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ESCOLA SUPERIOR NÁUTICA INFANTE D.

HENRIQUE
DEPARTAMENTO DE MÁQUINAS MARÍTIMAS

Sistemas e Instalações Elétricas


de Navios
Regulamento de Segurança de instalações de
utilização de energia elétrica em navios

Docente: Hugo Marques


Discentes:
Ana Anjos, nº 11033
Duarte Abreu, nº 10483
Nicole Jesus, nº10358

ENIDH – 2021/2022
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DEPARTAMENTO DE MÁQUINAS MARÍTIMAS

Índice
1. Objetivo...............................................................................................................................3
2. Objetivo dos regulamentos................................................................................................3
3. Descrição do Sistema elétrico do navio.............................................................................4
3.1. Sistema principal de fornecimento de energia elétrica............................................4
3.2. Sistema de fornecimento de energia elétrica de emergência...................................5
3.3. Sistema transitório de fornecimento de energia elétrica..........................................5
3.4. Consumidores individuais com uma bateria dedicada para apoio num blackout..5
4. Segurança básica no projeto, operação e manutenção....................................................6
5. Fontes de energia................................................................................................................6
5.1. Principal fonte de energia..........................................................................................6
5.2. Energia elétrica de emergência..................................................................................8
6. Sistema de produção e distribuição de energia................................................................9
6.1. Quadro elétrico de distribuição.................................................................................9
6.2. Sistemas de distribuição.............................................................................................9
6.3. Cabos.........................................................................................................................10
7. Proteção de Sistemas........................................................................................................11
7.1. Proteção de sobrecarga............................................................................................12
7.2. Proteção contra Sobretensão.......................................................................................12
7.3. Proteção de Curto-circuito.......................................................................................13
7.4. Falhas de terra..........................................................................................................14
7.5. Gestão de carga.............................................................................................................14
8. Conclusão..........................................................................................................................15
9. Bibliografia.......................................................................................................................16
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1. Objetivo
Este trabalho tem como objetivo a aquisição de conhecimentos sobre a
regulamentação das instalações elétricas dos navios. Desta forma efetuou-se uma
pesquisa sobre as normas que as sociedades classificadoras e entidades como a SOLAS
impõem no projeto, construção, manutenção e operação dos sistemas elétricos. É de
destacar que as normas de construção dependem de acordo com o tipo de navio, isto é, o
tipo de instalação elétrica, contudo os requisitos relativamente a falhas de
equipamentos, incêndios, risco de electrocução de meios humanos e salvaguarda do
meio ambiente devem também estar previstos.
A segurança, qualidade e conservação das instalações elétricas incide mais nos
regulamento e normas que lhe são aplicáveis do que na sua evolução tecnológica.
Perante a constante alteração técnica e tecnológica dos equipamentos, hábitos de
consumo e necessidades energéticas, a regulamentação enquadrada nesta atividade
necessita de acompanhar estes avanços tecnológicos.
Tendo presente o exposto foi efetuado uma pesquisa abrangente das normas
impostas pelas sociedades classificadoras e entidades que atuam na conceção dos
navios, projeto, manutenção e operação dos sistemas energéticos.

2. Objetivo dos regulamentos


Os requisitos dos regulamentos baseiam-se geralmente nas normas aplicáveis aos
navios, emitidas pela IEC (Comissão Eletrotécnica Internacional).
O objetivo destes regulamentos é alcançar um nível satisfatório de segurança
elétrica nas instalações elétricas marítimas e na operação dos equipamentos elétricos
ligados a estas instalações. Desta forma, os regulamentos contêm requisitos funcionais
para uma operação segura da instalação elétrica de uma embarcação marítima. Por essa
razão os regulamentos aplicam-se a instalações de baixa e alta tensão.
A segurança elétrica inclui os seguintes fatores de segurança associados ao uso da
energia elétrica e dos equipamentos elétricos:
 Proteção contra contato com partes do sistema energizadas;
 Proteção contra arco elétrico/superaquecimento (danos pessoais, perigo de
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incêndio, explosões);
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 Lesão consequente;

