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Formação Profissional

Electricista Instalador - Nível 2

Volume 3

Electrónica Básica

Volume 3
FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 - ELECTRÓNICA BÁSICA – VOLUME 3

ÍNDICE GERAL

ELECTRICISTA INSTALADOR – NÍVEL 2


VOLUME 3 - ELECTRÓNICA BÁSICA

Secção Página

3.1 Executar com segurança todos os trabalhos de 7


electrónica básica.

3.2 Preparar todas as ferramentas e componentes 29


necessários para executar o trabalho de
electrónica básica.

3.3 Executar o trabalho de acordo com os 45


diagramas fornecidos e instruções do
supervisor.

Volume 3 – Electrónica Básica | 1


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 - ELECTRÓNICA BÁSICA – VOLUME 3

FICHA TÉCNICA
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Título Volume 3 – Electrónica Básica

Equipa técnica Equipa GIZ Pró-Educação e INEFP Inhambane

Supervisão técnica Carlos Freire e Vithor Nypwipwy

Coordenação Susanne Guamba, GIZ Pró-Educação

Revisão Alexis Bedoya, Carlos Freire, Ivan Bié, António Lourenço Cuamba.

Apoio Cooperação Alemã e Rio Tinto

Local Inhambane

Data 14 de Novembro de 2014

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Edição 5 CEREP, Maputo, Outubro 2020

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2 | Volume 3 – Electrónica Básica


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ÍNDICE DO MANUAL – VOLUME 3


SECÇÃO 3.1
EXECUTAR COM SEGURANÇA TODOS OS TRABALHOS DE ELECTRÓNICA BÁSICA

1 PRINCIPAIS COMPONENTES ELECTRÓNICOS 10


2 MEDIÇÃO E TESTAGEM DE COMPONENTES ELECTRÓNICOS 11
2.1 Corrente, Tensão e Resistência Eléctrica 11
2.1.1 Introdução aos conceitos básicos 11
2.1.2 Lei de Ohm 11
2.1.3 Corrente eléctrica e frequência 13
2.1.4 Potência eléctrica 13
2.2 Resistência 14
2.2.1 Introdução à resistência 14
2.2.2 Código de cores para resistências comerciais 15
2.2.3 Associações de resistências 16
2.2.4 Outros tipos de resistências 17
2.2.5 Uso do ohmímetro 18
2.3 Condensador 19
2.3.1 Introdução ao condensador 19
2.3.2 Circuito de carga e descarga do condensador 20
2.3.3 Características principais dos condensadores 21
2.3.4 Leitura de condensadores 22
2.3.5 Teste de condensadores com multímetro 23
2.3.6 Teste de condensadores com capacímetro 24
3 AVALIAÇÃO FORMATIVA 25

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SECÇÃO 3.2
PREPARAR TODAS AS FERRAMENTAS E INSTRUMENTOS NECESSÁRIOS PARA
EXECUTAR O TRABALHO DE ELECTRÓNICA BÁSICA

1 INTRODUÇÃO ÀS FERRAMENTAS DE ELECTRÓNICA 31


2 SELECÇÃO DE FERRAMENTAS DE ELECTRÓNICA 31
2.1 Ferramentas de auxilio 31
2.2 Alicates 32
2.3 Ferramentas de aperto 34
2.4 Ferro de soldar 35
3 AVALIAÇÃO FORMATIVA 37

4 MULTÍMETRO 38

4.1 Introdução ao multímetro 38


4.2 Medição de tensão continua (DCV) usando multímetro analógico 39
4.3 Medição de corrente continua (DCA) usando multímetro analógico 40
4.4 Medição de resistência usando multímetro analógico 41
4.5 Medição de tensão continua (DCV) usando multímetro digital 41
4.6 Medição de resistência usando multímetro digital 42

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SECÇÃO 3.3
EXECUTAR TRABALHOS COM COMPONENTES ELECTRÓNICOS DE ACORDO COM
DIAGRAMAS E INSTRUÇÕES

1 SELECÇÃO DE DÍODOS DE ACORDO COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS 47


1.1 Introdução aos semicondutores 47
1.2 Materiais isolantes, semicondutores e condutores 47
1.3 Díodo semicondutor 47
1.4 Polarização directa 48
1.5 Polarização inversa 49
1.6 Teste dos díodos 49
1.7 Díodo emissor de luz 51
1.8 Teste de díodo emissor de luz 52
1.9 Díodo Zener 53
1.10 Teste do díodo Zener 55
2 EFECTUAÇÃO DE TESTES EM CIRCUITOS BÁSICOS DE RECTIFICAÇÃO 56

2.1 Transformadores para sistemas electrónicos 56


2.2 Relação de transformação 56
2.3 Tipos de transformadores 57
2.4 Teste de transformador 57
2.5 Circuito de rectificação de meia onda 58
2.6 Circuito de rectificação de onda completa 59
2.7 Circuito de rectificação de onda completa em ponte 60
3 MONTAGEM E REMOÇÃO DE COMPONENTES SEMICONDUTORES EM 61
PLACAS DE CIRCUITOS ELECTRÓNICOS
3.1 Soldagem 61
3.2 Solda 61
3.3 Ferro de soldar 61
3.4 Pistola de solda 63
3.5 Aplicação de solda nos circuitos electrónicos 64
3.6 Acessórios 65
3.7 Sugador de solda 66
3.8 Cuidados a ter durante a soldagem 68

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NOTAS

6 | Volume 3 – Electrónica Básica


INEFP, GIZ & RIO TINTO FORMAÇÃO PROFISSIONAL – ELECTRICISTA INSTALADOR

Formação Profissional
Electricista Instalador - Nível 2

Secção 3.1

Executar com Segurança Todos os Trabalhos de


Electrónica Básica

Manutenção Industrial - Formação Profissional INEFP – Manuais – Electricista Instalador Pagina7


7
7
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NOTAS

8| Executar com segurança todos os trabalhos de electrónica básica


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1. PRINCIPAIS COMPONENTES ELECTRÓNICOS

Veja abaixo os símbolos de outros componentes que não estão na tabela

Legenda:

A: Chave
B: Pilha
C: Bateria
D: Fusível
E: Circuito integrado
F: Altifalante
G: Terra ou Massa

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2. MEDIÇÃO E TESTAGEM DE COMPONENTES ELECTRÓNICOS

2.1 Corrente, Tensão e Resistência Eléctrica

2.1.1 Introdução aos Conceitos Básicos

Corrente eléctrica ( I ) – É o movimento ordenado de cargas eléctricas. A unidade de medida


da corrente eléctrica é o AMPÈRE (A). Porém, muitos circuitos electrónicos funcionam com
correntes menores do que 1 A. Neste caso usamos os submúltiplos do Ampere,
nomeadamente:
➢ MILIAMPÈRE (mA): 1 mA = 0,001 A
➢ MICROAMPÈRE (μA): 1 μA = 0,000.001 A.

