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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF.

LUCAS COSTA

ENEM
Exasiu EXTENSIVO

Exasiu
Aula 14 - Eletrostática.
Carga elétrica: quantização e conservação. Campo e potencial elétrico. Interação
entre cargas: força e energia potencial elétrica. Eletrização; indução
eletrostática.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 1
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Sumário
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 4

2 - ELETRIZAÇÃO 4
2.1 - Corpo eletrizado 5
2.2 - Princípio da quantização da carga elétrica 6
2.3 - Princípios da eletrostática 6
2.3.1 - Princípio da atração e repulsão 6
2.3.2 - Princípio da conservação das cargas elétricas 7
2.4 - Isolantes e condutores 7
2.5 - Métodos de eletrização 8
2.5.1 – Eletrização por atrito 8
2.5.2 - Contato 9
2.5.3 - Indução 10
2.6 - Eletroscópios 13
2.6.1. Pêndulo eletrostático 13
2.6.2. Eletroscópio de folhas 15

3 - LEI DE COULOMB 17
3.1 - Princípio da superposição 18

4 - O CAMPO ELÉTRICO 23
4.1 - Direção e sentido do campo elétrico 23
4.2 - Linhas de força 25
4.3 - Campo elétrico de uma carga puntiforme 27
4.3.1 - Campo elétrico de uma carga puntiforme 𝑸 positiva 27
4.3.2 - Campo elétrico de uma carga puntiforme 𝑸 negativa 28
4.3.3 - Módulo do campo elétrico gerado por uma carga puntiforme 29
4.4 - Campo elétrico criado por 𝒏 cargas puntiformes 30
4.5 - Informações das linhas de força 35
4.6 - Campo elétrico do condutor isolado em equilíbrio eletrostático 36
4.7 - Blindagem eletrostática 38
4.8 - O poder das pontas 39
4.9 - Campo elétrico uniforme 40

5 - POTENCIAL ELÉTRICO 45
5.1 - O Trabalho no campo elétrico uniforme 45
5.2 - O Potencial elétrico 46
5.3 - O Potencial elétrico de carga elétrica puntiforme 47
5.4 - Potencial elétrico gerado por várias cargas puntiformes 51
5.5 - As propriedades do potencial elétrico 55
5.6 - Superfícies equipotenciais 57
5.7 - Potencial de um condutor esférico 62
5.8 - O potencial da Terra 64

6 - RESUMO DA AULA EM MAPAS MENTAIS 68

7 - LISTA DE QUESTÕES 69
7.1 Já caiu no ENEM 69
7.2 Já caiu nos principais vestibulares 71

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8 - GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 77


8.1 Já caiu no ENEM 77
8.2 Já caiu nos principais vestibulares 77

9 - QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 78


9.1 Já caiu no ENEM 78
9.2 Já caiu nos principais vestibulares 83

10 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 94

11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94

12 - VERSÃO DE AULA 94

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1 - Considerações iniciais
Nesta aula de número 15, serão abordados os seguintes tópicos do seu edital:

• Carga elétrica: quantização e conservação.

• Campo e potencial elétrico.

• Interação entre cargas: força e energia potencial elétrica.

• Eletrização e indução eletrostática.

Esses assuntos se enquadram no subtópico denominado Eletricidade.

Nesta aula serão abordadas as principais consequências das cargas elétricas estáticas. São
abordados os processos de eletrização, o conceito e aplicações de cargas elétricas, campo e potencial
elétrico e a interação entre as cargas elétricas, gerando força e energia potencial elétrica.

As aulas 14 e 15 se complementam, pois trazem um estudo dividido entre os principais conceitos


relacionados à eletricidade, sendo divididos em eletrostática na primeira e eletrodinâmica na segunda.

2 - Eletrização
A carga elétrica é uma propriedade física fundamental que determina interações
eletromagnéticas. Essa propriedade está associada a partículas elementares como: elétrons, prótons,
mésons, antiprótons, pósitrons etc. Todas essas possuem, em módulo, a mesma carga chamada de carga
elétrica elementar 𝑒.

Em 1910, estudando o comportamento de gotas de óleo em um campo elétrico, Robert Andrews


Millikan determinou a carga do elétron (−𝑒) e sua massa (𝑚𝑒 ):

−𝑒 = −1,6 × 10−19 𝐶 A carga de um elétron

E sua massa (𝑚𝑒 ):

𝑚𝑒 = 9,1 × 10−31 𝑘𝑔 A massa de um elétron

As cargas e massas de outras partículas elementares são:

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Carga elétrica Símbolo Massas

Próton +𝟏, 𝟔 × 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪 +𝒆 𝒑+ 𝒎𝒑 = 𝟏, 𝟔𝟕𝟐 × 𝟏𝟎−𝟐𝟕 𝒌𝒈

𝒎𝒑
Elétron −𝟏, 𝟔 × 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪 −𝒆 𝒆− 𝒎𝒆 ≈ = 𝟗, 𝟏𝟎𝟗 × 𝟏𝟎𝟑𝟏 𝒌𝒈
𝟏𝟖𝟑𝟔
Antipróton −𝟏, 𝟔 × 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪 −𝒆 𝒑− 𝒎𝒑
Pósitron +𝟏, 𝟔 × 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪 +𝒆 𝒆+ 𝒎𝒆
Nêutron 0 𝒎𝒏 = 𝟏, 𝟔𝟕𝟒 × 𝟏𝟎−𝟐𝟕 𝒌𝒈

Note que a massa do próton (𝑚𝑝 ) é cerca de 1836 vezes a massa do elétron (𝑚𝑒 ). Como
consequência, é esperado que os elétrons tenham mobilidade, ao passo que os prótons dificilmente são
capazes de se locomover.

2.1 - Corpo eletrizado


Podemos dizer que existem três formas de classificar um corpo eletrizado:

Corpo eletricamente neutro (𝑸 = 𝟎): possui o mesmo número de prótons e de elétrons. Um


corpo, seja ele condutor ou isolante, geralmente apresenta número de elétrons igual ao número de
prótons.

Figura 14.1: Corpo eletricamente neutro (𝒏𝒑 = 𝒏𝒆 ).

Corpo positivamente carregado (𝑸 > 𝟎): é aquele que possui mais prótons do que elétrons.
Podemos pensar de outra forma: o corpo positivamente carregado apresenta falta de elétrons.

Figura 14.2: Corpo positivamente carregado (𝒏𝒑 > 𝒏𝒆 ).

Corpo negativamente carregado (𝑸 < 𝟎): é aquele que possui mais elétrons do que prótons. De
outra forma, o corpo negativamente carregado apresenta excesso de elétrons.

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Figura 14.3: Corpo negativamente carregado (𝒏𝒑 < 𝒏𝒆 ).

2.2 - Princípio da quantização da carga elétrica


No século XVIII, a carga elétrica era considerada como um fluido contínuo. No início do século XX,
Robert Andrews Millikan (1868 – 1953) descobriu que o fluido elétrico não era contínuo, mas que a carga
elétrica era sempre um múltiplo inteiro da carga elementar:

A carga elétrica deve sempre ser um


𝑄 = ±𝑛 ∙ 𝑒
múltiplo da carga fundamental

Usamos o sinal (+) quando o corpo apresenta falta de elétrons e o sinal (-) quando o corpo
apresenta excesso de elétrons. Note que a carga elétrica não pode assumir qualquer valor, apenas valores
múltiplos de 𝑒, os chamados pacotes discretos. Em termos modernos, dizemos que ela é quantizada.

2.3 - Princípios da eletrostática


Denomina-se sistema isolado em eletrostática todo sistema que não troca cargas elétricas com o
meio exterior, ou seja, não cede nem recebe cargas elétricas com o meio exterior, ou ainda, a soma das
cargas dentro desse sistema será sempre constante, não havendo perdas.

2.3.1 - Princípio da atração e repulsão


Verifica-se experimentalmente que:

Cargas elétricas de mesmo sinal se repelem e de sinais contrários se atraem.

Figura 14.4: Representação do Princípio da Atração e Repulsão em cargas elétricas.

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2.3.2 - Princípio da conservação das cargas elétricas


Em um sistema eletrostaticamente fechado, a soma algébrica das cargas
elétricas é sempre constante.

Figura 14.5: Aplicação da conservação de cargas para sistema isolados eletricamente.

Note que em um sistema isolado, temos sempre que o somatório das cargas antes é igual ao
somatório das cargas depois de um certo evento.

2.4 - Isolantes e condutores


Dizemos que isolantes são materiais que não apresentam portadores de cargas elétricas livres.
Exemplos: borrachas, vidros, água deionizada, 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑠) , etc. Por outro lado, condutores são materiais que
apresentam portadores de cargas elétricas livres.

Podemos classificar os condutores em três categorias:

• 1ª espécie: apresentam elétrons livres. Exemplo: metais. Os metais possuem elétrons “livres” na
sua estrutura, ligados ao núcleo do átomo de forma muito fraca. Dessa maneira, os metais têm
tendência a doar elétrons.

• 2ª espécie: apresentam íons livres. Exemplo: 𝑁𝑎𝐶𝑙(𝑎𝑞.) . Também conhecidos como condutores
eletrolíticos são encontrados nas soluções de ácidos, bases ou sais contidos em água. Cátions e
ânions são portadores de carga elétrica que percorrem sentidos opostos.

• 3ª espécie: elétrons e íons livres. Exemplo: plasma. Possibilitam a condutividade pelo movimento
de cátions e ânions, ao contrário dos condutores eletrolíticos tais moléculas não são energizadas
sozinhas. Elas precisam se chocar para os elétrons e moléculas trocarem cargas e se tornarem
energizadas. Como exemplo temos os raios e relâmpagos.

Dizemos que um condutor carregado está em equilíbrio eletrostático quando não há movimento
ordenado de cargas elétricas. Nos condutores eletrizados em equilíbrio eletrostático, as cargas elétricas
em excesso se distribuem pela superfície. Esse fato justifica pelo Princípio da Repulsão entre Cargas
Elétricas de mesmo sinal. Basicamente, ele garante que as cargas tendem a ficar o mais afastadas umas
das outras possível.

De outra forma, as cargas se distribuem em sua superfície, concentrando nas pontas. Tal fenômeno
é conhecido como efeito das pontas. Por outro lado, se um corpo não for condutor, ele poderá apresentar
cargas elétricas em excesso localizadas em certas regiões, dependendo da forma como for eletrizada.

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Figura 14.6: Bastão de material isolante eletrizado.

2.5 - Métodos de eletrização


Para alterar o estado de eletrização de um corpo, podemos usar processos como o atrito, o contato
e a indução. Em sequência cada um desses métodos será detalhado.

2.5.1 – Eletrização por atrito


Utiliza-se este processo, preferencialmente, em isolantes. Basicamente, quando se atrita dois
corpos constituídos de materiais distintos, um cede elétrons para o outro, tornando os dois eletrizados.
O corpo que recebeu elétrons fica eletrizado negativamente, visto que apresenta um excesso de elétrons,
e quem cedeu elétrons fica eletrizado positivamente, já que tem deficiência de elétrons.

Figura 14.7: Processo de eletrização por atrito entre um bastão de vidro e um tecido de lã.

Na eletrização por atrito de isolantes, a carga fica confinada no local de atrito. O sinal da carga
elétrica adquirida por um material depende de sua posição na série triboelétrica.

Regra Substância
Vidro
Mica

Pele de gato
Seda
Algodão
Ebonite
Cobre
Enxofre
Celuloide

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Por exemplo, se eletrizarmos por atrito um bastão de vidro e um pano de seda, o vidro eletriza-se
positivamente e a seda eletriza-se negativamente. Se eletrizarmos algodão e celuloide, o algodão eletriza-
se positivamente e a celuloide eletriza-se negativamente.

Note que pelo Princípio da Conservação das Cargas, quando um corpo é eletrizado negativamente
com carga elétrica −𝑄, o outro deverá adquirir carga elétrica +𝑄.

2.5.2 - Contato
Este método funciona muito bem entre materiais condutores, no qual as cargas elétricas se
distribuem na superfície.

Figura 14.8: Eletrização por contato utilizando um fio.

Note que o Princípio da Conservação das Cargas foi respeitado. Se um dos corpos ou ambos forem
constituídos de materiais não condutores, a troca de cargas se limitaria à região em torno do ponto de
contato.

Quando colocamos 2 condutores em contato, eles podem ser considerados como um único
condutor. Após a eletrização por contato, no equilíbrio eletrostático, todos os condutores têm cargas de
mesmo sinal. O nosso planeta pode ser visto como um condutor neutro e de raio infinito.

Figura 14.9: Corpo eletrizado ao entrar em contato com a Terra.

Por esse motivo, todo condutor não induzido, ao ser aterrado (colocado em contato com a Terra),
torna-se neutro. O símbolo do aterramento é:

Figura 14.10: Símbolo para aterramento.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Duas esferas condutoras, A e B, de mesmo raio 𝑅 são mantidas afastadas e estão inicialmente
carregadas com cargas 𝑄𝐴 = −3𝑞 e 𝑄𝐵 = +4𝑞, respectivamente. Uma terceira esfera condutora C,
de mesmo raio 𝑅 porém descarregada, é trazida desde longe e é levada a tocar primeiramente a

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esfera A, depois a esfera B e em seguida é levada novamente para longe. A carga final da esfera C
em função de 𝑞 é de
a) 5𝑞/4 b) 3𝑞/4 c) −5𝑞/4 d) −3𝑞/4 e) 0
Comentários

Devemos calcular a carga da esfera C quando ela entra em contato com a esfera A. Como as três
esferas possuem o mesmo raio 𝑅, temos:

𝑄𝐴 + 𝑄𝐶 −3𝑞 + 0 3𝑞
𝑄𝐶′ = = =−
2 2 2
𝑞
Por fim, a esfera C carregada com carga − 2, colocada em contato com B:

3𝑞 3𝑞 8𝑞
𝑄𝐶′ + 𝑄𝐵 − 2 + 4𝑞 − 2 + 2
(𝑄𝐶 )𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = = =
2 2 2
5𝑞
5𝑞
(𝑄𝐶 )𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 2 =
2 4
Gabarito: “a”.

2.5.3 - Indução
Este processo ocorre preferencialmente em condutores. Trata-se da “separação” de cargas
elétricas de um condutor sem que haja contato com o outro corpo eletrizado.

Vamos tomar dois corpos A e B, no qual A é eletrizado e pode ser constituído de material isolante
ou condutor; o corpo B está neutro e tem que ser constituído de material condutor. Chamamos A, que
está eletrizado, de indutor e B de induzido:

Figura 14.11: Representação da eletrização por indução.

Ao aproximar os dois corpos, os elétrons de B serão atraídos para a região mais próxima de A,
criando uma carência de elétrons na região mais afastada de B, como mostra a figura acima. Assim,
dizemos que o corpo B está induzido pelo indutor A.

Além disso, observamos que a força de atração entre as faces próximas é maior em módulo que a
força de repulsão entre o corpo A e a parte mais afastada de B, isto é, |𝐹⃗ | > |𝐹⃗1 |.

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Note que o corpo B não recebeu ou perdeu elétrons. Ele está eletricamente neutro (a soma de
suas cargas é zero). Então, se afastarmos o indutor, os elétrons do induzido se rearranjam para o estado
inicial. Dizemos que houve apenas separação de cargas no induzido.

Como um contraponto, para fazermos a eletrização de um induzido, devemos realizar os quatro


seguintes passos:

• Passo 1) Aproximamos do induzido um corpo carregado (indutor), forçando uma separação de


cargas no induzido:

Figura 14.12: Separação das cargas no induzido.

• Passo 2) Na presença do indutor, aterra-se o induzido.

Figura 14.13: Aterramento do induzido para atrair elétrons da terra.

O aterramento pode ser feito em qualquer ponto do induzido.

• Passo 3) Ainda na presença do indutor, desliga-se o contato do induzido com a terra.

Figura 14.14: Retira-se a ligação do induzido à terra.

Na eletrização por indução, quando se atinge o equilíbrio eletrostático, o indutor e o induzido têm
sinais opostos.

• Passo 4: Afasta-se o indutor e teremos o induzido eletrizado.

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Figura 14.15: Induzido devidamente eletrizado.

Note que, independentemente de qual seja a carga indutora, concentram-se cargas de sinais
opostos no induzido na região próxima ao indutor. Veja também que é necessário utilizar o fio terra no
induzido para obter cargas elétricas de sinal oposto ao das do indutor.

Além disso, quando se desliga o fio terra, o indutor ainda deve estar presente. Do contrário, apenas
estaríamos movimentando cargas no induzido, como visto anteriormente.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Uma esfera metálica A está apresenta ligeiro excesso de cargas negativas. Uma outra esfera
metálica B, de mesmo raio, está ligada ao chão por um fio condutor. Assinale a afirmativa que não
está em conformidade com os processos de indução elétrica.
a) Caso não haja contato, porém ocorra uma aproximação das esferas seguido de um afastamento,
as cargas das esferas não se modificarão.
b) Caso não haja contato, porém ocorra uma aproximação das esferas seguido de um corte no fio
que aterra a esfera B, a carga da esfera B se tornará positiva.
c) Caso haja contato na aproximação das esferas, ambas as esferas ficarão com carga neutra.
d) Caso não haja contato, porém ocorra a aproximação, quão mais próximas as esferas se
aproximarem maior será a força de atração.
e) Caso haja contato na aproximação das esferas, ambas as esferas ficarão com carga negativa.
Comentários

a) Correta. Como não houve contato, não haverá transferência de carga. Portanto, a esfera A
continuará carregada negativamente, e a esfera B continuará neutra.

b) Correta. Quando há aproximação, os elétrons da esfera B se movimentarão para o chão,


tornando a esfera positiva. Com o corte do fio, impossibilita os elétrons retornarem para a esfera B,
fazendo com que ela se mantenha positiva.

c) Correta. Como a esfera B está aterrada, ao haver o contato, todos os elétrons a mais da esfera
A que a tornam negativa irão se transferir para a Terra. Portanto, as duas esferas ficarão neutras.

d) Correta. Com a aproximação das esferas, os elétrons presentes no corpo B serão transferidos
para a Terra, ficando com carga positiva. Como as cargas das esferas são opostas, elas irão se atrair com
o módulo da força podendo ser calculado pela Lei de Coulomb. Sabendo que a força é o inverso do
quadrado da distância, pode-se concluir que quão mais próximas as esferas estarem maior será a força
de atração.

