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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF.

LUCAS COSTA

ENEM
Exasiu EXTENSIVO

Exasiu
Aula 15 - Eletrodinâmica.
Corrente Elétrica: abordagem macroscópica e modelo microscópico. Propriedades elétricas dos materiais:
condutividade e resistividade; condutores e isolantes. Dissipação de energia em resistores. Potência elétrica.
Relação entre corrente e diferença de potencial (materiais ôhmicos e não ôhmicos). Circuitos simples.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 1
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Sumário
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 4

2 - CORRENTE ELÉTRICA 4
2.1 - A origem da corrente elétrica 5
2.2 - Gerador elétrico 6
2.3 - O sentido e a intensidade da corrente elétrica 7
2.4 - Gráfico 𝒊 × 𝒕 13
2.4.1 - Corrente contínua constante 14
2.4.2 - Corrente contínua pulsante 14
2.4.3 - Corrente alternada 15
2.5 - O princípio da continuidade da corrente elétrica 17
2.5.1. Bipolo elétrico 20
2.6 - Potência elétrica 20
2.6.1 - Valores nominais 25
2.7 - Resistência elétrica 29
2.8 - A primeira Lei de Ohm 30
2.8.1 - Curva característica de um condutor ôhmico 31
2.9 - Efeito Joule 33

3 - RESISTORES 34
3.1 - Potência dissipada num resistor 34
3.1.1 - Resistores em série – corrente constante 35
3.1.2 - Resistores em paralelo – tensão constante 35
3.2 - Segunda Lei de Ohm 43
3.3 - Reostato 50

4 - ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES 51
4.1 - Associação em série 52
4.2 - Associação em paralelo 54
4.3 - Fusível 67
4.4 - Curto-Circuito 70
4.5 - Aparelhos para medidas elétricas 73
4.5.1 – O amperímetro 73
4.5.2 – O voltímetro 73
4.6 - Ponte de Wheatstone 76

5 - GERADORES 80
5.1 - Gerador elétrico – Força eletromotriz 81
5.1.1 - A equação do gerador 82
5.1.2 - Gerador em aberto 83
5.1.3 - Gerador em curto-circuito 83
5.1.4 - Curva característica de um gerador 84
5.1.5 - Lei de Pouillet 85
5.2 - Potências elétricas no gerador 87
5.2.1 - Rendimento elétrico do gerador 87
5.2.2 - Circuito simples gerador-resistor 88
5.2.3 - Potência máxima fornecida por um gerador 89
5.3 - Associação de geradores 90
5.3.1 - Associação de geradores em série 90
5.3.2 - Associação em paralelo de geradores iguais 91

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6 - AS LEIS DE KIRCHHOFF 93
6.1 - Lei de Kirchhoff das correntes (𝑳𝑲𝑪) ou Lei dos Nós: 94
6.2 - Lei de Kirchhoff das tensões (𝑳𝑲𝑻) ou Lei das Malhas: 99

7 – CAPACITORES 104
7.1 - Capacitância (𝑪) 104
7.2 - Capacitores 105
7.1.1 – Capacitores de placas paralelas 106
7.1.2 – Capacitores esféricos 106
7.3 - Associação de capacitores 108
7.3.1 - Capacitores associados em série 108
7.3.2 - Capacitores associados em paralelo 111

8 - RESUMO DA AULA EM MAPAS MENTAIS 117

9 - LISTA DE QUESTÕES 118


9.1 Já caiu no ENEM 118
9.2 Já caiu nos principais vestibulares 121

10 - GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 129


10.1 Já caiu no ENEM 129
10.2 Já caiu nos principais vestibulares 130

11 - QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 131


11.1 Já caiu nos ENEM 131
11.2 Já caiu nos principais vestibulares 137

12 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 152

13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 152

14 - VERSÃO DE AULA 152

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1 - Considerações iniciais
Nesta aula de número 15, serão abordados os seguintes tópicos do seu edital:

• Corrente elétrica: abordagem macroscópica e modelo microscópico.

• Propriedades elétricas dos materiais: condutividade e resistividade; condutores e isolantes.

• Dissipação de energia em resistores.

• Potência elétrica.

• Relação entre corrente e diferença de potencial (materiais ôhmicos e não ôhmicos).

• Circuitos simples e capacitores.

Esses assuntos se enquadram no subtópico denominado Eletricidade.

Nesta aula serão abordadas as principais consequências das cargas elétricas em movimento. São
abordados os conceitos de corrente elétrica e das propriedades elétricas dos materiais. A forma como a
energia elétrica é dissipada em resistores e a maneira como os elementos elétricos são organizados em
circuitos também é explicada.

As aulas 14 e 15 são complementares, pois trazem um estudo dividido entre os principais conceitos
relacionados à eletricidade, sendo divididos em eletrostática na primeira e eletrodinâmica na segunda.

2 - Corrente elétrica
Por definição, corrente elétrica nada mais é que o movimento ordenado, ou seja, o movimento
com direção e sentido preferenciais, de portadores de carga elétrica.

Figura 15.1: Elétrons livres em movimento não ordenado (caótico).

Figura 15.2: Elétrons livres em movimento ordenado.

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Além da corrente elétrica gerada pela movimentação ordenada de elétrons livres, podemos ter
uma corrente na qual os portadores de cargas são íons positivos e, neste caso, a chamamos de corrente
iônica.

Figura 15.3: Corrente iônica é o movimento ordenado dos íons positivos.

2.1 - A origem da corrente elétrica


O que provoca a movimentação dos portadores de carga nos materiais condutores?

Para melhor compreensão, vamos tomar duas placas metálicas paralelas 𝐴 e 𝐵, de tal forma que
elas possuem potenciais 𝑉𝐴 e 𝑉𝐵 , respectivamente, com 𝑉𝐴 > 𝑉𝐵 , conforme figura abaixo.

Figura 15.4: Placas A e B carregadas com potenciais 𝑽𝑨 e 𝑽𝑩 , tal que 𝑽𝑨 > 𝑽𝑩.

Podemos dizer que o saldo de cargas elétricas positivas em 𝐴 é maior que em 𝐵. Dessa forma, se
ligarmos as duas placas por meio de um fio metálico, então os elétrons livres irão se deslocar de 𝐵 para
𝐴, isto é, do menor para o maior potencial elétrico, gerando uma corrente elétrica no fio.

Figura 15.5: Fluxo da corrente de elétrons no fio que conecta as placas.

Com isso, quando os elétrons livres começam a sair de 𝐵, o potencial 𝑉𝐵 começa a aumentar e,
simultaneamente, quando os elétrons livres chegam em 𝐴, o potencial 𝑉𝐴 começa a diminuir. Esse
movimento dos elétrons livres ocorre até o momento em que os potenciais elétricos em 𝐴 e em 𝐵 se
igualam.

A corrente elétrica é provocada por uma diferença de potencial elétrico (abreviadamente ddp), ou
tensão elétrica.

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Além da explicação do surgimento do corrente elétrica pela diferença de potencial, podemos


justificar esse fenômeno utilizando o conceito de campo elétrico e força elétrica.

Se ligamos um fio condutor entre as placas 𝐴 e 𝐵, um campo elétrico 𝐸⃗ é criado no interior do fio,
orientado do maior para o menor potencial, como vimos em eletrostática. Devido ao fato de a carga dos
elétrons livres ser negativa, a força elétrica 𝐹𝑒𝑙 que surge nelas tem sentido oposto ao campo. Com isso,
os elétrons livres começam a migrar de 𝐵 para 𝐴, gerando a corrente elétrica no fio. Note que o fio não
está em equilíbrio eletrostático.

Figura 15.6: Força elétrica atuando sobre os elétrons livres e campo elétrico no interior do condutor.

Como vimos em Eletrostática, o módulo do campo elétrico está diretamente relacionado com o
potencial elétrico. Para um campo uniforme, vimos que a relação é dada por:

𝑈=𝐸⋅𝑑

Em que 𝑈 representa a diferença de potencial. Dessa forma, podemos ver que quando a corrente
elétrica cessa, isto é, a diferença de potencial é zero, então o campo elétrico no interior do condutor
também será nulo, resultado que já conhecemos, pois neste instante o condutor entre em equilíbrio
eletrostático.

2.2 - Gerador elétrico


Devemos imaginar um gerador elétrico como um dispositivo capaz de pegar todo elétron que
chega à placa 𝐴 e levar para a placa 𝐵 do exemplo anterior. Assim, os potenciais elétricos das placas nunca
se igualariam e a corrente elétrica no fio não cessaria. Perceba que nesse transporte haveria um
fornecimento de energia aos elétrons.

No mundo real, o dispositivo responsável pela reposição de energia potencial elétrica é o gerador
elétrico. Esse dispositivo precisa ter alguma outra modalidade de energia e transformá-la em energia
potencial elétrica. As pilhas e as baterias são exemplos nos quais a energia química é transformada em
energia potencial elétrica. Em eletrodinâmica, muitas vezes não estamos interessados nos potenciais dos
polos do gerador, mas sim na diferença entre esses potenciais, já que é a diferença de potencial que
garante a corrente elétrica.

Podemos fazer uma analogia de um gerador elétrico com uma bomba hidráulica. Nesse tipo de
montagem, a água flui da região de alta pressão para a região de baixa pressão, cessando o movimento
quando a diferença de pressão desaparece (os níveis do líquido se igualam).

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Figura 15.7: Tanques com água em desnível.

Para que o fluxo de água não cesse, é necessário que haja reposição do líquido, de modo que se
mantenha a diferença de pressão. Para isso, utiliza-se uma bomba hidráulica, como mostrado na figura
abaixo:

Figura 15.8: Bomba hidráulica mantendo os níveis de água no tanque.

2.3 - O sentido e a intensidade da corrente elétrica


No começo do século XIX, quando os cientistas conheceram o fenômeno da corrente elétrica,
outros fenômenos já eram conhecidos. Sabia-se que o calor que flui de corpos de maior temperatura para
corpos de menor temperatura, assim como o fluxo de água dos rios se dá das regiões mais altas para as
regiões mais baixas.

Figura 15.9: O calor flui da vela (em maior temperatura) para o gelo (em menor temperatura).

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Figura 15.10: A água flui de grandes alturas para baixas alturas, como ocorre em cachoeiras, por exemplo.

De forma análoga, foi cogitado que a corrente elétrica surgia da diferença de potencial e deveria
ser um fluxo de cargas que se dirige do maior para o menor potencial. As cargas que obedecem a essa
lógica são cargas positivas e, por isso, eles concluíram na época que a corrente elétrica era um fluxo de
cargas positivas que se moviam do maior para o menor potencial.

Figura 15.11: A corrente elétrica se estabelece do maior para o menor potencial, então, trata-se de um fluxo de cargas positivas.

Porém, no início do século XX, com o avanço dos modelos atômicos, logo se descobriu que a
corrente elétrica na realidade era um fluxo de elétrons livres. Nesse momento, cerca de 100 anos já
haviam se passado e os diversos modelos e aspectos técnicos, que se baseavam na corrente como fluxo
de cargas positivas já eram amplamente usados.

Por essa razão foi convencionado não trocar este sentido e criar uma equivalência entre os
portadores de carga. A carga negativa (−𝑞) que se move em um sentido deve ser substituída por uma
carga positiva (+𝑞) em sentido oposto com igual velocidade.

Figura 15.12: Convenção para movimentação dos portadores de carga na corrente elétrica.

Devemos considerar que a corrente elétrica em um condutor é o movimento ordenado das


cargas positivas que se dirigem do maior para o menor potencial.

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Tenha em mente que os portadores de carga podem ser elétrons livres, íons positivos e íons
negativos. Apesar de considerar que a corrente elétrica vai do maior para o menor potencial em um metal,
em seu interior os portadores de carga (elétrons livres) vão do menor potencial para o maior potencial
elétrico, como mostrado na figura abaixo.

Figura 15.13: Movimento dos elétrons livres e o sentido convencional da corrente elétrica.

De acordo com a convenção, quando consideramos uma corrente elétrica qualquer, tenderemos
a substituir as cargas negativas reais em movimento por cargas positivas imaginárias que se movem em
sentido contrário, de tal forma que se pode presumir que qualquer corrente é constituída unicamente por
cargas positivas. Essa corrente imaginária que criamos, que equivale a corrente real, é denominada
corrente convencional.

Para o exemplo de um líquido, os portadores de carga são íons positivos e negativos que se movem
em direções opostas. Dessa forma, os íons negativos são substituídos por íons positivos em sentido
contrário, estabelecendo o sentido convencional da corrente.

Figura 15.14: Esquema representativo da corrente iônica em um líquido.

Semelhante aos condutores líquidos, podemos estender a ideia de condução para substâncias
gasosas, como por exemplo o que ocorre em tubos fluorescentes. Os efeitos da corrente elétrica se
manifestam em diferentes níveis, com maior ou menor intensidade. Por exemplo, vamos conectar uma
lâmpada aos terminais de uma bateria com força eletromotriz ℰ1 :

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Figura 15.15: Representação da corrente elétrica. Para uma corrente elétrica de baixa intensidade o brilho é fraco.

Quando aumentamos a força eletromotriz ℰ2 , observamos que a lâmpada bilha com mais
intensidade.

Figura 15.16: Representação da corrente elétrica. Para uma corrente elétrica de alta intensidade o brilho é maior.

Os experimentos mostram que a intensidade da corrente elétrica depende da carga que atravessa
o circuito em 1 segundo. Para os casos mostrados, com ℰ2 > ℰ1, em um mesmo intervalo de tempo (1
segundo) passaram mais portadores de carga pela secção transversal do condutor (2). Portanto, a
corrente elétrica no condutor (2) é maior que no condutor (1).

Para medir a corrente elétrica se estabeleceu uma magnitude escalar denominada intensidade de
corrente elétrica (𝑖). No caso da corrente ser contínua, sua magnitude mostra a quantidade de carga que
atravessa a secção transversal do condutor por unidade de tempo. Matematicamente, temos:

|Δ𝑄|
𝑖= Definição da corrente elétrica
Δ𝑡

Em que |Δ𝑄| é o valor da quantidade de carga e Δ𝑡 é o intervalo de tempo. A unidade de corrente


no SI é o ampère (A). Então:

1𝐶
1𝐴 =
1𝑠

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O que significa 𝑖 = 3 𝐴? Se a corrente é contínua (constante), então significa que passam 3 C de


cada pela secção transversal do condutor a cada 1 s.

(2019/QUESTÃO)
Por uma secção transversal de um condutor passam 5 ⋅ 1017 elétrons livres em 20 s. Determine a
intensidade da corrente elétrica no condutor. Suponha que a corrente é contínua.
Comentários

Por esta secção transversal do condutor passam as cargas negativas 𝑒 − , mas podemos substituir
essas cargas pelo seu equivalente 𝑒 + , alterando o sentido de deslocamento.

De acordo com o enunciado, a corrente é contínua, isto é, sua magnitude permanece constante.
Então:

|Δ𝑄|
𝑖=
Δ𝑡

A quantidade de carga que atravessa o condutor é dada por:

|Δ𝑄| = 𝑛 ⋅ |𝑞𝑒 − | = 5 ⋅ 1017 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 = 8 ⋅ 10−2 𝐶

Portanto:

8 ⋅ 10−2
𝑖= = 4 ⋅ 10−3 𝐴 ou 𝑖 = 4 𝑚𝐴
20

Gabarito: 𝟒 𝒎𝑨.
(2019/INÉDITA)
Os celulares são dispositivos essenciais na vida do homem moderno. O principal fator limitante, e
em constante evolução, são as baterias desses dispositivos, que ainda precisam ser recarregadas ao
menos uma vez por dia, em média.

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Novas tecnologias de carregamento rápido tentam amenizar o problema diminuindo o tempo


necessário para que as baterias armazenem carga.
Suponha que um celular, cuja bateria possui 3000 𝑚𝐴ℎ de carga, seja carregado usando uma fonte
convencional de 5,0 𝑉 e 1,0 𝐴. Por outro lado, uma outra versão do mesmo modelo é capaz de ser
carregado com 9,0 𝑉 e 3,0 𝐴, fazendo uso de uma nova fonte de carregamento rápido.
O tempo economizado usando a tecnologia de carregamento rápido, no cenário em que se vai de
zero até 100% da carga é de
a) 12 minutos. b) 40 minutos. c) 2 horas. d) 4 horas.
Comentários

A diferença de potencial maior usada na tecnologia de carregamento rápido gera uma potência
maior para o aparelho, aumentado a transferência de energia e diminuindo o aquecimento da bateria. A
carga transferida efetivamente, contudo, é função da corrente elétrica:

𝑞 𝑞
𝑖= ⟹ ∆𝑡 =
∆𝑡 𝑖

A carga da bateria é de 3000 𝑚𝐴ℎ, ou 3 𝐴ℎ. Isso significa que:

𝑞𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 = 3 𝐴 ⋅ 1ℎ = 3 𝐴ℎ

Isso significa que uma corrente de 3 𝐴 leva 1 hora para carregar o aparelho. Em contrapartida,
também podemos escrever a carga como:

𝑞𝑏𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 = 1 𝐴 ⋅ 3ℎ = 3 𝐴ℎ

O que significa que uma carga de 1 𝐴 leva 3h para carregar a mesma bateria. Em suma, teremos
uma economia de duas horas.

Gabarito: “c”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Os raios, ou Descargas Elétricas Atmosféricas (DEA), tendem a ocorrer na atmosfera entre regiões
eletricamente carregadas e podem se dar tanto no interior de uma nuvem, como entre nuvens ou
entre uma nuvem e a terra (nuvem-solo). A corrente elétrica de um raio é da ordem de 30 mil
ampères.
Em uma tempestade, um para-raios é atravessado por uma descarga elétrica com duração de
10 𝑚𝑠. Considerando a carga fundamental como 1,6⋅10-19 C, a quantidade de elétrons que
atravessou este aparato foi próxima de
a) 5,9 ⋅ 1013 b) 4,7 ⋅ 1017 c) 1,9 ⋅ 1021 d) 3,0 ⋅ 1025 e) 4,8 ⋅ 1031

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Comentários

A corrente elétrica, definida pela quantidade de carga elétrica que atravessa uma região por
unidade de tempo, tem como unidade no sistema internacional “coulombs por segundo”. Para encontrar
a quantidade de elétrons que atravessou o para-raios, devemos antes achar a carga que foi transferida
para o mesmo.

𝑞
𝑖= → 𝑞 = 𝑖 ⋅ ∆𝑡 = 30 ⋅ 103 ⋅ 10 ⋅ 10−3 = 300 𝐶
∆𝑡

Para determinar a quantidade de elétrons necessários para gerar tal carga, devemos dividir o valor
pela carga de um único elétron:

300
𝑒= = 187,5 ⋅ 1019
1,6 ⋅ 10−19

𝑒 = 1,875 ⋅ 1021 ≅ 1,9 ⋅ 1021 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠

Gabarito: “c”.

2.4 - Gráfico 𝒊 × 𝒕
Em muitos casos, devemos analisar como a corrente elétrica varia com o tempo. Podemos ter
diversas curvas que representam a intensidade 𝑖 de uma corrente elétrica qualquer em função do tempo
𝑡, como no gráfico abaixo:

Figura 15.17: Gráfico de uma corrente elétrica qualquer que atravessa uma secção transversal de um condutor.

Quando representamos a corrente dessa forma, surge uma propriedade muito interessante: a área
abaixo da curva é numericamente equivalente ao módulo da carga elétrico que atravessou a secção
transversal do condutor.

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A área compreendida entre a curva e o eixo do tempo, calculada para um intervalo de tempo de
interesse, é numericamente igual ao módulo da carga elétrica que atravessou uma secção transversal
do condutor.

Figura 15.18: No gráfico 𝒊 × 𝒕, tem-se que |𝜟𝑸| ≡ "á𝒓𝒆𝒂".

Podemos classificar as correntes elétricas de acordo com a forma do gráfico 𝑖 × 𝑡.

2.4.1 - Corrente contínua constante


Chamamos de corrente contínua constante aquela que mantém sua intensidade e sentido
constantes no decorrer do tempo. Graficamente, tem-se que:

Figura 15.19: Corrente contínua constante.

2.4.2 - Corrente contínua pulsante


É aquela cuja intensidade possui máximos e mínimos, periodicamente, embora o sentido
permaneça inalterado.

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Figura 15.20: Exemplos de correntes contínuas pulsantes.

2.4.3 - Corrente alternada


É aquela cujo sentido é invertido periodicamente.

Figura 15.21: Exemplos de correntes alternadas.

Note que, em um condutor metálico percorrido por corrente contínua, os elétrons livres sempre
caminham no mesmo sentido. No caso do condutor ser percorrido por uma corrente alternada, os
elétrons livres oscilam em torno de determinadas posições.

Figura 15.22: Movimento dos elétrons na corrente alternada.

Essa situação ocorre em uma rede elétrica residencial quando algum aparelho é ligado a ela.
Provavelmente você deve ter ouvido falar que a rede elétrica no Brasil tem uma frequência de 60 Hz (lê-
se sessenta hertz).

Isso quer dizer que, por exemplo, quando você liga uma lâmpada na sua casa, o valor algébrico da
corrente estabelecida varia conforme o gráfico da figura abaixo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 15
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Figura 15.23: A corrente alternada.

Perceba que uma variação completa de 𝑖 demora 1/60 s. Por isso, dizemos que ocorreram 60
ciclos a cada segundo. Então, a frequência da rede elétrica é igual a 60 ciclos por segundo, em outras
palavras, 60 Hz.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Em um laboratório, um professor de física utiliza um dispositivo para criar uma corrente elétrica
variável que atravessa um fio condutor. A intensidade da corrente no decorrer do tempo é
representada pelo gráfico abaixo:

Considerando a carga elementar do elétron com 𝑒 = 1,6 ⋅ 10−19 𝐶, a quantidade de elétrons que
atravessou o condutor durante 135 segundos foi de aproximadamente
a) 2,5 ⋅ 1022 b) 2,5 ⋅ 10−19 c) 2,5 ⋅ 1020 d) 2,5 ⋅ 10−16 e) 2,5 ⋅ 1016
Comentários

Podemos calcular a carga total que atravessou o fio condutor através da área sob a curva 𝑖 𝑥 𝑡.
Dividindo a área em três seções, ficamos com:

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Calculando as áreas das seções:

(25 + 35) ⋅ 30
𝑆1 = = 900 𝐶
2

𝑆2 = (90 − 30) ⋅ 35 = 2100 𝐶

(35 + 10) ⋅ (135 − 90)


𝑆3 = = 1012,5 𝐶
2

A carga total seria então:

𝑞 = 𝑆1 + 𝑆2 + 𝑆3 = 4012,5 𝐶

Assim, a quantidade 𝑛 de elétrons que atravessou o condutor, considerando a carga de cada


elétron pode ser calculada por:

𝑞 =𝑛⋅𝑒

4012,5
𝑛= ≅ 2,5 ⋅ 1022
1,6 ⋅ 10−19

Gabarito: “a”.

2.5 - O princípio da continuidade da corrente elétrica


O princípio da continuidade da corrente elétrica diz que, caso o caminho da corrente elétrica sofra
uma fragmentação, a soma das correntes em cada “galho” será igual à corrente total antes da ramificação.

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Figura 15.24: Ramificação da corrente de acordo com a divisão sofrida pelo condutor.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um projetista encontrou o seguinte esquema em uma rede elétrica.

As intensidades das correntes 𝑖1 e 𝑖2 valem, respectivamente:


a) 24 𝐴 e 21 𝐴 b) 21 𝐴 e 24 𝐴 c) 36 𝐴 e 9,0 𝐴 d) 9,0 𝐴 e 36 𝐴
Comentários

Pelo princípio da continuidade da corrente elétrica, temos:

15 + 6,0 = 𝑖1 𝑖 = 21 𝐴
{ ⇒{1
30 = 6,0 + 𝑖2 𝑖2 = 24 𝐴

Gabarito: “b”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Corrente alternada ou AC é a corrente elétrica na qual a intensidade e a direção são grandezas que
variam ciclicamente ao contrário da corrente contínua, DC, que tem direção bem definida e não
varia com o tempo. Em um circuito de potência de corrente alternada a forma da onda mais utilizada
é a onda senoidal, no entanto, ela pode se apresentar de outras formas como, por exemplo, a onda
triangular e a onda quadrada.
SANTOS, Marco Aurélio da Silva. "Corrente Alternada"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/corrente-
alternada.htm. Acesso em 24 de abril de 2020.

Com base no texto, e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta:


a) corrente elétrica nada mais é que o movimento desordenado de portadores de carga elétrica.

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b) Os elétrons livres se deslocam do maior para o menor potencial elétrico, gerando uma corrente
elétrica no fio.
c) No caso da corrente contínua, a sua intensidade mostra a quantidade de carga que atravessa a
secção transversal de condutor por unidade de tempo.
d) A frequência de operação de uma rede elétrica no Brasil é de 60 Hz, demonstrando que no nosso
país foi adotado o modelo de corrente contínua.
e) O princípio da continuidade da corrente elétrica diz que, caso o caminho da corrente elétrica sofra
uma fragmentação, a soma das correntes em cada “galho” será diretamente proporcional à
resistência equivalente de cada ramificação.
Comentários

a) Incorreta. Por definição, corrente elétrica nada mais é que o movimento ordenado, ou seja, o
movimento com direção e sentido preferenciais, de portadores de carga elétrica.

b) Incorreta. Os elétrons livres se deslocam do menor para o maior potencial elétrico, gerando
uma corrente elétrica no fio, visto que o saldo de cargas elétricas positivas é maior onde o potencial é
maior.

c) Correta. Para medir a corrente elétrica se estabeleceu uma magnitude escalar denominada
intensidade de corrente elétrica (𝑖). No caso da corrente ser contínua, sua magnitude mostra a
quantidade de carga que atravessa a secção transversal de um condutor por unidade de tempo.
Matematicamente, temos:

|Δ𝑄|
𝑖= Definição da corrente elétrica
Δ𝑡

Em que |Δ𝑄| é o valor da quantidade de carga e Δ𝑡 é o intervalo de tempo. A unidade de corrente


no SI é o ampère (A). Então:

1𝐶
1𝐴 =
1𝑠

d) Incorreta. No nosso país, assim como em praticamente todo o planeta, a energia elétrica é
transmitida usando a corrente alternada, tal como elaborada por Tesla. Nesse modelo, a corrente sofre
60 oscilações por segundo, ou 60 𝐻𝑧.

e) Incorreta. O princípio da continuidade da corrente elétrica diz que, caso o caminho da corrente
elétrica sofra uma fragmentação, a soma das correntes em cada “galho” será igual à corrente total antes
da ramificação.

Gabarito: “c”.

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2.5.1. Bipolo elétrico


Um bipolo elétrico é qualquer dispositivo que contenha dois terminais elétricos que são capazes
de ser ligados a um circuito elétrico. Se o bipolo está inserido em um circuito, a corrente elétrica entra
por um dos seus terminais e sai pelo outro.

De um modo geral, um bipolo pode consumir ou fornecer energia a um circuito elétrico. Alguns
exemplos de bipolos são: resistores, lâmpadas, geradores, entre outros.

Figura 15.25: Lâmpada ligada acesa, exemplo de bipolo elétrico.

2.6 - Potência elétrica


Uma lâmpada incandescente se comporta como um bipolo elétrico submetido a uma diferença de
potencial constante 𝑈 fornecida por uma pilha, sendo percorrido por uma corrente elétrica de intensidade
𝑖, como na figura abaixo:

Figura 15.26: Corrente elétrica, movimento dos elétrons e diferença de potencial no bipolo elétrico.