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 Proteção contra cargas eletrostáticas;


 Proteção contra processos químicos indesejados causados pela eletricidade
(sistema de corrente impressa);
 Proteção contra efeitos nocivos de campos eletromagnéticos;
 Compatibilidade eletromagnética;
 Construção, instalação e manutenção seguras de equipamentos elétricos;
 Projeto de sistema seguro, construção, uso e manutenção de equipamentos
elétricos marítimos;
 Procedimentos seguros e medidas de segurança para trabalhos em/ou perto
de instalações elétricas marítimas;
 Alimentação fornecida de forma segura;
 Fonte de alimentação de alta qualidade;
 Proteção contra raios;
 Proteção para evitar cortes de energia que causem perigo à vida ou à saúde.

3. Descrição do Sistema elétrico do navio


Um navio é equivalente a uma cidade flutuante, que requer as comodidades básicas
para sustentar a vida a bordo, sendo a principal delas a energia elétrica ou eletricidade.
A energia elétrica é assim uma parte vital da operação de um navio. Sem
eletricidade, os navios não seriam capazes de operar nenhuma das suas máquinas e não
poderiam cumprir seu objetivo principal de navegar de um porto para outro. A
eletricidade a bordo pode ser produzida por intermédio de geradores a diesel ou
geradores de vapor.
Para além da produção, a eletricidade é distribuída a bordo do navio, como tal
precisa de ser fornecida de forma segura e eficiente a todo o navio utilizando-se um
sistema de distribuição de energia.
Os sistemas de distribuição de energia elétrica a bordo dividem-se em diferentes
categorias.

3.1. Sistema principal de fornecimento de energia elétrica


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Deve ser um sistema redundante e funcionalmente independente de qualquer outro


sistema de alimentação elétrica a bordo. Os requisitos para este sistema são abordados
no Capítulo 5.1.
3.2. Sistema de fornecimento de energia elétrica de emergência
Estes funcionam independentemente do sistema principal de distribuição elétrica, e
os requisitos para este sistema são definidos no Capítulo 5.2.
3.3. Sistema transitório de fornecimento de energia elétrica
É visto como um acréscimo ao fornecimento de energia de emergência do sistema.
3.4. Consumidores individuais com uma bateria dedicada para apoio num
blackout
Pode ser considerado como parte do fornecimento de energia de emergência
dependendo da função do equipamento suportado. (ex.: comunicações de emergência ou
painel de alarme de incêndio)
Nestes sistemas de distribuição de energia estão presentes alguns dos diferentes
componentes:
 Gerador de energia: composto por motor principal e alternador
 Quadro de interruptores principal: que é um invólucro metálico que recebe
energia do gerador a diesel e o fornece a diferentes máquinas.
 Barramentos: que atuam como transportador e permitem a transferência de
carga de um ponto a outro. Os disjuntores que atuam como interruptor e em
condições inseguras podem ser acionados para evitar quebras e
acidentes. Fusíveis como dispositivo de segurança para máquinas.
 Fusíveis: dispositivos de segurança para os equipamentos.
 Transformadores: para aumentar ou diminuir a tensão. Quando a
alimentação deve ser fornecida ao sistema de iluminação, um transformador
redutor é usado no sistema de distribuição.

A tensão no sistema elétrico do navio é normalmente 440V, no entanto existem


algumas instalações de grandes dimensões cuja tensão é de 6 600V.
A energia nos navios é fornecida através de disjuntores para grandes máquinas
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auxiliares em alta tensão. Para alimentação menor, são usados fusíveis e disjuntores.
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O sistema de distribuição de energia a bordo é composto por três fios e um neutro,


que pode ser isolado ou aterrado. O sistema isolado é preterido em comparação com o
sistema aterrado, pois durante uma falha de aterramento, pode dar origem a uma perda
de máquinas essenciais, como a máquina do leme.
Daqui podemos concluir que os sistemas elétricos são essenciais para a segurança no
transporte marítimo, e por essa razão que todos os sistemas elétricos e seus
componentes exigem aprovação de acordo com as Convenções e Regulamentações
nacionais e internacionais.

