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ESTRATÉGIA VESTIBULARES

ENEM
Exasiu EXTENSIVO

Exasiu
Aula 00 - Conceitos básicos
O que é arte?; Como interpretar uma obra de arte; Definições
importantes; Arte e sociedade (política, mercado e crítica);
Função social da arte.

Prof.ª Celina Gil

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 1


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Sumário
APRESENTAÇÃO 3

Quem sou eu 3

1 – COMO INTERPRETAR IMAGENS 4

2- O QUE É ARTE? 4

3 – DEFINIÇÕES IMPORTANTES 7

Elementos formais 8

Conceitos 12

Técnicas 18

Gêneros 23

4 - ARTE E SOCIEDADE 27

Intercâmbio entre culturas 30

Arte e mercado 34

Relação entre artistas e poder constituído 37

5- ARTE E REALIDADE 39

Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica 41

Indústria cultural 43

6 - EXERCÍCIOS 45

6.1 – Já caiu no ENEM 45

6.2 – Outras instituições 55

6.3 – Gabarito 91

6.4 – Questões comentadas 92

CONSIDERAÇÕES FINAIS 150

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Apresentação
Olá!

Seja muito bem-vindo a nosso curso de Artes! Espero que possamos juntos trabalhar pela
sua aprovação!

Sabemos que Artes é um tema um pouco mais complicado, principalmente porque não
é um assunto que vemos com profundidade na escola. Porém, muitos vestibulares irão cobrar
conhecimentos, não só de movimentos artísticos, como de análise da imagem. Estamos aqui
para ajudar, tanto em artes plásticas quanto artes da cena, cinema, arte contemporânea e
demais expressões artísticas.

Antes de começar nossa primeira aula, é importante que você tenha algumas
informações:

• Quem sou eu.

• Qual a nossa metodologia no Estratégia Vestibulares.

• Como encontrar nosso cronograma de aulas.

Vamos lá?

Quem sou eu
Meu nome é Celina Gil e fui a responsável por esse material que você está vendo.
Ingressei na USP em 2009, no curso de Letras, onde me formei em Português e Latim. Hoje em
dia, faço doutorado em História do Teatro também pela USP. Ou seja, pode contar comigo tanto
para gramática e redação quanto para literatura.
Também sou formada em Cinema, pela FAAP. Por isso, muitas vezes ao longo dos meus
materiais você pode encontrar dicas de filmes, games e séries ajudar deixar o estudo mais
divertido.
Já dei aula para crianças, mas me especializei em trabalhar com jovens e adolescentes,
principalmente em cursos preparatórios para provas e vestibulares.
Montei esse curso de modo que você possa ter contato com a teoria e sua aplicação
prática. A maioria dos exercícios que você encontra aqui veio das provas do vestibular a que
esse curso se dedica e de outros grandes vestibulares semelhantes.
Espero que ajude você a passar por esse momento tão importante.
Vamos lá?

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1 – Como interpretar imagens


Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões: não
saber como interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A parte
de ensinar a interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós dois. Nessa
aula, eu vou indicar alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora da prova, mas
é muito importante que você tenha a mente aberta para as imagens!

O método mais simples que encontramos até hoje para ensinar como interpretar imagens
consiste em:

1- Identificar:
2 - Analisar: 3 - Contextualizar:
- Qual é o tipo de
- O que compõe essa - Qual foi o momento
imagem que estamos
imagem? histórico da procução
vendo? (publicidade,
- Há textos que dessa imagem?
quadro, charge etc.?)
complementam a - Com que objetivo essa
- Quais as técnicas
imagem? imagem foi criada e
empregadas nessa
- Observar quais são os onde ela foi veiculada ou
imagem?(fotografia,
elementos mais exposta?
pintura, escultura etc?)
destacados e se há - Buscar informações nas
- Observar cores, traços,
detalhes menos óbvios. legendas!
formas etc.

Signos presentes na imagem em si. Signos externos.

A partir dessa metodologia, o trabalho de interpretar uma imagem fica muito mais
simples. Mas não se esqueça que numa prova de vestibular, o enunciado da questão é tão
importante quanto! Você sempre deve ler a imagem à luz do que a questão está perguntando!

Vamos começar a pensar agora sobre alguns conceitos acerca do que é arte!

2- O que é arte?
Um dos principais questionamentos quando o assunto é arte parece ser como defini-la.
Vamos buscar algumas definições para adentrarmos nesse tema.

