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ENEM
Exasiu EXTENSIVO
Exasiu
Aula 00 - Conceitos básicos
O que é arte?; Como interpretar uma obra de arte; Definições
importantes; Arte e sociedade (política, mercado e crítica);
Função social da arte.
Sumário
APRESENTAÇÃO 3
Quem sou eu 3
2- O QUE É ARTE? 4
3 – DEFINIÇÕES IMPORTANTES 7
Elementos formais 8
Conceitos 12
Técnicas 18
Gêneros 23
4 - ARTE E SOCIEDADE 27
Arte e mercado 34
5- ARTE E REALIDADE 39
Indústria cultural 43
6 - EXERCÍCIOS 45
6.3 – Gabarito 91
Apresentação
Olá!
Seja muito bem-vindo a nosso curso de Artes! Espero que possamos juntos trabalhar pela
sua aprovação!
Sabemos que Artes é um tema um pouco mais complicado, principalmente porque não
é um assunto que vemos com profundidade na escola. Porém, muitos vestibulares irão cobrar
conhecimentos, não só de movimentos artísticos, como de análise da imagem. Estamos aqui
para ajudar, tanto em artes plásticas quanto artes da cena, cinema, arte contemporânea e
demais expressões artísticas.
Antes de começar nossa primeira aula, é importante que você tenha algumas
informações:
Vamos lá?
Quem sou eu
Meu nome é Celina Gil e fui a responsável por esse material que você está vendo.
Ingressei na USP em 2009, no curso de Letras, onde me formei em Português e Latim. Hoje em
dia, faço doutorado em História do Teatro também pela USP. Ou seja, pode contar comigo tanto
para gramática e redação quanto para literatura.
Também sou formada em Cinema, pela FAAP. Por isso, muitas vezes ao longo dos meus
materiais você pode encontrar dicas de filmes, games e séries ajudar deixar o estudo mais
divertido.
Já dei aula para crianças, mas me especializei em trabalhar com jovens e adolescentes,
principalmente em cursos preparatórios para provas e vestibulares.
Montei esse curso de modo que você possa ter contato com a teoria e sua aplicação
prática. A maioria dos exercícios que você encontra aqui veio das provas do vestibular a que
esse curso se dedica e de outros grandes vestibulares semelhantes.
Espero que ajude você a passar por esse momento tão importante.
Vamos lá?
O método mais simples que encontramos até hoje para ensinar como interpretar imagens
consiste em:
1- Identificar:
2 - Analisar: 3 - Contextualizar:
- Qual é o tipo de
- O que compõe essa - Qual foi o momento
imagem que estamos
imagem? histórico da procução
vendo? (publicidade,
- Há textos que dessa imagem?
quadro, charge etc.?)
complementam a - Com que objetivo essa
- Quais as técnicas
imagem? imagem foi criada e
empregadas nessa
- Observar quais são os onde ela foi veiculada ou
imagem?(fotografia,
elementos mais exposta?
pintura, escultura etc?)
destacados e se há - Buscar informações nas
- Observar cores, traços,
detalhes menos óbvios. legendas!
formas etc.
A partir dessa metodologia, o trabalho de interpretar uma imagem fica muito mais
simples. Mas não se esqueça que numa prova de vestibular, o enunciado da questão é tão
importante quanto! Você sempre deve ler a imagem à luz do que a questão está perguntando!
Vamos começar a pensar agora sobre alguns conceitos acerca do que é arte!
2- O que é arte?
Um dos principais questionamentos quando o assunto é arte parece ser como defini-la.
Vamos buscar algumas definições para adentrarmos nesse tema.
“O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos "obras de arte" não
é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos feitos por seres humanos para seres
humanos. (...) Lembremos que cada uma de suas características é o resultado de uma
decisão pessoal do artista; que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las
repetidas vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao longo
das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser exibida como Arte. Foram
feitas para uma ocasião definida e um propósito determinado, que estavam na mente do
artista quando meteu mãos à obra.” (Ernest Gombrich)
Antes de mais nada, portanto, a arte é uma atividade humana, ou seja, seres humanos
são capazes de produzir arte. São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou ressignifica-
se alguma matéria de modo a despertar a percepção do outro e provocar algo nele.
As definições antigas do que é arte não servem para definir a arte no século XXI. No
contemporâneo, já vimos diversas expressões artísticas que não se enquadram nos limites
tradicionais.
Quando vemos um vaso num museu, que foi feito para ser uma urna funerária e não um
objeto artístico, ele deixa de ser arte por não ter sido criado com essa intenção?
A resposta para todas essas perguntas é não. A arte não pode mais ser definida a partir
do que pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em dia? A partir de alguns
parâmetros não sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser:
• A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento;
• Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da
ressignificação de um objeto;
• Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles
pensavam e sentiam sobre seu tempo;
• Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana,
como outros objetos de design. A arte tem função de transcender o material, não de
servir ao mundo da praticidade e do utilitarismo;
• Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias
em um objeto para a apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro
também;
• Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além de um fenômeno cultural, uma vez que
regras sobre a arte não são perenes, mas sim mutáveis no tempo e contexto.
Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e
Artistas”, no livro A História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte
e o que é preciso para se deixar tocar por uma obra de arte.
Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para
que você chegue com a mente aberta:
“Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem
somente artistas.”
“Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na
realidade. Isso é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na
natureza e somos gratos aos artistas que a preservaram em suas obras.”
“De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside
realmente na beleza de seu tema.”
“Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos,
deixando algo para ser adivinhado, também há os que gostam de pinturas ou
esculturas que deixem alguma coisa sobre que se possa conjeturar e meditar.”
“Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos
falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para
mudar a aparência daquilo que viu. (...) A outra é que nunca deveríamos condenar
uma obra por estar incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda
convicção de estarmos certos e o pintor errado.”
“Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa
relutância em descartar hábitos e preconceitos.”
3 – Definições importantes
Para que você não encontre dificuldades ao longo do material, separamos algumas
definições importantes quando o assunto é arte. Utilize esse material como um glossário sempre
que for preciso. Muitas questões do seu vestibular podem ser resolvidas a partir dessas
definições.
Elementos formais
Cor
É uma percepção visual a partir da luz. A cor de um objeto é definida a partir da frequência
de onda que ele reflete, ou seja, os comprimentos de onda que ele não consegue absorver.
As cores podem ser primárias – amarelo, azul e
vermelho; secundárias – verde (união de azul e
amarelo), laranja (união de amarelo e vermelho) e roxo
ou violeta (união de vermelho e azul); ou terciárias –
vermelho-arroxeado (união de vermelho e roxo) e
vermelho-alaranjado (união de vermelho e laranja);
amarelo-esverdeado (união de amarelo e verde) e
amarelo-alaranjado (união de amarelo e laranja); azul-
arroxeado (união de azul e roxo) e azul-esverdeado
(união de azul e verde).
Forma
O modo como identificamos os elementos. Uma forma pode ser figurativa, quando representa
um elemento de maneira definida; abstrata, quando se constitui de formas indefinidas, como
manchas; geométricas, quando é formada a partir de um conjunto de pontos com
determinada propriedade (ex.: um conjunto de pontos equidistantes de uma origem, forma
um círculo), plana ou espacial.
Linha
Um dos elementos essenciais nas artes. A linha é obtida a partir de uma
série de pontos, um depois do outro. É obtida quando se arrasta o
instrumento sobe a superfície, deixando um rastro. Dependendo do modo
como é organizada na superfície, pode denotar diferentes
expressividades, como fluidez, dinamismo, direção, movimento, tensão,
ilusões de ótica, texturas etc.
Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal, inclinada, convergente, divergente,
paralela, perpendicular, entre outros. Cada um desses usos gera uma expressividade
diferente.
Luz
A luz, aliada à sombra, é o que faz com que vejamos um objeto no espaço – seja ele
tridimensional ou bidimensional. Ela pode ser natural ou artificial, trazendo diferentes
expressividades cada uma delas.
A luz projetada também cria sombra própria e sombra projetada. Em diversas escolas de arte,
a luz será essencial para a criação de verossimilhança ou imitação do real. É um dos primeiros
elementos a serem explorados e aprimorados quando se desenha utilizando técnicas como
lápis e grafite.
Matiz
Característica que define e distingue uma cor de outra. Verde e amarelo, por exemplo, são
matizes. O brilho das cores é dado pela intensidade do matiz, que pode ser forte (saturada)
ou fraca (dessaturada).
Ponto
Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma superfície. É a menor unidade possível em um
desenho ou traçado sobre superfície. É um dos elementos essenciais nas artes.
Pode servir para delinear uma imagem, formando o pontilhado ( ); para sombrear
uma imagem e gerar volume (a partir do agrupamento de muitos pontos, gerando claro e
escuro); ou mesmo criar desenhos completos a partir da alteração de cor e concentração. Essa
última ideia será a base para o Pontilhismo ou para as imagens a partir de pixels, na criação
de retícula tipográfica.
Superfície
Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar uma
obra de arte.
Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc.
Textura
A textura é o aspecto de uma superfície. Ela pode ser lisa, ondulada,
áspera, rugosa etc.
Pode não ter necessariamente um volume, ou seja, pode não ser
táctil, mas sim provocar uma sensação visual, quando realizadas a
partir da intervenção de instrumentos manipulados sobre superfícies:
diversos riscos, de diferentes cores, sobre um papel, por exemplo.
Tom
Refere-se à quantidade de luz presente em uma cor. Escalas tonais mais escuras são aquelas
em que houve acréscimo de preto ao matiz. Escalas tonais mais claras são aquelas em que
houve acréscimo de branco ao matiz.
Volume
É aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte,
seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou
criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de
tridimensionalidade numa produção bidimensional.
Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto
ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos.
b)
c)
d)
e)
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois essa obra não busca dar ilusão de tridimensionalidade.
As figuras são chapadas. A profundidade vem principalmente dos tamanhos das pessoas,
não da luz e sombra.
A alternativa B está correta, pois aqui as sombras projetadas contra a parede e o modo
como a luz da vela incide sobre os rostos das personagens é responsável pelo volume das
formas.
A alternativa C está incorreta, pois aqui a única sombra que vemos é a do cavalo no chão.
Não se pode dizer que o contraste entre luz e sombra seja responsável pelo volume.
A alternativa D está incorreta, pois aqui não há tentativa de variação de luz no quadro. A
variação se dá por um leve sombreado, sem uso de luz e sombra.
A alternativa E está incorreta, pois esse quadro não se preocupa com a construção de
volume pela luz e sombra, mas pela variação de tamanhos.
Gabarito: B
Conceitos
Abstrato
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam
no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem
necessariamente à realidade. Pode aparecer em composições com formas geométricas,
respingos de tinta etc., em maior ou menos grau. Foca muitas vezes no mundo interior e na
subjetividade dos artistas.
Bidimensional
Característica daquilo que possui apenas duas dimensões: altura e largura. Técnicas como o
desenho, a pintura e a gravura utilizam de suportes bidimensionais.
O desafio que muitas vezes se colocou foi como criar ilusão de tridimensionalidade num
suporte bidimensional. Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas como as de luz e sombra
para criar essa ilusão. Perspectiva, distorção e simetria são outras estratégias para criar a ilusão
de tridimensionalidade.