Durante um intervalo de tempo Δ𝑡, a lâmpada ganha uma quantidade de energia térmica Δ𝐸, que
é igual à energia potencial elétrica perdida por uma carga 𝑞 que passou pelo bipolo. Então, a potência
recebida pelo dispositivo é de:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 20
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑬 Potência
𝑷𝒐𝒕 =
∆𝒕

𝑱 [𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂] = 𝑱 [∆𝒕] = 𝒔
[𝑷𝒐𝒕] = = 𝑾𝒂𝒕𝒕
𝒔

Em outras palavras, se uma lâmpada trabalha com uma potência de 40 W, por exemplo, significa
que ela recebe 40 J a cada segundo. A potência elétrica, em função das relações entre a energia potência
elétrica, pode também ser escrita como:

𝑷𝒐𝒕 = 𝑽 ⋅ 𝒊 A potência elétrica

[𝑷𝒐𝒕] = 𝑾 [𝑽] = 𝑽 = 𝑽𝒐𝒍𝒕 [𝒊] = 𝑨

(2019/INÉDITA)
Considere um smartphone cuja bateria tem uma capacidade total de 𝑞 = 4000 𝑚𝐴ℎ. Se um
carregador opera com uma potência de 10 𝑊 e uma diferença de potencial de 5 𝑉, o tempo que
esse celular demora para ser completamente carregado, considerando uma eficiência de 75%, é de
a) 2ℎ40 b) 2ℎ00 c) 1ℎ20 d) 4ℎ20
Comentários

Devemos começar determinando a corrente que o carregador fornece para o smartphone:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 10
𝑖= = = 2,0 𝐴
𝑉 5

A bateria do smartphone fornecida em 4000 𝑚𝐴ℎ, parece remeter a uma unidade de corrente,
quando na verdade é uma medida de carga:

𝐶
𝑞 = 4000 𝑚𝐴ℎ = 4 ⋅ 103 ⋅ 10−3 ⋅ ⋅ 3600 𝑠
𝑠

𝑞 = 4 ⋅ 3600 𝐶

A carga é dada pelo produto entre corrente e tempo:

𝑞 = 𝑖 ⋅ ∆𝑡

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 21
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Isolando o tempo nessa relação, temos:

𝑞
∆𝑡 =
𝑖

4 ⋅ 3600
∆𝑡 = = 7200 𝑠
2,0

Em minutos:

7200
∆𝑡 = = 120 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
60

Não assinale a alternativa “b” como correta ainda. Lembre-se que a eficiência do processo é de
75%, o que deve fazer com que o tempo seja superior a 120 minutos. Para determinarmos esse tempo,
basta dividirmos o tempo por 0,75:

120
∆𝑡 = = 160 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
0,75

Ou, 2 horas e 40 minutos. Pela notação padrão: 2ℎ40.

Gabarito: “a”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
A tensão padrão das tomadas elétricas no Brasil varia em algumas regiões. No sul e sudeste, elas
possuem uma tensão perto de 110 V, enquanto em alguns estados como a Paraíba e o Goiás essa
tensão é próxima de 220 V. Uma família que se muda do Goiás para São Paulo deve se preocupar
com essa mudança de padrão de tensão no fornecimento de energia, pois
a) ao utilizar aparelhos projetados para funcionar em uma tensão de 220 V em redes que fornecem
110 V geram grandes chances de queimar o aparelho de imediato, pois uma menor tensão gera uma
maior corrente.
b) a diferença de fornecimento de tensão garante um funcionamento com mais rendimento. Com
isso, a geladeira poderia congelar os alimentos ou um secador de cabelo aquecer demais o ar.
c) aparelhos projetados em 220 V, quando ligados a redes que fornecem 110 V terão seu
funcionamento prejudicado, e funcionarão com capacidade reduzida.
d) precisariam de imediato reformar toda a rede elétrica da casa pra garantir um fornecimento de
220 V, uma vez que não existe outra maneira de contornar o problema sem danificar os
equipamentos ou torna-los menos potentes.
e) uma vez que o funcionamento do equipamento só depende de sua resistência interna, tenderá a
permanecer inalterado com a diferença de potencial fornecida.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 22
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

a) Incorreta. Aparelhos conectados a tensões menores que a de projeto não funcionarão com
capacidade máxima, porém não há grandes riscos de queimarem imediatamente.

b) Incorreta. Fornecer uma tensão menor que a de projeto para um aparelho fará com que ele
funcione sem sua capacidade total.

c) Correta. Fornecer tensões menores que a de projeto, de fato, prejudicará a funcionalidade do


equipamento, pois não garantirá que entregarão a potência nominal.

d) Incorreta. É possível alterar a tensão de uma tomada utilizando transformadores, que recebem
um valor de tensão e ajustam para a desejada.

e) Incorreta. Fornecer uma tensão menor que a de projeto para um aparelho fará com que ele
funcione sem sua capacidade total.

Gabarito: “c”.
(2019/INÉDITA)
Com a finalidade de não adiar uma prova de Física, um professor a ligou uma lâmpada a uma bateria
de seu carro, que opera em 12 𝑉 e possui 60 𝐴ℎ. Se a lâmpada dissipa 20 𝑊, os valores mais
próximos à corrente, em amperes, que a atravessa e o tempo que ela permanecerá acesa, em horas
são
a) 60 e 12 b) 1,7 e 36 c) 5,0 e 20 d) 60 e 64 e) 1,7 e 29
Considere que a bateria estava 100% carregada e a sua eficiência de transferência de energia seja
de 80% em função de perdas na fiação. A lâmpada é própria para operar em corrente contínua e a
uma tensão de 12 𝑉.
Comentários

A potência dissipada pela lâmpada é igual a 20 𝑊, então a corrente 𝐼 é de:

𝑃𝑜𝑡 20
𝐼= = ⇒ 𝐼 = 1,7 𝐴
𝑉 12

Para determinarmos o tempo temos duas opções: a carga em 𝐴 ⋅ ℎ decorre da definição da


corrente:

𝑞
𝐼= ⇒ 𝑞 = 𝐼 ⋅ ∆𝑡 = 𝐴 ⋅ ℎ
∆𝑡

Podemos fazer a sua conversão para coulomb:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 23
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝐶
60 𝐴 ⋅ ℎ = 60 ⋅ ⋅ 3600 𝑠 = 60 ⋅ 3600 𝐶
𝑠

Se temos a carga total da bateria e a corrente que atravessa a lâmpada, podemos determinar o
tempo que ela pode permanecer acesa:

𝑞 𝑞
𝐼= ⇒ ∆𝑡 =
∆𝑡 𝐼

60 ⋅ 3600 60 ⋅ 3600 ⋅ 12
∆𝑡 = = 𝑠
20 20
12

Já fazendo a conversão para horas, temos:

60 ⋅ 3600 ⋅ 12 60 ⋅ 3600 ⋅ 12 ÷ (3600)


∆𝑡 = = = 3 ⋅ 12 = 36 ℎ
20 ⋅ 3600 20 ⋅ 3600

Sendo a eficiência de 80%, temos:

∆𝑡 = 36 ⋅ 0,8 = 28,8 ≅ 29 ℎ

Uma outra interpretação é a que a carga é constante, logo, o produto entre a corrente em amperes
e o tempo em horas também deve ser:

𝑞 = 𝐼 ⋅ ∆𝑡 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 60 𝐴 ⋅ ℎ

Portanto, podemos escrever:

20
60 𝐴 ⋅ ℎ = 𝐴 ⋅ ∆𝑡
12

Perceba que, nessa relação, o tempo já sairá em horas:

60 ⋅ 12
∆𝑡 = = 3 ⋅ 12 = 36 ℎ
20

Novamente, sendo a eficiência de 80%, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 24
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

∆𝑡 = 36 ⋅ 0,8 = 28,8 ≅ 29 ℎ

Gabarito: “e”.

2.6.1 - Valores nominais


É muito comum os bipolos elétricos especificarem seus valores nominais de potência e de tensão.
A potência nominal é a potência elétrica consumida pelo dispositivo quando submetido à tensão nominal,
que é a tensão da rede elétrica para a qual o aparelho foi fabricado.

Por exemplo, uma lâmpada (60 𝑊 – 110 𝑉). Esses são os valores nominais informados ao
usuário, mostrando que a lâmpada trabalha com a potencial igual a 60 W, quando submetida a uma ddp
igual a 110 V.

Se essa lâmpada for ligada a uma tensão superior a nominal, ela dissipará uma potência maior e
brilhará mais intensamente, mas sua vida útil será reduzida. Por outro lado, se a lâmpada for ligada a uma
tensão inferior a nominal, a potência dissipada será menor e o seu brilho menos intenso.

Os valores nominais dos dispositivos elétricos são de extrema importância para projetar uma
instalação elétrica. Para garantir a segurança do edifício, utilizamos um dispositivo chamado de disjuntor,
que é responsável por garantir que os bipolos elétricos não sejam rompidos, ou popularmente, se
queimem.

Quando a corrente que atravessa o disjuntor é superior àquela nele especificada, ele abre o
circuito, “abre”, impedindo a passagem de corrente. A grande vantagem do disjuntor em relação ao fusível
é que após cortar a passagem de corrente, ele pode ser religado para que o circuito volte a operar nas
condições normais.

Afinal, o que significa os 220 volts ou os 110 volts em sua casa?

Como já mencionamos, a corrente elétrica que chega em sua residência é alternada e possui
frequência igual a 60 𝐻𝑧. Isso provém do fato da diferença de potencial 𝑈 (𝑈 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) entre os
terminais de sua tomada também ser alternada.

Figura 15.27: Representação de uma tomada simples.

Graficamente, temos que a diferença de potencial em função do tempo, para uma tomada de 220
volts, deve variar, aproximadamente, da seguinte forma:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 25
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 15.28: A variação do potencial elétrico em função do tempo.

Isso quer dizer que nos primeiros 1/120 𝑠, 𝑉𝐴 é maior que 𝑉𝐵 e 𝑈 > 0. Nos próximos 1/120 𝑠, 𝑉𝐴
será menor que 𝑉𝐵 e 𝑈 < 0. Mas por que os valores de máximos da ddp 𝑈 são −310 𝑉 e +310 𝑉
(aproximadamente), se nossa tomada é de 220 V?

Na realidade os 220 V não existem. Eles são apenas uma tensão constante e fictícia que chamamos
de tensão eficaz, na qual o seu aparelho elétrico produziria o mesmo efeito se estivesse trabalhando na
tensão real, que varia entre −310 𝑉 e +310 𝑉. Também chamamos a tensão real de tensão de pico. De
modo análogo, em uma tomada de 110 𝑉, a ddp real varia entre −155 𝑉 e +155 𝑉, aproximadamente.

(2019/INÉDITA)
Nas instalações elétricas domésticas na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, os aparelhos são ligados a
tomadas com 127 V de tensão. Uma notável exceção é o aparelho de ar condicionado, de alta
potência, que é preferencialmente ligado a tomadas de 240 V de tensão.
Considere 2 aparelhos de ar condicionado, de igual potência nominal, projetados para operar: um,
em 127 V e o outro, em 240 V.
Assinale a opção que melhor justifica a escolha do aparelho projetado para operar em 240 V.
a) A corrente é igual nos 2 casos, mas a potência real do aparelho de ar condicionado, que é o
produto da tensão pela corrente, é maior quando a tensão é maior.
b) Como a corrente é, neste caso, menor, o choque elétrico provocado por algum acidente ou
imprudência será também menos perigoso.
c) Como a corrente é, neste caso, maior, o aparelho de ar condicionado refrigerará melhor o
ambiente.
d) Como a corrente é, neste caso, maior, a dissipação por efeito Joule na fiação será menor,
resultando em economia no consumo de energia elétrica.
e) Como a corrente é, neste caso. menor, a dissipação por efeito Joule na fiação é também menor,
resultando em economia no consumo de energia elétrica.
Comentários

Se os aparelhos possuem mesma potência nominal, temos que a energia gasta pelos aparelhos em
um mesmo intervalo de tempo será igual. A relação entre potência, tensão e corrente é:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 26
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Potência média dissipada


𝐏𝐨𝐭 = 𝑽 ⋅ 𝒊
por um resistor

𝑱
[𝑷𝒐𝒕] = = 𝑾𝒂𝒕𝒕 [𝑉] = 𝑉 = 𝑉𝑜𝑙𝑡 [𝑖] = 𝐴 = 𝑎𝑚𝑝é𝑟𝑒
𝒔

Essa relação nos permite inferir que, para uma mesma potência, quanto maior a diferença de
potencial, menor é a corrente.

Os fios usados nas ligações elétricas não são condutores perfeitos. Dessa maneira, alguma energia
é por eles dissipada. Quanto maior a corrente que atravessa os fios, maior é a energia por eles perdida
devido ao efeito Joule.

Assim, a ligação em 240 V se justifica pela economia não com o aparelho em si, mas com a ligação
elétrica que opera em menores correntes e, consequentemente, com menos perdas.

a) Incorreta. De acordo com a relação da potência, com a tensão e a corrente. Temos que a última
não pode ser igual nos dois casos. Quanto maior a tensão, menor será a corrente.

b) Incorreta. A alternativa traz informações corretas. Contudo, elas não justificam o porquê de a
escolha para o aparelho operar em 240 V.

c) Incorreta. A corrente é menor, conforme demonstrado. Além disso, o fato da corrente ser menor
não se relaciona com a capacidade do aparelho em resfriar o ambiente. O calor advindo da dissipação por
efeito Joule é desprezível se comparado com a capacidade de resfriamento do aparelho.

d) Incorreta. A corrente é menor, conforme demonstrado.

e) Correta. Como a corrente é menor, a dissipação por efeito Joule na fiação é também menor,
resultando em economia no consumo de energia elétrica.

Gabarito: “e”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Em uma fonte usada em um smartphone, com tecnologia de carregamento rápido, lemos as
seguintes informações em sua etiqueta:

Sabe-se que fontes que operam com essa tecnologia são capazes de alterar a sua diferença de
potencial e a sua corrente elétrica em função da temperatura da bateria a ser carregada.
A máxima potência de operação para essa fonte é de

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 27
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

a) 12 𝑊 b) 18 𝑊 c) 24 𝑊 d) 50 𝑊 e) 120 𝑊
Admita que a fonte seja capaz de seguir as indicações em sua etiqueta de funcionamento.
Comentários

A diferença de potencial maior usada na tecnologia de carregamento rápido gera uma potência
maior para o aparelho, aumentado a transferência de energia e diminuindo o aquecimento da bateria.

A leitura superior, indica que a fonte é capaz de operar em redes de corrente alternada desde os
100 até os 240 V, e em frequências de 50 a 60 Hz. Após captar a energia, ela deve converter a corrente
para o formato contínuo, com as opções de diferença de potencial e corrente indicadas na parte inferior
da etiqueta. Podemos determinar a potência máxima de operação pelo produto entre a diferença de
potencial e a respectiva corrente de operação:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖

Devemos testar os três modos de operação:

𝑃𝑜𝑡1 = 𝑉1 ⋅ 𝑖1 = 5,0 ⋅ 2,5 = 12,5 𝑊


𝑃𝑜𝑡2 = 𝑉2 ⋅ 𝑖2 = 9,0 ⋅ 2,0 = 18 𝑊
𝑃𝑜𝑡3 = 𝑉3 ⋅ 𝑖3 = 12 ⋅ 1,5 = 18 𝑊

Concluímos que a potência máxima de operação é de 18 𝑊.

Gabarito: “b”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um estudante interessado em assar batatas, posiciona uma forma metálica com os vegetais em um
forno elétrico, ligado a uma tensão de 110 𝑉 que é percorrido por uma corrente de 12 𝐴, durante
40 minutos. O tempo, em minutos, que um painel solar fotovoltaico, cuja potência é de 0,45 𝑘𝑊,
levaria para gerar a mesma quantidade de energia necessária para assar as batatas desse estudante
é igual a
a) 2,0 b) 117 c) 150 d) 20 e) 40
Desconsidere trocas de calor com o ambiente. Assuma que tanto o forno elétrico, quantos os painéis
solares fotovoltaicos sejam 100 % eficientes.
Comentários

Para calcularmos o tempo que a placa solar levaria para produzir a mesma quantidade de energia
gasta no forno, precisamos descobrir antes o módulo dessa energia. Podemos calcular aplicando a
definição de potência:

𝐸
𝑃𝑜𝑡 = ⇒ 𝐸 = 𝑃𝑜𝑡 ⋅ ∆𝑡
∆𝑡

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 28
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Na qual 𝑃𝑜𝑡 é a potência do aparelho, e ∆𝑡 é o tempo que esse aparelho ficou funcionando. Para
o cálculo da potência elétrica, podemos fazer:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑖 ⋅ 𝑉

𝑃𝑜𝑡 = 12 ⋅ 110 = 1320 𝑊

Então a energia será de:

𝐸 = 1320 ⋅ 40 ⋅ 60 = 3168000 𝐽

Sabendo que a placa solar tem a capacidade de 0,45 𝑘𝑊, para o cálculo do tempo necessário para
a geração dessa quantidade de energia, voltamos à definição de potência:

𝐸 = 𝑃𝑜𝑡 ⋅ ∆𝑡

3,168 ⋅ 106 = 450 ⋅ ∆𝑡

7040
∆𝑡 = 7040 𝑠 = ≅ 117 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠
60

Gabarito: “b”.

2.7 - Resistência elétrica


Quando um condutor é submetido a uma tensão elétrica 𝑉, ele é percorrido por uma corrente
elétrica 𝑖. Define-se resistência elétrica como o quociente:

𝑽
𝑹= Definição da resistência elétrica
𝒊

𝑽
[𝑹] = =𝛀 [𝑽] = 𝑽 [𝒊] = 𝑨
𝑨

Note que um condutor não precisa apresentar 𝑅 constante necessariamente, isto é, a sua
resistência pode variar com a corrente, temperatura, geometria do condutor etc. Assim, é muito
importante conhecer a curva característica 𝑈 × 𝑖:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 29
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 15.29: Curva característica de um condutor não ôhmico.

De acordo com a definição de resistência, vemos que ela é diretamente proporcional à ddp e
inversamente proporcional à corrente. Para determinar a resistência elétrica em cada ponto da curva,
devemos aplicar a definição de resistência, efetuando a divisão 𝑈/𝑖 no ponto desejado. Por exemplo, para
os pontos A e B da curva característica logo acima, temos:

20
𝑅𝐴 = = 10 Ω
{ 2
25
𝑅𝐵 = = 6,25 Ω
4

2.8 - A primeira Lei de Ohm

Georg Simon Ohm (1787 – 1854) foi um físico alemão responsável por estudar, dentre outras
áreas, a eletrodinâmica. Quando a corrente elétrica que atravessa um condutor elétrico é diretamente
proporcional à tensão aplicada entre os seus terminais, temos os denominados condutores ôhmicos. A
primeira lei de Ohm pode ser escrita da seguinte maneira:

𝑽=𝑹⋅𝒊 Definição da resistência elétrica

𝑽
[𝑽] = 𝑽 [𝑹] = =𝛀 [𝒊] = 𝑨
𝑨

Em outras palavras, condutores ôhmicos são aqueles que apresentam resistência constante, a uma
temperatura constante.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 30
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Não confunda resistores ôhmicos com a definição de resistência elétrica. Condutores que não
obedecem à Primeira Lei de Ohm são ditos condutores não ôhmicos, entretanto, conhecendo a curva
característica 𝑈 × 𝑖 do dispositivo, podemos determinar a resistência elétrica em cada ponto de
interesse.

O símbolo de resistência elétrica em esquemas de circuitos elétricos é:

Figura 15.30: Simbologia de resistência elétrica em circuitos.

2.8.1 - Curva característica de um condutor ôhmico


Um condutor ôhmico mantido à temperatura constante apresenta resistência elétrica constante.
Dessa forma, ao plotarmos um gráfico da tensão pela corrente, temos:

Figura 15.31: Gráfico da tensão pela corrente elétrica no condutor ôhmico.

Note que a resistência independe da tensão aplicada nos terminais do condutor ou da corrente
que o atravessa. Ela só depende da temperatura que no nosso caso foi considerada constante.

Algumas propriedades da curva característica de um condutor ôhmico são que ela é sempre uma
reta, que necessariamente passa pela origem dos eixos. Com um ângulo 𝛼 variando 0 < 𝛼 < 90°.
Também é importante destacar que a resistência é constante é proporcional ao valor da tangente de 𝛼.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um circuito é composto de um gerador e um resistor não ôhmico ligados em série. O gráfico traz a
relação entre a corrente que atravessa o resistor não ôhmico e a sua resistência.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 31
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26
24
22

Resisência elétrica (Ω)


20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5
Corrente elétrica (A)

Sabendo que a resistência interna do gerador é de 2,0 Ω e que ele fornece uma força eletromotriz
de 33 𝑉, a corrente que percorre o circuito é próxima de
a) 1,0 A b) 2,0 A c) 3,0 A d) 5,0 A e) 7,0 A
Caso encontre um polinômio de terceiro grau, teste os números primos como raízes.
Comentários

Do gráfico, notamos que para a corrente de 2 𝐴, a resistência é de 4 Ω, e que para uma corrente
de 4 𝐴, a resistência é de 16 Ω. Com isso, para o resistor não ôhmico da questão, podemos escrever:

𝑅(𝑖) = 𝑖 2

E para o circuito:

𝑉 = 𝑟 ⋅ 𝑖 + 𝑅(𝑖) ⋅ 𝑖

33 = 2𝑖 + 𝑖 3

𝑖 3 + 2𝑖 − 33 = 0

Analisando o polinômio, temos que 3 é raiz. Logo:

(𝑖 − 3). (𝑖 2 + 3𝑖 + 11) = 0

Analisando o segundo coeficiente:

𝑖 2 + 3𝑖 + 11 = 0

Temos:

Δ<0

Logo, temos que:

𝑖 = 3,0 𝐴

Gabarito: “c”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 32
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2.9 - Efeito Joule


Quando um fio condutor é submetido a uma diferença de potencial, um campo elétrico se
estabelece no interior dele. Com isso, os elétrons são acelerados de tal maneira que eles ganham
velocidade no sentido do campo. Entretanto, logo em seguida, esses elétrons colidem com átomos do
metal e perdem velocidade. Como ainda há campo elétrico, os elétrons livres ganham novamente
velocidade naquele sentido, permitindo que eles colidam novamente com outros átomos, e assim
sucessivamente.

Dessa forma, o condutor permite que os elétrons livres se movam em seu interior, mas impõe uma
grande resistência a esse movimento. Quando os elétrons livres se chocam com os átomos do metal, os
átomos passam a oscilar com amplitudes maiores, o que acarreta a elevação da temperatura do fio.

Figura 15.32: Representação do movimento térmico devido aos choques dos elétrons.

Toda energia potencial elétrica perdida pelos elétrons durante as colisões é convertida em energia
térmica. É comum dizer que a energia potencial elétrica é dissipada no condutor. Esse fenômeno de
transformação da energia potencial elétrica em energia térmica recebe o nome de Efeito Joule.

Vale lembrar que o movimento dos elétrons é bem lento, mas se inicia quase instantaneamente
em todos nos pontos do condutor, porque a velocidade de propagação do campo elétrico é muito alta,
próxima à velocidade da luz. As considerações feitas até aqui são bem superficiais perto do que ocorre na
realidade, mas já são o suficiente para atender nossas necessidades no mundo dos nossos vestibulares.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Quando um fio condutor é submetido a uma diferença de potencial, um campo elétrico se
estabelece no interior dele. Com isso, os elétrons são acelerados de tal maneira que eles ganham
velocidade no sentido do campo. Entretanto, logo em seguida, esses elétrons colidem com átomos
do metal e perdem velocidade. Como ainda há campo elétrico, os elétrons livres ganham novamente
velocidade naquele sentido, permitindo que eles colidam novamente com outros átomos, e assim
sucessivamente.
Acerca dos conhecimentos a respeito da eletrodinâmica, assinale a alternativa correta
a) o condutor permite que os elétrons livres se movam em seu interior, mas impõe uma grande
resistência a esse movimento. Quando os elétrons livres se chocam com os átomos do metal, os

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 33
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

átomos passam a oscilar com amplitudes menores, o que acarreta a elevação da temperatura do
fio.
b) O movimento dos elétrons é bem rápido, mas se inicia quase instantaneamente em todos nos
pontos do condutor, porque a velocidade de propagação do campo elétrico é muito alta, próxima à
velocidade da luz.
c) O filamento de uma lâmpada incandescente, aquecedores elétricos de ambiente, ferros elétricos
de passar roupa, chuveiros elétricos, soldadores elétricos são exemplos comuns de resistores. Para
proteger os circuitos e instalações elétricos utilizamos fusíveis – filamento que derrete após uma
determinada corrente que provoca um superaquecimento por efeito Joule. Os fusíveis, contudo,
não podem ser considerados resistores.
d) Um condutor ôhmico mantido à temperatura constante tem a resistência elétrica constante e
que é função da tensão aplicada nos terminais do condutor.
e) Toda energia potencial elétrica perdida pelos elétrons durante as colisões é convertida em
energia térmica.
Comentários

a) Incorreta. Quando os elétrons livres se chocam com os átomos do metal, os átomos passam a
oscilar com amplitudes maiores.

b) Incorreta. O movimento dos elétrons é bem lento no interior do condutor.

c) Incorreta. Os fusíveis também são resistores.

d) Incorreta. Condutores ôhmicos apresentam resistência constante, a uma dada temperatura.

e) Correta. A energia relacionada aos choques dos elétrons é convertida em energia térmica,
fazendo com que o condutor se aqueça.

Gabarito: “e”.

3 - Resistores
O filamento de uma lâmpada incandescente, aquecedores elétricos de ambiente, ferros elétricos
de passar roupa, chuveiros elétricos, soldadores elétricos são exemplos comuns de resistores. Para
proteger os circuitos e instalações elétricos utilizamos fusíveis – filamento que derrete após uma
determinada corrente que provoca um superaquecimento por efeito Joule. Os fusíveis também são
resistores.

3.1 - Potência dissipada num resistor


Como vimos, a potência dissipada em um bipolo elétrico é dada pela expressão 𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖.
Contudo, usando a primeira Lei de Ohm nessa expressão, podemos encontrar outras fórmulas que
agilizaram nossos cálculos, tudo vai depender do que é pedido e fornecido pela questão.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 34
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

3.1.1 - Resistores em série – corrente constante


Considere a configuração de três resistores em série, como na figura abaixo:

Figura 15.33: Três resistores conectados em série. A corrente que passa por eles é a mesma.

Neste caso, os três resistores são percorridos pela mesma corrente. Dessa forma, se escrevermos
a potência em função da corrente (que é a mesma para todos os resistores) e a resistência, podemos
comparar a potência em cada resistor e teremos como avaliar aquele que dissipa maior resistência, por
exemplo.

Para isso, basta combinar a primeira lei de Ohm e a potência dissipada por um bipolo, buscando
deixar a resistência e a corrente na expressão da potência:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖 e 𝑉 = 𝑅 ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 = (𝑅 ⋅ 𝑖) ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 = 𝑅 ⋅ 𝑖 2

Para cada um dos resistores, podemos dizer que:

𝑃𝑜𝑡1 = 𝑅1 ⋅ 𝑖 2
𝑃𝑜𝑡2 = 𝑅2 ⋅ 𝑖 2
𝑃𝑜𝑡3 = 𝑅3 ⋅ 𝑖 2
2
{𝑃𝑜𝑡𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑞 ⋅ 𝑖
Em que

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3

Com este resultado, podemos ver que o maior resistor dissipará a maior potência, já que a corrente
que passa por todos é a mesma.

3.1.2 - Resistores em paralelo – tensão constante


Considere a configuração de três resistores em paralelo, conforme a figura abaixo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 35
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Figura 15.34: Resistores conectados em paralelo. A tensão eles estão sob a mesma diferença de potencial.