4. Segurança básica no projeto, operação e manutenção


O conceito de segurança elétrica envolve uma avaliação total de todos os aspetos da
instalação à medida que ela é usada para garantir que a instalação seja adequada ao uso
a que se destina. Desta forma o projeto do sistema inclui as medidas de proteção
necessárias e efetua uma avaliação dos riscos associados à instalação. A avaliação de
risco deve depender em grande parte da complexidade da instalação e os riscos
esperados, sendo que as instalações que necessitam de uma avaliação de risco em
especial são: [3]
 Navios de passageiros;
 Navios-tanques;
 Unidades móveis offshore;
 Atmosferas explosivas;
 Sistemas elétricos de propulsão;
 Instalações de elevadores;
 Instalações elétricas em espaços onde estarão localizados equipamentos
electro médicos;
 Instalações de alta tensão.

5. Fontes de energia
5.1.Principal fonte de energia
A principal fonte de energia elétrica, segundo aos requerimentos da SOLAS,
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Capítulo II, Regulamentos 40 e 41 [1] deve ter capacidade suficiente para:

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 suprimir todos os serviços elétricos necessários à manutenção do navio em


condições normais de operação e habitabilidade, sem recurso à fonte de
energia elétrica de emergência;
 garantir que os serviços elétricos essências à segurança sejam assegurados
em diversas condições de emergência;
 garantir a segurança dos passageiros e tripulantes contra riscos elétricos.
Esta fonte principal de energia elétrica deve ser constituída por, pelo menos, dois
grupos de geradores, mas um dos grupos dever ser capaz de providenciar à instalação a
potência necessária para garantir as condições normais de operação de propulsão,
segurança e condições mínimas de conforto de habitabilidade. Contudo, existem
medidas para prevenir a sobrecarga dos mesmos, através do arranque e sincronismo
automático do grupo em stand-by.
Segundo o Regulamento 41, Secção 1.4 da SOLAS, a instalação elétrica deve ser
capaz de providenciar os serviços elétricos necessários ao arranque da máquina
principal propulsora e todos os equipamentos auxiliares, a partir de uma situação de
dead ship.
Relativamente aos geradores e sistemas de geradores que tenham a maquinaria de
propulsão como governo principal, mas que não fazem parte da principal fonte de
energia a bordo, podem ser usados enquanto o navio está a navegar para fornecer
energia necessária ao normal funcionamento de operação e condições de habitabilidade.
Estes equipamentos devem ter sistemas de proteção para que a variação da frequência
não exceda as variações permitidas. No caso de haver controlo remoto dos
equipamentos de propulsão, os seus arranjos devem assegurar que os equipamentos
essenciais não tenham falta de energia durante a situação de manobras por forma a não
causar situações de black-out.
Quando a energia elétrica puder ser assegurada normalmente por um gerador, devem
ser instalados dispositivos adequados de limitação da carga, que garantam a integridade
do fornecimento de energia elétrica aos serviços necessários à propulsão e ao governo,
bem como à segurança do navio. Para os casos de avaria do gerador em funcionamento,
devem ser tomadas as disposições adequadas para o arranque automático e a ligação
automática ao quadro de distribuição principal de um gerador de stand-by com
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capacidade suficiente para possibilitar a propulsão e o governo do navio e garantir a sua


segurança, com arranque automático dos auxiliares essenciais incluindo, se necessário,
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operações sequenciadas. Se a energia elétrica for normalmente fornecida por mais do