Outras escolas não se preocuparão com isso, assumindo a visualidade bidimensional sem se
preocupar com artifícios para criar volume em superfícies planas.
Contraste e semelhança
Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa distinção pode ocorrer a partir de muitos
elementos. Contrastes de cor, por exemplo, entre cores frias e quentes, podem trazer uma
série de significados.
La Berceuse (Woman Rocking a Cradle; Augustine-Alix Pellicot Roulin, 1851–1930) 1889, Vincent van Gogh,
Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Distorção (deformação)
Estilização
Ocorre quando se retira de uma forma o máximo de elementos possíveis, deixando o mínimo
de informação possível para que ela possa ser compreendida.
Um bom exemplo são os ícones das placas, como os das portas dos banheiros. São
convenções compreendidas por todos.
Equilíbrio
Modo como se organizam as formas em uma obra de acordo com suas dimensões. Colocar
muitas formas em um canto de uma tela, por exemplo, seria um sinal de desequilíbrio na
Figura e fundo
Por muito tempo, a arte representou as figuras de modo plano. A partir do século XVII
principalmente começam a surgir composições que criam efeitos de profundidade nas telas,
ou seja, que diferenciam o objeto do espaço atrás dele.
Figurativo
Qualidade das obras pautadas na representação de objetos, espaços e seres em suas formas
reconhecíveis, ou seja, em consonância com aquilo que vemos no mundo real.
Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo parte de seu espaço com o surgimento
da arte abstrata no século XX.
Harmonia
Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony van
Dyck, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Movimento
Uma obra é dotada de movimento quando ela é capaz de fazer o olhar do observador passar
de um ponto a outro sobre a superfície, ou seja, quando não ficamos olhando apenas para um
ponto da obra. Esse movimento não é aleatório. Depende da composição do artista, que
direciona a atenção do observador para onde deseja.
Perspectiva
Elementos mais próximos do olhar do observador devem parecer maiores do que aqueles que
se encontram distantes do observador. Se aproxima dos conhecimentos científico-
matemáticos, principalmente a partir do renascimento. Outras áreas, como a geometria e
ótica, também influenciam na construção da perspectiva.
Proporção
Ressignificação
Quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico.
Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas
obras de arte partem desse procedimento.
Ritmo
Simetria
Tridimensional
Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century), Fang
peoples, Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Unidade
Um fenômeno que ocorre quando todos os elementos de uma obra trabalham juntos e fazem
sentido no todo.
b)
c)
d)
e)
Comentários:
Apesar de todas as obras apresentadas apresentarem algum grau de abstração, seja pela
escolha de cores, seja pela menor nitidez de formas e contornos, a alternativa E é a que
apresenta desenho com maior abstração, sendo praticamente impossível encontrar
grandes referenciais na realidade. Exceto por algumas imagens, poucos elementos são
identificáveis. A obra é mais fortemente fundada nas imagens abstratas.
Gabarito: E
Técnicas
Arquitetura
Colagem
Desenho
Escultura
Fotografia
Gravura
História em Quadrinhos
Instalação
Modelagem
Mosaico
Ourivesaria e Prataria
Performance
Pintura
Vitral
Trabalho com vidro, considerado por muito tempo uma arte aplicada.
Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe, 1977, [detalhe]. Foto: Brendon Campos
(Disponível em <https://www.inhotim.org.br/item-do-acervo/invencao-da-cor-penetravel-magic-square-5-de-luxe/>
Aceso em 08jul. 2021)
Gêneros
Cenas do cotidiano
Se refere a obras que fazem referência ou tratam
situações da vida cotidiana. Ao longo do tempo, quão
mais afastada da religiosidade a arte se tornava – ou seja,
conforme se secularizava – mais crescia o interesse em
retratar cenas do dia a dia. Além de espaços públicos e
domésticos, o mundo do trabalho será um objeto de
interesse da arte. Festas comunitárias, no campo e na
cidade, também serão retratadas aqui. Costumam ser
imagens com grande riqueza de detalhes e que
apresentam personagens “anônimos”.
Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Cenas históricas
Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral.
Alguns teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa
tambpem seriam históricas, mas estritamente falando, são obras
que registram eventos políticos e históricos, como guerras,
batalhas, feitos notáveis e personagens notáveis. Costumam ser
obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas
sob encomenda. São empregadas também em momentos em
que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um
povo.
The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan
Museum of Art, Nova York.
Cenas mitológicas
Representações de personagens ou cenas mitológicas
greco-romanas. As cenas mitológicas fazem parte de uma
longa tradição na história da arte. Grosso modo, chama-se
mitologia grega todo um conjunto de narrativas sobre
deuses e heróis. São mitos fundadores do pensamento
religioso – e até mesmo filosófico – grego, sendo base para
muito da cultura ocidental.
Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Cenas religiosas
Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam
assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte
que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos
séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Assim, as
representações de cenas da mitologia cristã se tornaram muito
frequentes. Entre alguns tópicos frequentes estão passagens do
Velho Testamento, a Virgem Maria com menino Jesus, a Santa Ceia
e a Crucifixão de Cristo.
The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Natureza morta
Representações de objetos inanimados. Ainda que
tenham sido frequentes na pintura ao longo do tempo,
é só no século XVI que deixam a posição de cenário ou
detalhe para se tornarem temas centrais de quadros.
Costumam ser representados alimentos, flores, livros,
instrumentos musicais etc. A ideia é que se possa
representar as coisas tal como são vistas por nossos
olhos.
Paisagem
Obras, principalmente pinturas, que retratam
espaços naturais ou ao ar livre. Pressupõe
uma maior presença da natureza do que de
construções humanas. Se populariza
sobremaneira a partir do século XVIII e terá
seu apogeu no século XIX, também por
conta de inovações tecnológicas: a invenção
da bisnaga de tinta, que permitia a pintura ao
ar livre, fazendo com que artistas pudessem
ir para a natureza pintar, não ficando restritos
aos estúdios.
Mewport Rock (1872), John Frederick Kensett, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
Retrato
Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos,
elaboradas na maior parte das vezes a partir de modelos vivos.
Mais recentemente, utilizaram-se também fotografias como base
para a criação de retratos. Era muito ligado à ideia de mimesis,
imitação: era importante ser capaz de reproduzir perfeitamente o
modelo num momento em que não existiam fotografias – o que
tornou o gênero popular nas academias e escolas de artes.
Apesar de já serem existentes no século XIV, é com a ascensão
da burguesia no século XV que o gênero se populariza. Os
autorretratos, pinturas de si próprios feitas pelos artistas, também
serão muito populares.
Portrait of a Man (1650), Velázquez, Metropolitan Museum of Art, Nova York.
b)
c)
d)
e)
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que o nome remeta à mitologia cristã, não se
pode dizer que a cena representada seja religiosa ou que represente passagens da
religiosidade cristã.
A alternativa B está incorreta, pois essa pintura mostra o interior de uma igreja, mas não
uma cena religiosa.
A alternativa C está correta, pois nessa cena vemos uma passagem da mitologia cristã
representada: o momento em que a Virgem Maria sabe que irá ascender aos céus.
A alternativa D está incorreta, pois não se observa elementos que remetam à religiosidade
da época na tela.
A alternativa E está incorreta, pois essa cena é da mitologia grega, ou seja, não se enquadra
como religiosa, mas como mitológica.
Gabarito: C
4 - Arte e Sociedade
A relação entre arte e política deve ser observada sempre a partir de algumas ideias que
temos sobre arte. Qual o papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa relação? Mais
à frente discutiremos o papel social da arte, mas por ora, vamos pensar juntos sobre alguns
modos de fazer arte.
Algumas obras que tratamos como clássicas sofreram oposição em sua época. A Capela
Sistina de Michelangelo, por exemplo, foi considerada imoral por muitos por apresentar pessoas
peladas na parede que representava o Juízo Final. Um pupilo de Michelangelo chegou a pintar
panos sobre as personagens do afresco para cobrir seus órgãos genitais. No século XIX, Gustave
Courbet teve sua obra “A origem do mundo”, que representava um órgão sexual feminino
proibida de ser exposta e só foi parar nas paredes dos museus em 1995. Hoje em dia, obras de
conteúdo “potencialmente ofensivas” são retiradas das redes sociais o tempo todo.
Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram
contrárias a governos autoritários ao redor do mundo. Principalmente regimes totalitários na
América Latina, África e Oriente Médio foram alvo de oposição dos artistas – muitos dos quais
acabaram exilados ou perseguidos por suas produções. No Brasil, a censura às obras incidiu
principalmente sobre a música, fazendo com que alguns artistas populares até hoje – como
Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem obrigados a deixar o país. A arte
produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente referida como arte engajada,
quando se propõe a produzir conteúdos subversivos ou até mesmo revolucionários para os
padrões de sua época.
Pussy Riot
Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a governos ou
lideranças políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy Riot, de origem russa. O
grupo formado apenas por mulheres faz shows e performances contra as políticas
discriminatórias do governo russo e o presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito
conhecido pelo uso das balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de
fora – coloridas.
O cinema do início do século XX foi fundamental para a produção de arte ligada aos governos.
Veja aqui alguns filmes fundamentais:
PANTERA NEGRA
O filme “Pantera Negra” faz uma discussão importante sobre o assunto, abordando
principalmente uma questão muito contemporânea: a devolução ou não de objetos
de museus para seus países de origem.
Muitos dos grandes museus do mundo têm parte de seu acervo fruto de saques. O
espólio das colonizações são entendidas hoje como parte da violência colonialista e
1
A partir do texto disponível em < https://www.megacurioso.com.br/polemica/98787-20-fatos-para-voce-entender-o-que-e-
apropriacao-cultural.htm > Acesso em 22 dez. 2020.
países como França e Holanda têm promovido ações de devolução de obras para
seus países de origem. O desafio desses países hoje é garantir condições de
manutenção, exposição e restauro das obras que retornarem, já que um dos
argumentos usados pelas instituições que resistem às devoluções é justamente o risco
de deterioração das peças. Esse assunto não é apenas do passado: na Síria, desde o
início da guerra, houve uma grande quantidade de tráfico ilícito de antiguidades.
O problema não é você individualmente usar algo que acha bonito, mas quando um
elemento de um grupo minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a outro grupo.
Quando isso acontece, esse novo grupo é considerado inovador ou criativo, enquanto o grupo
que usava originalmente pode ter sido marginalizado pelo mesmo elemento. Nos anos 50 nos
EUA, por exemplo, o jazz era considerado música de negros e visto de maneira negativa.
Quando músicos brancos começaram a gravar nesse ritmo, o jazz acabou se tornando uma
música considerada refinada. A apropriação cultural, então, é um modo de reforçar o
desequilíbrio social entre pessoas de grupos dominantes e minoritários.
Fonte: Pixabay
A grife descreve a técnica usada para criar os desenhos como "parpercut", que utiliza de
recortes em papel para produzir as impressões no tecido. Os ícones presentes na estampa,
como o pássaro e o coração, são símbolosque já foram explorados anteriormente pela
marca em outras coleções, assim como o método de estamparia. Até o momento, a
Alexander McQueen e sua diretora criativa, Sarah Burton, não comentaram o caso.
