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Formação Profissional

Electricista Instalador – Nível 2

Volume 4

Instalação Fotovoltaica

Volume 4
FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

ÍNDICE GERAL

ELECTRICISTA INSTALADOR – NÍVEL 2


VOLUME 4 - INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA

Secção Página

4.1 Executar com segurança todos os trabalhos de 11


instalação fotovoltaica.
4.2 Preparar todas as ferramentas necessárias para 27
executar o trabalho de instalação fotovoltaica.
4.3 Seleccionar os componentes necessários para 45
executar o trabalho de instalação fotovoltaica.
4.4 Executar o trabalho de ligação dos 93
componentes de acordo com os diagramas
fornecidos e instruções do supervisor.

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

FICHA TÉCNICA
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Título Volume 4 – Instalação Fotovoltaica

Equipa técnica Equipa GIZ Pró-Educação e INEFP Inhambane

Supervisão técnica Carlos Freire, Vithor Nypwipwy e Alexis Bedoya

Coordenação Susanne Guamba, GIZ Pró-Educação

Revisão Geraldina Paulo, Elton Chambal

Apoio Cooperação Alemã e Rio Tinto

Local Inhambane

Data 14 de Novembro de 2014

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Edição 5 CEREP, Maputo, Outubro 2020

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

ÍNDICE DO MANUAL – VOLUME 4


SECÇÃO 4.1
EXECUTAR COM SEGURANÇA TODOS OS TRABALHOS DE INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA

1 HIGIENE, SEGURANÇA E PROTECÇÃO AMBIENTAL NO TRABALHO DE 13


INSTALAÇÃO ELÉCTRICA
1.1 Higiene no trabalho 13
1.2 Acidente de trabalho 14
1.3 Riscos ambientais 14
1.4 Equipamento de protecção individual 14
1.5 Sinalização de segurança 14
1.6 Riscos de electrocussão 15
1.7 Avaliação formativa nº 1 18

2 PRIMEIRO SOCORRO PARA ELECTRICISTAS TRABALHANDO COM BAIXA 20


TENSÃO
2.1 Introdução para primeiro socorro 20
2.2 Electrocussão ou choque eléctrico 20
2.3 Medidas de reanimação de vítimas de choque eléctrico 20
2.4 Queimaduras eléctricas 20
2.5 Ferimentos, fracturas e hemorragias 20
2.6 Avaliação formativa nº 2 21

3 COMBATE DE INCÊNDIOS EM INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS 23


3.1 Fogo e transmissão de calor 23
3.2 Triângulo do incêndio ou de fogo 23
3.3 Classes de incêndio 23
3.4 Normas para prevenção e combate a incêndios 23
3.5 Risco de incêndio devido à corrente eléctrico 23
3.6 Extintores de incêndio 23
3.7 Avaliação formativa nº 3 24

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SECÇÃO 4.2
PREPARAR TODAS AS FERRAMENTAS NECESSÁRIAS PARA EXECUTAR O TRABALHO DE
INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA

1 INTRODUÇÃO ÀS FERRAMENTAS PARA INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS 29


1.1 Selecção de ferramentas manuais para instalação eléctrica 29
1.2 Alicates 29
1.3 Chaves de aperto de parafusos 31
1.4 Avaliação formativa nº 1 33

2 MEDIÇÃO DE TENSÃO, INTENSIDADE E RESISTÊNCIA COM MULTÍMETRO 34


2.1 Introdução ao multímetro 34
2.2 Medição de tensão CA (ACV) usando multímetro analógico 35
2.3 Medição de resistência usando multímetro analógico 36
2.4 Medição de tensão CC (DCV) usando multímetro analógico 37
2.5 Medição de corrente contínua (DCA) usando multímetro analógico 38
2.6 Medição de tensão alternada (VAC) usando multímetro digital 39
2.7 Medição de corrente alternada (ACA) usando multímetro digital 39
2.8 Medição de resistência usando multímetro digital 41
2.9 Medição de tensão contínua (DCV) usando multímetro digital 41
2.10 Avaliação formativa nº 2 42

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SECÇÃO 4.3
SELECCIONAR OS COMPONENTES NECESSÁRIOS PARA EXECUTAR O TRABALHO DE
INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA

1 INTRODUÇÃO ÀS INSTALAÇÕES FOTOVOLTAICAS 47


1.1 Conversão de energia solar para energia eléctrica 47
1.2 Componentes de um sistema solar para habitação 50
1.3 Vantagens de energia solar 51

2 PAINÉIS SOLARES 53
2.1 Constituição de uma célula fotovoltaica 53
2.2 Células individuais ligadas em série 54
2.3 Painéis monocristalinos 55
2.4 Painéis policristalinos 55
2.5 Factores que afectam as características eléctricas de um módulo solar 56
2.6 Ligação de painéis solares em paralelo 57
2.7 Ligação de painéis solares em série 58
3 BATERIAS 59
3.1 Características de uma bateria 59
3.2 Ligação de baterias em paralelo 61
3.3 Ligação de baterias em série 61
3.4 Testagem de baterias 61
3.5 Observações de segurança 63
4 PROTECÇÃO E REGULAÇÃO 64
4.1 Função 64
4.2 Risco de danos nos cabos 64
4.3 Protecção contra sobre-descarramento das baterias 65
4.4 Regulação da voltagem de carregamento 65
4.5 Outras funções das unidades de controlo 66

5 INVERSORES 67

6 LÂMPADAS LED 69

7 CABOS ELÉCTRICOS 70

8 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E TESTE 71

9 EFECTUAÇÃO DE TESTE 72
9.1 Teste de tensão 72
9.2 Teste de corrente 72
9.3 Teste de resistência 73
9.4 Medições periódicas 74

10 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS PARA RESIDÊNCIAS 76


10.1 Dados necessários para dimensionar um sistema 76
10.2 Cálculo do consumo de energia 77
10.3 Exercícios de aplicação 78

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10.4 Cálculo do número de painéis necessários 80


10.5 Cálculo de número de baterias necessários 81
10.6 Cálculo do inversor a utilizar 81
10.7 Cálculo do regulador a utilizar 82
10.8 Dimensionamento de cabos e condutores 83

11 EXERCÍCIOS E AVALIAÇÕES FORMATIVAS 85


11.1 Avaliação formativa nº 1 85
11.2 Avaliação formativa nº 2 87
11.3 Avaliação formativa nº 3 89
11.4 Avaliação formativa nº 4 91

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SECÇÃO 4.4
EXECUTAR O TRABALHO DE LIGAÇÃO DOS COMPONENTES DE ACORDO COM OS
DIAGRAMAS FORNECIDOS E INSTRUÇÕES DO SUPERVISOR

1 LIGAÇÕES EM SÉRIE E EM PARALELO 95


1.1 Módulos solares ligados em paralelo 95
1.2 Módulos solares ligados em série 95
1.3 Módulos solares ligados para formar um painel solar 96
1.4 Baterias ligadas em paralelo 97
1.5 Baterias ligadas em série 98
1.6 Exercício nº 1 99
1.7 Exercício nº 2 101
1.8 Exercício nº 3 103

2 CIRCUITOS COM MÓDULOS SOLARES, REGULADORES E BATERIAS 104


2.1 Informação geral sobre instalação de sistemas fotovoltaicos 104
2.2 Resumo dos cuidados a ter durante a instalação 104
2.3 Resumo da instalação dos módulos solares 104
2.4 Resumo sobre fixação e ligação 105
2.5 Desenho de ligação dos componentes 106
2.6 Resumo da manutenção preventiva 107
2.7 Quadro para pesquisa de falhas 108
2.8 Exercício nº 4 109
2.9 Instrução de segurança – Baterias ácido-chumbo 110
2.10 Exercício nº 5 111
2.11 Exercício nº 6 113
2.12 Exercício nº 7 114
2.13 Exercício nº 8 115
3 CONSUMO DE ENERGIA E CONCEITOS DE ILUMINAÇÃO 117
3.1 Considerações sobre carga e consumo de energia eléctrica 117
3.2 Poupança de energia eléctrica 117
3.3 Grandezas fundamentais de iluminação 117
3.4 Fluxo luminoso 118
3.5 Eficiência luminosa 118
3.6 Intensidade luminosa 119
3.7 Nível de iluminação (Iluminância) 119
3.8 Luminância 120
3.9 Eficiência luminosa de vários tipos de lâmpadas 120
4 INSTALAÇÕES E CIRCUITOS CC DE CONSUMO 122
4.1 Cabos de instalação 122
4.2 Interruptores, tomadas e fichas 123
4.3 Candeeiros 123
4.4 Desenho do circuito de consumo Nº 1 124
4.5 Desenho do circuito de consumo Nº 2 125
4.6 Instrução de montagem de uma instalação de consumo 126
4.7 Distância máxima de cabos de instalação – Sistemas de 12 V CC 127
4.8 Tarefas de manutenção do circuito CC de consumo 128
4.9 Pesquisa de falhas num circuito CC de consumo 128

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4.10 Exercício nº 9 129


4.11 Exercício nº 10 130
4.12 Exercício nº 11 131
4.13 Exercício nº 12 131

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NOTAS

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NOTAS

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Electricista Instalador - Nível 2

Secção 4.1

Executar com Segurança Todos os Trabalhos de


Instalação Fotovoltaica

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NOTAS

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1. HIGIENE, SEGURANÇA E PROTECÇÃO AMBIENTAL NO TRABALHO DE INSTALAÇÃO


ELÉCTRICA

1.1 Higiene no Trabalho

A higiene no trabalho do operador electricista deve ser dirigida no sentido de activar a força
física do trabalhador, procurando conciliar as possibilidades fisiológicas do indivíduo e as
necessidades da técnica.

O electricista instalador deve compreender muito bem o espírito da prevenção e adquirir


hábitos de segurança no trabalho, usando sempre os aparelhos de protecção pessoal ou
individual, como por exemplo luvas, óculos, aventais, calçado apropriado, máscaras, fatos
próprios, etc.

O asseio pessoal é imprescindível na prevenção de acidentes de trabalho. Para que você se


não corra o risco de se acidentar:

➢ As mãos e o tronco devem ser lavados após cada período de trabalho;


➢ O fato de trabalho (macaco ou bata) deve manter-se limpo;
➢ O calçado deve ser cuidado por forma a evitar o incómodo e os escorregamentos;
➢ O local de trabalho deve manter-se limpo e sobretudo arrumado;

Dentre os factores mais importantes na prevenção de acidentes de trabalho salientam-se os


seguintes:

a) Atenção – a maioria dos acidentes de trabalho é devida à distracção dos trabalhadores


ou operários. Para a perfeita segurança, o operário electricista deve em primeiro lugar
prestar a qualquer trabalho que efectua, toda a sua atenção, independentemente da
sua importância, pois é muitas vezes nos trabalhos mais simples e de menor
responsabilidade que surgem os acidentes imprevistos.

b) Utilização das ferramentas – os acidentes referentes à má utilização das ferramentas


de trabalho são normalmente devidos a:
➢ Utilização da ferramenta inadequada para a operação em vista;
➢ Más condições da ferramenta, como desgaste, isolamento, limpeza.

c) Iluminação do local de trabalho – a boa iluminação do local de trabalho é factor de


grande importância, pois evita os acidentes devido a má ou falta de visibilidade.
Mesmo a iluminação deficiente provoca a fadiga, o que pode também dar origem a
acidente. Quando se trabalha em locais onde a luz tem acesso difícil é melhor utilizar
lâmpadas portáteis como lanternas, gambiarras, etc.

d) Vestuário – este deve preservar o asseio do corpo, permitindo à fácil movimentação


do operário electricista. É importante evitar a utilização de peças de vestuário
separadas, dando-se especial preferência aos “fatos macaco”. Não se deve utilizar
peças de adorno no corpo durante a execução do trabalho.

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1.2 Acidente de Trabalho

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 14-15

1.3 Riscos Ambientais

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 16-17

1.4 Equipamento de Protecção Individual

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 19-22

1.5 Sinalização de Segurança

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 23-28

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1.6 Riscos de Electrocussão.

1.6.1 Choque eléctrico

O choque eléctrico é o efeito pato fisiológico que resulta da passagem de uma corrente
eléctrica através do corpo humano. Quando o resultado deste efeito é a morte é habitual
designar-se por electrocussão.

A possibilidade da passagem da corrente eléctrica pelo corpo humano depende muito das
características da instalação eléctrica e respectivos circuitos, de algumas características
(normais e/ou anormais) de funcionamento dos mesmos, dos dispositivos de protecção
neles existentes ou não, e do tipo de aparelhos a eles ligados.

Efeitos do choque eléctrico


Estes efeitos dependem fundamentalmente dos seguintes factores:
➢ Tipo de corrente
➢ Intensidade da corrente
➢ Tempo do contacto
➢ Percurso da corrente
➢ Resistência do corpo (humidade da pele).

Tipo de corrente - Existem dois tipos de corrente: alternada e contínua. Para intensidades
iguais o risco representado pela corrente alternada é maior. Para a corrente alternada o
risco diminui com o aumento da frequência (em Moçambique, a frequência de distribuição é
de 50 Hz).

Intensidade da corrente - é o factor mais importante no fenómeno do choque eléctrico. A


norma europeia CEI 479 - 1, define 5 zonas de efeitos para correntes alternadas de 15 a 100
HZ, considerando pessoas de 50 kg e um trajecto de corrente entre mão-mão ou mão-pé.

Efeitos patológicos da corrente:

➢ De 0,1 a 0,5 mA - leve percepção superficial, normalmente sem nenhum efeito


patológico (zona 1);
➢ De 0,5 a 10 mA - pode provocar uma paralisia ligeira nos músculos dos braços com
princípio de tetanização (zona 2);
➢ De 10 a 30 mA - não se verifica nenhum efeito fisiológico perigoso se a corrente for
interrompida no prazo de 5 segundos (zona 2 e 3);
➢ De 30 a 500 mA - provoca a paralisia dos músculos do tórax com sensação de
sufocamento; existe ainda a possibilidade de fibrilação cardíaca (zona 4);
➢ Superior a 500 mA - provoca lesões cardíacas irreversíveis ou mortais.

Atente-se que, em determinadas circunstâncias, correntes entre 25 -


30 mA já são perigosas.

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1.6.2 Resistência do corpo humano

O corpo humano é constituído por um conjunto de líquidos e tecidos orgânicos de


resistividade variável. Na perspectiva da electricidade, pode-se considerar o corpo
constituído por um conjunto de resistências e condensadores.

O valor da resistência da pele depende de factores tais como:


• Tipo de contacto: a resistência do corpo humano depende do trajecto da
corrente. Na prática, quando se fala da resistência do corpo humano, podem
considerar-se os seguintes valores médios, em função do trajecto da corrente:
i. mão-pé 1000 a 1500;
ii. mão-mão 1000 a 1500;
iii. mão-tórax 450 a 700;
• A humidade da pele: a humidade diminui a resistência da pele; a pele seca e
calosa oferece maior resistência.
• Superfície de contacto: o aumento da área de contacto diminui a resistência do
corpo.
• Tempo de contacto: a resistência diminui com o tempo de contacto.
• Pressão de contacto: a maior pressão de contacto corresponde uma menor
resistência.
• Tensão de contacto: a resistência do corpo diminui com o aumento da tensão
aplicada. Na realidade, as medidas de protecção são tomadas tendo em conta a
diferença de potencial a que estão submetidos dois pontos diferentes do corpo
humano.
• Tensão de segurança: é o valor da tensão de contacto que pode ser
indefinidamente suportada pelo organismo sem acarretar efeitos
fisiopatológicos perigosos. O RSIUEE, refere os seguintes valores:
1. 50 V, quando não há massas susceptíveis de serem empunhadas;
2. 25 V, se houver massas susceptíveis de serem empunhadas ou
aparelhos portáteis com massas acessíveis.

1.6.3 Protecção contra choques eléctricos

A protecção contra choques eléctricos está dependente de uma série de variáveis, entre as
quais se destacam o tipo de contactos.

As situações susceptíveis de ocasionar o choque eléctrico devem-se fundamentalmente a


dois tipos de contactos:
➢ Contactos directos - Quando se toca directamente num condutor activo ou neutro de
uma instalação (partes sob tensão). Os meios de protecção contra contactos directos
são:

1. Afastamento das partes activas.


2. Por isolamento das partes da instalação normalmente sob tensão.
3. Por interposição de obstáculos que impeçam qualquer contacto acidental com as
partes activas.
4. Utilizando tensões baixas, não excedendo os 50 V.