Tensão eléctrica ( V ) – É a diferença de cargas entre os pólos da pilha ao lado. A tensão


eléctrica é medida em VOLT (V). A tensão age como uma força que faz a corrente eléctrica
passar pelo circuito. A tensão da pilha é de 1,5 V, a tensão de uma bateria de carro é 12 V e
tensão da rede eléctrica nacional é de 220-230 V.

Resistência eléctrica ( R ) - É a dificuldade oferecida pelos materiais à passagem da corrente


eléctrica. A resistência é medida em OHM (Ω).

No desenho abaixo a resistência é oferecida pelos átomos do cobre, porém este material,
devido à sua baixa resistência, é chamado de condutor. Os materiais de resistência média
são conhecidos como semicondutores e os materiais de alta resistência são isolantes.

2.1.2. Lei de Ohm

Através dela é possível saber o valor da corrente que circula por uma resistência:

Formula Unidades

I=
U
 A = V 
R 

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Para calcular a tensão:


Formula Unidades
U = I R  V  = A 
Para calcular a resistência:
Formula Unidades

R=
U
  = V
I A
Por exemplo, se uma resistência de R =10 é ligado numa fonte de tensão de U = 6V , a
corrente que passará por ele será:
U 6V
I = = = 0,6 A
R 10 
É o caminho completo para a circulação de corrente eléctrica. Abaixo vemos um circuito
simples formado por uma bateria ligada num LED e uma resistência:

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2.1.3 Corrente eléctrica e frequência

Corrente contínua (CC ou DC) – Mantém sempre o mesmo valor e o sentido, sendo
representada por uma linha recta. É produzida por tensão contínua de pilhas, baterias e
fontes de alimentação.

Corrente alternada (CA ou AC) – Muda de valor e de sentido no decorrer do tempo. É


fornecida pela tensão alternada da rede eléctrica.

Frequência – É a quantidade de vezes que a C.A. muda de valor e de sentido por segundo. É
medida em HERTZ (Hz). A frequência da rede eléctrica em Moçambique é de 50 Hz.

2.1.4. Potência eléctrica

É a quantidade de energia eléctrica consumida por um aparelho ou circuito por segundo. A


potência é medida em WATT (W). Ela nos dá ideia do gasto de energia de um aparelho.

Para saber a potência eléctrica de um aparelho electrónico basta multiplicar a tensão que
ele funciona pela corrente eléctrica que passa pelo mesmo:
Formula Unidades
P =U  I  W  = V  A

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Para calcular a tensão:


Formula Unidades

U=
P
 V  = W 
I A
Para calcular a corrente:
Formula Unidades

I=
P
 A = W 
U V 
Por exemplo, se uma resistência de R = 10 é ligado numa fonte de tensão de U = 6V , a
potência da resistência:
U 6V
I= = = 0,6 A
R 10 
P = U  I = 6V  0,6 A = 3,6W
Por exemplo: Um ferro de solda de 60 W gasta mais energia eléctrica que um de 30 W. Logo
o ferro de 60 W aquece bem mais que o de 30 W.

2.2. Resistência

2.2.1 Introdução à resistência

É o componente formado por um material mau condutor (grafite, níquel-cromo ou filme


metálico) usado para diminuir a corrente e a tensão em determinados pontos do circuito. A
resistência também é medida em OHM (Ω).

Um dos componentes mais versáteis em electrónica, as resistências têm por finalidade


oferecer uma resistência à passagem da corrente eléctrica pelo circuito.

Ele é utilizado de diversas maneiras, podendo operar como limitador de corrente, associado
para gerar um divisor de tensão.

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As resistências são feitas de materiais de maus condutores tais como grafite, níquel-cromo e
filme metálico e têm como função reduzir a corrente eléctrica e a tensão em vários pontos
do circuito. Quanto maior for o valor óhmico da resistência no circuito, maior será a queda
de tensão.

Características das resistências comerciais:

Para as resistências de grafite temos as potências de 1/16, 1/8, ¼, ½ , 1 e 3 W. Os de metal


filme são de 1/3, ½, 1, 1.6, 2 e 3W. Os de fio vão de 2 a 200w.

2.2.2. Código de cores para resistências comerciais

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Exemplo: Uma resistência apresenta o seguinte código de cores: 1º anel = castanho, 2º anel
= preto, 3º anel = laranja e 4º anel = Ouro. Qual o valor da resistência e qual sua tolerância?

Solução : 1º anel = castanho = 1;


2º anel = preto = 0;
3º anel = laranja - multiplicar por 1K = 1000;
O valor da resistência será: 10 x 1K = 10 KΩ
E a tolerância, visto que o 4º anel é ouro, é de 5%.

2.2.3. Associações de resistências

Associação em série – É aquela na qual todas as resistências estão no mesmo fio, um após o
outro. Neste circuito a corrente é a mesma em todos as resistências e a tensão se divide
entre eles. A resistência equivalente é a soma dos valores:

Rt = R1 + R2 + R3 +  + RN
Onde N é a quantidade de resistências em serie.

A associação é a ligação feita entre várias resistências para se obter um determinado valor
de resistência para o circuito. Podem ser ligados em série, paralelo ou misto.