Note que neste tipo de configuração a ddp é a mesma nos três resistores. Por isso, é muito
interessante encontrar uma expressão para a potência dissipada no resistor em que um dos termos seja
a ddp 𝑉. Dessa forma, podemos combinar as equações da seguinte forma:

𝑉
𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖 e 𝑖 =
𝑅

Combinando as duas relações, temos:

𝑉
𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ ( )
𝑅

𝑉2
𝑃𝑜𝑡 =
𝑅

Com esse resultado vemos que a potência é inversamente proporcional a resistência nesse caso.
Portanto, o maior resistor dissipará a menor potência. Para cada um deles e para o circuito equivalente,
temos:

𝑈2
𝑃𝑜𝑡1 =
𝑅1
𝑈2
𝑃𝑜𝑡2 =
𝑅2
𝑈2
𝑃𝑜𝑡3 =
𝑅3
𝑈2
𝑃𝑜𝑡 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
{ 𝑅𝑒𝑞

Na qual:

1 1 1 1
= + +
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 36
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Como já vimos, por efeito Joule haverá uma dissipação de energia térmica quando o condutor é
percorrido por uma corrente elétrica. Dessa forma, o resistor elevará a sua temperatura até uma um valor
limite.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Como uma forma de aquecer uma certa quantidade de água para preparar uma garrafa de café,
uma dona de casa utiliza um “mergulhão”, que é um aparelho que consiste em uma resistência
elétrica e que, ao ser ligado, é atravessado por uma corrente elétrica gerando calor através do efeito
Joule. Ao ler as especificações do produto, a dona de casa encontra as informações:
1000 𝑊/ 220 𝑉
Considere que a dona de casa vive em um lugar cuja tensão fornecida pela rede atende
corretamente às especificações do aparelho. É possível afirmar que a corrente que o atravessa o
mergulhão e sua resistência valem aproximadamente:
a) 𝑖 = 4,5 𝐴 e 𝑅 = 50 𝛺. b) 𝑖 = 13 𝐴 e 𝑅 = 20 𝛺.
c) 𝑖 = 4,5 𝐴 e 𝑅 = 13 𝛺. d) 𝑖 = 15 𝐴 e 𝑅 = 14 𝛺.
Comentários

A relação existente entre o valor da corrente 𝑖 que atravessa um resistor, sua potência dissipada e
a ddp que ele está submetido é dada por:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑖 ⋅ 𝑉

𝑃𝑜𝑡 1000
𝑖= = ≅ 4,5 𝐴
𝑉 220

O valor da resistência 𝑅 pode ser calculada através da relação:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑖 2 ⋅ 𝑅

𝑃𝑜𝑡 1000
𝑅= = = 49,4 Ω
𝑖2 20,25

Gabarito: “a”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Caso a mesma dona de casa da questão anterior vá fazer uma viagem e, por engano, submeta o
equipamento a uma tensão de 𝟏𝟏𝟎 𝑽, é correto afirmar que ele
a) Tem grandes chances de queimar instantaneamente, uma vez que foi projetado para trabalhar
com uma diferença de potencial maior.
b) Não funcionará.
c) Será atravessado por uma corrente elétrica de intensidade duas vezes maior que o ideal.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 37
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

d) Levará aproximadamente quatro vezes mais tempo para aquecer a água.


Comentários

a) Incorreta. Uma menor ddp gerará uma menor corrente atravessando o circuito do aparelho,
fazendo com que ele funcione sem sua capacidade máxima. O maior risco de dano no aparelho se dá ao
ligar um circuito projetado para funcionar com uma tensão de 110 𝑉 em uma tensão de 220 𝑉.

b) Incorreta. Ao ter sua potência reduzida quatro vezes, a quantidade de energia fornecida para a
água também é reduzida à quarta parte, mas ainda operante.

c) Incorreta. A relação entre a corrente 𝑖, a tensão 𝑉 e a resistência 𝑅 de um circuito é dada por


𝑉 = 𝑅 ⋅ 𝑖, logo, ao fornecer metade da ddp de projeto, metade da corrente atravessará o resistor.

d) Correta. Ao ter sua potência reduzida quatro vezes, a quantidade de energia fornecida para a
água também é reduzida à quarta parte, fazendo com que o tempo de aquecimento seja
aproximadamente quatro vezes maior.

Gabarito: “d”.
(2019/INÉDITA)
Uma bateria de tensão 𝑉 e resistência interna 𝑅𝑖 é ligada em série com um arranjo de resistores de
resistência 𝑅, conforme a figura. O esquema do circuito está apresentado na figura. A potência
dissipada por cada resistor 𝑅 é dada por

2 2 2
𝑉 𝑉 𝑉⋅𝑅𝑖
(𝑅 ) 𝑅⋅(𝑅 ) (𝑅 )
𝑉2 𝑉2 3
+𝑅𝑖
3
+𝑅𝑖
3
+𝑅𝑖
a) b) (𝑅+𝑅𝑖 )
c) d) e)
𝑅 9⋅𝑅 9 9

Comentários

Devemos começar pelo cálculo da resistência equivalente do circuito. Como os três resistores 𝑅
foram ligados em paralelo, temos que a resistência equivalente é de:

𝑅
𝑅𝑒𝑞 =
3

Dado que os resistores foram ligados em série à bateria, a resistência total será dada pela soma
de suas resistências:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 38
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑅
𝑅𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 = 𝑅𝑒𝑞 + 𝑅𝑖 = + 𝑅𝑖
3

Sabemos pela lei de Ohm-Pouillet que a força eletromotriz de um gerador é igual ao produto da
intensidade da corrente pela resistência total do circuito.

𝐕=𝑹⋅𝒊 Lei de Ohm

[𝑽] = 𝑽 = 𝑽𝒐𝒍𝒕 [𝑅] = Ω = 𝑜ℎ𝑚 [𝑖] = 𝐴 = 𝑎𝑚𝑝é𝑟𝑒

Daí, temos:

𝑉 = 𝑅𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 ⋅ 𝑖

Isolando a corrente nessa relação, temos:

𝑉 𝑉 𝑉
𝑖= = =
𝑅𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑅𝑒𝑞 + 𝑅𝑖 𝑅 + 𝑅
3 𝑖

Finalmente, sabemos que a potência dissipada por um resistor é dada por:

Potência média dissipada


𝐏𝐨𝐭 = 𝑽 ⋅ 𝒊
por um resistor

𝑱
[𝑷𝒐𝒕] = = 𝑾𝒂𝒕𝒕 [𝑉] = 𝑉 = 𝑉𝑜𝑙𝑡 [𝑖] = 𝐴 = 𝑎𝑚𝑝é𝑟𝑒
𝒔

Cada resistor 𝑅 será atravessado por um terço da corrente total do circuito, daí:

𝑖
𝑃𝑜𝑡 = 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 ⋅
3

Na qual 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 é a diferença de potencial elétrico no resistor. Como sabemos apenas a diferença
de potencial da bateria, devemos novamente usar a lei de Ohm combinada à relação acima descrita para
chegarmos até a relação da potência dissipada por um resistor em função da sua resistência e da corrente
que o atravessa.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 39
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑖 𝑖 𝑖 𝑖2
𝑃𝑜𝑡 = 𝑉𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 ⋅ = 𝑅𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 ⋅ ⋅ = 𝑅𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 ⋅
3 3 3 9

Sabemos que a resistência do resistor vale 𝑅 e a corrente foi determinada anteriormente.


Substituindo-se essas informações, temos:

2
𝑉
𝑅 ⋅ (𝑅 )

𝑃𝑜𝑡 = 3 + 𝑅𝑖
9

Gabarito: “d”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um resistor foi submetido a um aumento gradual de voltagem e a potência por ele dissipada foi
anotada. Posteriormente, elaborou-se o gráfico da potência dissipada pelo resistor em função da
diferença de potencial U a qual ele foi submetido.

Podemos afirmar que o resistor


a) queima quando atravessado por correntes superiores a 5,0 𝐴.
b) dissipa uma potência de 450 W quando submetido a uma diferença de potencial de 100 𝑉.
c) é ôhmico e possui uma resistência nominal de 5,0 Ω.
d) funciona perfeitamente quando submetido a uma diferença de potencial de 220 𝑉.
e) dissipa 750 W quando atravessado por uma corrente de 6,0 𝐴.
Comentários

a) Correta. No momento que é aumentada a diferença de potencial e não ocorre mais dissipação
de energia, quer dizer que o resistor queimou. Pela análise do gráfico, a diferença de potencial limite é de
150 V e a potência é de 750 W, portanto:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 40
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

P = i ⋅ V ∴ i = 750/150 = 5,0 A

b) Incorreta. Primeiro devemos calcular a resistência do resistor, para em seguida calcular a


potência dissipada em 100 V.

𝑉 = 𝑅 ⋅ 𝑖 ∴ 150 = 𝑅 ⋅ 5 ∴ 𝑅 = 30Ω

𝑃 = 𝑉 2 /𝑅 = 1002 /30 = 333,33𝑊

c) Incorreta. Como visto no item anterior, tem uma resistência de 30Ω.

d) Incorreta. Como visto no item “a”, o resistor queima em diferenças de potenciais maiores que
150 V.

e) Incorreta. Como visto no item “a”, o resistor queima em correntes maiores que 5A.

Gabarito: “a”.
(2020/INÉDITA)
Dois resistores são ligados a uma bateria com resistência interna 𝑅𝑖 .

A potência, em Watts, dissipada por 𝑅2 é próxima de


a) 55 𝑊 b) 69 𝑊 c) 75 𝑊 d) 113 𝑊 e) 4500 𝑊
Note e adote:
A bateria possui Força Eletromotriz de 30 𝑉 e resistência interna de 0,20 Ω.
Os resistores 𝑅1 e 𝑅2 apresentam resistências iguais a 8,0 e 12 Ohms respectivamente.
Comentários

Notamos que 𝑅1 foi ligado em paralelo a 𝑅2 , sendo a resistência interna da bateria considerada
em série com o circuito. Devemos calcular a resistência equivalente à ligação em paralelo dos dois
resistores:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 41
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑅1 ⋅ 𝑅2 8 ⋅ 12 8 ⋅ 12
𝑅𝑒𝑞 = = = = 4,8 Ω
𝑅1 + 𝑅2 8 + 12 20

A resistência total do circuito será de:

𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4,8 + 0,2 = 5,0 Ω

Dessa forma, podemos calcular a corrente total no circuito usando a primeira lei de Ohm:

𝑉
𝑉 =𝑅⋅𝑖 ⇒𝑖 =
𝑅

30
𝑖= = 6,0 𝐴
5

Agora podemos calcular a queda de tensão provocada pela resistência interna da bateria:

𝑉 = 𝑅 ⋅ 𝑖 = 0,2 ⋅ 6 = 1,2 𝑉

Isso significa que os resistores 𝑅1 e 𝑅2 estão submetidos a uma mesma tensão de:

𝑉𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 30 − 1,2 = 28,8 𝑉

Finalmente, podemos calcular a potência dissipada por 𝑅2 :

2
(𝑉𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 ) 28,8 ⋅ 28,8
𝑃𝑜𝑡2 = = ≅ 69 𝑊
𝑅2 12

Gabarito: “b”.
(2019/INÉDITA)
Um grupo de estudantes construiu um circuito como o representado na figura abaixo.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 42
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Qual o valor da potência, em watts, dissipada pelo resistor R?


a) 10 b) 14 c) 36 d) 54 e) 60
Comentários

Como os resistores do ramo superior estão ligados em paralelo ao resistor do ramo inferior, temos
que a diferença de potencial é a mesma e vale 6 𝑉 em cada. Para o ramo inferior, podemos escrever:

𝑉
𝑉 =𝑅⋅𝑖 ⇒𝑖 =
𝑅

12
𝑖= = 3,0 𝐴
4

Se a corrente total é de 5,0 𝐴, então a corrente no ramo superior é de 2,0 𝐴. A queda de tensão
no resistor de 2,5 Ω é de:

𝑉2,5 = 𝑅2,5 ⋅ 𝑖𝑟𝑎𝑚𝑜

𝑉2,5 = 2,5 ⋅ 2,0 = 5 𝑉

Então a queda de tensão no resistor 𝑅 será de 7,0 𝑉. Finalmente, a potência por ele dissipada é
dada por:

𝑃𝑜𝑡𝑅 = 𝑉𝑅 ⋅ 𝑖𝑟𝑎𝑚𝑜 = 7,0 ⋅ 2,0 = 14 𝑊

Gabarito: “b”.

3.2 - Segunda Lei de Ohm


Dando sequência aos seus trabalhos, George Ohm buscou identificar quais grandezas
influenciariam a resistência elétrica e verificou que ela era função do material, do comprimento do
condutor e da sua secção transversal.

A resistência elétrica 𝑅 de um condutor homogêneo de secção transversal uniforme é diretamente


proporcional ao seu comprimento 𝐿, inversamente proporcional à área 𝐴 de sua secção transversal e
depende do material e da temperatura:

𝑳
𝑹=𝝆⋅ A segunda lei de Ohm
𝑨

[𝑹] = 𝛀 [𝝆] = 𝛀 ⋅ 𝒎 [𝑳] = 𝒎 [𝑨] = 𝒎𝟐

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 43
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

A condutividade elétrica de um material, simbolizada por 𝜎, é a grandeza física definida como o


inverso da resistividade, ou seja:

𝟏
𝝈= A condutividade elétrica
𝝆

𝟏 𝛀−𝟏 𝑺
[𝝈] = = = [𝝆] = 𝛀 ⋅ 𝒎
𝛀⋅𝒎 𝒎 𝒎

O inverso do Ω é o Siemens. A unidade de 𝜎 é o Siemens por metro (𝑆/𝑚).

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Sobre o fluxo de elétrons entre dois pontos através de um fio condutor, é correto afirmar que
a) Só ocorre se o potencial elétrico dos dois pontos for o mesmo.
b) Ocorre do maior para o menor potencial elétrico.
c) Ocorre de forma aleatória.
d) Independe da condutividade do fio condutor.
e) É diretamente proporcional à resistividade do material.
Comentários

a) Incorreta. O fluxo de elétrons depende de uma diferença de potencial elétrico.

b) Correta. Corrente elétrica é o nome dado para o fluxo de elétrons, cuja intensidade é medida
em coulomb por segundo (ampère), que segue de um ponto com maior potencial para outro com menor
potencial elétrico, logo, não existe onde essa diferença de potencial também não existir. O material que
está sendo atravessado pelos elétrons influencia diretamente na corrente, uma vez que a resistividade
elétrica, que causa resistência a esse fluxo eletrônico é uma característica intrínseca a cada material.

c) Incorreta. O fluxo de elétrons é ordenado.

d) Incorreta. O material com o qual o fio é construído interfere em sua resistência e na corrente
estabelecida a partir de determinada diferença de potencial elétrico.

e) Incorreta. A corrente é inversamente proporcional à resistividade do material com o qual o fio


condutor é construído.

Gabarito: “b”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Os fios condutores são utilizados no transporte da energia elétrica e devem ser dimensionados em
função do uso de uma determinada rede, de modo a otimizar a sua eficiência energética em
comparação com seu custo.
Ao assumir que tais transmissores são cilindros retos de base circular, qual das alternativas
apresenta uma propriedade que favorecerá o desperdício de energia por eles promovido?

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 44
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

A) Usar em sua construção materiais de menor resistividade, como o cobre e o ouro.


B) Aumentar o raio de sua seção transversal.
C) Aumentar o seu comprimento, ou altura dos cilindros.
D) Submetê-los a uma menor corrente elétrica.
Comentários

a) Incorreta. Quanto menor a resistividade dos materiais, melhor será a eficiência na transmissão
da energia elétrica e menor o desperdício de energia por eles promovido.

b) Incorreta. A partir da segunda lei de Ohm, devemos perceber que um aumento no raio da seção
transversal desses condutores fará com que o desperdício energético por eles promovido tenderá a
diminuir, já que a sua resistência será menor.

𝑳
𝑹=𝝆⋅ A segunda lei de Ohm
𝑨

[𝑹] = 𝛀 [𝝆] = 𝛀 ⋅ 𝒎 [𝑳] = 𝒎 [𝑨] = 𝒎𝟐

c) Correta. Quanto maior o comprimento dos fios usados em um determinado circuito, maior será
a sua resistência interna, conforme a segunda lei de Ohm. Com isso, o desperdício energético por eles
promovido será maior.

d) Incorreta. Quanto menor for a corrente que atravessa os condutores, menor será a potência
por eles dissipada.

Gabarito: “c”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Quatro condutores constituídos por diferentes materiais, mas de mesmo comprimento, foram
submetidos a diferentes tensões elétricas enquanto mantido a temperatura constante. O gráfico
representa a diferença de potencial em função da corrente elétrica observada para cada um dos
objetos testados.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 45
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Admitindo-se que os dois únicos condutores ôhmicos testados possuem a mesma espessura, aquele
de maior condutividade elétrica é o de número
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4
Comentários

Um condutor ôhmico mantido à temperatura constante apresenta resistência elétrica constante.


Daí, os únicos condutores ôhmicos são 1 e 3.

Sabemos que a resistência elétrica 𝑅 de um condutor homogêneo de secção transversal uniforme


é diretamente proporcional ao seu comprimento 𝐿, inversamente proporcional à área 𝐴 de sua secção
transversal e depende do material e da temperatura:

𝐿
𝑅 =𝜌⋅ A segunda lei de Ohm
𝐴

[𝑅] = Ω [𝜌] = Ω ⋅ 𝑚 [𝐿] = 𝑚 [𝐴] = 𝑚2

A condutividade elétrica de um material, simbolizada por 𝜎, é a grandeza física definida como o


inverso da resistividade, ou seja:

1
𝜎= A segunda lei de Ohm
𝜌

1 Ω−1 𝑆
[𝜎] = = = [𝜌] = Ω ⋅ 𝑚
Ω⋅𝑚 𝑚 𝑚

Quanto maior a inclinação maior a resistência elétrica do condutor. Com isso, concluímos que 3
possui menor resistência elétrica que 1 e como consequência menor resistividade e maior condutividade
elétrica.

Gabarito: “c”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um eletricista precisa escolher um fio condutor cilíndrico para ligar dois pontos de uma obra. Ao
chegar na loja, foram a ele oferecidas fiações de cobre com diversos diâmetros. Considerando que
o comprimento da fiação seria o mesmo para sua demanda, a curva dentre as 5 abaixo que melhor
representa a variação da resistência elétrica 𝑅 inerente ao fio, em função de seu raio 𝑟 , é

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 46
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

a) I b) II c) III d) IV e) V
Comentários

Questão de análise gráfica sobre resistência de um fio condutor. A relação entre a resistência de
um condutor cilindro e suas propriedades é expressa pela segunda lei de Ohm:

𝐿
𝑅 =𝜌⋅
𝐴

Na qual 𝜌 é a resistividade do material com a qual o condutor é feito, 𝐿 é o comprimento do fio e


𝐴 a sua área transversal. Uma vez que a área é proporcional ao quadrado do raio, a relação entre a
resistência e o raio é o inverso do quadrado.

Gabarito: “e”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Para chegar até as zonas residenciais, a energia elétrica necessita atravessar uma complexa rede de
transmissão. Suponha que para o abastecimento da zona urbana do município de Campinas a rede
de transmissão possua um comprimento 120 quilômetros, sendo usado um condutor cilindro com
120 𝑚𝑚2 de seção transversal reta, e resistividade de 1,75 μΩ ⋅ 𝑚. Considerando que não ocorra
variação na resistividade em toda a extensão da fiação, o valor da resistência elétrica desse condutor
é próximo de
a) 25,2 Ω. b) 1,75 Ω. c) 1,75 𝑘𝛺. d) 25,2 μΩ.
Comentários

Aplicando a 2ª Lei de Ohm, lembrando de converter as unidades, temos:

(120 ⋅ 103 m) ⋅ (1,75 ⋅ 10−6 Ω𝑚)


R= = 1750 Ω = 1,75 kΩ
120 ⋅ 10−6 𝑚2

Gabarito: “c”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 47
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Chuveiros elétricos são equipamentos que têm a capacidade de esquentar a água através de uma
resistência elétrica que dissipa energia através do efeito Joule. É Bastante comum que chuveiros
tenham 3 opções de temperatura da água: “fria”, “morna” e “quente”, ou “desligado”, “verão” e
“inverno”.
Considerando que a resistência elétrica imposta pelo resistor do chuveiro na posição “quente” seja
três vezes menor do que aquela na posição “morno”, a razão entre o comprimento do resistor
atravessado pela corrente elétrica na posição “morno” e o comprimento do resistor atravessado
pela corrente elétrica na posição “quente” vale
As demais características físicas do condutor cilíndrico usado para formar o resistor são mantidas.
a) 3 b) 9 c) 6 d) 1/9 e) 1/3
Comentários

A resistência 𝑅 de um fio condutor é dada por:

𝜌⋅𝐿
𝑅=
𝐴

Na qual 𝜌 é a resistividade, do material, 𝑙 é o comprimento do fio e 𝐴 é a área da sessão transversal.


Uma vez que o que está variando quando passamos os chuveiros da posição “morno” para a posição
“quente” é o comprimento do fio pelo qual a corrente elétrica está passando, podemos escrever:

𝑅𝑚
𝑅𝑞 =
3

𝜌 ⋅ 𝐿𝑞 1 𝜌 ⋅ 𝐿𝑚
= ⋅
𝐴 3 𝐴

𝜌 ⋅ 𝐿𝑞 1 𝜌 ⋅ 𝐿𝑚
= ⋅
𝐴 3 𝐴

𝐿𝑚 𝐿𝑚
𝐿𝑞 = ⇒ =3
3 𝐿𝑞

Gabarito: “a”.
(2019/INÉDITA)
Uma resistência foi construída na forma de bastão de 10 𝑐𝑚 de comprimento e seção transversal
quadrada de 10 𝑚𝑚 de lado. Esse elemento foi ligado a uma tensão de 210 𝑉 e usada para aquecer
água. Se durante 34 𝑠 verificou-se que 6,8 ⋅ 103 𝑐𝑎𝑙 foram fornecidos ao líquido, temos que a
condutividade elétrica do material é aproximadamente de
a) 13 𝑆/𝑚 b) 19 𝑆/𝑚 c) 23 𝑆/𝑚 d) 37 𝑆/𝑚 e) 54 𝑆/𝑚

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 48
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Note e adote:
Considere a resistividade do material e o calor específico da água constantes naquele intervalo de
temperatura.
Admita que 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,2 𝐽 e assuma que toda a energia fornecida ao bastão foi absorvida pela água.
Comentários

A potência dissipada pelo material é igual ao calor fornecido ao líquido no referido intervalo de
tempo:

𝑄
𝑃=
Δ𝑡

Podemos escrever a potência fornecida por um resistor elétrico em função da sua resistência
elétrica e da diferença de potencial a qual está submetido:

𝑄 𝑈2 𝑄
𝑃= ⇒ =
Δ𝑡 𝑅 𝛥𝑡

2102 6,8 ⋅ 103 ⋅ 4,2


=
𝑅 34

2102 ⋅ 34 210 ⋅ 210 ⋅ 34 21 ⋅ 5 ⋅ 1


𝑅= 3
= = = 52,5 Ω
6,8 ⋅ 10 ⋅ 4,2 68 ⋅ 10 ⋅ 42 2⋅1⋅1

Pela segunda lei de Ohm, podemos determinar a resistividade do material:

𝐿 𝑅⋅𝐴
𝑅 =𝜌⋅ ⇒𝜌=
𝐴 𝐿

Devemos nos lembrar que a condutividade elétrica do material é dada pelo inverso da sua
resistividade:

1 𝐿 10 ⋅ 10−2 1 ⋅ 10−1
=𝜎= = =
𝜌 𝑅 ⋅ 𝐴 52,5 ⋅ (10 ⋅ 10−3 )2 52,5 ⋅ 10−4

𝜎 = 0,019 ⋅ 103 = 19 𝑆/𝑚

Gabarito: “b”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 49
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

3.3 - Reostato
Chamamos de reostato o dispositivo eletrônico que possui resistência variável. Ele pode ser
representado por dois tipos de símbolos:

Figura 15.35: As duas simbologias de reostatos que são utilizadas em circuitos elétricos.

Um exemplo muito comum é o reostato de cursor, em que a variação da resistência elétrica é


definida pela variação contínua do comprimento de um filamento condutor.

Figura 15.36: Esquema simplificado de um reostato de cursor.

Basicamente, ele utiliza a segunda lei de Ohm, já que a resistência é diretamente proporcional ao
comprimento do fio.

(2019/QUESTÃO)
As extremidades A e B de um fio condutor cilíndrico e homogêneo, de 30 𝑐𝑚 de comprimento, são
ligadas numa bateria, submetendo-se a uma ddp igual a 6 𝑉. Calcule:

a) a intensidade do campo elétrico no interior desse fio;


b) a ddp 𝑉𝐷 − 𝑉𝐶 , entre os pontos D e C.
Comentários

a) Considerando que o campo no interior do condutor será uniforme, podemos dizer que:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 50
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑈 = 𝐸 ⋅ 𝑑 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵

6 = 𝐸 ⋅ 0,3 ⇒ 𝐸 = 20 𝑉/𝑚

b) Dessa forma, a ddp entre os pontos D e C é dada por:

𝑉𝐶 − 𝑉𝐷 = 𝐸 ⋅ 𝑑𝐶𝐷

𝑉𝐶 − 𝑉𝐷 = 20 ⋅ 0,12 = 2,4 𝑉

Mas a ddp pedida é 𝑉𝐷 − 𝑉𝐶 , portanto:

𝑉𝐷 − 𝑉𝐶 = −2,4 𝑉

Gabarito: a) 𝑬 = 𝟐𝟎 𝑽/𝒎, b) 𝑽𝑫 − 𝑽𝑪 = −𝟐, 𝟒 𝑽.


(2019/QUESTÃO)
Um filamento metálico é esticado de modo que seu comprimento triplique e o volume permanece
inalterado. Qual deve ser a nova resistência do fio, se no início era 𝑅0 ?
Comentários

Antes e depois de esticar o fio, o volume será o mesmo. Então:

𝑉𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝑉𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 ⇒ 𝐴0 ⋅ 𝐿0 = 𝐴 ⋅ 𝐿

Mas o comprimento final é 3 vezes o inicial. Assim:

𝐴0
𝐴0 ⋅ 𝐿0 = 𝐴 ⋅ 3 ⋅ 𝐿0 ⇒ 𝐴 =
3
Pela segunda lei de Ohm, a resistência final é de:

𝐿 3 ⋅ 𝐿0 𝐿0
𝑅=𝜌⋅ =𝜌⋅ = 9 ⋅ (𝜌 ⋅ )
𝐴 𝐴0 𝐴0
3

𝑅 = 9 ⋅ 𝑅0

Gabarito: 𝑹 = 𝟗 ⋅ 𝑹𝟎 .

4 - Associação de resistores
É muito comum em circuitos elétricos a necessidade de determinar uma resistência que teria a
mesma corrente quando submetido a mesma tensão. Nessas ocasiões, a configuração dos resistores pode
ser classificada em três categorias: série, paralela ou mista. O resistor equivalente à associação é o único
que, quando submetido à mesma ddp que a associação inicial, é atravessado pela mesma corrente.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 51
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

4.1 - Associação em série


Dizemos que dois ou mais resistores estão associados em série quando são interligados de tal
modo que, ao serem percorridos por uma corrente elétrica, ela terá a mesma intensidade em todos eles.
Esquematicamente, temos que:

Figura 15.37: N resistores conectados em série são percorridos pela mesma corrente elétrica.

A corrente que passa pelos resistores, nessa configuração, será a mesma. Portanto:

𝑖1 = 𝑖2 = 𝑖3 = ⋯ = 𝑖𝑛 = 𝑖

A associação de resistores citada pode ser trocada por um resistor equivalente, tal que:

Figura 15.38: Pela primeira Lei de Ohm, quando o resistor equivalente é submetido à uma ddp U, a corrente percorrida nele é de mesma
intensidade i.

É importante destacar que a soma das diferenças de potencial surgidas em cada um dos resistores
é igual a diferença de potencial total entre os resistores ligados em série, 𝑉. Em decorrência desse fato,
podemos escrever para a resistência equivalente de resistores ligados em série:

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑁 Resistência equivalente para associações em série

Dizemos que a resistência elétrica 𝑅𝑒𝑞 é igual à soma das resistências elétricas dos resistores
associados em série. É importante destacarmos que a ddp a qual está submetido o resistor é diretamente
proporcional à sua resistência elétrica. Portanto, quem possui maior resistência elétrica terá a maior
queda de tensão nele. Se as resistências dos resistores associados em série são iguais à 𝑅, então a
resistência equivalente é dada por:

Resistência equivalente para associações em série de


𝑅𝑒𝑞 = 𝑛 ⋅ 𝑅
resistores de mesma resistência

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 52
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Nesse caso, cada resistor está submetido à mesma diferença de potencial.

(2019/QUESTÃO)
Determine a resistência equivalente entre os pontos 𝑎 e 𝑏, e entre os terminais 𝑐 e 𝑑.

Comentários

Para determinarmos a resistência equivalente entre 𝑎 e 𝑏, devemos aplicar uma fonte entre estes
pontos e analisar como se distribui a corrente no circuito, como na figura abaixo:

Como o circuito está aberto nos pontos 𝑐 e 𝑑, nos dois resistores de 4 Ω não passa corrente elétrica
(𝑖 = 0). Dessa forma, os resistores de 4 Ω podem ser retirados do circuito sem prejudicar o funcionamento
do circuito.