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➢ Contactos indirectos - Ocorrem quando se toca numa parte da instalação que é


condutora temporariamente, normalmente por avaria, mas que está isolada das partes
condutoras da instalação (é o caso típico da carcaça de um aparelho eléctrico).

Os meios de protecção contra contactos indirectos devem assegurar que em qualquer


massa ou elemento condutor estranho à instalação eléctrica, não exista uma tensão
superior à de segurança.
Podem incluir-se em dois grupos:

i. Grupo I: Medidas ou disposições destinadas a suprimir o próprio risco, fazendo


com que os contactos não sejam perigosos ou impedindo contactos simultâneos
de massas com elementos condutores, entre os quais possa surgir uma diferença
de potencial perigosa;
ii. Grupo II: Medidas ou disposições com o objectivo de ligar as massas à terra,
directamente ou por intermédio do neutro da instalação, associando-se a um
dispositivo de corte automático que desligue a instalação ou parte da instalação
defeituosa.

Medidas de protecção do grupo I:

a) Separação de circuitos de utilização das fontes de energia, por via de


transformadores (CA) ou de conversores (CC).
b) Utilização de tensões reduzidas de segurança, abaixo dos 50 V:
24 V, de valor eficaz para locais húmidos.
50 V, para locais secos.
c) Separação entre as partes activas e as massas acessíveis, através de isolamento
de protecção (classe II).
d) Inacessibilidade simultânea de massas e elementos condutores.
e) Isolamento de protecção.
f) Estabelecimento de ligações equipotenciais.

Medidas de protecção do grupo II :

A protecção por ligação à terra consiste na união, por meio de condutores, de todas as
partes metálicas de uma instalação com uma derivação final à terra, através de um
eléctrodo. Esta medida, obriga:

1. A ligação das massas à terra;


2. Um dispositivo de corte automático que garanta o corte da corrente em tempo
oportuno.

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1.7 Avaliação Formativa Nº 1

Leia atentamente as questões que se seguem e calcule

1. Sobre os mapas de riscos ambientais, o que indicam as cores:


a) Azul:__________________________________________________ ___________;
b) Castanho:_________________________________________________________;
c) Verde:_____________ ______________________________________________;
d) Vermelho:_________________________________________________________;

2. Quais são as formas geométricas mais usuais e usuais dos sinais de segurança?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. Indique os factores mais importantes na prevenção de acidentes de trabalho!


______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

4. Caracterize os seguintes equipamentos de protecção individual:

a) :_____________________________________________________;

b) :_____________________________________________________________;

c) :__________________________________________________________ ;

d) :______________________________________________________;

e) :____________________________________________________;

5. Que documentação deve ser preenchida em caso de Acidente de Trabalho?


________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

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6. Sobre O que indicam os sinais abaixo:

a) :______________________________________________________;

b) :___________________________________________________;

c) :_______________________________________________________________;

d) :_______________________________________________________________;

e) :_________________________________________________________;

f) :_________________________________________________;

g) :_____________________________________________________;

h) :_____________________________________________________________;

i) :______________________________________________________;

j) :_____________________________________________________________;

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2 PRIMEIRO SOCORRO PARA ELECTRICISTAS TRABALHANDO COM BAIXA TENSÃO

2.1 Introdução para Primeiro Socorro

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINA 34

2.2 Electrocussão ou Choque Eléctrico

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 34-35

2.3 Medidas de Reanimação de Vítimas de Choque Eléctrico

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 35-38

2.4 Queimaduras Eléctricas

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 39-40

2.5 Ferimentos, Fracturas e Hemorragias

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 40-42

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2.6 Avaliação Formativa Nº 2

Leia atentamente as questões que se seguem e calcule

1. Em casos de uma pessoa com hemorragias, que procedimentos você deve tomar?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

2. Nas situações de uma vitima ferida e que apresenta alguns sinais e sintomas de
fracturas, o que não se deve fazer?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

3. E se a vitima apresenta uma queimadura extensa de 3° grau, o que devemos fazer?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4. Indique todos os procedimentos para ferimentos pequenos como picadas, escoriações,


golpes:
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5. O que fazer se o coração da vítima não bate?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

6. Em casa do choque eléctrico de uma pessoa que tenha tocado em um condutor ou


peça sob tensão e permanece em contacto, o que você deve fazer para salvar essa
vitima?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

7. Em muitos acidentes de trabalho, acontece que a vítima não respira. O que se deve
fazer para confirmar que a vítima não respira?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

8. Em caso de ferimentos graves como golpes profundos e externos, esmagamentos, o que


devemos fazer para salvar a vitima ?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

9. E se a vitima apresenta uma queimadura extensa do 1º ou 2° grau, o que devemos


fazer?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

10. O que ilustra a figura a baixo?

________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

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3 COMBATE DE INCÊNDIOS EM INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

3.1 Fogo e Transmissão de Calor

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINA 45

3.2 Triângulo do Incêndio ou de Fogo

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 45-46

3.3 Classes de Incêndio

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINAS 46-47

3.4 Normas para Prevenção e Combate a Incêndios

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINA 48

3.5 Risco de Incêndio Devido à Corrente Eléctrica

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINA 49

3.6 Extintores de Incêndio

CONSULTE O MANUAL
“VOLUME 1 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO”
PÁGINA 49-52

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3.7 Avaliação Formativa Nº 3

Leia atentamente as questões que se seguem e calcule

1. Para um Extintor de pó químico seco pressurizado indique a legenda da figura:


a) 1:__________________________________________;
b) 2:__________________________________________;
c) 3:__________________________________________;
d) 4:__________________________________________;
e) 5:__________________________________________;
f) 6:__________________________________________;

2. Indique as técnicas e procedimentos para a utilização do Extintor de Pó Químico Seco?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

3. Em que altura um extintor deve estar colocado?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4. Indique 10 normas para prevenção e combate a incêndios


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5. Para um Extintor de incêndio de CO2 indique a legenda da figura:


a) 1:__________________________________________;
b) 2:__________________________________________;
c) 3:__________________________________________;
d) 4:__________________________________________;
e) 5:__________________________________________;
f) 6:__________________________________________;

24 | Executar com segurança todos os trabalhos de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

6. Em que lugar um extintor deve estar localizado?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

7. Indique as causas de Sobreaquecimento nas instalações eléctricas ?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

8. Indique a classe de incêndio a que pertencem os itens da figura abaixo

________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

9. Indique a origem do arco eléctrico que pode estar na origem de muitos incêndios numa
oficina.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

10. Indique os processos de extinção de incêndio que têm por objectivo quebrar o triângulo
de fogo?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

Executar com segurança todos os trabalhos de instalação fotovoltaica | 25


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

26 | Executar com segurança todos os trabalhos de instalação fotovoltaica


INEFP, GIZ & RIO TINTO FORMAÇÃO PROFISSIONAL – ELECTRICISTA
INSTALADOR

Formação Profissional
Electricista Instalador - Nível 2

Secção 4.2

Preparar Todas as Ferramentas Necessárias para


Executar o Trabalho de Instalação Fotovoltaica

Manutenção Industrial - Formação Profissional INEFP – Manuais – Electricista Instalador Pagi|5na27


27
FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

28 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1. INTRODUÇÃO ÀS FERRAMENTAS PARA INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

1.1. Selecção de Ferramentas Manuais para Instalação Eléctrica

A execução, a realização ou montagem de qualquer instalação eléctrica depende muito das


ferramentas e dos instrumentos a serem usadas e depende também de como essas mesmas
ferramentas e instrumentos são utilizadas.

Instrumentos e ferramentas adequadas ao serviço ou uma determinada actividade, para


além de facilitarem o trabalho e dão correcção e segurança ao utilizador e ao trabalho. Com
ferramentas e instrumentos adequadas a uma certa tarefa ou actividade, ganha-se tempo,
executa-se a tarefa dentro do melhor padrão e despende-se menos energia.

1.2 Alicates

São ferramentas manuais de aço carbono feitas por fundição ou forjamento, compostas de
dois braços e um pino de articulação, tendo em uma das extremidades dos braços, suas
garras, cortes e pontas, temperadas e revenidas.

Os alicates servem para segurar por apertos, cortar, dobrar, colocar e retirar determinadas
peças nas montagens.

Os principais tipos de alicate são:


• Alicate Universal - serve para efectuar operações como segurar, cortar e dobrar.

Os alicates universais para electricistas devem ter um isolamento no braço que suporte
até 1000 V CA

Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica | 29


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

• Alicate de Corte - serve para cortar chapas, arames e fios.

Os alicates de corte para electricistas devem ter um isolamento no braço que suporte
até 1000 V CA.

• Alicate de Bico ou de ponta é utilizado em serviços de mecânica e de electricidade,


sobretudo quando se realizam tratamentos de terminais dos condutores.

Os alicates de ponta para electricistas também devem ter um isolamento no braço que
suporte até 1000 V CA.

30 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

• Alicate Descarnador de Fios - Pode ser bastante simples como o do tipo que se
assemelha a um alicate universal. Regula-se a abertura das lâminas de acordo com o
diâmetro do condutor a ser desencapado.

Outro tipo de descarnador é o desarme automático. Nele existem orifícios com


diâmetros reguláveis correspondentes aos diversos condutores. Ao pressionar suas
hastes, tanto o corte como a remoção da isolação são executados.

1.3 Chaves de Aperto de Parafusos

• Chave de Parafuso de Fenda - é uma ferramenta de aperto constituída de uma haste


cilíndrica de aço carbono, com uma de suas extremidades forjada em forma de cunha
e a outra em forma de espiga, onde se acopla um cabo de madeira ou plástico.

É uma ferramenta largamente usada pelo electricista para apertar e desapertar


parafusos cujas cabeças tenham fendas ou ranhuras que permitam a entrada da
cunha.

Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica | 31


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Para além da fenda, existem diversos outros padrões de cabeças de parafuso como Phillips
(estrela), Pozidriv, Torx e Allen (sextavado por interior).

a) Chaves de Fenda

b) Chaves Phillips

c) Chaves Pozidriv

d) Chaves Torx

e) Chaves Allen

32 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1.4 Avaliação Formativa Nº 1

Leia atentamente as questões que se seguem

1. Indique todos os padrões de cabeças de parafuso.


---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

2. Identifique as seguintes ferramentas, colocando o numero no nome correspondente:


( ) alicate de corte frontal;

( ) alicate de bico redondo;

( ) alicate universal;

( ) alicate de bico curvado

( ) alicate descarnador

( ) alicate de eixo móvel.

( ) alicate de corte diagonal;

( ) alicate de ponta chata.

3. Relaciona a coluna A (o que fazer) com a coluna B (instrumentos).

Coluna A Coluna B

a) ( ) Para cortar 1. Alicate de corte diagonal.

b) ( ) Para segurar 2. Chaves de fenda, chaves estrela

c) ( ) Para descarnar 3. Alicate descarnador, alicate de corte

d) ( ) Para apertar 4. Alicate universal, alicate de bicos

Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica | 33


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2 MEDIÇÃO DE TENSÃO, INTENSIDADE E RESISTÊNCIA COM MULTÍMETRO

2.1 Introdução ao Multímetro

O multímetro é um aparelho usado para medir correntes eléctricas contínuas e alternadas


em Amperes, tensões contínuas e tensões alternadas em Volts. Como o multímetro pode
medir varias grandezas eléctricas, o aparelho deve ser regulado e ajustado para medir
exactamente a grandeza que precisamos medir. Se um procedimento errado for feito, então
o aparelho vai se danificar.

Existem dois tipos de multímetro:


• O analógico (de ponteiro) – que é melhor para testar a maioria dos componentes
electrónicos;

• O digital, de visor de cristal liquida, que é melhor para medir tensões, correntes e
testar resistências

34 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Os multímetros, quer os analógicos assim como os digitais, são dotados de duas pontas de
prova de acesso ao exterior do aparelho, através das quais é possível medir as grandezas

2.2 Medição de Tensão CA (ACV) Usando Multímetro Analógico

O procedimento para a medição da tensão alternada é muito parecido com a medição da


tensão continua. As escalas são parecidas, a leitura do painel é feito da mesma forma que a
função DCV. A diferença é que a tensão alternada não tem polaridade, portanto a posição
das pontas do multímetro não altera em nada na medida.

Processo de execução

1) Ligue uma das pontas preta no borne marcado "-" do multímetro e uma das pontas
vermelha no borne "+";

2) Ajuste a chave selectora de função e escala para a posição "ACV". Seleccione uma das
escalas de tensão alternada, que seja adequada à leitura que deseja efectuar. Em caso
de dúvida utilize a mais elevada (“500 V”) e vá, progressivamente, decrescendo de
escala até obter uma leitura mais exacta.

Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica | 35


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

3) Aplique as pontas de prova em paralelo com o circuito que deseja medir tensão.

4) Leia a tensão na escala seleccionada.

2.3 Medição de Resistência Usando Multímetro Analógico

Processo de execução

1) Ligue uma das pontas preta no borne marcado "-" do multímetro e uma das pontas
vermelha no borne "+";

2) Seleccione uma das escalas de resistência, que seja adequada à leitura que deseja
efectuar. Curto-circuito as pontas de prova e ajuste o botão "OHM ADJ" para que se
leia na escala de OHM (verde) o valor zero.

3) Quando for medir um resistor, que esteja ligado em um circuito, solte um dos seus
terminais, para que a medição não seja influenciada pelos outros componentes.

4) Aplique as pontas de prova em paralelo com o resistor a ser medido.

5) Leia o valor do resistor na escala verde e utilize o multiplicador “Rx10” ou “Rx1K”, de


acordo com a posição da chave selectora, para obter o valor final da leitura.

36 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.4 Medição de Tensão CC (DCV) Usando Multímetro Analógico

Esta função pode ser usada para medir a tensão de uma pilha ou e uma bateria de
acumuladores ou em qualquer ponto de um circuito electrónico, como por exemplo
nos terminais de um díodo ou transístor.

Assegure-se que a pilha esteja correctamente colocada e conectada ao


multímetro.

Processo de execução

1) Escolher a escala mais próxima acima da tensão a ser medida (DCV 2,5 – 10 – 50 – 250
– 1000). Por exemplo, para medir a tensão de uma pilha (9 V) usamos a escala de DCV
10;

2) Colocar uma das pontas preta no terminal comum ou negativo do multímetro "-" e a
outra ponta deve ser colocada no terminal negativo do circuito ou no ponto de menor
tensão (pólo negativo das pilhas e baterias).

3) Colocar uma das pontas vermelha no ponto positivo do multímetro "+" e a outra ponta
no terminal positivo do circuito;

4) A leitura no painel é feita da esquerda para a direita.

Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica | 37


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.5 Medição de Corrente Continua (DCA) Usando Multímetro Analógico

Processo de execução

1) Ligue uma das pontas preta no borne marcado "-" do multímetro e uma das pontas
vermelha no borne "+";

2) Ajuste a chave selectora de função e escala para a posição "DCA". Seleccione uma das
escalas de corrente contínua, que seja adequada à leitura que deseja efectuar. Em
caso de dúvida utilize a mais elevada (“250 mA”) e vá, progressivamente, decrescendo
de escala até obter uma leitura mais exacta.

3) Desligue o circuito que pretende testar, interrompa o condutor no qual quer medir a
corrente e ligue o multímetro em série com o circuito.

4) Ligue o circuito a ser medido.

5) Quando o ponteiro do multímetro deflectir para o lado esquerdo, isto significa que o
circuito está com a polaridade invertida em relação às pontas de prova, inverta a
posição das mesmas em relação ao circuito.

6) Após a medição desligue o circuito, remova o multímetro e ligue o condutor


interrompido.

38 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.6 Medição de Tensão Alternada (VAC) Usando Multímetro Digital

Processo de execução

1) Conecte uma das pontas preta no borne marcado "COM" do multímetro e uma das
pontas vermelha no borne "VΩHz";

2) Seleccione uma das escalas de tensão alternada, que seja adequada à leitura que
deseja efectuar. Em caso de dúvida utilize a mais elevada (“750 VAC”) e vá,
progressivamente, decrescendo de escala até obter uma leitura mais exacta:

Nunca tente medir tensões superiores a 400 V AC.

3) Aplique as pontas de prova em paralelo com o circuito que deseja medir.

4) Leia o valor da tensão exibido no visor.