“O que é ainda mais importante, prova-nos que aquilo a que chamamos "obras de arte" não
é fruto de uma atividade misteriosa, mas são objetos feitos por seres humanos para seres

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humanos. (...) Lembremos que cada uma de suas características é o resultado de uma
decisão pessoal do artista; que este pode ter meditado sobre elas e decidido alterá-las
repetidas vezes(...), pois a maioria das pinturas e esculturas que hoje se alinham ao longo
das paredes dos nossos museus e galerias não se destinava a ser exibida como Arte. Foram
feitas para uma ocasião definida e um propósito determinado, que estavam na mente do
artista quando meteu mãos à obra.” (Ernest Gombrich)

Antes de mais nada, portanto, a arte é uma atividade humana, ou seja, seres humanos
são capazes de produzir arte. São manifestações de ordem estética: trabalha-se ou ressignifica-
se alguma matéria de modo a despertar a percepção do outro e provocar algo nele.

As definições antigas do que é arte não servem para definir a arte no século XXI. No
contemporâneo, já vimos diversas expressões artísticas que não se enquadram nos limites
tradicionais.

Quando Marcel Duchamp colocou um mictório assinado em exposição no museu, não


havia nenhuma técnica manual envolvida na produção do objeto. Ele deixou de ser arte por
isso?

Quando vemos um vaso num museu, que foi feito para ser uma urna funerária e não um
objeto artístico, ele deixa de ser arte por não ter sido criado com essa intenção?

A resposta para todas essas perguntas é não. A arte não pode mais ser definida a partir
do que pensávamos antes. Então como podemos pensar arte hoje em dia? A partir de alguns
parâmetros não sobre o que ela é, mas sobre o que a arte pode ser:

• A arte pode ser um conjunto de obras de algum período histórico, povo ou movimento;

• Pode ser a habilidade de executar uma obra a partir do uso de uma técnica ou da
ressignificação de um objeto;

• Pode ser um reflexo dos seres humanos de seu tempo, dando pistas acerca do que eles
pensavam e sentiam sobre seu tempo;

• Pode ser um objeto criado para a fruição estética, sem uma utilidade prática cotidiana,
como outros objetos de design. A arte tem função de transcender o material, não de
servir ao mundo da praticidade e do utilitarismo;

• Pode ser uma atividade humana realizada por artistas, conjugando percepções e ideias
em um objeto para a apreciação do outro – e atualmente para a participação do outro
também;

• Ou pode ser, com afirma Gombrich, nada além de um fenômeno cultural, uma vez que
regras sobre a arte não são perenes, mas sim mutáveis no tempo e contexto.

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Uma das questões exploradas por Gombrich no texto “Introdução - Sobre Artes e
Artistas”, no livro A História da Arte, é justamente o que define arte, o que esperamos da arte
e o que é preciso para se deixar tocar por uma obra de arte.

Antes de adentrar nos estudos de arte, é fundamental pensar sobre esses pontos para
que você chegue com a mente aberta:

“Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem
somente artistas.”

“Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papão e de um


fetiche.”

“Muitas pessoas gostam de ver em quadros o que também lhes agradaria ver na
realidade. Isso é uma preferência muito natural. Todos gostamos de beleza na
natureza e somos gratos aos artistas que a preservaram em suas obras.”

“Mas essa propensão para admirar o tema bonito e atraente é passível de se


converter num obstáculo se nos levar a rejeitar obras que representam um tema
menos atraente.”

“De fato, não tardaremos em descobrir que a beleza de um quadro não reside
realmente na beleza de seu tema.”

“Assim como alguns preferem pessoas que usam poucas palavras e gestos,
deixando algo para ser adivinhado, também há os que gostam de pinturas ou
esculturas que deixem alguma coisa sobre que se possa conjeturar e meditar.”

“Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sempre se acharmos
falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para
mudar a aparência daquilo que viu. (...) A outra é que nunca deveríamos condenar
uma obra por estar incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a profunda
convicção de estarmos certos e o pintor errado.”

“Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa
relutância em descartar hábitos e preconceitos.”

(Estratégia Vestibulares – 2020)


A arte não é, como vemos, algo isolado das demais atividades humanas. Ela está presente
nos inúmeros artefatos que fazem parte do nosso dia-a-dia. Muitas coisas que hoje
observamos nos museus, ontem faziam parte do cotidiano do homem. Da mesma forma,
muitas construções que atualmente são monumentos tombados como patrimônio histórico

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de um povo, antigamente eram locais de moradia e, neles, famílias viveram momentos de


tranquilidade, de apreensão, de medo e de alegria. Assim, as construções em que
moramos hoje, bem como os utensílios que agora fazem parte da nossa vida diária,
futuramente poderão estar nos museus, atestando os nossos hábitos, os nossos valores e
o nosso modo de vida.
(Adaptado de História da Arte, Graça Proença. 2004)