Dessa forma, há corrente passando apenas nos resistores de 3 Ω, 2 Ω, 6 Ω e 1 Ω. Note que esses
resistores serão percorridos pela mesma corrente e estão em série. Portanto:

𝑅𝑒𝑞 𝑎𝑏 = 3 + 2 + 6 + 1 = 12 Ω

Pela mesma linha de raciocínio, para determinar a resistência equivalente entre 𝑐 e 𝑑, devemos
colocar uma fonte entre esses pontos, como no circuito da figura abaixo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 53
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Então, os pontos 𝑎 e 𝑏 estão abertos e não há corrente passando por eles. Assim, a corrente entre
𝑖 deverá passar pelos resistores de 4 Ω, 6 Ω e 4 Ω, formando uma associação em série. Logo, a resistência
equivalente entre 𝑐 e 𝑑 é dada por:

𝑅𝑒𝑞𝑐𝑑 = 4 + 6 + 4 = 14 Ω

Gabarito: 𝑹𝒆𝒒𝒄𝒅 = 𝟏𝟒 𝛀.

4.2 - Associação em paralelo


Dois ou mais resistores estão em paralelo quando seus terminais estão conectados nos mesmos
pontos 𝑎 e 𝑏, como mostrado na figura abaixo:

Figura 15.39: Associação de N resistores em paralelo. Eles estão submetidos a mesma diferença de potencial.

Como um exemplo, se ligarmos três lâmpadas em paralelo a uma fonte de tensão, teremos:

Figura 15.40: Circuito formado por três lâmpadas em paralelo.

Note que as três lâmpadas estão submetidas à mesma ddp da fonte. Como bem sabemos, a
corrente irá se estabelecer do polo positivo (maior potencial) para o polo negativo (menor potencial).
Entretanto, em cada lâmpada terá uma corrente determinada pelo valor de sua resistência:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 54
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 15.41: Representação do circuito formado pelas lâmpadas.

Nesse tipo de configuração os resistores estão conectados aos mesmos terminais, por isso eles
estão submetidos à mesma diferença de potencial:

𝑉𝐴𝐵 = 𝑉1 = 𝑉2 = 𝑉3

Já a corrente elétrica 𝐼, proveniente da fonte, se divide no ponto 𝐴 em três partes, isto é, se reparte
para cada resistor:

𝐼 = 𝑖1 + 𝑖2 + 𝑖3

Este fato pode ser explicado pela conservação da carga elétrica no condutor. A carga que flui pelos
condutores não se acumula em nenhuma parte do condutor. Então, a quantidade de carga que chega em
um segundo no ponto de ramificação 𝐴 é a igual à quantidade de carga sai deste ponto em um segundo.

Figura 15.42: Ramificação da corrente elétrica em um nó.

Como consequência, teremos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 55
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

1 1 1 1
= + +
𝑅𝑒𝑞𝐴𝐵 𝑅1 𝑅2 𝑅3

Embora fizemos para 3 lâmpadas (3 resistores), podemos aplicar a mesma ideia para 𝑛 resistores
e o resultado seria:

1 1 1 1 Resistência equivalente para


= + + ⋯+
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛 associações em paralelo

É interessante analisar essa relação para alguns casos particulares. Se tivermos 𝑛 resistores de
resistência 𝑅 em paralelo, então a resistência elétrica equivalente é dada por:

1 1 1 1 1 𝑛 𝑅
= + + ⋯+ ⇒ = ⇒ 𝑅𝑒𝑞 =
𝑅𝑒𝑞 𝑅 𝑅 𝑅 𝑅𝑒𝑞 𝑅 𝑛

Nessas condições, todos os resistores serão percorridos pela mesma corrente elétrica 𝑖. Então, se
a corrente total é 𝐼, temos:

𝐼
𝑖=
𝑛

Como a corrente é inversamente proporcional à resistência, o ramo que tiver a maior resistência
terá a menor corrente passando por ele. Pense sempre que a movimentação de cargas busca o caminho
que oferece a menor resistência.

Outra importante observação a ser feita é a de que a resistência equivalente de uma associação
em paralelo é sempre menor que a menor das resistências associadas.

Uma regra prática simples para obter a resistência do resistor equivalente para associação de dois
resistores em paralelo é a seguinte:

𝑅1 ⋅ 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 =
𝑅1 + 𝑅2

Dizemos que a resistência do resistor equivalente é o produto pela soma dos dois resistores
associados.

(2019/QUESTÃO)
Calcule a resistência equivalente entre 𝐴 e 𝐵, se todos os resistores possuem resistência igual a 𝑅.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 56
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

Nesse tipo de problema, é conveniente nomear os pontos da associaçao para verificar qual tipo de
associação está em jogo. Deve-se levar em conta que se não existe resistência entre dois pontos de um
condutor, estes pontos são equivalentes e recebem nomes iguais. Portanto:

Assim, verificamos que todos os resistores estão associados em paralelo entre os pontos 𝐴 e 𝐵.
Portanto, temos 9 resistores de resistências iguais a 𝑅 conectados em paralelo. Logo:

𝑅
𝑅𝑒𝑞 =
9
Gabarito: 𝑹𝒆𝒒 = 𝑹/𝟗

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Em um banheiro foi instalada uma lâmpada incandescente e um chuveiro elétrico em paralelo,
conforme a figura abaixo.

Sabendo que a diferença de potencial entre A e B é de 120 𝑉, conclui-se que a potência dissipada
no chuveiro é de
a) 4,8 𝑘𝑊 b) 5,3 𝑘𝑊 c) 1,0 𝑘𝑊 d) 3,9 𝑘𝑊

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 57
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

Como o circuito está em paralelo, cada componente está em uma diferença de potencial de 120 𝑉.
Portanto, a potência do chuveiro é:

V 2 1202
Pot = = = 4800 𝑊 = 4,8 𝑘𝑊
R 3

Gabarito: “a”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um aluno fez a seguinte ligação usando quatro resistores elétricos.

Se uma bateria ideal, saudável e 100% carregada, cujas especificações eram (24 𝑉 − 18 𝐴ℎ), teve
seus terminais ligados corretamente aos pontos 𝑥 e 𝑦, a corrente que atravessa cada resistor de
3,0 Ω é de
Dado: considere os fios como condutores ideais.
a) (1/3) 𝐴 b) (2/3) 𝐴 c) 1,0 𝐴 d) 8,0 𝐴 e) 24 𝐴
Comentários

Devemos notar que o resistor cuja resistência vale 2,0 Ω está em curto-circuito, dado que está
submetido a nenhuma diferença de potencial elétrico. Dessa forma, temos os 3 resistores cuja resistência
vale 3,0 Ω ligados em paralelo. Daí:

3
𝑅𝑒𝑞 = = 1,0 Ω
3

Pela lei de Ohm, podemos determinar a corrente total que atravessa o circuito:

𝑉
V=R⋅i⇒𝑖 =
𝑅

𝑉 24
𝑖= = = 24 𝐴
𝑅𝑒𝑞 1,0

Finalmente, podemos determinar a corrente que atravessa cada resistor:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 58
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

24
𝑖𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 = = 8,0 𝐴
3

Gabarito: “d”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Uma bateria de tensão 𝑉 = 18 𝑉 e resistência interna 𝑟𝑖 = 0,60 Ω é conectada com um arranjo de
resistores cuja resistência nominal vale 𝑅1 = 3,0 Ω e 𝑅2 = 12 Ω , tal como a figura.

Qual a potência aproximada dissipada pela resistência interna da bateria?


A) 9,0 W B) 12 W C) 18 W D) 22 W
Comentários

Devemos começar pelo cálculo da resistência equivalente do circuito. Como os resistores 𝑅1 e 𝑅2


foram ligados em paralelo, temos que a resistência equivalente em paralelo é dada por:

𝑅1 ⋅ 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 =
𝑅1 + 𝑅2

3,0 ⋅ 12 3,0 ⋅ 12 3,0 ⋅ 12


𝑅𝑒𝑞 = = =
3,0 + 12 15 15

1,0 ⋅ 12
𝑅𝑒𝑞 = = 2,4 Ω
5,0

Dado que os resistores foram ligados em série à bateria, a resistência total será dada pela soma
de suas resistências:

𝑅𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 = 𝑅𝑒𝑞 + 𝑅𝑖 = 2,4 + 0,6 = 3,0 Ω

Sabemos pela lei de Ohm-Pouillet que a força eletromotriz de um gerador é igual ao produto da
intensidade da corrente pela resistência total do circuito.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 59
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑉 18
𝑖= = = 6,0 𝐴
𝑅𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 3,0

De posse da corrente que atravessa o circuito, podemos calcular a potência dissipada pela
resistência interna da bateria:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑅 ⋅ 𝑖 2 = 0,60 ⋅ 6,02 = 0,6 ⋅ 36 = 21,6 ≅ 22 𝑊

Gabarito: “d”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Considere um circuito formado por uma bateria ideal e dois resistores A e B, como mostrado na
figura.

Com base nos dados apresentados, considere as seguintes afirmativas:


1. Os dois resistores estão submetidos à mesma tensão.
2. A razão 𝑖𝐴 /𝑖𝐵 entre as correntes que atravessam os dois resistores vale 2/3.
3. A corrente total que atravessa o circuito vale 2,5 𝐴.
4. A potência dissipada pelo resistor A vale 24 𝑊.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Comentários

1) Correta. A ligação em paralelo faz com que ambos os resistores estejam submetidos aos 12V
fornecidos pela bateria.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 60
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

2) Correta. Como os resistores A e B foram ligados em paralelo, sabemos que a diferença de


potencial a qual estão submetidos é a mesma e podemos escrever:

𝑉𝐴 = 𝑉𝐵

𝑅𝐴 ⋅ 𝑖𝐴 = 𝑅𝐵 ⋅ 𝑖𝐵

𝑖𝐴 𝑅𝐵 8,0 2
= = =
𝑖𝐵 𝑅𝐴 12 3

3) Correta. Devemos, primeiramente, calcular a resistência equivalente do circuito:

12 ⋅ 8 12 ⋅ 8
𝑅𝑒𝑞 = =
12 + 8 20

6⋅8
𝑅𝑒𝑞 = = 0,6 ⋅ 8 = 4,8 Ω
10

Agora podemos calcular a corrente total que atravessa o circuito:

𝑉 12
𝑖= = = 2,5 𝐴
𝑅𝑒𝑞 4,8

4) Incorreta. Devemos calcular a potência dissipada por A:

𝑉2
𝑃𝑜𝑡 =
𝑅

122
𝑃𝑜𝑡 = = 12 𝑊
12

Gabarito: “d”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Na figura, um resistor de 8,0 Ω está imerso em 200 𝑔 de um líquido, que está contido em um
recipiente que não conduz calor e nem eletricidade.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 61
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Sabendo-se que o líquido possui calor específico de 1,0 𝑐𝑎𝑙 ⋅ 𝑔/°𝐶, o tempo necessário para que a
sua temperatura aumente 10 °𝐶 é de
Dado: 1,0 𝑐𝑎𝑙 = 4,0 𝐽
a) 33 segundos b) 8 segundos. c) 7 segundos. d) 10 segundos. e) 100 segundos.
Comentários

Devemos calcular a potência liberada na resistência que está submersa, portanto, devemos achar
o valor da corrente que passa nesse resistor. Fazendo a resistência equivalente dos resistores em paralelo
temos:

1 1 1
= + ∴ 𝑅𝑒𝑞𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 3 Ω
𝑅𝑒𝑞𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 4+2 3+3

Fazendo a resistência no sistema, e aplicando a 1ª Lei de Ohm:

𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 8 + 𝑅𝑒𝑞𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 8 + 3 = 11 Ω

𝑉 = 𝑅 ⋅ 𝑖 ∴ 𝑖 = 𝑉/𝑅 = 110/11 ∴ 𝑖 = 10 𝐴

Calculando a potência liberada pela resistência de 8Ω:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑅 ⋅ 𝑖 2 = 8 ⋅ 102 = 800 𝑊

Agora, calculamos quanto de calor é necessário para que o líquido aumente de 10 °𝐶 sua
temperatura. E, relacionando com a potência liberada pela resistência, pode-se calcular o tempo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 62
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑄 = 𝑚 ⋅ c ⋅ ΔT = 200 ⋅ 1 ⋅ 10 = 2000 cal = 8000 J

𝑄 𝑄 8000
𝑃𝑜𝑡 = ∴𝑡= = = 10 𝑠
𝑡 𝑃𝑜𝑡 800

Gabarito: “d”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Foi construída uma resistência na forma de um bastão de 5,0 𝑐𝑚 de comprimento e seção
transversal quadrada de 5,0 𝑚𝑚 de lado com um certo material de resistividade elétrica 𝜌. Esse
resistor foi ligado a uma tensão de 240 𝑉 e usado para aquecer água. Em operação, verificou-se que
o calor fornecido pela resistência ao líquido em 20 𝑠 foi de 3,4 ⋅ 103 𝑐𝑎𝑙. Assumindo que 1 𝑐𝑎𝑙 =
4,2 𝐽, o valor da resistividade 𝜌 do material, em Ω ⋅ 𝑚, é próximo de
a) 8,0 ⋅ 102 b) 4,0 ⋅ 102 c) 4,0 ⋅ 10−4 d) 4,0 ⋅ 10−2 e) 8,0 ⋅ 10−2
Comentários

a) Devemos encontrar a resistência do elemento para usarmos a segunda lei de Ohm e


encontramos a resistividade do material com o qual ele é feito. A potência dissipada pelo material é igual
ao calor fornecido ao líquido no referido intervalo de tempo:

𝑄 𝑉2 𝑄
𝑃𝑜𝑡 = ⇒ =
Δ𝑡 𝑅 𝛥𝑡

2402 3,4 ⋅ 103 ⋅ 4,2


=
𝑅 20

20 ⋅ 240 ⋅ 240
𝑅=
3,4 ⋅ 103 ⋅ 4,2

Mas, pela segunda lei de Ohm, temos:

𝑙 𝑅⋅𝐴
𝑅=𝜌⋅ ⇒𝜌=
𝐴 𝑙

20 ⋅ 240 ⋅ 240 ⋅ (5,0−3 )2


𝜌=
3,4 ⋅ 103 ⋅ 4,2 ⋅ 5,0 ⋅ 10−2

20 ⋅ 240 ⋅ 240 ⋅ 25 ⋅ 10−6


𝜌=
3,4 ⋅ 4,2 ⋅ 5,0 ⋅ 101

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 63
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

20 ⋅ 240 ⋅ 240 ⋅ 25 ⋅ 10−7


𝜌=
3,4 ⋅ 4,2 ⋅ 5,0

2,88
𝜌= ≅ 4,0 ⋅ 10−2 Ω ⋅ 𝑚
3,4 ⋅ 4,2 ⋅ 5,0

Gabarito: “d”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Considere um circuito formado pelos resistores R1, R2, R3, R4, e R5, como demonstrado na figura. Os
valores de suas resistências nominais são proporcionais aos valores 1, 2, 3, 4 e 5 respectivamente e
eles são interligados por fios perfeitamente condutores.

Se a corrente total que atravessa o circuito é de 2,0 𝐴, a potência, em 𝑤𝑎𝑡𝑡𝑠, dissipada por R3 é
próxima de
a) 120. b) 100. c) 80. d) 60. e) 40.
Comentários

Devemos calcular a potência dissipada por R3. Para isso, precisamos calcular qual o valor de sua
resistência. Se chamarmos o valor da resistência R1 de R, teremos:

𝑅1 = 𝑅
𝑅2 = 2𝑅
𝑅3 = 3𝑅
𝑅4 = 4𝑅
{𝑅5 = 5𝑅

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 64
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Portanto, as resistências equivalentes na associação em paralelo, e no sistema, serão:

1 1 1 1 1
= + = + ∴ 𝑅𝑒𝑞/𝑝 = 3𝑅
𝑅𝑒𝑞/𝑝 𝑅2 + 𝑅4 𝑅1 + 𝑅5 6𝑅 6𝑅

𝑅𝑒𝑞/𝑠 = 3𝑅 + 𝑅𝑒𝑞/𝑝 = 3𝑅 + 3𝑅 = 6𝑅

Aplicando a 1ª Lei de Ohm ao circuito, podemos determinar o valor de 𝑅:

𝑉 =𝑅⋅𝑖

120 = 6𝑅 ⋅ 2

𝑅 = 10 Ω

Agora podemos calcular qual a potência dissipada por R3:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑅3 ⋅ 𝑖 2 = 3 ⋅ 𝑅 ⋅ 22 = 30 ⋅ 4 = 120 𝑊

Gabarito: “a”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
No circuito da figura abaixo, todos os resistores da malha infinita possuem resistência nominal R.

Podemos afirmar que a resistência equivalente entre os pontos A e B será de


a) (𝑅√5 − 𝑅)/2 b) 𝑅√5 c) 𝑅√5 + 𝑅 d) (𝑅√5 + 𝑅)/2 e) 𝑅√5 − 𝑅
Comentários

Analisando a figura, percebemos que há uma repetição da malha. Portanto, chamaremos a


resistência equivalente da malha circulada de vermelho de 𝑅𝑒𝑞1 e circulada de verde de 𝑅𝑒𝑞2 .

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 65
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Percebemos que a 𝑅𝑒𝑞1 é igual a 𝑅𝑒𝑞2 , pois a malha se repete infinitamente.

𝑅𝑒𝑞1 = 𝑅𝑒𝑞2

1 1 1
= +
𝑅𝑒𝑞2 𝑅𝑒𝑞1 + 2 ⋅ 𝑅 2 ⋅ 𝑅

1 2⋅𝑅 𝑅𝑒𝑞1 + 2 ⋅ 𝑅
= +
𝑅𝑒𝑞2 2 ⋅ 𝑅 ⋅ (𝑅𝑒𝑞1 + 2 ⋅ 𝑅) 2 ⋅ 𝑅 ⋅ (𝑅𝑒𝑞1 + 2 ⋅ 𝑅)

1 4 ⋅ 𝑅 + 𝑅𝑒𝑞1
=
𝑅𝑒𝑞2 2 ⋅ 𝑅 ⋅ (𝑅𝑒𝑞1 + 2 ⋅ 𝑅)

Como 𝑅𝑒𝑞1 é igual a 𝑅𝑒𝑞2 :

2 ⋅ 𝑅 ⋅ (𝑅𝑒𝑞2 + 2 ⋅ 𝑅) = 𝑅𝑒𝑞2 ⋅ (4 ⋅ 𝑅 + 𝑅𝑒𝑞2 )

2 ⋅ 𝑅 ⋅ 𝑅𝑒𝑞2 + 4 ⋅ 𝑅 2 = 4 ⋅ 𝑅 ⋅ 𝑅𝑒𝑞2 + 𝑅𝑒𝑞2 2

𝑅𝑒𝑞2 2 + 2 ⋅ 𝑅 ⋅ 𝑅𝑒𝑞2 − 4 ⋅ 𝑅 2 = 0

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 66
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

−2 ⋅ 𝑅 ∓ √4 ⋅ 𝑅 2 − 4 ⋅ 1 ⋅ (−4 ⋅ 𝑅 2 )
𝑅𝑒𝑞2 =
2

−2 ⋅ 𝑅 ∓ √4 ⋅ 𝑅 2 + 16 ⋅ 𝑅 2 −2 ⋅ 𝑅 ∓ √20 ⋅ 𝑅 2
𝑅𝑒𝑞2 = =
2 2

−2 ⋅ 𝑅 ∓ 2 ⋅  R ⋅  √5
𝑅𝑒𝑞2 =
2

Como a resistência não pode ser negativa:

−2 ⋅ 𝑅 + 2 ⋅  R ⋅  √5
𝑅𝑒𝑞2 = = 𝑅 ⋅ √5 − 𝑅
2

Calculamos a resistência equivalente da parte que se repete, porém temos que somar com a
resistência que fica antes da parte infinita:

𝑅𝑒𝑞𝐴−𝐵 = R + 𝑅𝑒𝑞2 = 𝑅 + 𝑅 ⋅ √5 − 𝑅 = 𝑅 ⋅ √5

Gabarito: “b”.

4.3 - Fusível
Denominamos por fusível o dispositivo eletrônico que é associado em série a um circuito ou a um
ramo de um circuito com a finalidade de protegê-lo. Basicamente, ele é um condutor feito de um material
com baixo ponto de fusão (chumbo e estanho são ótimos materiais para fusíveis).

Figura 15.43: Desenho esquemático de um fusível no circuito composto de dois resistores em série.

Se o fusível é atravessado por uma corrente elétrica cuja intensidade é maior que um certo valor,
ele se funde, interrompendo a passagem da corrente. Um dos fusíveis mais utilizado em circuito
elétrico de carros e em instalações elétricas (no quadro de entrada) é o fusível de cartucho.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 67
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 15.44: Exemplo de fusível de cartucho, vista em perspectiva e em corte.

Geralmente, a intensidade da corrente máxima suportada pelo fusível vem registrada em sua
superfície. Note que uma vez fundido o fusível, ele deve ser descartado. Assim, surgiu a necessidade de
desenvolver um dispositivo que apenas interrompesse a passagem de corrente elétrica, caso ela
excedesse o valor desejado e, depois, quando a corrente se reestabelecer ao valor correto, ele fosse capaz
de ser conectado novamente ao circuito.

Assim, foram criados os disjuntores, dispositivos capazes de interromperem automaticamente a


passagem da corrente quando sua intensidade excede certo valor. Ele é baseado no efeito magnético da
corrente elétrica e têm a vantagem da reutilização imediata após sanado o defeito que originou à
sobrecarga da corrente.

(2019/QUESTÃO)
A figura mostra uma associação de resistores mista e os fusíveis que suportam correntes máximas
iguais a 5,0 𝐴. Diga quais fusíveis se danificarão.

Comentários

Inicialmente, devemos determinar qual a corrente total no circuito e a corrente que passa em cada
resistor. Para isso, é necessário determinar a resistência equivalente. Note que os dois resistores de 2 Ω
estão em série. Então:

Dessa forma, temos o seguinte circuito:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 68
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Portanto:

𝑅𝑒𝑞 = 3,0 + 4,0//6,0//4,0

𝑅𝑒𝑞 = 4,5 Ω

A corrente total que passa pelo circuito é de:

72
𝐼= = 16 𝐴
4,5

Logo, a ddp no resistor de 3 Ω é de:

𝑈1 = 3 ⋅ 16 = 48 𝑉

Consequentemente, a ddp nos terminais em paralelo é de:

𝑈2 = 72 − 48 = 24 𝑉

Portanto, a corrente em cada ramo em paralelo é dada por:

24 24 24
𝑖1 = = 6 𝐴; 𝑖2 = = 4 𝐴; 𝑖3 = =6𝐴
4 6 4
Como os fusíveis podem suportar até 5 𝐴, então 𝑓1 e 𝑓3 se danificam. Quando 𝑓1 e 𝑓3 se danificam,
o circuito fica aberto nesses ramos e agora temos uma nova configuração do circuito:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 69
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Agora, a nova corrente que passa por 𝑓2 é dada por:

72 72
𝑖 ′′ = = = 8𝐴
3+6 9
Novamente, a corrente é superior a aquela suportada pelo fusível 𝑓2 . Logo, ele também se danifica.

Gabarito: Os 3 fusíveis se danificam.

4.4 - Curto-Circuito
Quando ligamos um fio condutor de resistência desprezível aos terminais de um resistor, a ddp
nos terminais desse resistor torna-se nula. Esquematicamente:

Figura 15.45: Representação de um resistor em curto-circuito.

Como a corrente elétrica busca o caminho de menor resistência, se o fio condutor ligado entre os
terminais 𝐴 e 𝐵 tem resistência nula, então toda corrente passará por ele e não haverá corrente elétrica
passando por 𝑅.

Assim, dizemos que o resistor 𝑅 está em curto-circuito. Para efeitos práticos, é como se o resistor
fosse retirado do circuito. Assim, podemos considerar que os pontos 𝐴 e 𝐵 ligados pelo condutor são
coincidentes, já que eles possuem o mesmo potencial.

(2019/QUESTÃO)
Calcule a resistência equivalente entre os terminais 𝑀 e 𝑁.

Comentários

Nomeando os pontos que possuem o mesmo potencial, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 70
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Note que os resistores de 3 Ω e de 6 Ω estão em curto-circuito. Portanto, eles podem ser retirados
do circuito sem danificar a análise dele. Então:

Com isso, o resistor equivalente entre os pontos 𝑀 e 𝑁 é de:

𝑅𝑒𝑞 𝑀𝑁 = 2 + 4 = 6 Ω

Gabarito: 𝑹𝒆𝒒 = 𝟐 + 𝟒 = 𝟔 𝛀.
𝑴𝑵

(2019/QUESTÃO)
Calcule a resistência equivalente entre os terminais 𝑥 e 𝑦.

Comentários

Quando queremos mostrar que um fio passa por outro sem haver contato, representamos pelo
símbolo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 71
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Assim, podemos nomear os pontos que possuem o mesmo potencial elétrico:

Podemos notar que o resistor de 4 Ω está curto-circuitado. Além disso, vemos que os demais
resistores estão sofrendo a mesma diferença de potencial, já que seus terminais estão com os mesmos
nomes. Então, o circuito é equivalente a:

Portanto:

6
𝑅𝑒𝑞𝑥𝑦 = = 2Ω
3
Gabarito: 𝑹𝒆𝒒𝒙𝒚 = 𝟐 𝛀.

Com estes exercícios, vemos um padrão para resolver problemas que envolvam associação de
resistores:
1) Nomeie os pontos com os mesmos potenciais e pontos com diferentes potenciais adiciona um novo
nome.
2) Redesenhe o seu circuito colocando de tal forma que você possa enxergar melhor a disposição das
conexões, destacando os pontos onde você deseja calcular a resistência equivalente.
3) Simplifique seu circuito até chegar no único resistor entre os pontos desejado.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 72
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

4.5 - Aparelhos para medidas elétricas


Chamamos de amperímetro o instrumento utilizado para medir a intensidade de corrente e
voltímetro o aparelho destinado para medir a diferença de potencial (ddp) entre dois pontos do circuito.

Quando usamos um instrumento de medida, desejamos que ele afira a grandeza física desejada
sem alterar as configurações do circuito.

Entretanto, essa condição é meramente teórica já que os aparelhos de medidas elétricas são
constituídos por condutores e se torna inevitável que, quando adicionados a um circuito, não causem
interferências. Chamamos de amperímetro e de voltímetro ideal aqueles que não causam alterações
quando inseridos no circuito.

4.5.1 – O amperímetro
O amperímetro é um aparelho que deve ser associado em série com o elemento do circuito ou no
trecho do circuito em que se deseja medir a corrente que por ali passa, pois o aparelho deve ser
atravessado pela corrente.

Dessa forma, para que o amperímetro não altere a medição desejada, ele deve possuir resistência
interna nula (𝑹𝑨 = 𝟎). Obviamente, pela primeira lei de Ohm, a ddp entre os terminais deste aparelho
deve ser nula também. Esquematicamente:

Figura 15.46: O amperímetro deve ser associado em série no local onde deseja-se medir a intensidade da corrente. Se o amperímetro é
ideal, sua resistência elétrica deve ser praticamente zero e considerada nula.

Em alguns problemas surge o termo galvanômetro, que é um instrumento análogo ao


amperímetro, mas utilizado para medir correntes muito pequenas

4.5.2 – O voltímetro
O voltímetro é um aparelho que deve ser associado em paralelo entre os pontos nos quais deseja-
se medir a ddp. Para nenhuma corrente seja desviada para o voltímetro, temos que sua resistência deve
ser muito alta, isto é, 𝑹𝑽 → ∞. Esquematicamente:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 73
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 15.47: Voltímetro ideal (resistência muito alta), ligado em paralelo ao resistor 𝑹𝟐 , medindo a ddp entre os terminais deste
resistor, sem desviar corrente que passa em 𝑹𝟏 e em 𝑹𝟐 .

Na prática, os amperímetros e os voltímetros não são ideais, isto é, eles possuem uma pequena
resistência (amperímetro) e a resistência não é infinita (voltímetro). Entretanto, um bom amperímetro
tem resistência elétrica muito pequena, da ordem de 10−1 Ω, e um bom voltímetro deve ter resistência
da ordem de 104 Ω.