2.7 Medição de Corrente Alternada (AC) Usando Multímetro Digital

Processo de execução

A escala de 10 A AC não é protegida e apresenta uma baixa impedância


interna, portanto não tente medir corrente superior a 10 A AC ou
tensão, para evitar danos ao multímetro ou no equipamento sob teste.

Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica | 39


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1) Ligue uma das pontas preta no borne marcado "COM" do multímetro e uma das
pontas vermelha no borne "mA"ou "10 A". Este último borne só deverá ser usado
quando se for medir até 10 A AC e a chave selectora estiver na posição "10 A AC".

2) Caso tenha escolhido o borne “10 A" seleccione a escala “10 A AC”, caso contrário
escolha uma das escalas de corrente compreendida, entre "20 mA" a "200 mA", que
seja adequada à leitura a ser feita.

3) Com a ponta de prova vermelha conectada no borne "mA" não tente medir mais que
200 mA AC e, se estiver conectada no borne "10 A", não tente medir mais que 10 A AC,
caso contrário poderá danificar o multímetro.

4) Desligue o circuito que pretende testar, interrompa o condutor no qual quer medir a
corrente e ligue o multímetro em série com o circuito.

5) Ligue o circuito a ser medido.

6) Leia o valor da corrente no visor do multímetro.

Nunca mude de escala com o circuito energizado, desligue-o primeiro.

7) Após a medição desligue o circuito, remova o multímetro e ligue o condutor


interrompido.

Não meça correntes superiores a 10 A por um tempo superior a 15 segundos


e aguarde 5 minutos para fazer duas medidas sucessivas.

40 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.8 Medição de Resistência Usando Multímetro Digital

Processo de execução

Nunca tente medir resistência em um circuito que esteja energizado, ou


antes, que os capacitadores do mesmo tenham sido descarregados.

1) Ligue uma das pontas preta no borne marcado "COM" do multímetro e uma das
pontas vermelha no borne "VΩHz";

2) Gire a chave selectora para a função de resistência e escolha uma das escalas, que seja
adequada à leitura que deseja efectuar.

3) Aplique as pontas de prova em paralelo com o resistor a ser medido.

4) Leia o valor da resistência no visor.

Quando for medir um resistor que esteja ligado em um circuito, solte um dos
seus terminais, para que a medição não seja influenciada pelos demais
componentes do circuito.

5) Em leituras de valor superior a 1 M Ohm o multímetro demorará alguns segundos até


que a leitura estabilize no visor.

6) Na escala de 200 M Ohm para obter o valor final da leitura, deverá ser subtraído 1 M
Ohm do valor exibido no visor.

2.9 Medição de Tensão Continua (DCV) Usando Multímetro Digital

Processo de execução

1) Conecte uma das pontas preta no borne marcado "COM" do multímetro e uma das
pontas vermelha no borne "VΩHz";

2) Seleccione uma das escalas de tensão contínua, que seja adequada à leitura que deseja
efectuar. Em caso de dúvida utilize a mais elevada (“1000 V DC”) e vá,
progressivamente, decrescendo de escala até obter uma leitura mais exacta.

Nunca tente medir tensões superiores a 400 V DC.

3) Aplique as pontas de prova em paralelo com o circuito que deseja medir.

4) Leia o valor da tensão exibido no visor, caso esteja precedido do sinal menos (“-“), será
indicação que as pontas de prova estão com a polaridade invertida em relação ao
circuito.

Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica | 41


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.10 Avaliação Formativa Nº 2

Leia atentamente as questões que se seguem

1. Utilizando um multímetro analógico, meça:


a) Tensão nas pilhas de 1,5 Volt e 9 Volt.
b) Tensão numa bateria do painel fotovoltaico.
c) Numa bateria de um telefone celular.
d) Numa tomada monofásica.
e) Numa tomada trifásica.

2. Utilizando um multímetro digital, meça:


a) Tensão nas pilhas de 1,5 Volt e 9 Volt.
b) Tensão numa bateria do painel fotovoltaico.
c) Numa bateria de um telefone celular.
d) Numa tomada monofásica.
e) Numa tomada trifásica.

3. Utilizando um multímetro analógico, verificar a continuidade em:


a) Num condutor eléctrico.
b) Num cabo eléctrico.
c) Numa resistência.
d) Num díodo.
e) Entre um ponto de fase ou neutro e a carcaça de um ferro eléctrico de engomar.

4. Utilizando um multímetro digital, verificar a continuidade em:


a) Num condutor eléctrico.
b) Num cabo eléctrico.
c) Numa resistência.
d) Num díodo.
e) Entre um ponto de fase ou neutro e a carcaça de um ferro eléctrico de engomar.

5. Utilizando um multímetro digital, medir a corrente no circuito:

42 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica | 43


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

44 |Preparar todas as ferramentas necessárias para executar o trabalho de instalação fotovoltaica


INEFP, GIZ & RIO TINTO FORMAÇÃO PROFISSIONAL – ELECTRICISTA
INSTALADOR

Formação Profissional
Electricista Instalador – Nível 2

Secção 4.3

Seleccionar os Componentes Necessários para


Executar o Trabalho de Instalação Fotovoltaica

45
Manutenção Industrial - Formação Profissional INEFP – Manuais – Electricista Instalador
FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

46 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1 INTRODUÇÃO ÀS INSTALAÇÕES FOTOVOLTAICAS

1.1 Conversão de Energia Solar para Energia Eléctrica

Os sistemas de energia solar vulgarmente conhecidos por sistemas fotovoltaicos são


fontes alternativas a partir das quais se pode obter energia eléctrica nos locais onde a
electricidade da rede geral de distribuição não se encontra ainda disponível.

Esta energia é obtida através da utilização de células fotoeléctricas que têm a


particularidade de converter directamente a energia do sol em electricidade, ou seja,
quando um raio de sol incide na superfície dessa mesma célula solar, o material que a
constitui, absorve algumas das partículas de luz denominadas por fotões. Cada fotão
contém uma pequena quantidade de energia. Quando um fotão é absorvido,
desencadeia-se um processo de libertação de electrões no material da célula solar.
Como ambos os lados da célula estão ligados electricamente através de um fio, gera-se
uma corrente quando o fotão é absorvido. Nessa altura, a célula solar começa a
produzir electricidade, que se pode utilizar imediato ou armazenar numa bateria.

Este sistema garante energia solar autónoma nos lugares onde não existe
abastecimento de energia eléctrica. Esta representa a melhor solução tanto do ponto
de vista económico como ambiental, obtendo-se desta forma uma energia limpa, útil e
amiga do ambiente.

Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 47


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Formas de uso de energia solar


Existem basicamente duas:

➢ Energia solar Térmica

➢ Energia solar fotovoltaica (solar eléctrica)

No entanto, este manual aborda especificamente a utilização de energia solar sob a


forma de energia eléctrica.

48 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Quando um módulo solar é exposto ao sol, pode-se medir a voltagem gerada entre o
terminal positivo e negativo do mesmo, que se encontram na parte traseira, usando
para isso um multímetro. Nesse caso, não há fluxo de corrente devido ao facto de não
haver nenhum elemento ou carga de consumo ligado ao painel. Por isso, esta medição
é chamada de voltagem em curto circuito, (Voc)

Quando um dispositivo ou carga eléctrica é ligado entre os dois terminais do módulo


fotovoltaico, uma corrente eléctrica flui no circuito. Medindo a voltagem entre os
terminais, regista-se um valor inferior á Voc.

Ligando agora mais dispositivos eléctricos em paralelo nos terminais do módulo, flui
mais corrente no circuito e a voltagem torna-se ainda menor. Para se obter o valor
máximo de corrente, devem ser ligados entre si os terminais do modulo ou seja,
ligados em curto circuito.

Neste caso a voltagem será zero, e o valor da corrente máximo. Ligando os terminais
através de um amperímetro, a máxima corrente é registada e é chamada de corrente
de curto circuito (Isc)

Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 49


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1.2 Componentes de um Sistema Solar para Habitação

Tipicamente um sistema fotovoltaico para uma habitação consiste dos seguintes


componentes:

1. Painéis Solares
2. Baterias
3. Reguladores
4. Inversores
5. Lâmpadas do tipo LED (baixo consumo e alta luminosidade)
6. Interruptores e tomadas de corrente
7. Conversores de tensão para rádios e celulares (de 12 VCC para 9 VCC ou 6 VCC)
8. Protecção contra curto-circuitos (Fusíveis)
9. Compartimento para baterias
10. Estruturas para fixação dos painéis solares
11. Cabos eléctricos, e acessórios para instalação.

Principais aplicações

1. Iluminação, TV, rádio, comunicações, sinalização marítima, alarmes, etc.


2. Bombeamento de água para consumo humano e para animais
3. Aquecimento de água sanitária
4. Conservação de vacinas em Centros Hospitalares, etc.

Observação: Todos os equipamentos aplicados em Sistemas Solares são de baixa


potência, necessitando de apenas pequenas quantidades de electricidade para operar.
Eles são apropriados para operar com base na electricidade solar, na medida em que
apenas um pequeno número de módulos é requerido no sistema.

ATENÇÃO: Equipamentos que produzem muito calor, como fogões eléctricos ferros de
engomar e chaleiras eléctricas, têm consumos de energia na ordem de grandeza de
Quilowatts (kW), por isso não são incluídos na lista de equipamentos que podem
operar com base em Sistemas Solares.

Entretanto, é possível esses equipamentos operarem com Sistemas Solares mas iriam
precisar de um número bastante maior de módulos, o que teria como consequência
custos elevados.

50 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1.3 Vantagens de Energia Solar

➢ Não consome combustível

➢ Não produz poluição nem contaminação ambiental

➢ É silenciosa

➢ Tem uma vida útil superior a 25 anos

Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 51


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

➢ É resistente a condições climáticas externas (granizo, vento, temperatura e humidade)

➢ Não tem peças móveis e, portanto, exige pouca manutenção

➢ Permite aumentar a potência instalada por meio da incorporação de módulos adicionais

52 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2 PAINÉIS SOLARES

2.1 Constituição de uma Célula Fotovoltaica

As células fotovoltaicas são compostas de Células Solares de Silício. Elas são semicondutores
de electricidade porque é um material com características intermédias entre um condutor e
um isolante. São compostos por células individuais ligadas em série, permitindo assim
adicionar as voltagens produzidas. Cada célula solar produz uma quantidade muito reduzida de
energia. Por exemplo uma célula produz 0,4 Volts nas condições de céu limpo.

Portanto, as células solares individuais podem ser comparadas às pilhas usadas em lanternas e
rádios, uma vez que elas também produzem corrente contínua de baixa voltagem.

Assim como se precisa de um conjunto de pilhas para alimentar uma lanterna, um rádio ou um
reprodutor de cassetes, também se associam células em série para se atingir uma voltagem
desejada.

Geralmente os módulos são constituídos por 36, 48, 54 ou 60 células ligadas em série.

Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 53


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.2 Células Individuais Ligadas em Série

➢ Na fabricação de módulos inclui-se sempre um ou dois díodos que impedem a


passagem da corrente em sentido contrário ao definido. São díodos conhecidos
por “díodos de bypass”.

➢ Dado que os módulos são usados ao ar livre, as células têm que ser protegidas
das diferentes condições ambientais adversas, e isto é feito através de um
processo chamado encapsulamento.

54 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


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2.3 Painéis Monocristalinos

➢ Os painéis monocristalinos são assim chamados por as células que os constituem


serem feitas a partir de seccionamentos de uma só peça de cristal de silício.
➢ O rendimento normal dos painéis monocristalinos é de cerca de 16%, no entanto
em laboratório é possível chegar aos 23%.
➢ Este tipo de células a partir de um único cristal de silício são mais caros porque
produzir este tipo de cristais requer muita tecnologia e um grande gasto
energético, apesar disso tendo em conta a sua maior eficiência, quando se tem
em conta o tempo de vida de um painel (superior a 25 anos) podem ser mais
rentáveis do que painéis mais baratos.
➢ É fácil reconhece-los porque são mais finos que os policristalinos e costumam ter
uma cor azul-escuro.
➢ São normalmente a escolha ideal para sistemas de microgeração

2.4 Painéis Policristalinos

➢ Os painéis policristalinos são assim chamados por as células que os constituem


serem feitas a partir de um processo menos rigoroso do que os monocristalinos
em que as células são feitas a partir de vários cristais.

➢ O rendimento normal dos painéis policristalinos é de cerca de 12%, no entanto


em laboratório é possível chegar aos 18%.

➢ Este tipo de células a partir de vários cristais de silício são mais baratas de
produzir, o que as tornam a escolha preferencial de muitos consumidores, apesar
de nem sempre a diferença de preço compensar no longo prazo.

➢ Pela forma como são produzidos costumam ter uma cor mais irregular e serem
mais grossos.

Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 55


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

➢ Por norma não são a escolha ideal para sistemas de microgeração que costumam
ter um tempo de vida longo e por isso normalmente o preço dos monocristalinos
é compensado pela sua maior eficiência.

2.5 Factores que Afectam as Características Eléctricas de um Módulo Solar

Podem ser sumarizados da seguinte forma:

➢ A quantidade de luz solar que atinge as células

A quantidade de luz solar que atinge as células depende das condições ambientais
(dias nublados e dias de céu limpo, mas também das condições em que os
módulos são instalados (com ou sem obstáculos) como árvores, edifícios etc.

➢ A temperatura das células

O aumento da temperatura de um painel faz diminuir o rendimento das suas


células solares. Por isso, deve haver um grande cuidado durante a instalação, em
montar os módulos de forma a que recebam uma boa ventilação ou circulação de
ar. Por exemplo, em locais onde as temperaturas ambientais rondam os 20°
centígrados, as temperaturas de funcionamento dos módulos serão boas mas
acima dos 50° centigrados haverá uma forte influência negativa com redução da
capacidade de absorver a luz solar e portanto produzir energia eléctrica.

➢ A área de cada célula

Quanto maior for a área da célula, maior será também a sua capacidade de
absorver a luz solar.

➢ O tipo de célula utilizado

No que diz respeito aos tipos de células, há que tomar em consideração que
existem células mais eficientes que outras. Por exemplo, a célula de cilício
cristalino é mais eficiente de que a de silício amorfo. Isto significa que para duas
células com as mesmas dimensões, construídas com estes dois tipos de materiais
diferentes, a de silício terá mais capacidade de produção de energia.

56 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

➢ O estado de carga da bateria a ser carregada

No que diz respeito às baterias em processo de carregamento, quanto maior for a


carga já retida, maior será a resistência em aceitar mais carga.

➢ O efeito de perdas do sistema, na cablagem e nos díodos

Por último há que considerar as perdas dos díodos e na cablagem dos módulos
como tendo efeito nas suas características eléctricas.

2.6 Ligação de Painéis Solares em Paralelo

Supondo que cada painel é de 25 Wp de potência. A potência total (Pt) encontrada no


sistema em paralelo será:

Pt = (25 W + 25 W + 25 W + 25 W + 25 W) X (perdas de eficiência)


Pt = 125 W

Obs: Multiplicar o valor obtido por 0,97 que corresponde á perda de eficiência devido
às características dos díodos.

Então teremos: Pt = 125 X 0,97 = 121.25 W

Quer isto dizer que a potência do sistema é de 121,25 W

NOTA:

1. A potência total é o somatório das potências dos painéis

2. A voltagem total é a mesma de cada painel.

3. A corrente total é o somatório das correntes de cada painel.

4. É necessário em cada painel um díodo de bloqueio para prevenir correntes


inversas em caso de um módulo ficar sujeito a sombras. Estes díodos provocam
uma perda de tensão de saída em cerca de 0,3 a 0,6 Volts dependendo das
características do díodo. Esta perda reduz a eficiência para perto dos 0,97.

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5. Não é boa prática de ligar em paralelo módulos de potências diferentes.

2.7 Ligação de Painéis Solares em Série

Neste tipo de ligação já se admite ligar módulos de potências diferentes.

1. A potência total é o somatório das potências dos painéis.

2. A voltagem total é o somatório das voltagens de cada painel.

3. A corrente total é a mesma em cada ponto de ligação dos módulos.

4. É necessário a incorporação de díodos de passagem (bypass díodo) para evitar


um baixo performance em caso de um dos módulos ficar ensombrado ou por
motivo não está a debitar corrente (caso de danificação de células).