Sobre o texto, é correto afirmar que a as obras artísticas


a) se encontram desvinculadas da noção de utilidade.
b) são artefatos que atendem a uma determinada coletividade
c) são essencialmente objetos cotidianos e históricos.
d) são criações de caráter individual e subjetivo.
e) podem refletir as práticas e concepções de um povo.
Comentários:
As alternativas A e B estão incorretas, pois nem todas as obras artísticas são utensílios,
moradias e outros objetos difundidos na coletividade.
A alternativa C está incorreta, pois nem toda obra artística é um artefato histórico.
A alternativa D está incorreta, pois a construção de moradias e a fabricação de utensílios
que se tornam artefatos históricos nem sempre envolve a externalização da individualidade
do autor.
A alternativa E é a resposta. A produção artística se encontra profundamente integrada à
cultura e aos sentimentos de um povo, por vezes externalizando elementos cotidianos do
passado, as crenças e as práticas de seus membros.
Gabarito: E

3 – Definições importantes
Para que você não encontre dificuldades ao longo do material, separamos algumas
definições importantes quando o assunto é arte. Utilize esse material como um glossário sempre
que for preciso. Muitas questões do seu vestibular podem ser resolvidas a partir dessas
definições.

Veremos então quatro grupos de definições técnicas, elementos formais, conceitos e


gêneros.

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Elementos formais

Cor
É uma percepção visual a partir da luz. A cor de um objeto é definida a partir da frequência
de onda que ele reflete, ou seja, os comprimentos de onda que ele não consegue absorver.
As cores podem ser primárias – amarelo, azul e
vermelho; secundárias – verde (união de azul e
amarelo), laranja (união de amarelo e vermelho) e roxo
ou violeta (união de vermelho e azul); ou terciárias –
vermelho-arroxeado (união de vermelho e roxo) e
vermelho-alaranjado (união de vermelho e laranja);
amarelo-esverdeado (união de amarelo e verde) e
amarelo-alaranjado (união de amarelo e laranja); azul-
arroxeado (união de azul e roxo) e azul-esverdeado
(união de azul e verde).

Forma
O modo como identificamos os elementos. Uma forma pode ser figurativa, quando representa
um elemento de maneira definida; abstrata, quando se constitui de formas indefinidas, como
manchas; geométricas, quando é formada a partir de um conjunto de pontos com
determinada propriedade (ex.: um conjunto de pontos equidistantes de uma origem, forma
um círculo), plana ou espacial.

Linha
Um dos elementos essenciais nas artes. A linha é obtida a partir de uma
série de pontos, um depois do outro. É obtida quando se arrasta o
instrumento sobe a superfície, deixando um rastro. Dependendo do modo
como é organizada na superfície, pode denotar diferentes
expressividades, como fluidez, dinamismo, direção, movimento, tensão,
ilusões de ótica, texturas etc.
Pode ser reta, curva, ondulada, vertical, horizontal, inclinada, convergente, divergente,
paralela, perpendicular, entre outros. Cada um desses usos gera uma expressividade
diferente.

Luz
A luz, aliada à sombra, é o que faz com que vejamos um objeto no espaço – seja ele
tridimensional ou bidimensional. Ela pode ser natural ou artificial, trazendo diferentes
expressividades cada uma delas.

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A luz projetada também cria sombra própria e sombra projetada. Em diversas escolas de arte,
a luz será essencial para a criação de verossimilhança ou imitação do real. É um dos primeiros
elementos a serem explorados e aprimorados quando se desenha utilizando técnicas como
lápis e grafite.

Matiz
Característica que define e distingue uma cor de outra. Verde e amarelo, por exemplo, são
matizes. O brilho das cores é dado pela intensidade do matiz, que pode ser forte (saturada)
ou fraca (dessaturada).

Ponto
Graficamente, é um “pingo” feito sobre uma superfície. É a menor unidade possível em um
desenho ou traçado sobre superfície. É um dos elementos essenciais nas artes.
Pode servir para delinear uma imagem, formando o pontilhado ( ); para sombrear
uma imagem e gerar volume (a partir do agrupamento de muitos pontos, gerando claro e
escuro); ou mesmo criar desenhos completos a partir da alteração de cor e concentração. Essa
última ideia será a base para o Pontilhismo ou para as imagens a partir de pixels, na criação
de retícula tipográfica.

Superfície
Espaço em que se executa uma técnica de modo a criar uma
obra de arte.
Pode ser uma tela, um muro, uma parede, um tecido etc.