Associação em paralelo – É aquela na qual as resistências são ligadas os inícios entre si e os


fins também entre si. A corrente se divide entre os elementos do agrupamento. A tensão é a
mesma (é igual) em todos as resistências. O inverso da resistência equivalente é a soma dos
inversos de cada resistência:
1 1 1 1 1
= + + ++
Rt R1 R2 R3 RN
Se as duas resistências tiverem o mesmo valor, a resistência equivalente é a divisão de um
deles pela quantidade de peças:
R1
Rt =
N
onde N é a quantidade de resistências em paralelo.

Se as duas resistências forem diferentes, divide-se o produto dos dois pela soma dos dois:
R1  R2
Rt =
R1 + R2

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2.2.4 Outros tipos de resistências

Potenciómetros – São resistências cuja resistência pode ser alterada girando um eixo que
move um cursor de metal sobre uma pista de grafite. Alguns deles não têm eixo, sendo
chamados de trimpot. Ao lado vemos estes componentes.

Varistor - É uma resistência especial que diminui a sua resistência quando a tensão nos seus
terminais aumenta. É usado na entrada de força de alguns aparelhos, protegendo-os de um
aumento de tensão da rede eléctrica. Quando a tensão nos terminais ultrapassa o limite do
componente, ele entra e desliga o aparelho.

Termístor - Este tipo de resistência varia a resistência com a temperatura. Existem os


termístores positivos (PTC) que aumentam a resistência quando esquentam e os negativos
(NTC) que diminuem a resistência quando esquentam. É usado em circuitos que requerem
estabilidade mesmo quando a temperatura de operação aumente.

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Fotoresistências - Também chamados de LDR, variam a resistência de acordo com a luz


incidente sobre ele. Quanto mais claro, menor é a sua resistência. São usados em circuitos
sensíveis a iluminação ambiente.

2.2.5 Uso do ohmímetro

Procedimento

Coloque na escala de X1 e segure as pontas pela parte metálica sem encostá-las. Se o


ponteiro mexer, a escala de X1 está com a resistência interna queimada (geralmente de 18
Ω). Faça a mesma coisa na escala de X10 (resistência desta escala em torno de 200 Ω).

Leitura do ohmímetro

Para usar o ohmímetro, deve-se ajustar o ponteiro sobre o zero através do potenciómetro
na escala que for usada (X1, X10, X100, X1K e X10K). Se o ponteiro não alcançar o zero, é
porque as pilhas ou baterias estão fracas. Na leitura acrescentamos os zeros da escala que
estiver a chave.:

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2.3. Condensador

2.3.1 Introdução ao Condensador

O condensador é formado por duas placas condutoras separadas por um isolante chamado
dieléctrico. As placas servem para armazenar cargas eléctricas e o dieléctrico dá o nome ao
condensador (cerâmica, poliéster, etc.). Em electrónica há dois tipos de condensadores fixos:
polarizados (electrolíticos) e não polarizados.

Aplicando tensão nos terminais de qualquer condensador ou condensador, ele armazena


cargas eléctricas (negativas numa placa e positivas na outra). Enquanto o condensador
estiver carregando, passa sobre ele uma corrente chamada corrente de carga. Quando o
condensador já está carregado não circula mais corrente.

Para descarregar o condensador, basta ligar um terminal no outro e a corrente que passa
chama-se corrente de descarga.

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2.3.2. Circuito de carga e descarga do Condensador

Os condensadores mais usados actualmente nos equipamentos são os electrolíticos


(polarizados), os de cerâmica e os de poliéster (não polarizados):

Os condensadores podem ser usados como filtro de fonte de alimentação, transformando


corrente pulsante em contínua e também servem como acoplamento ou desacoplamento,
bloqueando a C.C e deixa passar apenas C.A.

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2.3.3. Características principais dos condensadores

O FARAD (símbolo “F”) é a unidade de medida da capacitância. Esta unidade (F) é muito
grande e na prática são utilizados seus submúltiplos:
➢ MILIFARAD (μF): 1 μF = 10–3 F
➢ MICROFARAD (μF): 1 μF = 10–6 F
➢ NANOFARAD (nF); 1 μF = 10–9 F
➢ PICOFARAD (pF); 1 μF = 10–12 F
➢ FEMTOFARAD (fF): 1 μF = 10–15 F

Leitura dos condensadores

➢ Microfarad (μF) – É a maior unidade, sendo usada nos condensadores de alto valor
(electrolíticos).
➢ Nanofarad (nF ) – É mil vezes menor que o μF, sendo usada nos condensadores
comuns de valor médio.
➢ Picofarad (pF) – É um milhão de vezes menor que o μF, sendo usada nos
condensadores comuns de baixo valor.

Leitura de condensadores electrolíticos

Este tipo de condensador é fácil de identificar o valor, pois ele já vem indicado directo no
corpo em μF, assim como sua tensão de trabalho em Volts. Às vezes pode vir no corpo dele
dois números separados por uma barra. O primeiro é a capacitância e o segundo é a tensão.
Veja alguns abaixo:

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2.3.4. Leitura de condensadores

a) De poliéster:
Os condensadores comuns (poliéster, cerâmicos, styroflex, etc.) normalmente usam uma
regra para indicação do seu valor através do número indicado no seu corpo:
➢ Número menor que 1 = μF ;
➢ Número maior de 1 = pF ;
➢ Número maior que 1 seguido da letra N = nF.

b) De cerâmica:
Alguns têm três números no corpo, sendo que o último é a quantidade de zeros a se juntar
aos dois primeiros. Quando o 3º número for o “9”, ele significa vírgula.

c) Uso de código de cores

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Um Condensador possui cinco faixas de cores na seguinte ordem : castanha, preto, laranja,
branco e azul. Quais suas especificações ?

1º algarismo = marrom = 1

2º algarismo = preto =0
multiplicador = laranja = 1K
tolerância = branco = 10%
isolação = azul = 630 V.

Logo o condensador tem as seguintes especificações : 10 KpF ou 10nF, 630 V , 10% de


tolerância.

2.3.5. Teste de condensadores com multímetro

a) Condensador electrolítico

Procedimento:

1) Começar com a menor escala (X1) e medir nos dois sentidos.