5. A eficiência da ligação de módulos em série é aproximadamente 0,95.

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3 BATERIAS

3.1 Características de uma Bateria

A bateria é uma fonte de electricidade. A função prioritária das baterias num sistema
solar é acumular a energia que se produz durante as horas de luminosidade do sol a
fim de poder ser utilizada à noite ou durante períodos prolongados de mau tempo com
chuva ou céu nublado.

As baterias devem ser instaladas perto do local onde foram instalados os painéis de
forma a poupar cabo e evitar perdas de corrente.

A palavra “Bateria” designa um conjunto de células associadas em série. A quantidade


de electricidade que pode ser armazenada numa bateria é designada de capacidade da
bateria.

Apesar de o Coulomb © ser a unidade básica de carga eléctrica, a unidade mais


utilizada para fins de medição da capacidade de uma bateria é o Ampere-hora (Ah).
Para medir a capacidade de uma bateria retira-se-lhe a carga a uma taxa fixa (corrente
eléctrica) a partir do estado máximo da carga, e contam-se o número de horas que
decorrem até a bateria ficar completamente descarregada. Multiplicando o valor da
corrente pelo número de horas em que ocorre o processo de descarga obtém-se a
capacidade da bateria em Ah.

Por exemplo, uma bateria de 80 Ah pode fornecer 8 Amperes por um período de 10


horas, ou 4 Amperes por um período de 20 horas.

O estado de carga de uma bateria: Designa a quantidade de carga disponível para uso,
em comparação com a capacidade de carga total. É medido em percentagem, de modo
que um estado de carga de 100% significa uma bateria totalmente carregada, um
estado de carga de 50% significa uma bateria com metade da sua carga e um estado de
carga 0% significa uma bateria totalmente descarregada.

A profundidade de descarga de uma bateria num ciclo, depende do uso a que ela se
destina. Considera-se um ciclo baixo de descarga quando a bateria é descarregada de
uma baixa percentagem antes de receber nova carga. Num ciclo profundo de descarga,
o grau de descarga pode atingir 50% ou mais.

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O tempo de vida de uma bateria é definido como sendo o tempo que dura até que a
sua capacidade de reter a carga é tal que ultrapassa os 80% da carga nominal. Isto
significa que há uma perda permanente de 20% por causa dos sucessivos ciclos de
carregamento e descarregamento da bateria e do seu tempo de uso também.

Em muitas baterias não é permitido usar a sua capacidade total, dado que isso pode
conduzir à redução do tempo de vida da mesma. Por isso, essa capacidade é chamada
de capacidade nominal. A capacidade que realmente se pode usar é chamada de
capacidade usável.

Durante o processo de carga ou carregamento de uma bateria, a mesma pode ficar


completamente carregada e, entretanto, o processo de carregamento continuar,
causando o sobre-carregamento da bateria. Neste caso ocorrerão reacções que
poderão causar danos à bateria. Danos à bateria também poderão ser causados pelo
processo inverso, conhecido por sobre-descarregamento da bateria.

A eficiência de carregamento de uma bateria relaciona a quantidade de carga usada


pelos dispositivos a ela ligados, à quantidade de carga necessária para recarregar a
bateria ao seu nível original. Uma eficiência de 100% significa que toda a carga que é
usada pode ser recompensada pelo processo de carregamento.

Todas as baterias sofrem um processo gradual de descarga quando não estão em uso.
Este fenómeno é chamado de autodescarga. A razão descarga é especificada como
sendo a quantidade de carga que é perdida por mês. Isto é indicado como
percentagem da capacidade total da bateria.

Uma bateria tem uma voltagem chamada nominal (Vnom). Esta voltagem é chamada
de nominal na medida em que a voltagem real varia durante o funcionamento da
bateria. Pode-se medir a voltagem de uma bateria em três diferentes estados.

1. Voltagem em circuito aberto (Voc), quando não há fluxo de corrente pela bateria.
2. Voltagem durante o uso (Val), quando a corrente está a fluir para certos
dispositivos e a bateria está em processo de descarga.
3. Voltagem durante o carregamento (Vch), quando a bateria está a ser carregada
por um modulo solar, um dínamo, ou outra fonte qualquer de corrente contínua.

A luz solar existe durante o dia, mas não durante a noite. Por outro lado, há períodos
em que a luz solar é menos disponível que noutros, como é o caso dos dias de chuva
ou nublados. As baterias permitem que se armazene a energia eléctrica que os
módulos solares captam durante os períodos em que a luz solar está disponível, para
posteriores usos, quando esta não está disponível.

Os módulos solares têm como função principal o carregamento das baterias,


dispositivos a partir dos quais a energia é usada em diferentes aplicações. É claro que
as baterias necessárias para este tipo de aplicações são as recarregáveis.

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A operação de uma bateria em aplicações de energia solar pode ser sumarizada por
dois tipos de processos:

1. Ciclos baixos de descarregamento por dia


2. Ciclos profundos de descarregamento durante dias ou semanas de mau tempo.

3.2 Ligação de Baterias em Paralelo

Utotal = U1 + U2 + U3 = 12 + 12 + 12 = 12 Volt
3 3

3.3 Ligação de Baterias em Série

Utotal = U1 + U2 + U3 = 12 + 12 + 12 = 36 Volt

3.4 Testagem de Baterias

As baterias são unidades de armazenamento de energia eléctrica, as quais requerem


uma manutenção periódica ou de “prevenção”. É portanto necessário efectuar
regularmente testes cuja finalidade é determinar é a sua condição física em termos de
aceitação e conservação de carga.

A reacção química numa bateria de ácido /chumbo é um processo que se desenvolve


entre as placas compostas por chumbo, e o electrólito que nestes casos é composto
por uma solução de água e ácido sulfúrico numa dada proporção. Esta mistura é feita
lentamente até que a densidade do líquido (gravidade específica) seja
aproximadamente 1.28.

NUNCA se deve deitar água sobre o ácido, mas sim o contrário.

Quando se deita água sobre o ácido, a reacção química é violenta e pode provocar
pequenas explosões que projectam liquido (electrólito) altamente corrosivo e tóxico.

Para se verificar a densidade do electrólito, recorremos a um densímetro ou


hidrómetro.

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Este hidrómetro é composto por um tubo de vidro com uma bola de borracha tipo
ventosa numa das extremidades, (para sucção do liquido) e um tubo delgado de
borracha na outra extremidade para ser introduzido num dos vasos da bateria, e
sucção do liquido correspondente.

Para se efectuar o teste de densidade do electrolítico, insere-se o tubo do densímetro


num dos vasos da bateria com líquido, aperta-se a outra extremidade do densímetro
para retirar o ar que ele continha, e depois, lentamente, vai-se libertando a borracha
para que o liquido seja impelido para dentro do densímetro. É necessário recolher uma
quantidade de líquido suficiente para que o flutuador dentro do densímetro possa
flutuar.

De acordo com a tabela seguinte, será fácil determinar o estado de carga da bateria. A
densidade relativa do electrolítico varia de acordo com a temperatura. Esta mesma
densidade não deve ser medida logo após se ter adicionado água na bateria, uma vez
que nestes casos a parte superior do vaso contem água adicionada e portanto sem a
densidade que se pretende.

Os ciclos profundos de descarregamento ocorrem quando a carga que a bateria recebe


durante o dia não é suficiente para substituir a quantidade de carga usada ao dia.
Portanto o estado de carga vai reduzindo gradualmente e isto conduz a um ciclo
profundo de descarregamento quando passa um número significativo de dias nestas
condições. Quando o tempo melhora, consegue-se gradualmente ter uma carga extra
e assim o estado de carga da bateria vai subindo.

O conjunto de características essenciais que uma bateria deve possuir para funcionar
bem em aplicações de energia solar é apresentado a seguir:

1. Período de vida longo, mesmo quando sujeita a ciclos profundos de


descarregamento.
2. Necessidade reduzida de manutenção.
3. Alta eficiência durante o processo de carregamento.
4. Possibilidade de sobreviver a estados de completa descarga.
5. Baixo nível de autodescarga.
6. Fiabilidade.
7. Variações mínimas de rendimento durante grandes alterações de temperatura.

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Nos sistemas fotovoltaicos aplicam-se baterias do tipo Chumbo (lead-acid) e de Níquel


Cadmium. Estas baterias existem sob forma de diferentes tipos. A escolha do tipo
específico da bateria a usar depende de muitos factores, entre os quais o tipo de
aplicações a que se destina e o seu preço entre outros.

As baterias de Níquel Cádmio não são sensíveis a descarregamentos profundos, o que


significa que elas podem ser completamente descarregadas e de novo carregadas sem
afectar a sua qualidade. As baterias de chumbo são muito sensíveis a
descarregamentos profundos. O seu tempo de vida fica seriamente afectado quando
sofrem este tipo de descarregamento. Em termos de custo, quando se compara as
duas baterias com a mesma capacidade, as de chumbo são mais baratas. Entretanto
quando se faz a comparação tomando em consideração o ciclo de vida, as de níquel-
cádmio são as mais rentáveis.

3.5 Observações de Segurança

Actuação em caso de acidente com Ácido Sulfúrico: Algumas baterias contêm ácido
sulfúrico que pode ser derramado por ruptura do vaso ou incorrecto manuseamento.
O ácido das baterias é líquido corrosivo, venenoso, pode causar irritações da pele e
queimaduras, danos sérios na vista (nos olhos) e ainda queimar a roupa.

Precauções: Deve-se manusear o ácido com vestuário adequado e protecção das mãos
(luvas de protecção) e olhos (óculos de protecção). Deverá manter-se as baterias fora
do alcance das crianças, e um recipiente com água deverá estar sempre próximo da
área de trabalho.

Tratamento em caso de acidente: Em caso de contacto com a pele, arrefecer a zona


queimada com água em abundância. Fazer isto durante pelo menos 10 minutos.
Retirar a roupa que tenha sido contaminada com ácido mas NÃO deverá retirar a
roupa se esta estiver colada á pele. Após estas primeiras actuações, sempre que for
possível a afectado deverá ser levado ao posto médico mais próximo.

Contacto com os olhos: Lavar os olhos com água limpa durante 10 minutos e procurar
atendimento médico.

Ingestão: Em caso de ingerir ácido, NÃO provocar nunca vómito. O afectado deverá
beber tanta água ou leite quanto possível e procurar imediatamente um médico.

Derrames: Nos casos em existam derrames de ácido, estes podem ser retirados
varrendo com bastante água. Para derrames de maior dimensão, recomenda-se utilizar
areia ou outro material inerte para cobrir o ácido e neutralizar a mistura com soda
cáustica.

Tudo o que foi acima mencionado é aplicado a baterias que usam uma solução de
ácido sulfúrico como electrólito. As baterias seladas, de gel, não são consideradas
perigosas.

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4 PROTECÇÃO E REGULAÇÃO

4.1 Função

Um sistema solar fotovoltaico com baterias recarregáveis necessita que as mesmas


sejam protegidas contra as situações seguintes:

1. Risco de danos nos cabos de alimentação e/ou incêndio resultantes de curto-


circuitos.
2. Descarregamento excessivo das baterias e suas consequências negativas.
3. Carregamento excessivo das baterias e suas consequências negativas.

Uma unidade de controlo é usada para providenciar este tipo de situações. Outras
funções de uma unidade de controlo incluem a indicação do funcionamento de todo o
sistema bem como providenciar a ligação para circuitos separados.

4.2 Risco de Danos nos Cabos

A segurança das instalações eléctricas é um assunto bastante importante. A primeira


preocupação que se deve ter é evitar todo e qualquer tipo de choques eléctricos. Em
sistemas de energia solar que operam com voltagens de 12 ou 24 volts, não há grandes
perigos de electrocussão dado que se trata de tensões baixas. A preocupação nestes
casos deve ser evitar incêndios resultantes de curto-circuitos.

Regra geral, estes incêndios resultam de sobreaquecimento dos cabos com energia
vinda das baterias, afectando o material isolador dos mesmos. A protecção contra
curto-circuitos deste género é feita através de um fusível que geralmente se encontra
instalado perto da bateria.

Alguns aparelhos podem precisar de protecção interna contra curto-circuitos. Nos


casos em que os aparelhos não tenham o espaço necessário para instalar um fusível, o
mesmo pode ser integrado na ficha, ou em linha com o cabo de alimentação do
mesmo. Os módulos normalmente vêm com díodos de protecção.

Em locais propensos a descargas eléctricas atmosféricas, os circuitos eléctricos devem


ser protegidos através da integração de varístores. Os relâmpagos induzem altas

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voltagens na cablagem de alimentação, que podem destruir circuitos electrónicos nas


unidades de controlo.

Outro ponto de crucial importância em matéria de segurança nas instalações eléctricas


solares é respeitar a polaridade nas ligações. A troca de polaridade pode causar o não
funcionamento de certos aparelhos ou mesmo a sua destruição total.

4.3 Protecção Contra Sobre-Descarregamento das Baterias

A maior parte das baterias usadas em aplicações de pequena e média escala são do
tipo Chumbo ácido, dada a sua maior disponibilidade e custos razoáveis. Para se
garantir que estas baterias tenham um período de vida longo, e em conformidade com
as suas especificações, é importante que se evitem os sobre - descarregamentos das
mesmas (Descargas profundas).

Sistemas eléctricos solares normalmente vêm com indicadores de estado de carga das
baterias. Assim o utilizador fica informado quando é que a carga das baterias é baixa e
não devem ser usadas. Entretanto, os sobre-descarregamentos não apresentam
problemas em baterias de níquel-cádmio, as quais podem ser descarregadas
completamente sem qualquer efeito negativo.

A forma mais correcta de proteger as baterias contra sobre - descarregamentos é


integrar circuitos de controlo que automaticamente desligam o sistema ou partes do
sistema quando as baterias atingem estados de carga baixa. Considera-se a voltagem
das baterias baixa em aplicações de energia solar, quando esta atinge 11,5 Volts, para
as baterias de 12 Volts.

4.4 Regulação da Voltagem de Carregamento

No carregamento de baterias deve haver regulação para evitar danos às baterias. O


controlo mais simples é aquele em que os módulos contêm circuitos próprios de
regulação. Uma desvantagem de ligar directamente módulos é que correntes de
escuridão podem sair das baterias de volta aos módulos durante a noite ou dias sem
sol. Uma desvantagem de módulos com circuitos próprios de regulação é que as
baterias não carregam tão rapidamente e também a corrente de carregamento é baixa
sob condições de tempo nublado. Por isso na maior parte dos casos usa-se um
regulador de carga em aplicações de energia solar

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Existem diversos tipos de reguladores de carga. A concepção mais simples é aquela


que envolve uma só etapa de controlo. O regulador monitora constantemente a
tensão da bateria de acumuladores.

Quando a referida tensão alcança um valor para o qual se considera que a bateria se
encontra carregada, o regulador interrompe o processo de carga. Isto pode ser
conseguido abrindo o circuito entre os módulos e a bateria (controlo tipo série) ou
curto-circuitando os módulos (controlo tipo shunt).

No caso de reguladores de carga cuja etapa de controlo opera em dois passos, a


tensão de carga a fundo da bateria pode ser algo superiora 14,1 Volts. Portanto, o
regulador fica definido ao especificar o seu nível de tensão que coincidirá com o valor
de tensão do sistema e a corrente máxima que deverá manejar.

4.5 Outras Funções das Unidades de Controlo

É importante que se tenha uma indicação em como os módulos estão a carregar as


baterias durante o dia. Por isso os sistemas de controlo vêm munidos de circuitos com
indicadores que permitem dar essa informação.

Em determinadas aplicações, como iluminação pública, torna-se também necessário


que as unidades de controlo contenham circuitos que permitam ligar e desligar
automaticamente o fornecimento de energia aos dispositivos. Aqui, são as células
fotoeléctricas que quando chega a noite, accionam o acendimento da iluminação
pública e quando amanhece elas apagam automaticamente as luzes sem a necessidade
de serem operadas manualmente.

Funções específicas

➢ Desconectar o arranjo fotovoltaico quando a bateria atinge carga plena.

➢ Interromper o fornecimento de energia quando o estado da carga da bateria


atinge um nível mínimo de segurança.

➢ Monitorar o desempenho do sistema fotovoltaico (corrente e tensão de


carregamento da bateria).

➢ Accionar alarmes quando ocorre algum problema.

➢ Compensar o efeito da variação da temperatura na bateria.

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5 INVERSORES
Um inversor ou ondulador, é um dispositivo eléctrico ou electromecânico capaz de
converter um sinal eléctrico CC (corrente contínua) em um sinal eléctrico CA (corrente
alternada).