(Disponível em <https://revistaglamour.globo.com/Moda/noticia/2021/05/internautas-brasileiros-acusam-
grife-alexander-mcqueen-de-apropriacao-cultural.html>. Acesso em:09 jun. 2021)
A alternativa D está CORRETA, pois, ainda que haja muita semelhança visual, não se pode
afirmar com certeza se foi uma apropriação das obras de J. Borges —o que parece mais
provável —ou se o efeito produzido pela técnica escolhida é muito semelhante à
xilogravura do artista brasileiro.
A alternativa E está INCORRETA, pois não se usa a mesma técnica: J. Borges faz
xilogravuras e a marca trabalhou com uma técnica chamada "parpercut".
Gabarito: D
De acordo com o texto, pode-se dizer que a prática do blackface é considerada hoje
ofensiva, pois
a) remete a um período em que os atores se comportavam de maneira exagerada em cena.
b) produz uma caracterização de atores negros que não condiz com seu tom real de pele.
Arte e mercado
Uma das questões sobre as quais os alunos mais se questionam é o que define o preço
de uma obra de arte. Antes de mais nada, é importante que você saiba que o valor de uma ora
não está em questões puramente estéticas ou de gosto. Um obra de arte pode ser valorada a
partir de diferentes critérios, tanto objetivos quanto subjetivos.
Critérios Objetivos
• Ateliê ou estúdio;
Critérios Subjetivos
• Exclusividade ou ineditismo.
Há outros fatores que podem influenciar no valor de uma obra de arte. Dados mais
específicos de cada realidade, como a fase de trabalho de algum artista, se a obra
tem histórico de participação em exposições importantes, quem foram os donos
anteriores e até mesmo a realidade econômica do país na época da venda.
Outra diferenciação que pode impactar na valoração de uma obra é se ela é uma obra de
vanguarda ou acadêmica. A depender do momento ou do que se passa com o país no momento,
uma ou outra pode ser mais valorizada. A diferença entre elas, porém, é essencial:
Arte de vanguarda
Arte acadêmica
Arte que busca ruptura com os
Produções ditadas por uma escola ou sistemas estabelecidos. Pode ser uma
academia mais focada em reprodução produção individual ou de um grupo.
da técnica do que na criação de algo
novo ou de estilo pessoal. São artistas eu costumam estar “à
frente de seu tempo”.
Há, por fim, outras definições importantes quando o assunto é o valor de uma obra de
arte. Essas definições são importantes também para compreender os limites entre arte e
artesanato, que pensaremos ao longo de nosso curso.
O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é
“melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões.
Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar
como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu
principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a
reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com
domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de
alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema.
Sobre a distinção entre arte e artesanato, segundo o texto, é correto afirmar que:
a) arte e artesanato diferenciam-se principalmente por serem campos de produção estética
que fazem uso de técnicas diferentes.
b) há um componente criativo individual característico da arte que transcende a execução
exímia da técnica de que o artesanato se vale.
Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos
culturais. Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como
acontecia na Europa.
Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda.
Nos 20 anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar.
Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía
mecanismos de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída
em 1991 pela Lei Federal de Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet.
O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas
oferecem recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que
recebam contrapartidas, como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens.
O fomento cultural também pode surgir por meio de apoio ou parceria, mas nesses casos, não há a
política de incentivo fiscal.
(Disponível em <https://arteemcurso.com/blog/qual-e-a-realidade-do-incentivo-a-cultura-no-brasil/>)
A relação entre arte e Estado, porém, sempre suscita uma série de discussões. Elencamos
aqui algumas das principais questões que podem aparecer na sua prova ou até mesmo na sua
redação.
A formação de Quais as
O Estado deveria
público no Brasil é consequências da
financiar a cultura e
de responsabilidade dependência de
a arte?
de quem? editais?
Como preservamos a
Quem consome arte Arte e cultura são
Cultura e a Arte no
no Brasil? equivalentes?
Brasil?
INDO MAIS
FUNDO!
5- Arte e Realidade
Uma das antigas teorias relacionadas à arte é a ideia de arte como imitação do real. Essa
ideia pareceu inquestionável por muitos anos. A arte era considerada uma espécie de espelho,
capaz de refletir e fixar o mundo da maneira mais fiel possível. Isso se liga diretamente à ideia
de mimesis:
Mímesis
A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada para definir as obras produzidas
pelo Homem em que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação do Homem.
A palavra mimesis é grega e é traduzida por imitação.
A teoria da arte como imitação tem dois objetivos: reproduzir algo fielmente;
compreender que tanto melhor é uma obra que mais fielmente reproduza aquilo
que imita.
Ao longo do tempo, porém, fica claro que a função social da arte não é apenas imitar a
realidade. A arte tem muitas possibilidades de atuação e de criação frente ao real. Elencamos
aqui algumas das principais funções sociais da arte:
Zumbi (PE-AL) pelo artista Arjan Martins. Crédito da imagem: reprodução de Filipe Bernd
(Disponível em < https://arteref.com/galerias-e-eventos/exposicao-enciclopedianegra-pinacoteca/> Aceso em 25 jun.
2021)
O que Benjamin aponta nesse ensaio é que após a possibilidade de reproduzir uma obra
de maneira idêntica, principalmente a partir do advento da fotografia e, posteriormente do
cinema, há um impacto na própria concepção do que seria arte. Primeiro porque a arte deixa
de depender da mão do artista e pode depender apenas de seu olho: criar um enquadramento
para uma fotografia não demanda a mesma habilidade manual que pintar um quadro, por
exemplo.
O que ele aponta é que “a reprodução técnica atingiu tal padrão de qualidade que ela
não somente podia transformar em seus objetos a totalidade das obras de arte tradicionais,
submetendo-as a transformações profundas, como conquistar para si um lugar próprio entre os
procedimentos artísticos”. Ou seja, a partir de técnicas como a fotografia, qualquer objeto pode
se tornar arte – se fotografado de determinada maneira.
Acerca da relação entre arte e tecnologia, a partir do texto, é correto afirmar que:
a) é um processo recente na história das artes.
b) surge com o aumento da capacidade dos computadores.
c) ainda não é tão popular entre o público comum.
d) sempre permite intervenção dos internautas na feitura.
e) não se realiza, pois a tecnologia mina os aspectos artísticos.
Comentários:
A alternativa A está INCORRETA, pois o texto aponta que, desde o surgimento da
tecnologia – portanto, no fim do século XIX – temos ligação com a tecnologia.
A alternativa B está INCORRETA, pois, segundo o texto, essa relação começa a realizar-se
já com o surgimento da fotografia. O que surge com a melhoria das tecnologias de
computação são as expressões de arte digital.
A alternativa C está CORRETA, pois o texto indica que o grande público ainda questiona
o valor artístico das obras, por vezes pondo em xeque a ideia de que seriam obras de arte
verdadeiramente.
A alternativa D está INCORRETA, pois, ainda que isso possa ocorrer por vezes, não se pode
afirmar que seja um processo que ocorre sempre.
A alternativa E está INCORRETA, pois em nenhum momento do texto defende-se que essa
é uma relação impossível de ocorrer.
Gabarito: C
Indústria cultural
O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto conceito pela Escola de Frankfurt,
principalmente pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 –
1973). A Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela formação do pensamento das
sociedades mediadas pelo consumo e pela massificação.
A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz bens culturais padronizados e
homogeneizados. Esses produtos alienam quem os consomem, pois não incentivam a reflexão
Outro conceito importante para esse assunto é a ideia de cultura de massa. Chama-se de
cultura de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas
com o intuito de serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é atingir o grande público. Uma de
suas principais características é ser capaz de absorver aquilo que se opõe a ela: sabe aquele
programa que passa na televisão e fala mal de televisão? É isso!
No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão
entre alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla. Podemos
pensar desde as novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade de criação e
disseminação de notícias falsas no contemporâneo (ambos temas importantes para a realidade
brasileira).
Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte estava não só em expressar a
sensibilidade do artista como também causar incômodo e contestar as estruturas dadas, com a
consolidação da Indústria Cultural tudo fica um pouco mais difícil. A arte passou a ser uma
mercadoria de um modo novo: não se compra uma obra para fins contemplativos, mas sim como
um objeto como qualquer outro, obedecendo leis de oferta e procura como nunca. A sociedade
de consume, que transforma tudo em mercadoria, estaria apagando da arte o seu traço crítico?
6 - Exercícios
TEXTO I
BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017
(adaptado).
TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica
(Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais
pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)
Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)
A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela
pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil
evidencia o processo de modernização pela
A) verticalização do espaço.
B) desconstrução da forma.
C) sobreposição de elementos.
D) valorização da natureza.
E) abstração do tema.
TEXTO I
MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em:
www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).
TEXTO II
GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.
TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a
fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso
artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros,
apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem
científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz,
em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque
ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e
dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja
logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o
movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo
não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede
e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)
A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua
representação.
D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção
de realidade.
E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e
fidedigno da realidade.
Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete
como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu
programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas
corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo
estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural,
no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes
não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os
Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma
curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte-
americano.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).
A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um
procedimento artístico representativo da década de 1960 por
A) visar a conservação das representações e dos registros visuais.
B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.
C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura.
D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados.
E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas.
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo
ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu
feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo
à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser
absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo
tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também
com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um
nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela
das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e
obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma
mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata
ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar
de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.
O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada
à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao
trabalho do artista.
B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte
então elaborado.
C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por
fatores externos.
D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma
vertente artística.
KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)
O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios
por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
B) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
C) provocar a reflexão sobre essa realidade.
D) propor alternativas para solucionar esse problema.
E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao
fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores,
percebe-se a
A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que
tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes
novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado
inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter
feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.
Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é
compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas
de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata
a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.
b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil.
e) a solidariedade da população nordestina.
O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com
o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar
uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima
utilizada.
Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região
do Brasil o artefato acima foi produzido?
A) Sul.
B) Norte.
C) Sudeste.
D) Nordeste.
E) Centro-Oeste.
TEXTO A
TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o
apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome
define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas,
os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho
mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a
superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no
espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado).
Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos
trechos do poema.
a) b)
c) d)
e)
a) b)
c) d)
e)
a) b)
c) d)
e)
Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em:
a) b)
c) d)
e)
a) b)
c) d)
(Jackson Pollock. Convergência, 1952.) (Henri Matisse. Interior, jarra com peixes
vermelhos, 1914.)
e)
Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for
correto.
01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza
aspectos bidimensionais como altura e largura.
02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.
04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da
cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias.
08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo
qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica.
A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no
que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado
ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é
possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou
distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a
participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna.
O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim,
entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar
e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento,
transformando e reinventando.
(Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso
em 20 nov. 2020)
Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de
Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam
explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como
bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala
sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo.
Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa
história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e
como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é
confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando
entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor
de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e
como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis.
O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de
modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é.
Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida.
Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um
protagonista negro.
(Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema>
Acesso em 20 nov. 2020)
Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a
partir de
a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da
colonização ou exotização.
b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o
corpo como suporte.
c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo
de feitura da obra, não só o resultado final.
d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura
corporal como passíveis de exposição.
e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural
no campo da arte corporal.