Textura
A textura é o aspecto de uma superfície. Ela pode ser lisa, ondulada,
áspera, rugosa etc.
Pode não ter necessariamente um volume, ou seja, pode não ser
táctil, mas sim provocar uma sensação visual, quando realizadas a
partir da intervenção de instrumentos manipulados sobre superfícies:
diversos riscos, de diferentes cores, sobre um papel, por exemplo.

Tom
Refere-se à quantidade de luz presente em uma cor. Escalas tonais mais escuras são aquelas
em que houve acréscimo de preto ao matiz. Escalas tonais mais claras são aquelas em que
houve acréscimo de branco ao matiz.

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Volume
É aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte,
seja essa tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou
criada a partir de um jogo de luz e sombra, para criar a ilusão de
tridimensionalidade numa produção bidimensional.
Se refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto
ao modo como a luz incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos.

(Estratégia Vestibulares – 2020)


O volume é aquilo que determina a tridimensionalidade de uma obra de arte, seja essa
tridimensionalidade real, ou seja, em um objeto físico; ou criada a partir de um jogo de luz
e sombra, para criar a ilusão de tridimensionalidade numa produção bidimensional. Se
refere tanto ao modo como o objeto se coloca no espaço quanto ao modo como a luz
incide sobre esse objeto, dando-lhe contornos.
Tendo em vista a definição acima, a obra que busca criar ilusão de tridimensionalidade a
partir de um jogo de luz e sombra é
a)

b)

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c)

d)

e)

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois essa obra não busca dar ilusão de tridimensionalidade.
As figuras são chapadas. A profundidade vem principalmente dos tamanhos das pessoas,
não da luz e sombra.
A alternativa B está correta, pois aqui as sombras projetadas contra a parede e o modo
como a luz da vela incide sobre os rostos das personagens é responsável pelo volume das
formas.

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A alternativa C está incorreta, pois aqui a única sombra que vemos é a do cavalo no chão.
Não se pode dizer que o contraste entre luz e sombra seja responsável pelo volume.
A alternativa D está incorreta, pois aqui não há tentativa de variação de luz no quadro. A
variação se dá por um leve sombreado, sem uso de luz e sombra.
A alternativa E está incorreta, pois esse quadro não se preocupa com a construção de
volume pela luz e sombra, mas pela variação de tamanhos.
Gabarito: B

Conceitos

Abstrato

Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se apresentam
no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não remetem
necessariamente à realidade. Pode aparecer em composições com formas geométricas,
respingos de tinta etc., em maior ou menos grau. Foca muitas vezes no mundo interior e na
subjetividade dos artistas.

Bidimensional

Característica daquilo que possui apenas duas dimensões: altura e largura. Técnicas como o
desenho, a pintura e a gravura utilizam de suportes bidimensionais.

O desafio que muitas vezes se colocou foi como criar ilusão de tridimensionalidade num
suporte bidimensional. Muitas escolas artísticas utilizaram de técnicas como as de luz e sombra
para criar essa ilusão. Perspectiva, distorção e simetria são outras estratégias para criar a ilusão
de tridimensionalidade.

Outras escolas não se preocuparão com isso, assumindo a visualidade bidimensional sem se
preocupar com artifícios para criar volume em superfícies planas.

Contraste e semelhança

O contraste é fundamentalmente a distinção entre elementos que compõe uma composição.


Assim, elementos opostos com, consequentemente, significados opostos, formarão entre si
uma relação de contraste.

Quando pensamos em uma aspectos visuais, essa distinção pode ocorrer a partir de muitos
elementos. Contrastes de cor, por exemplo, entre cores frias e quentes, podem trazer uma
série de significados.

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Já a semelhança ocorre quando os elementos, cores, formas etc. encontram-se harmônicos,


não gerando tensões entre si.

La Berceuse (Woman Rocking a Cradle; Augustine-Alix Pellicot Roulin, 1851–1930) 1889, Vincent van Gogh,
Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Distorção (deformação)

Mudança nas formas ou proporções com a intenção de transmitir


alguma ideia.

Foi muito utilizada a partir do século XIX, quando os artistas passam a


se dedicar menos a uma mimese do real e mais a expressões carregadas
de subjetividade.

Self-Portrait (1911), Egon Schiele, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Estilização

Ocorre quando se retira de uma forma o máximo de elementos possíveis, deixando o mínimo
de informação possível para que ela possa ser compreendida.

Um bom exemplo são os ícones das placas, como os das portas dos banheiros. São
convenções compreendidas por todos.

Equilíbrio

Modo como se organizam as formas em uma obra de acordo com suas dimensões. Colocar
muitas formas em um canto de uma tela, por exemplo, seria um sinal de desequilíbrio na

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composição. Alguns atributos como ritmo, unidade, proporção e contraste serão


determinantes para definir o equilíbrio de uma obra.