2) Aumente a escala até achar que o ponteiro reflexiona e volta. Quanto maior o
condensador, menor é a escala necessária.
Este teste é apenas da carga e descarga do condensador:

b) Condensador comum

Procedimento:

Em X10K, medir nos dois sentidos. No máximo o ponteiro dará um pequeno pulso se o
condensador tiver valor médio, se tiver valor baixo ponteiro não moverá. O melhor
método de testar o condensador é medi-lo com o capacímetro ou trocá-lo.

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2.3.6. Teste de condensadores com capacímetro

Procedimento

1) Descarregue o condensador, tocando um terminal no outro;

2) Escolha uma escala mais próxima acima do seu valor (independente dele ser comum
ou electrolítico) e coloca nos terminais do capacímetro (ou nas ponteiras do mesmo se
ele tiver).

A leitura deverá ser próxima do valor indicado no corpo. Se a leitura for menor, o
condensador deve ser trocado. Veja este teste abaixo:

No caso dos condensadores electrolíticos, podemos colocá-los no capacímetro em qualquer


posição, conforme pode ser visto na figura acima.

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3 AVALIAÇÃO FORMATIVA

Leia atentamente as questões que se seguem:

1. Relacione as duas colunas:


( A ) Tensão ( )Ω
( B ) Corrente ( )V
( C ) Resistência ( )A

2. No circuito acima a bateria é de 9 V. O LED dá uma queda de tensão de 1,5 V. A


resistência do circuito é de 1 K. Usando a Lei de Ohm, calcule a corrente que circula
pelo LED

3. Identifique o valor indicado em cada painel abaixo:

4. Um rádio do Paraguai veio com a seguinte indicação: 15 W PMPO. Ele funciona com 4
pilhas (6 V) e com o volume no máximo a corrente chega a 0,5 A. Qual a verdadeira
potência consumida por ele?___

24| Executar com segurança todos os trabalhos de electrónica básica


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5. Indique o valor das resistências abaixo:

6. Leia os condensadores abaixo e passar para a unidade mais conveniente:

7. Converta o valor dos condensadores para a unidade indicada em cada caso:

3,3nF = ______pF ;
0,1μF = ______nF;
0,22μF = ______nF;
8200pF = ______ nF

8. Calcule e indique o valor das seguintes associações:

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9. Vamos ler o que os condensadores indicam:

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NOTAS

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NOTAS

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INSTALADOR

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Secção 3.2

Preparar Todas as Ferramentas e Instrumentos


Necessários para Executar o Trabalho de
Electrónica Básica

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NOTAS

30|Preparar todas as ferramentas e instrumentos para electrónica básica


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1. INTRODUÇÃO ÀS FERRAMENTAS DE ELECTRÓNICA

Para poder trabalhar ou realizar trabalhos em electrónica não se pode contar simplesmente
com as nossas mãos. É necessário ter a disposição uma certa quantidade de ferramentas
imprescindíveis ao trabalho que se pretende realizar.

Então, existem as ferramentas obrigatórias, que são aquelas necessárias para realizar os
mínimos trabalhos de reparação ou implantação de um circuito electrónico, como por
exemplo: chave de fenda, lupa, chave estrela, alicate de corte, alicate descarnador,
multímetro, lâmpada de prova ou busca-pólos de 12 e 24 V CC.

Para além das ferramentas acima descritas, também existem as ferramentas que não são
obrigatórias, mas que podem ajudar bastante em qualquer actividade de electrónica.

2. SELECÇÃO DE FERRAMENTAS DE ELECTRÓNICA

2.1. Ferramentas de Auxilio

a) Lupa - é um instrumento óptico que tem uma lente com capacidade de ampliar
imagens. É utilizada para observar com mais detalhe pequenos objectos ou
superfícies.

b) Pincel – serve para limpar as placas de circuito, os componentes das poeiras

c) Pinça - serve para prender, segurar com firmeza e, em muitos casos, apontar ou
buscar parafusos ou porcas em lugares onde não é de fácil acesso com as mãos
ou com o alicate de pontas curvas.

Preparar todas as ferramentas e instrumentos para electrónica básica | 31


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Servem também para pegar ou segurar componentes milimétricos (SMD)

2.2. Alicates

Alicates são ferramentas articuladas que servem fundamentalmente para multiplicar a força
aplicada quando se pretende realizar um determinado trabalho. Existem vários tipos de
alicates:

a) Alicate de pontas chatas - serve para prender, segurar com firmeza peças,
parafusos ou porcas.

b) Alicate de pontas redondas - serve para prender, segurar com firmeza peças,
parafusos ou porcas.

32|Preparar todas as ferramentas e instrumentos para electrónica básica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 - ELECTRÓNICA BÁSICA – VOLUME 3

c) Alicate de corte - Como o próprio nome diz, sua função é cortar. Serve para
cortar condutores de secção reduzida.

d) Alicate de pontas curvas – serve para prender, segurar com firmeza e, em


muitos casos, apontar ou buscar parafusos ou porcas em lugares onde não é de
fácil acesso com as mãos.

e) Alicate descarnador – serve para facilitar a remoção do isolamento de um


determinado pedaço do condutor.

Preparar todas as ferramentas e instrumentos para electrónica básica | 33


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2.3. Ferramentas de Aperto

Chaves de parafuso são ferramentas do tipo chaves com várias dimensões. Sua principal
função é de ser introduzida na fenda de um parafuso (tipo fenda) para girá-lo, apertando-o
ou afrouxando-o.

Para além da fenda, existem diversos outros padrões de cabeças de parafuso estrela
(Philips), Torx e Posidriv.

34|Preparar todas as ferramentas e instrumentos para electrónica básica


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2.4. Ferro de Soldar

É uma ferramenta que exige muito cuidado. Trata-se de uma ponta de cavilha de cobre que
é aquecida a uma temperatura de algumas centenas de graus por meio de uma fonte
externa de calor. O ferro de soldar mais simples é apenas constituído por um cabo isolado,
uma haste e uma ponta de cobre.