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e) Incorreta. Caso a esfera B não estivesse aterrada, essa alternativa estaria correta. Mas como a
esfera B está aterrada, os elétrons serão transferidos para a Terra, fazendo com que ambas as esferas
fiquem com carga neutra.

Gabarito: “e”.

2.6 - Eletroscópios
O eletroscópio é um instrumento utilizado para se verificar o estado de eletrização de um corpo
de prova. A base de seu funcionamento é a indução eletrostática. Existem dois tipos comuns de
eletroscópios: de folhas e o pêndulo elétrico.

2.6.1. Pêndulo eletrostático


O pêndulo é constituído de uma esfera condutora extremamente leve (geralmente uma casca de
alumínio) e por um fio isolante, também extremamente leve (geralmente fio de náilon).

Figura 14.16: Construção de um pêndulo eletrostático.

Seu funcionamento é bem simples: quando se aproxima um corpo eletrizado, a esfera do pêndulo
é atraída eletrostaticamente. Isso acontece devido a indução eletrostática. Suponha que um corpo de
prova positivamente carregado seja aproximado ao condutor. Por indução, os elétrons da esfera são
atraídos para a região mais próxima do corpo de prova, tornando a região mais distante positiva. Assim,
na esfera aparecem duas forças: uma força de atração na região mais próxima da esfera com o corpo de
prova e outra força de repulsão entre a região positiva da esfera e o corpo de prova.

Como veremos no próximo capítulo, a força elétrica é inversamente proporcional ao quadrado da


distância entre as cargas puntiformes. Então, como a distância entre a região negativamente carregada
na esfera e o corpo de provas é menor que a outra região da esfera carregada positivamente, o módulo
da força de atração será maior que o módulo da força de repulsão na esfera.

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Dessa forma, a esfera será atraída pelo corpo de prova (se estiver eletrizado), como na figura logo
abaixo:

Figura 14.17: Funcionamento de um pêndulo eletrostático.

No caso de um corpo de prova de carga resultante positiva, a força de atração com as cargas negativas
induzidas para a região mais próxima tem módulo maior do que a força de repulsão gerada pelas cargas
positivas que se concentram na região mais afastada do condutor.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
O eletroscópio é um instrumento utilizado para se verificar o estado de eletrização de um corpo de
prova. A base de seu funcionamento é a indução eletrostática. Existem dois tipos comuns de
eletroscópios, o de folhas e o pêndulo elétrico.
O último geralmente é constituído de uma esfera condutora extremamente leve (geralmente uma
casca de alumínio) e por um fio isolante, também extremamente leve (geralmente fio de náilon).
Caso um corpo com deficiência de elétrons, em relação aos seus prótons, seja aproximado da esfera
condutora de um eletroscópio, podemos afirmar que
a) Ocorrerá a repulsão entre o corpo e a esfera, em decorrência do potencial elétrico.
b) Ocorrerá a atração entre o corpo e a esfera, em função de sua carga residual positiva.
c) Ocorrerá a repulsão entre o corpo e a esfera, em função do campo elétrico formado.
d) Ocorrerá a atração entre o corpo e a esfera, tal como também ocorreria caso o corpo tivesse
excesso de elétrons em relação a seus prótons.

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Comentários

a) Incorreta. Ocorrerá a atração entre o corpo e a esfera, e isso decorrerá da força elétrica atuando
entre os dois.

b) Incorreta. A atração ocorrerá tanto para carga residual positiva quanto negativa do corpo de
prova.

c) Incorreta. Ocorrerá a atração entre o corpo e a esfera, e isso decorrerá da força elétrica atuando
entre os dois, que será gerada em função do campo elétrico formado.

d) Correta. O corpo atrairá a esfera, independentemente de sua carga residual ser positiva ou
negativa. Em decorrência da força de atração com as cargas induzidas para a região mais próxima tem
módulo maior do que a força de repulsão gerada pelas cargas que se concentram na região mais afastada
do condutor.

Gabarito: “d”.

2.6.2. Eletroscópio de folhas


Eletroscópio de folhas, ou de lâminas, possui um corpo metálico preso a uma rolha de cortiça,
acondicionado em um recipiente de vidro. Suas lâminas devem ser bastante finas, flexíveis e leves.
Normalmente, utiliza-se folhas de vidro ou mesmo o papel-alumínio.

Figura 14.18: Eletroscópio de folhas.

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Note que inicialmente, o eletroscópio apenas diz o estado de eletrização do corpo de provas:
carregado ou descarregado. Para conhecer a natureza da carga do corpo de provas é necessário realizar
o processo novamente, com o eletroscópio carregado com uma carga conhecida.

(2019/INÉDITA)
Dois eletroscópios de folhas A e B estão incialmente neutros, sendo que B está ligado à terra, como
mostra a figura:

Um bastão de borracha C, carregado de cargas elétricas negativas, se aproxima de A. Um bastão de


borracha D, carregado de cargas elétricas positivas, se aproxima de B. Nenhum dos bastões toca nos
eletroscópios.
a) O que acontece no eletroscópio A?
b) O que acontece no eletroscópio B?
Comentários

a) Quando o bastão C aproxima-se de A, ocorrerá indução e as lâminas se abrirão. A distribuição


de cargas será:

b) Quando o bastão D aproxima-se de B, que está aterrado, ocorrerá indução, havendo subida de
elétrons da terra para a esfera do eletroscópio. Assim, as lâminas de B permanecerão neutras e não se
abrirão.

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3 - Lei de Coulomb
Um corpo eletrizado é dito uma carga elétrica puntiforme quando a sua dimensão é desprezível
quando comparada com a distância a outro corpo. Considere duas cargas puntiformes, colocadas em um
certo meio, a uma distância 𝑑 entre si, a força 𝐹⃗ de interação entre elas é tal que:

Figura 14.19: Força elétrica entre duas cargas puntiformes de sinais contrários.

Figura 14.20: Força elétrica entre duas cargas puntiformes de mesmo sinal.

A direção de 𝐹⃗ é a reta que une as duas cargas e o sentido é atrativo ou repulsivo dependendo dos
sinais das cargas. Note que 𝐹⃗ e −𝐹⃗ constituem um par Ação e Reação. O módulo da força elétrica é dado
pela Lei de Coulomb que diz:

𝑄1 ⋅ 𝑄2 Lei de Coulomb
𝐹=𝐾∙
𝑑2

[𝐹] = 𝑁 [𝐾] = 𝑁 ⋅ 𝑚2 /𝐶 2 [𝑄] = 𝐶 [𝑑] = 𝑚

A constante eletrostática de um meio, representada pela 𝐾 (maiúscula) vale para o vácuo:

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𝑁 ∙ 𝑚2
9
Constante elétrica para o vácuo
𝐾0 ≅ 9 × 10
𝐶2

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Uma partícula de massa 𝑚 = 10 𝑔 e carga 𝑞 = 2,0 ⋅ 10−5 C está apoiada no chão. Outra partícula
de mesma massa e com carga 4 ⋅ 𝑞 deve ser colocada acima da primeira, em uma semirreta vertical
que parte da primeira partícula. A altura do chão que a segunda partícula deve ser colocada para
que ela não se mova pode ser de
Dados: 𝐾 = 9,0 ⋅ 109 𝑁 ⋅ 𝑚2 /𝐶 2 ; 𝑔 = 10𝑚/𝑠 2
a) 36,0 𝑚 b) 60,0 ⋅ √10 𝑚 c) 6,0 𝑚 d) 12,0 𝑚 e) 120,0 ⋅ √10 𝑚
Comentários

Pela 2ª Lei de Newton, para que a segunda partícula não se mova, a força elétrica deve ser igual a
força peso:

𝑞1 ⋅ 𝑞2
𝐹𝐸𝑙 = 𝑃2 ∴ K ⋅ =𝑚⋅𝑔
𝑟2

16 ⋅ 10−10
9 ⋅ 109 ⋅ = 10 ⋅ 10 ⋅ 10−3
𝑟2

16 ⋅ 10−10
r 2 = 9 ⋅ 109 ⋅ = 144 ∴ 𝑟 = 12,0 𝑚
10 ⋅ 10 ⋅ 10−3

Gabarito: “d”.

3.1 - Princípio da superposição


Considere um sistema constituído de n cargas puntiformes 𝑞1 , 𝑞2 , … . 𝑞𝑛 . podemos calcular a força
elétrica resultante sobre uma carga 𝑄 aplicando o Princípio da Superposição. Este princípio diz que
podemos calcular a contribuição de força de cada carga 𝑞𝑖 com 𝑄 e depois somarmos vetorialmente:

Figura 14.21: Princípio da Superposição aplicado à n cargas.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 18
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𝐹⃗ = 𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + ⋯ + 𝐹⃗𝑛 O Princípio da Superposição

(2019/QUESTÃO)
Considere duas cargas puntiformes 𝑞 e 𝑄, separadas por uma distância 𝑑, possuem força de atração
de intensidade 𝐹. Calcule a nova força elétrica quando se duplica a primeira carga, divide a segunda
por 3 e divide a distância por 3. Não se altera o meio das cargas.
Comentários

De acordo com a mudança nas condições, temos que:

1
|𝑄1 |′ = 2 ∙ |𝑄1 | e |𝑄2 |′ = ∙ |𝑄2 |
3

1
𝑑′ = ∙𝑑
3

Logo, a nova força é dada por:

1
2∙3

𝐹 = ∙𝐹 =6∙𝐹
1 2
(3)

Gabarito: 𝑭′ = 𝟔 ∙ 𝑭.
(2019/QUESTÃO)
Duas cargas fixas A e B distam 3,0 𝑐𝑚 uma da outra. As cargas valem 𝑄𝐴 = 1,0 × 10−7 𝐶 e 𝑄𝐵 =
4,0 × 10−7 𝐶. A que distância de A deve ser colocada uma terceira carga C (de mesma natureza
elétrica que A e B) para ficar em equilíbrio entre A e B, apenas pela força elétrica em C?

Comentários

Vamos dizer que a distância da carga C até a carga A é x, então teremos o seguinte diagrama de
força na carga C na horizontal:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 19
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Para o equilíbrio da carga livre em C, temos que:

𝐹𝐵𝐶 = 𝐹𝐴𝐶

𝐾 ⋅ 𝑄𝐵 ⋅ 𝑄𝐶 𝐾 ⋅ 𝑄𝐴 ⋅ 𝑄𝐶
=
(𝑑 − 𝑥)2 𝑥2

Dado que 𝑞𝐵 = 4 ⋅ 𝑞𝐴 , temos que:

4 1
2
= 2
(𝑑 − 𝑥) 𝑥

4𝑥 2 = (𝑑 − 𝑥)2

4𝑥 2 − (𝑑 − 𝑥)2 = 0

[2𝑥 − (𝑑 − 𝑥)][2𝑥 + 𝑑 − 𝑥] = 0

(3𝑥 − 𝑑)(𝑥 − 𝑑) = 0

Dessa forma, temos que:

3𝑥 = 𝑑 𝑜𝑢 𝑥 = 𝑑

Mas, 𝑥 = 𝑑 não convém. Logo, temos:

𝑑 3,0
𝑥= = = 1,0 𝑐𝑚
3 3

Gabarito: 𝒙 = 𝟏, 𝟎 𝒄𝒎.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 20
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

(2019/QUESTÃO)
Considere 3 cargas formando um triângulo equilátero. As três cargas são positivas e possuem
módulos 𝑞. Qual a intensidade da força elétrica resultante em 𝑞3 ?

Comentários

Vamos fazer o diagrama de forças na carga 𝑞3 :

Como o módulo das cargas é o mesmo e as distância entre elas também, a força de 𝑞1 e 𝑞3 é igual
a força de 𝑞2 e 𝑞3 , sendo todas elas repulsivas. Para determinar a força resultante, devemos calcular o
vetor resultante das forças. Pela Lei dos Senos, temos que:

𝐹𝑅 𝐹
=
𝑠𝑒𝑛(120°) 𝑠𝑒𝑛(30°)

𝐹𝑅 = √3 ⋅ 𝐹

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 21
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

√3 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝑞 2
𝐹𝑅 =
𝑑2

Gabarito: 𝑭𝑹 = √𝟑 ⋅ 𝑲 ⋅ 𝒒𝟐 /𝒅𝟐 .
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Um corpo eletrizado é dito uma carga elétrica puntiforme quando a sua dimensão é desprezível
quando comparada com a distância a outro corpo. Duas cargas negativas, 𝑞1 e 𝑞2 , de módulos 𝑞 e
5 ⋅ 𝑞 são posicionadas conforme o esquema.

A intensidade da força 𝐹 de interação elétrica entre 𝑞1 e 𝑞2 , em função das cargas e da constante


eletrostática do meio, 𝐾, é de
𝑎) 𝐾 ⋅ 𝑞 2 /20 𝑏) 2 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝑞 2 /50 𝑐) 𝐾 ⋅ 𝑞 2 /50 𝑑) 5 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝑞 2 /30 𝑒) 5 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝑞 2 /72
Note e adote: As cargas devem ser consideradas como pontuais.
Comentários

O módulo da força elétrica pode ser calculado conforme a Lei de Coulomb:

𝐾 ⋅ 𝑄1 ⋅ 𝑄2
𝐹= 2
(𝑑1,2 )

Pelo esquema representado, notamos que a distância entre as duas cargas pode ser calculada
através de um triângulo retângulo de catetos iguais a 6 e 8, o que nos leva a hipotenusa igual a 10.

𝐾⋅𝑞⋅5⋅𝑞
𝐹=
102

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 22
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

5 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝑞2 𝐾 ⋅ 𝑞2
𝐹= =
100 20

Gabarito: “a”.

4 - O Campo elétrico
Uma esfera 𝐴 carregada com uma carga +𝑄𝐴 é fixada em um dado ponto do espaço. Se colocarmos
uma carga +𝑞𝐵 , que chamamos de carga de prova, próximo a 𝐴, podemos examinar a região que envolve
a carga +𝑄𝐴 . A força elétrica entre 𝐴 e 𝐵 é repulsiva. Supostamente, podemos imaginar que o espaço ao
redor de 𝐴 foi modificado de alguma forma. Podemos dizer que nessa região criou-se um campo elétrico.

Quando colocamos uma carga de prova em uma região que existe um campo elétrico, surge na
carga uma força elétrica. Assim, temos que o campo elétrico é definido pela razão entre a força elétrica e
a carga:

𝐹⃗ O campo elétrico uniforme


𝐸⃗⃗ =
𝑞

[𝐸] = 𝑁/𝐶 [𝐹] = 𝑁 [𝑄] = 𝐶

É mais usual que a força elétrica fique explícita nessa relação:

A força elétrica em função do


𝐹⃗ = 𝑞 ∙ 𝐸⃗⃗ campo elétrico uniforme

Note que é interessante que a carga de prova seja positiva, pois dessa forma 𝐹⃗ e 𝐸⃗⃗ possuem o
mesmo sentido. A partir da definição de campo elétrico, se tomarmos uma carga de 1 𝐶 e uma força de
1 𝑁, temos que:

𝐹 1𝑁 O campo elétrico uniforme


𝐸= = = 1 𝑁/𝐶
𝑞 1𝐶

Assim, dizemos que a unidade de campo elétrico é 𝑁/𝐶.

4.1 - Direção e sentido do campo elétrico


Diante da definição de campo elétrico, temos que:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 23
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

A força elétrica em função do


𝐹⃗ = 𝑞 ∙ 𝐸⃗⃗ campo elétrico uniforme

Como a carga 𝑞 é uma grandeza escalar, quando efetuamos o produto 𝑞 ∙ 𝐸⃗⃗ sabemos que 𝐸⃗⃗ e 𝐹⃗ tem
sempre a mesma direção, desde que não sejam nulos. Dessa forma, temos duas situações possíveis.

Caso a carga seja positiva, o campo elétrico terá o mesmo sentido da força elétrica. Em
contrapartida, caso a carga seja negativa, então o campo elétrico e a força terão sentidos opostos.

𝑞 > 0: 𝐸⃗⃗ tem o mesmo sentido de 𝐹⃗ .


𝑞 < 0: 𝐸⃗⃗ e 𝐹⃗ têm sentidos contrários.

Observe que primeiramente definimos o conceito de força elétrica entre duas cargas antes do
conceito de campo elétrico. Contudo, vimos que o campo é a causa da existência da força. Dessa forma,
quando colocamos a carga de prova no ponto 𝑃, já está associado a esse ponto um campo elétrico 𝐸⃗⃗ .

