da frequência.
135
Os aviões de grande porte utilizam geradores de controle integrado, em inglês,
Integrated Drive Generator (IDG). Como mostra a Figura 99.A.
Conforme é possível perceber, este gerador é formado por apenas uma unidade, na
qual funciona um sistema mecânico, com diferencial de engrenagens lubrificadas pelo
próprio óleo armazenado em seu interior, e um sistema de bobinas que gera a energia
para o sistema.
Antes da criação do IDG, as aeronaves possuíam duas unidades separadas, sendo uma
delas a Constant Speed Drive (CSD), representada na Figura 99.B.
136
A CSD era a unidade responsável por manter a velocidade constante, independentemente
da velocidade do motor. Na CSD a rotação mantinha-se constante por meio de
engrenagens e de diferencial. Acoplado atrás da CSD ficava o gerador, recebendo
rotação constante e liberando para o sistema 115 v CA, 400 Hz. No entanto, as duas
unidades ocupavam muito espaço no motor e, frequentemente, a CSD apresentava
falhas.
137
Procedimentos:
a) Trocador de calor – o óleo do IDG aquece o combustível que vem do tanque para
ser queimado no funcionamento do motor;
138
3 Regulagem da Tensão de um Gerador
Qualquer gerador CC e CA deve ter a saída de tensão controlada, pois o motor funciona
em diversos regimes de rotação. O regulador de tensão, também chamado de Generator
Control Unit (GCU), é a unidade responsável pela regulagem, para manter a saída da
voltagem estável. A regulagem é feita por meio do ajuste do campo magnético.
Observa-se que, ao variar o valor da corrente de campo, por meio do reostato, o campo
magnético altera-se e a saída do gerador é controlada. Assim, a demanda de diversos
sistemas elétricos é atendida. O esquema básico apresentado na Figura 101 é apenas
ilustrativo, pois o processo é efetuado manualmente e o ajuste, em reguladores de
tensão em aeronaves, deve ser automático.
139
3.1 Generator Control Unit ou Unidade de Controle do
Gerador
140
O circuito começa pelo funcionamento do motor. O funcionamento do motor faz girar
a gearbox (1) que, por sua vez, gira o eixo de acionamento do gerador por meio do
CSD (2), a fim de manter uma saída de RPM constante no gerador. Isto resulta no giro
do PMG (3), que é um ímã, cujo campo começa a gerar uma corrente CA, enviada ao
GCU (5), que transforma a corrente CA em CC, por meio dos TR (11), para alimentação
própria da sua fonte de energia interna.
O gerador pode ser desligado ou ligado por uma chave na cabine de comando (6) e
desconectado pela chave de desconexão no mesmo painel de elétrica. Se o sistema
de extinção de fogo for armado pelo punho de fogo (13), o GCU desliga o gerador
automaticamente.
• Regulagem de voltagem;
• Automonitoramento e teste.
141
4 Relé Diferencial
O relé diferencial é uma unidade de controle remoto e, por causa da atuação de uma
pequena corrente em seus contatos, fecha-os para a circulação de uma grande corrente
de atuação. Por isso, evita a corrente reversa no circuito.
142
Figura 103: Esquema elétrico do paralelismo de geradores elétricos de CA
Fonte: Estados Unidos – FAA (s.d.).
143
É possível constatar que, ao ser ligada a chave na cabine de comando, o GCU energiza
os dois relés de controle da fonte de alimentação e o GPU alimenta as duas barras. O
mesmo acontece com a chave do gerador do Auxiliary Power and Unit (APU), ligada na
cabine. Neste caso, o GCU remove a energia do relé da fonte externa e liga o gerador
do APU automaticamente.
É importante observar que o GCU abre os dois relés de controle da fonte de alimentação,
não permitindo o paralelismo de geradores. Assim, o GCU controla os relés de
alimentação da fonte e pode efetuar várias configurações como, por exemplo, a
demonstrada na Figura 106.
144
É possível evidenciar que o gerador 2 apresenta falha. Então, a APU é usada para
alimentar o barramento 2, enquanto o gerador 1 alimenta o barramento 1, sem
paralelismo de gerador.
6 Manutenção de um Gerador
145
Figura 107.A: Integrated drive generator (IDG) ou, em português, gerador rígido integrado
Figura 107.B: CFM international CFM56
Figura 107.C: Visor de vidro do IDG – Manutenção de geradores e verificação do nível de óleo
Fonte: Airbus Group, 2006.