Para a maior parte das soldaduras em interiores utilizam-se quase exclusivamente o ferro de
soldar eléctrico. Neste, o aquecimento da ponta é realizado electricamente por meio de uma
resistência que o envolve. A ponta está deste modo em aquecimento permanente e, como a
resistência é leve e pouco volumosa, o ferro de soldar eléctrico associa a uma elevada
eficiência uma grande comodidade de trabalho.

No mercado e para efeitos de soldadura de componentes electrónicos existem dois grandes


tipos de ferros:

Tipo Lápis – é um ferro de soldar clássico, na imagem um ferro de 30 W é comum para


utilizações frequentes quando existe a necessidade de executar várias soldaduras. Estes
ferros de soldadura podem ter a ponta recta ou curva sob um ângulo de 45 graus.
Dependendo do tipo de aplicação, as pontas podem ser substituídas e trocadas por outras.
Emprega-se para aquecer as pontas a soldar, pequenos terminais nas extremidades dos
condutores.

Preparar todas as ferramentas e instrumentos para electrónica básica | 35


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Tipo pistola – é utilizado maioritariamente quando se necessita de efectuar uma soldadura


esporádica, quase todos incluem um transformador que produz alguma interferência
electromagnética.

36|Preparar todas as ferramentas e instrumentos para electrónica básica


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3 AVALIAÇÃO FORMATIVA

Leia atentamente as questões que se seguem

1. Indique todos os padrões de cabeças de parafuso.


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2. O que se usa para apoiar as peças que se encontram em lugares onde as mãos não
cabem?
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3. O que é usado para auxiliar no apoio de peças de pequenas dimensões?


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4. Como deve ser usado um ferro de soldar?


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5. Para que serve a pinça?


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6. Relaciona a coluna A (o que fazer) com a coluna B (instrumentos).

Coluna A Coluna B

a) ( ) Para cortar 1. Alicate de corte, alicate de pontas redondas

2. Chaves de fenda
b) ( ) Para soldar
3. Pincel, lupa, pinça

c) ( ) Para auxiliar 4. Alicate de pontas chatas e chaves de fenda

5. Ferro de soldar
d) ( ) Para apertar
6. Pinça e alicate de pontas curvas

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 - ELECTRÓNICA BÁSICA – VOLUME 3

4 MULTÍMETRO

4.1 Introdução ao Multímetro

O multímetro é um aparelho usado para medir correntes eléctricas contínuas (DC) em


miliamperes (mA) ou alternadas (AC) em Amperes (A), tensões contínuas (DC) em voltes (V)
ou alternada (AC) em voltes (V).

Como o multímetro pode medir varias grandezas eléctricas, o aparelho deve ser regulado e
ajustado para medir exactamente a grandeza que queremos medir. Se um procedimento
errado for feito, então o aparelho vai se danificar.

Existem dois tipos de multímetros:


➢ O analógico (de ponteiro) – que é melhor para testar a maioria dos componentes
electrónicos:

➢ O digital (de visor de cristal liquido) – que é melhor para medir tensões, correntes e
testar resistências.

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 - ELECTRÓNICA BÁSICA – VOLUME 3

O multímetro quer os analógicos assim como os digitais, são dotados de duas pontas de
prova de acesso ao exterior do aparelho, através das quais é possível medir as grandezas.

4.2. Medição de Tensão Continua (DCV) Usando Multímetro Analógico

Esta função pode ser usada para medir a tensão de uma pilha ou e uma bateria de
acumuladores ou em qualquer ponto de um circuito electrónico, como por exemplo nos
terminais de um díodo ou transístor.

Assegure-se que a pilha esteja correctamente colocada e conectada ao


multímetro.

Processo de execução:

1) Escolher a escala mais próxima acima da tensão a ser medida (DCV 2,5 – 10 – 50 –
250 – 1000). Por exemplo, para medir a tensão de uma pilha (9 V) usamos a escala de
DCV 10:

2) Colocar uma das pontas preta no terminal comum ou negativo do multímetro "-" e a
outra ponta deve ser colocada no terminal negativo do circuito ou no ponto de
menor tensão (pólo negativo das pilhas e baterias).

3) Colocar uma das pontas vermelha no ponto positivo do multímetro "+" e a outra
ponta no terminal positivo do circuito:

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4) A leitura no painel é feita da esquerda para a direita:

4.3. Medição de Corrente Continua (DCA) Usando Multímetro Analógico

Processo de execução:

1) Ligue uma das pontas pretas no borne marcado "-" do multímetro e uma das pontas
vermelhas no borne "+";

2) Ajuste a chave selectora de função e escala para a posição "DCA". Seleccione uma das
escalas de corrente contínua, que seja adequada à leitura que deseja efectuar. Em
caso de dúvida utilize a mais elevada (“250 mA”) e vá, progressivamente, decrescendo
de escala até obter uma leitura mais exacta.

3) Desligue o circuito que pretende testar, interrompa o condutor no qual quer medir a
corrente e ligue o multímetro em série com o circuito.

4) Ligue o circuito a ser medido.

5) Quando o ponteiro do multímetro está a deflectir para o lado esquerdo, isto significa
que o circuito está com a polaridade invertida em relação às pontas de prova. Inverta a
posição das mesmas em relação ao circuito.

6) Após a medição desligue o circuito, remova o multímetro e ligue o condutor


interrompido.

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4.4. Medição de Resistência Usando Multímetro Analógico

Processo de execução:

1) Conecte uma das pontas preta no borne marcado "-" do multímetro e uma das pontas
vermelha no borne "+";

2) Seleccione uma das escalas de resistência, que seja adequada à leitura que deseja
efectuar. Curto-circuito as pontas de prova e ajuste o botão "OHMS ADJ" para que se
leia na escala de OHMS (verde) o valor zero.

3) Quando for medir uma resistência, que esteja ligado em um circuito, solte um dos seus
terminais, para que a medição não seja influenciada pelos outros componentes.

4) Aplique as pontas de prova em paralelo com a resistência a ser medida.

5) Leia o valor da resistência na escala verde e utilize o multiplicador “Rx10” ou “Rx1K”,


de acordo com a posição da chave selectora, para obter o valor final da leitura.