que um gerador a funcionar simultaneamente em paralelo, devem ser tomadas as
disposições necessárias, por exemplo por meio da limitação de carga, para garantir que,
em caso de avaria de um desses grupos geradores, os restantes se mantenham em
funcionamento sem sobrecarga, de modo a possibilitar a propulsão e o governo do navio
e a garantir a sua segurança. Quando forem exigidas máquinas de reserva para outras
máquinas auxiliares essenciais à propulsão, devem ser instalados dispositivos de
comutação automática.
5.2.Energia elétrica de emergência
Os geradores, baterias, transformadores, quadros de distribuição, e tudo o que
compõe a fonte de energia de emergência devem ser posicionados de acordo as
seguintes condições:
 Localizado acima do convés contínuo superior;
 Facilmente acessível a partir do convés aberto;
 Localizado atrás da antepara de colisão ou sua extensão acima do convés da
antepara quando instalada acima desse convés;
 Dispostos de modo que um incêndio ou outro acidente nos compartimentos
que contenham a principal fonte de energia elétrica energia não interferirá no
fornecimento, controlo e distribuição da energia elétrica de emergência;
Em todos os navios, a fonte de energia elétrica de emergência deve ser capaz
fornecer simultaneamente os seguintes serviços, por um período de 36 horas ou por um
período mais curto (não inferior a 12 horas). Os serviços são:
 Luzes de emergência em todo o navio;
 Luzes de navegação e todos os meios de comunicação exigidos pelos
regulamentos de navegação;
 Sistema de deteção e de combate incêndio, assim como a comunicação
interna necessária num caso de emergência;
 Bombas de emergência e equipamentos associados. [4] e [5]
Todos os consumidores que suportam funções necessárias para estarem disponíveis
em funcionamento normal devem ser fornecidos a partir de sistemas de distribuição
independentes do sistema de fornecimento de energia elétrica de emergência. As
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isenções são feitas para consumidores para os quais os requisitos obrigatórios permitem

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apenas a energia de emergência e para um de consumidores redundantes necessários


para a recuperação de dead ship.
Todos os consumidores que devem estar disponíveis em operações de emergência
devem ser abastecidos a partir da distribuição sistemas independentes do sistema
principal de fornecimento de energia elétrica. Os consumidores que necessitem de
alimentação tanto principal como de emergência devem ser abastecidos conforme
exigido pelas regras aplicáveis a estes consumidores. O fornecimento primário deve ser
proveniente do sistema principal.

6. Sistema de produção e distribuição de energia


6.1.Quadro elétrico de distribuição
Os quadros de distribuição principal e de emergência devem ser dispostos de modo
a facilitar o acesso ser necessário aos aparelhos e equipamentos, sem perigo para os
utilizadores. As laterais e as costas e, se necessário, as frentes dos quadros, devem ser
devidamente protegidas. As partes expostas "vivas" com tensões à terra que excedem
uma tensão a ser especificada pela administração não deve ser instalada na frente de tais
quadros de distribuição, e estes devem ter tapetes não condutores ou grades, a frente e
atrás.

6.2.Sistemas de distribuição
O sistema de distribuição utilizado para toda ou parte da instalação, é munido com
medidas de segurança exigidas por forma a proteger o sistema de distribuição de:
 Fluxo de corrente perigoso,
 Superaquecimento que pode levar a queimaduras, incêndio, risco de
explosão ou outros efeitos nocivos,
 Cortes de energia que podem colocar em risco a vida, a saúde e a
propriedade,
 Efeitos nocivos sobre outras partes da instalação ou equipamento na
instalação ou equipamento conectado a ela.
O sistema de distribuição deve ser adequado à sua finalidade. Em nenhum dos
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sistemas de tensão, é permitido o uso de sistema de retorno de casco ou estrutura