Texto I:
Texto II:
Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos
trabalhadores das minas. O homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas
costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça.
Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador
a pensar em múltiplas possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o
colega já havia passado por essa situação e, por isso, logo o pesadelo teria fim?
A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria
da esposa do fotógrafo - Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas,
as outras já haviam sido divulgadas em uma publicação da Taschen).
A mostra também passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e
Tallin. A série, que virou livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que
o motivou a realizar o trabalho:
"O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares,
vender os seus pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a
sua sanidade por um sonho?" Sebastião Salgado
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)
Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à condição sub-humana enfrentada pelos
trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em
a) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade.
b) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo.
c) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem
sobreviver no atual sistema políticoeconômico.
d) colaborar para a harmonia entre culturas diversas.
e) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade.
No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos
mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados,
radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de
distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de
natureza fundamentalmente estética. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das
sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é um
modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo.
moldando um universo estético proliferante e heterogêneo pelo ecletismo dos estilos que
nele se desenvolvem. Com a estetização da economia, vivemos num mundo marcado pela
abundância de estilos, de design, de imagens, de narrativas, de paisagismo, de espetáculos,
de músicas, de produtos cosméticos, de lugares turísticos, de museus e de exposições.
LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Jean. A estetização do mundo – viver na era do capitalismo artista. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013.
O termo se refere a um procedimento nas artes plásticas, principalmente nas artes moderna
e contemporânea, em que o artista faz uso de imagens já consagradas na história da arte,
como referência na composição de seu próprio trabalho. Essa citação, que pode ser implícita
ou explícita, acaba por evocar um diálogo entre artistas e obras, de diferentes períodos e
estilos, criando novos contextos para uma mesma imagem.
CITACIONISMO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso
em: 24 de Jul. 2020.
a)
b)
c)
d)
e)
a)
b)
c)
d)
e)
A MODA NÃO É UNIVERSAL. Não é um fenômeno que exista em toda parte e em todos os
tempos. Suas raízes não estão nem na natureza humana nem em mecanismos de grupo em
geral. Mas desde que surgiu pela primeira vez em uma sociedade, levou um número cada
vez maior de outras sociedades e áreas sociais a seguirem sua lógica.
Afirma-se em geral que a moda no vestuário teve suas origens no fim do período medieval,
possivelmente no início do Renascimento, talvez em conexão com a expansão do
capitalismo mercantil. Costuma-se dizer que não podemos falar de moda na Antiguidade
grega e romana no sentido em que o fazemos hoje, porque não havia autonomia estética
individual na escolha das roupas – ainda que houvesse certas possibilidades de variação. O
vestuário europeu tinha mudado relativamente pouco da era romana até o século XIV.
Embora tivesse havido, é claro, variações nos materiais e nos detalhes das roupas, para
todos os efeitos sua forma permaneceu inalterada. Em geral, ricos e pobres usavam roupas
com formas semelhantes, embora os ricos mandassem fazer as suas de materiais mais caros
e usassem ornamentos. O impulso para se enfeitar não é em absoluto um fenômeno recente
na história humana, mas as coisas com que as pessoas se enfeitavam no mundo pré-
moderno nada tinham a ver com moda. Os vikings, por exemplo, mostravam grande
preocupação com a aparência, e costumavam usar, entre outras coisas, um pente
pendurado no cinto, ao lado de símbolos de posição social – mas não existiram modas
vikings. As sociedades pré-modernas são conservadoras. Nelas, as pessoas podem usar
ornamentos simples ou sofisticados e podem ter extremo interesse em fenômenos
estéticos, mas é uma característica recorrente que coisas como penteados, roupas e joias
permaneçam mais ou menos inalterados ao longo de gerações. Os romanos da Antiguidade
eram vaidosos, homens e mulheres usando maquiagem e perfume, o cabelo tingido e
anelado, quando não usavam peruca. Mas esses estilos eram também muito duradouros.
Ocasionalmente, o estilo de um país podia se tornar apreciado em outro, levando a uma
súbita mudança – como quando os gregos começaram a raspar suas barbas para se
parecerem com Alexandre Magno. Uma mudança de estilo como essa, entretanto, não pode
ser propriamente qualificada de moda, porque dali em diante os gregos mantiveram suas
faces e queixos escanhoados. O que aconteceu foi a substituição de uma norma estética
duradoura por outra, sem que mudanças subsequentes pareçam ter sido desejadas ou
mesmo consideradas. Para que possamos falar de “moda”, não basta que ocorra uma
mudança de raro em raro. A moda só se configura quando a mudança é buscada por si
mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente.
(SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Companhia das Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013)
C) Certo.
E) Errado.
Um tema frequente para a pintura ocidental são as cenas históricas. São obras que
representam fatos históricos de modo geral. Costumam ser obras de grandes dimensões e
eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos
em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo.
Tendo em vista a definição acima, a obra que apresenta como tema uma cena histórica é
a)
b)
c)
d)
e)
A apropriação cultural acontece quando elementos de uma cultura são adotados por
indivíduos que não pertencem a esta cultura. Isso inclui o uso de acessórios e roupas, a
exploração de símbolos religiosos, o sequestro de tradições e de manifestações artísticas. A
apropriação cultural é especialmente terrível quando se trata de elementos de uma cultura
historicamente marginalizada e explorada.
A ressignificação nas artes ocorre quando um artista cria uma obra a partir de um objeto
que não era originalmente artístico ou trabalhado artisticamente. Significa literalmente dar
novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse
procedimento.
b)
c)
d)
e)
A metalinguagem, uma das funções da linguagem, muitas vezes tem sido usada como um
recurso artístico. Como função, ocorre sempre que a linguagem se volta para o seu próprio
código – por exemplo, quando perguntamos a alguém o significado de uma palavra
desconhecida. Na literatura, é um recurso capaz de criar distanciamento entre o leitor e a
obra. Daí o fato de ter sido largamente usada pelos autores modernistas, que tinham como
parte de seu projeto estético a intenção de despertar no leitor a consciência de que a arte é
um "fazer artístico".
Thaís Nicoleti de Camargo. Artigo: Metalinguagem é objeto de questão da Fuvest. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u14483.shtml>. Acesso em: 01 maio 2020.
b)
c)
d)
e)
Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F
(falso) às afirmativas a seguir.
( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais,
cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação.
Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos.
( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas
construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais.
( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os
modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada
pelo espectador/observador.
( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na
composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os
seus elementos estruturais.
( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são
dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da
linguagem articulada.
c) F, V, F, V, F.
d) F, V, V, F, V.
e) F, F, F, V, V.
Marco Cianfanelli, Release (Soltura), 2012, África do Sul, aço pintado e cortado a laser,
profundidade 20,8 m, altura 9,48 m e largura 5,19 m.
composta por hastes de aço de altura variável, cortadas a laser e inseridas na paisagem, na
província de KwaZulu-Natal, onde Mandela foi detido pelo regime do apartheid. Ao
comentar a sua obra, o artista afirmou: "As 50 colunas representam os 50 anos que se
passaram desde a sua captura, mas também sugerem a ideia de que muitos compõem um
conjunto; referem-se à solidariedade. Indicam a ironia de que o encarceramento de
Mandela o transformou em um ícone de luta, alimentando a resistência que levou o país à
democracia".
O uso das artes visuais no campo publicitário é uma tendência na linguagem do marketing
da sociedade pós-industrial. As afirmações a seguir caracterizam corretamente relações
entre comunicação publicitária e artes visuais, à exceção de uma. Assinale-a.
A) Uma empresa apropriou-se da obra de Tarsila para associar seu nome e um de seus
produtos ao trabalho e ao nome de uma artista conhecida por retratar a brasilidade em suas
obras.
B) O olhar e o gesto do retrato são usados para destacar os aspectos funcionais e as
características técnicas do produto, elementos concretos que determinam a escolha do
consumidor na sociedade pós-industrial.
C) O jogo intertextual promovido pela releitura da imagem explora a memória cultural para
veicular a mensagem publicitária e persuadir os consumidores da excelência e originalidade
do produto.
D) A referência ao quadro de Tarsila no anúncio fornece valor agregado ao produto ao
identificá-lo com uma artista modernista que representou as vanguardas no Brasil,
particularmente em São Paulo, na década de 1920.
E) A arte é utilizada no processo de construção da imagem da marca por comunicar
significado e subjetividade, características importantes em um contexto global, no qual os
produtos são cada vez mais padronizados.
(Babushka)
para trabalhar com o papel, até eu encontrar a minha forma particular: agora eu desenho
com o papel ao invés de desenhar sobre ele“.
A técnica utilizada é chamada de quilling e envolve o uso de tiras de papel que podem
ser enroladas, torcidas ou espichadas, conforme o desenho a se criar. Essas tiras são coladas
em um fundo de papel e compõem imagens impressionantes. Foi com essas ilustrações em
papel inovadoras que Brodskaya ganhou reputação internacional.
O material parece atuar sobre as percepções e ideias de maneira singular, de modo que
a observação se torna uma parte importante da mensagem. Sendo um objeto
tridimensional, a obra de Brodskaya oferece múltiplas visões. Dependendo do ângulo de
observação, da intensidade e da direção da iluminação a mensagem emocional emitida pela
obra a e a experiência visual do observador mudam significativamente.
Disponível em: < http://artenarede.com.br/blog/index.php/a-arte-com-papel-de-yulia-brodskaya/> Acesso em 10 ago.
2021
De acordo com o texto, a grande particularidade da artista Yulia Brodskaya está em seu uso
singular do papel como matéria-prima artística, criando
a) obras que tencionam os limites da ilustração, criando obras que parecem ter volume físico
verdadeiramente.
b) uma nova relação entre papel e digital, em que a artista não mais desenha sobre papel,
mas com papel.
c) um trabalho que lembra a colagem devido a sobreposição de elementos de texturas
diversas de modo não figurativo.
d) obras que mudam de acordo com a interpretação do espectador, que vê significados
diferentes.
e) uma obra tridimensional com um material tradicionalmente usado para criações
bidimensionais.
A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Brasil
A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Rio de Janeiro.
Centenas de peças devem chegar ao Brasil em agosto para uma exposição na Casa de
Herança Oduduwa, local inaugurado no ano passado por Adeyeye Enitan Babatunde
Ogunwusi Ojaja II, rei da cidade de Ifé e soberano do povo iorubá.
A proposta do espaço é aproximar cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entre
o Brasil e o povo iorubá que, originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó,
áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Há ainda um grande número de iorubás vivendo no
Togo e em Serra Leoa, além de, fora da África, em Cuba, na República Dominicana e no Brasil.
Grande parte dos escravos trazidos para a então colônia brasileira eram de origem iorubá –
também chamados de nagôs. A mitologia que originou o candomblé, a umbanda e outras
religiões afro-brasileiras tem muita influência nagô, bem como o samba, nascido nas casas
de senhoras do século XIX que mantiveram os cantos e os batuques de seus antepassados.