Figura e fundo

A ideia de figura e fundo está ligada à noção de profundidade.

Por muito tempo, a arte representou as figuras de modo plano. A partir do século XVII
principalmente começam a surgir composições que criam efeitos de profundidade nas telas,
ou seja, que diferenciam o objeto do espaço atrás dele.

Figurativo

Qualidade das obras pautadas na representação de objetos, espaços e seres em suas formas
reconhecíveis, ou seja, em consonância com aquilo que vemos no mundo real.

Foi soberana por muito tempo nas artes, só perdendo parte de seu espaço com o surgimento
da arte abstrata no século XX.

Harmonia

Uma obra harmônica é aquela que parece “correta” para nossos


padrões de belo. Uma obra harmônica é bem distribuída, tendo os
elementos colocados na superfície de modo a direcionar o olhar do
observador, respeitando proporções.

Saint Rosalie Interceding for the Plague-stricken of Palermo (1624), Anthony van
Dyck, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Movimento

Uma obra é dotada de movimento quando ela é capaz de fazer o olhar do observador passar
de um ponto a outro sobre a superfície, ou seja, quando não ficamos olhando apenas para um
ponto da obra. Esse movimento não é aleatório. Depende da composição do artista, que
direciona a atenção do observador para onde deseja.

Perspectiva

Técnica de representação de um objeto ou espaço tridimensional em um suporte


bidimensional. Está especialmente ligada à profundidade espacial.

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Elementos mais próximos do olhar do observador devem parecer maiores do que aqueles que
se encontram distantes do observador. Se aproxima dos conhecimentos científico-
matemáticos, principalmente a partir do renascimento. Outras áreas, como a geometria e
ótica, também influenciam na construção da perspectiva.

Proporção

Relação entre as partes de uma obra ou elemento, conjugando


seus tamanhos e formas de modo a alcançar a harmonia.

Se relaciona diretamente com os padrões clássicos de beleza.

A figura humana, por exemplo, possui uma proporção específica


nas definições de beleza clássica. A imagem ao lado mostra o
Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci, obra representativa da
proporção do corpo humano.

Ressignificação

Quando um artista cria uma obra a partir de um objeto que não era originalmente artístico.

Significa literalmente dar novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas
obras de arte partem desse procedimento.

Ritmo

O ritmo é definido pela sucessão de elementos, formas etc. que se repetem


constantemente em uma obra.

Essa repetição pode ser constante, crescente, decrescente e outras


categorias.

Simetria

A simetria ocorre quando podemos dividir uma imagem em seções iguais.

Quando colocamos a mesma quantidade e qualidade de elementos nos dois lados de um


quadro, por exemplo, temos uma imagem simétrica.

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Tridimensional

O mundo é tridimensional, ou seja, as coisas do mundo são dotadas de


altura, largura e profundidade.

Tradicionalmente, arquitetura, escultura, modelagem etc. são obras de


arte tridimensionais, mas a pintura muitas vezes tenta mimetizar a
tridimensionalidade através de artifícios como luz e sombra.

Figure from a Reliquary Ensemble: Seated Female (19th–early 20th century), Fang
peoples, Okak group, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Unidade

Um fenômeno que ocorre quando todos os elementos de uma obra trabalham juntos e fazem
sentido no todo.

(Estratégia Vestibulares – 2020)


Abstrato
Fazer artístico que não representa objetos ou elementos na maneira como eles se
apresentam no mundo, na realidade à nossa volta, mas sim a partir de formas que não
remetem necessariamente à realidade. Dentre as obras abaixo, a que apresenta maior grau
de abstração é a pintura:
a)

(Steamboats in the Port of Rouen, 1896, Camille Pissarro)

b)

(View of the Seacoast near Wargemont in Normandy, 1880, Auguste Renoir)

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c)

(View of the Domaine Saint-Joseph, 1880s, Paul Cézanne)

d)

(The Ballet from “Robert le Diable”, 1971, Edgard Degas)

e)

(Untitled, 1945, Jackson Pollock)

Comentários:
Apesar de todas as obras apresentadas apresentarem algum grau de abstração, seja pela
escolha de cores, seja pela menor nitidez de formas e contornos, a alternativa E é a que
apresenta desenho com maior abstração, sendo praticamente impossível encontrar
grandes referenciais na realidade. Exceto por algumas imagens, poucos elementos são
identificáveis. A obra é mais fortemente fundada nas imagens abstratas.
Gabarito: E

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Técnicas

Arquitetura

Toda construção ou modificação do ambiente físico, num


processo que inclui tanto o projeto quanto a execução
em si. Também pode aparecer aliado a uma época ou
região específica para denotar um estilo (ex.: Arquitetura
gótica).