Há também outros dispositivos cujos consumos de energia são apropriados em termos


económicos para uso em sistemas eléctricos solares, mas que apenas existem em
versões que usam corrente alternada da rede de distribuição eléctrica convencional.
Para serem usados em sistemas solares é necessário que se inverta as voltagens de
baixo valor contínuo (CC) em corrente alternada (CA) de valor elevado (220 Volts). Isso
é feito através de dispositivos denominados Inversores de corrente.

Um inversor de corrente é um aparelho usado em sistemas eléctricos solares para


transformar a corrente contínua em corrente alternada. Esta transformação é muito
importante para aparelhos que funcionam unicamente com corrente alternada. As
desvantagens associadas com a utilização deste dispositivo são que ele é caro e de
certa maneira complica o sistema solar. É por isso que se recomenda que na medida
do possível se tente ao máximo funcionar com aparelhos de corrente contínua em
aplicações de energia solar. O recurso a corrente alternada deve ser apenas para
casos em que não há outra alternativa.

É de referir que o inversor tem também o seu consumo de energia, reduzindo portanto
a eficiência do sistema. Na transformação da corrente contínua em corrente alternada
podem ser produzidos três diferentes tipos de curvas ou ondas:

1. Onda Sinusoidal (forma de onda na rede de distribuição convencional, como EDM)

2. Onda Quadrada

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3. Onda Sinusoidal modificada

A corrente sinusoidal é que é a mais apropriada para aparelhos com circuitos


electrónicos como televisores e computadores. Correntes de forma rectangular podem
danificar estes aparelhos ou reduzir significativamente a sua eficiência e durabilidade.
No entanto, dispositivos como lâmpadas e aquecedores funcionam correctamente
tanto com base em correntes sinusoidal modificada ou quase sinusoidal. Outro ponto
importante na especificação dos inversores é saber a sua frequência de
funcionamento, sabendo que há dois sistemas de frequência no mundo
nomeadamente 50 e 60 Hz. As eficiências dos inversores tende a diminuir quando
estes funcionam muito abaixo das suas capacidades.

Na escolha de um inversor é importante tomar em conta algumas características tais


como:

➢ Protecção contra carga a mais e reversão da polaridade.


➢ Protecção térmica automática (o inversor deve desligar quando aquece a mais).
➢ Corte automático de energia quando os dispositivos não estão em uso.
➢ Corte automático quando a voltagem das baterias está abaixo do mínimo
requerido.

Inversor “Juta W-180” – Um Exemplo

Tensão de entrada 10 – 14 V CC

Intensidade máx. da entrada 10,8 A

Tensão de saída 230 V CA

Potência máx. na saída 130 W

Eficiência 76 %

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6 LÂMPADAS LED

LED significa “Light Emitting Diode”, isto é “Díodos Emissores de Luz” que são
componentes com um consumo de energia bastante reduzido e rendimento luminoso
muito elevado.

Comparativamente a outros tipos de lâmpadas, estas podem funcionar


aproximadamente 100.000 horas a uma potência de 1 Watt. É extremamente
importante o seu uso em sistemas solares e sistemas de baterias devido ao seu baixo
consumo de energia comparativamente a outras lâmpadas com o mesmo brilho.

Repare-se que o custo de energia depende do seu consumo, daí que este tipo de
lâmpada está adaptado para reduzir três vezes menos a energia consumida em relação
às lâmpadas do tipo halogéneo.

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7 CABOS ELÉCTRICOS

Os cabos distribuem a energia dos módulos e baterias para todos os dispositivos do


sistema eléctrico solar. Há quedas de tensão ao longo dos cabos, que devem ser
reduzidos ao mínimo. No dimensionamento de um sistema de distribuição de energia
solar, estas quedas de tensão não devem ultrapassar determinados limites, porque
de outro modo os dispositivos podem não funcionar convenientemente.

Distância máxima em metros, para uma queda de tensão de 5% em sistemas de 12


Volt.

Na coluna á esquerda escolhe-se a corrente pretendida. Nessa mesma linha procura-


se a distância que o referido troço de cabo percorrerá e lê-se na parte superior da
respectiva coluna a secção de cabo correspondente.

Se a instalação for de 24, 36 ou 48 Volts CC proceder-se-á da mesma forma, mas


nesse caso dever-se-á dividir a secção obtida por 2,3 ou 4 respectivamente. Se o valor
que resultar desta divisão não coincidir com um valor normalizado de secção dever-
se-á adoptar a secção imediatamente superior.

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8 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E TESTE

Depois de efectuar a montagem, é necessário fazer testes e verificações, que são em


geral muito simples dada a grande fiabilidade dos componentes comerciais que em
raríssimas ocasiões apresentam defeitos de fabrico. Os funcionamentos anormais são,
portanto, a maior parte das vezes devido a erros de montagem.

Em resumo, deverão ser realizadas as seguintes verificações:

1. Verificar se embora os painéis estejam em circuito aberto, a tensão nos bornes


seja, em pleno Sol, próxima á prevista (entre 70 e 90 Volts para sistemas a 48
Volts; entre 32 a 40 Volts; para sistemas de 24 Volts e entre 16 e 22 Volts para
sistemas de 12 Volts. Para ter os painéis em circuito aberto, deverá desligá-los da
entrada do regulador.

2. Verificar se a bateria está completamente carregada, e se a tensão e a densidade


dos elementos são os correctos (ver valores do fabricante).

3. Verificar se a meio do dia, em dias de Sol e quando a bateria estiver activada,


circula aproximadamente a intensidade prevista no circuito painél-bateria.

4. Verificar o correcto funcionamento do regulador.

5. Verificar se, embora os aparelhos receptores estejam activados, podem ser


postos em funcionamento de forma correcta, anotando a sua corrente com um
amperímetro na saída do regulador em carga, para assegurar que está no
diapasão correcto.

Multímetro

Um multímetro é um instrumento para efectuar medidas eléctricas tais como:


Tensão, Corrente, Resistência Óhmica e Continuidade de um circuito eléctrico. É
portanto um instrumento multi-propósito ou seja pode efectuar vários tipos
diferentes de medições eléctricas.

Também podemos encontrar instrumentos somente para efectuar cada uma das
medições ou grandezas acima mencionadas. Por exemplo, Voltímetros (para medir
tensão ou voltagens eléctricas), Amperímetros (para medir correntes eléctricas),
Ohmímetros (para medir resistência) etc. Porém, o Multímetro é actualmente o mais
usado por comportar em um único aparelho todas aquelas grandezas.

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9 EFECTUAÇÃO DE TESTE

9.1 Teste de Tensão (Volt)

Para efectuar o teste de tensão:

➢ Ligar os dois cabos de medição nos bornes do multímetro. COM (preto) e VΩ


(Vermelho)
➢ Ligar o multímetro pressionando o botão “POWER”
➢ Conforme o tipo de corrente que se pretende medir, seleccione a função “DC V”
para uma corrente contínua, ou “AC V” para uma corrente alternada.
➢ Seleccione a máxima tensão requerida através do comutador no centro do
multímetro, ou botão correspondente. Ex. 2V-20V-200V-1000V DC ou 20V-200V-
750V AC
➢ Supondo que a tensão a medir é de uma bateria de 12 V DC, seleccione DC V 20
➢ Una agora a ponta vermelha do cabo do multímetro com o borne positivo da
bateria, e a ponta preta no borne negativo, e veremos no pequeno ecrã do
multímetro o valor correspondente da tensão .

Exemplo prático de como testar a voltagem de uma bateria:

9.2 Teste de Corrente (Ampere)

Para se efectuar um teste de corrente, utiliza-se um multímetro ou uma pinça


amperimétrica. É mais prático fazer a medição com uma pinça amperimétrica. Basta
para isso, fazer passar o condutor em medição por dentro da argola da pinça para se
obter o valor da corrente. Nos casos em que não se dispõe deste tipo de equipamento,
a medição deverá ser efectuada com um multímetro devidamente seleccionado para
medir corrente. Notar que, para se medir corrente, será necessário que ela circule no
circuito ou seja, que exista uma carga eléctrica de consumo de energia. Ex: uma
lâmpada inserida e acesa no circuito.

72 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


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Para este caso em que se pretende medir corrente com auxílio de um multímetro,
proceder-se-á de forma a que a ligação seja em série.

Sendo assim, façamos as ligações da seguinte forma:

➢ Ligar os cabos do multímetro nas posições “COM” e “A”


➢ Pressionar o botão “POWER”
➢ Ligar uma ponta do condutor do multímetro no borne positivo da bateria e outra
num dos terminais da lâmpada. Do outro terminal da lâmpada liga-se um
condutor até ao borne negativo da bateria. Acenda a lâmpada e efectue a leitura.

Exemplo prático de como testar o valor da corrente no circuito:

9.3 Teste de Resistência: (Ohm) (Em vazio)

➢ Ligar os cabos nos bornes do multímetro “COM” e “VΩ”.


➢ Com o comutador do multímetro seleccionar a função “Ω” (Ex: 2KΩ – 20KΩ – 20
MΩ)
➢ Pressione o botão “POWER”
➢ Com as pontas do multímetro tocar em cada uma das extremidades da
resistência
➢ Efectuar a leitura.

Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 73


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Exemplo prático de como testar o valor de uma resistência em vazio:

9.4 Medições Periódicas

As medições periódicas, ajudam a detectar antecipadamente problemas na


instalação, permitindo assim correcções imediatas.

É muito importante registar todas as informações numa tabela e guardar numa pasta
para posterior análise do comportamento do sistema. É sabido que à medida que o
tempo vai passando, o equipamento vai perdendo a sua eficiência. Isso permitirá
efectuar a planificação da manutenção do sistema.

Veja de seguida alguns exemplos de tabelas para se fazer o controlo do


funcionamento de um sistema.

Identificação do sistema: __________________________________________

Data da instalação: _________________________________________________

74 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


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TESTE SEMANAL:

VALORES DE TENSÃO DE SAÍDA DOS PAINÉIS OBTIDOS ENTRE 10:00 E 14:00

Hora / Data 03/07 10/07 17/07 24/07 31/07 07/08 14/08

10:00
10:30
11:00
11:30
12:00
12:30
13:00
13:30
14:00

VALORES DE TENSÃO DE SAÍDA


DAS BATERIAS OBTIDAS ÀS 14:00
Data Voltagem
03/07
10/07
17/07
24/07
31/07
07/08
14/08

ESTADO DE CARGA DA BATERIA (BATERIAS)


(Densidade do Electrólito)
Data Boa Razoável Fraca
03/07
10/07
17/07
24/07
31/07
07/08
14/08

Verificado por:

Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 75


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

10 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS PARA RESIDÊNCIAS

10.1 Dados Necessários para Dimensionar um Sistema

1. Tensão nominal do sistema:


Refere-se á tensão típica em que operam as cargas a conectar no sistema. Dever-
se-á, alem de isto distinguir se a referida tensão é alternada ou contínua.

2. Potência exigida pelas cargas:


A potência que cada carga exige é um dado essencial. Os equipamentos de
comunicações requerem potências importantes quando funcionam em
transmissão e isto, muitas vezes ocorre só durante alguns minutos por dia.
Durante o resto do tempo requerem uma pequena potência de manutenção.
Esta a diferenciação deve ser levada em conta na concepção do sistema.

3. Horas diárias de utilização das cargas


Juntamente com a potência requerida pelas cargas, deverão especificar-se as
horas diárias de utilização da referida potência. Multiplicando potência por horas
de consumo, obter-se-ão os watts horas requeridos pela carga ao fim do dia.
P (Wh) = P (carga) x horas.

4. Localização geográfica do sistema (Latitude, Longitude e Altitude)


Estes dados são necessários para determinar o ângulo de inclinação adequado
para o módulo fotovoltaico e o nível de radiação (média mensal) do lugar.

5. Autonomia prevista
Isto refere-se ao número de dias em que se prevê que diminuirá ou não haverá
geração (irradiação solar) e que deverão ser tomados em conta no
dimensionamento das baterias de acumuladores. Para Sistemas Rurais
Domésticos tomam-se de 3 a 5 dias e para Sistemas de Comunicações Remotos
de 7 a 10 dias de autonomia.
P = (Wh) = P (carga) x horas x dias

76 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

10.2 Cálculo do Consumo de Energia

Veja a seguir uma folha de cálculo para determinar os watts/hora (Wh/dia) e


Ampéres/hora diários (Ah/dia) de todas as cargas de corrente contínua e alternada que
se pretendam alimentar.

CÁLCULO DO CONSUME DE ENERGIA

Seleccionar o painel a montar, por ex. de 40 – 75 – 140 Wp.

As características da corrente indicada pelo fabricante são, por exemplo:

Painel de 40 Wp a corrente nominal é de 2,32 Ah


Painel de 75 Wp a corrente nominal é de 4,4 Ah
Painel de 150 Wp a corrente nominal é de 7,7 Ah

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

A fórmula para o cálculo do número de painéis a aplicar é:

N˚PV = Aht ÷ InPV

Onde:

Nº PV = Número de painéis a aplicar


Aht = Corrente total requerida em Ampére/hora
InPV = Corrente nominal do painel a aplicar.

10.3 Exercícios de Aplicação

Exercício Nº 1:
Supondo que iremos aplicar painéis de 40 Wp. Observando as características deste
painel vemos que a corrente nominal que debita é de 2,32 Ah. Então teremos:

Nº PV = Aht ÷ InPV
Nº PV = 6,13 ÷ 2,32
Nº PV = 2,64 ~ 3
Nº PV = 3 painéis de 40 Wp para sustentar uma potência diária de 204 Wp.

Exercício Nº 2:
Supondo que o painel a aplicar é de 140 Wp, então quantos painéis devemos aplicar?
Observando as características dadas pelo fabricante deste painel, veremos que debita
uma corrente nominal de 7,7 Ah.

Nº PV = Aht ÷ InPV
Nº PV = 6,13 Ah ÷ 7,7 Ah
Nº PV = 0,79 Ah ~ 1
Nº PV = 1

Obs: Como vê, não existe 0,79 décimos de painel, assim, teremos obviamente que
aplicar 1 painel de 140 Wh para alimentar 204 Wh de energia. É importante
seleccionar painéis cuja potência se aproxime ao dimensionado. Nota que para além
do tipo de painel, (mono ou poli cristalino ou ainda amorfos) outro factor que
determina o seu custo é a sua potência.

Exercício Nº 3
Agora observa este exemplo: Se o painel a aplicar é de 75 Wp e sabendo que este
painel apresenta como característica técnica uma corrente nominal de 4,4 Ah

Calculando:
Nº PV = Aht ÷ InPV
Nº PV = 6,13 Ah ÷ 4,4 Ah
Nº PV = 1,39 ~ 2 painéis.

78 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Obs: Veja este caso em que precisamos de 1 e 39 décimos de painel, assim teremos
necessariamente que aplicar 2 painéis.

IMPORTANTE!
O cálculo até aqui feito foi para fornecer energia apenas para algumas horas por dia.
Se um dia estiver sem sol, no dia seguinte não teremos energia. Portanto, devemos ter
em conta os dias em que não teremos sol e consequentemente a respectiva
acumulação de cargas durante esses dias.

Tomemos como exemplo os dados da TABELA 1 e inserimos mais uma coluna com os
dias em que pretendemos que os aparelhos funcionem (dias sem carregamento por
ausência do sol) TABELA 2.

Como vê, ao aumentarmos uma tabela com os dias de uso, aumentamos as


necessidades de energia para esses dias. Isto é, as cargas de 12 W na tabela poderão
funcionar durante aquelas horas que foram estabelecidas (1 e 2 horas) durante 7 dias
enquanto as cargas 6 W poderão funcionar 3 dias sem carregamento.

Tomemos como exemplo as tabelas anteriores (TABELA 1 e TABELA 2) Cargas em


corrente continua (CC) e alternada (CA).

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Exercício Nº 4
Supondo que o painel que pretendemos usar é de 75 Wp e a sua corrente nominal é
4,4 Ah. Teremos:

TABELA 1 (com apenas horas de uso) TABELA 2 (com horas e dias de uso)
Nº PV = Aht ÷ InPV Nº PV = Aht ÷ InPV
Nº PV = 6,13 Ah ÷ 4,4 Nº PV = 32,89 ÷ 4,4
Nº PV = 1,39 ~ 2 painéis Nº PV = 7,48 ~ 8 painéis

Como vê neste exemplo, o aumento de dias de autonomia, aumenta


substancialmente o número de painéis necessários para debitar energia de reserva,
consequentemente o aumento do custo de aquisição e instalação.