4.5. Medição de Tensão Continua (DCV) Usando Multímetro Digital

Processo de execução

1) Ligue uma das pontas pretas no borne marcado "COM" do multímetro e uma das
pontas vermelhas no borne "VΩHz".

2) Seleccione uma das escalas de tensão contínua, que seja adequada à leitura que deseja
efectuar. Em caso de dúvida utilize a mais elevada (“1.000 V DC”) e vá,
progressivamente, decrescendo de escala até obter uma leitura mais exacta.

Nunca tente medir tensões superiores a 1.000 V DC.

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3) Aplique as pontas de prova em paralelo com o circuito que deseja medir.

4) Leia o valor da tensão exibido no visor, caso esteja precedido do sinal menos (“-“), será
indicação que as pontas de prova estão com a polaridade invertida em relação ao
circuito.

4.6. Medição de Resistência Usando Multímetro Digital

Processo de execução

Nunca tente medir resistência em um circuito que esteja energizado, ou


antes, que os condensadores do mesmo tenham sido descarregados.

1) Ligue uma das pontas pretas no borne marcado "COM" do multímetro e uma das
pontas vermelhas no borne "VΩHz";

2) Gire a chave selectora para a função de resistência e escolha uma das escalas, que seja
adequada à leitura que deseja efectuar.

3) Aplique as pontas de prova em paralelo com a resistência a ser medida.

4) Leia o valor da resistência no visor.

Quando for medir uma resistência que esteja ligada em um circuito, solte
um dos seus terminais, para que a medição não seja influenciada pelos
demais componentes do circuito.

5) Em leituras de valor superior a 1 MOhm o multímetro demorará alguns segundos até


que a leitura estabilize no visor.

6) Na escala de 200 MOhm para obter o valor final da leitura, deverá ser subtraído 1
MOhm do valor exibido no visor.

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NOTAS

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NOTAS

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INEFP, GIZ & RIO TINTO FORMAÇÃO PROFISSIONAL – ELECTRICISTA
INSTALADOR

Formação Profissional
Electricista Instalador - Nível 2

Secção 3.3

Executar Trabalhos com Componentes


Electrónicos de Acordo com Diagramas e
Instruções

Manutenção Industrial - Formação Profissional INEFP – Manuais – Electricista Instalador Pagina 45


45
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NOTAS

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1 SELECÇÃO DE DÍODOS DE ACORDO COM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

1.1 Introdução aos Semicondutores

A electrónica é fundamentada em dispositivos semicondutores, ou seja, componentes feitos


de um material denominado semicondutor (ex: silício e germânio), que apresenta
características totalmente distintas dos materiais condutores metálicos (ex: cobre e
alumínio) e dos isolantes (ex: borracha e vidro).

Os aparelhos de rádio e televisão, telefones e computadores são exemplos de aplicação da


electrónica, graças ao desenvolvimento de dispositivos semicondutores.

1.2 Materiais Isolantes, Semicondutores e Condutores

➢ Isolante – é material muito pobre para condução de electricidade;


➢ Condutor – material excelente condutor de electricidade;
➢ Semicondutor – material que possui condutividade entre o isolante e condutor,
ou seja, é material que pode apresentar características de condutores ou
isolantes, dependendo da forma como se apresenta a sua estrutura química.

1.3 Díodo Semicondutor

O díodo semicondutor é um componente que apresenta a característica de se comportar


como um condutor ou como um isolante eléctrico dependendo da forma como a tensão seja
aplicada a seus terminais.

O díodo se constitui na junção de duas pastilhas de material semicondutor: uma de cristal do


tipo P e outra de cristal do tipo N.

Os díodos são dispositivos que permitem que a corrente flua num sentido, mas não no
outro. Os díodos possuem dois terminais, denominados ânodo e cátodo.

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Os díodos mais comuns são os de silício e os de germânio. Os de germânio começam a


conduzir corrente com uma tensão entre 0,2 e 0,4 V (tipicamente 0,3 V), enquanto os de
silício conduzem a partir de aproximadamente 0,6 e 1 V (tipicamente 0,7 V).

Os encapsulamentos dos díodos normalmente contém uma marca, que está mais próxima a
um terminal do que ao outro. Tem uma faixa ao redor do encapsulamento cilíndrico, como
mostrado na figura:

1.4 Polarização Directa

A polarização do díodo é considerada directa quando a tensão positiva da fonte de


alimentação é aplicada ao semicondutor P e a tensão negativa da referida fonte é aplicada
ao semicondutor N, isto é, quando o ânodo está conectado a uma tensão positiva com
relação ao cátodo. Nestas condições, circula uma corrente através do díodo.

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1.5 Polarização Inversa

A polarização inversa de um díodo consiste na aplicação de tensão positiva no semicondutor


N e negativa no semicondutor P. Nesta polarização, nenhuma corrente circulará através do
díodo.

1.6 Teste dos Díodos

Em muitas situações de trabalho na área electrónica, e necessário realizar testes em


semicondutores para saber quais são seus terminais (ânodo e cátodo) e verificar se estão
com defeito (aberto em curto-circuito ou com fuga).

O teste de semicondutores baseia-se no fato de que, sob polarização directa, o díodo


apresenta resistência baixa (10 Ω, por exemplo) e, sob polarização reversa, resistência alta
(maior que 1 MΩ).

Os testes podem ser realizados através de:

➢ Multímetros digitais

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➢ Multímetros Analógicos

➢ Ohmímetro.

Atenção: a polaridade indicada no ohmímetro na figura em seguida é a polaridade da


bateria interna, que é o contrario da indicação externa, ou seja, o terminal vermelho está
ligado internamente ao pólo negativo da bateria.

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1.7 Díodo Emissor de Luz

O LED (Ligth Emission Diode - Díodo Emissor de Luz) é um componente utilizado para
sinalização. Sua junção P-N, é acrescida de certas ligas, como por exemplo o arseniato de
gálio, que tem a propriedade de emitir luz, quando directamente polarizado.

O LED substitui as tradicionais lâmpadas piloto, com as vantagens de não aquecer, possuir
vida útil muito maior, apresentar baixo consumo, etc.

Para testar o LED deve-se liga-lo a uma fonte de tensão CC, não esquecendo de ligar em
série com o mesmo uma resistência que limite a corrente em 20 mA.