Em muitos exercícios de vestibulares, os aparelhos de medidas são ideais. Somente quando


mencionado ou em casos que levando a suspeita sobre a idealidade dos aparelhos que se deve levar em
conta como instrumentos reais, alterando a forma de trabalhar com o circuito.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Voltímetros e amperímetros são equipamentos muito utilizados por eletricistas para medir,
respectivamente, a diferença de potencial entre dois pontos, e a corrente elétrica que atravessa um
fio condutor. As especificações e maneiras de instalar esses equipamentos em um circuito elétrico
influenciam diretamente o seu funcionamento.
Sobre esses medidores, é correto afirmar que
a) um amperímetro ideal tem resistência interna infinita, e deve ser ligado em série com os outros
dispositivos do circuito.
b) um voltímetro ideal tem resistência interna infinita, e deve ser ligado em série com os outros
dispositivos do circuito.
c) um amperímetro ideal tem resistência interna nula, e deve ser ligado em série com os outros
dispositivos do circuito.
d) um amperímetro ideal tem resistência interna nula, e deve ser ligado em paralelo com os outros
dispositivos do circuito.
e) um voltímetro ideal tem resistência interna nula, e deve ser ligado em série com os outros
dispositivos do circuito.
Comentários

a) Incorreta. O amperímetro deve ser ligado em série, porém deve permitir a passagem de corrente
com o mínimo de interferência possível, logo sua resistência interna ideal seria zero.

b) Incorreta. O voltímetro deve ser ligado em paralelo no circuito, ligando os dois pontos entre os
quais se deseja saber a diferença de potencial. A resistência ideal é infinita, para que nenhuma corrente
seja dividida e atravesse o equipamento.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 74
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

c) Correta. O amperímetro deve ser ligado em série, porém deve permitir a passagem de corrente
com o mínimo de interferência possível, logo sua resistência interna ideal seria zero.

d) Incorreta. O amperímetro deve ser ligado em série, porém deve permitir a passagem de
corrente com o mínimo de interferência possível, logo sua resistência interna ideal seria zero.

e) Incorreta. A resistência de um voltímetro ideal é infinita, para que nenhuma corrente seja
dividida e atravesse o equipamento.

Gabarito: “c”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um estudante montou um circuito usando uma fonte de tensão U, um amperímetro A, um
voltímetro V e três resistores. Desconfiado, ele acha que o voltímetro e o amperímetro não
funcionam de maneira ideal. Com o intuito de investigar as propriedades dos elementos de circuito,
criou uma determinada montagem na qual o voltímetro mede 8,0 𝑉, e o amperímetro 8,2 𝐴.

A partir desse arranjo, podemos deduzir que a resistência interna do voltímetro é de


a) 0,20 Ω b) 2,0 Ω c) 4,0 Ω d) 8,0 Ω e) 40 Ω
O resistor 𝑅1 possui resistência nominal de 10 Ω, e os resistores 𝑅2 e 𝑅3 de 2,0 Ω.
Comentários

O voltímetro marca a diferença de potencial entre 𝑅2 e 𝑅3 , ligados em paralelo. Podemos


determinar a corrente que os atravessa usando a primeira lei de Ohm:

8,0 𝑉
𝑖2 = 𝑖3 = = 4,0 𝐴
2,0 Ω

A corrente que atravessa o amperímetro, 𝑖𝐴 , se divide para atravessar 𝑅2 , 𝑅3 e o voltímetro.


Chamando a corrente que atravessa o elemento que marca a tensão de 𝑖𝑉 e usando a lei dos nós, temos:

𝑖𝐴 = 𝑖2 + 𝑖3 + 𝑖𝑉

8,2 = 4,0 + 4,0 + 𝑖𝑉

𝑖𝑉 = 0,20 𝐴

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 75
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Finalmente, podemos calcular a resistência interna do voltímetro:

𝑉𝑉
𝑉𝑉 = 𝑅𝑉 ⋅ 𝑖𝑉 ⇒ 𝑅𝑉 =
𝑖𝑉

8,0
𝑅𝑉 = = 40 Ω
0,2

Gabarito: “e”.

4.6 - Ponte de Wheatstone


Trata-se de uma associação especial de resistores, que tem a sua utilidade prática quando ela está
equilibrada. Embora tenha sido idealizada por S. H. Christie no ano de 1833, ela foi usada nas condições
de equilíbrio elétrico por Charles Wheatstone com a finalidade de determinar o valor de uma resistência
desconhecida, tendo conhecimento do valor das outras três resistências.

Na configuração de uma ponte Wheatstone, 𝑅1 e 𝑅4 são resistências conhecidas, 𝑅3 é variável,


porém conhecida. Já 𝑅2 é uma resistência desconhecida. É muito importante a presença de um
galvanômetro ligando os pontos 𝐶 e 𝐷, pois ele indicará uma condição crucial para o equilíbrio da ponte.
Esquematicamente, temos:

Figura 15.48: Representação esquemática de uma ponte de Wheatstone.

Para determinar 𝑅2 , devemos variar 𝑅3 até que a corrente que passa pelo galvanômetro seja nula.
No momento que isto acontecer, os potenciais em 𝐶 e 𝐷 serão iguais (𝑉𝐶 = 𝑉𝐷 ) e podemos dizer que a
ponte está em equilíbrio.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 76
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Quando a ponte está equilibrada, ou seja, não há corrente passando pelo galvanômetro, 𝑅1 e 𝑅2
são percorridas por uma mesma corrente 𝑖, ao passo que 𝑅4 e 𝑅3 são percorridas por uma mesma
corrente 𝑖 ′ .

Aplicando a primeira Lei de Ohm em cada resistor, podemos deduzir que em uma ponte de
Wheatstone equilibrada, os produtos das resistências de ramos opostos são iguais:

𝑅1 ⋅ 𝑅3 = 𝑅2 ⋅ 𝑅4

Em suma, conhecendo 𝑅1 , 𝑅3 e 𝑅4 , você será capaz de determinar 𝑅2 que era desconhecida.

(MACKENZIE-SP)
No circuito abaixo, a ddp entre os terminais A e B é de 60 V e o galvanômetro 𝐺 acusa uma
intensidade de corrente elétrica zero. Se a ddp entre os terminais A e B for duplicada e o
galvanômetro continuar acusando zero, podemos afirmar que:

a) a resistência 𝑅 permanecerá constante e igual a 25 Ω.


b) a resistência 𝑅 permanecerá constante e igual a 15 Ω.
c) a resistência 𝑅 permanecerá constante e igual a 10 Ω.
d) a resistência 𝑅, que era de 25 Ω, será alterada para 50 Ω.
e) a resistência 𝑅, que era de 50 Ω, será alterada para 12,5 Ω.
Comentários

Na primeira condição, ddp igual a 60 𝑉, vemos que a ponte está equilibrada, já que a corrente é
nula pelo galvanômetro. Então:

5 ⋅ (20 + 𝑅) = 15 ⋅ (10 + 5) ⇒ 5 ⋅ (20 + 𝑅) = 3 ⋅ 5 ⋅ 15

20 + 𝑅 = 45 ⇒ 𝑅 = 25 Ω

Perceba que essas relações entre as resistências determinam a condição de equilíbrio na ponte,
independentemente do valor de tensão entre os pontos A e B. Portanto, ao dobrar a ddp entre A e B, o
valor de 𝑅 permanecerá o mesmo e ele é igual a 25 Ω.

Gabarito “a”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 77
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

(FAAP-SP)
No circuito indicado na figura a intensidade da corrente no gerador é 𝐼 = 7,0 𝐴 e no ramo 𝐴𝐵 é 𝐼1 =
5,0 𝐴. Calcule a tensão entre os terminais do gerador ideal.

Comentários

Se a corrente que chega ao ponto A é de 7,0 A e a corrente no ramo 𝐴𝐵 é de 5,0 A, então a corrente
no 𝐴𝐷 é igual 2,0 A. Dessa maneira, a queda de tensão no ramo 𝐴𝐷 e no ramo 𝐴𝐵 são dadas por:

𝑈𝐴𝐷 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐷 = 13 ⋅ 2,0 = 26 𝑉

𝑈𝐴𝐵 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = 4 ⋅ 5,0 = 20 𝑉

Fazendo uma menos a outra, temos:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐷 − (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) = 26 − 20

𝑉𝐵 − 𝑉𝐷 = 6 𝑉

Ou seja, a corrente que passa pelo resistor de 6 Ω, temos:

𝑉𝐵 − 𝑉𝐷 = 6 ⋅ 𝑖 ′ = 6

∴ 𝑖 ′ = 1,0 𝐴

Note que 𝑉𝐵 > 𝑉𝐷 , já que 𝑉𝐵 − 𝑉𝐷 = +6 𝑉. Então a corrente no resistor de 6 Ω vai de B para D.


Logo, chega ao nó D 2,0 𝐴 do ramo 𝐴𝐷 e 1,0 𝐴 do ramo 𝐵𝐷. Assim, a corrente pelo ramo 𝐷𝐶 é de 2,0 +
1,0 = 3,0 𝐴. Com isso, a diferença de potencial entre os terminais do resistor deste ramo é de:

𝑉𝐷 − 𝑉𝐶 = 2,0 ⋅ 3,0 = 6,0 𝑉

Portanto, a diferença de potencial da fonte 𝐸 é de:

𝐸 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐶 = (𝑉𝐴 − 𝑉𝐷 ) + (𝑉𝐷 − 𝑉𝐶 ) = 26 + 6 = 32 𝑉

Perceba que a corrente que chega ao nó B por 𝐴𝐵 é de 5,0 A. Como sai 1,0 A para o ramo 𝐵𝐷,
então deverá ir 4,0 A para o ramo 𝐵𝐶. Logo, a tensão neste ramo é de:

𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 = 3,0 ⋅ 4,0 = 12 𝑉

Apenas para verificação, note que:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 78
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

(𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) + (𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 ) = 20 + 12 = 32 𝑉 = 𝐸

Poderíamos ter escolhido qualquer um dos dois caminhos. Note ainda que a ponte de Wheatstone
apresentada nesse exercício não está equilibrada, pois:

13 ⋅ 3,0 ≠ 2,0 ⋅ 4,0

𝑖 6 Ω = 1,0 𝐴

Por isso, foi uma informação muito valiosa ele ter mencionado os valores das correntes.

Gabarito: 𝑬 = 𝟑𝟐 𝑽.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Uma bateria cuja diferença de potencial entre os terminais é V é ligada aos pontos A e B.

Determine a corrente que a atravessa a bateria.


a) 40𝑉 b) 12𝑉 c) 4𝑉/13 d) 5𝑉/33 e) 7𝑉/20
Comentários

Devemos perceber que, ao rearranjarmos o circuito, notaremos que se trata de uma ponte de
Wheatstone:

Além disso, ela está equilibrada:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 79
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

8𝑅 ⋅ 6𝑅 = 4𝑅 ⋅ 12𝑅

Daí a corrente que atravessa o resistor (5) é nula e ele pode ser removido. Assim, restam (2) e (3)
em série ligados em paralelo a (1) e (4), ligados em série. Sendo que todos esses estão em paralelo a (6):

Agora devemos achar a resistência equivalente às 3 em paralelo:

1 1 1 1
= + +
𝑅𝑒𝑞 5 10 20

1 4 2 1
= + +
𝑅𝑒𝑞 20 20 20

1 7 20
= ⇒ 𝑅𝑒𝑞 =
𝑅𝑒𝑞 20 7

Finalmente, podemos determinar a corrente que atravessa a bateria:

𝑉
𝑉 = 𝑅𝑒𝑞 ⋅ 𝑖 ⇒ 𝑖 =
𝑅𝑒𝑞

𝑉 7 7𝑉
𝑖= =𝑉⋅ =
20/7 20 20

Gabarito: “e”.

5 - Geradores
O gerador elétrico é um equipamento capaz de converter energia, seja ela química, mecânica,
solar, dentre outras, em energia elétrica. Em um gerador existem dois polos, um de maior e outro de
menor potência elétrico, e sua função é manter constante a diferença de potencial entre esses dois polos.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 80
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

5.1 - Gerador elétrico – Força eletromotriz


Devido à diferença de potencial há uma movimentação dos elétrons livre, definindo uma corrente
elétrica. Espontaneamente, essa diferença de potencial tenderia a zero e a corrente elétrica cessaria. A
função de pilhas, baterias, geradores elétricos, células fotoelétricas e termopilhas é manter entre seus
terminais uma ddp.

O termo força eletromotriz não se refere a uma força propriamente dita, mas ao trabalho das
forças externas para mover as partículas eletrizadas de um extremo a outro pelo interior dessas fontes e,
dessa forma, manter a corrente elétrica no circuito ao qual está conectado.

Podemos dizer que a força eletromotriz (𝑓𝑒𝑚) é o trabalho por unidade de carga que as forças
externas realizam para transladar as partículas carregadas. Esquematicamente, temos:

Figura 15.49: Representação de uma fonte.

Podem existir dois tipos de geradores, os ideais e os reais. Um gerador ideal: é aquele que possui
resistência interna nula (𝑟𝑖𝑛𝑡 = 0). Assim, não há dissipação de energia no seu interior e, dessa forma, ele
entrega para o circuito externo toda 𝑓𝑒𝑚 ℰ da fonte. Esquematicamente:

Figura 15.50: Representação de um gerador ideal.

Por outro lado, um gerador real: é aquele que possui resistência interna não nula (𝑟𝑖𝑛𝑡 ≠ 0). Na
prática, é impossível existir um gerador sem resistência interna. Dessa forma, a ddp que um gerador real
entrega ao circuito externo é menor que a sua 𝑓𝑒𝑚, pois há uma queda de tensão igual a 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 dentro
do próprio gerador. Esquematicamente:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 81
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 15.51: Representação de um gerador real onde a resistência interna é não nula.

5.1.1 - A equação do gerador


Considere uma pilha ligada a uma pequena lâmpada com a seguinte representação esquemática:

Figura 15.52: Gerador real ligado a uma lâmpada.

Para determinar a diferença de potencial que a fonte entrega ao circuito externo, iremos analisar
a queda de tensão do ponto B até o ponto A. Adotando como nulo o potencial de B, 𝑉𝐵 = 0, quando a
corrente passa pela resistência interna do gerador há uma queda de tensão nela dada pela primeira lei de
Ohm (𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖). Logo:

𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 = 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖

Em seguida, há uma elevação do potencial elétrico de C para A, promovido pela força eletromotriz:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐶 = ℰ

Portanto:

𝑉 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = (𝑉𝐴 − 𝑉𝐶 ) − (𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 ) = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖

Assim, chegamos à equação característica de um gerador:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 82
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑉 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 Equação característica de um gerador

Lembre-se que o sentido da corrente elétrica dentro do gerador é do polo negativo para o polo
positivo.

5.1.2 - Gerador em aberto


Quando um gerador está em aberto, não há corrente elétrica passando por ele (𝑖 = 0). Pela
equação característica do gerador, vemos que:

𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 ⇒ 𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 0 ⇒ 𝑈 = ℰ

Obviamente, isso ocorre somente quando o gerador não está conectado a nenhum circuito
externo e, assim, a ddp é também denominada por tensão em aberto do gerador. Uma forma de medir a
𝑓𝑒𝑚 de um gerador é conectá-lo a um voltímetro de boa qualidade (𝑅𝑉 → ∞) e, dessa forma, ter uma
boa aproximação do valor da 𝑓𝑒𝑚 do gerador.

Figura 15.53: Gerador em aberto. Um voltímetro de resistência interna muito alta é capaz de medir com boa aproximação o valor da
𝒇𝒆𝒎 𝓔.

5.1.3 - Gerador em curto-circuito


Um gerador está em curto-circuito quando seus terminais estão ligados por um fio de resistência
elétrica desprezível, como na figura abaixo:

Figura 15.54: Representação de uma pilha em curto-circuito.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 83
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Nessa situação física, a ddp 𝑈 entre os terminais do gerador é nula, ou seja, toda a força
eletromotriz (ℰ) que ele produz está aplicada em sua resistência interna (𝑟𝑖𝑛𝑡 ). Aplicando a equação
característica do gerador, podemos encontrar a corrente elétrica nessa ocasião:


𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 ⇒ 0 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖𝑐𝑐 ∴ 𝑖𝑐𝑐 =
𝑟𝑖𝑛𝑡

Em que 𝑖𝑐𝑐 é denominada corrente de curto-circuito.

5.1.4 - Curva característica de um gerador


Analisando a equação característica 𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖, vemos que ela é uma função do primeiro grau
em 𝑖, em que ℰ é o coeficiente linear e 𝑟𝑖𝑛𝑡 é o coeficiente angular da reta. Graficamente, temos:

Figura 15.55: Curva característica de um gerador elétrico.

Da análise matemática, temos:

ℰ ℰ
𝑡𝑔 𝜃=𝑁 = ⇒ 𝑡𝑔 𝜃=𝑁 𝑟𝑖𝑛𝑡
𝑖𝑐𝑐 ℰ
𝑟𝑖𝑛𝑡

Para o gerador ideal (𝑟𝑖𝑛𝑡 = 0), temos a seguinte equação característica:

Figura 15.56: Curva caraterística de um gerador ideal.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 84
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Tenha sempre em mente que considerar um determinado gerador como ideal é uma aproximação
muito boa, geralmente.

5.1.5 - Lei de Pouillet


Considere um gerador elétrico de 𝑓𝑒𝑚 ℰ e resistência interna 𝑟𝑖𝑛𝑡 , conectado a um único resistor
de resistência elétrica 𝑅, como na figura abaixo:

Figura 15.57: Circuito gerador e um único resistor.

A ddp 𝑈 entre os terminais do resistor é dado pela primeira lei de Ohm:

𝑉 =𝑅⋅𝑖

Por outro lado, sabemos que a ddp entregue pelo gerador é dada pela equação característica:

𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖

Igualando as duas equações, temos:


𝑅 ⋅ 𝑖 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖 ⇒ 𝑖 =
𝑟𝑖𝑛𝑡 + 𝑅

A Lei de Pouillet fornece a intensidade da corrente elétrica em um circuito simples do tipo gerador-
resistor. Caso o circuito externo tenha mais de um resistor, será necessário fazer uma associação de
resistores para encontrar o resistor equivalente à associação e, assim, poder usar a Lei de Pouillet.
Futuramente, iremos aprender as Leis de Kirchhoff e ampliaremos nosso poder de resolução de circuitos
elétricos.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Dois resistores são ligados a uma bateria com resistência interna 𝑅𝑖 .

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 85
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

A potência, em Watts, dissipada por 𝑅2 é próxima de


a) 55 𝑊 b) 69 𝑊 c) 75 𝑊 d) 113 𝑊 e) 4500 𝑊
Note e adote:
A bateria possui Força Eletromotriz de 30 𝑉 e resistência interna de 0,20 Ω.
Os resistores 𝑅1 e 𝑅2 apresentam resistências iguais a 8,0 e 12 Ohms respectivamente.
Comentários

Notamos que 𝑅1 foi ligado em paralelo a 𝑅2 , sendo a resistência interna da bateria considerada
em série com o circuito. Devemos calcular a resistência equivalente à ligação em paralelo dos dois
resistores:

𝑅1 ⋅ 𝑅2 8 ⋅ 12 8 ⋅ 12
𝑅𝑒𝑞 = = = = 4,8 Ω
𝑅1 + 𝑅2 8 + 12 20

A resistência total do circuito será de:

𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4,8 + 0,2 = 5,0 Ω

Dessa forma, podemos calcular a corrente total no circuito usando a primeira lei de Ohm:

𝑉
𝑉 =𝑅⋅𝑖 ⇒𝑖 =
𝑅

30
𝑖= = 6,0 𝐴
5

Agora podemos calcular a queda de tensão provocada pela resistência interna da bateria:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 86
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑉 = 𝑅 ⋅ 𝑖 = 0,2 ⋅ 6 = 1,2 𝑉

Isso significa que os resistores 𝑅1 e 𝑅2 estão submetidos a uma mesma tensão de:

𝑉𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = 30 − 1,2 = 28,8 𝑉

Finalmente, podemos calcular a potência dissipada por 𝑅2 :

2
(𝑉𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 ) 28,8 ⋅ 28,8
𝑃𝑜𝑡2 = = ≅ 69 𝑊
𝑅2 12

Gabarito: “b”.

5.2 - Potências elétricas no gerador


Inicialmente, vamos definir alguns conceitos importantes quando falamos de potência. Como
vimos anteriormente pelo efeito Joule, quando um resistor é percorrido por uma corrente elétrica, ele
libera uma quantidade de energia térmica. Podemos sentir um resistor esquentar quando ele é percorrido
por uma corrente elétrica.

Entretanto, essa dissipação de energia pode ser útil, dependendo de como foi empregado o
resistor, como por exemplo, em um chuveiro elétrico. Por outro lado, essa energia térmica pode ser inútil
e totalmente indesejada, como ocorre em fios de ligação de um notebook ou no interior de uma pilha.
Sendo assim, sempre que dissermos energia desperdiçada estamos nos referindo a aquela que foi
dissipada inutilmente.

5.2.1 - Rendimento elétrico do gerador


Ao conectar um gerador em um circuito externo, parte da potência elétrica total é transferida para
o circuito e outra parte é desperdiçada internamente na própria resistência interna. Diante disso,
podemos definir um rendimento elétrico (𝜂) para um gerador da seguinte forma:

𝑃𝑜𝑡𝑢
𝜂=
𝑃𝑜𝑡𝑡

Como 𝑃𝑜𝑡𝑢 = 𝑈 ⋅ 𝑖 e 𝑃𝑜𝑡𝑡 = ℰ ⋅ 𝑖, podemos reescrever o rendimento elétrico em função da ddp


fornecida pela fonte e sua 𝑓𝑒𝑚:

𝑈⋅𝑖 𝑈
𝜂= ⇒ 𝜂=
ℰ⋅𝑖 ℰ

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 87
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Observe que como a potência útil é sempre menor que a potência total, o rendimento elétrico é
sempre um número entre 0 e 1:

0 ≤ 𝜂 ≤ 1 ou 0 ≤ η ≤ 100% (em porcentagem)

5.2.2 - Circuito simples gerador-resistor


Vamos voltar ao circuito simples que utilizamos na Lei de Pouillet:

Figura 15.58: Circuito simples formado por um gerador e um resistor.

Já vimos que a equação característica do gerador é dada por:

𝑈 = ℰ − 𝑟𝑖𝑛𝑡 ⋅ 𝑖

E quando olhamos para o resistor, escrevemos que:

𝑈 =𝑅⋅𝑖

Então, escrevemos a Lei de Pouillet:

ℰ = (𝑅 + 𝑟𝑖𝑛𝑡 ) ⋅ 𝑖

Note que 𝑟𝑖𝑛𝑡 + 𝑅 representa a resistência equivalente do circuito. Então:

ℰ = 𝑅𝑒𝑞 ⋅ 𝑖

Assim, em um circuito simples (apenas uma fonte e uma associação de resistores) podemos
escrever que a 𝑓𝑒𝑚 é igual ao produto da resistência elétrica total do circuito pela intensidade da corrente
elétrica.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 88
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

5.2.3 - Potência máxima fornecida por um gerador


A máxima potência útil de um gerador se dá quando a corrente que o percorre vale metade de sua
corrente de curto circuito:

Figura 15.59: Gráfico da potência útil em função da corrente.

A potência máxima útil será dada pelo produto entre a diferença de potencial do gerador e
corrente que o atravessa para a situação:

𝑃𝑚á𝑥 = (𝜀 − 𝑟 ⋅ 𝑖) ⋅ 𝑖

E a corrente de curto circuito é dada por:

𝜀
𝑖𝑐𝑐 =
2⋅𝑟

Unindo as duas relações, temos:

𝜀 𝜀
𝑃𝑚á𝑥 = (𝜀 − 𝑟 ⋅ )⋅
2⋅𝑟 2⋅𝑟

Finalmente:

𝜀2 Potência máxima útil de


𝑃𝑚á𝑥 = um gerador
4⋅𝑟

(2019/QUESTÃO)
Com o objetivo de aquecer um recipiente no menor tempo possível, conecta-se um gerador de 𝑓𝑒𝑚
ℰ = 60 𝑉 e resistência interna 𝑟𝑖𝑛𝑡 = 3,0 Ω e dispõe-se de dois resistores, um de 9,0 Ω e outro dois
de 6, 0 Ω.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 89
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Se a quantidade de calor necessária para ferver a água é de 2,4 ⋅ 105 𝑐𝑎𝑙, determine o intervalo de
tempo mínimo necessário. Adote 1,0 𝑐𝑎𝑙 = 4,0 𝐽 e que as perdas calor do recipiente para o
ambiente seja nula.
Comentários

A potência elétrica é igual ao calor trocado pelo tempo. Então:

𝑄 𝜀2 𝑄
𝑃𝑚á𝑥 = ⇒ =
Δ𝑡𝑚í𝑛 4 ⋅ 𝑟 Δ𝑡𝑚í𝑛

602 2,4 ⋅ 105 ⋅ 4,0


=
4⋅3 Δ𝑡𝑚í𝑛

Δ𝑡𝑚í𝑛 = 3,2 ⋅ 103 𝑠

Gabarito: 𝚫𝒕𝒎í𝒏 = 𝟑, 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎𝟑 𝒔.

5.3 - Associação de geradores


Podemos associar dois ou mais geradores em série, em paralelo ou de forma mista. É muito
comum em lanternas, rádios e outros aparelhos elétricos, combinar pilhas para atingir uma determinada
ddp, conforme a especificação do aparelho.

A seguir, vamos estudar como associar geradores em série e em paralelo, para chegarmos a um
único gerador equivalente capaz de, quando percorrido por uma corrente de intensidade igual à da que
percorre a associação, mantém entre seus terminais a mesma ddp entre os terminais da associação. Dessa
forma, diante de uma associação de geradores, devemos determinar os valores da 𝑓𝑒𝑚 ℰ e a resistência
interna 𝑟 que definem as características do gerador equivalente.

5.3.1 - Associação de geradores em série


Dizemos que dois geradores estão associados em série quando são ligados em sequência, de tal
forma que cada polo de um gerador está conectado ao polo de sinal oposto do próximo gerador ou do
anterior. A figura abaixo ilustra uma associação em série.

Figura 15.60: Associação de N geradores em série. Note que todos são percorridos pela mesma corrente elétrica.

Dessa forma, podemos determinar um gerador equivalente que é percorrido pela mesma corrente
𝑖 que a da associação e mantém a mesma ddp entre os seus terminais.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 90
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 15.61: Representação do gerador equivalente.

Para que o gerador seja equivalente à associação, devemos ter que:

ℰ𝑒𝑞 = ℰ1 + ℰ2 + ⋯ + ℰ𝑁 e 𝑟𝑒𝑞 = 𝑟1 + 𝑟2 + ⋯ + 𝑟𝑁

Diante desse resultado, vemos que ao associar geradores em série, aumentamos a 𝑓𝑒𝑚 e a
resistência interna. Caso os geradores associados sejam iguais, então:

ℰ𝑒𝑞 = 𝑛 ⋅ ℰ e 𝑟𝑒𝑞 = 𝑛 ⋅ 𝑟

5.3.2 - Associação em paralelo de geradores iguais


Neste tipo de conexão, todos os polos positivos dos geradores são ligados entre si e todos os polos
negativos também, como na figura abaixo:

Figura 15.62: Conexão de n geradores idênticos em paralelo.

Como os 𝑛 geradores são idênticos, a corrente que atravessa a associação se divide em 𝑛 partes
iguais, isto é, 𝑖/𝑛. Além disso, os geradores associados mantêm a ddp 𝑈 entre os terminais 𝑥 e 𝑦. Portanto,
o gerador equivalente é dado por:

𝑈 = ℰ𝑒𝑞 − 𝑟𝑒𝑞 ⋅ 𝑖

Para cada gerador associado, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 91
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑖
𝑈 =ℰ−𝑟⋅
𝑛

Então:

𝑟
ℰ𝑒𝑞 − 𝑟𝑒𝑞 ⋅ 𝑖 = ℰ − ⋅𝑖
𝑛

Para os fins desejados, devemos ter que:

𝑟
ℰ𝐸𝑞 = ℰ e 𝑟𝑒𝑞 =
𝑛

Representativamente:

Figura 15.63: Representação do gerador equivalente para uma associação em paralelo.