Disponível em: < https://almapreta.com/sessao/cultura/a-maior-colecao-de-arte-ioruba-fora-da-africa-esta-prestes-a-
chegar-ao-brasil> Acesso em 10 ago. 2021
A gente foi feliz aqui é um projeto de intervenções urbanas, através de colagens, que procura
reverberar e perpetuar a memória coletiva do bairro Pinheiro. Localizado em Maceio/AL, o
Pinheiro foi um dos quatro bairros acometidos pela tragédia socioambiental do processo de
subsidência do solo, causado pela extração das jazidas de sal-gema a partir da metade do
século XX . Desde o ano de 2018, a migração forçada de milhares de vidas culminou no
esmorecimento das dinâmicas socioespaciais do bairro e, consequentemente, no
tolhimento das redes relacionais-afetivas comunitárias, construídas ao longo de décadas.
Disponível em: < https://www.domestika.org/pt/projects/1137274-a-gente-foi-feliz-aqui> Acesso em 10 ago. 2021
Uma versão da famosa capa do disco dos Beatles, Abbey Road, foi produzida no Snoopy’s
Home Ice, um espaço dentro do museu do personagem Charlie Brown, criado por Charles
M. Schulz. No local há um aviso, dizendo o ponto exato onde se colocar para fotografar a
calçada, mantendo a ilusão de volume das personagens.
Essa intervenção urbana conjuga elementos das artes plásticas tradicionais ao brincar com
elementos como
a) harmonia, criando uma obra cujos elementos se relacionam a partir de qualquer ponto,
sem distorção.
b) perspectiva, usando a noção de ponto de observação do espectador para garantir o efeito
da obra.
c) equilíbrio, pois as figuras estão distribuídas de maneira igual pela faixa, sem distorção de
perspectiva.
d) ritmo, já que o caminhar das personagens sobre a faixa garante ilusão de movimento e
de musicalidade.
e) simetria, deixando evidente a distribuição das imagens a partir do olhar de um ponto
específico.
(Vinie Graffiti)
Superposição da obra “O beijo”, de Gustav Klimt em prédio devastado pela guerra, na Siria. Por Tamman Azzam.
Uma das criações mais famosas de Azzam é a superposição da icônica obra “O beijo“, de
Gustav Klimt, em paredes de um prédio devastado pela guerra em sua terra natal, o que
provoca sentimentos contraditórios, oscilando do horror à contemplação, e vice-versa…
Disponível em: < http://artenarede.com.br/blog/index.php/guerra-e-arte/> Acesso em 10 ago. 2021
6.3 – Gabarito
1. A 18. A 35. D
2. C 19. C 36. A
3. E 20. A 37. C
4. B 21. B 38. D
5. C 22. 11 39. D
6. D 23. 14 40. A
7. D 24. B 41. D
8. C 25. A 42. C
9. C 26. B 43. B
10. B 27. B 44. E
11. A 28. C 45. E
12. D 29. E 46. A
13. A 30. D 47. B
14. C 31. C 48. B
15. B 32. C 49. B
16. E 33. C – C 50. A
17. D 34. C
TEXTO I
BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017
(adaptado).
TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica
(Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais
pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)
Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)
A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
D) análise dos problemas de mobilidade urbana.
E) foco na promoção cultural da sua cidade.
Comentários:
- A alternativa A é a resposta, afinal o autor faz uso de um GPS, objeto de uso cotidiano, para a produção
de uma obra artística.
- A alternativa B está incorreta, pois não se busca explicar o funcionamento do aparelho GPS, mas se
apropriar de sua função para constituir uma obra de arte.
- A alternativa C está incorreta, pois a originalidade da obra não consiste no uso da bicicleta, algo visto
em diversas outras composições, mas sim a utilização do GPS para produzir algo inovador.
- A alternativa D está incorreta, pois a obra não faz referência aos problemas de mobilidade urbana no
Rio de Janeiro. Assim sendo, não é possível considerá-la um trabalho crítico.
- A alternativa E está incorreta, pois a partir das informações do texto é possível constatar que se trata
de um artista canadense representando um elemento cultural que é o cartão-postal do Rio de Janeiro e
do Brasil.
Gabarito: A
Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela
pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil
evidencia o processo de modernização pela
A) verticalização do espaço.
B) desconstrução da forma.
C) sobreposição de elementos.
D) valorização da natureza.
E) abstração do tema.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, afinal não são representados edifícios vertiginosos na tela.
A alternativa B está incorreta, pois os elementos representados pela tela são facilmente identificáveis.
Com isso, trata-se de uma arte figurativa.
- A alternativa C é a resposta. A tela de Tarsila do Amaral representa os avanços técnicos vivenciados no
contexto de produção por meio da sobreposição de elementos, colocando a frente símbolos da
modernidade, como postes, carros, pontes e trilhos de trem, enquanto se veem ao fundo elementos
que podem ser associados à paisagem rural, como casas baixas e uma igreja.
- A alternativa D está incorreta, afinal na imagem prevalecem elementos produzidos pelo homem, como
casas, carros e postes telegráficos.
- A alternativa E está incorreta, afinal trata-se de um exemplar de arte figurativa, que deixa clara a
intenção da autora de representar uma paisagem em processo de transformação pelas inovações
técnicas.
Gabarito: C
TEXTO I
MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em:
www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).
TEXTO II
GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.
TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a
fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso
artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros,
apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem
Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede
e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)
A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua
representação.
D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção
de realidade.
E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e
fidedigno da realidade.
Comentários:
Essa é uma questão de intepretação de texto. Vejamos as alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal o Texto III questiona a capacidade da fotografia de captar o
efêmero de maneira verossímil, ao menos como realmente se julga ser possível.
- A alternativa B está incorreta, pois a obra nem sempre busca expressar os sentimentos do artista. No
caso dos Texto I e II, vê-se a preocupação dos autores de representar o movimento dos cavalos em
corrida.
- A alternativa C está incorreta, afinal o Texto III se indaga sobre os limites da fotografia de captar o
mundo. Cabe destacar que ele discute a fotografia enquanto técnica, o que não a impede de ser
contemplada como uma expressão artística.
- A alternativa D está incorreta, afinal o texto não considera a representação de Roudin como
equivocada, mas ambígua diante do descompasso entre o movimento projetado pelas patas traseiras e
dianteiras dos cavalos representados. Com isso, não se busca estabelecer o movimento tal como ele
realmente é, mas sim explorar suas possibilidades.
- A alternativa E é a resposta. De acordo com o texto III, a fotografia não é uma representação fidedigna
da realidade, na medida em que não consegue explorar as múltiplas possibilidades do movimento em
um mesmo plano, diferente do que se vê nas telas reproduzidas nos textos I e II.
Obs: É importante que o aluno não compreenda a fotografia não como uma
representação fidedigna do real, mas fruto de escolhas e concepções do artista, que
seleciona alguns elementos em seu enquadramento, em detrimento de outros.
Gabarito: E
Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete
como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu
programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas
corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo
A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um
procedimento artístico representativo da década de 1960 por
A) visar a conservação das representações e dos registros visuais.
B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.
C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura.
D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados.
E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a colagem não promove conservação, mas ressignificação, recriação
de elementos na criação de uma nova obra.
A alternativa B está incorreta, pois a colagem não se envolve necessariamente com a sustentabilidade,
ainda que reaproveite elementos.
A alternativa C está incorreta, pois a colagem não é um movimento artístico que se proponha a apagar o
passado, mas criar uma ressignificação das imagens envolvidas.
A alternativa D está correta, pois a base da técnica da colagem é a mistura de elementos de diferentes
naturezas, criando novos significados quando integrados.
A alternativa E está incorreta, pois independentemente se é uma técnica criada de maneira digital ou
manual, não há a abolição do trabalho artesanal.
Gabarito: D
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não há apenas o uso de linhas paralelas nessa obra.
A alternativa B está incorreta, pois esse tracejado não tem o maior destaque da obra.
A alternativa C está incorreta, pois há apenas o uso da textura do bordado livre aqui.
A alternativa D está correta, pois ainda que haja equilíbrio na distribuição de elementos sobre o tecido,
eles são diferentes entre si, não promovendo uma simetria completa.
A alternativa E está incorreta, pois não há aqui uma homogeneidade na produção, ainda que haja
distribuição equilibrada.
Gabarito: D
Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo
ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu
feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo
à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser
absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo
tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também
com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um
nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela
das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e
obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma
mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata
ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar
de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.
O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada
à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao
trabalho do artista.
B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte
então elaborado.
C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por
fatores externos.
D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma
vertente artística.
E) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram
da temática.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se trata de uma incorporação a alguma corrente teórica
específica, mas de um contexto social como um todo. Não necessariamente algo que pertence a uma
corrente teórica específica foi considerado belo.
A alternativa B está incorreta, pois o belo é uma questão de contexto, não de perenidade, deixando uma
obra datada muitas vezes.
A alternativa C está correta, pois o Belo na arte não é necessariamente atrelado à ideia de beleza da sua
época. O belo aparece na capacidade de uma obra de tocar o espectador, fundamentando-se em
ideologias e questões sociais da época. Não há nada essencialmente belo, pois essa ideia é condicionada
por um contexto.
A alternativa D está incorreta, pois o texto indica que a apropriação do pintor sobre o ideal de beleza em
alguns momentos não corresponde ao conceito de belo dos receptores.
A alternativa E está incorreta, pois o pintor apontado no texto utilizou técnicas e recursos já conhecidos
na sua época e ainda assim a obra não foi considerada bela por não estar alinhada a um projeto
ideológico contemporâneo a ela.
Gabarito: C
KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)
O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios
por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
B) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
C) provocar a reflexão sobre essa realidade.
D) propor alternativas para solucionar esse problema.
E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto não explora as origens do problema, apenas expõe os
contrastes na sociedade.
A alternativa B está incorreta, pois o artista critica o contraste e entre a condição de vida das duas
crianças, não estabelece um incentivo à ação da sociedade sobre o problema.
A alternativa C está correta, pois o artista promove uma crítica à exploração do trabalho infantil ao
comparar duas crianças: uma brincando com um trem de brinquedo e outra puxando um vagão de
verdade.
A alternativa D está incorreta, pois a obra não propõe alternativas, apenas expõe o problema.
A alternativa E está incorreta, pois o texto não localiza no espaço onde se passa o problema social
descrito.
Gabarito: C
Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao
fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores,
percebe-se a
A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que
tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes
novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado
inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter
feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, pois os elementos empregados na confecção da obra são amplamente
utilizados em território nacional.
Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é
compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas
de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata
a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.
b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil.
e) a solidariedade da população nordestina.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. Heitor dos Prazeres foi um sambista e pintor no Rio de Janeiro,
destacando-se como um personagem marcante da Praça Onze, um dos pontos de efervescência da
cultura afro-brasileira. Como pintor, suas telas retrataram comunidades, crianças, bares, festas e outros
elementos do cotidiano das camadas populares da capital.
- A alternativa B está incorreta, pois o quadro de Heitor dos Prazeres não sugere uma reação da
população de baixa renda quanto a uma situação de injustiça social ou cenário político, mas um
momento de festejo.