O cátodo dos LEDs sempre vem marcado com uma pequena parte plana ao longo da
circunferência do encapsulamento do mesmo, ou pelo terminal mais curto ou até com
alguma outra marca que o diferencia do outro terminal.

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Os LEDs normalmente devem ser usados com uma resistência em série ou alimentados por
uma fonte de corrente constante.

Para a maioria das aplicações, uma saída de luz adequada é obtida com uma corrente de
funcionamento entre 5 e 25 mA (LEDs vermelhos) e entre 10 e 40 mA (LEDs verdes ou
amarelos). Além da corrente de operação, os LEDs necessitam de tensões mínimas para
acenderem. Assim, os vermelhos necessitam de 1,6 V, os verdes de 2,1 V e os amarelos e
laranja de 1,8 V.

1.8 Teste do Díodo Emissor de Luz

Os díodos LED podem ser testados como um díodo comum, usando um multímetro na escala
de resistência. Em um sentido o teste deve indicar baixa resistência (terminal positivo do
multímetro no ânodo do LED e negativo no cátodo), em outro, alta resistência (terminal
negativo do multímetro no ânodo do LED e positivo no cátodo).

➢ Polarização inversa durante o teste de um LED:

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➢ Polarização directa durante o teste de um LED:

A aplicação do díodo LED em tensões contínuas exige a fixação da sua corrente directa
nominal (IF). A limitação da corrente pode ser feita através de uma resistência.

A figura a seguir apresenta um circuito rectificador de onda completa que utiliza o díodo LED
como indicador de fornecimento.

1.9 Díodo Zener

Díodo zener é um díodo idealizado para operar polarizado inversamente, actuando como
regulador de tensão.

Existem díodos zener de diversos valores de tensão e eles normalmente necessitam de uma
resistência em série para estabelecer uma corrente adequada de polarização, entre um valor
mínimo e máximo de corrente.

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O díodo Zener – É o único que pode conduzir corrente no sentido inverso, ou seja, com a
tensão do cátodo maior que a do ânodo. Para ele conduzir nesta condição, a tensão aplicada
nele deve ser igual ou maior que a indicada no seu corpo. Observe abaixo como ele estabiliza
a tensão indicada no seu corpo dentro de certos limites:

O díodo Zener pode ser usado nos circuitos como estabilizador de tensão e em alguns casos
como circuito de protecção. Conforme observado há uma resistência ligada em série com ele
para limitar a corrente a um valor adequado ao funcionamento.

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1.10 Teste do Díodo Zener

Cada fabricante de um dispositivo semicondutor oferece um manual ou ficha de


especificações técnicas. O quadro a seguir um exemplo ilustrativo de um quadro de
especificações técnicas do díodo zener de referência 1N961:

A alimentação de todos circuitos electrónicos é feita por meio de tensão contínua, porém a
tensão na rede é alternada, os circuitos que convertem tensão alternada em contínua
chamam-se conversores ou rectificadores. Sua função é converter tensão sinodal em
pulsante, que em seguida é filtrada e eventualmente aplicada em um regulador de tensão
(exemplo regulador zener). O dispositivo utilizado para obter tensão contínua é o díodo
semicondutor apresentado no EC 1.

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2 EFECTUAÇÃO DE TESTES EM CIRCUITOS BÁSICOS DE RECTIFICAÇÃO

2.1 Transformadores para Sistemas Electrónicos

O transformador é um dispositivo que permite elevar ou rebaixar os valores de tensão ou


corrente em um circuito de CA.

As fontes de tensões utilizadas em sistemas electrónicos em geral são menores que 30 V CC


enquanto a tensão de entrada de energia eléctrica em Moçambique é de 220-230 V RMS.
Logo é preciso um componente para abaixar o valor desta tensão alternada. O componente
utilizado é o transformador.

O transformador é constituído por duas bobinas (chamadas de enrolamentos). A energia


passa de uma bobina para outra através do fluxo magnético.

2.2 Relação de Transformação

É a relação que expressa a interacção entre primário e secundário de um transformador, ou


seja, expressa a relação entre a tensão aplicada ao primário e tensão induzida no
secundário.

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Relação de transformação:
US NS
=
UP NP
Onde:
U S - é tensão no secundário do transformador;
U P - é tensão no primário do transformador;
N S - é número de espiras no secundário do transformador;
N P - é número de espiras no primário do transformador.

2.3 Tipos de Transformadores

Quanto à relação de transformação os transformadores podem ser classificados em três


grupos:

➢ Transformador elevador: é todo transformador que possui uma relação de


transformação maior que 1, N S  N P , sendo assim a tensão no secundário será
superior a tensão no primário;
➢ Transformador abaixador: é todo transformador com relação de transformação menor
que 1, N S  N P . Neste tipo de transformador a tensão no secundário é menor que a
tensão no primário;
➢ Transformador isolador: denomina-se de isolador o transformador que tem uma
relação de transformação igual a 1, N S = N P . Como o número de espiras no
secundário e no primário é igual, a tensão no secundário e no primário também será
igual.

2.4 Teste de Transformador

Na escala de X1 ou X10, medir os terminais aos pares ou os grupos. Nos transformadores


redutores, o primário tem muito maior resistência que o secundário. Abaixo vemos como é
feito este teste num modelo de transformador:

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2.5 Circuito de Rectificação de Meia Onda

O circuito rectificador de meia onda é composto por um único díodo acoplado na saída de
um transformador. Graças a essa configuração, após a passagem pelo díodo, observam-se
somente semi-ciclos positivos, pois durante o semi-ciclo negativo a tensão na carga é nula.

Quando a tensão de entrada (Ve) for positiva, o díodo conduzirá e a tensão na carga será
igual à tensão de entrada descontando 0,7 V.

No semi-ciclo negativo (Ve< 0), o díodo estará cortado e toda a tensão estará aplicada entre
seus terminais. A figura apresenta situações do circuito e formas de onda.

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2.6 Circuito de Rectificação de Onda Completa

No circuito, o rectificador superior rectifica o semi-ciclo positivo da tensão do secundário,


enquanto o rectificador inferior rectifica o semi-ciclo negativo da tensão do secundário.