Diante desse resultado, podemos concluir que na associação de geradores iguais em paralelo, a
𝒇𝒆𝒎 se mantém e há apenas uma diminuição na resistência interna.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um carro elétrico operado através de controle remoto possui os eixos dianteiro e traseiro, de
potência máxima de 10 𝑊, ligados em série com uma bateria de 9,0 𝑉 e um sistema de recuperação
de energia, como mostrado na figura.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 92
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Para que o carrinho ande em sua máxima velocidade, a força eletromotriz devolvida ao sistema pelo
aparelho de recuperação de energia deve ser próxima de
a) 12 V b) 9,0 V c) 6,5 V d) 3,9 V e) 1,3 V
Comentários

Primeiro devemos entender que para que o carrinho ande em sua velocidade máxima, a potência
que chega nos eixos deve ser a máxima. Com isso, podemos calcular a corrente.

𝑃 = 𝑖 2 ⋅ 𝑅 ∴ 10,00 = 𝑖 2 ⋅ 2,50 ∴ 𝑖 = 2,00 𝐴

Aplicando a lei das malhas, temos que:

𝜀1 − 𝑖 ⋅ 0,05 − 𝑖 ⋅ 2,5 − 𝑖 ⋅ 2,5 − 𝑖 ⋅ 0,1 + 𝜀2 = 0

9,00 − 2 ⋅ 0,05 − 2 ⋅ 2,50 − 2 ⋅ 2,50 − 2 ⋅ 0,1 + 𝜀2 = 0

9 − 0,1 − 10,00 − 0,2 + 𝜀2 = 0

𝜀2 = 1,3 𝑉

Gabarito: “e”.

6 - As leis de Kirchhoff
Utilizamos as leis de Kirchhoff para a resolução de circuitos com duas ou mais malhas. Antes de
mostrar as leis de Kirchhoff propriamente ditas, vamos fazer algumas considerações utilizando a tabela
de ddp para alguns bipolos elétricos, supondo que o valor do potencial de A é 𝑥:

Elemento 𝑽𝑨 𝑽𝑩 𝑼𝑨𝑩

𝑥 𝑥−𝑅⋅𝑖 𝑅⋅𝑖

𝑥 𝑥−ℰ ℰ

𝑥 𝑥 − ℰ′ ℰ′

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 93
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 15.64: Para resolver o circuito em questão, devemos aplicar as leis de Kirchhoff.

Agora, vamos fazer algumas definições, utilizando nosso circuito acima. Um nó é ponto do circuito
onde a corrente se divide. No nosso exemplo isso ocorre em 𝐵 e 𝐶. Um ramo é trecho do circuito
percorrido pela mesma corrente. No nosso caso: 𝐴𝐵, 𝐸𝐹, 𝐵𝐸 e 𝐵𝐶𝐷𝐸. Já uma malha é um conjunto de
ramos que formam um percurso fechado. No nosso exemplo: 𝐴𝐵𝐸𝐹𝐴, 𝐵𝐶𝐷𝐸𝐵 e 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹𝐴. Diante
dessas definições, podemos enunciar as leis de Kirchhoff:

6.1 - Lei de Kirchhoff das correntes (𝑳𝑲𝑪) ou Lei dos Nós:


O somatório das correntes que entram em um nó é igual ao somatório das correntes que saem do
nó. Matematicamente:

(∑ 𝒊𝒆𝒏𝒕𝒓𝒂𝒎 ) = (∑ 𝒊𝒔𝒂𝒆𝒎 )
𝒏ó 𝑿 𝒏ó 𝑿

(2019/INÉDITA)
Um aluno fez a seguinte ligação usando quatro resistores elétricos.

Se uma bateria saudável e 100% carregada, cujas especificações eram (12 𝑉 − 36 𝐴ℎ), teve seus
terminais ligados corretamente aos pontos 𝑥 e 𝑦, a corrente que atravessa cada resistor de 6 Ω é
de
(A) 1/3 A (B) 2/3 A (C) 2 A (D) 6 A (E) 12 A
Comentários

Quando queremos mostrar que um fio passa por outro sem haver contato, representamos pelo
símbolo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 94
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Assim, podemos nomear os pontos que possuem o mesmo potencial elétrico:

Podemos notar que o resistor de 4 Ω está curto-circuitado. Além disso, vemos que os demais
resistores estão sofrendo a mesma diferença de potencial, já que seus terminais estão com os mesmos
nomes. Então, o circuito é equivalente a:

Portanto:

6
𝑅𝑒𝑞𝑥𝑦 = =2Ω
3

Pela lei de Ohm, podemos determinar a corrente total que atravessa o circuito:

𝑉
V=R⋅i⇒𝑖 =
𝑅

𝑉 12
𝑖= = = 6,0 𝐴
𝑅 2

Finalmente, podemos determinar a corrente que atravessa cada resistor:

6,0
𝑖𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑜𝑟 = = 2,0 𝐴
3

Gabarito: “c”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 95
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
52
O circuito a seguir foi montado com resistência equivalente igual a 23 𝛺, utilizando resistores de
resistências 𝑅𝛼 = 2,0 𝛺 e 𝑅𝛽 = 3,0 𝛺 e 𝑅𝛾 . Analisando o circuito, representado abaixo, é correto
afirmar que o valor da resistência 𝑅𝛾 vale

a) 1,2 𝛺 b) 2,7 𝛺 c) 3,6 𝛺 d) 4,0 𝛺 e) 5,5 𝛺


Comentários

Para resolver uma questão de circuito como essa, precisamos condensar os resistores em série e
paralelo, até que haja apenas um resistor sendo representado por uma resistência equivalente. Vamos
enumerar os resistores para facilitar a compreensão da resolução deste exercício.

Analisando as os pontos de mesmos potenciais, ficamos com:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 96
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Através dessa análise podemos perceber que os resistores 3, 4 e 7 estão em curto-circuito, pois há
um caminho preferencial, por onde a corrente passa sem resistência. Podemos então reescrever o circuito
sem esses elementos:

Agora pomos começar a condensar nossos resistores. Os resistores 1 e 2 estão em série, e podem
ser substituídos por um resistor equivalente fazendo-se:

𝑅𝑒𝑞(1,2) = 2 + 2 = 4 𝛺

Os resistores 5 e 6 se encontram em paralelo e podem ser substituídos por um resistor equivalente


fazendo-se:

1 1 1 3+2 5
= + = = 𝛺
𝑅𝑒𝑞(5,6) 2 3 6 6

6
𝑅𝑒𝑞(5,6) = 𝛺
5

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 97
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Dessa forma, nosso novo circuito fica da seguinte maneira:

Agora, os dois resistores equivalentes se encontram interligados em série. Podemos os unir em


um único resistor:

6 26
𝑅𝑒𝑞(1,2,5,6) = 4 + = 𝛺
5 5

No momento que temos apenas dois resistores em paralelo no circuito, podemos calcular o
resistor equivalente total.

1 1 1 1
= = +
𝑅𝑒𝑞(𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙) 52 26
(23) 𝑅𝛾 ( 5 )

23 1 5
= +
52 𝑅𝛾 26

1 23 5 13 1
= − = =
𝑅𝛾 52 26 52 4

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 98
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑅𝛾 = 4,0 𝛺

Gabarito: “d”.

6.2 - Lei de Kirchhoff das tensões (𝑳𝑲𝑻) ou Lei das Malhas:


O somatório das tensões ao longo de uma malha é nulo.

Sempre que resolvermos circuitos elétricos utilizando as Leis de Kirchhoff, devemos adotar para
cada ramo um sentido da corrente elétrica. Em seguida, aplicamos a 𝐿𝐾𝑇 no circuito com o objetivo de
diminuir a ordem do sistema de equação a ser obtido. Por exemplo:

Figura 15.65: Aplicação da LKC no nó B.

Depois, em cada malha, arbitraremos um sentido de percurso e aplicaremos a 𝐿𝐾𝑇, obtendo o


sistema de equações:

Figura 15.66: Aplicação de LKT em cada malha.

Rodando a malha 𝐹𝐴𝐵𝐸𝐹 e a malha 𝐸𝐵𝐶𝐷𝐸, temos as seguintes equações:

−𝑟1 ⋅ 𝑖1 + ℰ1 − 𝑅1 ⋅ 𝑖1 − ℰ2 − 𝑟2 ⋅ 𝑖2 − 𝑅2 ⋅ 𝑖1 = 0
{
+𝑟2 ⋅ 𝑖2 + ℰ2 − 𝑅3 ⋅ (𝑖1 − 𝑖2 ) − ℰ3 − 𝑟3 ⋅ 𝑖3 = 0

Por fim, resolvemos o sistema de equações. As correntes com sinal negativo deverão ter seus
sentidos invertidos. Vamos resolver um circuito como exemplo. Considere o circuito da figura abaixo:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 99
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Inicialmente, arbitramos para ramo um sentido de corrente elétrica.

No segundo passo, aplicamos a LKC no circuito para diminuir a ordem do sistema de equações que
será obtido. Por isso, ao invés de escrever 𝑖3 , nós substituiremos no circuito 𝑖3 por 𝑖1 + 𝑖2 . No terceiro
passo, aplicamos a LKT para cada malha fechada, obtendo as equações algébricas. Para a malha 𝐹𝐴𝐵𝐸𝐹:

35 − 10 ⋅ 𝑖1 − 5 ⋅ (𝑖1 + 𝑖2 ) = 0

15𝑖1 + 5𝑖2 = 35 (𝑒𝑞. 1)

Malha 𝐷𝐶𝐵𝐸𝐷:

30 − 15 ⋅ 𝑖2 − 5 ⋅ (𝑖1 + 𝑖2 ) = 0

5𝑖1 + 20𝑖2 = 30 (𝑒𝑞. 2)

Último passo, resolvemos as equações algébricas. Para isso, basta fazer 4 ⋅ (𝑒𝑞. 1) − (𝑒𝑞. 2):

4 ⋅ (15𝑖1 + 5𝑖2 ) − (5𝑖1 + 20𝑖2 ) = 4 ⋅ 35 − 30

55𝑖1 = 110 ⇒ 𝑖1 = 2 𝐴

Portanto:

15 ⋅ 2 + 5𝑖2 = 35 ⇒ 𝑖2 = 1 𝐴

Finalmente, temos:

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Dada a malha elétrica abaixo formada por 4 resistores de mesma resistência (𝑅 = 10 Ω), e três
geradores.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 100


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Sabendo que 𝜀1 = 30 𝑉, 𝜀2 = 10 𝑉, e a corrente que atravessa o circuito é igual a 2,0 𝐴. Nessa


situação, a força eletromotriz (ε3 ) é próxima de
a) 30 𝑉 b) 40 𝑉 c) 50 𝑉 d) 60 𝑉 e) 70 𝑉
Comentários

Definindo o sentido da corrente no sentido anti-horário, e aplicando a Lei das Malhas, temos:

ε1 − 𝑅 ⋅ 𝑖 − 𝑅 ⋅ 𝑖 − 𝑅 ⋅ 𝑖 − ε2 − 𝑅 ⋅ 𝑖 + ε3 = 0

30 − 10 ⋅ 2 − 10 ⋅ 2 − 10 ⋅ 2 − 10 − 10 ⋅ 2 + ε3 = 0

30 − 90 + ε3 = 0 ∴ ε3 = 60 𝑉

Gabarito: “d”.
(2019/INÉDITA)
A figura a seguir ilustra um circuito formado por duas baterias ideais e sete resistores ôhmicos.

Se a potência máxima em cada resistor não pode ultrapassar 640 𝑊, força eletromotriz máxima
que as baterias poderão trazer é, em 𝑉, de
a) 8 𝑉 b) 22 𝑉 c) 56 𝑉 d) 132 𝑉 e) 8 𝑉

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 101


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

Reorganizando o circuito, temos:

A ponte de Wheatstone formada está em equilíbrio. Isso pode ser percebido pelo produto dos
ramos opostos:

𝑅1 ⋅ 𝑅2 = 𝑅3 ⋅ 𝑅4

10 ⋅ 10 = 5 ⋅ 20

100 = 100

Assim, não existe passagem de corrente pelo resistor do meio e o circuito pode ser reescrito da
seguinte forma:

Perceba que as fontes de tensão em paralelo equivalem a um novo arranjo com uma bateria em
série com uma resistência de 1 Ω.

A corrente no ramo superior será o dobro da do ramo inferior em paralelo, visto que resistência
do ramo é a metade. Vamos chamar de 2𝑖 a corrente no ramo superior e 𝑖 a do ramo inferior. Dessa
maneira, a corrente total que percorre o circuito será de 3𝑖.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 102


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Podemos escrever para os resistores que 𝑃𝑜𝑡 = 𝑅 ⋅ 𝑖 2 . Para cada um deles, teremos:

𝑃10 = 𝑅10 ⋅ (2𝑖)2 = 10 ⋅ 4 ⋅ 𝑖 2 = 40 ⋅ 𝑖 2


𝑃5 = 𝑅5 ⋅ (2𝑖)2 = 5 ⋅ 4 ⋅ 𝑖 2 = 20 ⋅ 𝑖 2
𝑃20 = 𝑅20 ⋅ (𝑖)2 = 20 ⋅ 𝑖 2
{ 𝑃10 = 𝑅10 ⋅ (𝑖)2 = 10 ⋅ 𝑖 2

Concluímos que o resistor de 10 Ω do ramo superior é o mais propenso a dissipar potência.


Devemos igualar a sua potência à máxima permitida:

40 ⋅ 𝑖 2 = 640

𝑖 2 = 16

𝑖 = 4,0 𝐴

A corrente total no circuito é de:

𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 3 ⋅ 𝑖 = 3 ⋅ 4 = 12 𝐴

Finalmente, pela Lei de Ohm-Pouillet:

𝜀 = 𝑅𝑒𝑞 ⋅ 𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

15 ⋅ 30
𝜀=( + 1) ⋅ 12
15 + 30

𝜀 = (10 + 1) ⋅ 12 = 11 ⋅ 12 = 132 𝑉

Gabarito: “d”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 103


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7 – Capacitores
Um Capacitor é um componente capaz de armazenar cargas elétricas em um campo elétrico,
acumulando um desequilíbrio interno de carga elétrica. A sua manipulação em um circuito o torna capaz
de liberar grande quantidade de energia elétrica em pouco tempo, tendo grande aplicação em
instrumentos como o flash usado em câmeras fotográficas.

7.1 - Capacitância (𝑪)


Tomando como referencial no infinito, o potencial de um condutor isolado e esférico, com raio 𝑅,
carregado com carga 𝑄, é expresso por:

𝑄
𝑉=𝐾
𝑅
Ao manipularmos algebricamente fazendo a relação de carga por potencial do corpo, temos que:

𝑄 𝑅
=
𝑉 𝐾
Observamos que essa relação mostra que a quantidade de cargas que um condutor pode reter é
proporcional ao seu potencial elétrico e essa razão depende das dimensões e da forma do corpo, como
𝑅 𝑄
mostra 𝐾. Essa relação 𝑉 é chamada de capacitância (𝐶):

𝑄 𝑅
𝐶= =
𝑉 𝐾

A capacitância é uma grandeza física que mede a capacidade de armazenar cargas para uma dada
diferença de potencial. Ela depende exclusivamente da geometria do condutor e do meio onde ele se
encontra. Sua unidade no SI é o farad (𝐹), em homenagem ao físico experimentalista Michael Faraday:

[𝑄] 𝐶
[𝐶] = = =𝐹
[𝑉] 𝑉

É importante destacar que a capacitância não depende do material que é feito o condutor, apenas
de sua forma, de suas dimensões e do meio que o envolve. Além disso, quando dois condutores têm o
mesmo formato, aquele que possui as maiores dimensões tem maior capacitância.

Ainda nesse tópico, é possível demonstrar que, em um mesmo meio, se dois condutores possuem o
mesmo volume, aquele que mais se aproxima de uma esfera terá maior capacitância. Por isso, dizemos
que condutores com forma de fio têm capacitância menor quando comparado com as de condutores de
outros formatos, desde que tenham o mesmo volume.

(2020/INÉDITA)
Considere um condutor isolado e carregado positivamente carregado de capacitância igual a 1𝑝𝐹.
Qual deve ser a carga fornecida a esse condutor para que seu potencial sofra um acréscimo de
200 𝑉?

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 104


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

Notamos que o condutor não teve a sua geometria alterada e não mudou de meio, logo, sua
capacitância não alterou. Logo, podemos dizer que:

𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐶. 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝐶. 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Assim, a variação de carga será de:

Δ𝑄 = 𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑄𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐶. 𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝐶. 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐶(𝑉𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 ) = 𝐶. Δ𝑉

Ou seja:

Δ𝑄 = 𝐶. Δ𝑉

Substituindo valores, temos:

Δ𝑄 = (1 ⋅ 10−12 ) ⋅ 200

Δ𝑄 = 2 ⋅ 10−10 𝐶

Gabarito: 𝚫𝑸 = 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟎 𝑪.

7.2 - Capacitores
Capacitores são dispositivos elétricos constituídos de dois condutores com cargas iguais e opostas,
capaz de armazenar energia potencial elétrica, devido ao acúmulo de cargas elétricas. A capacitância do
dispositivo é definida pela razão:

𝑄
𝐶=
𝑉
Em que 𝑄 é o módulo da carga em dos condutores e 𝑉 é a intensidade da diferença de potencial
entre as duas superfícies condutoras. A capacitância de um capacitor depende de dois fatores apenas,
sendo eles o isolante entre as armaduras (superfícies condutoras) e a geometria de cada armadura, bem
como da posição relativa entre elas.

Para calcularmos a sua capacitância, sempre colocaremos cargas iguais e opostas nas armaduras
e determinaremos a diferença de potencial entre elas. Vale lembrar que obtemos o potencial a partir do
campo elétrico devido às cargas.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 105


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

7.1.1 – Capacitores de placas paralelas

Figura 15.65: Capacitor de placas paralelas.

Trata-se de um dos capacitores mais utilizados. Constitui-se de duas placas paralelas, formadas
por folhas metálicas delgadas, separadas e isoladas uma da outra por um filme plástico bem fino.

Seja 𝐴 a área da superfície (área lateral de cada placa condutora) e a 𝑑 a distância de separação
entre as placas. Para minimizar os efeitos de bordas e garantir a uniformidade do campo, constrói-se o
capacitor de tal forma que 𝑑 seja muito menor que a largura das placas.

Com isso, carrega-se uma das placas com uma carga +𝑄 e a outra com uma carga −𝑄. As cargas
se distribuem uniformemente pelas armaduras e como as superfícies estão muito próximas, podemos
dizer que o campo elétrico entre elas se aproxima muito do campo entre dois planos infinitos.

Como capacitância é a razão da carga pela diferença de potencial, temos que:

𝑄 𝜀∙𝐴
𝐶= =
𝑉 𝑑

Notamos que a capacitância é proporcional a área das placas e inversamente proporcional a


distância que separa as armaduras. Como podemos ver pela expressão logo acima, a capacitância
depende das dimensões, da forma e da disposição geométrica das placas condutoras, e das propriedades
do meio isolante entre os condutores (𝜀).

7.1.2 – Capacitores esféricos

Figura 15.66: Capacitor esférico.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 106


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Considere uma esfera menor carregada com uma carga +𝑄 e uma casca carregada com carga −𝑄.
Podemos calcular o potencial em cada superfície da seguinte forma:

𝑄 𝑄
𝑉1 = 𝐾 −𝐾
𝑅1 𝑅2

𝑄 𝑄
𝑉2 = 𝐾 −𝐾 =0
𝑅2 𝑅2

Dessa forma, a diferença de potencial é dada por:

𝑄 𝑄
∆𝑉 = 𝑉1 − 𝑉2 = 𝐾 −𝐾
𝑅1 𝑅2

1 1
∆𝑉 = 𝐾𝑄 ( − )
𝑅1 𝑅2

𝑅2 − 𝑅1
∆𝑉 = 𝐾𝑄 ( )
𝑅1 ∙ 𝑅2

Portanto, a capacitância será:

𝑄
𝐶=
∆𝑉
1 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝐶=
𝐾 𝑅2 − 𝑅1

4𝜋𝜀 ∙ 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝐶=
𝑅2 − 𝑅1

Quando as duas superfícies esféricas possuem raios muito próximos, podemos dizer que a
diferença entre os raios é muito pequena (𝑑 = 𝑅2 − 𝑅1 ) e se chamarmos um deles de 𝑅 o produto 𝑅1 ∙
𝑅2 ≈ 𝑅 2 . Assim, a capacitância se tornaria:

4𝜋𝜀 ∙ 𝑅1 ∙ 𝑅2
𝐶=
𝑅2 − 𝑅1

𝜀 ∙ (4𝜋 ∙ 𝑅 2 )
𝐶=
𝑑
Mas, 4𝜋𝑅 2 é a área superficial da esfera, portanto novamente teríamos:

𝜀∙𝐴
𝐶=
𝑑

Com resultado, podemos concluir que um capacitor se torna um capacitor de placas paralelas
quando fazemos as duas superfícies externas esféricas com raios muito próximos.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 107


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7.3 - Associação de capacitores


É comum combinar dois ou mais capacitores para obter valores desejados de capacitâncias,
conforme as especificações de projeto.

7.3.1 - Capacitores associados em série


Dizemos que dois ou mais capacitores estão em série quando a soma das tensões é igual à
diferença de potencial a que o sistema é submetido. Se estão descarregados, irão possuir a mesma carga,
que é igual à carga total da associação. Este fato decorre da indução total nas placas.

Quando a placa positiva de 𝐶1 adquire carga +𝑄, será induzida uma carga −𝑄 na outra placa. Com
isso, a placa 𝐶2 mais próxima de 𝐶1 será induzida com carga +𝑄 e assim por diante. Dessa forma. Todos
os capacitores terão a mesma carga 𝑄.

A diferença de potencial entre os pontos 𝐴 e 𝐵 é dada pela soma das diferenças de potenciais em
cada capacitor:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = Δ𝑉1 + Δ𝑉2 + Δ𝑉3

Como:

𝑄 𝑄 𝑄
Δ𝑉1 = , Δ𝑉2 = , Δ𝑉3 =
𝐶1 𝐶2 𝐶3

Por definição, a capacitância equivalente entre os pontos 𝐴 e 𝐵 é dada por:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 108


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑄𝑒𝑞
𝐶𝑒𝑞 =
VA − VB

Como a carga é a mesma para cada capacitor, assim como para a capacitância equivalente, então:

𝑄 𝑄 𝑄 𝑄
= + +
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3

1 1 1 1
= + +
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3

Para o caso de 𝑛 capacitores associados em série, a soma das tensões é igual a tensão equivalente:

𝑈𝑒𝑞 = 𝑈1 + 𝑈2 + 𝑈3 + ⋯ + 𝑈𝑛

𝑄 𝑄 𝑄 𝑄 𝑄
= + + + ⋯+
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛

1 1 1 1 1
= + + + ⋯+
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3 𝐶𝑛

Caso os 𝑛 capacitores iguais, a capacitância equivalente será:

1 1 1 1
= + +⋯+
𝐶𝑒𝑞 𝐶 𝐶 𝐶

𝐶
𝐶𝑒𝑞 =
𝑛

(2020/INÉDITA)
Considere três capacitores combinados em série, inicialmente descarregados. O ponto 𝐴 é ligado ao
polo positivo de uma bateria de corrente contínua e o terminal 𝐵 ao polo negativo. Nesse processo,
𝐶1 fica com carga de 15 𝜇𝐶.

Calcule:
a) as cargas elétricas dos outros capacitores da associação.
b) a diferença de potencial em cada capacitor.
c) a diferença de potencial da bateria.
d) a capacitância equivalente entre 𝐴 e 𝐵.
e) a energia armazenada na associação.
Comentários

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 109


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a) Na associação em série temos como propriedade fundamental que a carga adquirida deve ser a
mesma em cada capacitor. Assim, as cargas nos outros capacitores também serão de 15 𝜇𝐶.

𝑄1 = 𝑄2 = 𝑄3 = 15 𝜇𝐶

b) Vamos utilizar a definição de capacitância para determinar a diferença de potencial em cada


capacitor:

𝑄1 15 𝜇𝐶
Δ𝑉1 = = =3𝑉
𝐶1 5 𝜇𝐹

𝑄2 15 𝜇𝐶
Δ𝑉2 = = = 5𝑉
𝐶2 3 𝜇𝐹

𝑄3 15 𝜇𝐶
Δ𝑉3 = = = 1,5 𝑉
𝐶3 10 𝜇𝐹

c) A diferença de potencial da bateria é a soma das diferenças de potenciais em cada capacitor em


série:

Δ𝑉𝐴𝐵 = Δ𝑉1 + Δ𝑉2 + Δ𝑉3

Δ𝑉𝐴𝐵 = 3 + 5 + 1,5 = 9,5 𝑉

d) Utilizando a definição de capacitância equivalente, temos que:

𝑄 15 𝜇𝐶
𝐶𝑒𝑞 = = ≅ 1,58 𝜇𝐹
Δ𝑉𝐴𝐵 9,5

Ou ainda:

1 1 1 1
= + +
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶3

1 1 1 1
= + +
𝐶𝑒𝑞 5𝜇𝐹 3𝜇𝐹 10𝜇𝐹

30
𝐶𝑒𝑞 = 𝜇𝐹 ≅ 1,58 𝜇𝐹
19
e) Podemos calcular a energia da combinação somando as energias armazenadas em cada
dispositivo ou calcular a energia armazenada no capacitor equivalente:

30
2
𝐶𝑒𝑞 ∙ Δ𝑉𝐴𝐵 (19 ⋅ 10−6 ) ∙ (9,5)2
𝐸𝑃 = = = 71,25 ⋅ 10−6 𝐽
2 2
Gabarito: a) 𝟏𝟓 𝝁𝑪 b) 𝟑 𝑽, 𝟓 𝑽 e 𝟏, 𝟓 𝑽 c) 𝟗, 𝟓 𝑽 d) 𝟏, 𝟓𝟖 𝝁𝑭 e) 𝟕𝟏, 𝟐𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟔 𝑱

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 110


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7.3.2 - Capacitores associados em paralelo


Dizemos que dois ou mais capacitores estão em paralelo quando a diferença de potencial a que
eles estão submetidos é a mesma.

Nessa configuração, cada capacitor terá sua respectiva carga 𝑄1, 𝑄2 e 𝑄3 . Pela definição de
capacitância, temos:

𝑄1 = 𝐶1 ∙ ΔV, 𝑄2 = 𝐶2 ∙ ΔV, 𝑄3 = 𝐶3 Δ𝑉

Assim, a carga total é dada pela soma das cargas:

𝑄𝑒𝑞 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3

O capacitor equivalente nessa combinação possuirá a carga total, sob a diferença de potencial Δ𝑉,
onde a capacitância equivalente é dada pela definição:

𝑄𝑒𝑞
𝐶𝑒𝑞 =
Δ𝑉
𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 𝑄1 𝑄2 𝑄3
𝐶𝑒𝑞 = = + +
Δ𝑉 Δ𝑉 Δ𝑉 Δ𝑉

𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 111


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Para o caso de 𝑛 capacitores associados em paralelo, a soma das cargas é igual a carga equivalente:

𝑄𝑒𝑞 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + ⋯ + 𝑄𝑛

𝐶𝑒𝑞 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) = 𝐶1 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) + 𝐶2 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) + 𝐶3 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ) + ⋯ + 𝐶𝑛 ∙ (𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 )

𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + 𝐶3 + ⋯ + 𝐶𝑛

(2020/INÉDITA)
Calcule a capacitância equivalente entre 𝑋 e 𝑌.