- A alternativa C está incorreta, pois o autor retratou uma cena de celebração entre pessoas das
camadas populares.
- A alternativa D está incorreta, afinal a cena representada pelo artista sugere um momento de
descontração entre quatro pessoas, não sendo possível, portanto, concluir que se trata de uma
representação de uma situação instável.
- A alternativa E está incorreta, afinal não há elementos que sugiram que a cena retratada pelo autor se
passa na região Nordeste ou represente a população Nordestina.
Gabarito: A
O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com
o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar
uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima
utilizada.
Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região
do Brasil o artefato acima foi produzido?
A) Sul.
B) Norte.
C) Sudeste.
D) Nordeste.
E) Centro-Oeste.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que no sul gaja artesanato de argila, são mais objetos utilitários
do que estátuas.
A alternativa B está incorreta, pois na região norte há uma quantidade maior de artesanato em cerâmica
marajoara, argila e cestaria.
A alternativa C está incorreta, pois na região sudeste há uma quantidade mais frequente de peças de
tecido e renda.
A alternativa D está correta, pois o artesanatos mais típicos da região nordeste são os trabalhos em
barro, madeira, areia e em cerâmica, principalmente criando carrancas e personagens do dia a dia ou do
imaginário popular, como figuras do cangaço, por exemplo.
A alternativa E está incorreta, pois os temas mais frequentes do artesanato do centro-oeste lembram
cenas de caça, lendas, danças e demais situações folclóricas.
Gabarito: D
TEXTO A
TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o
apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome
define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas,
os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho
mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a
superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no
espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado).
A alternativa A está correta, pois por não serem completamente alinhadas as formas dão a impressão de
movimento mesmo na bidimensionalidade do papel.
A alternativa B está incorreta, pois o texto afirma que “além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica”.
A alternativa C está incorreta, pois a obra é descrita como de caráter participativo, não contemplativo.
A alternativa D está incorreta, pois a obra não busca mimetizar o real. É uma imagem abstrata.
A alternativa E está incorreta, pois a arte aqui é abstrata, não figurativa.
Gabarito: A
Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos
trechos do poema.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a obra “A clarividência” não faz nenhuma subversão da perspectiva;
pelo contrário, ela é marcada por figurativismo.
A alternativa B está correta, pois percebe-se que não há mudança no tamanho dos elementos a
depender da distância em que se encontram. As pessoas do quadro também são do mesmo tamanho,
independentemente de onde estão. Outro modo de responder à questão seria identificar que o pintor é
Escher, artista que tem como uma de suas principais características a subversão da perspectiva.
A alternativa C está incorreta, pois há um uso da perspectiva como descrito no verbete que compõe o
enunciado, principalmente na diminuição dos tamanhos.
A alternativa D está incorreta, pois vê-se diferença de tamanho nas personagens, indicando que há uso
da perspectiva.
A alternativa E está incorreta, pois há um aprofundamento da paisagem, que por estar mais distante se
encontra menor.
Gabarito: B
a) b)
c) d)
e)
A única obra que representa o mundo dessa maneira aqui é A igreja de Auvers-Sur-Oise, de Van Gogh –
artista notadamente expressionista. Isso se comprova pela distorção das formas do prédio e pelos traços
bem marcados dos caminhos e grama.
Todas as outras obras buscam representar fielmente a realidade, ainda que possuam estilos diferentes.
Gabarito: E
a) b)
c) d)
e)
Comentários: A obra descrita no enunciado possui características como “abstração não geométrica”,
“pintura que não representa nenhuma realidade”, “não reproduz formas precisas”, “cor, forma e luz
exploradas”, “traços vivos e dinâmicos”. Analisando-se uma a uma as alternativas percebe-se, que:
A alternativa A está incorreta, pois busca representar uma realidade.
A alternativa B está incorreta, pois também busca representar uma realidade.
A alternativa C está incorreta, pois apresenta uma abstração geométrica.
A alternativa E está incorreta, pois reproduz formas precisas.
Assim, a única alternativa que possui todas as características elencadas no enunciado é alternativa D,
Azul II, de João Miró.
Gabarito: D
a) b)
c) d)
e)
O único quadro que se adequa a essa descrição é o Antropofagia. A pintura mostra duas figuras de
cabeças pequenas e pés gigantes, além de uma figura com o seio grande e caído. Além disso, há grandes
plantas atrás das personagens, obedecendo os tons de cores descritos do enunciado como brasileiros,
nacionais (o verde, o amarelo, o azul e o branco). O tom da pele das personagens obedece ao ocre do
enunciado. Assim a alternativa correta é alternativa A.
Gabarito: A
Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em:
a) b)
c) d)
e)
a) b)
c) d)
e)
Comentários:
A imagem III se refere à manifestação em D. As imagens vistas aqui são mosaicos bizantinos,
que respeitam regras de frontalidade, sem se apegar a noções de perspectiva.
Gabarito: B
Comentários:
O item 01 está correto, pois de fato as artes visuais, como o nome já aponta, são aquelas que
podem ser compreendidas e apreciadas a partir do sentido da visão.
O item 02 está correto, pois todos os elementos citados são considerados conceitos básicos
para a composição de obras visuais.
O item 04 está incorreto, pois as dimensões do espaço são altura, largura e profundidade.
O item 08 está correto, pois todas as linguagens citadas são realizadas em suportes
bidimensionais.
O item 16 está incorreto, pois durante a pré-história se produziam objetos a partir de lascas de
pedra e ossos. Apenas posteriormente, com o advento do fogo, se criam os artefatos em argila.
Gabarito: 01 + 02 + 08 = 11.
Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for
correto.
01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza
aspectos bidimensionais como altura e largura.
02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.
04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da
cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias.
08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo
qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica.
Comentários:
O item 01 está incorreto, pois obras bidimensionais não podem ser percebidas pelo tato.
O item 02 está correto, pois a definição de melodia é a sequência de notas e sons, harmonizados
formando uma linha melódica.
O item 04 está correto, pois a partir do círculo cromático é possível compreender as relações
entre cores primárias e secundárias, compreendendo sua formação.
O item 08 está correto, poisas imagens são impressas a partir de uma sucessão de pontos
sobrepostos em diferentes cores, à semelhança do que se fazia no pontilhismo.
Gabarito: 02 + 04 + 08 = 14.
A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no
que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado
ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é
possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou
distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a
participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna.
O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim,
entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar
e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento,
transformando e reinventando.
(Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso
em 20 nov. 2020)
Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de
Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam
explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como
bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala
sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo.
Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa
história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e
como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é
confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando
entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor
de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e
como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis.
O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de
modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é.
Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida.
Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um
protagonista negro.
(Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema>
Acesso em 20 nov. 2020)
Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a
partir de
a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da
colonização ou exotização.
b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o
corpo como suporte.
c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo
de feitura da obra, não só o resultado final.
d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura
corporal como passíveis de exposição.
e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural
no campo da arte corporal.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se pode apontar a partir do texto que haja uma ideia de tratar o
outro de maneira exótica, mas sim de valorizar diferentes expressões artísticas.
A alternativa B está correta, pois o texto aponta para os usos da tatuagem por diversas civilizações e em
diferentes contextos, ainda que tenham sido pouco exploradas. Os “corpos pintados” citados, por
exemplo, remetem não só a tatuagens como a pinturas corporais, por exemplo. No contemporâneo,
pode-se observar diálogos com a performance, como no caso da performance dos anos 1970.
A alternativa C está incorreta, pois não há nada no texto que aponte apenas para uma valorização do
processo de feitura das artes corporais, ainda que se mencione uma performance que o processo de
fazer a tatuagem fosse a própria ação artística.
A alternativa D está incorreta, pois o texto aponta o contrário: que há espaço para a exposição de
diferentes tipos de obras de arte, inclusive a própria tatuagem e as artes corporais.
A alternativa E está incorreta, pois a artista que discute questões de gênero é apenas um exemplo de
uso da tatuagem como arte. Não quer dizer que as artes corporais sejam necessariamente ligadas a
gênero.
Gabarito: B
Texto I:
Texto II:
Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos
trabalhadores das minas. O homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas
costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça.
Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador
a pensar em múltiplas possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o
colega já havia passado por essa situação e, por isso, logo o pesadelo teria fim?
A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria
da esposa do fotógrafo - Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas,
as outras já haviam sido divulgadas em uma publicação da Taschen).
A mostra também passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e
Tallin. A série, que virou livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que
o motivou a realizar o trabalho:
"O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares,
vender os seus pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a
sua sanidade por um sonho?" Sebastião Salgado
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)
Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à condição sub-humana enfrentada pelos
trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em
a) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade.
b) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo.
c) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem
sobreviver no atual sistema políticoeconômico.
d) colaborar para a harmonia entre culturas diversas.
e) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade.
Comentários:
A letra A está incorreta pois os textos exploram a crítica ao trabalho como algo que pode desumanizar
os indivíduos.
A letra B está incorreta pois a visão é negativa em relação às empreitadas humanas.
A letra C está correta pois a série busca a reflexão sobre o comportamento humano de gana, o que traz
grande risco para a vida dos indivíduos.
A letra D está incorreta pois não há menção à harmonia, mas sim à exploração do problema em diversos
locais, demonstrando sua relevância.
A letra E está incorreta pois trata-se de textos com críticas específicas à realidade objetiva dos
indivíduos.
Gabarito: C
No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos
mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados,
radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de
distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de
natureza fundamentalmente estética. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das
sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é um
modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo.
O termo se refere a um procedimento nas artes plásticas, principalmente nas artes moderna
e contemporânea, em que o artista faz uso de imagens já consagradas na história da arte,
como referência na composição de seu próprio trabalho. Essa citação, que pode ser implícita
ou explícita, acaba por evocar um diálogo entre artistas e obras, de diferentes períodos e
estilos, criando novos contextos para uma mesma imagem.
CITACIONISMO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso
em: 24 de Jul. 2020.
a)
b)
c)
d)
e)
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois aqui o artista fez uso de um bem de consumo e o ressignificou em
arte, não reelaborou uma obra de arte existente.
A alternativa B está incorreta, pois aqui o artista fez uso de um objeto cotidiano e o ressignificou em
arte, não reelaborou uma obra de arte existente.
A alternativa C está correta, pois aqui há uma obra conhecida reelaborada a partir da adição de um
bigode.
A alternativa D está incorreta, pois aqui há um objeto do cotidiano que se torna uma peça de museu cm
valor de arte a partir de nosso olhar contemporâneo, não há a ressignificação de uma obra de arte.
A alternativa E está incorreta, pois aqui há uma tapeçaria que, independentemente de ser uma técnica
têxtil, não deixa de ser uma obra de arte.
Gabarito: C
a)
b)
c)
d)
e)
Comentários:
A alternativa A está INCORRETA, pois esse quadro apresenta uma imagem religiosa cristã, ou seja, não
se enquadra na necessidade de referência à mitologia grega.
A alternativa B está INCORRETA, pois essa é uma imagem secular, ou seja, não faz referência a religiões,
representando uma mulher comum na água.