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
O experimento da gota de óleo de Millikan foi responsável pela determinação da carga elétrica do
elétron. Durante o teste, foram utilizadas placas paralelas horizontais com uma diferença de
potencial definida, o que gerava um campo elétrico uniforme. Esse campo é utilizado para equilibrar
o peso da partícula fazendo com que a gota de óleo desça em movimento uniforme. Tentando
recriar esse experimento em laboratório, um aluno utiliza uma diferença de potencial igual a 450 𝑉.
Determine a carga da gota analisada.
Note e adote: 1 𝑝𝑔 = 10⁻¹² 𝑔 Aceleração da gravidade = 10 𝑚/𝑠²
Foi analisada uma gota de óleo com massa igual a 36 𝑝𝑔
A distância entre as placas paralelas é de 1,0 𝑚.
a) 1,6 ⋅ 10−16 𝐶 b) 8,0 ⋅ 10−17 𝐶 c) 3,2 ⋅ 10−16 𝐶
d) 8,0 ⋅ 10−16 𝐶 e) 1,6 ⋅ 10−13 𝐶
Comentários

Como o movimento é uniforme, devemos ter a força resultante atuando na partícula nula, daí a
força elétrica, vertical e para cima, terá o mesmo módulo que a força peso, vertical e para baixo:

𝐹𝑒𝑙𝑒 = 𝑃

𝑞⋅𝐸 =𝑚⋅𝑔

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 24
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑉
𝑞⋅ =𝑚⋅𝑔
𝑑
450
𝑞⋅ = 36 ⋅ 10−12 ⋅ 10−3 ⋅ 10
1,0
36
𝑞= ⋅ 10−14 = 8,0 ⋅ 10−2 ⋅ 10−14 = 8,0 ⋅ 10−16 𝐶
450
Gabarito: “d”.

4.2 - Linhas de força


As linhas de força são linhas imaginárias desenhadas nas representações de um campo elétrico,
com a intenção de mostrar a sua direção e o seu sentido. Por definição, a linha de força em cada ponto
tem a mesma direção e o mesmo sentido que o vetor campo elétrico.

Figura 14.22: Representação da Linha de força.

As linhas de forças são desenhadas para visualizar um campo elétrico e, embora não forneçam o
valor diretamente do campo elétrico, desenhamos de tal forma que o número de linhas por unidade de
área (área medida em um plano perpendicular às linhas) é proporcional ao módulo do campo elétrico.
Assim, quanto mais próximas as linhas, maior o módulo do campo.

⃗⃗𝟐 | > |𝑬
Figura 14.23: Linhas de força em uma dada região do espaço mostrando que |𝑬 ⃗⃗𝟏 | e |𝑬
⃗⃗𝟐 | > |𝑬
⃗⃗𝟑 |, pois próximo a ⃗𝑬⃗𝟐 as linhas são
mais intensas.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 25
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Quando o campo elétrico é constante em todos os pontos de uma região do espaço, suas linhas
de força são representadas retilíneas, paralelas, de mesmo sentido e uniformemente distribuídas. Nesse
caso, dizemos que o campo elétrico é uniforme. Estudaremos as propriedades do campo elétrico
uniforme mais à frente.

Figura 14.24: Região onde existe um campo elétrico uniforme.

(2019/QUESTÃO)
Em um ponto 𝑃 de uma região onde há um campo elétrico, coloca-se uma carga de prova de valor
𝑞 e verifica-se que a força elétrica nessa carga é de 𝐹. Qual o valor de outra carga de prova que
quando colocada no mesmo ponto 𝑃 a força elétrica na carga seja de 5𝐹?
Comentários

De acordo com a força elétrica em função do campo, temos:

𝐹 = |𝑞| ∙ 𝐸

Para a primeira carga, temos que:

𝐹 = |𝑞| ∙ 𝐸

Para a segunda carga, temos que:

5𝐹 = |𝑞2 | ∙ 𝐸

Dividindo as duas equações, temos:

5𝐹 |𝑞2 | ∙ 𝐸
=
𝐹 |𝑞| ∙ 𝐸

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 26
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

|𝑞2 | = 5|𝑞|

Gabarito:|𝒒𝟐 | = 𝟓|𝒒|.

Repare que com as informações podemos apenas encontrar o módulo da carga 𝑞2 . Para
determinação do sinal, seria necessária alguma informação a respeito das direções das forças.

4.3 - Campo elétrico de uma carga puntiforme


Seja uma carga elétrica puntiforme 𝑄 gerando um campo elétrico em uma dada região do espaço.
Se pegarmos um ponto 𝑃 situado a uma distância 𝑑 da carga 𝑄, podemos determinar a direção, o sentido
e a intensidade do vetor campo elétrico em 𝑃. Para isso, basta pegarmos uma carga de prova 𝑞𝑝 > 0.

4.3.1 - Campo elétrico de uma carga puntiforme 𝑸 positiva


Dado que 𝑄 > 0 e nossa carga de prova também é (𝑞𝑝 > 0), então a força elétrica 𝐹⃗ entre elas
será de repulsão e, como 𝐹⃗ = 𝑞 ∙ 𝐸⃗⃗ , temos que 𝐹⃗ e 𝐸⃗⃗ terão o mesmo sentido. Dessa forma, podemos
concluir que para uma carga elétrica puntiforme o campo elétrico está se afastando.

Figura 14.25: Campo elétrico gerado em torno de uma carga puntiforme positiva.

Observe que a direção do campo será radial, já que é a mesma direção da força, ou seja, reta que
passa pelos pontos onde se encontram as cargas. Assim, as linhas de força desse campo são semirretas,
radiais, apontando para fora da carga 𝑄 > 0 (se afastando).

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 27
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

4.3.2 - Campo elétrico de uma carga puntiforme 𝑸 negativa


Dado que 𝑄 < 0 e nossa carga de prova é (𝑞𝑝 > 0), então a força elétrica 𝐹⃗ entre elas será de
atração e, como 𝐹⃗ = 𝑞 ∙ 𝐸⃗⃗ , temos que 𝐹⃗ e 𝐸⃗⃗ terão o mesmo sentido. Dessa forma, podemos concluir que
para uma carga elétrica puntiforme o campo elétrico está se aproximando.

Figura 14.26: Campo elétrico gerado em torno de uma carga puntiforme negativa.

Dessa forma, em qualquer ponto da região que circunda a carga elétrica 𝑄 < 0, o campo elétrico
será de aproximação, em outras palavras, 𝐸⃗⃗ deverá “apontar” para a carga 𝑄. Nesse caso, as linhas de
força desse campo são semirretas, radiais, apontando para dentro da carga 𝑄 < 0 (se aproximando).

O sentido do campo elétrico não depende do sinal da carga de prova. Ele é função apenas da carga
que gerou o campo.
𝑄 > 0 → 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑓𝑎𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
{
𝑄 < 0 → 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑎çã𝑜

Figura 14.27: Linhas de força do campo elétrico de uma carga positiva e de uma negativa.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 28
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
As cargas de prova normalmente usadas possuem deficiência de elétrons. Assinale a alternativa
correta acerca do campo elétrico resultante em um ponto 𝑷, pertencente a uma semirreta que
contém esse ponto, 𝒒𝟏 e 𝒒𝟐 e equidistante às cargas citadas, de modo que 𝒒𝟏 seja positiva e 𝒒𝟐
negativa.
a) Terá módulo nulo, pois os campos gerados por 𝒒𝟏 e 𝒒𝟐 criam efeitos contrários.
b) Tem vetor resultante em direção à carga 𝒒𝟏 .
c) Tem vetor resultante perpendicular à linha imaginária que separa as cargas 𝒒𝟏 e 𝒒𝟐 .
d) Tem vetor resultante em direção à carga 𝒒𝟐 .
𝒒𝟏 ⋅𝒒𝟐
e) Tem módulo igual a 𝒌 ⋅ , no qual 𝒅 é a distância que existe entre as cargas e o ponto médio.
𝒅²

Comentários

a) Incorreta. Cargas positivas geram linhas de campo com sentido de afastamento, enquanto
cargas negativas geram campo em sentido de aproximação, logo, o campo resultante será no sentido da
carga 𝑞2 , negativa.

b) Incorreta. Cargas positivas geram linhas de campo com sentido de afastamento, enquanto
cargas negativas geram campo em sentido de aproximação, logo, o campo resultante será no sentido da
carga 𝑞2 , negativa.

c) Incorreta. Cargas positivas geram linhas de campo com sentido de afastamento, enquanto
cargas negativas geram campo em sentido de aproximação, logo, o campo resultante será no sentido da
carga 𝑞2 , negativa.

d) Correta. Cargas positivas geram linhas de campo com sentido de afastamento, enquanto cargas
negativas geram campo em sentido de aproximação, logo, o campo resultante será no sentido da carga
𝑞2 , negativa.

e) Essa equação calcula a força resultante entre duas cargas puntiformes, não o campo elétrico.

Gabarito: “d”.

4.3.3 - Módulo do campo elétrico gerado por uma carga


puntiforme
Em um dado ponto 𝑃 coloca-se uma carga de prova 𝑞𝑝 , situada a uma distância 𝑑 de uma carga
puntiforme 𝑄. Pela Lei de Coulomb, temos que:

𝐾 ∙ |𝑄| ∙ |𝑞𝑝 | 𝐹 𝐾 ∙ |𝑄|


𝐹= 2
⇒ =
𝑑 |𝑞𝑝 | 𝑑2

Finalmente:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 29
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

|𝑄| Intensidade de um campo elétrico


𝐸=𝐾∙
𝑑2 gerado por uma carga puntiforme

[𝐹] = 𝑁/𝐶 [𝐾] = 𝑁 ⋅ 𝑚2 /𝐶 2 [𝑄] = 𝐶 [𝑑] = 𝑚

A partir da expressão, é possível notar que o campo elétrico é inversamente proporcional ao


1
quadrado da distância 𝐸 ∝ 𝑑2 . Por esse motivo, ele é conhecido por “campo newtoniano” pois existe
grande semelhante com a expressão do campo gravitacional de um planeta.

Quando representamos o gráfico do campo elétrico de uma carga puntiforme em função da


distância obtemos a curva:

Figura 14.28: Gráfico da intensidade do campo elétrico de uma carga puntiforme em função da distância.

4.4 - Campo elétrico criado por 𝒏 cargas puntiformes


Quando existem várias cargas puntiformes geradoras de campo em um mesmo ponto 𝑃, podemos
determinar o campo elétrico resultante dos campos pelo Princípio da Superposição. Para isso, vamos
considerar 𝑛 cargas puntiformes gerando diversos campos elétricos em 𝑃. Se colocarmos uma carga de
prova em 𝑃, podemos determinar a força elétrica resultante na carga de prova:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 30
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 14.29: Campo elétrico resultante em 𝑷 da superposição de n cargas.

Assim, a força resultante em 𝑃 é dada por:

𝐹⃗𝑟𝑒𝑠 = 𝐹⃗1 + 𝐹⃗2 + ⋯ + 𝐹⃗𝑛

Para o caso particular de existirem apenas duas cargas puntiformes, temos que:

Figura 14.30: Campo elétrico resultante gerado por duas cargas puntiformes.

Podemos escrever que o módulo do campo elétrico resultante, de acordo com a Lei dos Cossenos,
é:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 31
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝐸𝑟𝑒𝑠 = √𝐸12 + 𝐸22 + 2 ∙ 𝐸1 ∙ 𝐸2 ∙ cos 𝛼

É evidente que o sentido do campo elétrico resultante depende dos valores das cargas 𝑞1 e 𝑞2 .
Assim, depois de obtidos os vetores 𝐸⃗⃗1 e 𝐸⃗⃗2 utilizamos a soma de vetores para determinar o sentido e a
direção de 𝐸⃗⃗𝑟𝑒𝑠 .

Podemos também determinar as linhas de forças devido às duas cargas. Como vimos, as linhas de
força “nascem” nas cargas positivas e “morrem” nas cargas negativas. Dessa forma, para duas cargas
puntiformes temos as seguintes configurações:

Figura 14.31: Possíveis linhas de forças para diferentes configurações de cargas.

(2019/INÉDITA)
Duas cargas 𝑞1 e 𝑞2 , de mesmo módulo e negativas são posicionadas em conjunto com uma terceira
carga e 𝑞3 , conforme a figura. A relação entre 𝑞3 e 𝑞1 para que o campo elétrico na origem do
sistema seja paralelo ao eixo 𝑦 é

a) −5√2/4 b) 4/3 c) −4/3 d) 3/4 e) −3/4

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 32
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

Seja 𝐸1 o campo que 𝑞1 exerce na origem. Como 𝑞2 tem o mesmo módulo e o dobro da distância
de 𝑞1 à origem, seu campo será a quarta parte de 𝐸1 .

Seja 𝜃 o ângulo que o vetor posição de 𝑞1 faz com o eixo x, podemos escrever para o 𝑐𝑜𝑠(𝜃):

6 12
𝑐𝑜𝑠(𝜃) = = = 0,6
10 20

Para que não haja resultante na horizontal, devemos ter:

𝐸1
𝐸3 = (𝐸1 + ) ⋅ cos 𝜃
4

5𝐸1
𝐸3 = ( ) ⋅ cos 𝜃
4

𝑘 ⋅ |𝑞3 | 5 𝑘 ⋅ |𝑞1 | 3
= ⋅ ⋅
102 4 102 5

𝑘 ⋅ |𝑞3 | 5 𝑘 ⋅ |𝑞1 | 3
= ⋅ ⋅
102 4 102 5

3
|𝑞3 | = ⋅𝑞
4 1

Como a força deve ser de atração, temos:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 33
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

3
|𝑞3 | = − ⋅ |𝑞1 |
4

Gabarito: “e”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
A imagem a seguir mostra duas esferas A e 𝐵 que geram campos elétricos ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑎 e ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑏 , carregadas com
cargas 𝑄𝑎 = +2,0 𝜇𝐶 e 𝑄𝑏 = −2,5 𝜇𝐶 respectivamente.

A aceleração que uma carga pontual de massa 𝑚 = 2,9 ⋅ 10−11 𝑘𝑔 e carga 𝑞 = 1,6 ⋅ 10−16 𝐶 fica
submetida ao ser colocada no ponto 𝑃, distante 20 𝑐𝑚 da esfera 𝐴 e 50 𝑐𝑚 da esfera 𝐵, tal como
mostra a figura, é próxima de
a) 0,50 𝑚/𝑠² b) 0,050 𝑚/𝑠² c) 3,0 𝑚/𝑠² d) 30 𝑚/𝑠² e) 12 𝑚/𝑠²
Note e adote: A constante eletrostática 𝑘0 vale 9,0 ⋅ 109 𝑁 ⋅ 𝑚2 /𝐶²;
Considere que as esferas se encontrem no vácuo.
Comentários

Para resolver essa questão, precisamos recordar que toda aceleração é causada por uma força
resultante. Neste caso, temos a força do campo elétrico gerado pelas esferas como causadora da
aceleração. Podemos encontrar o campo resultante no ponto através do somatório vetorial dos campos
gerados pelas esferas.

⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑟 = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑎 + ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑏

Calculando os campos elétricos:

𝑄𝑎 2 ⋅ 10−6
⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑎 = 𝑘0 ⋅ 9
= 9 ⋅ 10 ⋅
(𝑑𝑎 )² 0,22

⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑎 = 4,5 ⋅ 105 𝑁/𝐶

𝑄𝑏 2,5 ⋅ 10−6
⃗⃗⃗⃗⃗𝑏 = 𝑘0 ⋅
𝐸 9
= 9 ⋅ 10 ⋅
(𝑑𝑏 )² 0,52

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 34
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑏 = 0,90 ⋅ 105 𝑁/𝐶

Uma vez que campos gerados por cargas positivas têm sentido de afastamento (linhas de força
divergente), e campos gerados por cargas negativas tem sentido de aproximação (linhas de força
convergentes), nosso campo resultante ⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑟 tem sentido para a direita, como mostra a imagem:

Temos então

⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑟 = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑎 + ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑏 = 4,5 ⋅ 105 + 0,9 ⋅ 105

⃗⃗⃗⃗
𝐸𝑟 = 5,4 ⋅ 105 𝑁/𝐶

Com o valor do campo resultante, podemos calcular o módulo da força elétrica que ele aplica na
carga através da fórmula:

𝐹 = 𝑞 ⋅ 𝐸𝑟

Na qual 𝑞 é a carga da partícula inserida dentro do campo. Pela Segunda Lei de Newton:

𝐹𝑟 = 𝑚 ⋅ 𝑎

𝑚 ⋅ 𝑎 = 𝑞 ⋅ 𝐸𝑟

𝑞 ⋅ 𝐸𝑟 1,6 ⋅ 10−16 ⋅ 5,4 ⋅ 105


𝑎= = ≅ 3,0 𝑚/𝑠²
𝑚 2,9 ⋅ 10−11

Gabarito: “c”.

4.5 - Informações das linhas de força


Vamos salientar algumas informações que podem ser extraídas de uma configuração de linhas de
forças do 𝐸⃗⃗ . A sua direção é tangente às linhas de força:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 35
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 14.32: Linha de Força, direção e sentido do campo elétrico.

Em suma, podemos representar o campo elétrico saindo ou entrando do plano do papel:

Figura 14.33: Representação de vetores entrando ou saindo do plano.

A notação de flechas é muito importante para fins de vestibular. Ela serve para representar campos
entrando ou saindo do plano do papel de prova.Imagine uma flecha vista de frente, o ponto único
representa o vetor que sai do plano do papel. Em oposição o a flecha vista por sua parte traseira mostra
um “x”, fazendo referência aos dispositivos usados para manter a aerodinâmica da flecha.