metálica.
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Para que a instalação seja segura, os sistemas de distribuição devem estar equipados
com medidas de proteção adequadas às características de cada sistema individual. Em
sistemas de distribuição onde o ponto neutro é aterrado diretamente, o sistema deve
estar provido de dispositivos de monitorização de falhas de isolamento à terra, como por
exemplo disjuntor de fuga à terra, para circuitos energia, de iluminação e aquecimento.
Estes sistemas monitorizam continuamente o isolamento e acionam um alarme na sala
de controlo caso haja falhas no isolamento.
Nenhum fusível, chave ligada ou disjuntor não ligado deve ser inserido num
condutor ligado à terra. Qualquer interruptor ou disjuntor instalado deve operar
simultaneamente no condutor ligado à terra e nos condutores isolados. Esses requisitos
não impedem que o fornecimento (para fins de teste) de uma ligação de isolamento seja
usado somente quando os outros condutores estiverem isolados. Em sistemas de alta
tensão, onde os sistemas com neutro ligado à terra no gerador e distribuição primária é
usado, este deve ser feito através de uma impedância para limitar a corrente total à terra
a uma magnitude que não exceda a da corrente de curto-circuito trifásica, para os quais
os geradores são projetados O neutro dos geradores pode ser utilizado em comum, desde
que a terceira harmónica em onda de tensão de cada gerador não exceda 5%
Existem disposições, como é o caso da NEK 400, que dizem respeito à construção
técnica de sistemas de distribuição permitidos, incluindo o dimensionamento do
condutor neutro.
O sistema de aterramento deve ser adequado ao sistema de distribuição adotado para
todos ou partes da instalação por forma a evitar os perigos já enunciados no 6.2. Para a
construção dos sistemas de aterramento estás são baseadas em diretrizes.
A bordo de embarcações onde o casco é feito de material isolante e a tensão do
sistema superior a 50 V, o sistema de aterramento da instalação deve ser conectado com
revestimento de cobre em menos 0,2 m 2 na área. O revestimento de cobre deve ser
fixado de forma que fique submerso em todas as condições.
Esta disposição também significa que os componentes aterrados da instalação não
devem formar uma conexão em série funcionando como condutor de proteção.
Uma tubulação não pode ser usada como conexão à terra.
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6.3.Cabos

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Os requisitos técnicos dos cabos e da instalação dos cabos são relevantes para a
conceção do sistema na fase de projeto, bem como para a instalação final no navio.
Exceto conforme permitido pela Administração em circunstâncias excecionais,
todas as terminações metálicas e armaduras dos cabos devem ter continuidade elétrica e
aterrada.
Devem ter a propriedade de retardamento da chama, a instalação não deve
prejudicar esta propriedade. A Administração pode autorizar o uso de tipos especiais de
cabos quando necessário para aplicações específicas, como cabos de radiofrequência,
que não cumpram com o anterior.
Cabos e fiação que servem energia essencial ou de emergência, iluminação,
comunicações ou sinais devem, na medida do possível, ser encaminhados para fora das
cozinhas, espaços de máquinas da categoria A e outras áreas de alto risco de incêndio, e
em espaços onde o nível de humidade seja elevado.
Os cabos que conectam as bombas de incêndio ao quadro de distribuição de
emergência devem ser do tipo resistente ao fogo quando passam por áreas de alto risco
de incêndio. Sempre que possível, todos esses os cabos devem ser passados de forma a
evitar a sua inutilização pelo aquecimento das anteparas que pode ser originado por um
incêndio no espaço adjacente.
Onde os cabos que são instalados em espaço onde existe risco de incêndio ou
explosão no caso de uma falha elétrica, precauções especiais contra tais riscos devem
ser tomadas satisfação da administração.
Os cabos instalados em compartimentos refrigerados devem ser adequados para
baixas temperaturas e humidade elevada.

Nota: Espaços de máquinas categoria A são espaços que contém motores de


combustão usados para propulsão principal, ou outros fins quando tais motores tenham
uma capacidade total não inferior a 375 kW, ou que contém queimadores de óleo ou
outros equipamentos de queima de óleo.