10.4 Cálculo do Número de Painéis Necessários

A capacidade do banco de baterias é obtida com a fórmula:

Cap. = 1, 66 x Ahtot x Aut

Ah tot. = Aht ÷ 12 V

Em que:

1: 1,66: é o factor de correcção da bateria de acumuladores que leva em conta a


profundidade de descarga admitida, o envelhecimento e um factor de
temperatura.
2. Ahtot: Valor total de energia a ser acumulada na instalação em Ah/dia. Isto
obtém-se dividindo os Ah/dia totais que surgem da folha de
dimensionamento pela tensão do sistema
3. Aut: Dias de uso.

Exercício Nº 5
No exemplo adoptado na TABELA 2, a corrente total requerida é de 32,89 Ah. Então a
capacidade da bateria de acumuladores deverá ser:

Cap. Bat. = 1, 66 x Ah tot x Aut


Cap. Bat. = 1, 66 x 32, 89 x 5 dias
Cap. Bat. = 272,9 Ah

80 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

10.5 Cálculo de Número de Baterias Necessários

Supondo que as baterias que iremos aplicar são de 50 Ah de corrente. Quantas


baterias iremos aplicar?

Exercício Nº 6
Nº Bat. = 272,9 Ah ÷ 50 Ah
Nº Bat. = 5,4 ~ 6 Baterias de 50 Ah

Como vê, teríamos que aplicar 6 baterias de 50 Ah.

No entanto, se aplicarmos baterias de 100 Ah, teremos:

Nº Bat = Cap. Bat ÷ Corr. Da Bat.


Nº Bat = 272,9 Ah ÷ 100 Ah
Nº Bat = 2,729 ~ 3 Baterias de 100 Ah

Assim, serão aplicadas 3 baterias de 100 Ah, ocupando deste modo pouco espaço e
poupando materiais como cabos de ligação, olhais, etc.

10.6 Cálculo do Inversor a Utilizar

P inv. = Wh/dias x 10%

Onde:
Pinv: Potência do Inversor
Wh/dia: Consumo total de energia requerida
10%: Incremento necessário devido o perdas do inversor (consumo de
funcionamento)

Exercício Nº 7
Cálculo com base na TABELA 2 em corrente alternada (CA)

Wh/dia = 966 Wh
10% é a margem de segurança
Pinv = 966 Wh x 10%
Pinv = 1062,6 Wh

Obs: 1062,6 Wh é a potência do INVERSOR para sustentar 966 Wh, isto é, se


subtraímos 1062,6 Wh por 966 Wh obteremos as perdas do inversor, que neste caso
será de 96,6 Wh o que equivale a 10%.

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10.7 Cálculo do Regulador a Utilizar

O cálculo do REGULADOR para um sistema fotovoltaico é feito multiplicando o


número dos painéis a aplicar no sistema pela corrente nominal do painel:

IReg = N˚PV x InPV

Onde:
IReg: é a corrente do Regulador
Nº PV: é o número de painéis a aplicar no sistema
InPV: é a corrente nominal do painel, fornecida pelo fabricante.

Exercício Nº 8
Cálculo: Tomemos como exemplo o exercício 5 (com horas e dias de autonomia).
TABELA 2: O número de painéis requeridos é 8 PV de 75 Wh cada. Sendo a corrente
nominal de cada painel de 4,4 Ah teremos:

Ireg = Nº PV x InPV
Nº PV = 8
InPV = 4,4 A
Ireg = 8 x 4,4 A
Ireg = 35,2 ~ 40 Amp
40 Ampere é a corrente que o REGULADOR deverá suportar

Exercício Nº 9

Tomemos como exemplo os painéis de 140 Wp em que a sua corrente nominal é de


7,7 Amp. Supondo que o número de painéis requeridos é de 4, calcule a corrente do
regulador.

Nº PV =4
In PV = 7,7 Amp
Ireg = 4 x 7,7
Ireg = 30,8 Amp ~ 31 Amp.

NOTA:
Sempre que quisermos calcular a corrente que um regulador deverá manejar, deve-
se multiplicar o número de painéis a instalar pela corrente nominal do painel. O valor
encontrado dever-se-á aproximar por excesso ao valor da corrente em que o
regulador é fornecido no mercado.

82 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

10.8 Dimensionamento de Cabos e Condutores

Os cabos cujo percurso está principalmente em zonas de intempérie, deverão ser


adequados a essa condição. Nestes casos recomenda-se utilizar o cabo FVV –
designação europeia Ao5VV-F.

O cabo tipo H07RN-F (norma NP-2357) corresponde á figura seguinte.

Trata-se de um cabo flexível, impróprio para intempérie, a ser instalado num tubo de
PVC que lhe servirá de protecção mecânica. O seu nível de isolamento é de 500 Volts.

Para instalar condutores no interior de uma habitação ou de um edifício utiliza-se cabo


de cobre com isolamento de PVC anti-chama conforme a norma NP-2356. Este cabo,
inadequado para instalações ao ar livre, deve ser montado dentro de tubos PVC com
16, 20, ou 25 mm de diâmetro. O seu nível de isolamento é de 1000 Volts. O desenho
abaixo mostra um corte do mesmo.

A fim de assegurar o funcionamento adequado das cargas (lâmpadas, TV, equipamento


s de transmissão, etc.) não deverá haver mais de 5% de queda de tensão tanto entre
os módulos e as baterias como entre as baterias e o centro das cargas.

O processo de selecção de cabo fica mais simplificado se utilizar a tabela abaixo, que
indica a secção de cabo adequada a utilizar para uma queda de tensão de 5% em
sistemas de 12 Volts.

Distância máxima, em metros, para uma queda de tensão de 5% em


sistemas de 12 Volt

Na coluna à esquerda escolhe-se a corrente pretendida. Nessa mesma linha procura-se


a distância que o referido troço de cabo percorrerá e lê-se na parte superior da
respectiva coluna a secção de cabo correspondente.

Se a instalação for de 24, 36 ou 48 V CC, proceder-se-á da mesma forma, mas nesse


caso dever-se-á dividir a secção obtida por 2, 3 ou 4 respectivamente.

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FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Se o valor que resultar desta divisão não coincidir com um valor normalizado de
secção, dever-se-á adoptar a secção imediatamente superior.

Nota final:
Depois de concluído os trabalhos de uma instalação eléctrica fotovoltaica, é
absolutamente necessário que o local fique bem limpo, o cliente na posse de toda a
documentação do equipamento instalado, e todos os materiais (lixo) resultantes dessa
instalação, sejam removidos do local.

84 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

11 EXERCÍCIOS E AVALIAÇÕES FORMATIVAS

11.1 Avaliação Formativa Nº 1

Quando um sistema fotovoltaico é usado para converter radiação solar em energia eléctrica
é necessário com um sistema completo, não apenas o módulo solar.

1. Quais são os componentes necessários para a execução de uma instalação


fotovoltaica?
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………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

2. Os factores que afectam as características eléctricas de um módulo fotovoltaica?


……………………......................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................

3. Descreva o principio de funcionamento da fig. abaixo.

4. Quais são os tipos de uso de energia solar que conhece? Justifique.


………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

5. Quais são as vantagens e desvantagens de energia solar


………………………………………………………………………………………………………………………………………
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Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 85


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

6. Que tipo de painéis solares conhece e descreva a aplicação de cada um deles.


……………………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………………………………………

7. O sistema fotovoltaico funciona com corrente contínua (CC). A maneira mais fácil de
ligar um consumidor de energia (iluminação e outros aparelhos eléctricos), é quando
usam-se cargas CC.

a) Como se chama o dispositivo que faz com que a corrente chegue ao consumidor
em CC? Justifique.
………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………

b) Faça um esquema simples a demonstrar a ligação do dispositivo a cima.


………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………

8. Que tipo de ligação pode ser efectuada num sistema fotovoltaica? Podem ser usados
painéis de potências diferentes? Justifique
……………………………………………………………………………………………………………………………………
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……………………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………………………………………

86 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

11.2 Avaliação Formativa Nº 2

1. A bateria de acumuladores é uma fonte de electricidade. A função prioritária das


baterias num sistema Solar é acumular a energia que se produz durante as horas de
luminosidade do sol a fim de poder ser utilizada à noite ou durante períodos
prolongados de mau tempo com chuva ou céu nublado.

a) Quais são os tipos de ligações das baterias?


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………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

b) Que tipo de ligação representa a figura das baterias abaixo?

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………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

2. Como é feita a testagem das baterias?


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………………………………………………………………………………………………………………………………………
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3. O que é um regulador de carga?


………………………………………………………………………………………………………………………………………
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Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 87


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

4. Quais são as situações em que um sistema solar fotovoltaica com bateria recarregáveis
necessita que as mesmas sejam protegidas?
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5. Qual é a função de inversor num sistema fotovoltaica?


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………………………………………………………………………………………………………………………………………
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………………………………………………………………………………………………………………………………………

6. Qual é a diferença entre lâmpadas LED e lâmpadas fluorescentes?


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88 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

11.3 Avaliação Formativa Nº 3

1. Tanto o fio condutor como o cabo condutor eléctrico, são utilizados para transportar a
energia eléctrica (corrente eléctrica) de um ponto para outro ponto de um aparelho ou
de um circuito.

a) O que é secção de um condutor eléctrico? Diferencie os condutores unifilares e


multifilares.
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………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

b) Que cores dos cabos e condutores são usados em instalações fotovoltaicas?


………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

2. Descreve a aplicação de diferentes cabos eléctricos e de diferentes secções usando


tabela de cabos.
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………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

3. Instrumentos de medição e teste

a) Explique de forma resumida a diferença entre os diferentes instrumentos da figura


abaixo?
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Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 89


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

4. Quais são os passos a seguir para efectuar testes num circuito?


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………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

5. Durante a realização dos testes em baterias podem ocorrer acidentes, sabe se algumas
baterias contêm ácido sulfúrico que pode ser derramado por ruptura do vaso ou
incorrecto manuseamento.

a) Quais são as precauções em caso desse tipo de acidente?


............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................

b) No caso de ingerir o acido porque não se pode provocar vómitos?


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………………………………………………………………………………………………………………………………………
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90 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

11.4 Avaliação Formativa Nº 4

1. Dimensionamento de um sistema fotovoltaica:

a) Descreva os passos necessários para o dimensionamento de um sistema fotovoltaico.


………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

2. O Sr. Fulano sempre sonhou em colocar painéis solares em sua residência tipo 3 com
um quintal de 30 x 30 metros.

a) Quantos painéis de 45 Wp são necessários sabendo que a corrente nominal segundo o


fabricante é de 3 Ah?
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

3. Usando a tabela de dimensionamento de cabos e condutores resolva os seguintes


exercícios.

a) Qual a secção do cabo a utilizar, se a corrente máxima do circuito for de 7 Amperes, a


distância do circuito for de 13 metros, sendo a tensão do circuito de 12 Volts.
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

b) Qual seria a secção do cabo se a tensão do circuito fosse de 24 Volts?


………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………

c) Qual seria a secção caso a tensão fosse de 36 Volts?


………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………………………………………...

d) Faça agora o cálculo para uma tensão de 48 Volts.


………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………………........

Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica | 91


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

92 |Seleccionar os componentes necessários para executar trabalho de instalação fotovoltaica


INEFP, GIZ & RIO TINTO FORMAÇÃO PROFISSIONAL – ELECTRICISTA
INSTALADOR

Formação Profissional
Electricista Instalador - Nível 2

Secção 4.4

Executar o Trabalho de Ligação dos Componentes


de Acordo com os Diagramas Fornecidos e
Instruções do Supervisor

93
Manutenção Industrial - Formação Profissional INEFP – Manuais – Electricista Instalador
FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

94 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1 LIGAÇÕES EM SÉRIE E EM PARALELO

1.1 Módulos Solares Ligados em Paralelo

Quando se ligam módulos solares em paralelo, soma-se a capacidade de corrente de


cada módulo e mantém-se a mesma tensão.

A figura em seguida mostre dois módulos solares ligados em paralelo. Cada módulo tem
a tensão de 12 Volt e cada módulo tem uma capacidade de corrente de 7 Amperes. O
circuito tem a tensão de 12 Volt e uma capacidade de 14 Amperes.

Dois módulos solares ligados em paralelo.

1.2 Módulos Solares Ligados em Série

Quando se ligam módulos solares em série, soma-se a tensão de cada módulo e


mantém-se a mesma capacidade de corrente.

A figura em seguida mostre dois módulos solares ligados em série. Cada módulo tem a
tensão de 12 Volt e cada módulo tem uma capacidade de corrente de 7 Amperes. O
circuito tem a tensão de 24 Volt e uma capacidade de 7 Amperes.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 95


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Dois módulos solares ligados em série.

1.3 Módulos Solares Ligados para Formar um Painel Solar

Quando se ligam mais módulos solares forma-se um painel solar. A figura em seguida
mostre uma ligação em paralelo de quatro módulos solares.

Se os módulos são de 12 Volt e 5 Amperes cada, o painel solar terá uma capacidade de
20 Amperes com a tensão de 12 Volt. Sendo assim o painel solar tem a potência máxima
de 240 Watt.

Quatro módulos solares ligados em paralelo, formando um painel solar.

96 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1.4 Baterias Ligadas em Paralelo

Quando se ligam baterias em paralelo, soma-se a corrente e mantém-se a mesma


tensão.

O circuito da figura em seguida tem duas baterias de 12 V e 100 Ah cada, ligadas em


paralelo.

A tensão do circuito fica 12 V, e as baterias podem fornecer até 200 Ah.

Baterias ligadas em paralelo.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 97


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1.5 Baterias Ligadas em Série

Quando se ligam baterias em série, soma-se a tensão de cada bateria e mantém-se a


mesma capacidade em ampere horas (Ah).

O circuito da figura em seguida tem duas baterias de 12 V e 100 Ah cada, ligadas em


série.

A tensão do circuito fica 24 V, e as baterias podem fornecer até 100 Ah.

Baterias ligadas em série.

98 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1.6 Exercício Nº 1

1 Desenhe a ligação em paralelo dos quatro módulos solares, e indique a tensão


nos terminais de saída.

Os quatro módulos são iguais e têm as características seguintes:

Tensão nominal 12 V
Intensidade máxima 3,5 A.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 99


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2 Desenhe a ligação em série dos dois módulos solares, e indique a tensão nos
terminais de saída.

Os dois módulos são iguais e têm as características seguintes:

Tensão nominal 12 V
Intensidade máxima 3,5 A.

100 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

TRABALHO PRÁTICO
3 Prepare material e ferramenta para ligar dois módulos solares em paralelo.

➢ Ligue os dois módulos em paralelo.

➢ Identifique a tensão nominal nos terminais de saída.

4 Prepare material e ferramenta para ligar dois módulos solares em série.

➢ Ligue os dois módulos em série.

➢ Identifique a tensão nominal nos terminais de saída.

1.7 Exercício Nº 2

1 Desenhe a ligação das duas baterias para uma tensão nas terminais de saída de
12 V.

➢ Qual é a capacidade total das baterias?

➢ Qual é a denominação da ligação das baterias?

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 101


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2 Desenhe a ligação das duas baterias para uma tensão nas terminais de saída de
24 V.

➢ Qual é a capacidade total das baterias?

➢ Qual é a denominação da ligação das baterias?

TRABALHO PRÁTICO

3 Prepare material e ferramenta para ligar duas baterias em paralelo.

➢ Ligue as duas baterias em paralelo.

➢ Identifique a tensão nominal nos terminais de saída.

➢ Identifique a capacidade total das baterias em Ah.

4 Prepare material e ferramenta para ligar duas baterias em série.

➢ Ligue as duas baterias em série.

➢ Identifique a tensão nominal nos terminais de saída.

➢ Identifique a capacidade total das baterias em Ah.

102 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

1.8 Exercício Nº 3

TRABALHO PRÁTICO

1 Verifique tensão e polaridade num circuito de CC, com verificador de tensão.

2 Prepare um multímetro para medição de tensão num circuito CC com a


tensão nominal de 12 V.

3 Prepare um multímetro para medição de tensão num circuito CC com a


tensão nominal de 24 V.