A alternativa C está CORRETA, pois ainda que haja a presença de um imaginário cristão na figura de
cupido próxima à iconografia de um anjo, essa é uma imagem clássica da mitologia greco-romana:
Vênus e Cupido, os nomes latinos de Afrodite e Eros.
A alternativa D está INCORRETA, pois esse quadro apresenta uma imagem religiosa cristã, ou seja, não
se enquadra na necessidade de referência à mitologia grega.
A alternativa E está INCORRETA, pois essa é uma imagem secular, ou seja, não faz referência a religiões,
representando uma mulher comum na água.
Gabarito: C
A MODA NÃO É UNIVERSAL. Não é um fenômeno que exista em toda parte e em todos os
tempos. Suas raízes não estão nem na natureza humana nem em mecanismos de grupo em
geral. Mas desde que surgiu pela primeira vez em uma sociedade, levou um número cada
vez maior de outras sociedades e áreas sociais a seguirem sua lógica.
Afirma-se em geral que a moda no vestuário teve suas origens no fim do período medieval,
possivelmente no início do Renascimento, talvez em conexão com a expansão do
capitalismo mercantil. Costuma-se dizer que não podemos falar de moda na Antiguidade
grega e romana no sentido em que o fazemos hoje, porque não havia autonomia estética
individual na escolha das roupas – ainda que houvesse certas possibilidades de variação. O
vestuário europeu tinha mudado relativamente pouco da era romana até o século XIV.
Embora tivesse havido, é claro, variações nos materiais e nos detalhes das roupas, para
todos os efeitos sua forma permaneceu inalterada. Em geral, ricos e pobres usavam roupas
com formas semelhantes, embora os ricos mandassem fazer as suas de materiais mais caros
e usassem ornamentos. O impulso para se enfeitar não é em absoluto um fenômeno recente
na história humana, mas as coisas com que as pessoas se enfeitavam no mundo pré-
moderno nada tinham a ver com moda. Os vikings, por exemplo, mostravam grande
preocupação com a aparência, e costumavam usar, entre outras coisas, um pente
pendurado no cinto, ao lado de símbolos de posição social – mas não existiram modas
vikings. As sociedades pré-modernas são conservadoras. Nelas, as pessoas podem usar
ornamentos simples ou sofisticados e podem ter extremo interesse em fenômenos
estéticos, mas é uma característica recorrente que coisas como penteados, roupas e joias
permaneçam mais ou menos inalterados ao longo de gerações. Os romanos da Antiguidade
eram vaidosos, homens e mulheres usando maquiagem e perfume, o cabelo tingido e
anelado, quando não usavam peruca. Mas esses estilos eram também muito duradouros.
Ocasionalmente, o estilo de um país podia se tornar apreciado em outro, levando a uma
súbita mudança – como quando os gregos começaram a raspar suas barbas para se
parecerem com Alexandre Magno. Uma mudança de estilo como essa, entretanto, não pode
ser propriamente qualificada de moda, porque dali em diante os gregos mantiveram suas
faces e queixos escanhoados. O que aconteceu foi a substituição de uma norma estética
duradoura por outra, sem que mudanças subsequentes pareçam ter sido desejadas ou
mesmo consideradas. Para que possamos falar de “moda”, não basta que ocorra uma
mudança de raro em raro. A moda só se configura quando a mudança é buscada por si
mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente.
(SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Companhia das Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013)
C) Certo.
E) Errado.
- CERTO
Há uma diferença entre apropriação e intercâmbio cultural. A apropriação é fruto de um processo de
dominação e opressão, em que o opressor assume para si elementos de culturas hierarquicamente
menos valorizadas. O intercâmbio cultural é a troca mútua entre referenciais. Nem todo encontro
cultural, portanto, é intercâmbio nem apropriação. As circunstâncias variam.
Gabarito: C - C
a) tudo aquilo que é exposto em um museu adquire o status de arte na medida em que
informam sobre seu funcionamento da época.
b) não é necessariamente uma criação humana, uma vez que pode ser uma produção natural
do período em que foi encontrada.
c) uma obra de arte não tem funcionalidade prática, ainda que seja capaz de expressar
sentimentos e visões de mundo.
d) os livros podem ser considerados obras de arte na medida em que representem ações e
palavras, bem como obras.
e) o registro menos fiel de um tempo são suas produções artísticas, entendendo que podem
ser permeadas por subjetividades.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto aponta que os instrumentos feitos para o dia a dia não são
objetos artísticos, mesmo que nos informem sobre o período em que foram criados.
A alternativa B está incorreta, pois, segundo o texto, obras de arte são criações, não elementos naturais
ou coletados na natureza.
A alternativa C está correta, pois o texto aponta que “o homem cria objetos não apenas para se servir
utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para
expressar sua visão do momento histórico em que vive”. Não são objetos criados para ter utilidade
prática, mas sim para serem fruídos de maneira estética.
A alternativa D está incorreta, pois os livros aqui são apenas uma metáfora para a construção social e
cultural das sociedades.
A alternativa E está incorreta, pois, segundo o texto, a arte é mais confiável que os relatos, porque
expressa verdadeiramente o espírito de seu tempo.
Gabarito: C
Um tema frequente para a pintura ocidental são as cenas históricas. São obras que
representam fatos históricos de modo geral. Costumam ser obras de grandes dimensões e
eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos
em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo.
Tendo em vista a definição acima, a obra que apresenta como tema uma cena histórica é
a)
b)
c)
d)
e)
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois essa imagem é um retrato, não representa uma cena histórica.
A alternativa B está incorreta, pois essa imagem é um retrato, não representa uma cena histórica.
A alternativa C está incorreta, pois essa imagem é uma cena mitológica, não representa uma cena
histórica.
A alternativa D está correta, pois essa imagem mostra uma cena histórica, demonstrando uma das
maiores vitórias de Napoleão Bonaparte.
A alternativa E está incorreta, pois essa imagem é uma cena religiosa, não representa uma cena
histórica.
Gabarito: D
A apropriação cultural acontece quando elementos de uma cultura são adotados por
indivíduos que não pertencem a esta cultura. Isso inclui o uso de acessórios e roupas, a
exploração de símbolos religiosos, o sequestro de tradições e de manifestações artísticas. A
apropriação cultural é especialmente terrível quando se trata de elementos de uma cultura
historicamente marginalizada e explorada.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o próprio texto, nem todas as situações de intercâmbio
cultural implicam em apropriação.
A alternativa C está incorreta, pois essa apropriação não se dá por meio do roubo em sentido literal de
bens culturais, mas da incorporação não consentida de elementos culturais imateriais.
A alternativa D está incorreta, pois não há nada no texto que corrobore para ideia de que são
incorporados somente elementos desconsiderados pela sua comunidade cultural de origem.
A alternativa E está incorreta, pois essa incorporação é feita de maneira descontextualizada, sem
considerar seus significados reais.
Gabarito: A
A ressignificação nas artes ocorre quando um artista cria uma obra a partir de um objeto
que não era originalmente artístico ou trabalhado artisticamente. Significa literalmente dar
novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse
procedimento.
b)
c)
d)
e)
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois essa taça apresenta um trabalho artístico que indica que ela não foi
pensada apenas como objeto do cotidiano, mas como peça artística –ainda que não necessariamente
expositiva.
A alternativa B está incorreta, pois o sarcófago era pensado também como uma peça de trabalho
artístico além de ritual.
A alternativa C está correta, pois essa obra de Marcel Duchamp transformou um mictório em uma obra
de arte assinada. O objeto original foi modificado na medida em que era um objeto do cotidiano que
ganhou status de obra de arte ao ser colocado em exposição e assinado.
A alternativa D está incorreta, pois o jarro tem um trabalho artístico envolvido. Além disso, ele não está
apresentado como uma obra diferente daquilo para que foi criado.
A alternativa E está incorreta, pois as iluminuras apresentavam trabalho artístico e eram consideradas
obras de arte, ainda que não fossem decorativas.
Gabarito: C
A metalinguagem, uma das funções da linguagem, muitas vezes tem sido usada como um
recurso artístico. Como função, ocorre sempre que a linguagem se volta para o seu próprio
código – por exemplo, quando perguntamos a alguém o significado de uma palavra
desconhecida. Na literatura, é um recurso capaz de criar distanciamento entre o leitor e a
obra. Daí o fato de ter sido largamente usada pelos autores modernistas, que tinham como
parte de seu projeto estético a intenção de despertar no leitor a consciência de que a arte é
um "fazer artístico".
Thaís Nicoleti de Camargo. Artigo: Metalinguagem é objeto de questão da Fuvest. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u14483.shtml>. Acesso em: 01 maio 2020.
b)
c)
d)
e)
Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F
(falso) às afirmativas a seguir.
( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais,
cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação.
Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos.
( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas
construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais.
( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os
modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada
pelo espectador/observador.
( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na
composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os
seus elementos estruturais.
( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são
dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da
linguagem articulada.
Comentários:
A afirmativa I é verdadeira, pois a imagem é interpretada tanto a partir daquilo que o objeto traz
como das referências do próprio espectador, que significa a obra a partir de suas vivências.
A afirmativa III é verdadeira, pois que dá significado à obra é o receptor, a partir de suas vivências
de mundo e bagagem cultural.
A afirmativa IV é verdadeira, pois as imagens possuem muitos níveis de compreensão. Para além
dos elementos visuais, há também o modo como os espectadores compreendem cada um
desses elementos. A leitura de imagens não é feita do mesmo modo que de um texto verbal.
A afirmativa V é falsa, pois a linguagem articulada, ou seja, próximas às expressões verbais, não
se aplica a imagens. Uma imagem é entendida de diferentes maneiras, considerando
conhecimentos e vivências, além de contextos culturais.
Gabarito: A
A alternativa A está incorreta, pois segundo a teoria da Indústria Cultural ocorre uma fusão entre arte e
mercadoria, fazendo com que a primeira seja encarada apenas como a segunda. Há também a presença
de campanhas publicitárias para sua divulgação, fazendo com que alcance o público.
A alternativa B está incorreta, pois a grande característica dá cultura de massa é justamente a
uniformização artística.
A alternativa C está incorreta, pois não há autonomia entre os bens culturais e a possibilidade de
reprodução deles na sociedade.
A alternativa D está correta, pois a reprodutibilidade das obras de arte para de massa, pois as obras se
tornam bens de consumo que precisam se adequar a uma lógica industrial e, portanto, de reprodução e
lucro.
A alternativa E está incorreta, pois o que ocorre com a cultura de massa é o contrário, a arte se
transforma em artigo de consumo esvaziado.
Gabarito: D
Marco Cianfanelli, Release (Soltura), 2012, África do Sul, aço pintado e cortado a laser,
profundidade 20,8 m, altura 9,48 m e largura 5,19 m.
C) A cor preta das hastes permite destacá-las da paisagem, mas também se refere à atuação
do Presidente Mandela, que construiu uma África do Sul para os negros sul-africanos,
perseguindo a minoria branca.
D) De lado, visualiza-se um agrupamento disperso de hastes, que, frontalmente, transforma-
se em uma imagem coerente e solidária, evocando a ação coletiva que levou à derrubada
do apartheid.