7. Proteção de Sistemas
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As instalações de navios devem ser protegidas contra sobre correntes, incluindo


curto-circuitos e outras falhas técnicas. Os tempos para a falha dos dispositivos de
proteção devem fornecer proteção completa e coordenada de forma a garantir:
 Disponibilidade de equipamentos essenciais e de emergência em condições
de falha, por meio de ações discriminatórias dos dispositivos de proteção, na
medida do possível, deve também garantir a disponibilidade de outros
equipamentos;
 Eliminação da falha para reduzir danos ao sistema e o risco de incendio.
A proteção dos circuitos deve estar projetada para que em caso de uma falha num
circuito não ocorra a interrupção da alimentação dos serviços de emergência ou
essenciais, para além daqueles onde ocorreu a falha.

7.1.Proteção de sobrecarga
A proteção contra sobrecarga consiste na redução de carga ou pelo disparo dos
disjuntores de consumidores não essenciais. Esta proteção é regulamenta pelo capítulo
II-1/41.5.1.2 da SOLAS. O sistema de proteção de sobrecarga, deverá ser ativado a um
nível de carga inferior 100% da corrente nominal da fonte de energia elétrica.
Os circuitos devem ser providos também de sistemas de proteção contra
sobrecargas, em que os dispositivos de proteção servem para assegurar que a cablagem
e os equipamentos elétricos estão protegidos contra o sobreaquecimento resultante de
sobrecarga elétrica ou mecânica.
As seguintes medidas devem ser instaladas para proteção contra sobretensão:

 A proteção contra sobretensão deve ser providenciada para sistemas de baixa


tensão alimentados por transformadores de sistemas de alta tensão.
 Para sistemas de distribuição de alta tensão com neutro isolado ou aterrado
de alta resistência, proteção contra sobretensões transitórias causadas por
falhas intermitentes à terra devem ser instaladas. Normalmente sobretensão
os para-raios devem ser instalados no lado do cabo dos disjuntores instalados
no quadro de distribuição principal.
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7.2.Proteção contra Sobretensão


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Sobrecorrentes para condutores significa qualquer corrente superior à corrente


permitida capacidade, por exemplo, devido a sobrecarga, curto-circuito, etc.
Esta disposição significa que as barras de autocarro e os condutores não isolados e
os seus acessórios são necessários para ter uma resistência mecânica adequada para
suportar as tensões dinâmicas que pode surgir em ligação com um curto-circuito.
A protecção pode ser alcançada
 assegurando que tal sobrecorrente seja automaticamente desconectada antes
de atingir uma dimensão nociva, tendo em consideração a sua duração,
 limitando tais sobrecargas a um tamanho e duração inofensivos, ou
 fornecendo fios desprotegidos como prova contra falhas de curto-circuito e
terra.
 (Instalações à prova de curto-circuitos)
A ligação entre a bateria de arranque e o motor de arranque pode ser equipada com
um interruptor em vez de proteção contra curto-circuitos e sobre-corrente, para que a
ligação possa ser feita rapidamente desligados em caso de falha.

7.3.Proteção de Curto-circuito
Cada circuito separado deve ser protegido contra curto-circuitos na extremidade da
alimentação (disjuntores ou fusíveis).
Todos os consumidores devem ser protegidos separadamente, exceto nos seguintes
casos:
 Para requisitos especiais de proteção dos circuitos das caixas de direção;
 Para gerador de emergência;
 Circuito de fornecimento de tomadas múltiplas, acessórios de iluminação
múltiplos ou outros múltiplos não importantes os consumidores são aceites
quando classificados no máximo 16 A em sistemas de 230 V, ou 30 A em
sistemas de 110 V;
 Motores não importantes com potência nominal inferior a 1 kW, e outros
consumidores não importantes, com potência nominal inferior a 16 A, não
necessitam de proteção separada;
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 A proteção comum contra curto-circuitos para mais do que um consumidor é