4 Realize três medições diferentes de tensão num circuito CC com a tensão


nominal de 12 V, utilizando um multímetro. Anote e apresente os resultados
das medições.

5 Prepare um multímetro para medição de intensidade num circuito CC com a


tensão nominal de 12 V.

6 Realize três medições diferentes de intensidade num circuito CC com a tensão


nominal de 12 V, utilizando um multímetro. Anote e apresente os resultados
das medições.

7 Prepare um multímetro para medição de resistência na faixa de 200-2000


Ohm.

8 Realize medições de resistência em três lâmpadas diferentes destinadas


para sistemas fotovoltaicos.

9 Prepare um multímetro para verificação de continuidade.

10 Verifique a continuidade em cablagem de um circuito de CC para sistemas


fotovoltaicos.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 103


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2 CIRCUITOS COM MÓDULOS SOLARES, REGULADORES E BATERIAS

2.1 Informação Geral Sobre Instalação de Sistemas Fotovoltaicos

A instalação de módulos solares exige conhecimento de electricidade e procedimentos


para sua aplicação. Os módulos FV geram electricidade uma vez expostos a qualquer
fonte de luz.

A voltagem de um único módulo não é considerada potencialmente perigosa, mas as


ligações em série ou em paralelo de vários módulos, a voltagem e a corrente são
adicionados. Portanto, para instalações com potência acima de 100 watt é
recomendável que sejam feitas por pessoal qualificado e profissionalmente certificado
de conhecimento em instalações eléctricas. O contacto com partes electrificadas pode
causar curto-circuito, incêndios, danificação do equipamento ou choques letais.

Danos podem resultar na instalação, causados pela inexperiência do instalador. O


utilizador e/ou instalador assume qualquer responsabilidade sem limitações por
quaisquer danos ou injúrias que possam ocorrer na instalação de sistema.

2.2 Resumo dos Cuidados a Ter Durante a Instalação

➢ Os painéis solares geram potência DC uma vez expostos a luz. Cubra-os com
plástico preto ou outra material que não permite a penetração de luz, e mantém
os cobertos ao executar instalação ou manutenção.
➢ Use equipamento protector ao manejar partes eléctricas.
➢ Use ferramentas isoladas.
➢ Devido ao risco de faíscas, não instale o sistema perto de materiais inflamáveis
nem gáses.
➢ Trabalhe sempre com ferramentas e equipamentos secos e limpos.
➢ Nunca deixa o painel solar solto ou fixo de forma insegura. Se o painel vai bater ou
cair pode quebrar o vidro protector e seu uso fica comprometido. O vidro
quebrado não permite a manutenção e o painel deve ser trocado.
➢ Mantém as baterias desligadas ao instalar ou manter o sistema.
➢ Siga as instruções e recomendações do equipamento constituinte do sistema
rigorosamente. Não retire etiquetas com informações das características dos
produtos nem cuidados/perigos.
➢ Não pinte nem aplique nenhum adesivo no painel solar.
➢ É recomendável que os painéis sejam somente desembrulhados no momento da
sua instalação. Evite a queda ou choques mecânicos dos painéis.
➢ Não use painéis solares de diferentes características no mesmo sistema.

2.3 Resumo da Instalação dos Módulos Solares

➢ Os painéis devem ser instalados em lugares que tenham maior exposição a luz do
sol durante o dia.
➢ A montagem deve ser em suportes ou em superfícies de preferência metálicas e
fortemente fixas para suportar ventos e tempestades.

104 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

➢ Para Moçambique, a face frontal do painel deve estar orientada para o Norte
geográfico, e sua inclinação deve ser de 18° a 36°.
➢ Um declive abaixo de 18° não é recomendável para não permitir a acumulação de
sujidade.
➢ Os painéis são fornecidos com furos apropriados para a sua fixação.
➢ Não faça novos furos para evitar o enfraquecimento da estrutura ou permitir a
oxidação.
➢ É recomendável deixar um espaço entre a superfície de fixação e o painel para
permitir a circulação de ar.
➢ A Ventilação é importante para manter temperaturas mais baixas e evitar a
condensação de vapor em volta do painel.

2.4 Resumo sobre Fixação e Ligação

A fixação deve obedecer os padrões técnicos para instalações eléctricas. Utilize sempre
secções de fios com diâmetros iguais ou superiores ao recomendado, evitando assim
perdas ou aquecimento que pode causar curto-circuito e incêndios.

➢ Para a ligação das baterias é sempre recomendável o uso de controladores de


carga e descarga.
➢ Use os terminais apropriados para ligações. Evite entrelaçamentos/ emendas de
fios.
➢ Em CC um dos fios será sempre positivo e outro negativo, denominada polaridade.
➢ A inversão destes fios (com excepção de conexões em série) sempre gerará
problemas ou danificação do equipamento.
➢ Use cores diferentes para cada pólo e presta atenção sempre à conexão "+" ou "-
" e a cor dos fios. O positivo é de cor vermelha e o negativo é de cor azul ou de cor
preta.
➢ Os painéis acima de 10 W vêm com caixa de ligação, usada para ligar os fios e
outros painéis.
➢ O acesso ao interior da caixa é feito retirando os parafusos da tampa.
➢ Repare que os módulos maiores têm díodos "bypass" internamente, as vezes
montados na caixa de ligação.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 105


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.5 Desenho de Ligação dos Componentes

Ligação de módulos, baterias e controlador de carga.

106 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.6 Resumo da Manutenção Preventiva

RESUMO DAS TAREFAS DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA

➢ Limpe o topo das baterias com um pano seco.

➢ Desate as ligações das baterias cuidadosamente, limpe as terminais com


uma escova de aço ou com lixa. Volte a ligar os cabos, e cubra com massa
especial para terminais.

➢ Mantenha o nível correcto da solução nas baterias.

➢ Faça a inspecção regular dos cabos, bornes e terminais, e verifique que não
tem degradação ou quebras.

➢ Verifique que todos os parafusos, porcas e ferragens de montagem estão


seguros.

➢ Tome cuidado para que os bichos, sujidade, areia e humidade não estejam
a entrar na caixa das baterias.

➢ Limpe os vidros dos painéis solares com água, sem nenhum detergente,
caso eles estejam cobertos de areia, folhas ou outra sujidade.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 107


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.7 Quadro para Pesquisa de Falhas

FALHA CAUSA PROVÁVEL RECTIFICAÇÃO


Não há potência para Interruptor principal da Ligue o interruptor
consumo instalação está desligado
O dispositivo de baixa Verifique a voltagem. Se estiver
tensão desligou o circuito de baixa, submeta a bateria a
consumo carga, enquanto a carga de
consumo está desligada.

Se a bateria estiver boa, volte a


ligar o controlador, como
descrito na instrução de
montagem.

Não há potência para o O interruptor desligou o Verifique se houve um curto


controlador circuito circuito na instalação do lado do
consumo

Volte a instalar as baterias e os


seus cabos conforme o desenho
da instalação.

Fraco carregamento das Baixo nível de radiação solar Permite que demora mais
baterias tempo, do que normalmente,
para as baterias serem
carregadas completamente.
Sombra no painel Verifique a orientação do
painel. Verifique que não há
nenhuma árvore que faz
sombra sobre o painel.

Sujidade na superfície do Verifique que a superfície do


painel painel esteja limpo. Limpe se for
necessário.
Terminais soltos Verifique o aperto dos
terminais.

Fraco carregamento das O consumo é alto demais Reduza a carga no lado do


baterias consumo.

Não há carregamento As baterias estão carregadas O nível a que o controlador


das baterias cedo de permite começar a carregar a
manhã. bateria ainda não foi atingido.

108 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.8 Exercício Nº 4

TRABALHO PRÁTICO

O formador apresente uma colecção de módulos solares diferentes. Utilizando esta


colecção, por favor de realizar os seguintes exercícios:

1 Seleccione um módulo solar qualquer, e informe o seguinte:

➢ Qual é a potência do módulo solar?

➢ Qual é a tensão máxima em circuito aberto?

➢ Qual é a intensidade máxima?

➢ Qual é a tensão do sistema fotovoltaico para qual o módulo solar serve?

2 Seleccione um outro módulo solar qualquer, e informe o seguinte:

➢ Qual é a potência do módulo solar?

➢ Qual é a tensão máxima em circuito aberto?

➢ Qual é a intensidade máxima?

➢ Qual é a tensão do sistema fotovoltaico para qual o módulo solar serve?

3 No módulo solar seleccionado no número 1, identifique os pormenores


relacionados com a qualidade da fabricação do módulo solar.

4 Seleccione o/os modulo/módulos solar de melhor qualidade.

5 Seleccione os módulos solares que servem para um sistema fotovoltaico de


12 V e identifique os módulos que servem para juntar num painel solar:

➢ Explique e justifique a sua selecção.

➢ Qual é a potência total dos módulos seleccionados para formar um painel?

➢ Qual é a intensidade máxima total dos módulos solares seleccionados?

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 109


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2.9 Instrução de Segurança – Baterias Ácido-Chumbo

ENCHIMENTO DE BATERIAS CARREGADAS SECAS

O ácido é corrosivo e deve ser manuseado com muito cuidado.

Proteja as suas mãos, e olhos e vestuário dos salpicos acidentais.

Use óculos de segurança.

Não fume enquanto manuseia ácido, ou no compartimento em que se localizam as


baterias.

Mantenha ventilação suficiente em redor das baterias.

Se o ácido cair na sua pele lave-a imediatamente com muita água limpa. Se entrar
nos seus olhos lave-os durante muito tempo com água limpa. Caso não se consiga
lavar imediatamente o ácido pode causar danos.

Se o ácido cair no chão, lave-o com água.

Baterias de ácido e chumbo não seladas podem libertar uma pequena quantidade de
hidrogénio, que é um gás explosivo. Evite fumar ou fazer fogo no local onde se
encontra a caixa da bateria!

Evite a proximidade acidental das baterias de objectos metálicos tais como


ferramentas, jóias, etc. As baterias de ácido e chumbo podem gerar grandes
correntes num curto circuito.

Evite o Acidente !

110 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.10 Exercício Nº 5

1 Explique de forma resumida o processo de armazenagem de energia eléctrica


em baterias.

2 Explique o que é electrólito?

3 Explique a constituição de uma bateria ácido chumbo, utilizando o desenho


seguinte:

1:
2:
3:
4:
5:
6:
7:

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 111


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

4 Explique as diferenças principais entre baterias ácido-chumbo e baterias


níquel-cádmio.

5 Uma bateria tem uma capacidade de 100 Ah. Explique o que signifique.

6 Explique o que signifique ciclo de vida de uma bateria?

7 Explique o que signifique auto-descarga de uma bateria.

TRABALHO PRÁTICO
O formador apresente uma colecção de baterias para dispositivos pico-fotovoltaicos
e para sistemas fotovoltaicos. Utilizando esta colecção, por favor de realizar os
seguintes exercícios:

8 Seleccione a bateria que tem a maior capacidade em termos de Ah.

9 Seleccione as baterias que servem para dispositivos pico-fotovoltaicos.

10 Seleccione três baterias diferentes:

➢ Identifique o tipo de cada bateria.

➢ Identifique a voltagem de cada uma das baterias.

➢ Identifique a capacidade em Ah de cada uma das baterias.

11 Seleccione a bateria que tem o mais elevado ciclo de vida.

12 Seleccione a bateria que tem o nível mais baixo de auto-descarga.

112 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.11 Exercício Nº 6

AVISO

Antes de iniciar este exercício cada formando deve ler com muita atenção a instrução de
segurança apresentada na página 112 deste manual.

Cada formando veste óculos de segurança durante todo o exercício, e luvas de borracha
durante a parte do exercício onde se realize trabalhos com as tampas da bateria abertas.

Por motivo de segurança deve sempre ter um balde cheio com água limpa perto do lugar
de trabalho, caso algum ácido entrar em contacto com a sua pele. Lave-a imediatamente
com muita água limpa.

TRABALHO PRÁTICO
1 Realize uma limpeza exterior de uma bateria níquel-cádmio, incluindo os
terminais e bornes da bateria.

2 Realize uma limpeza exterior de uma bateria ácido-chumbo e os seus bornes e


terminais, sem remover as tampas da bateria.

3 Meça a tensão da bateria ácido-chumbo com um multímetro e anote o


resultado da sua medição.

4 Remove as tampas da bateria ácido-chumbo. Meça a densidade do electrólito


em cada célula da bateria ácido-chumbo com um densímetro e anote o
resultado da medição da cada célula.

Explique o significado dos resultados da sua medição da densidade e a sua


medição da tensão realizada no ponto 3.

5 Ajuste o nível do electrólito em cada célula da bateria com água destilada,


utilizando funil e recipiente.

6 Coloque as tampas da bateria, e realize uma limpeza final da parte exterior da


bateria.

7 Explique as vantagens de manutenção preventiva de baterias.

8 Qual é a frequência com qual se deve realizar manutenção preventiva de uma


bateria ácido-chumbo?

9 Qual é a frequência com qual se deve realizar manutenção preventiva de uma


bateria níquel-cádmio?

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 113


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.12 Exercício Nº 7

1 Explique as funções principais de um regulador electrónico de carga para


sistemas fotovoltaicas.

2 Explique porque é que é necessário de montar um regulador de carga num


sistema fotovoltaico.

3 Explique as características principais de um dos reguladores electrónicos de


carga apresentados neste manual de formação.

4 Explique o significado de limitação de amperagem num regulador electrónico


de carga para sistemas fotovoltaicos.

5 Explique como ligar a cablagem do painel solar, bateria e circuito de carga, num
regulador electrónico, utilizando o seguinte desenho:

…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………………………………………….

6 Explique as operações de manutenção preventiva de um regulador electrónico


de carga para sistemas fotovoltaicos.

7 Porque é que não se deve abrir a caixa do regulador electrónico de carga para
sistemas fotovoltaicos.

114 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

2.13 Exercício Nº 8

TRABALHO PRÁTICO

1 Estude o desenho em anexo deste exercício, e descreve a configuração do


sistema.

2 Seleccione quatro módulos solares, duas baterias e um regulador electrónico


adequado para o sistema.

3 Seleccione jogos de cabos adequados para instalar o sistema:

➢ Um jogo de cabos para interligar os módulos solares.


➢ Um jogo de cabos para ligar o painel solar com o regulador.
➢ Um jogo de cabos para ligar as baterias com o regulador.

4 Seleccione os acessórios necessários para realizar a montagem dos


componentes

5 Seleccione as ferramentas necessárias para realizar a montagem do sistema.

6 Identifique cada um dos terminais de ligação no regulador electrónico


seleccionado para o sistema.

7 Realize a montagem em conformidade com o desenho em anexo e em


conformidade com as instruções e recomendações dadas nos capítulos
anteriores deste manual de formação.

8 Ensaie o sistema e efectue medições de intensidade e tensão entre os


componentes de módulos solares, regulador electrónico e as baterias,
utilizando um multímetro. Anote os resultados das medições.

9 Analise os resultados das medições e explique se a instalação funcione


segundo as especificações.

10 Realize uma pesquisa de falhas no sistema montado, utilizando ferramentas,


multímetro e o quadro de pesquisa de falhas apresentado na página 110.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 115


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116 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


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3 CONSUMO DE ENERGIA E CONCEITOS DE ILUMINAÇÃO

3.1 O sistema fotovoltaico funciona com corrente contínua (CC). A maneira mais fácil de
ligar um consumidor de energia (iluminação e outros aparelhos eléctricos), é quando
usam-se cargas CC.

Para poupar energia, as lâmpadas fluorescentes compactas e as lâmpadas de díodos


emissores de luz (LED = light emitting diode) são muito económicas, elas necessitam de
menos energia que as lâmpadas incandescentes tradicionais. Há também possibilidades
de ligar rádios, televisores, refrigeradores e ventoinhas. Alguns destes consumidores
exigem um conversor de CC para CA como computadores portáteis, impressoras,
descodificadores de DSTV e mais.

Quando quer mudar a corrente de CC a CA, terá uma perda elevada no processo de
inversão, até 10-15 %. É importante considerar as perdas durante o dimensionamento
de qualquer sistema fotovoltaico. Mais carga significa mais custos.

Alguns aparelhos eléctricos consomem muita energia. Um sistema fotovoltaico normal


não será suficiente para alimentar alguns consumidores. Por exemplo, um fogão
eléctrico consome aproximadamente 1000 W. Este valor exige uma capacidade muito
grande do sistema fotovoltaico e este será automaticamente muito caro. Outros
aparelhos que também são grandes consumidores são aparelhos de ar condicionado,
geleiras e congeladores grandes, ferros de engomar, e aquecedores de água.