4.6 - Campo elétrico do condutor isolado em equilíbrio


eletrostático
Dizemos que um condutor isolado está em equilíbrio eletrostático quando não existe movimento
ordenado de cargas elétricas no seu interior e na sua superfície. Dessa forma, os elétrons livres
encontram-se em movimento aleatório.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 36
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 14.34: Condutor isolado em equilíbrio eletrostático, os elétrons livres em movimento aleatório.

Note que quando o corpo está em equilíbrio eletrostático ele pode ou não estar eletrizado. Uma
propriedade interessante de condutores isolados e em equilíbrio eletrostático é a de que no interior do
condutor o campo elétrico resultante é nulo.

Observe que se houvesse um campo elétrico resultante, diferente de zero, no interior do condutor
os elétrons livres teriam um movimento ordenado devido à presença deste campo. Assim, o condutor não
estaria em equilíbrio eletrostático.

O campo elétrico resultante é nulo apenas no interior do condutor, mas na superfície o campo
resultante é diferente de zero.

Figura 14.35: Condutor isolado e em equilíbrio eletrostático: campo elétrico resultante é nulo no interior e movimento aleatório dos
elétrons livres.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 37
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 14.36: Quando o condutor não está em equilíbrio eletrostático, existe movimento ordenado dos elétrons.

4.7 - Blindagem eletrostática


Seja um condutor oco (A) que pode estar eletrizado ou não. O corpo A possui todas as
propriedades de um condutor maciço. Se um corpo B, neutro, for colocado no interior de A, o campo
elétrico no interior de A será nulo. Ainda que A esteja eletrizado, B não será induzido, pois está no interior
de A.

Figura 14.37: Blindagem eletrostática.

Ao aproximar de A um outro corpo eletrizado C, haverá indução eletrostática em A, mas B não


sofrerá nenhum efeito.

Figura 14.38: Aproximação de um corpo carregado e nenhum efeito observado em B.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 38
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Com este experimento, vemos que o conduto oco A blinda eletrostaticamente os corpos no seu
interior. Este feito é chamado de blindagem eletrostática.

Dizemos que a carcaça metálica de um automóvel forma uma blindagem eletrostática.

Em 1836, Faraday criou um experimento para provar esta blindagem eletrostática. Ele construiu
uma grande “gaiola” metálica e colocou suportes isolantes. Ele entrou na gaiola portando diversos
dispositivos de detecção da presença de campo elétricos, e mandou que seu assistente eletrizassem a
caixa intensamente.

Figura 14.39: Representação de uma gaiola de Faraday, experimento realizado pelo próprio Michael Faraday para mostrar a blindagem
eletrostática.

Como já era esperado por Faraday, nenhum dos aparelhos acusavam qualquer existência de
campo no interior da caixa. Nem mesmo o próprio Faraday não sentiu qualquer efeito, mesmo com a
caixa altamente eletrizada externamente, com grandes eflúvios elétricos saltando por vários pontos de
sua superfície externa, palavras do próprio Michael Faraday.

4.8 - O poder das pontas


Em um condutor, a densidade superficial 𝜎 é elevada nas pontas e a intensidade do campo elétrico
é diretamente proporcional a 𝜎. Assim, o campo elétrico nas pontas de um condutor é mais intenso.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 39
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

⃗⃗𝟐 | > |𝑬
Figura 14.40: Efeito das pontas na superfície de um condutor, mostrando que |𝑬 ⃗⃗𝟏 |, já que o raio de curvatura em 2 é menor que
em 1, por exemplo.

Quando o campo elétrico na superfície de um condutor é muito intenso, pode ocorrer a ionização
das moléculas do isolante que o envolve. Dessa forma, o isolante torna-se um condutor, isto é, as cargas
de mesmo sinal são repelidas e as cargas de sinais contrários são atraídas, descarregando o condutor.

Chamamos de rigidez dielétrica de um meio o maior valor de campo elétrico que um meio isolante
pode suportar sem ionizar-se (“dielétrico” é sinônimo de “isolante”). Para o ar, a rigidez dielétrica é de
3 × 106 𝑁/𝐶.

4.9 - Campo elétrico uniforme


Campo elétrico uniforme é aquele cujo vetor 𝐸⃗⃗ tem mesmo módulo, direção e sentido em todos
os pontos.

Figura 14.41: Região do espaço onde existe um campo elétrico uniforme.

Em um campo elétrico uniforme, representamos as linhas de força por segmentos retos paralelos
entre si, igualmente espaçados.

(2019/INÉDITA)

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 40
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Uma pequena partícula eletrizada foi colocada no interior de uma câmara, em vácuo, onde existe
um campo elétrico uniforme na mesma direção e sentido oposto ao da aceleração da gravidade
local.
Se o módulo do campo elétrico for ajustado para 6,25 ⋅ 103 𝑉/𝑚, a partícula adquire aceleração de
módulo 5,00 𝑚/𝑠 2, direção vertical e mesmo sentido do campo elétrico. Se a massa da partícula é
de 6,00 ⋅ 10−15 𝑘𝑔, podemos afirmar que ela possui
a) o mesmo número de elétrons e prótons b) 90,0 elétrons a mais que prótons
c) 90,0 elétrons a menos que prótons d) 300 elétrons a mais que prótons
e) 300 elétrons a menos que prótons
Note e adote: Carga do elétron = −1,60 ⋅ 10−19 𝐶 Carga do próton = +1,60 ⋅ 10−19 𝐶
Aceleração local da gravidade = 10,0 𝑚/𝑠 2
Comentários

Adotando que a aceleração da gravidade seja vertical e com sentido para baixo, teremos o campo
elétrico com sentido para cima. Para que a aceleração também tenha sentido para cima, a carga da
partícula deverá ser positiva. Com isso, teremos menos elétrons do que prótons.

Podemos escrever a segunda lei de Newton para a situação:

𝐹𝑒𝑞 − 𝑃 = 𝑚 ⋅ 𝑎

𝑞⋅𝐸−𝑚⋅𝑔 =𝑚⋅𝑎 ⇒ 𝑞⋅𝐸 =𝑚⋅𝑎+𝑚⋅𝑔

𝑚⋅𝑎+𝑚⋅𝑔
𝑞=
𝐸

Podemos escrever a carga elétrica como um múltiplo da carga fundamental do elétron:

𝑚⋅𝑎+𝑚⋅𝑔 𝑚⋅𝑎+𝑚⋅𝑔
𝑛⋅𝑒 = ⇒ 𝑛=
𝐸 𝐸⋅𝑒

Agora podemos substituir os valores fornecidos:

6,00 ⋅ 10−15 ⋅ 5 + 6,00 ⋅ 10−15 ⋅ 10


𝑛=
6,25 ⋅ 103 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19

3 ⋅ 10−14 + 6,00 ⋅ 10−14


𝑛=
6,25 ⋅ 103 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 41
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

9,00 ⋅ 10−14 90,0 ⋅ 10−15


𝑛= = = 90,0
10 ⋅ 10−16 10−15

Gabarito: “c”.
(2019/INÉDITA)
Um elétron com velocidade 𝑣0 de 2,00 ⋅ 105 𝑚/𝑠 é projetado em um ângulo de 30° em relação ao
eixo 𝑥, conforme o esquema abaixo.

Considerando que o elétron se move num campo elétrico constante 𝐸 = 100 𝑁/𝐶, o tempo que o
elétron levará para cruzar novamente o eixo 𝑥 é, em 𝑛𝑠 de:
a) 1,40 b) 11,4 c) 7,80 d) 22,4 e) 44,6
Note e adote: Massa do elétron: 9,11 ⋅ 10−31 𝑘𝑔 Carga elétrica do elétron: −1,60 ⋅ 10−19 𝐶
Comentários

As linhas de campo sempre vão do maior para o menor potencial elétrico. Dessa forma, teremos
que o elétron será atraído para a parte inferior, fazendo com que a força elétrica seja somada à força
peso, criando uma aceleração vertical e com sentido para baixo na partícula. A segunda lei de Newton diz
que:

⃗𝑭⃗𝒓𝒆𝒔𝒖𝒍𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 = 𝒎 ∙ 𝒂
⃗⃗ 2ª lei de Newton

⃗𝑭⃗ = 𝒌𝒈 ∙ 𝒎⁄𝒔𝟐 = 𝑵 [𝑚] = 𝑘𝑔 [𝑎⃗] = 𝑚⁄𝑠 2

Sabemos que a força elétrica gerada por um campo uniforme é dada por:

𝐹⃗𝑒 = 𝑞 ⋅ 𝐸⃗⃗ Força elétrica em um campo uniforme

[𝐹⃗𝑒 ] = 𝑁 [𝑞] = 𝐶 [𝐸⃗⃗ ] = 𝑁/𝐶

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 42
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

E a força peso por:

⃗𝑷
⃗⃗ = 𝒎 ∙ 𝒈
⃗⃗⃗ 2ª lei de Newton

⃗𝑷
⃗⃗ = 𝑵 [𝑚] = 𝑘𝑔 [𝑔⃗] = 𝑚⁄𝑠 2

Para a situação em questão, temos:

𝐹⃗𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 + 𝑃⃗⃗𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛 = 𝑚𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛 ⋅ 𝑎⃗

𝑞 ⋅ 𝐸⃗⃗ + 𝑚𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛 ∙ 𝑔⃗ = 𝑚𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛 ⋅ 𝑎⃗

𝑞 ⋅ 𝐸⃗⃗ + 𝑚𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛 ∙ 𝑔⃗
𝑎⃗ =
𝑚𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛

Para o módulo da aceleração, temos:

1,6 ⋅ 10−19 ⋅ 100 + 9,11 ⋅ 10−31 ∙ 10


𝑎=
9,11 ⋅ 10−31

1,6 ⋅ 10−17 + 9,11 ⋅ 10−30


𝑎=
9,11 ⋅ 10−31

No numerador o segundo termo é desprezível em relação ao primeiro. Isso fica evidente pela
diferença entre as ordens de grandeza dos dois. Dessa forma, podemos escrever:

1,6 ⋅ 10−17 16 ⋅ 10−18


𝑎= = ≅ 1,76 ⋅ 1013 𝑚/𝑠 2
9,11 ⋅ 10−31 9,11 ⋅ 10−31

Finalmente, podemos usar a equação horária da velocidade para determinarmos o tempo que a
partícula leva para cruzar o eixo horizontal:

𝑣𝑦 = 𝑣0𝑦 + 𝑎 ⋅ 𝑡 Equação horária da velocidade

A velocidade inicial no eixo vertical é dada pelo produto entre a velocidade inicial e o seno do
ângulo com a horizontal:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 43
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑣0𝑦 = 𝑣0 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(30°) = 2,0 ⋅ 105 ⋅ 0,5 = 1,0 ⋅ 105 𝑚/𝑠

Sabemos que quando a partícula cruza o eixo horizontal novamente sua velocidade vertical deve
ter o mesmo módulo que o da componente vertical da velocidade inicial. Podemos escrever para a subida,
na qual a aceleração age contra o sentido da velocidade:

0 = 1,0 ⋅ 105 − 1,8 ⋅ 1013 ⋅ 𝑡

1,0 ⋅ 105
𝑡= ≅ 0,568 ⋅ 10−8 = 5,68 ⋅ 10−9
1,76 ⋅ 1013

𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 = 5,68 ⋅ 10−9 𝑠 = 5,68 𝑛𝑠

Como a subida tem o mesmo tempo da descida, o tempo total será de:

𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 2 ⋅ 𝑡𝑠𝑢𝑏𝑖𝑑𝑎 = 2 ⋅ 5,68 ≅ 11,4 𝑛𝑠

Gabarito: “b”.

(2019/INÉDITA)
Uma gotícula de água, com massa 𝑚 = 8,0 ⋅ 10−12 𝑘𝑔, eletrizada com carga 𝑞 = 1,6 ⋅ 10−18 𝐶
está em equilíbrio no interior de um capacitor de placas paralelas e horizontais, conforme esquema
abaixo.

Nestas circunstâncias, o valor do campo elétrico entre as placas, em 𝑁/𝐶, é de:


a) 5,0 ⋅ 107 b) 2,0 ⋅ 108 c) 6,7 ⋅ 10−29 d) 2,5 ⋅ 10−11 e) 5,7 ⋅ 108
Note e adote: Admita que a aceleração da gravidade vale 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2
Comentários

Aplicando a 2ª Lei de Newton (𝐹 = 𝑚 ⋅ 𝑎) à gota, temos:

P − Feq = 0

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 44
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

P = Feq

m⋅g=𝑞⋅𝐸

𝑚 ⋅ 𝑔 8,0 ⋅ 10−12 ⋅ 10 8,0 ⋅ 107


𝐸= = = = 5,0 ⋅ 107 𝑁/𝐶
𝑞 1,6 ⋅ 10−18 1,6

Gabarito: “a”.

5 - Potencial elétrico
Já vimos os conceitos de força elétrica e campo elétrico, definições de grandezas vetoriais. Neste
momento, vamos introduzir o conceito de potencial elétrico. Para isso, vamos estudar o trabalho da força
elétrica no campo elétrico uniforme.

5.1 - O Trabalho no campo elétrico uniforme


Seja 𝐸 a intensidade de um campo elétrico uniforme. Inicialmente, vamos tomar dois pontos
quaisquer 𝐴 e 𝐵, numa mesma linha de força, separados pela distância 𝑑. O trabalho no campo elétrico
uniforme, qualquer que seja a trajetória entre dois pontos A e B, é dado por:

(𝑊𝐹⃗𝑒𝑙𝑒 ) =𝐹⋅𝑑 =𝑞⋅𝐸⋅𝑑 O trabalho no campo elétrico uniforme


𝐴→𝐵

Figura 14.42: Carga elétrica se movendo em uma região onde o campo elétrico é uniforme.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 45
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

O trabalho realizado por uma força elétrica para ir de 𝐴 até 𝐵 não depende da trajetória.

Como vimos, forças conservativas possuem como propriedade o fato do trabalho por ela realizado
não depender da trajetória. Por isso, dizemos que a força elétrica é uma força conservativa.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
Uma esfera puntiforme de carga elétrica de 1,6 ⋅ 10−19 𝐶 foi colocada em um campo elétrico
uniforme de intensidade de 8,0 ⋅ 105 𝑁/𝐶. Sabendo que essa carga foi carregada por 1,8 𝑚 em
trajetória perpendicular ao campo e 2,4 𝑚 na direção paralela ao campo, com sentido de
afastamento, o módulo do trabalho da força elétrica foi próximo a
a) 2,3 ⋅ 10−13 𝐽 b) 3,0 ⋅ 10−13 𝐽 c) 3,8 ⋅ 10−13 𝐽 d) 5,4 ⋅ 10−13 𝐽 e) 6,4 ⋅ 10−13 𝐽
Comentários

Sabemos que:

𝑊=𝑞⋅ 𝑉
{ ∴𝑊 =𝐸⋅𝑞⋅𝑑
𝑉 =𝐸⋅𝑑

A distância usada no cálculo da diferença de potencial elétrico no campo é aquela na direção do


campo. O deslocamento na perpendicular terá diferença de potencial nula.

𝑊 = 8,0 ⋅ 105 ⋅ 1,6 ⋅ 10−19 ⋅ 2,4 ≅ 3,0 ⋅ 10−13 J

Gabarito: “b”.

5.2 - O Potencial elétrico


Definimos potencial elétrico associado ao ponto 𝐴, denotado por 𝑉𝐴 , a razão entre a energia
potencial elétrica da carga em 𝐴 ((𝐸𝑝𝑜𝑡 )𝐴 ) e o valor da carga (𝑞), ou seja:

(𝐸𝑝𝑜𝑡 )𝐴
𝑉𝐴 =
𝑞

[𝑉] = 𝑉 = 𝑉𝑜𝑙𝑡 [𝐸𝑝𝑜𝑡 ] = 𝐽 [𝑞] = 𝐶

Da definição, temos que o potencial elétrico em 𝐴 como é quociente de duas grandezas escalares,
notoriamente, o potencial também será um escalar e a sua unidade no SI é o Volt, indicado pela letra 𝑉.
Assim, temos que:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 46
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

1𝐽
= 1𝑉
1𝐶

A unidade volt é dada em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta (1745-1827).

5.3 - O Potencial elétrico de carga elétrica puntiforme


Considere uma carga 𝑄 , fixa em um certo ponto do espaço, gerando um campo elétrico à sua
volta. Seja a carga 𝑞 trazida do infinito até um ponto 𝑃. O potencial elétrico de uma carga puntiforme 𝑄
em um ponto 𝑃 que dista 𝑟 da carga fonte é dado por:

𝐾⋅𝑄
𝑉𝑃 =
𝑑

[𝑉𝑝 ] = 𝑉 = 𝑉𝑜𝑙𝑡 [𝐾] = 𝑁 ⋅ 𝑚2 /𝐶 2 [𝑄] = 𝐶 [𝑑] = 𝑚

Lembre-se que a constante eletrostática de um meio, representada pela 𝐾 (maiúscula) vale para
o vácuo:

𝑁 ∙ 𝑚2
9
Constante elétrica para o vácuo
𝐾0 ≅ 9 × 10
𝐶2

É importante ressaltar que 𝑉𝑃 é uma grandeza escalar e que depende da carga fonte 𝑄, geradora
do campo elétrico no ponto 𝑃.