Envolve conhecimentos nas áreas da matemática, artes,


ciências sociais, política, entre outros.

Colagem

Composição feita a partir de materiais de texturas diferentes, tanto


sobrepostas quanto lado a lado. Consiste na criação de uma nova
imagem a partir da junção de outras. Passa a ser vista como
possibilidade artística principalmente a partir do século XX, com a
influência do cubismo, que utilizava muito dessa técnica.

Pode ser tanto manual quanto digital.

Desenho

Nome genérico para traço linear, de forma pictórica,


realizado em diversos suportes e a partir de diversas
ferramentas, para expressar alguma ideia, podendo ser
técnica ou estética.

Deve levar em consideração a escolha das cores e texturas


da superfície e a forma do desenho em si, que pode ser
por contorno/linear, com volumes ou não, fazendo uso de
luz e sombra.

Escultura

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Criação artística que consiste na manipulação de matérias


de diversas naturezas para a criação de uma obra
tridimensional.

Diversas técnicas podem ser empregadas em sua criação,


como esculpir ou talhar – ambas envolvendo a retirada de
matéria de um bloco uno –, modelar – que envolve a
adição de materiais para criar uma forma – ou fundir –
quando se esculpe em metais.

Fotografia

Técnica de criar imagens a partir da exposição à luz de


uma superfície sensível. Foi utilizada inicialmente mais
para fins de registro e científicos do que artísticos, a
fotografia logo se torna uma nova possibilidade nas artes.
Pode ser tanto analógica quanto digital, colorida ou preto
e branca. Depende de um equipamento fotográfico para
ocorrer.

Gravura

Geralmente produzida com objeto cortante que cria motivo em uma


superfície, chamada de matriz, que pode ser madeira, metal, pedra ou
tecido. Tem a imagem invertida da que será vista na gravura, obra em
papel que será gerada pelo processo de gravação.

Os tipos mais comuns de gravura são xilogravura – gravação em


superfície de madeira – litogravura – prensa que pode sobrepor
camadas de cor – e serigrafia – tela criada em tecido fino.

História em Quadrinhos

Arte de narrar histórias por meio produções que envolvem


textos verbais e não verbais. Possuem os elementos básicos
das narrativas.

Uso de recursos gráficos, como balões e molduras, para


indicar diferentes intenções.

Foi inspiração para produções da Pop Art.

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Instalação

Termo incorporado nos anos 1960 para designar obras


que utilizam o espaço como potência, ativando o espaço
como parte da obra de arte.

Possibilita a participação do espectador, que pode entrar


ou interagir com a obra, tendo papel mais ativo sobre ela.
Pode combinar diversas linguagens e técnicas na sua
construção.

Modelagem

Técnica que consiste em moldar materiais, transformando-os


de maleáveis a objetos tridimensionais. É uma técnica que
permanece sendo muito artesanal.

É uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo homem,


acessada principalmente na construção de elementos de uso
cotidiano.

Mosaico

Arte ornamental cujo principal aparecimento está nos


revestimentos de pisos, paredes e tetos. Causa efeito
suntuoso, podendo representar padrões ou formas figurativas.

Deve-se levar em conta o local em que foi aplicado, em


relação com a arquitetura, e as técnicas de elaboração – tipo
de fragmento, tamanho etc.

Ourivesaria e Prataria

Produções que usam metais como suporte, tanto na


fabricação de objetos cotidianos como na criação de
obras de arte.

Incluem elementos figurativos e ornamentos, além de


dialogar com a arquitetura.

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Performance

Nome genérico para designar apresentações de canto,


dança, mímica, teatro, entre outros.

Na segunda metade do século XX, surge um novo


gênero artístico chamado simplesmente
“performance”, ligado aos movimentos de vanguarda,
que consiste em ações pensadas de intervenção e
atuação no espaço.

Também envolve as práticas de body art.

Pintura

Nome genérico para técnica de aplicar pigmento –


principalmente líquido – sobre uma superfície. É uma
técnica bidimensional em que se atribuem cores, tons,
textura etc., criando uma imagem.

Pode aparecer em diferentes técnicas, como aquarela,


pintura a óleo, acrílica ou guache.

Vitral

Trabalho com vidro, considerado por muito tempo uma arte aplicada.

Seu desenvolvimento é muito marcante principalmente durante a Baixa


Idade Média, nas catedrais góticas, em que causam um efeito sensorial
místico intenso.

Também se torna popular no fim do século XIX, por conta da Art


Nouveau, movimento que revisita o vitral com uma nova estética.