E) A escultura impacta a paisagem por sua monumentalidade e a ressignifica, transformando
o lugar da detenção de Mandela em memorial do combate à segregação racial e da
conquista dos direitos civis na África do Sul.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois ao se observar de perto a obra de arte percebe-se que ela busca
reproduzir a visualidade de uma grade de prisão.
A alternativa B está correta, pois o desenho proposto pelo artista se torna identificável apenas à
distância pelo observador.
A alternativa C está incorreta, pois não há associação entre as cores das barras de ferro e o tom de pele
de Nelson Mandela as cores dos materiais apenas ajudam a formar o rosto do presidente
A alternativa D está correta, pois ao construir uma obra que é preciso observar todo conjunto para que
ela faça sentido o artista faz referência à necessidade de uniao coletiva para o processo revolucionário
A alternativa E está correta, pois o tamanho da obra traz um aspecto monumental a ela e a escolha do
local onde ela assim instala para as novo significado para o ambiente em que inicialmente Mandela for a
preso
Gabarito: C
O uso das artes visuais no campo publicitário é uma tendência na linguagem do marketing
da sociedade pós-industrial. As afirmações a seguir caracterizam corretamente relações
entre comunicação publicitária e artes visuais, à exceção de uma. Assinale-a.
A) Uma empresa apropriou-se da obra de Tarsila para associar seu nome e um de seus
produtos ao trabalho e ao nome de uma artista conhecida por retratar a brasilidade em suas
obras.
B) O olhar e o gesto do retrato são usados para destacar os aspectos funcionais e as
características técnicas do produto, elementos concretos que determinam a escolha do
consumidor na sociedade pós-industrial.
C) O jogo intertextual promovido pela releitura da imagem explora a memória cultural para
veicular a mensagem publicitária e persuadir os consumidores da excelência e originalidade
do produto.
D) A referência ao quadro de Tarsila no anúncio fornece valor agregado ao produto ao
identificá-lo com uma artista modernista que representou as vanguardas no Brasil,
particularmente em São Paulo, na década de 1920.
E) A arte é utilizada no processo de construção da imagem da marca por comunicar
significado e subjetividade, características importantes em um contexto global, no qual os
produtos são cada vez mais padronizados.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois AO uso do nome da artista como parte da construção visual do
produto.
A alternativa B está incorreta, pois não há aqui características concretas do produto, apenas uma
associação visual com a artista modernista
A alternativa C está correta, pois considerando-se que Tarsila do Amaral é uma artista modernista, de
vanguarda, pode-se afirmar que há uma associação da sua imagem com a ideia de originalidade
pretendida pelo produto.
A alternativa D está correta, pois há um valor embutido no objeto ao se colocar uma artista do
modernismo brasileiro ao produto, indicando que o produto seria tao moderno quanto a artista.
A alternativa E está correta, pois a associação com a artista modernista ajuda a diferenciar o produto
dentro de uma perspectiva massificada atual.
Gabarito: B
(Babushka)
Disponível em: < http://artenarede.com.br/blog/index.php/a-arte-com-papel-de-yulia-brodskaya/> Acesso em 10 ago.
2021
De acordo com o texto, a grande particularidade da artista Yulia Brodskaya está em seu uso
singular do papel como matéria-prima artística, criando
a) obras que tencionam os limites da ilustração, criando obras que parecem ter volume físico
verdadeiramente.
b) uma nova relação entre papel e digital, em que a artista não mais desenha sobre papel,
mas com papel.
c) um trabalho que lembra a colagem devido a sobreposição de elementos de texturas
diversas de modo não figurativo.
d) obras que mudam de acordo com a interpretação do espectador, que vê significados
diferentes.
e) uma obra tridimensional com um material tradicionalmente usado para criações
bidimensionais.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois as obras de fato têm algum volume por conta do modo como
o papel é organizado para formar o desenho.
A alternativa B está incorreta, pois ainda que isso seja parte verdade, não se fala aqui em arte
digital.
A alternativa D está incorreta, pois o texto fala que as obras mudam de acordo com posição da
luz e distância, não necessariamente interpretação do espectador.
A alternativa E está correta, poiso uso do papel nas obras da artista transforma as obras em
objetos artísticos tridimensionais, mesmo feitos com esse elemento que normalmente é a base
para ilustrações e gravuras, ou seja, obras bidimensionais.
Gabarito: E
A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Brasil
A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Rio de Janeiro.
Centenas de peças devem chegar ao Brasil em agosto para uma exposição na Casa de
Herança Oduduwa, local inaugurado no ano passado por Adeyeye Enitan Babatunde
Ogunwusi Ojaja II, rei da cidade de Ifé e soberano do povo iorubá.
A proposta do espaço é aproximar cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entre
o Brasil e o povo iorubá que, originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó,
áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Há ainda um grande número de iorubás vivendo no
Togo e em Serra Leoa, além de, fora da África, em Cuba, na República Dominicana e no Brasil.
Grande parte dos escravos trazidos para a então colônia brasileira eram de origem iorubá –
também chamados de nagôs. A mitologia que originou o candomblé, a umbanda e outras
religiões afro-brasileiras tem muita influência nagô, bem como o samba, nascido nas casas
de senhoras do século XIX que mantiveram os cantos e os batuques de seus antepassados.
Disponível em: < https://almapreta.com/sessao/cultura/a-maior-colecao-de-arte-ioruba-fora-da-africa-esta-prestes-a-
chegar-ao-brasil> Acesso em 10 ago. 2021
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que possamos entender que a exposição denota uma
visão valorizada dessa arte, não se fala especificamente obre a valorização dessas obras.
A alternativa B está incorreta, pois as obras são de um grupo específico, não da África como um
todo.
A alternativa C está incorreta, pois a mitologia é apenas mencionada, não há indício de que isso
seja o foco da exposição.
A alternativa D está incorreta, pois as obras expostas são produzidas no continente africano.
A alternativa E está correta, pois o texto indica que o espaço tem como proposta “aproximar
cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entre o Brasil e o povo iorubá que,
originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó”.
Gabarito: E
A gente foi feliz aqui é um projeto de intervenções urbanas, através de colagens, que procura
reverberar e perpetuar a memória coletiva do bairro Pinheiro. Localizado em Maceio/AL, o
Pinheiro foi um dos quatro bairros acometidos pela tragédia socioambiental do processo de
subsidência do solo, causado pela extração das jazidas de sal-gema a partir da metade do
século XX . Desde o ano de 2018, a migração forçada de milhares de vidas culminou no
esmorecimento das dinâmicas socioespaciais do bairro e, consequentemente, no
tolhimento das redes relacionais-afetivas comunitárias, construídas ao longo de décadas.
Disponível em: < https://www.domestika.org/pt/projects/1137274-a-gente-foi-feliz-aqui> Acesso em 10 ago. 2021
Comentários:
A alternativa A está correta, pois o projeto busca resgatar a historias das pessoas que viviam nas
casas hoje abandonadas.
A alternativa B está incorreta, pois a obra foi feita já após a desocupação, não para impedi-la.
A alternativa C está incorreta, pois a obra chama a atenção para questões socioambientais, não
apenas de sustentabilidade.
A alternativa D está incorreta, pois a ideia é fazer uma espécie de homenagem, um memorial
para a história das pessoas que viveram ali.
A alternativa E está incorreta, pois o espaço nao é pensado para pessoas que vieram lá terem
um espço para serem felizes nos momentos ruins.
Gabarito: A
Uma versão da famosa capa do disco dos Beatles, Abbey Road, foi produzida no Snoopy’s
Home Ice, um espaço dentro do museu do personagem Charlie Brown, criado por Charles
M. Schulz. No local há um aviso, dizendo o ponto exato onde se colocar para fotografar a
calçada, mantendo a ilusão de volume das personagens.
Essa intervenção urbana conjuga elementos das artes plásticas tradicionais ao brincar com
elementos como
a) harmonia, criando uma obra cujos elementos se relacionam a partir de qualquer ponto,
sem distorção.
b) perspectiva, usando a noção de ponto de observação do espectador para garantir o efeito
da obra.
c) equilíbrio, pois as figuras estão distribuídas de maneira igual pela faixa, sem distorção de
perspectiva.
d) ritmo, já que o caminhar das personagens sobre a faixa garante ilusão de movimento e
de musicalidade.
e) simetria, deixando evidente a distribuição das imagens a partir do olhar de um ponto
específico.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o que o texto indica é justamente o contrário: que há um
ponto específico de observação da obra.
A alternativa B está correta, pois o fato de que é preciso olhar para a obra a partir de um ponto
específico indica que foi feito o uso das ideias de perspectiva para a construção da obra.
A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que as figuras de distorcem a depender do
local de onde se olha.
A alternativa D está incorreta, pois ritmo em artes visuais indica repetição rítmica de estruturas
visuais, o que não ocorre aqui.
A alternativa E está incorreta, pois ainda que a descrição da obra esteja correta, a simetria não
é sobre isso. Simetria é sobre distribuição igual das figuras.
Gabarito: B
(Vinie Graffiti)
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que faça uso de elementos naturais, essa obra não
discute as questões ligadas a essa temática.
A alternativa B está correta, pois a obra se realiza a partir da interação entre a paisagem local e
o grafite, criando uma relação visual entre eles em que a cidade em si completa o desenho.
A alternativa C está incorreta, pois, assim como em A, ainda que faça uso de elementos naturais,
essa obra não discute as questões ligadas a essa temática.
A alternativa D está incorreta, pois não se levanta a discussão da pichação nessa obra. É apenas
um grafite cujo propósito é dialogar com o espaço urbano.
A alternativa E está incorreta, pois não se pode afirmar que as cores estejam pensadas em
campos tão distantes de seu entendimento mais comum.
Gabarito: B
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a simplicidade faz com que a instalação funcione, porém não
traz necessariamente a interatividade.
A alternativa C está incorreta, pois o ainda que o ambiente doméstico traga memórias, isso não
indica necessariamente uma interação.
A alternativa D está incorreta, pois não há exposição de obras do público. Há uma intervenção
do público sobre uma obra existente, modificando-a.
Gabarito: B
Superposição da obra “O beijo”, de Gustav Klimt em prédio devastado pela guerra, na Siria. Por Tamman Azzam.
Uma das criações mais famosas de Azzam é a superposição da icônica obra “O beijo“, de
Gustav Klimt, em paredes de um prédio devastado pela guerra em sua terra natal, o que
provoca sentimentos contraditórios, oscilando do horror à contemplação, e vice-versa…
Comentários:
A alternativa A está correta, pois a originalidade não está exatamente na ilustração, mas na
colocação na parede de um prédio destruído.
A alternativa B está incorreta, pois o estilo arquitetônico original pouco importa aqui. O que
importa é a colocação de uma figura de amor num prédio acabado pela guerra.
A alternativa D está incorreta, pois há uma reprodução, logo, não há bem uma liberdade criativa.
A alternativa E está incorreta, pois não se pode afirmar que o prédio seja histórico apenas pela
imagem ou pelo texto.
Gabarito: A
Considerações finais
A partir da próxima aula, iremos começar a nos dedicar a movimentos artísticos em si! Até
lá, pratique bastante com os exercícios desta aula, para chegar sem dúvidas na próxima aula!
Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou redes sociais!