Comentários

Vamos simplificar nossa combinação de capacitores de forma a facilitar nosso problema. Para isso,
vamos dar o nome para todos os pontos que estão em potenciais diferentes:

Entre os pontos 𝐴 e 𝐶 temos dois capacitores em paralelo, logo a capacitância será dada por:

𝐶𝐴𝐶 = 𝐶 + 𝐶 = 2𝐶

A partir daí teremos uma nova configuração de capacitores:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 112


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Entre os pontos 𝐴 e 𝐷 temos dois capacitores em série no ramo da direita, logo:

2𝐶
(𝐶𝐴𝐷 )𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = =𝐶
2
Agora, temos a nova configuração:

Com isso, podemos determinar a capacitância equivalente entre 𝐴 e 𝐷, pois os dois capacitores
estão em paralelo:

𝐶𝑒𝑞𝐴𝐷 = 𝐶 + 𝐶 = 2𝐶

Então, chegamos a nova configuração de capacitores:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 113


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Nesse momento, somos capazes de determinar a capacitância equivale entre 𝐴 e 𝐵 no ramo mais
à direita, já que temos dois capacitores em série:

2𝐶
(𝐶𝐴𝐵 )𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 = =𝐶
2
Então, nossa combinação de capacitores se resumiu a:

Assim, a capacitância equivalente entre os pontos 𝐴 e 𝐵 é expressa por:

𝐶𝑒𝑞𝐴𝐵 = 𝐶 + 𝐶 = 2𝐶

(2020/INÉDITA)
Considere dois capacitores em série, com capacitâncias iguais a 𝐶1 = 4 𝜇𝐹 e 𝐶2 = 1 𝜇𝐹.
Inicialmente, 𝐶2 já possui uma carga de 4𝜇𝐶, antes de fecharmos o circuito da figura.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 114


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Fechando a chave 𝑆, após o equilíbrio do sistema, qual deve ser as cargas adquiridas pelos
capacitores.
Comentários

Quando fechamos 𝑆, haverá uma indução de carga 𝑞 nas armaduras do capacitor, já que ambos
estão em série:

A carga +𝑞 se soma a +4𝜇𝐶 no capacitor 𝐶2 , assim como −𝑞 superpõe-se a −4𝜇𝐶. Dessa forma,
a carga no capacitor 𝐶2 é de:

𝑄2 = 𝑞 + 4𝜇𝐶

Em 𝐶1 , temos que:

𝑄1 = 𝑞

Dado que os capacitores estão em série, temos que a tensão entre A e B é a soma das tensões:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = (𝑉𝐴 − 𝑉𝑃 ) + (𝑉𝑃 − 𝑉𝐵 ) = 9 𝑉 (𝑒𝑞. 1)

Utilizando a definição de capacitância, temos:

𝑄1 𝑞 𝑄2 𝑞 + 4𝜇𝐶
𝑉𝐴 − 𝑉𝑃 = = 𝑒 𝑉𝑃 − 𝑉𝐵 = =
𝐶1 4𝜇𝐹 𝐶2 1𝜇𝐹

Substituindo as diferenças de potenciais na equação 1, vem:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 115


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𝑞 𝑞 + 4𝜇𝐶
+ =9𝑉
4𝜇𝐹 1𝜇𝐹

𝑞 + 4𝑞 + 16𝜇𝐶
= 9𝑉
4𝜇𝐹

5𝑞 = 36(𝜇𝐹 ∙ 𝑉) − 16𝜇𝐶 = 36𝜇𝐶 − 16𝜇𝐶

𝑞 = 4𝜇𝐶

Com isso, as cargas finais dos capacitores ficam:

𝑄1 = 𝑞 = 4𝜇𝐶, 𝑄2 = 𝑞 + 4𝜇𝐶 = 8𝜇𝐶

Note que devido ao fato do capacitor 𝐶2 já estar previamente carregado, cada capacitor não ficou
com a mesma carga, mesmo estando em série. Por isso, devemos lembrar que quando estabelecemos a
regra da associação em série, admitimos que eles estão inicialmente descarregados ou possuem a mesma
carga inicial. Contudo, sempre valerá que a soma das tensões nos capacitores em série é igual a tensão
total:

𝑄1 4𝜇𝐶
𝑉𝐴 − 𝑉𝑃 = = = 1𝑉
𝐶1 4𝜇𝐹

𝑄2 8𝜇𝐶
𝑉𝑃 − 𝑉𝐵 = = = 8𝑉
𝐶2 1𝜇𝐹

(𝑉𝐴 − 𝑉𝑃 ) + (𝑉𝑃 − 𝑉𝐵 ) = 1𝑉 + 8𝑉 = 9𝑉 = 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 116


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8 - Resumo da aula em mapas mentais


Use o(s) mapa(as) mental(ais) como forma de fixar o conteúdo e para consulta durante a resolução
das questões. Não tente decorar as fórmulas específicas para cada situação, ao invés disso entenda como
deduzi-las.

Tente elaborar os seus mapas mentais, eles serão de muito mais fácil assimilação do que um
montado por outra pessoa. Além disso, leia um mapa mental a partir da parte superior direita, e siga em
sentido horário.

O mapa mental foi disponibilizado como um arquivo .pdf na sua área do aluno.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 117


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9 - Lista de questões

9.1 Já caiu no ENEM


1. (2019/ENEM)

Uma casa tem um cabo elétrico mal dimensionado, de resistência igual a 10 𝛀, que a conecta à rede
elétrica de 120 V. Nessa casa, cinco lâmpadas, de resistência igual a 200 𝛀, estão conectadas ao mesmo
circuito que uma televisão de resistência igual a 50 𝛀, conforme ilustrado no esquema. A televisão
funciona apenas com tensão entre 90 V e 130 V.

O número máximo de lâmpadas que podem ser ligadas sem que a televisão pare de funcionar é:

a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.

2. (2019/ENEM - PPL)

Uma das formas de se obter energia elétrica é usar uma lente convergente circular para concentrar os
raios de sol em um único ponto, aquecendo um dispositivo localizado nesse ponto a uma temperatura
elevada. Com a transformação da energia luminosa em energia térmica, pode ser criado vapor-d ’água
que moverá uma turbina e gerará energia elétrica. Para projetar um sistema de geração de energia
elétrica, a fim de alimentar um chuveiro elétrico de 𝟐. 𝟎𝟎𝟎 𝑾 de potência, sabe-se que, neste local, a
energia recebida do Sol é 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 𝑾/𝒎𝟐 . Esse sistema apresenta taxa de eficiência de conversão em
energia elétrica de 50% da energia solar incidente. Considere √𝝅 = 𝟏, 𝟖. 3Qual deve ser, em metro, o
raio da lente para que esse sistema satisfaça aos requisitos do projeto?

a) 0,28 b) 0,32 c) 0,40 d) 0,80 e) 1,11

3. (2018/ENEM - PPL)

Com o avanço das multifunções dos dispositivos eletrônicos portáteis, como os smartphones, o
gerenciamento da duração da bateria desses equipamentos torna-se cada vez mais crítico. O manual
de um telefone celular diz que a quantidade de carga fornecida pela sua bateria é de 𝟏. 𝟓𝟎𝟎 𝒎𝑨𝒉.

A quantidade de carga fornecida por essa bateria, em coulomb, é de

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 118


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a) 90 b) 1.500. c) 5.400. d) 90.000. e) 5.400.000.

4. (2018/ENEM)

Ao pesquisar um resistor feito de um novo tipo de material, um cientista observou o comportamento


mostrado no gráfico tensão versus corrente.

Após a análise do gráfico, ele concluiu que a tensão em função da corrente é dada pela equação 𝑽 =
𝟏𝟎 ⋅ 𝒊 + 𝒊𝟐 .O gráfico da resistência elétrica (R) do resistor em função da corrente (i) é.

a) b)

c) d)

e)

5. (2018/ENEM)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 119


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Alguns peixes, como o poraquê, a enguia-elétrica da Amazônia, podem produzir uma corrente elétrica
quando se encontram em perigo. Um poraquê de 1 metro de comprimento, em perigo, produz uma
corrente em tomo de 2 ampères e uma voltagem de 600 volts.

O quadro apresenta a potência aproximada de equipamentos elétricos.

O equipamento elétrico que tem potência similar àquela produzida por esse peixe em perigo é o(a)

a) exaustor. b) computador. c) aspirador de pó.

d) churrasqueira elétrica. e) secadora de roupas.

6. (2018/ENEM - PPL)

Ao dimensionar circuitos elétricos residenciais, é recomendado adequadamente bitolas dos fios


condutores e disjuntores, de acordo com a intensidade de corrente elétrica demandada. Esse
procedimento é recomendado para evitar acidentes na rede elétrica. No quadro é especificada a
associação para três circuitos distintos de uma residência, relacionando tensão no circuito, bitolas de
fios condutores e a intensidade de corrente elétrica máxima suportada pelo disjuntor.

Com base no dimensionamento do circuito residencial, em qual(is) do(s) circuito(s) o(s) equipamento(s)
é(estão) ligado(s) adequadamente?

a) Apenas no Circuito 1. b) Apenas no Circuito 2.

c) Apenas no Circuito 3. d) Apenas nos Circuitos 1 e 2.

e) Apenas nos Circuitos 2 e 3.

7. (2018/ENEM)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 120


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Muitos smartphones e tablets não precisam mais de teclas, uma vez que todos os comandos podem ser
dados ao se pressionar a própria tela. Inicialmente essa tecnologia foi proporcionada por meio das telas
resistivas, formadas basicamente por duas camadas de material condutor transparente que não se
encostam até que alguém as pressione, modificando a resistência total do circuito de acordo com o
ponto onde ocorre o toque. A imagem é uma simplificação do circuito formado pelas placas, em que A
e B representam pontos onde o circuito pode ser fechado por meio do toque.

Qual é a resistência equivalente no circuito provocada por um toque que fecha o circuito no ponto A?

a) 1,3 𝒌𝛀 b) 4,0 𝒌𝛀 c) 6,0 𝒌𝛀 d) 6,7 𝒌𝛀 e) 12,0 𝒌𝛀

9.2 Já caiu nos principais vestibulares


1. (2020/UECE)

Quatro condutores constituídos por diferentes materiais, mas de mesmo comprimento, foram
submetidos a diferentes tensões elétricas enquanto mantido a temperatura constante. O gráfico
representa a diferença de potencial em função da corrente elétrica observada para cada um dos objetos
testados.

Admitindo-se que os dois únicos condutores ôhmicos testados possuem a mesma espessura, aquele de
maior condutividade elétrica é o de número

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 121


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2. (UEL)

Considere as seguintes afirmativas a respeito de um segmento AB de um fio metálico por onde passa
uma corrente elétrica contínua e constante.

I. a corrente elétrica em AB é um fluxo de elétrons.

II. a carga elétrica total de AB é nula.

III. há uma diferença de potencial elétrico entre os extremos de AB.

Quais destas afirmativas são verdadeiras?

a) somente I b) somente II c) somente III d) somente I e II e) I, II e III

3. (UFRGS)

O gráfico representa a intensidade de corrente elétrica 𝒊 em função do tempo 𝒕 em dois condutores, 𝑿


e 𝒀. Sendo 𝒒𝒙 e 𝒒𝒚 as cargas elétricas que, durante os quatro primeiros segundos, passam
respectivamente por uma seção transversal dos condutores 𝑿 e 𝒀, qual a diferença 𝒒𝒙 − 𝒒𝒚 ?

a) 1 C b) 2 C c) 3 C d) 6 C e) 8 C

4. (UFSM)

Corrente elétrica, em um condutor metálico, é o movimento.

a) desordenado dos portadores de carga elétrica, independente do campo elétrico aplicado.

b) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido
espontâneo,

c) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido
independente do campo elétrico aplicado.

d) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido,
dependente do campo elétrico aplicado.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 122


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5. (UFSM)

Uma lâmpada permanece acessa durante 5 minutos pôr efeito de uma corrente de 2 A, fornecida por
uma bateria. Nesse intervalo de tempo, a carga total (em C) liberada é:

a) 0,4 b) 2,5 c) 10 d) 150 e) 600

6. (IME)

A intensidade da corrente elétrica em um condutor metálico varia, com o tempo, de acordo com o
gráfico a seguir.

Sendo o módulo da carga elementar 𝒆 = 𝟏, 𝟔 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪, determine:

a) a carga elétrica que atravessa uma secção do condutor em 8 s

b) o número de elétrons que atravessa uma secção do condutor durante esse mesmo tempo

c) a intensidade média da corrente entre os instantes 0 s e 8 s

7. (AFA-2001)

Uma pequena esfera condutora, isolada eletricamente, é carregada com uma quantidade de carga 𝑸.
Em seguida essa esfera é aterrada através de um resistor de 𝟎, 𝟐𝟓 𝛀. A carga da esfera é descarregada
em 𝟎, 𝟓 𝒔 através da resistência, que dissipa uma potência de 𝟎, 𝟓 𝑾. A carga
𝑸, em coulombs, vale

a) 2 b) 4 c) √𝟐 d) √𝟐/𝟐

8. (UNIFEI 2007)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 123


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Aplica-se uma diferença de potencial aos terminais de um resistor que obedece à Lei de Ohm. Sendo U
a diferença de potencial, R a resistência do resistor e I a corrente elétrica, qual dos gráficos abaixo não
representa o comportamento deste resistor?

a) b) c) d)

9. (UNIFEI 2007)

O gráfico abaixo mostra como a corrente elétrica, no interior de um condutor metálico, varia com o
tempo. Determine a carga elétrica que atravessa uma secção do condutor em 6 (seis) segundos?

10. (UEL)

Na figura a seguir está esquematizado um trecho de um circuito elétrico, onde 𝒊𝟏 , 𝒊𝟐 , 𝒊𝟑 e 𝒊𝟒 são as


intensidades das correntes elétricas não nulas que passam pelos fios que se cruzam no ponto 𝑷.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 124


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Qual a relação entre as intensidades dessas correntes?

a) 𝒊𝟑 + 𝒊𝟒 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 b) 𝒊𝟑 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 + 𝒊𝟒 c) 𝒊𝟏 + 𝒊𝟒 = 𝒊𝟑 + 𝒊𝟐

d) 𝒊𝟏 = 𝒊𝟑 + 𝒊𝟒 + 𝒊𝟐 e) 𝒊𝟏 + 𝒊𝟑 = 𝒊𝟐 + 𝒊𝟒

11. (UNIFESP-2007)

Uma das especificações mais importantes de uma bateria de automóvel é o ampere-horo (𝑨𝒉), uma
unidade prática que permite ao consumidor fazer uma avaliação prévia da durabilidade da bateria. Em
condições ideais, uma bateria de 𝟓𝟎 𝑨𝒉 funciona durante 𝟏 𝒉 quando percorrida por uma corrente
elétrica de intensidade 𝟓𝟎 𝑨, ou durante 𝟐𝟓 𝒉, se a intensidade da corrente for 𝟐 𝑨. Na prática, o
ampere-hora nominal de uma bateria só é válido para correntes de baixa intensidade - para correntes
de alta intensidade, o valor efetivo do ampere-hora chega a ser um quarto do valor nominal. Tendo em
vista essas considerações, pode-se afirmar que o
ampere-hora mede a

a) potência útil fornecida pela bateria.

b) potência total consumida pela bateria.

c) força eletromotriz da bateria.

d) energia potencial elétrica fornecida pela bateria.


e) quantidade de carga elétrica fornecida pela bateria.

12. (UNIFESP-2007)

Uma das grandezas que representa o fluxo de elétrons que atravessa um condutor é a intensidade da
corrente elétrica, representada pela letra 𝒊. Trata-se de uma grandeza

a) vetorial. porque a ela sempre se associa um módulo, uma direção e um sentido.

b) escalar, porque é definida pela razão entre grandezas escalares: carga elétrica e tempo.

c) vetorial. porque a corrente elétrica se origina da ação do vetor campo elétrico que atua no interior
do condutor.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 125


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

d) escalar, porque o eletromagnetismo só pode ser descrito por grandezas escalares.

e) vetorial, porque as intensidades das correntes que convergem em um nó sempre se somam


vetorialmente.

13. (1995/CESGRANRIO)

A intensidade da corrente elétrica que percorre um componente eletrônico, submetido a uma ddp
constante, varia, em função do tempo, de acordo com o gráfico a seguir:

Sobre a resistência elétrica desse componente, é correto afirmar que, com o passar do tempo, ela:

a) decresce uniformemente. b) aumenta uniformemente. c) tende para zero.

d) tende para um valor constante. e) tende para infinito

14. (1995/UFMG)

O gráfico a seguir mostra como varia a tensão elétrica em um resistor mantido a uma temperatura
constante em função da corrente elétrica que passa por esse resistor.

Com base nas informações contidas no gráfico, é correto afirmar que:

a) a corrente elétrica no resistor é diretamente proporcional à tensão elétrica.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 126


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b) a resistência elétrica do resistor aumenta quando a corrente elétrica aumenta.

c) a resistência do resistor tem o mesmo valor qualquer que seja a tensão elétrica.

d) dobrando-se a corrente elétrica através do resistor, a potência elétrica consumida quadruplica.

e) o resistor é feito de um material que obedece a Lei de Ohm.

15. (2008/UFSCar)

Semelhante ao desembaçador de vidros de um carro, existe no mercado um desembaçador especial


para espelhos de banheiro, frequentemente embaçados pela condensação do vapor de água que
preenche o ambiente após um banho. A ideia do dispositivo é secar uma área do espelho para que esse
possa ser utilizado mesmo após ter sido usado o chuveiro.

Suponha que a resistência elétrica não sofra alteração significativa de seu valor com a mudança de
temperatura.

a) Atrás do espelho, colado sobre o vidro, encontra-se o circuito esquematizado, originalmente


construído para ser utilizado sob uma diferença de potencial de 𝟏𝟏𝟎 𝑽. Determine o que ocorrerá com
a corrente elétrica se o desembaçador for ligado a uma diferença de potencial de 𝟐𝟐𝟎 𝑽.

b) Determine o novo valor da potência dissipada, supondo que dois dos fios resistivos tenham sido
rompidos durante a montagem do espelho e que o desembaçador não danificado dissipe 𝟒𝟎 𝑾 quando
ligado em 𝟏𝟏𝟎 𝑽.

16. (1997/ITA)

A casa de um certo professor de Física do ITA, em São José dos Campos, tem dois chuveiros elétricos
que consomem 𝟒, 𝟓 𝒌𝑾 cada um. Ele quer trocar o disjuntor geral da caixa de força por um que permita
o funcionamento dos dois chuveiros simultaneamente com um aquecedor elétrico (𝟏, 𝟐 𝒌𝑾), um ferro
elétrico (𝟏, 𝟏 𝒌𝑾) e 7 lâmpadas comuns (incandescentes) de 𝟏𝟎𝟎 𝑾.

Disjuntores são classificados pela corrente máxima que permitem passar. Considerando que a tensão
da cidade seja de 𝟐𝟐𝟎 𝑽, o disjuntor de menor corrente máxima que permitirá o consumo desejado é
então de:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 127


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a) 30 A b) 40 A c) 50 A d) 60 A e) 80 A

17. (PUC – SP)

No interior de um condutor homogêneo, a intensidade de corrente elétrica varia com o tempo, como
mostra o diagrama abaixo.

Pode-se afirmar que o valor médio da intensidade de corrente, entre os instantes 𝟏 𝒎𝒊𝒏 e 𝟐 𝒎𝒊𝒏, é de:
𝟏 𝟏𝟎𝟑
a) 𝟔 𝑨 b) 𝑨 c) 𝟓𝟎𝟎 𝑨 d) 𝟎, 𝟓 𝑨 e) 𝟎, 𝟎𝟓 𝑨
𝟔

18. (1991/ITA)

Determine a intensidade de corrente que atravessa o resistor R2 da figura, quando a tensão entre os
pontos A e B for igual a V e as resistências R1, R2 e R3 forem iguais a R.

a) 𝑽/𝑹. b) 𝑽/𝟑𝑹. c) 𝟑𝑽/𝑹. d) 𝟐𝑽/𝟑𝑹. e) nenhuma das anteriores.

19. (1992/ITA)

A ponte de resistores da figura abaixo apresenta na temperatura ambiente, uma tensão 𝑽𝒂 − 𝑽𝒃 =


𝟐, 𝟓 𝑽 entre seus terminais 𝒂 e 𝒃. Considerando que a resistência 𝑹 está imersa cm um meio que se
aquece a uma taxa de 10 graus centígrados por minuto, determine o tempo que leva para que a tensão
entre os terminais 𝒂 e 𝒃 da ponte se anule. Considere para a variação da resistência com a temperatura
um coeficiente de resistividade de 𝟒, 𝟏 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑 𝑲−𝟏 .

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 128


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a) 8 minutos e 10 segundos. b) 12 minutos e 12 segundos. c) 10 minutos e 18 segundos.

d) 15,5 minutos. e) n.d.a.

10 - Gabarito das questões sem comentários

10.1 Já caiu no ENEM


1. “B”.

2. “E”.

3. “C”.

4. “D”.

5. “D”.

6. “E”.

7. “C”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 129


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10.2 Já caiu nos principais vestibulares


8. “C”. 17. “A”.

9. “E”. 18. “E”.

10. “A”. 19. “B”.

11. “D”. 20. “D”.

12. “E”. 21. “B”.

13. A) ΔQ = 320 MC B) N=2⋅ 22. A) A CORRENTE TAMBÉM DOBRARÁ B)


1018 ELÉTRONS C) IM = 40 MA 32 W.

14. “D”. 23. “D”.

15. “D”. 24. “D”.

16. 180 MC. 25. “A”.

26. “B”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 130


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11 - Questões resolvidas e comentadas

11.1 Já caiu nos ENEM


1. (2019/ENEM)

Uma casa tem um cabo elétrico mal dimensionado, de resistência igual a 10 𝛀, que a conecta à rede
elétrica de 120 V. Nessa casa, cinco lâmpadas, de resistência igual a 200 𝛀, estão conectadas ao mesmo
circuito que uma televisão de resistência igual a 50 𝛀, conforme ilustrado no esquema. A televisão
funciona apenas com tensão entre 90 V e 130 V.

O número máximo de lâmpadas que podem ser ligadas sem que a televisão pare de funcionar é:

a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.
Comentários

Como as lâmpadas estão em paralelo com a televisão, quando mais lâmpadas ligadas menor será
a tensão na televisão. Sendo assim, a televisão deverá funcionar com a sua tensão mínima de 90 V. Para
saber a corrente que passa pela televisão, aplicamos a primeira Lei de Ohm:

𝑉𝑇𝑉 = 𝑅𝑇𝑉 ⋅ 𝑖 𝑇𝑉

90 = 50 ⋅ 𝑖 𝑇𝑉

𝑖 𝑇𝑉 = 90/50 = 1,8 𝐴

Aplicando a primeira Lei de Ohm no cabo, para descobrimos a corrente proveniente da rede
elétrica:

𝑉𝑐 = 𝑅𝑐 ⋅ 𝑖 𝑇

120 − 90 = 10 ⋅ 𝑖 𝑇

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 131


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑖 𝑇 = 30/10 = 3 𝐴

Como a tensão em cada lâmpada é igual a tensão da televisão, calculamos a corrente que passa
por cada uma:

𝑉𝐿 = 𝑅𝐿 ⋅ 𝑖𝐿

90 = 200 ⋅ 𝑖𝐿

𝑖𝐿 = 90/200 = 0,45 𝐴

Como a corrente total é 3 A, e a da televisão é 1,8 A, a corrente que passará sobre as N lâmpadas
acessas será 1,2 A. Como cada lâmpada precisa de 0,45 A, fazendo a divisão teremos a quantidade máxima
de lâmpadas que podem estar acessas para que a televisão funcione com sua tensão mínima:

𝑁 = 1,2/0,45 = 2,67

Sabendo que não podemos ter um número fracionário de lâmpadas, e a sua quantidade não pode
ser superior a 2,67, o número máximo de lâmpadas que podem ficar acessas são 2.

Gabarito: “b”.

2. (2019/ENEM - PPL)

Uma das formas de se obter energia elétrica é usar uma lente convergente circular para concentrar os
raios de sol em um único ponto, aquecendo um dispositivo localizado nesse ponto a uma temperatura
elevada. Com a transformação da energia luminosa em energia térmica, pode ser criado vapor-d ’água
que moverá uma turbina e gerará energia elétrica. Para projetar um sistema de geração de energia
elétrica, a fim de alimentar um chuveiro elétrico de 𝟐. 𝟎𝟎𝟎 𝑾 de potência, sabe-se que, neste local, a
energia recebida do Sol é 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 𝑾/𝒎𝟐 . Esse sistema apresenta taxa de eficiência de conversão em
energia elétrica de 50% da energia solar incidente. Considere √𝝅 = 𝟏, 𝟖. 3Qual deve ser, em metro, o
raio da lente para que esse sistema satisfaça aos requisitos do projeto?

a) 0,28 b) 0,32 c) 0,40 d) 0,80 e) 1,11


Comentários

Como a conversão é de 50%, a energia aproveitada por 𝑚2 é:

50% ⋅ 1000 W/𝑚2 = 500𝑊/𝑚2

Sendo assim, a cada 𝑚2 são gerados 500 W, para gerar 2000 W será necessária uma área A:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 132


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𝐴 = 2000/500 = 4 𝑚2

Sabendo que a lente é circular, para saber o raio da lente usaremos a área de um círculo:

𝐴 = π ⋅ 𝑟 2 = 4𝑚2

𝑟 2 = 4/ π

r = √4/π = 2/√π = 2/1,8 ≅ 1,11 𝑚

Gabarito: “e”.

3. (2018/ENEM - PPL)
Com o avanço das multifunções dos dispositivos eletrônicos portáteis, como os smartphones, o
gerenciamento da duração da bateria desses equipamentos torna-se cada vez mais crítico. O manual
de um telefone celular diz que a quantidade de carga fornecida pela sua bateria é de 𝟏. 𝟓𝟎𝟎 𝒎𝑨𝒉.

A quantidade de carga fornecida por essa bateria, em coulomb, é de

a) 90 b) 1.500. c) 5.400. d) 90.000. e) 5.400.000.


Comentários

O coulomb é uma unidade que pode ser traduzida por ampère - segundo. Sabendo que o prefixo
mili é igual a 10−3, e que cada hora tem 3600 segundos, temos:

𝑄 = 1500 𝑚𝐴ℎ = 1500 ⋅ 10−3 ⋅ 3600 = 5400 𝐶

Gabarito: “c”.

4. (2018/ENEM)

Ao pesquisar um resistor feito de um novo tipo de material, um cientista observou o comportamento


mostrado no gráfico tensão versus corrente.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 133


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Após a análise do gráfico, ele concluiu que a tensão em função da corrente é dada pela equação 𝑽 =
𝟏𝟎 ⋅ 𝒊 + 𝒊𝟐 .O gráfico da resistência elétrica (R) do resistor em função da corrente (i) é.

a) b)

c) d)

e)
Comentários

Pela primeira Lei de Ohm:

𝑉 =𝑅⋅𝑖

𝑅 = 𝑉/𝑖

𝑅 = (10 ⋅ 𝑖 + 𝑖 2 )/𝑖 = 10 + 𝑖

Portanto a resistência tem é uma função de primeiro grau da corrente. Como o gráfico de uma
função de primeiro grau é uma reta, que passa no eixo R pelo coeficiente linear, que é igual a 10, com o
coeficiente angular igual a 1. Sendo assim, o gabarito só pode ser a letra “d”.

Gabarito: “d”.

5. (2018/ENEM)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 134


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Alguns peixes, como o poraquê, a enguia-elétrica da Amazônia, podem produzir uma corrente elétrica
quando se encontram em perigo. Um poraquê de 1 metro de comprimento, em perigo, produz uma
corrente em tomo de 2 ampères e uma voltagem de 600 volts.

O quadro apresenta a potência aproximada de equipamentos elétricos.

O equipamento elétrico que tem potência similar àquela produzida por esse peixe em perigo é o(a)

a) exaustor. b) computador. c) aspirador de pó.

d) churrasqueira elétrica. e) secadora de roupas.


Comentários

A potência dissipada em um resistor pode ser calculada multiplicando a tensão pela corrente.
Aplicando ao poraquê, temos:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑉 ⋅ 𝑖

𝑃𝑜𝑡 = 600 ⋅ 2 = 1200 W

Sendo assim, o poraquê em perigo tem potência similar à churrasqueira elétrica.

Gabarito: “d”.

6. (2018/ENEM - PPL)

Ao dimensionar circuitos elétricos residenciais, é recomendado adequadamente bitolas dos fios


condutores e disjuntores, de acordo com a intensidade de corrente elétrica demandada. Esse
procedimento é recomendado para evitar acidentes na rede elétrica. No quadro é especificada a
associação para três circuitos distintos de uma residência, relacionando tensão no circuito, bitolas de
fios condutores e a intensidade de corrente elétrica máxima suportada pelo disjuntor.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 135


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Com base no dimensionamento do circuito residencial, em qual(is) do(s) circuito(s) o(s) equipamento(s)
é(estão) ligado(s) adequadamente?

a) Apenas no Circuito 1. b) Apenas no Circuito 2.

c) Apenas no Circuito 3. d) Apenas nos Circuitos 1 e 2.

e) Apenas nos Circuitos 2 e 3.