(Estratégia Vestibulares – 2021)


Invenção da Cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe (1977) foi construída
postumamente, a partir das instruções deixadas por Hélio Oiticica em textos, plantas,
maquetes e amostras. O uso do termo square, que traduzido para português pode
significar tanto “praça” quanto “quadrado”, revela elementos fundamentais para o
pensamento do artista: o interesse pelo espaço público como lugar de encontro e a
herança da tradição geométrica em sua formação.

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Aqui, a cor –outro elemento fundamental na produção de Oiticica –atinge a escala


ambiental, na articulação de nove paredes em alvenaria, tinta acrílica, tela de arame e vidro.
A presença da luz natural com as mudanças que sofre ao longo dos dias completa a obra,
modificada a cada instante.

Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe, 1977, [detalhe]. Foto: Brendon Campos

(Disponível em <https://www.inhotim.org.br/item-do-acervo/invencao-da-cor-penetravel-magic-square-5-de-luxe/>
Aceso em 08jul. 2021)

As formas usadas na composição da instalação denotam preocupações do artista quanto


ao/à
a) reprodução de formas abstratas para a criação de obras de paisagismo e urbanismo.
b) escolha de cores, ligada diretamente ao movimento concretista brasileiro.
c) percepção da natureza como espaço mais criativo que o urbano, lembrando a land art.
d) uso do espaço público, aproveitando-se da ambiguidade gerada pelo termo em inglês.
e) preferência pelo uso de materiais do cotidiano, que podem ser facilmente encontrados.
Comentários:
A alternativa A é INCORRETA, pois o que se cria aqui é uma instalação artística, não uma
obra de paisagismo e urbanismo.
A alternativa B é INCORRETA, pois as cores não impactam na escolha da forma nesse caso.
A alternativa C é INCORRETA, pois não se pode afirmar que o projeto fosse
necessariamente para o meio da natureza. Isso ocorre devido à configuração do museu.
A alternativa D é CORRETA, pois o texto aponta que o projeto elaborado pelo artista levava
em consideração seu interesse sobre o espaço público. Nessa obra, cria-se uma praça com
formas geométricas quadradas, incentivando o aproveitamento do espaço público.
A alternativa E é INCORRETA, pois os materiais não impactam na escolha da forma aqui.
Gabarito: D

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 22


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Gêneros

Cenas do cotidiano
Se refere a obras que fazem referência ou tratam
situações da vida cotidiana. Ao longo do tempo, quão
mais afastada da religiosidade a arte se tornava – ou seja,
conforme se secularizava – mais crescia o interesse em
retratar cenas do dia a dia. Além de espaços públicos e
domésticos, o mundo do trabalho será um objeto de
interesse da arte. Festas comunitárias, no campo e na
cidade, também serão retratadas aqui. Costumam ser
imagens com grande riqueza de detalhes e que
apresentam personagens “anônimos”.
Scena in a Courtyard (1660), Ludolf de Johgh, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Cenas históricas
Se refere a obras que representam fatos históricos de modo geral.
Alguns teóricos apontarão que as cenas mitológicas e religiosa
tambpem seriam históricas, mas estritamente falando, são obras
que registram eventos políticos e históricos, como guerras,
batalhas, feitos notáveis e personagens notáveis. Costumam ser
obras de grandes dimensões e eram frequentemente realizadas
sob encomenda. São empregadas também em momentos em
que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um
povo.
The Battle of Vercellae (1725), Giovanni Battista Tiepolo, Metropolitan
Museum of Art, Nova York.

Cenas mitológicas
Representações de personagens ou cenas mitológicas
greco-romanas. As cenas mitológicas fazem parte de uma
longa tradição na história da arte. Grosso modo, chama-se
mitologia grega todo um conjunto de narrativas sobre
deuses e heróis. São mitos fundadores do pensamento
religioso – e até mesmo filosófico – grego, sendo base para
muito da cultura ocidental.

Venus e Adonis (1630), Peter Paul Rubens, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 23


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Cenas religiosas
Também chamadas de cenas sacras, são aquelas que representam
assuntos ou personagens da religião cristã. Grande parte da arte
que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos
séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica. Assim, as
representações de cenas da mitologia cristã se tornaram muito
frequentes. Entre alguns tópicos frequentes estão passagens do
Velho Testamento, a Virgem Maria com menino Jesus, a Santa Ceia
e a Crucifixão de Cristo.
The Flight to Egypt (?), Luca Giordano, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Natureza morta
Representações de objetos inanimados. Ainda que
tenham sido frequentes na pintura ao longo do tempo,
é só no século XVI que deixam a posição de cenário ou
detalhe para se tornarem temas centrais de quadros.
Costumam ser representados alimentos, flores, livros,
instrumentos musicais etc. A ideia é que se possa
representar as coisas tal como são vistas por nossos
olhos.