3.2 Poupança de Energia Eléctrica

A energia que sai de um painel solar depende da intensidade do sol, da potência e do


número de painéis solares aplicados, e posteriormente o dinheiro a investir.

O alto consumo de energia eléctrica esgota rapidamente a bateria e o controlador de


carga irá desligar o sistema para proteger a bateria. É importante poupar energia
eléctrica sempre que possível, só assim o investimento será reduzido.

A poupança de energia pode ser alcançada reduzindo as horas que um dispositivo


particular é ligado, ou usando dispositivos de baixa potência.

3.3 Grandezas Fundamentais de Iluminação

Para entender os efeitos da intensidade de iluminação e o consumo de energia eléctrica


de lâmpadas é preciso entender alguns conceitos básicos sobre iluminação e o consumo
de energia das lâmpadas.

Os conceitos básicos são os seguintes:

➢ Fluxo luminoso.
➢ Eficiência luminosa.
➢ Intensidade luminosa.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 117


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

➢ Iluminação.
➢ Luminância.

Em seguida vamos introduzir estes conceitos e para alguns deles vamos ver a aplicação
quando escolhemos lâmpadas para instalações fotovoltaicas.

3.4 Fluxo Luminoso

O fluxo luminoso é medido em lúmen (lm) representado pelo símbolo Ø. O fluxo


luminoso é a quantidade de energia radiante capaz de sensibilizar o olho humano.

Um lúmen é o fluxo luminoso com a intensidade de uma candela em todas as direcções.


É uma unidade padrão no Sistema Internacional de Unidades (SI). Com outras palavras
o fluxo luminoso é a quantidade total de luz emitida a cada segundo por uma fonte
luminosa.

Exemplo: Uma lâmpada incandescente de 100 Watts pode emitir cerca de 1.600
lúmenes de fluxo luminoso por segundo ao ambiente.

EXEMPLOS DE FLUXO LUMINOSO


Tipo de Lâmpada Fluxo Luminoso (lm)
Vela de cera 10
Lâmpada incandescente de 60 W 800
Lâmpada fluorescente compacta de 15 W 900
Lâmpada fluorescente tubular de 36 W 2700

3.5 Eficiência Luminosa

A eficiência luminosa é calculada pela divisão entre o fluxo luminoso emitido em


lúmenes e a potência consumida pela lâmpada em Watts.

A unidade de medida é o lúmen por Watt (lm/W). Uma lâmpada proporciona uma maior
eficiência luminosa quando a energia consumida para gerar um determinado fluxo
luminoso é menor do que da outra.

Exemplo: Uma Lâmpada incandescente de 100 Watts possui um fluxo luminoso de 1600
lúmenes, portanto a sua eficiência luminosa será de 1600/100 = 16 lm/W.

118 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

Exemplo: Uma Lâmpada fluorescente compacta de 15 Watts, possui um fluxo luminoso


de 920 lúmenes, logo sua eficiência luminosa será de 900/15 = 61,3 lm/W.

EXEMPLOS DA EFICIÊNCIA LUMINOSA


Tipo de Lâmpada Eficiência Luminosa (lm/W)
Lâmpada incandescente de 60 W 13,3
Lâmpada fluorescente compacta de 15 W 60
Lâmpada fluorescente tubular de 36 W 75

3.6 Intensidade Luminosa

A intensidade luminosa é definida como a concentração de luz em uma direcção


específica, radiada por segundo, representada pelo símbolo I e a unidade de medida é a
candela (cd).

A intensidade luminosa é o fluxo luminosa emitido numa dada direcção.

3.7 Nível de Iluminação (Iluminância)

O nível de iluminação (iluminância) é a quantidade de luz ou fluxo luminosa que atinge


uma unidade de área de uma superfície por segundo.

A unidade de medida é o lux, representada pelo símbolo E. Um lux equivale a 1 lúmen


por metro quadrado (lm/m2).

EXEMPLOS DO NÍVEL DE ILUMINAÇÃO


Fonte de Iluminação Iluminância (lux)
Meio-dia no verão, céu aberto 100 000
Meio-dia no verão, céu encoberto 20 000
Escritório com lâmpadas 500
Via pública bem iluminada 20 - 40
Noite de lua cheia 0,25
Noite sem lua (apenas estrelas) 0,01

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 119


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

3.8 Luminância

A luminância é a intensidade luminosa (cd) produzida ou reflectida por unidade de área


(m2) de uma superfície numa dada direcção. Ela é representada pelo símbolo L e a
unidade é a candela por metro quadrado (cd/m2).

A luminância produz a sensação de claridade.

A distribuição da luminância no campo de visão das pessoas numa área de trabalho (ou
leitura), proporcionada pelas várias superfícies dentro da área (luminárias, janelas,
tecto, parede, piso e superfície de trabalho), deve ser considerada como
complementação à determinação das iluminâncias (lux) do ambiente, a fim de evitar
ofuscamento.

3.9 Eficiência Luminosa de Vários Tipos de Lâmpadas

Para instalações fotovoltaicas nunca se deve montar lâmpadas incandescentes, uma vez
que a eficiência luminosa é muita baixa.

As lâmpadas que se deve colocar são lâmpadas fluorescentes tubulares, lâmpadas


fluorescentes compactas ou lâmpadas de díodos emissores de luz (LED).

Para alguns dispositivos pico-fotovoltaicos foi possível desenvolver lâmpadas de díodos


emissores de luz com uma eficiência de 120 lm/W.

Algumas lâmpadas para dispositivos pico-fotovoltaicos tem uma eficiência na ordem de


120 lm/w, como por exemplo a lâmpada montada na “Fosera LSHS”.

A figura em seguida mostre uma comparação da eficiência luminosa das lâmpadas


incandescentes, lâmpadas fluorescentes tubulares, lâmpadas fluorescentes compactas
e lâmpadas de díodos emissores de luz (LED).

120 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


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EFICIÊNCIA LUMINOSA DE VÁRIOS TIPOS DE LÂMPADAS


EFICIÊNCIA
TIPO DE LÂMPADA
(lúmenes / Watt)

Lâmpada
incandescente
10-17

Lâmpada
fluorescente 40-100
tubular

Lâmpada
fluorescente 50-70
compacta

Lâmpada de
díodos
emissores de luz
60-120
(LED)

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 121


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4 INSTALAÇÕES E CIRCUITOS CC DE CONSUMO

4.1 Cabos de Instalação

Para assegurar uma operação apropriada das cargas deverá efectuar-se uma selecção
adequada dos condutores e cabos de ligação, tanto daqueles que ligam o painel solar às
baterias, como os que as interligam com as cargas.

Para calcular o dimensionamento correcto dos cabos deve-se utilizar uma fórmula ou
uma tabela (ver a tabela na página 128). Ao mesmo tempo é de recordar que há
limitações da queda de tensão permitida:

QUEDA MÁXIMA DE TENSÃO PERMITIDA


SISTEMAS DE 12 V CC
Entre painéis solares e controlador da carga 3%
Entre baterias e controlador da carga 1%
Entre controlador da carga e os consumidores em CC 5%
Entre controlador da carga e inversor para CA 3%

Na instalação deve-se utilizar condutores com isolamento de cor vermelha para os


condutores positivos, e condutores com isolamento de cor azul (ou alternativamente de
cor preta) para os condutores negativos.

Para instalações onde há exigências de ligação a terra deve-se utilizar condutores com
isolamento das cores amarela/verde para a ligação de terra.

Utilize sempre cabos de boa qualidade e com a secção correcta.

122 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


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4.2 Interruptores, Tomadas e Fichas

Os interruptores, tomadas e fichas devem ser de boa qualidade, assegurando um bom


funcionamento para muitos anos.

As tomadas e as fichas devem obrigatoriamente ser de um tipo onde não é possível


inverter os pólos, quando liga uma ficha a uma tomada.

Fichas, tomadas, interruptores e lâmpadas para circuitos de CC.

4.3 Candeeiros

Os candeeiros devem ser de boa qualidade, e feitos para sistemas de 12 V CC (ou


alternativamente para sistemas de 24 V CC). As lâmpadas devem ser de alta qualidade,
de baixo consumo, assegurando um bom fonte de luz e uma vida útil longa.

Candeeiros para circuitos de CC.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 123


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4.4 Desenho do Circuito de Consumo Nº 1

124 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


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4.5 Desenho do Circuito de Consumo Nº 2

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 125


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4.6 Instrução de Montagem de uma Instalação de Consumo

INSTRUÇÃO DE MONTAGEM
CIRCUITO DE CONSUMO
SISTEMA FOTOVOLTAICO DE 12 V CC
1) Estude e verifique o desenho ou diagrama da instalação.

2) Verifique a lista dos materiais. Os materiais disponíveis devem estar de


acordo com os itens e as quantidades mencionadas na lista dos materiais.

3) Verifique que tem a sua disposição ferramenta e equipamento adequado


para implementar a instalação.

4) Verifique o local da instalação e determina a posição exacta dos candeeiros,


dos interruptores, das tomadas, das caixas de derivação e a portinhola para
fusíveis.

5) Determine as rotas dos cabos eléctricos, observando com rigor as distâncias


máximas permitidas do cabo eléctrico da instalação.

6) Monte as bases dos candeeiros, dos interruptores, das tomadas, das caixas
de derivação e a portinhola para fusíveis, com parafusos.

7) Monte os cabos eléctricos e ligue os cabos nos respectivos terminais,


seguindo as orientações do diagrama da instalação.

8) Verifique a instalação realizada.

9) Coloque os fusíveis.

10) Ligue a instalação a fonte de alimentação de 12 V CC.

11) Meça a voltagem com um multímetro em todos os terminais, e verifique que


a polaridade é correcta.

12) Coloque todas as tampas nos seus próprios lugares dos interruptores, das
tomadas, das caixas de derivação e da portinhola para fusíveis.

13) Coloque todas as lâmpadas nos seus próprios candeeiros.

14) Ensaia a instalação e realize uma verificação final.

126 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


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4.7 Distância Máxima de Cabos de Instalação – Sistemas de 12 V CC

COMPRIMENTOS MÁXIMOS EM METROS PARA CABOS DE COBRE


PARA UMA QUEDA DE TENSÃO MÁXIMA DE 5 %
(CABO DE DOIS CONDUTORES)

Corrente SECÇÃO EM MM²


(A) 1,5 2,5 4 6

1 18 32 51 82

2 9 16 26 40

3 5,5 10,6 17 27

4 4 8,2 12,8 20

5 3 6,5 10,3 16

6 2 5,5 8,5 13,7

7 4,5 7,3 11,6

8 3,9 6,5 10,3

9 3,6 5,8 9,1

10 3,3 5,2 8,2

15 2,1 3,3 5,5

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 127


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4.8 Tarefas de Manutenção do Circuito CC de Consumo

Uma instalação eléctrica de consumo em CC precisa de manutenção preventiva de 3 em


3 meses onde se deve executar as tarefas de limpeza dos candeeiros e das lâmpadas e
inspeccionar a instalação.

MANUTENÇÃO DE CANDEEIROS E LÂMPADAS

Manutenção Preventiva:

➢ Limpeza dos candeeiros e das lâmpadas

Frequência da Manutenção Preventiva:

➢ Limpeza de 3 em 3 meses.

Manutenção Correctiva

➢ Substituição de lâmpadas fundidas


➢ Reparação dos contactos nos candeeiros.

4.9 Pesquisa de Falhas num Circuito CC de Consumo

Para realizar uma pesquisa de falhas num circuito CC de consumo é preciso ter um
multímetro, um verificador de tensão e polaridade, chaves de fenda, chaves estrela,
alicate de bicos e alicate de corte.

Deve-se começar por verificar a tensão na fonte de alimentação, na entrada da


instalação, e em seguida verificar os fusíveis.

Com a ajuda do multímetro deve se identificar a zona ou o componente que não tem
alimentação, ou que estar a originar um curto-circuito. Uma vez encontrada a falha,
deve se executar uma reparação qualificada, substituindo componentes ou secções de
cabo eléctrico.

Lembre-se que apenas pode medir resistência em componentes ou secção de cablagem


em vazio, isto é quando estes estão desligados da fonte de alimentação.

128 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


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4.10 Exercício Nº 9

1 Explique as diferenças principais entre lâmpadas incandescentes,


fluorescentes e lâmpadas de díodos emissores de luz.

2 Explique o que é o fluxo luminoso de uma lâmpada.

3 Explique o que é a eficiência luminosa.

4 Explique o significado da eficiência luminosa, utilizando o quadro


representado na página 123.

5 Qual é o tipo de lâmpada que tem a melhor eficiência luminosa?

6 Qual é o tipo de lâmpada que tem a menor eficiência luminosa?

7 Explique quais são os factores que influenciam o nível de iluminação em


locais diferentes.

TRABALHO PRÁTICO
O formador apresente uma colecção de lâmpadas para dispositivos e sistemas
fotovoltaicos. Utilizando esta colecção, por favor de realizar os seguintes
exercícios:

8 Seleccione a lâmpada que consome menos energia eléctrica e descreve o


tipo da lâmpada seleccionada.

9 Seleccione a lâmpada que tem a melhor eficiência luminosa e descreve o


tipo da lâmpada seleccionada.

10 Seleccione a lâmpada que consome mais energia eléctrica e descreve o tipo


da lâmpada seleccionada.

11 Seleccione a lâmpada que tem a menor eficiência luminosa e descreve o


tipo da lâmpada seleccionada.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 129


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

4.11 Exercício Nº 10

TRABALHO PRÁTICO

1 Estude o desenho de instalação apresentado na página 127, de um circuito


de consumo com 4 lâmpadas e 2 tomadas.

2 Desenhe a instalação dos componentes e da cablagem na contraplacada em


conformidade com o desenho do circuito.

3 Seleccione todos os componentes e cabos eléctricos para realizar a


instalação do circuito na contraplacada indicada. Justifique a sua selecção.

4 Seleccione as ferramentas relevantes para o trabalho da instalação.


Justifique a sua selecção.

5 Realize a montagem do circuito em conformidade com o desenho do


circuito e utilizando como guia a instrução de montagem apresentado na
página 128.

6 Monte fichas em dois aparelhos indicados, para posterior ligação nas duas
tomadas montadas.

7 Verifique a sua instalação, e ligue a instalação a uma fonte de 12 V CC.

8 Ensaie a sua instalação. Meça tensão em vários pontos da instalação.

9 Meça a intensidade absorvido pela cada lâmpada e pelo cada aparelho


ligado nas tomadas.

10 Calcule o consumo total de energia eléctrica da instalação, incluindo os


aparelhos ligados nas tomadas.

130 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

4.12 Exercício Nº 11

TRABALHO PRÁTICO

O formador tem simulado algumas falhas (5) no circuito instalado. É a sua tarefa de
realizar uma pesquisa de falhas e remediar as falhas encontradas.

1 Descreve falha nº 1, e explique como remediou.

2 Descreve falha nº 2, e explique como remediou.

3 Descreve falha nº 3, e explique como remediou.

4 Descreve falha nº 4, e explique como remediou.

5 Descreve falha nº 5, e explique como remediou.

6 Realize manutenção preventiva do circuito e dos seus componentes, e


explique quais são as tarefas de manutenção preventiva e a sua frequência.

4.13 Exercício Nº 12

1 Explique, de forma resumida, a função de um inversor CC/CA

2 Explique as vantagens e desvantagens em utilizar um inversor CC/CA numa


instalação fotovoltaica.

3 Explique a especificação do inversor CC/CA apresentada na página 68 deste


manual.

4 Qual é a potência máxima que pode ligar na saída de 230 V CA.

5 Qual é intensidade que o inversor CC/CA vai absorver na instalação de 12 V


CC, quando a potência está na máxima.

TRABALHO PRÁTICO
6 Instale um inversor no circuito montado.

7 Ligue um aparelho para corrente alternada na saída do inversor, cuja


potência não excede a capacidade máxima do inversor.

8 Meça a intensidade absorvida pelo inversor enquanto está com carga.

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 131


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

132 | Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções


FORMAÇÃO PROFISSIONAL – NÍVEL 2 – ELECTRICIDADE DE INSTALAÇÃO – VOLUME 4

NOTAS

Ligação dos componentes de acordo com diagramas e instruções | 133

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