O valor de 𝑉𝑃 gerado pela carga puntiforme 𝑄 possui o mesmo sinal que a carga:
𝑄>0⇒𝑉>0
{
𝑄<0⇒𝑉<0

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
A Terra pode ser considerada um grande condutor esférico negativamente eletrizada e com carga
próxima a −580 000 𝐶. Como seu raio é em torno de 6400 km, se considerada isolada no universo
tal como uma carga pontual, o potencial elétrico em sua superfície é próximo de

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 47
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑁∙𝑚2
Assuma que a constante elétrica para o vácuo seja 𝐾0 ≅ 9 ⋅ 109 .
𝐶2

a) − 9 ⋅ 104 𝑉. b) − 2 ⋅ 105 𝑉. c) − 8 ⋅ 108 𝑉. d) − 6 ⋅ 106 𝑉. e) − 5 ⋅ 109 𝑉.


Comentários

Podemos usar a relação para o potencial elétrico de uma carga pontual:

𝐾⋅𝑄
𝑉=
𝑟

9 ⋅ 109 ⋅ −580000 9 ⋅ 109 ⋅ 5,8 ⋅ 105


𝑉= =−
6400 ⋅ 103 6,4 ⋅ 106

9 ⋅ 5,8 ⋅ 108
𝑉=− ≅ −8 ⋅ 108 𝑉
6,4

Gabarito: “c”.
(2019/INÉDITA)
Na figura mostra-se o valor do potencial elétrico para diferentes pontos A (26 V), B (12 V), C (10 V)
e D (24 V) situados no plano 𝑥𝑦. Considere o campo elétrico uniforme nessa região e o comprimento
dos segmentos OA, OB, OC e OD igual a 2,0 𝑚.

Pode-se afirmar que a magnitude do campo elétrico é igual a


a) 2,0 𝑉/𝑚 b) 5,0 𝑉/𝑚 c) 7,0 𝑉/𝑚 d) 12,0 𝑉/𝑚 e) 13,0 𝑉/𝑚
Comentários

As componentes do campo elétrico são calculadas pela equação 𝑉 = 𝐸 ⋅ 𝑑. Para a horizontal,


podemos escrever:

𝑉𝐴 − 𝑉𝐶 = 𝐸𝑋 ⋅ (𝑥𝐴 − 𝑥𝐶 )

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 48
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

26 − 10 = 𝐸𝑋 ⋅ (2 − (−2))

16 = 𝐸𝑋 ⋅ 4

𝐸𝑋 = 4 𝑉/𝑚

Para a componente vertical:

𝑉𝐷 − 𝑉𝐵 = 𝐸𝑦 ⋅ (𝑥𝐷 − 𝑥𝐵 )

24 − 12 = 𝐸𝑦 ⋅ (2 − (−2))

12 = 𝐸𝑦 ⋅ 4

𝐸𝑦 = 3 𝑉/𝑚

Finalmente, devemos usar a relação de Pitágoras para determinar o módulo do campo elétrico
resultante:

2
𝐸 2 = (𝐸𝑥 )2 + (𝐸𝑦 )

𝐸 2 = (4)2 + (3)2

𝐸 = 5,0 𝑉/𝑚

Gabarito: “b”.
(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
O gráfico abaixo mostra o potencial elétrico gerado por uma carga elétrica puntiforme em função
da distância até ela.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 49
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

O valor, em metros, da distância 𝑑 é de


a) 4,0 𝑚 b) 8,0 𝑚 c) 12 𝑚 d) 16 𝑚 e) 24 𝑚
Comentários

Podemos usar dois pontos no gráfico para determinarmos a distância 𝑑:

𝐾⋅𝑄
𝑉 (2,0) = = 80
{ 2
𝐾⋅𝑄
𝑉 (𝑑 ) = = 20
𝑑

Desenvolvendo a primeira expressão, temos:

𝐾 ⋅ 𝑄 = 80 ⋅ 2 = 160

Voltando para a segunda expressão:

𝐾⋅𝑄
= 20
𝑑

𝐾 ⋅ 𝑄 160
𝑑= = = 8,0 𝑚
20 20

Gabarito: “b”.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 50
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

5.4 - Potencial elétrico gerado por várias cargas puntiformes


Sejam 𝑛 cargas elétricas gerando um campo elétrico em um dado ponto 𝑃 do espaço. Cada uma
das cargas gera um potencial em 𝑃 dado por:

𝑄1 𝑄2 𝑄𝑖 𝑄𝑛
𝑉1 = 𝐾 , 𝑉2 = 𝐾 , … , 𝑉𝑖 = 𝐾 , … , 𝑉𝑛 = 𝐾
𝑟1 𝑟2 𝑟𝑖 𝑟𝑛

Pelo Princípio da Superposição, temos que o potencial elétrico resultante é dado pela soma
algébrica dos potenciais parciais:

𝑉𝑟𝑒𝑠 = 𝑉1 + 𝑉2 + ⋯ + 𝑉𝑛

𝑄1 𝑄2 𝑄𝑛
𝑉𝑟𝑒𝑠 = 𝐾 +𝐾 + ⋯+ 𝐾
𝑟1 𝑟2 𝑟𝑛

𝑄1 𝑄2 𝑄𝑛
𝑉𝑟𝑒𝑠 = 𝐾 ( + + ⋯+ )
𝑟1 𝑟2 𝑟𝑛

Finalmente:

𝑄1 𝑄2 𝑄𝑛
𝑉𝑟𝑒𝑠 = 𝐾 ( + + ⋯+ )
𝑟1 𝑟2 𝑟𝑛

(2019/QUESTÃO)
O gráfico abaixo mostra o potencial gerado por uma carga elétrica puntiforme, em função da
distância.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 51
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Calcule:
a) o potencial elétrico 𝑉.
b) a distância 𝑑.
Comentários
a) Vamos pegar dois pontos do gráfico de forma estratégica:

𝐾𝑄
𝑉(2) = = 80
{ 2
𝐾𝑄
𝑉(1) = =𝑉
1

Portanto:

𝐾𝑄
𝑉
= 1
80 𝐾𝑄
2

𝐾𝑄
𝑉
= 1
80 𝐾𝑄
2

𝑉 = 80 ⋅ 2 = 160 𝑉

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 52
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

b) novamente, podemos repetir a ideia e pegar dois pontos estratégicos:

𝐾𝑄
𝑉(2) = = 80
{ 2
𝐾𝑄
𝑉(𝑑) = = 20
𝑑

Logo:

𝐾𝑄
2 = 80
𝐾𝑄 20
𝑑

𝑑 = 4⋅2= 8𝑚

Gabarito: a) 𝑽 = 𝟏𝟔𝟎 𝑽 b) 𝒅 = 𝟖 𝒎.
(2019/QUESTÃO)
Determine a razão 𝑎/𝑏 para que o potencial resultante seja nulo no ponto 𝑃.

Comentários

𝑉𝑃 = 𝑉𝐴 + 𝑉𝐵

Como queremos 𝑉𝑃 = 0, então:

𝑄𝐴 (−𝑄𝐵 )
0=𝐾 +𝐾
𝑟𝐴 𝑟𝐵

(𝑄𝐵 ) 𝑄𝐴 (𝑄𝐵 ) 𝑄𝐴
𝐾 =𝐾 ⇒𝐾 =𝐾
𝑟𝐵 𝑟𝐴 𝑟𝐵 𝑟𝐴

(𝑄𝐵 ) 𝑄𝐴 𝑟𝐴 𝑄𝐴 𝑎 3
= ⇒ = ⇒ =
𝑟𝐵 𝑟𝐴 𝑟𝐵 𝑄𝐵 𝑏 4

Gabarito: 𝒂/𝒃 = 𝟑/𝟒.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 53
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

(2019/QUESTÃO)
Considere duas cargas elétricas puntiformes fixas em 𝐴 e 𝐵 sobre um segmento orientado 𝑥, como
na figura:

Determine as abscissas onde o potencial é nulo.


Comentários

Podemos escrever os potenciais para cada carga da seguinte forma:

𝑄𝐴 𝑄𝐵
𝑉𝐴 = 𝐾 𝑒 𝑉𝐵 = 𝐾
𝑟𝐴 𝑟𝐵

Desenvolvendo as expressões:

3𝜇𝐶 (−4𝜇𝐶)
𝑉𝐴 = 𝐾. 𝑒 𝑉𝐵 = 𝐾.
𝑟𝐴 𝑟𝐵

Repare que em módulo, o numerador de 𝑉𝐵 > 𝑉𝐴 , portanto, devem existir pontos próximos de 𝑄𝐴 ,
onde a distância 𝑟𝐴 é menor, para que 𝑉𝐴 + 𝑉𝐵 = 0. Vamos supor um ponto 𝑃1 a direita de A onde o
potencial é nulo, então:

Para que o potencial elétrico no ponto 𝑃1 seja nulo, temos:

3𝜇𝐶 (−4𝜇𝐶)
𝑉𝑃1 = 0 ⇒ 𝐾. +𝐾 =0
𝑥1 𝑑 − 𝑥1

3 4
=
𝑥1 𝑑 − 𝑥1

3𝑑 3
𝑥1 = = ∙7=3𝑚
7 7

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 54
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Agora, vamos procurar um ponto 𝑃2 à esquerda de 𝐴, no qual o potencial elétrico também seja
nulo:

Para que o potencial elétrico no ponto 𝑃1 seja nulo, devemos ter:

3𝜇𝐶 (−4𝜇𝐶)
𝑉𝑃2 = 0 ⇒ 𝐾. +𝐾 =0
|𝑥2 | 𝑑 + |𝑥2 |

3𝑑 + 3|𝑥2 | = 4|𝑥2 |

|𝑥2 | = 3𝑑 = 21 𝑚

Como a abscissa 𝑥2 está à esquerda da origem do segmento orientado, sabemos 𝑥2 < 0. Portanto:

𝑥2 = −21 𝑚

Gabarito: 𝒙𝟏 = 𝟑 𝒎 𝒆 𝒙𝟐 = −𝟐𝟏 𝒎.

5.5 - As propriedades do potencial elétrico


As linhas de força do campo elétrico orientam-se do maior para o menor potencial.

Figura 14.43: Linha de força de um campo elétrico qualquer.

Se desejarmos levar uma carga elétrica positiva 𝑞 > 0 de 1 para 2, sabemos que o trabalho
realizado pela força elétrica é positivo, pois a força elétrica tem a mesma direção do deslocamento:

𝑊1→2 = 𝑞. (𝑉1 − 𝑉2 )

Como 𝑊1→2 > 0 e 𝑞 > 0, então 𝑉1 − 𝑉2 > 0, logo:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 55
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑉1 > 𝑉2

Também é importante destacar que as linhas de força de um campo elétrico não podem sair e
retornar ao mesmo ponto, isto é, as linhas de campo gerado por uma carga elétrica em repouso não
podem ser linhas fechadas.

Se tomarmos um ponto 𝑃 e percorrermos no sentido da linha de força, de acordo com a


propriedade anterior, os potenciais seriam cada vez menor que os anteriores. Desse modo, quando
retornamos ao ponto 𝑃 (a linha de força é fechada), o potencial em 𝑃 seria menor que o inicial.
Claramente, chegamos a um absurdo.

(2020/INÉDITA/LUCAS COSTA)
A figura ilustra uma linha de força referente a um campo elétrico.

Considere o potencial elétrico do ponto 1 como 𝑽𝟏 e o potencial elétrico do ponto 3 como 𝑽𝟑 . Ao


levarmos uma carga elétrica positiva, de carga 𝒒, do ponto 1 para o ponto 3, teremos o trabalho
realizado pela força elétrica
a) Positivo e de módulo 𝒒 ⋅ (𝑽𝟏 − 𝑽𝟑 ) b) Negativo e de módulo 𝒒 ⋅ (𝑽𝟏 − 𝑽𝟑 )
c) Positivo e de módulo 𝒒 ⋅ (𝑽𝟑 − 𝑽𝟏 ) d) Negativo e de módulo 𝒒 ⋅ (𝑽𝟑 − 𝑽𝟏 )
e) Nulo.
Comentários

Se desejarmos levar uma carga elétrica positiva 𝑞 > 0 de 1 para 3, sabemos que o trabalho
realizado pela força elétrica é positivo, pois a força elétrica tem a mesma direção do deslocamento:

𝑊1→3 = 𝑞 ⋅ (𝑉1 − 𝑉3 )

Como 𝑊1→3 > 0 e 𝑞 > 0, então 𝑉1 − 𝑉3 > 0, logo:

𝑉1 > 𝑉3

Gabarito: “a”.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 56
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

5.6 - Superfícies equipotenciais


Chamamos de superfícies equipotenciais o lugar geométrico dos pontos que apresentam um
mesmo potencial elétrico. Exemplo: seja a carga puntiforme 𝑞 > 0, em repouso, criando um campo
elétrico, onde as linhas de força são representadas na figura abaixo:

Figura 14.44: Campo elétrico de uma carga positiva tem direção radial, "saindo" da carga.

Dado que o potencial de uma carga puntiforme é dado por:

𝑞
𝑉=𝐾⋅
𝑟

Quando ponto do espaço a uma distância 𝑟1 bem definida terá o mesmo potencial. Em outras
palavras, criamos uma superfície esférica de centro em 𝒒 e raio 𝒓𝟏 . Nessa superfície, teremos o mesmo
potencial em todos os pontos.

Figura 14.45: Superfície esférica equipotencial a uma distância 𝒓𝟏 .

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 57
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Quando variamos a distância 𝑟 em relação à carga 𝑞, estamos criando várias superfícies esféricas
equipotenciais. Dizemos que geramos uma família de superfícies equipotenciais.

Figura 14.46: Família de superfícies equipotenciais.

Em uma superfície equipotencial, o trabalho da força elétrica ao longo de um deslocamento é nulo.


Saiba também que as superfícies equipotenciais são ortogonais ao vetor campo elétrico, 𝐸⃗⃗ .

Figura 14.47: Superfície equipotencial ortogonal ao vetor ⃗𝑬⃗.

Existem exemplos de aplicações de superfícies equipotenciais perpendiculares as linhas de campo


que costumam ser cobrados em prova. O primeiro é o campo elétrico uniforme.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 58
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Nesse caso, sabemos que as linhas de força constituem um feixe de retas paralelas e, portanto, as
superfícies equipotenciais são planos perpendiculares as retas.

Figura 14.48: Linhas de campo perpendiculares às superfícies equipotenciais.

Para um campo gerado por carga puntiforme, sabemos que as linhas de força nesse caso são
radiais para fora (𝑞 > 0), portanto, as superfícies equipotenciais são superfícies esféricas centradas na
carga geradora do campo.

Figura 14.49: Superfícies equipotenciais geradas por uma carga puntiforme positiva.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 59
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

(UFCE)
Considere três partículas de mesma massa 𝑀, eletricamente carregadas e dispostas no plano 𝑋 −
𝑌, como mostra a figura.

Duas delas, ambas com carga positiva +𝑄, estão fixadas, uma na posição (−3,0) e a outra na
posição (3,0). A terceira, de carga negativa −𝑄 e originalmente na posição (0,4), quando
abandonada desloca-se ao longo do eixo 𝑌 devido à ação das partículas fixas, positivamente
carregadas. Sabendo que |+𝑄| = |−𝑄| = 5 × 10−6 𝐶, 𝑀 = 1,2 × 10−3 𝑘𝑔 e 𝐾0 = 9 × 109 𝑁𝑚2 /
𝐶 2 , determine o módulo da velocidade, em 𝑚/𝑠, com a qual a partícula de carga −𝑄 passa pela
origem (0,0). Despreze atritos e efeitos de forças gravitacionais.
Comentários

Devido ao fato de somente agir no corpo a força elétrica e sabendo que essa força e conservativa,
podemos utilizar o teorema da enérgica cinética.

𝑊𝐹𝑅𝑒𝑠 = Δ𝐸𝑐

Como a resultante é a força elétrica, temos que:

𝑊𝐹𝑒𝑙𝑒 = (−𝑄). (𝑉(0,4) − 𝑉(0,0) )

O potencial no ponto (0,4) é dado por:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 60
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑄 𝑄
𝑉(0,4) = 𝐾0 + 𝐾0
√(−3 − 0)2 + (0 − 4)2 √(3 − 0)2 + (0 − 4)2

9
5 ⋅ 10−6
𝑉(0,4) = 2.9 ⋅ 10 ⋅ = 18 ⋅ 103 𝑉
5

Já no ponto (0,0):

9
5 ⋅ 10−6
𝑉(0,0) = 2.9 ⋅ 10 ⋅ = 30 ⋅ 103 𝑉
3

Portanto, utilizando o teorema, lembrando que a carga é abandonada no ponto (0,4), temos:

1
(−5 ⋅ 10−6 ) ⋅ (18 ⋅ 103 − 30 ⋅ 103 ) = ⋅ 1,2 ⋅ 10−3 ⋅ 𝑣 2
2

𝑣 2 = 100 ⇒ 𝑣 = 10 𝑚/𝑠

Gabarito: 𝒗 = 𝟏𝟎 𝒎/𝒔.
(FUVEST)
Duas cargas −𝑞 distam 𝑎 do ponto 𝐴, como indicado na figura.

a) A que distância de A, sobre a reta 𝐴𝑥, devemos colocar uma carga +𝑞 para que o potencial
eletrostático em 𝐴 seja nulo?
b) É este o único ponto do plano da figura em que a carga +𝑞 pode ser colocada para anular o
potencial em 𝐴? Justifique a resposta.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 61
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

a) O potencial elétrico gerado pelas cargas −𝑞 em 𝐴 são dados por:

(−𝑞) (−𝑞)
𝑉1 = 𝐾 𝑒 𝑉2 = 𝐾
𝑎 𝑎
𝑞
𝑉1 + 𝑉2 = −2𝐾
𝑎
Assim, devemos colocar uma carga +𝑞 a uma distância 𝑑 igual a:

𝑉𝐴 = 0
𝑞 𝑞
𝐾 − 2𝐾 = 0
𝑑 𝑎
𝑎
𝑑=
2

b) Quando fomos encontrar a distância 𝑑 sobre a reta 𝐴𝑥 onde o potencial é nulo, nós não
restringimos apenas para pontos na reta 𝐴𝑥. Apenas colocamos a carga +𝑞 a uma distância 𝑑, pois dessa
forma garantimos que o potencial em 𝐴 será nulo. Dessa forma, basta que a carga +𝑞 esteja a uma
distância 𝑑 do ponto 𝐴 que o potencial em 𝐴 será nulo. Em outras palavras, qualquer ponto da
𝑎
circunferência, com centro em 𝐴 e raio 𝑑 = 2 , fará com que a carga +𝑞 anule o potencial elétrico em 𝐴.
Portanto, o ponto encontrado no item a) não é único. O lugar geométrico dos pontos onde podemos
𝑎
colocar a carga +𝑞 para zerar o potencial em 𝐴 é uma circunferência centrada em 𝐴 e raio 𝑑 = 2.