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2.7 Circuito de Rectificação de Onda Completa em Ponte

É constituído por quatro díodos no lugar de dois, o que faz com que se elimine o uso da
tomada central do transformador.

Durante o semi-ciclo positivo da tensão U2, o díodo D3 recebe um potencial positivo em seu
ânodo, e o D2 um potencial negativo no cátodo. Dessa forma, D2 e D3 conduzem, D1 e D4
ficam inversamente polarizados e a resistência de carga R recebe todo o semi-ciclo positivo
da tensão U2.

Durante o semi-ciclo negativo da tensão U2, o díodo D4 recebe um potencial positivo em seu
ânodo, e o díodo D1 um potencial negativo no cátodo, devido à inversão da polaridade de
U2. Os díodos D1 e D4 conduzem e os díodos D2 e D3 ficam inversamente polarizados.

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3 MONTAGEM E REMOÇÃO DE COMPONENTES SEMICONDUTORES EM PLACAS DE


CIRCUITOS ELECTRÓNICOS

3.1. Soldagem

A soldagem é uma prática simples, que tem como objectivo unir duas peças de maneira
mecânica (para mantê-las juntas) e ainda electrónica, com o intuito de poder conduzir os
electrões entre os componentes e o circuito.

É uma habilidade indispensável, tanto para amadores como os usuários mais avançados que
devem domina-la e para isto, devem praticar muito.

3.2 Solda

Existem muitos tipos de solda no mercado, a maioria delas são feitas com um composto de
chumbo, estanho e resina (também conhecido como fluxo).

A solda mais usada em electrónica tem um a liga de resina + 63 % de estanho e 37 % de


chumbo. Há também solda sem chumbo e com outras ligas que são para aplicações
especiais.

A proibição do chumbo é devido a contaminação que ele pode causar ao meio ambiente
quando uma placa de circuito e descartada sem os devidos cuidados. Se ingerido, o chumbo
é tóxico ao ser humano, por isto, sempre lave as mãos após manusear a solda.

3.3 Ferro de Soldar

Actualmente os ferros de solda mais utilizados para electrónica são os de 30 e de 40 W.


Abaixo vemos estes dois tipos, assim como a estrutura interna desta importante ferramenta.

Eles são a ferramenta básica para as soldas em electrónica. Em sua grande maioria são
eléctricos e há desde os simples, que podem ser comprados segundo sua potência (30, 40 e

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60 W são os mais comuns), como os mais modernos com controlo de temperatura, ponteiras
intercambiáveis e outras calibrações (estes são chamados de estações de solda).

O ferro de solda ou soldador é formado por um tubo de ferro galvanizado contendo uma
resistência de níquel-cromo e uma ponta metálica em seu interior. Ao passar corrente
eléctrica pela resistência, esta aquece a ponta até chegar numa temperatura apropriada
para derreter a solda.

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Abaixo temos vários modelos de ponteiras que podem ser trocadas em alguns modelos de
estação de solda. Cada uma tem sua aplicação específica. A mais comum é a ponteira em
forma de lápis (2ª da esquerda para direita). Evite de lixar as ponteiras de soldar.

3.4 Pistola de Solda

É um tipo de ferro de solda que aquece a ponteira quase instantaneamente quando


apertamos um botão que ele tem em forma de gatilho. Também tem uma pequena lâmpada
para iluminar o local onde está sendo feita a soldagem.

Este ferro é indicado para soldas mais pesadas, ou seja, componentes grandes com terminais
mais grossos.

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3.5 Aplicação de Solda nos Circuitos Electrónicos

Procedimentos:

1) Segure o ferro de solda da mesma forma que o lápis para escrever.

2) Limpe e estanhe a ponta do ferro de solda.

3) Encoste a ponta ao mesmo tempo na trilha e no terminal do componente. Mantenha o


ferro imóvel durante esta operação.

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4) Aplique solda na trilha até ela cobrir toda a ilha e o terminal do componente;

5) Retire o ferro rapidamente. A operação da soldagem deve ser feita rapidamente para
não danificar as trilhas da placa

3.6 Acessórios

É importante também ter uma esponja vegetal ou lã de bronze específica para limpeza das
ponteiras de solda, assim como um suporte para que ele não fique solto no pela bancada.

➢ A esponja vegetal que deve ser humedecida para limpar a ponta do ferro.
➢ Os suportes servem para colocar o ferro aquecido.
➢ A pasta de solda é usada quando se soldar numa superfície onde é difícil a aderência
da solda.

Alicate de corte para electrónica: Para cortar as "pernas" dos componentes que ficam
sobrando após a soldagem.

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3.7 Sugador de solda (Chupa-solda)

Esta ferramenta é usada para retirar a solda do circuito. É formada por um tubo de metal ou
plástico com um embolo impulsionado através de uma mola.

Uso do sugador de solda - Procedimento

1) Encoste a ponta do ferro na solda que vai ser retirada. O recomendável aqui é colocar
um pouco mais de solda no terminal do componente. Isto facilita a des-soldagem.

2) Derreta bem a solda no terminal do componente.

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3) Empurre o embolo (pistão) do sugador e coloque-o bem em cima da solda na posição


vertical, sem retirar o ferro.

4) Aperte o botão, o pistão volta para a posição inicial e o bico aspira a solda para dentro
do sugador.

5) Retire o ferro e sugador ao mesmo tempo. Agora o componente está com o terminal
solto. Se ficar ainda um pouco de solda segurando o terminal, coloque mais e repita a
operação.

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3.8 Cuidados a Ter Durante a Soldagem

O ferro chega a altas temperaturas (até 600 ºC), então sempre segure ele pela base plástica
ou senão se pode queimar. Proteja a mesa e afaste outros objectos que possam estar
perto. Tome cuidado !!!

Após manusear solda, não deixe de lavar as mãos pois ela contém chumbo que é prejudicial
a saúde.

Evite inalar a fumaça da resina que esta presente na solda.

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NOTAS

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NOTAS

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44|Executar trabalhos com componentes electrónicos

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