Comentários

A potência dissipada em um resistor pode ser calculada multiplicando a tensão pela corrente.
Fazendo essa aplicação, para cada um dos circuitos, com equipamento a ser ligado, temos:

𝑃1 = 𝑉1 ⋅ 𝑖1

4200 = 110 ⋅ 𝑖1

𝑖1 = 4200/110 ≅ 38,2 𝐴

𝑃2 = 𝑉2 ⋅ 𝑖2

4200 = 220 ⋅ 𝑖2

𝑖2 = 4200/220 ≅ 19,1 𝐴

𝑃3 = 𝑉3 ⋅ 𝑖3

6600 = 220 ⋅ 𝑖3

𝑖3 = 6600/220 = 30 𝐴

Como somente nos Circuitos 2 e 3 a corrente não ficou acima da corrente máxima permitida pelo
disjuntor, nesses 2 circuitos o dimensionamento está correto.

Gabarito: “e”.

7. (2018/ENEM)

Muitos smartphones e tablets não precisam mais de teclas, uma vez que todos os comandos podem ser
dados ao se pressionar a própria tela. Inicialmente essa tecnologia foi proporcionada por meio das telas
resistivas, formadas basicamente por duas camadas de material condutor transparente que não se
encostam até que alguém as pressione, modificando a resistência total do circuito de acordo com o

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 136


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

ponto onde ocorre o toque. A imagem é uma simplificação do circuito formado pelas placas, em que A
e B representam pontos onde o circuito pode ser fechado por meio do toque.

Qual é a resistência equivalente no circuito provocada por um toque que fecha o circuito no ponto A?

a) 1,3 𝒌𝛀 b) 4,0 𝒌𝛀 c) 6,0 𝒌𝛀 d) 6,7 𝒌𝛀 e) 12,0 𝒌𝛀


Comentários

Observando a imagem, ao se apertar no ponto A teremos 2 resistores de 4 𝑘Ω em paralelo, estando


em série com um outro resistor em série. Sendo assim, faremos primeiro a resistência equivalente dos
dois em paralelo:

1/𝑅𝑟𝑒𝑞1 = 1/𝑅1 + 1/𝑅2

1/𝑅𝑟𝑒𝑞1 = 1/4 + 1/4 = 2/4 = 1/2

𝑅𝑟𝑒𝑞1 = 2 𝑘Ω

Agora, sabendo que essa resistência equivalente está em série com um resistor de 4 𝑘Ω:

𝑅𝑟𝑒𝑞2 = 𝑅𝑟𝑒𝑞1 + 𝑅3 = 2 + 4 = 6 𝑘Ω

Gabarito: “c”.

11.2 Já caiu nos principais vestibulares


1. (2020/UECE)

Quatro condutores constituídos por diferentes materiais, mas de mesmo comprimento, foram
submetidos a diferentes tensões elétricas enquanto mantido a temperatura constante. O gráfico
representa a diferença de potencial em função da corrente elétrica observada para cada um dos objetos
testados.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 137


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Admitindo-se que os dois únicos condutores ôhmicos testados possuem a mesma espessura, aquele de
maior condutividade elétrica é o de número

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4
Comentários

Um condutor ôhmico mantido à temperatura constante apresenta resistência elétrica constante.


Daí, os únicos condutores ôhmicos são 1 e 3.

Sabemos que a resistência elétrica 𝑅 de um condutor homogêneo de secção transversal uniforme


é diretamente proporcional ao seu comprimento 𝐿, inversamente proporcional à área 𝐴 de sua secção
transversal e depende do material e da temperatura:

𝐿
𝑅 =𝜌⋅ A segunda lei de Ohm
𝐴

[𝑅] = Ω [𝜌] = Ω ⋅ 𝑚 [𝐿] = 𝑚 [𝐴] = 𝑚2

A condutividade elétrica de um material, simbolizada por 𝜎, é a grandeza física definida como o


inverso da resistividade, ou seja:

1
𝜎= A segunda lei de Ohm
𝜌

1 Ω−1 𝑆
[𝜎] = = = [𝜌] = Ω ⋅ 𝑚
Ω⋅𝑚 𝑚 𝑚

Quanto maior a inclinação maior a resistência elétrica do condutor. Com isso, concluímos que 3
possui menor resistência elétrica que 1 e como consequência menor resistividade e maior condutividade
elétrica.

Gabarito: “c”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 138


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2. (UEL)

Considere as seguintes afirmativas a respeito de um segmento AB de um fio metálico por onde passa
uma corrente elétrica contínua e constante.

I. a corrente elétrica em AB é um fluxo de elétrons.

II. a carga elétrica total de AB é nula.

III. há uma diferença de potencial elétrico entre os extremos de AB.

Quais destas afirmativas são verdadeiras?

a) somente I b) somente II c) somente III d) somente I e II e) I, II e III


Comentários

I. CORRETA. Como visto em teoria, a corrente elétrica é o movimento ordenado dos elétrons livres
de um metal.

II. CORRETA. A quantidade de cargas no fio AB não se altera, há apenas uma movimentação das
cargas.

III. CORRETA. Se existe uma corrente elétrica contínua e constante no fio, isso ocorre porque há
uma diferença de potencial entre os terminais do condutor.

Gabarito: “e”.

3. (UFRGS)

O gráfico representa a intensidade de corrente elétrica 𝒊 em função do tempo 𝒕 em dois condutores, 𝑿


e 𝒀. Sendo 𝒒𝒙 e 𝒒𝒚 as cargas elétricas que, durante os quatro primeiros segundos, passam
respectivamente por uma seção transversal dos condutores 𝑿 e 𝒀, qual a diferença 𝒒𝒙 − 𝒒𝒚 ?

a) 1 C b) 2 C c) 3 C d) 6 C e) 8 C
Comentários

Como vimos, a área do gráfico 𝑖 × 𝑡 é numericamente igual a carga. Então:

4⋅2 1,5 ⋅ 4
𝑞𝑥 = = 4 𝐶 e 𝑞𝑦 = = 3𝐶
2 2
Portanto:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 139


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑞𝑥 − 𝑞𝑦 = 4 − 3 = 1 𝐶

Gabarito: “a”.

4. (UFSM)

Corrente elétrica, em um condutor metálico, é o movimento.

a) desordenado dos portadores de carga elétrica, independente do campo elétrico aplicado.

b) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido
espontâneo,

c) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido
independente do campo elétrico aplicado.

d) ordenado dos portadores de carga elétrica, sendo o fluxo dos portadores, num determinado sentido,
dependente do campo elétrico aplicado.
Comentários

Pela definição de corrente elétrica, sabemos que ela é um movimento ordenado dos portadores
de carga e o sentido da corrente depende do campo elétrico estabelecido no condutor metálico, o que
depende de como foi aplicada a diferença de potencial.

Gabarito: “d”.

5. (UFSM)

Uma lâmpada permanece acessa durante 5 minutos pôr efeito de uma corrente de 2 A, fornecida por
uma bateria. Nesse intervalo de tempo, a carga total (em C) liberada é:

a) 0,4 b) 2,5 c) 10 d) 150 e) 600


Comentários

Pela definição de corrente elétrica, temos:

Δ𝑄 = 𝑖 ⋅ 𝑡 = 2 ⋅ 5 ⋅ 60 = 600 𝐶

Gabarito: “e”.

6. (IME)

A intensidade da corrente elétrica em um condutor metálico varia, com o tempo, de acordo com o
gráfico a seguir.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 140


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Sendo o módulo da carga elementar 𝒆 = 𝟏, 𝟔 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪, determine:

a) a carga elétrica que atravessa uma secção do condutor em 8 s

b) o número de elétrons que atravessa uma secção do condutor durante esse mesmo tempo

c) a intensidade média da corrente entre os instantes 0 s e 8 s


Comentários

a) Como bem sabemos, a carga elétrica que atravessa a secção é dada pela área do gráfico, então:

64 ⋅ 10−3 ⋅ 2 64 ⋅ 10−3 ⋅ (8 − 4)
Δ𝑄 = + (4 − 2) ⋅ 64 ⋅ 10−3 +
2 2

Δ𝑄 = 64 ⋅ 10−3 ⋅ (1 + 2 + 2) ⇒ Δ𝑄 = 320 𝑚𝐶

Fique atento aos eixos dos gráficos. A corrente no gráfico está em 𝑚𝐴 = 10−3 𝐴.

b) Pela quantização da carga, temos:

Δ𝑄 = 𝑛 ⋅ |𝑞𝑒 − | ⇒ 320 ⋅ 10−3 = 𝑛 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 ⇒ 𝑛 = 2 ⋅ 1018 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠

c) A intensidade média da corrente entre 0 e 8 s é aquela corrente média que atravessaria a mesma
quantidade de carga. Portanto:

Δ𝑄 = 𝑖𝑚 ⋅ Δ𝑡 ⇒ 320 ⋅ 10−3 = 𝑖𝑚 ⋅ 8 ⇒ 𝑖𝑚 = 40 ⋅ 10−3 𝐴 ⇒ 𝑖𝑚 = 40 𝑚𝐴

Gabarito: a) 𝚫𝑸 = 𝟑𝟐𝟎 𝒎𝑪 b) 𝒏 = 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎𝟏𝟖 𝒆𝒍é𝒕𝒓𝒐𝒏𝒔 c) 𝒊𝒎 = 𝟒𝟎 𝒎𝑨

7. (AFA-2001)

Uma pequena esfera condutora, isolada eletricamente, é carregada com uma quantidade de carga 𝑸.
Em seguida essa esfera é aterrada através de um resistor de 𝟎, 𝟐𝟓 𝛀. A carga da esfera é descarregada
em 𝟎, 𝟓 𝒔 através da resistência, que dissipa uma potência de 𝟎, 𝟓 𝑾. A carga
𝑸, em coulombs, vale

a) 2 b) 4 c) √𝟐 d) √𝟐/𝟐
Comentários

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 141


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

A potência elétrica é dada por:

𝑃 =𝑈⋅𝑖

E a primeira lei de Ohm em um resistor diz que:

𝑈 =𝑅⋅𝑖

Combinando as duas equações, temos:

𝑃 = 𝑅 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝑖 = 𝑅 ⋅ 𝑖2

Dessa forma, podemos determinar a corrente que passa pelo resistor:

0,5 = 0,25 ⋅ 𝑖 2 ⇒ 𝑖 = √2 𝐴

A corrente elétrica que passa pela resistência é justamente a movimentação das cargas da esfera
que foi aterrada. Então:

𝑄 √2
𝑖= ⇒ 𝑄 = 𝑖 ⋅ Δ𝑡 ⇒ 𝑄 = √2 ⋅ 0,5 ⇒ 𝑄 = 𝐶
Δ𝑡 2

Gabarito: “d”.

8. (UNIFEI 2007)

Aplica-se uma diferença de potencial aos terminais de um resistor que obedece à Lei de Ohm. Sendo U
a diferença de potencial, R a resistência do resistor e I a corrente elétrica, qual dos gráficos abaixo não
representa o comportamento deste resistor?

a) b) c) d)

Comentários

Pela definição de um resistor ôhmico, sabemos que ela é constante a uma determinada
temperatura fixada. Portanto, a letra a) está de acordo com a teoria. Além disso, a letra b e a letra c
também estão, pois nelas a resistência permanece constante, mesmo variando a corrente e a tensão. A
única alternativa que apresenta erro no gráfico é a alternativa d, pois a resistência varia com a tensão.
Portanto, a única alternativa que não está correta é a letra d.

Gabarito: “d”.

9. (UNIFEI 2007)

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 142


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

O gráfico abaixo mostra como a corrente elétrica, no interior de um condutor metálico, varia com o
tempo. Determine a carga elétrica que atravessa uma secção do condutor em 6 (seis) segundos?

Comentários

A carga que atravessa a secção do condutor em 6s é dada pela área do gráfico que é um trapézio.
Logo:

4+6
Δ𝑄 = ( ) ⋅ 36 ⋅ 10−3 ⇒ Δ𝑄 = 180 𝑚𝐶
2
Gabarito: 𝟏𝟖𝟎 𝒎𝑪.

10. (UEL)

Na figura a seguir está esquematizado um trecho de um circuito elétrico, onde 𝒊𝟏 , 𝒊𝟐 , 𝒊𝟑 e 𝒊𝟒 são as


intensidades das correntes elétricas não nulas que passam pelos fios que se cruzam no ponto 𝑷.

Qual a relação entre as intensidades dessas correntes?

a) 𝒊𝟑 + 𝒊𝟒 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 b) 𝒊𝟑 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 + 𝒊𝟒 c) 𝒊𝟏 + 𝒊𝟒 = 𝒊𝟑 + 𝒊𝟐

d) 𝒊𝟏 = 𝒊𝟑 + 𝒊𝟒 + 𝒊𝟐 e) 𝒊𝟏 + 𝒊𝟑 = 𝒊𝟐 + 𝒊𝟒
Comentários

Pelo princípio da continuidade da carga, sabemos que tudo que entra no nó é igual a tudo que sai
do nó. Então:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 143


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑖3 + 𝑖4 = 𝑖1 + 𝑖2

Gabarito: “a”.

11. (UNIFESP-2007)

Uma das especificações mais importantes de uma bateria de automóvel é o ampere-horo (𝑨𝒉), uma
unidade prática que permite ao consumidor fazer uma avaliação prévia da durabilidade da bateria. Em
condições ideais, uma bateria de 𝟓𝟎 𝑨𝒉 funciona durante 𝟏 𝒉 quando percorrida por uma corrente
elétrica de intensidade 𝟓𝟎 𝑨, ou durante 𝟐𝟓 𝒉, se a intensidade da corrente for 𝟐 𝑨. Na prática, o
ampere-hora nominal de uma bateria só é válido para correntes de baixa intensidade - para correntes
de alta intensidade, o valor efetivo do ampere-hora chega a ser um quarto do valor nominal. Tendo em
vista essas considerações, pode-se afirmar que o
ampere-hora mede a

a) potência útil fornecida pela bateria.

b) potência total consumida pela bateria.

c) força eletromotriz da bateria.

d) energia potencial elétrica fornecida pela bateria.

e) quantidade de carga elétrica fornecida pela bateria.


Comentários

Pela definição de corrente, sabemos que ampere-hora é uma medida da quantidade de carga, já
que:

Δ𝑞 = 𝑖 ⋅ Δ𝑡

Portanto, você nem precisa ler o texto, apenas ir para pergunta e alternativas.

Gabarito: “e”.

12. (UNIFESP-2007)

Uma das grandezas que representa o fluxo de elétrons que atravessa um condutor é a intensidade da
corrente elétrica, representada pela letra 𝒊. Trata-se de uma grandeza

a) vetorial. porque a ela sempre se associa um módulo, uma direção e um sentido.

b) escalar, porque é definida pela razão entre grandezas escalares: carga elétrica e tempo.

c) vetorial. porque a corrente elétrica se origina da ação do vetor campo elétrico que atua no interior
do condutor.

d) escalar, porque o eletromagnetismo só pode ser descrito por grandezas escalares.

e) vetorial, porque as intensidades das correntes que convergem em um nó sempre se somam


vetorialmente.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 144


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

Sabemos que corrente é uma grandeza escalar, definida pela razão entre carga elétrica e tempo.

Gabarito: “b”.

13. (1995/CESGRANRIO)

A intensidade da corrente elétrica que percorre um componente eletrônico, submetido a uma ddp
constante, varia, em função do tempo, de acordo com o gráfico a seguir:

Sobre a resistência elétrica desse componente, é correto afirmar que, com o passar do tempo, ela:

a) decresce uniformemente. b) aumenta uniformemente. c) tende para zero.

d) tende para um valor constante. e) tende para infinito


Comentários
𝑈
Pela definição de resistência elétrica (𝑅 = 𝑖 ), sabemos que a resistência é inversamente
proporcional a corrente. Então, se a taxa de crescimento da corrente está diminuindo, pois ela está
convergindo para um valor, quer dizer que a resistência está aumentando e tendendo para um valor
constante.

Gabarito: “d”.

14. (1995/UFMG)

O gráfico a seguir mostra como varia a tensão elétrica em um resistor mantido a uma temperatura
constante em função da corrente elétrica que passa por esse resistor.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 145


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Com base nas informações contidas no gráfico, é correto afirmar que:

a) a corrente elétrica no resistor é diretamente proporcional à tensão elétrica.

b) a resistência elétrica do resistor aumenta quando a corrente elétrica aumenta.

c) a resistência do resistor tem o mesmo valor qualquer que seja a tensão elétrica.

d) dobrando-se a corrente elétrica através do resistor, a potência elétrica consumida quadruplica.

e) o resistor é feito de um material que obedece a Lei de Ohm.


Comentários

Note que a curva característica mostra que o resistor não é ôhmico, já que a resistência não é
constante, dado que a temperatura é constante. Assim as alternativas A, C e E estão erradas. Da definição
𝑈
de resistência (𝑅 = 𝑖 ) e pela curva mostrada na questão, quando a corrente aumenta, a tensão aumenta
mais ainda.
𝑈
Dessa forma, o quociente 𝑖 continua crescendo com o aumento da corrente. Portanto, a alternativa B
está correta. Na alternativa D, ele relaciona a potência elétrica no resistor como se ele fosse ôhmico, o
que não é verdade. Portanto, esta alternativa está errada.

Gabarito: “b”.

15. (2008/UFSCar)
Semelhante ao desembaçador de vidros de um carro, existe no mercado um desembaçador especial
para espelhos de banheiro, frequentemente embaçados pela condensação do vapor de água que
preenche o ambiente após um banho. A ideia do dispositivo é secar uma área do espelho para que esse
possa ser utilizado mesmo após ter sido usado o chuveiro.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 146


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Suponha que a resistência elétrica não sofra alteração significativa de seu valor com a mudança de
temperatura.

a) Atrás do espelho, colado sobre o vidro, encontra-se o circuito esquematizado, originalmente


construído para ser utilizado sob uma diferença de potencial de 𝟏𝟏𝟎 𝑽. Determine o que ocorrerá com
a corrente elétrica se o desembaçador for ligado a uma diferença de potencial de 𝟐𝟐𝟎 𝑽.

b) Determine o novo valor da potência dissipada, supondo que dois dos fios resistivos tenham sido
rompidos durante a montagem do espelho e que o desembaçador não danificado dissipe 𝟒𝟎 𝑾 quando
ligado em 𝟏𝟏𝟎 𝑽.
Comentários

a) Sabemos que a potência elétrica em um bipolo elétrico é dada por: 𝑃𝑜𝑡 = 𝑈 ⋅ 𝑖. Portanto, se a
ddp dobra, então a corrente também dobrará.

b) Cada fio resistivo dissipa a mesma potência. Se em condições normais o desembaçador dissipa
40 W e temos 10 fios resistivos. Portanto, cada fio resistivo dissipa 4 W. Como 2 fios foram perdidos, a
potência dissipada pelo desembaçador será de 40 − 2 ⋅ 4 = 32 𝑊. Note que isso é possível pois todos os
fios resistivos estão submetidos a mesma diferença de potencial.

Gabarito: a) a corrente também dobrará b) 32 W.

16. (1997/ITA)

A casa de um certo professor de Física do ITA, em São José dos Campos, tem dois chuveiros elétricos
que consomem 𝟒, 𝟓 𝒌𝑾 cada um. Ele quer trocar o disjuntor geral da caixa de força por um que permita
o funcionamento dos dois chuveiros simultaneamente com um aquecedor elétrico (𝟏, 𝟐 𝒌𝑾), um ferro
elétrico (𝟏, 𝟏 𝒌𝑾) e 7 lâmpadas comuns (incandescentes) de 𝟏𝟎𝟎 𝑾.

Disjuntores são classificados pela corrente máxima que permitem passar. Considerando que a tensão
da cidade seja de 𝟐𝟐𝟎 𝑽, o disjuntor de menor corrente máxima que permitirá o consumo desejado é
então de:

a) 30 A b) 40 A c) 50 A d) 60 A e) 80 A
Comentários

A potência total para o funcionamento simultâneo dos aparelhos é dada por:

𝑃𝑜𝑡 = 2 ⋅ 𝑃𝑐ℎ𝑢𝑣 + 𝑃𝑎𝑞 + 𝑃𝑓𝑒 + 7 ⋅ 𝑃𝑙â𝑚𝑝

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 147


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑃𝑜𝑡 = 2 ⋅ 4,5 + 1,2 + 1,1 + 7 ⋅ 0,1 = 12 𝑘𝑊 = 12.000 𝑊

A partir da potência total, podemos determinar a corrente que passará pelo nosso disjuntor:

𝑃𝑜𝑡 = 𝑈 ⋅ 𝑖

12.000 = 220 ⋅ 𝑖

𝑖 = 54,5 𝐴

O disjuntor para a corrente máxima é de 60 A.

Gabarito: “d”.

17. (PUC – SP)

No interior de um condutor homogêneo, a intensidade de corrente elétrica varia com o tempo, como
mostra o diagrama abaixo.

Pode-se afirmar que o valor médio da intensidade de corrente, entre os instantes 𝟏 𝒎𝒊𝒏 e 𝟐 𝒎𝒊𝒏, é de:
𝟏 𝟏𝟎𝟑
a) 𝟔 𝑨 b) 𝑨 c) 𝟓𝟎𝟎 𝑨 d) 𝟎, 𝟓 𝑨 e) 𝟎, 𝟎𝟓 𝑨
𝟔

Comentários

O valor médio da intensidade de corrente entre os instantes 1 min e 2 min é aquela que produz a
mesma variação de carga. Ou seja:

Δ𝑄 = 𝑖𝑚 ⋅ Δ𝑡

Em que Δ𝑄 é calculado pela área do gráfico. Então:

(2 − 1) ⋅ 60
( ⋅ 103 ⋅ 10−3 )
3
Δ𝑄 = 3 ⋅ = 30 𝐶
2
Portanto:

30 = 𝑖𝑚 ⋅ 1 ⋅ 60 ⇒ 𝑖𝑚 = 0,5 𝐴

Gabarito: “d”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 148


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

18. (1991/ITA)

Determine a intensidade de corrente que atravessa o resistor R 2 da figura, quando a tensão entre os
pontos A e B for igual a V e as resistências R1, R2 e R3 forem iguais a R.

a) 𝑽/𝑹. b) 𝑽/𝟑𝑹. c) 𝟑𝑽/𝑹. d) 𝟐𝑽/𝟑𝑹. e) nenhuma das anteriores.


Comentários

Perceba que entre os resistores 𝑅1 e 𝑅2 o potencial é 𝑉𝐵 , pois há um fio ligando esse ponto até o
ponto B. A mesma situação ocorre com A, isto é, entre os resistores 𝑅2 e 𝑅3 o potencial é 𝑉𝐴 . Portanto,
𝑅1 , 𝑅2 e 𝑅3 estão submetidos a mesma diferença de potencial 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 . Portanto, a corrente que passa
por 𝑅2 é dada pela primeira lei de Ohm:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = 𝑉 = 𝑅2 ⋅ 𝑖

𝑉 𝑉
𝑖= ⇒ 𝑖=
𝑅2 𝑅

Gabarito: “a”.

19. (1992/ITA)

A ponte de resistores da figura abaixo apresenta na temperatura ambiente, uma tensão 𝑽𝒂 − 𝑽𝒃 =


𝟐, 𝟓 𝑽 entre seus terminais 𝒂 e 𝒃. Considerando que a resistência 𝑹 está imersa cm um meio que se
aquece a uma taxa de 10 graus centígrados por minuto, determine o tempo que leva para que a tensão
entre os terminais 𝒂 e 𝒃 da ponte se anule. Considere para a variação da resistência com a temperatura
um coeficiente de resistividade de 𝟒, 𝟏 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑 𝑲−𝟏 .

a) 8 minutos e 10 segundos. b) 12 minutos e 12 segundos. c) 10 minutos e 18 segundos.

d) 15,5 minutos. e) n.d.a.


Comentários

Analisando o comportamento da corrente no circuito, temos:

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 149


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Inicialmente, temos que:

𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = 2,5 𝑉

Para encontrar o tempo para que a tensão se anule entre os terminais 𝑎 e 𝑏, devemos calcular o
valor da resistência 𝑅 no instante inicial, para usar a lei de variação da resistência com a temperatura e,
com isso, determinar a variação da temperatura sofrida pelo resistor 𝑅 e, finalmente, determinar o
intervalo de tempo através da taxa de variação de temperatura por minuto.

Assim, calcularemos o valor de cada corrente:

𝑉𝑥 − 𝑉𝑦 30
𝑖= = = 10 𝑚𝐴
𝑅2 + 𝑅4 1 ⋅ 10 + 2 ⋅ 103
3

Podemos definir 𝑉𝑦 = 0, então:

𝑉𝑏 − 𝑉𝑦 = 𝑅3 ⋅ 𝑖 = 2 ⋅ 103 ⋅ 10 ⋅ 10−3 ⇒ 𝑉𝑏 = 20 𝑉

Assim, 𝑉𝑎 é igual a:

𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = 2,5 ⇒ 𝑉𝑎 = 22,5 𝑉

Então, podemos determinar a corrente 𝑖 ′ utilizando a queda de tensão no resistor 𝑅3 :

𝑉𝑎 − 𝑉𝑦 = 𝑅3 ⋅ 𝑖 ′

22,5 − 0 = 3 ⋅ 103 ⋅ 𝑖 ′ ⇒ 𝑖 ′ = 7,5 𝑚𝐴

Dessa forma, como definimos que 𝑉𝑦 = 0, então 𝑉𝑥 = 30 𝑉. Logo, a queda de tensão no resistor
𝑅 é dada por:

𝑉𝑥 − 𝑉𝑎 = 𝑅 ⋅ 𝑖 ′

30 − 22,5 = 𝑅 ⋅ 7,5 ⋅ 10−3 ⇒ 𝑅 = 1 𝑘Ω

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 150


ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Quando chegarmos a 𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = 0, a ponte estará equilibrada, então valerá a relação:

𝑅 ⋅ 𝑅4 = 𝑅2 ⋅ 𝑅3

𝑅 ⋅ 2 𝑘 = 1 𝑘 ⋅ 3 𝑘 ⇒ 𝑅 = 1,5 𝑘Ω

Sabemos que a variação da resistência com a temperatura é da seguinte forma:

𝑅 = 𝑅0 (1 + 𝛼 ⋅ Δ𝜃)

Δ𝑅 = 𝑅0 ⋅ 𝛼 ⋅ Δ𝜃

0,5 ⋅ 103 = 1 ⋅ 103 ⋅ 4,1 ⋅ 10−3 Δ𝜃

500
Δ𝜃 = ≈ 122 𝐾 = 122 °𝐶
41
Se a cada minuto a temperatura há uma variação de 10 °, então para uma variação de 122 ° são
necessários 12 min e 12 segundos.

Gabarito: “b”.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 151


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12 - Considerações finais
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”

Parabéns por mais uma aula concluída. Ela significa menos um degrau até a sua aprovação. É
importante frisar que um dos principais diferencias do Estratégia é o famoso fórum de dúvidas.

O fórum é um ambiente no qual, prevalecendo o respeito, ocorre a troca de informações e o


esclarecimento das dúvidas dos alunos. Para acessar o fórum de dúvidas faça login na área do aluno, no
site do Estratégia Vestibulares. Pelo link https://www.estrategiavestibulares.com.br/ e busque pela opção
“Fórum de Dúvidas”.

13 - Referências Bibliográficas
[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica, volume 5. 2. Ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p.

[2] Newton, Gualter, Helou. Tópicos de Física, volume 3. 11ª ed. Saraiva, 1993. 303p.

[3] Toledo, Nicolau, Ramalho. Os Fundamentos da Física, volume 3. 9ª ed. Moderna. 490p.

[4] Resnick, Halliday, Jearl Walker. Fundamentos de Física, volume 3. 10ª ed. LTC. 365p.

14 - Versão de Aula

Versão Data Modificações

1.0 18/04/2022 Primeira versão do texto.

AULA 15 – ELETRODINÂMICA. 152

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