Gabarito: a) 𝒅 = 𝒂/𝟐 b) Não. Qualquer ponto que faça parte da circunferência centrada em A e
de raio 𝒅 = 𝒂/𝟐 fará com que a carga +𝒒 anule o potencial elétrico em 𝑨.

5.7 - Potencial de um condutor esférico


O campo elétrico de um condutor esférico para regiões externas, isto é, pontos fora da esfera, se
passa como se o campo fosse gerado por uma carga puntiforme colocada no centro da esfera. Dessa
forma, para pontos exteriores da esfera ocorrerá o mesmo para o potencial:

𝑞
𝑉𝑃 = 𝐾 ⋅
𝑟

Figura 14.50: Potencial elétrico de um condutor esférico em função da distância ao centro dela.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 62
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Pode-se demonstrar que para pontos na superfície do condutor, o potencial é dado por:

𝑞
𝑉𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 = 𝐾 ⋅
𝑅

Como vimos, o potencial é o mesmo em qualquer ponto da esfera, portanto:

𝑞
𝑉𝑒𝑠𝑓 = 𝑉𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒 = 𝐾 ⋅
𝑅

Assim, temos os seguintes gráficos para os potenciais das esferas condutoras em função da
distância:

Figura 14.51: Potencial elétrico de um condutor esférico carregado com carga elétrica positiva em função da distância.

Figura 14.52: Potencial elétrico de um condutor esférico carregado com carga elétrica negativa em função da distância.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 63
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Embora tenhamos tirados conclusões para um condutor carregado, isolado e em equilíbrio


eletrostático, podemos tomar como validas para cargas uniformemente distribuídas em uma superfície
esférica qualquer, ainda que a superfície externa seja de um material isolante.

Não podemos esquecer que o campo elétrico de condutor carregado e em equilíbrio eletrostático
é dado por:

Figura 14.53: Campo elétrico em função da distância de um condutor carregado e em equilíbrio eletrostático.

5.8 - O potencial da Terra


A Terra pode ser considerada um grande condutor esférico negativamente eletrizada com carga
próxima de -580 000 C. Quando ligamos à Terra um condutor carregado negativamente, notamos que
haverá fluxo de elétrons do condutor para a Terra, até o momento em que se anule a carga elétrica do
corpo. Como visto anteriormente, os elétrons procuram, espontaneamente, potenciais maiores.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 64
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Figura 14.54: Carga negativa ligada à Terra.

No momento em que o condutor se neutralizar, seu potencial será o mesmo que o da Terra. Em
contrapartida, quando ligamos à Terra um condutor carregado positivamente, notamos que haverá fluxo
de elétrons da Terra para o condutor, até o momento em que se anule a carga elétrica do corpo.
Novamente, os elétrons (cargas negativas) procuram, espontaneamente, potenciais maiores.

Figura 14.55: Carga positiva ligada à Terra.

Da mesma forma, quando o condutor se neutralizar, seu potencial será o mesmo que o da Terra.
Sendo assim, é muito importante para o homem usar ligações à Terra para descarregar os corpos.
Utilizamos esse artificio para descarregar corpos que foram atingidos por raios, por exemplo. Em vias de
regra, sempre que ligamos um corpo metálico à Terra, asseguramos que o seu potencial elétrico se anule.

(UNICAMP)
Duas esferas condutoras A e B distantes possuem o mesmo raio 𝑅 e estão carregadas com cargas
𝑄𝐴 = −𝑞 e 𝑄𝐵 = +2𝑞, respectivamente. Uma terceira esfera condutora C, de mesmo raio 𝑅 porém
descarregada, é trazida desde longe e é levada a tocar primeiramente a esfera A, depois a esfera B
e em seguida é levada novamente para longe.
a) qual é a diferença de potencial entre as esferas A e B antes de a esfera C tocá-las?
b) qual é a carga final da esfera C?
Comentários

a) antes do contato, os potenciais são:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 65
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑞𝐴 𝑞
𝑉𝐴 = 𝐾 ⋅ = −𝐾 ⋅
𝑟𝐴 𝑅

E para a esfera B:

𝑞𝐵 𝑞
𝑉𝐵 = 𝐾 ⋅ = +2 ⋅ 𝐾 ⋅
𝑟𝐵 𝑅

Portanto, a diferença de potencial 𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 é de:

𝑞 𝑞 𝑞
𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = −𝐾 ⋅ − 2 ⋅ 𝐾 ⋅ = −3 ⋅ 𝐾 ⋅
𝑅 𝑅 𝑅

b) A carga da esfera C quando entra em contato com a esfera A é:

𝑄𝐴 + 𝑄𝐶 −𝑞 + 0 𝑞
𝑄𝐶′ = 𝑅𝐶 ( ) = 𝑅( )=−
𝑅𝐴 + 𝑅𝐶 𝑅+𝑅 2

𝑞
E quando a Esfera C, carregada com carga − 2, é colocada em contato com B:

𝑞
𝑄𝐶′ + 𝑄𝐵 − 2 + 2𝑞 3
(𝑄𝐶 )𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑅𝐶 ( ) = 𝑅( )= 𝑞
𝑅𝐶 + 𝑅𝐵 𝑅+𝑅 4

𝒒 𝟑
Gabarito: a) 𝑽𝑨 − 𝑽𝑩 = −𝟑 ⋅ 𝑲 ⋅ 𝑹 e b) (𝑸𝑪 )𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝟒 𝒒

(PUC – SP)
O sistema de condutores perfeitos da figura consta de duas esferas de raios 𝑟1 = 𝑎 e 𝑟2 = 2𝑎,
interligados por um fio condutor de capacidade nula. Quando o sistema é eletrizado com carga
positiva 𝑄, após o equilíbrio eletrostático ser alcançado, o condutor de raio 𝑟1 apresenta densidade
superficial de carga 𝜎1 e o de raio 𝑟2 apresenta densidade superficial de carga 𝜎2 . Nessa situação, a
relação 𝜎1 /𝜎2 vale:

a) zero b) 0,5 c) 1,0 d) 1,5 e) 2,0

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 66
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Comentários

Os dois condutores possuem o mesmo potencial após o equilíbrio eletrostático:

𝑄1 𝑄2 𝑄1 𝑟1
𝑉1 = 𝑉2 ⇒ 𝐾 =𝐾 ⇒ =
𝑟1 𝑟2 𝑄2 𝑟2

As densidades superficiais de carga são dadas pela razão entre a carga e a área superficial:

𝑄1 𝑄2
𝜎1 = 2 𝑒 𝜎2 =
4𝜋𝑟1 4𝜋𝑟22

Portanto a razão entre as duas será de:

𝑄1
𝜎1 4𝜋𝑟12 𝑄1 ∙ 𝑟22
= =
𝜎2 𝑄2 𝑄2 ∙ 𝑟12
2
4𝜋𝑟2

𝑄 𝑟
Mas como 𝑄1 = 𝑟1, então:
2 2

𝜎1 𝑟1 ∙ 𝑟22
=
𝜎2 𝑟2 ∙ 𝑟12

Finalmente:

𝜎1 𝑟2
=
𝜎2 𝑟1

Com isso, vemos que se 𝑟2 > 𝑟1 , a esfera de raio menor possui maior densidade de cargas. Este
fato evidencia nosso resultado acerca do poder das pontas:

Se tomarmos um condutor não esférico, as cargas em excesso concentram-se mais nas regiões de menores
raios de curvatura.

Para o nosso caso, 𝑟1 = 𝑎 e 𝑟2 = 2𝑎, logo:

𝜎1 𝑟2 2𝑎 𝜎1
= = ⇒ =2
𝜎2 𝑟1 𝑎 𝜎2

Gabarito: “e”.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 67
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

6 - Resumo da aula em mapas mentais


Use o(s) mapa(as) mental(ais) como forma de fixar o conteúdo e para consulta durante a resolução
das questões. Não tente decorar as fórmulas específicas para cada situação, ao invés disso entenda como
deduzi-las.

Tente elaborar os seus mapas mentais, eles serão de muito mais fácil assimilação do que um
montado por outra pessoa. Além disso, leia um mapa mental a partir da parte superior direita, e siga em
sentido horário.

O mapa mental foi disponibilizado como um arquivo .pdf na sua área do aluno.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 68
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

7 - Lista de questões

7.1 Já caiu no ENEM


1. (2018/ENEM - PPL)

Em uma manhã ensolarada, uma jovem vai até um parque para acampar e ler. Ela monta sua barraca
próxima de seu carro, de uma árvore e de um quiosque de madeira. Durante sua leitura, a jovem não
percebe a aproximação de uma tempestade com muitos relâmpagos.

A melhor maneira de essa jovem se proteger dos relâmpagos é

a) entrar no carro.

b) entrar na barraca.

c) entrar no quiosque.

d) abrir um guarda-chuva.

e) ficar embaixo da árvore.

2. (2017/ENEM - Libras)

Um pente plástico é atritado com papel toalha seco. A seguir ele é aproximado de pedaços de papel
que estavam sobre a mesa. Observa-se que os pedaços de papel são atraídos e acabam grudados ao
pente, como mostra a figura.

Disponível em: http://ogo5to9margodometal.wordpress.cooi.

Acesso em: 10 ago. 2012.

Nessa situação, a movimentação dos pedaços de papel até o pente é explicada pelo fato de os
papeizinhos

a) serem influenciados pela força de atrito que ficou retida no pente.

b) serem influenciados pela força de resistência do ar em movimento.

c) experimentarem um campo elétrico capaz de exercer forças elétricas.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 69
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

d) experimentarem um campo magnético capaz de exercer forças magnéticas.

e) possuírem carga elétrica que permite serem atraídos ou repelidos pelo pente.

3. (2016/ENEM - PPL)

Durante a formação de uma tempestade, são observadas várias descargas elétricas, os raios, que
podem ocorrer: das nuvens para o solo (descarga descendente), do solo para as nuvens (descarga
ascendente) ou entre uma nuvem e outra. As descargas ascendentes e descendentes podem ocorrer
por causa do acúmulo de cargas elétricas positivas ou negativas, que induz uma polarização oposta no
solo.

Essas descargas elétricas ocorrem devido ao aumento da intensidade do(a)

a) campo magnético da Terra.

b) corrente elétrica gerada dentro das nuvens.

c) resistividade elétrica do ar entre as nuvens e o solo.

d) campo elétrico entre as nuvens e a superfície da Terra.

e) força eletromotriz induzida nas cargas acumuladas no solo.

4. (2014/ENEM - PPL)

Em museus de ciências, é comum encontrarem-se máquinas que eletrizam materiais e geram intensas
descargas elétricas. O gerador de Van de Graaff (Figura 1) é um exemplo, como atestam as faíscas
(Figura 2) que ele produz. O experimento fica mais interessante quando se aproxima do gerador em
funcionamento, com a mão, uma lâmpada fluorescente (Figura 3). Quando a descarga atinge a lâmpada,
mesmo desconectada da rede elétrica, ela brilha por breves instantes. Muitas pessoas pensam que é o
fato de a descarga atingir a lâmpada que a faz brilhar. Contudo, se a lâmpada for aproximada dos corpos
da situação (Figura 2), no momento em que a descarga ocorrer entre eles, a lâmpada também brilhará,
apesar de não receber nenhuma descarga elétrica.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 70
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

A grandeza física associada ao brilho instantâneo da lâmpada fluorescente, por estar próxima a uma
descarga elétrica, é o(a)

a) carga elétrica. b) campo elétrico. c) corrente elétrica.

d) capacitância elétrica. e) condutividade elétrica.

5. (2010/ENEM)

Duas irmãs que dividem o mesmo quarto de estudos combinaram de comprar duas caixas com tampas
para guardarem seus pertences dentro de suas caixas, evitando, assim, a bagunça sobre a mesa de
estudos. Uma delas comprou uma metálica, e a outra, uma caixa de madeira de área e espessura lateral
diferentes, para facilitar a identificação. Um dia as meninas foram estudar para a prova de Física e, ao
se acomodarem na mesa de estudos, guardaram seus celulares ligados dentro de suas caixas.

Ao longo desse dia, uma delas recebeu ligações telefônicas, enquanto os amigos da outra tentavam
ligar e recebiam a mensagem de que o celular estava fora da área de cobertura ou desligado.

Para explicar essa situação, um físico deveria afirmar que o material da caixa, cujo telefone celular não
recebeu as ligações é de

a) madeira e o telefone não funcionava porque a madeira não é um bom condutor de eletricidade.

b) metal e o telefone não funcionava devido à blindagem eletrostática que o metal proporcionava.

c) metal e o telefone não funcionava porque o metal refletia todo tipo de radiação que nele incidia.

d) metal e o telefone não funcionava porque a área lateral da caixa de metal era maior.

e) madeira e o telefone não funcionava porque a espessura desta caixa era maior que a espessura da
caixa de metal.

7.2 Já caiu nos principais vestibulares


1. (2019/IFSUL)

Considere duas partículas eletrizadas, 𝑷𝟏 e 𝑷𝟐 , ambas com cargas iguais e positivas, localizadas,
respectivamente, a 0,5 metros à esquerda e a 0,5 metros à direita da origem de um eixo X. Nesse eixo,
sabe-se que não há influência de outras cargas.

Se uma terceira carga de prova for colocada na origem do eixo X, ela

a) ficará em repouso. b) será acelerada para a direita.

c) será acelerada para a esquerda. d) entrará em movimento retilíneo uniforme.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 71
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

2. (UEL – PR)

Quatro esferas condutoras iguais têm, respectivamente, cargas elétricas 𝑸/𝟐, 𝑸, 𝟐𝑸 e 𝑿


(desconhecida). Pondo-se todas em contato e depois separando-as, cada uma ficou com uma carga igual
a 𝟕𝑸/𝟖. Supondo que as esferas tenham trocado cargas elétricas somente entre si, a carga elétrica 𝑿,
da quarta esfera, era igual a:

a) zero b) 𝑸/𝟐 c) 𝑸 d) 𝟑𝑸/𝟐 e) 𝟐𝑸

3. (2019/UFJF-PISM3)

A água é uma molécula polar, ou seja, embora tenha carga elétrica total nula, há uma separação entre
as cargas da mesma molécula devido à diferença de eletronegatividade entre o átomo de oxigênio e os
átomos de hidrogênio, conforme mostra a figura. Baseado nisso, um aluno resolveu realizar o seguinte
experimento: quando uma torneira de água estava gotejando, colocou um bastão de vidro,
previamente atritado em um pano de lã, próximo à trajetória das gotas. Assinale a alternativa
CORRETA:

a) As gotas de água são repelidas pelo bastão, devido às cargas positivas provenientes do atrito com o
pano.
b) As gotas de água são atraídas pelo bastão, quaisquer que sejam as cargas adquiridas no atrito com o
pano.

c) As gotas de água não serão nem atraídas nem repelidas pelo bastão, pois moléculas polares sofrem
apenas rotações, e não forças resultantes.

d) As gotas de água podem ser atraídas ou repelidas pelo bastão, dependendo de suas cargas ao
deixarem a torneira.

e) As gotas de água não serão nem atraídas nem repelidas pelo bastão, pois o atrito de vidro com lã não
gera cargas elétricas.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 72
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

4. (AFA)

Duas esferas condutoras idênticas muito pequenas, de mesma massa 𝒎 = 𝟎, 𝟒 𝒈, encontram-se no


vácuo, suspensas por meio de dois fios leves, isolantes, de comprimentos iguais a 𝑳 = 𝟏, 𝟎𝟎 𝒎, presos
a um mesmo ponto de suspensão 𝑶.

Estando as esferas separadas, eletriza-se uma delas com carga 𝑸, mantendo-se a outra neutra. Em
seguida, elas são colocadas em contato e, depois, abandonadas, verificando-se que na posição de
equilíbrio a distância entre elas é 𝒅 = 𝟏, 𝟐𝟎 𝒎. Considere 𝑸 > 𝟎.

Nessa situação, o valor de 𝑸 é?