Em seguida, o óleo é bombeado e seu visor monitorado para verificar o nível. Quando
o IDG está abastecido, a mangueira de excesso de óleo começa a vazar. Então, o
abastecimento é interrompido para que o óleo drene e flua pela tomada overflow
completamente, até que pare de gotejar.
146
A Figura 108 reforça a demonstração do procedimento de verificação do óleo.
Resumindo
147
Glossário
148
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: O motor elétrico
é um dispositivo cuja função é converter energia elétrica em
mecânica.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
149
Referências
150
UNIDADE 7 | COMPONENTES DE
CIRCUITO
151
Unidade 7 | Componentes de Circuito
Na aviação, como forma de obter maior controle sobre o circuito elétrico das aeronaves,
existem os componentes de circuito. Dentre eles, destacam-se os inversores, os diodos
e os transistores. Enquanto os primeiros permitem a conversão de corrente contínua em
corrente alternada, os segundos possibilitam que o fluxo da corrente elétrica flua para
apenas um sentido, já os terceiros são utilizados principalmente como amplificadores
e interruptores de sinais elétricos.
1 Inversores
Os inversores estáticos são empregados nos circuitos elétricos dos aviões para
converter a corrente alternada (CA) em corrente contínua (CC). Isto é necessário
porque, na aeronave, há circuitos alimentados com energia de CA e energia de CC.
Portanto, se em caso de emergência houver somente a bateria disponível no circuito,
fornecendo energia CC de 26 v, o inversor recebe a energia contínua da bateria e a
transforma em 115 v CA, 400 Hz para a alimentação dos circuitos alternados. A Figura
109 ilustra o funcionamento de um inversor.
152
2 Diodos
153
Figura 111: Diodo
Fonte: Estados Unidos – FAA (s.d.).
Figura 112.B: Nova forma de onda após a retificação de onda alternada completa
Fonte: Museu das Comunicações de Macau, 2014; Estados Unidos – FAA (s.d.), com adaptações
154
Como é possível notar na onda, a parte negativa é removida, ficando somente o ciclo
positivo. É importante observar que quando há mudança no ciclo da corrente alternada,
o diodo bloqueia o ciclo negativo da onda, deixando a passagem do ciclo positivo,
conforme mostra a Figura 112.C.
3 Transistores
155
O transistor é um dispositivo com três terminais, usado para amplificar sinais e controlar
a corrente em um circuito. Há dois tipos de transistores: o PNP e o NPN, demonstrados
nas Figuras 114.A e 114.B, respectivamente.
Uma pequena voltagem aplicada na base faz abrir um caminho maior entre o emissor
e o coletor. O coletor está ligado na saída amplificada da corrente aplicada na base.
Somente para efeito de explicação, desconsiderando-se valores, as Figuras 115.A e
115.B apresentam uma demonstração.
156
Figura 115.A: Transistor NPN
Conforme pode ser observado nas Figuras 115.A e 115.B, é a base que abre a porta
(junção) do emissor e o emissor abre ou fecha. Dependendo da corrente de base, a
passagem para a corrente fluir sem resistência é amplificada para o coletor.
No funcionamento, a junção PNP difere da junção NPN somente porque a PNP possui
duas junções (P) e uma (N). Assim, a ligação é ao contrário da ligação no transistor NPN,
até porque no circuito há maior dope da porção (P), como aparece nas Figuras 116.A e
116.B.
157
Figura 116.A: Junção NPN
Figura 116.B: Junção PNP
Ligação comum
O termo ligação comum identifica qual elemento do transistor é
comum para a entrada e para a saída. No circuito pode haver
ligação base comum ou coletor comum. A ligação comum do
emissor é a mais utilizada em circuitos amplificadores por
apresentar melhor ganho de corrente e de voltagem.
Resumindo
158
Glossário
159
Atividades
aa
1) Julgue a alternativa verdadeira ou falsa: Na aviação, como
forma de obter maior controle sobre o circuito elétrico das
aeronaves, existem os componentes de circuito tais como os
inversores, os diodos e os transistores.
Verdadeiro ( ) Falso ( )
Verdadeiro ( ) Falso ( )
160
Referências
161
Gabarito Questão 1 Questão 2
Unidade 1 V V
Unidade 2 V V
Unidade 3 V F
Unidade 4 V V
Unidade 5 F V
Unidade 6 V F
Unidade 7 V V
162