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aceitável para consumidores não importantes;

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 Consumidores, e para os consumidores importantes que constituem um


grupo de serviços funcional (isto é, quando a função importante não pode ser
assegurada por um único consumidor do grupo). Cada motor deve ter
proteção e controlo de sobrecorrente separados, por exemplo, a grua da casa
das máquinas pode incluir o içamento, motores de giro e de elevação. Cada
motor deve ter uma proteção de sobrecarga e um dispositivo de controlo
separados;
 A proteção comum contra sobrecargas ou sobrecargas para mais de um
consumidor é aceitável quando a sistema de proteção deteta adequadamente
a sobrecarga/sobrecorrente ou outra origem de mau funcionamento a nível
individual consumidor. Os cabos ligados a um consumidor individual devem
ser dimensionados para configurações ajustadas ao consumidor comum
proteção;
 Para geradores de baixa tensão inferiores a 1500 kVA, a proteção pode estar
no lado do quadro de distribuição de os cabos, a menos que se aplique a f)
 A proteção separada contra curto-circuitos pode ser omitida na extremidade
da bateria à prova de curto-circuito instalada cabos;
 A proteção separada contra curto-circuitos pode ser omitida na extremidade
do barramento do autocarro à prova de curto-circuitos instalado;
 Cabos, no entanto, as ligações à prova de curto-circuitos a barramentos não
devem ser superiores a 3 m.

7.4.Falhas de terra
Todos os sistemas de distribuição que tenham uma ligação à terra intencional, por
meios de uma impedância, devem ser providos com meios de monitorização continua e
indicação da corrente para a terra. Se a corrente para a terra exceder os 5 A deve soar
um alarme e a falha de corrente deve ser automaticamente interrompida ou limitada para
um valor seguro. A classificação de capacidade de curto-circuito de qualquer dispositivo
utilizado para interromper as correntes à terra não deve ser menor que a prospetiva de
falha de corrente à terra no seu ponto de instalação.
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7.5.Gestão de carga

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A redução de carga, não devem interferir no fornecimento de serviços elétricos que


são essenciais para a propulsão e segurança do navio e que devem ser mantidos após a
redução de cargas não essenciais. Os serviços essenciais incluem:
 Auxiliares necessários para a propulsão, porão e meios de controlo à
incêndio,
 Luzes de navegação e iluminação essencial,
 Sistema de governo,
 Auxílios à navegação exigidos pelos regulamentos,
 Sistemas de comunicação e alarme necessários para segurança,
 Portas estanques e ventilação da sala de máquinas e caldeiras.
A ordem em que os serviços não essenciais são desconectados pode ser organizada
de acordo com a conveniência do armador. Os circuitos que fornecem energia aos
propulsores de proa/popa não devem ser incluídos nos arranjos de redução de carga.

8. Conclusão
Perante os avanços técnicos e tecnológicos da indústria Naval as normas e
regulamentos necessitam de um constante acompanhamento dinâmico. As principais
entidades responsáveis pela regulamentação são a SOLAS e IEC, além destas normas
podem ser aplicadas outras mais restritas pelos estados de Bandeira.
É necessário verificar que estas regras são implementadas nas diversas fases de vida
útil do navio, desde a conceção do projeto, construção e operação. A fiscalização fica a
cargo das Sociedades Classificadoras através das diretrizes internas que vão verificar o
cumprimento da certificação de Bandeira como de Classe.
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9. Bibliografia
[1] SOLAS, “Solas, ch ii, part d regulation 41,” 2002.
[2] https://eurlex.europa.eu/legalcontent/PT/TXT/HTML/?
uri=OJ:L:2020:083:FULL&from=EN
[3] Norwegian Directorate for Civil Protection, Regulations relating to
maritime electrical installations
[4] Maritime and Coastguard Agency, Schedule 7 of Merchant Shipping Notice
MSN 1698 (M)
[5] Government UK, Electrical Equipment and Installations
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