Dados: 𝒈 = 𝟏𝟎𝒎/𝒔𝟐 e 𝑲 = 𝟗 × 𝟏𝟎𝟗 𝑵𝒎𝟐 /𝑪𝟐

5. (FEI-SP/MODIFICADA)

Duas esferas condutoras concêntricas A e B possuem raios 𝑹𝟏 = 𝟏𝟎 𝒄𝒎, 𝑹𝟐 = 𝟐𝟎 𝒄𝒎 e 𝑹𝟑 = 𝟐𝟓 𝒄𝒎 e


estão eletrizadas de forma que a diferença de potencial entre elas é 𝑽𝑨 – 𝑽𝑩 = 𝟗 𝒌𝑽 e a carga total da
esfera 𝑩 é de 𝟎, 𝟑 𝝁𝑪. Determine as cargas 𝑸𝟏 , 𝑸𝟐 e 𝑸𝟑 existentes nas superfícies dessas esferas.
Dado: 𝑲 = 𝟗 ⋅ 𝟏𝟎𝟗 𝑵𝒎𝟐 𝑪–𝟐 . OBS: o meio entre as esferas é o vácuo.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 73
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

6. (2005/MACKENZIE)

Uma partícula de massa igual a 2cg e carga de +𝟏𝝁𝑪 é lançada com velocidade de 𝟑𝟎𝟎 𝒎/𝒔, em direção
a uma carga fixa de +𝟑 𝝁𝑪. O lançamento é feito no vácuo de um ponto bastante afastado da carga
fixa. Desprezando ações gravitacionais, qual a mínima distância entre as cargas?

Adote: 𝑲𝟎 = 𝟗, 𝟎 × 𝟏𝟎𝟗 𝑵. 𝒎𝟐 /𝑪𝟐 .

7. (1975/UnB)

Qualquer que seja a situação física envolvendo campo elétrico e potencial elétrico, podemos afirmar
que:

a) quando o campo elétrico for nulo num ponto, o potencial necessariamente também o será;

b) quando o campo elétrico for diferente de zero num ponto, o potencial necessariamente também o
será;

c) quando o campo elétrico for constante numa região, o potencial necessariamente também o será;

d) quando o campo elétrico for nulo numa região, o potencial será necessariamente constante nessa
região.

8. (1975/UnB)

Na figura ao lado vemos uma pequena esfera metálica de carga 𝒒, presa à extremidade inferior de uma
haste de vidro e situada entre duas placas condutoras. A extremidade superior da haste está presa a
uma mola e todo o sistema pode oscilar verticalmente. A diferença de potencial entre as placas é 𝑽𝟏𝟐 .
A mola fica:

a) comprimida quando q < 0 e V1 2 < 0; b) comprimida quando q = 0 e V1 2 > 0;

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 74
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

c) distendida quando q > 0 e V1 2 < 0; d) nenhuma dessas.

9. (E. Naval)

𝑨, 𝑩 e 𝑪 são os vértices de um triângulo equilátero de 3 metros de lado e 𝑫 é o ponto médio do lado


𝑩𝑪. Em cada um dos vértices 𝑩 e 𝑪 há uma carga elétrica puntiforme, positiva, fixa, de 1,0 nanocoulomb
(𝟏 𝒏𝒂𝒏𝒐 = 𝟏𝟎−𝟗 ). Uma terceira carga, puntiforme, positiva, de 1,0 nanocoulomb é lançada, com
energia cinética de 10 nanojoules, do vértice 𝑨 em direção ao ponto 𝑫. Considerando que a constante
eletrostática do meio (vácuo) seja 𝟗 × 𝟏𝟎𝟗 uSI e que as únicas forças atuantes na carga móvel sejam as
decorrentes da interação elétrica com as duas cargas fixas mencionadas, a energia cinética da carga
móvel, em nanojoules, ao passar pelo ponto 𝑫 é:

a) 0 b) 4 c) 6 d) 8 e) 16

10. (1975/ITA)

Três cargas 𝒒𝟏 e 𝒒𝟐 (iguais e positivas) e 𝒒𝟑 , estão dispostas conforme a figura.

Calcule a relação entre 𝒒𝟑 e 𝒒𝟏 para que o campo elétrico na origem do sistema seja paralelo a 𝒚.
𝟓 𝟓√𝟐 𝟑 𝟒
𝐚) − 𝟒 𝐛) 𝐜) − 𝟒 𝐝)
𝟖 𝟑

e) nenhuma das respostas anteriores.

11. (1985/ITA)

Considere um campo eletrostático cujas linhas de força são curvilíneas. Uma pequena carga de prova,
cujo efeito sobre o campo é desprezível, é abandonada num ponto do mesmo, no qual a intensidade
do vetor campo elétrico é diferente de zero. Sobre o movimento ulterior dessa partícula podemos
afirmar que:

a) Não se moverá porque o campo é eletrostático.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 75
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

b) Percorrerá necessariamente uma linha de força.

c) Não percorrerá uma linha de força.

d) Percorrerá necessariamente uma linha reta.

e) Terá necessariamente um movimento oscilatório.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 76
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

8 - Gabarito das questões sem comentários

8.1 Já caiu no ENEM


1. “A”. 4. “B”.

2. “C”. 5. “B”.

3. “D”.

8.2 Já caiu nos principais vestibulares


1. “A”.

2. “A”.

3. “B”.

4. Q = 1,38 ΜC.

5. Q1 = +0,2ΜC, Q2 = -0,2ΜC E Q3 = +0,5ΜC

6. DMIN = 1 CM

7. “D”.

8. “D”.

9. “B”.

10. “C”.

11. “C”.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 77
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

9 - Questões resolvidas e comentadas

9.1 Já caiu no ENEM


1. (2018/ENEM - PPL)

Em uma manhã ensolarada, uma jovem vai até um parque para acampar e ler. Ela monta sua barraca
próxima de seu carro, de uma árvore e de um quiosque de madeira. Durante sua leitura, a jovem não
percebe a aproximação de uma tempestade com muitos relâmpagos.

A melhor maneira de essa jovem se proteger dos relâmpagos é

a) entrar no carro.

b) entrar na barraca.

c) entrar no quiosque.

d) abrir um guarda-chuva.

e) ficar embaixo da árvore.


Comentários

Em uma tempestade com muitos relâmpagos, o ideal é ir para um lugar coberto que tenha para-
raios por perto. Porém, na situação que a jovem se encontra, o ideal é entrar no carro, pois os pneus do
carro são de material isolante, ou seja, tem uma resistência muito alta para conduzir corrente elétrica,
fazendo com que o carro se torne um ambiente seguro contra os raios. Portanto, o gabarito é a letra “a”.

Contudo, vamos analisar as alternativas que a jovem tinha. Se ela entrasse em sua barraca, não
existiria nenhum material isolante que a protegeria de um raio. O quiosque de madeira, se fosse acertado
por um raio, pegaria fogo, não deixando a jovem em segurança. Se ela abrisse um guarda-chuva, ela
estaria se tornando um para-raios, podendo ser foco dos raios. A árvore pode funcionar como um para-
raios natural, também não sendo um lugar seguro para se proteger.

Gabarito: “a”.

2. (2017/ENEM - Libras)

Um pente plástico é atritado com papel toalha seco. A seguir ele é aproximado de pedaços de papel
que estavam sobre a mesa. Observa-se que os pedaços de papel são atraídos e acabam grudados ao
pente, como mostra a figura.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 78
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Disponível em: http://ogo5to9margodometal.wordpress.cooi.

Acesso em: 10 ago. 2012.

Nessa situação, a movimentação dos pedaços de papel até o pente é explicada pelo fato de os
papeizinhos

a) serem influenciados pela força de atrito que ficou retida no pente.


b) serem influenciados pela força de resistência do ar em movimento.

c) experimentarem um campo elétrico capaz de exercer forças elétricas.

d) experimentarem um campo magnético capaz de exercer forças magnéticas.

e) possuírem carga elétrica que permite serem atraídos ou repelidos pelo pente.
Comentários

a) Incorreta. A força de atrito é uma força de contato que se opõe ao movimento. Sendo assim,
não fica retido, pois tem que existir o contato no momento da força.

b) Incorreta. Nesse caso, os pedaços de papel sofrem ação da gravidade terrestre. Com isso, a força
peso é maior do que a resistência do ar.

c) Correta. O pente acumula cargas ao ser atritado, ficando eletrizado e gerando um pequeno
campo elétrico. Esse campo elétrico, ao chegar perto dos papéis exerce uma força elétrica.

d) Incorreta. Como no pente não existe nenhum ímã, não seria possível ter esse campo magnético
para exercer força magnética.

e) O papel e o pente estão em equilíbrio elétrico antes de serem atritados, possuindo carga
residual nula. Se o efeito atrativo decorresse somente das cargas elétricas, isso ocorreria sem que o pente
fosse atritado no papel toalha.

Gabarito: “c”.

3. (2016/ENEM - PPL)

Durante a formação de uma tempestade, são observadas várias descargas elétricas, os raios, que
podem ocorrer: das nuvens para o solo (descarga descendente), do solo para as nuvens (descarga
ascendente) ou entre uma nuvem e outra. As descargas ascendentes e descendentes podem ocorrer

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 79
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

por causa do acúmulo de cargas elétricas positivas ou negativas, que induz uma polarização oposta no
solo.

Essas descargas elétricas ocorrem devido ao aumento da intensidade do(a)

a) campo magnético da Terra.

b) corrente elétrica gerada dentro das nuvens.

c) resistividade elétrica do ar entre as nuvens e o solo.

d) campo elétrico entre as nuvens e a superfície da Terra.

e) força eletromotriz induzida nas cargas acumuladas no solo.


Comentários

a) Incorreta. O campo magnético da Terra é criado pelo magnetismo do núcleo terrestre. Sendo
assim, não muda com as condições meteorológicas.

b) Incorreta. Corrente elétrica é o deslocamento de cargas por um condutor pela existência de


uma diferença de potencial elétrico. Como uma nuvem está deve possuir um mesmo potencial elétrico, o
aumento dos raios não é decorrente ao aumento da corrente elétrica das nuvens.

c) Incorreta. A resistividade elétrica do ar pode se alterar em função da umidade relativa. Contudo,


um aumento da resistividade do ar dificultaria a passagem de corrente elétrica entra a nuvem e o solo
através da descarga elétrica.

d) Correta. Quando a diferença de potencial entre as nuvens e a superfície da terra aumenta de


intensidade, em função do acúmulo de cargas, o módulo do campo elétrico entre elas induzido também
aumenta. Se esse campo for capaz de superar a resistividade do ar, as cargas elétricas são descarregadas.

e) Incorreta. A força eletromotriz é a característica de um gerador manter uma diferença de


potencial constante sob um circuito. O solo possui potencial elétrico constante, como decorrência de
possuir um tremendo acúmulo de cargas.

Gabarito: “d”.

4. (2014/ENEM - PPL)

Em museus de ciências, é comum encontrarem-se máquinas que eletrizam materiais e geram intensas
descargas elétricas. O gerador de Van de Graaff (Figura 1) é um exemplo, como atestam as faíscas
(Figura 2) que ele produz. O experimento fica mais interessante quando se aproxima do gerador em
funcionamento, com a mão, uma lâmpada fluorescente (Figura 3). Quando a descarga atinge a lâmpada,
mesmo desconectada da rede elétrica, ela brilha por breves instantes. Muitas pessoas pensam que é o
fato de a descarga atingir a lâmpada que a faz brilhar. Contudo, se a lâmpada for aproximada dos corpos
da situação (Figura 2), no momento em que a descarga ocorrer entre eles, a lâmpada também brilhará,
apesar de não receber nenhuma descarga elétrica.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 80
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

A grandeza física associada ao brilho instantâneo da lâmpada fluorescente, por estar próxima a uma
descarga elétrica, é o(a)

a) carga elétrica. b) campo elétrico. c) corrente elétrica.

d) capacitância elétrica. e) condutividade elétrica.


Comentários

a) Incorreta. A carga elétrica está relacionada com a diferença da quantidade de elétrons e prótons
em um corpo, podendo a carga residual ser positiva, neutra ou negativa. O acúmulo de cargas negativas
em um corpo gera a diferença de potencial que pode induzir um campo elétrico. E esse campo será
responsável pelo brilho instantâneo da lâmpada fluorescente.

b) Correta. O campo elétrico é gerado por consequência do acúmulo de cargas elétricas. No caso,
uma descarga elétrica é provocada por um campo elétrico, o que faz mover os elétrons presentes no
interior da lâmpada, levando ao brilho instantâneo da lâmpada.

c) Incorreta. A corrente elétrica é o deslocamento ordenado de cargas por um condutor pela


existência de uma diferença de potencial elétrico. Como a lâmpada está desconectada, não há a existência
da diferença de potencial em seus polos, para que ocorra o deslocamento de cargas no seu interior
levando ao brilho instantâneo.

d) Incorreta. A capacitância elétrica é a medida da capacidade, que um corpo tem, de armazenar


energia elétrica em razão do acúmulo de cargas. Como a lâmpada não armazena energia, essa alternativa
está incorreta.

e) Incorreta. Condutividade elétrica é a medida da capacidade de um corpo conduzir eletricidade.


A condutividade elétrica da lâmpada é importante para o seu acendimento, mas não explica o porquê de
seu brilho instantâneo por estar próxima a uma descarga elétrica.

Gabarito: “b”.

5. (2010/ENEM)

Duas irmãs que dividem o mesmo quarto de estudos combinaram de comprar duas caixas com tampas
para guardarem seus pertences dentro de suas caixas, evitando, assim, a bagunça sobre a mesa de
estudos. Uma delas comprou uma metálica, e a outra, uma caixa de madeira de área e espessura lateral

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 81
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

diferentes, para facilitar a identificação. Um dia as meninas foram estudar para a prova de Física e, ao
se acomodarem na mesa de estudos, guardaram seus celulares ligados dentro de suas caixas.

Ao longo desse dia, uma delas recebeu ligações telefônicas, enquanto os amigos da outra tentavam
ligar e recebiam a mensagem de que o celular estava fora da área de cobertura ou desligado.

Para explicar essa situação, um físico deveria afirmar que o material da caixa, cujo telefone celular não
recebeu as ligações é de

a) madeira e o telefone não funcionava porque a madeira não é um bom condutor de eletricidade.

b) metal e o telefone não funcionava devido à blindagem eletrostática que o metal proporcionava.

c) metal e o telefone não funcionava porque o metal refletia todo tipo de radiação que nele incidia.

d) metal e o telefone não funcionava porque a área lateral da caixa de metal era maior.

e) madeira e o telefone não funcionava porque a espessura desta caixa era maior que a espessura da
caixa de metal.
Comentários

Para que a cobertura telefônica funcione, se faz necessário um campo elétrico. Para que um campo
elétrico não atue em uma região é necessário fazer uma blindagem eletrostática, que ocorre quando
elétrons se distribuem na superfície externa de um condutor, impedindo que um campo elétrico atue em
seu interior. Sabendo disso, analisaremos todos os itens:

a) Incorreta. A madeira não é um bom condutor de eletricidade. Isso impede que haja um rearranjo
dos elétrons em sua superfície, não ocorrendo a blindagem eletrostática.

b) Correta. Como o metal é um bom condutor, as cargas elétricas se redistribuem em sua


superfície, fazendo a blindagem eletrostática.

c) Incorreta. A cobertura telefônica não funciona por radiação.

d) Incorreta. A blindagem eletrostática nada tem a ver com a área superficial da caixa, e sim com
o rearranjo dos elétrons.

e) Incorreta. A madeira não é um bom condutor de eletricidade. Isso impede que haja um rearranjo
dos elétrons em sua superfície, não ocorrendo a blindagem eletrostática. Além disso, a espessura da caixa
não alteraria o seu efeito de blindagem.

Gabarito: “b”.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 82
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9.2 Já caiu nos principais vestibulares


1. (2019/IFSUL)

Considere duas partículas eletrizadas, 𝑷𝟏 e 𝑷𝟐 , ambas com cargas iguais e positivas, localizadas,
respectivamente, a 0,5 metros à esquerda e a 0,5 metros à direita da origem de um eixo X. Nesse eixo,
sabe-se que não há influência de outras cargas.

Se uma terceira carga de prova for colocada na origem do eixo X, ela

a) ficará em repouso. b) será acelerada para a direita.

c) será acelerada para a esquerda. d) entrará em movimento retilíneo uniforme.


Comentários

Se as distâncias entre as cargas e o ponto de origem são iguais, e as cargas das partículas tem
mesmo módulo e são positivas, então qualquer carga colocada na origem terá nela força resultante nula,
permanecendo em repouso.

Gabarito: “a”.

2. (UEL – PR)

Quatro esferas condutoras iguais têm, respectivamente, cargas elétricas 𝑸/𝟐, 𝑸, 𝟐𝑸 e 𝑿


(desconhecida). Pondo-se todas em contato e depois separando-as, cada uma ficou com uma carga igual
a 𝟕𝑸/𝟖. Supondo que as esferas tenham trocado cargas elétricas somente entre si, a carga elétrica 𝑿,
da quarta esfera, era igual a:

a) zero b) 𝑸/𝟐 c) 𝑸 d) 𝟑𝑸/𝟐 e) 𝟐𝑸


Comentários

Pelo Princípio da Conservação das Cargas nesse sistema eletrostaticamente isolado, temos:

∑ 𝑄𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = ∑ 𝑄𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠

𝑄 7𝑄
+ 𝑄 + 2𝑄 + 𝑋 = 4 ∙
2 8

4𝑄 8𝑄 16𝑄 7𝑄
+ + +𝑋 =4∙
8 8 8 8

28𝑄 28𝑄
𝑋=
8 8

𝑋=0

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 83
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Gabarito: “a”.

3. (2019/UFJF-PISM3)

A água é uma molécula polar, ou seja, embora tenha carga elétrica total nula, há uma separação entre
as cargas da mesma molécula devido à diferença de eletronegatividade entre o átomo de oxigênio e os
átomos de hidrogênio, conforme mostra a figura. Baseado nisso, um aluno resolveu realizar o seguinte
experimento: quando uma torneira de água estava gotejando, colocou um bastão de vidro,
previamente atritado em um pano de lã, próximo à trajetória das gotas. Assinale a alternativa
CORRETA:

a) As gotas de água são repelidas pelo bastão, devido às cargas positivas provenientes do atrito com o
pano.

b) As gotas de água são atraídas pelo bastão, quaisquer que sejam as cargas adquiridas no atrito com o
pano.

c) As gotas de água não serão nem atraídas nem repelidas pelo bastão, pois moléculas polares sofrem
apenas rotações, e não forças resultantes.

d) As gotas de água podem ser atraídas ou repelidas pelo bastão, dependendo de suas cargas ao
deixarem a torneira.

e) As gotas de água não serão nem atraídas nem repelidas pelo bastão, pois o atrito de vidro com lã não
gera cargas elétricas.
Comentários

a) Incorreta. As gotas de água são atraídas pelo bastão.

b) Correta. As gotas de água são atraídas pelo bastão independente de suas cargas por razão
parecida do pêndulo eletrostático. Quando o bastão eletrizado se aproxima, a água é atraída
eletrostaticamente. Isso acontece devido a indução eletrostática de seu dipolo. O bastão positivamente
carregado é aproximado da água. Por indução, os polos negativos das moléculas de água são atraídos para
a região mais próxima do bastão, tornando a região mais distante preferencialmente ocupada por partes

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 84
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

positivas das moléculas. Assim, na água aparecem duas forças: uma força de atração na região mais
próxima da água com o bastão e outra força de repulsão entre a região positiva do fluido e o bastão.

Sendo a força eletrostática inversamente proporcional à distância, a região mais próxima cria uma
força de módulo superior, de modo que a força de atração sempre é superior à força de repulsão.

c) Incorreta. A molécula se aproxima pois cria indução e forças de atração de módulo superior às
de repulsão.

d) Incorreta. As gotas serão atraídas, independentemente de suas cargas. É necessário que exista
o dipolo.

e) Incorreta. O atrito de vidro com lã gera eletrização por contato.

Gabarito: “b”.

4. (AFA)

Duas esferas condutoras idênticas muito pequenas, de mesma massa 𝒎 = 𝟎, 𝟒 𝒈, encontram-se no


vácuo, suspensas por meio de dois fios leves, isolantes, de comprimentos iguais a 𝑳 = 𝟏, 𝟎𝟎 𝒎, presos
a um mesmo ponto de suspensão 𝑶.

Estando as esferas separadas, eletriza-se uma delas com carga 𝑸, mantendo-se a outra neutra. Em
seguida, elas são colocadas em contato e, depois, abandonadas, verificando-se que na posição de
equilíbrio a distância entre elas é 𝒅 = 𝟏, 𝟐𝟎 𝒎. Considere 𝑸 > 𝟎.

Nessa situação, o valor de 𝑸 é?

Dados: 𝒈 = 𝟏𝟎𝒎/𝒔𝟐 e 𝑲 = 𝟗 × 𝟏𝟎𝟗 𝑵𝒎𝟐 /𝑪𝟐


Comentários

Para a determinação da carga 𝑄, podemos analisar a posição de equilíbrio do corpo A. Para isso,
vamos fazer o diagrama de forças de A:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 85
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Após o contato das esferas, cada esfera tem carga 𝑄/2. Pela geometria do problema, temos que:

𝐹𝑒𝑙𝑒
𝑡𝑔𝜃 =
𝑃
𝑄 𝑄
9 × 109 ( ) ( )
2 2
0,6 (1,2)2
=
0,8 4 × 10−4 ∙ 10

6 ∙ 4 × 10−4 ∙ 10 ∙ 1,22 2 × 10−2 ∙ 1,2 6


𝑄 =2∙√ =2∙ ∙ √ = 1,38 × 10−6 𝐶
8 ∙ 9 × 109 3 × 104 8

𝑄 = 1,38 𝜇𝐶

Gabarito: 𝑸 = 𝟏, 𝟑𝟖 𝝁𝑪.

5. (FEI-SP/MODIFICADA)

Duas esferas condutoras concêntricas A e B possuem raios 𝑹𝟏 = 𝟏𝟎 𝒄𝒎, 𝑹𝟐 = 𝟐𝟎 𝒄𝒎 e 𝑹𝟑 = 𝟐𝟓 𝒄𝒎 e


estão eletrizadas de forma que a diferença de potencial entre elas é 𝑽𝑨 – 𝑽𝑩 = 𝟗 𝒌𝑽 e a carga total da
esfera 𝑩 é de 𝟎, 𝟑 𝝁𝑪. Determine as cargas 𝑸𝟏 , 𝑸𝟐 e 𝑸𝟑 existentes nas superfícies dessas esferas.

Dado: 𝑲 = 𝟗 ⋅ 𝟏𝟎𝟗 𝑵𝒎𝟐 𝑪–𝟐 . OBS: o meio entre as esferas é o vácuo.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 86
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Comentários

Usaremos o fato de o potencial causado pela carga na superfície de um condutor ser constante no
seu interior e igual a:

𝑘𝑄
𝑉(𝑟) = , ∀𝑟 < 𝑅
𝑅
No exterior temos:

𝑘𝑄
𝑉(𝑟) = , ∀𝑟 ≥ 𝑅
𝑟
Por indução temos: 𝑄2 = −𝑄1 (𝑒𝑞. 1)

Pela carga total de 𝐵, temos:

𝑄3 + 𝑄2 = 3 ⋅ 106 𝐶

𝑄3 − 𝑄1 = 3 ⋅ 106 𝐶 (𝑒𝑞. 2)

Calculando a d.d.p. entre 𝐴 e 𝐵, obtemos:

𝑘𝑄3 𝑘𝑄2 𝑘𝑄1 𝑘𝑄3 𝑘𝑄2 𝑘𝑄1


𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = ( + + )−( + + )
𝑅3 𝑅2 𝑅1 𝑅3 𝑅2 𝑅2

𝑘𝑄3 𝑘𝑄1 𝑘𝑄1 𝑘𝑄3 𝑘𝑄1 𝑘𝑄1


𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = ( − + )−( − + )
𝑅3 𝑅2 𝑅1 𝑅3 𝑅2 𝑅2

1 1
𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = 𝑘𝑄1 ( − )
𝑅1 𝑅2

1 1
9 ⋅ 103 = 9 ⋅ 109 𝑄1 ( − )
0.1 0.2
𝑄1 = 0,2 𝜇𝐶

Substituindo o resultado acima em (1) e (2), obtemos:

𝑄2 = −0,2 𝜇𝐶

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 87
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

𝑄3 = 0,5 𝜇𝐶

Gabarito: 𝑸𝟏 = +𝟎, 𝟐𝝁𝑪, 𝑸𝟐 = −𝟎, 𝟐𝝁𝑪 e 𝑸𝟑 = +𝟎, 𝟓𝝁𝑪

6. (2005/MACKENZIE)

Uma partícula de massa igual a 2cg e carga de +𝟏𝝁𝑪 é lançada com velocidade de 𝟑𝟎𝟎 𝒎/𝒔, em direção
a uma carga fixa de +𝟑 𝝁𝑪. O lançamento é feito no vácuo de um ponto bastante afastado da carga
fixa. Desprezando ações gravitacionais, qual a mínima distância entre as cargas?

Adote: 𝑲𝟎 = 𝟗, 𝟎 × 𝟏𝟎𝟗 𝑵. 𝒎𝟐 /𝑪𝟐 .


Comentários

Inicialmente, vamos considerar que a energia potencial eletrostática é nula, já que a carga no
momento do lançamento está muito afastada. Como apenas a força elétrica é considerada no problema,
temos um sistema conservativo. Logo, a energia mecânica é conservada:

1 1 (𝐾𝑞1 𝑞2 )
(𝐸𝑀 )𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = (𝐸𝑀 )𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 ⇒ 𝑚𝑣02 = 𝑚𝑣 2 +
2 2 𝑑
Notamos que devido ao fato de as duas cargas serem positivas, a força elétrica está freando a
carga. Dessa forma, a distância será mínima quando a velocidade for nula, marcando a inversão do
movimento. Portanto:

1 (𝐾𝑞1 𝑞2 ) 2𝐾𝑞1 𝑞2
𝑚𝑣02 = ⇒ 𝑑𝑚𝑖𝑛 =
2 𝑑𝑚𝑖𝑛 𝑚𝑣02

Substituindo valores, temos que:

2.9 × 109 . 1 × 10−6 . 3 × 10−6


𝑑𝑚𝑖𝑛 =
1 × 10−5 . (300)2

𝑑𝑚𝑖𝑛 ≅ 1 𝑐𝑚

Gabarito: 𝒅𝒎𝒊𝒏 = 𝟏 𝒄𝒎

7. (1975/UnB)
Qualquer que seja a situação física envolvendo campo elétrico e potencial elétrico, podemos afirmar
que:

a) quando o campo elétrico for nulo num ponto, o potencial necessariamente também o será;

b) quando o campo elétrico for diferente de zero num ponto, o potencial necessariamente também o
será;

c) quando o campo elétrico for constante numa região, o potencial necessariamente também o será;

d) quando o campo elétrico for nulo numa região, o potencial será necessariamente constante nessa
região.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 88
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Comentários

a) Incorreta. Se o campo elétrico é nulo, quer dizer que o potencial é constante, basta lembrarmos
que o campo elétrico pode ser entendido como a variação do potencial elétrico ao longo do espaço. O
potencial é constante, mas não necessariamente nulo.

b) Incorreta. Basta pegarmos o exemplo do dipolo elétrico:

c) Incorreta. Basta lembrarmos do campo elétrico uniforme. O campo é invariante, mas os


potenciais são cada vez menores à medida que caminhamos no sentido das linhas de campo.

d) Correta. Essa alternativa corrige o texto escrito na alternativa a. Quando o campo é nulo, o
potencial é constante podendo ser nulo ou não.

Gabarito: “d”.

8. (1975/UnB)

Na figura ao lado vemos uma pequena esfera metálica de carga 𝒒, presa à extremidade inferior de uma
haste de vidro e situada entre duas placas condutoras. A extremidade superior da haste está presa a
uma mola e todo o sistema pode oscilar verticalmente. A diferença de potencial entre as placas é 𝑽𝟏𝟐 .
A mola fica:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 89
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a) comprimida quando q < 0 e V1 2 < 0; b) comprimida quando q = 0 e V1 2 > 0;

c) distendida quando q > 0 e V1 2 < 0; d) nenhuma dessas.


Comentários

a) Incorreta. Se 𝑉12 = 𝑉1 − 𝑉2 < 0, então 𝑉1 < 𝑉2 ou 𝑉2 > 𝑉1. Portanto, o campo elétrico está
orientado da placa 2 para a placa 1. Por isso, a força elétrica na carga 𝑞 < 0, estará orientada para baixo,
portanto, a mola está sendo alongada e não comprimida.

b) Incorreta. Se 𝑞 = 0, não existe força elétrica atuando na carga. Como é desconsiderado o efeito
da força peso, a mola não sofrerá ação de mais nenhuma força.

c) Incorreta. Semelhante ao item a, 𝑉2 > 𝑉1, campo orientado da placa 2 para a placa 1. Assim,
quando colocamos uma carga positiva entre as placas, a força elétrica está orientada para cima. Portanto,
a mola está sendo comprimida.

d) Correta. Nenhuma das anteriores estão corretas.

Gabarito: “d”.

9. (E. Naval)

𝑨, 𝑩 e 𝑪 são os vértices de um triângulo equilátero de 3 metros de lado e 𝑫 é o ponto médio do lado


𝑩𝑪. Em cada um dos vértices 𝑩 e 𝑪 há uma carga elétrica puntiforme, positiva, fixa, de 1,0 nanocoulomb
(𝟏 𝒏𝒂𝒏𝒐 = 𝟏𝟎−𝟗 ). Uma terceira carga, puntiforme, positiva, de 1,0 nanocoulomb é lançada, com
energia cinética de 10 nanojoules, do vértice 𝑨 em direção ao ponto 𝑫. Considerando que a constante
eletrostática do meio (vácuo) seja 𝟗 × 𝟏𝟎𝟗 uSI e que as únicas forças atuantes na carga móvel sejam as
decorrentes da interação elétrica com as duas cargas fixas mencionadas, a energia cinética da carga
móvel, em nanojoules, ao passar pelo ponto 𝑫 é:

a) 0 b) 4 c) 6 d) 8 e) 16
Comentários

Vamos construir uma figura que representa a disposição física das cargas:

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 90
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Novamente, devido ao fato de as forças atuantes serem apenas da interação elétrica, podemos
utilizar o teorema da energia cinética:

𝜏𝐹𝑟𝑒𝑠 = Δ𝐸𝑐

𝜏𝐹𝑒𝑙𝑒 = (𝐸𝑐 )𝐷 − (𝐸𝑐 )𝐴

𝑞. (𝑉𝐴 − 𝑉𝐷 ) = (𝐸𝑐 )𝐷 − (𝐸𝑐 )𝐴

Calculamos os potenciais em 𝐴 e em 𝐷 pela expressão:

𝑞𝐵 𝑞𝐶 9 × 109 . 2 × 10−9
𝑉𝐴 = 𝐾0 + 𝐾0 = = 6𝑉
𝑑 𝑑 3
𝑞𝐵 𝑞𝐶 𝑞𝐵 𝑞𝐶
𝑉𝐷 = 𝐾0 + 𝐾0 = 2 (𝐾0 + 𝐾0 ) = 2𝑉𝐴 = 12 𝑉
𝑑 𝑑 𝑑 𝑑
2 2
Logo, a energia cinética no ponto 𝐷, em nanojoules (𝑛𝐽), é de:

(𝐸𝑐 )𝐷 = 𝑞. (𝑉𝐴 − 𝑉𝐷 ) + (𝐸𝑐 )𝐴

(𝐸𝑐 )𝐷 = 1 × 10−9 (6 − 12) + 10 × 10−9 = 4 × 10−9 = 4 𝑛𝐽

Gabarito: “b”.

10. (1975/ITA)

Três cargas 𝒒𝟏 e 𝒒𝟐 (iguais e positivas) e 𝒒𝟑 , estão dispostas conforme a figura.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 91
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

Calcule a relação entre 𝒒𝟑 e 𝒒𝟏 para que o campo elétrico na origem do sistema seja paralelo a 𝒚.
𝟓 𝟓√𝟐 𝟑 𝟒
𝐚) − 𝟒 𝐛) 𝐜) − 𝟒 𝐝)
𝟖 𝟑

e) nenhuma das respostas anteriores.


Comentários

Seja 𝐸 o campo que 𝑞1 exerce na origem. Como 𝑞2 tem o mesmo módulo e o dobro da distância
𝐸
de 𝑞1 à origem, seu campo será . Seja 𝜃 o ângulo que o vetor posição de 𝑞1 faz com o eixo x. Para que
4
não haja resultante na horizontal, devemos ter:

𝐸 𝑘|𝑞3 | 5 𝑘𝑞1 3
𝐸3 = (𝐸 + ) cos 𝜃 ⇒ 2 =
4 5 4 52 5
3
|𝑞3 | = 𝑞1
4
Como a força deve ser de atração, temos:

3
𝑞3 = − 𝑞1
4
Gabarito: “c”.

11. (1985/ITA)

Considere um campo eletrostático cujas linhas de força são curvilíneas. Uma pequena carga de prova,
cujo efeito sobre o campo é desprezível, é abandonada num ponto do mesmo, no qual a intensidade
do vetor campo elétrico é diferente de zero. Sobre o movimento ulterior dessa partícula podemos
afirmar que:

a) Não se moverá porque o campo é eletrostático.

b) Percorrerá necessariamente uma linha de força.

c) Não percorrerá uma linha de força.

d) Percorrerá necessariamente uma linha reta.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 92
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

e) Terá necessariamente um movimento oscilatório.


Comentários

Uma linha de força gera força na partícula apenas na sua direção. Para que a partícula descreva a
trajetória curvilínea de qualquer linha de força, precisaria sentir uma resultante centrípeta perpendicular
a essa trajetória, o que é impossível.

Gabarito: “c”.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 93
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – PROF. LUCAS COSTA

10 - Considerações finais
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo”

Parabéns por mais uma aula concluída. Ela significa menos um degrau até a sua aprovação. É
importante frisar que um dos principais diferencias do Estratégia é o famoso fórum de dúvidas.

O fórum é um ambiente no qual, prevalecendo o respeito, ocorre a troca de informações e o


esclarecimento das dúvidas dos alunos. Para acessar o fórum de dúvidas faça login na área do aluno, no
site do Estratégia Vestibulares. Pelo link https://www.estrategiavestibulares.com.br/ e busque pela opção
“Fórum de Dúvidas”.

11 - Referências Bibliográficas
[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica volume 5. 2. Ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p.

[2] Newton, Gualter, Helou. Tópicos de Física volume 3. 11ª ed. Saraiva, 1993. 303p.

[3] Toledo, Nicolau, Ramalho. Os Fundamentos da Física, volume 3. 9ª ed. Moderna. 490p.

[4] Resnick, Halliday, Jearl Walker. Fundamentos de Física volume 3. 10ª ed. LTC. 365p.

12 - Versão de Aula

Versão Data Modificações

1.0 04/04/2022 Primeira versão do texto.

AULA 14 – ELETROSTÁTICA 94

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