Apples (1878), Paul Cézanne, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

Paisagem
Obras, principalmente pinturas, que retratam
espaços naturais ou ao ar livre. Pressupõe
uma maior presença da natureza do que de
construções humanas. Se populariza
sobremaneira a partir do século XVIII e terá
seu apogeu no século XIX, também por
conta de inovações tecnológicas: a invenção
da bisnaga de tinta, que permitia a pintura ao
ar livre, fazendo com que artistas pudessem
ir para a natureza pintar, não ficando restritos
aos estúdios.

Mewport Rock (1872), John Frederick Kensett, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 24


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Retrato
Representações de um indivíduo ou grupo de indivíduos,
elaboradas na maior parte das vezes a partir de modelos vivos.
Mais recentemente, utilizaram-se também fotografias como base
para a criação de retratos. Era muito ligado à ideia de mimesis,
imitação: era importante ser capaz de reproduzir perfeitamente o
modelo num momento em que não existiam fotografias – o que
tornou o gênero popular nas academias e escolas de artes.
Apesar de já serem existentes no século XIV, é com a ascensão
da burguesia no século XV que o gênero se populariza. Os
autorretratos, pinturas de si próprios feitas pelos artistas, também
serão muito populares.
Portrait of a Man (1650), Velázquez, Metropolitan Museum of Art, Nova York.

(Estratégia Vestibulares – 2020)


Um dos temas mais comuns à pintura ocidental são as cenas religiosas. Também chamadas
de cenas sacras, são aquelas que representam assuntos ou personagens da religião cristã.
Grande parte da arte que costuma ser abordada em provas é a Ocidental e, por muitos
séculos, quem fomentou a arte foi a Igreja Católica.
Tendo em vista a definição, a obra que apresenta temática de uma cena religiosa é
a)

b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 25


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c)

d)

e)

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que o nome remeta à mitologia cristã, não se
pode dizer que a cena representada seja religiosa ou que represente passagens da
religiosidade cristã.
A alternativa B está incorreta, pois essa pintura mostra o interior de uma igreja, mas não
uma cena religiosa.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 26


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa C está correta, pois nessa cena vemos uma passagem da mitologia cristã
representada: o momento em que a Virgem Maria sabe que irá ascender aos céus.
A alternativa D está incorreta, pois não se observa elementos que remetam à religiosidade
da época na tela.
A alternativa E está incorreta, pois essa cena é da mitologia grega, ou seja, não se enquadra
como religiosa, mas como mitológica.
Gabarito: C

4 - Arte e Sociedade
A relação entre arte e política deve ser observada sempre a partir de algumas ideias que
temos sobre arte. Qual o papel atribuímos às obras de arte que norteariam essa relação? Mais
à frente discutiremos o papel social da arte, mas por ora, vamos pensar juntos sobre alguns
modos de fazer arte.

A arte pode ser provocativa. Pode, por exemplo, criticar


movimentos da sociedade contemporânea a ela ou produzir
críticas contra uma pessoa ou governo em especial. A imagem ao
lado, por exemplo, mostra um homem cercado de tecnologia. Ele
está com as mãos amarradas e o corpo atado por fios, segurando
um celular. No rosto, ele tem um aparelho de assistir à realidade
virtual. Isso pode ser lido como uma crítica à sociedade que
vivemos, que deposita expectativas demais na tecnologia e acaba
ficando presa a ela, sem ser capaz de olhar para o real.

Uma obra que busque despertar o senso crítico tem como


objetivo ampliar os horizontes de pensamento, fazendo com que,
muitas vezes, nos questionemos acerca do mundo como ele é. Por
isso, diversos governos autoritários ao longo da história
promoveram censura às artes. Ao longo da história, obras de arte
foram censuradas por diversas razões, mas principalmente dois
conteúdos provocavam maior número de proibições: questões Fonte: Unsplash. Disponível em
<https://unsplash.com/photos/uydt8hNz3hE>
morais ou críticas diretas ao governo/governante da época. Acesso em 04/05/20.

Algumas obras que tratamos como clássicas sofreram oposição em sua época. A Capela
Sistina de Michelangelo, por exemplo, foi considerada imoral por muitos por apresentar pessoas
peladas na parede que representava o Juízo Final. Um pupilo de Michelangelo chegou a pintar
panos sobre as personagens do afresco para cobrir seus órgãos genitais. No século XIX, Gustave
Courbet teve sua obra “A origem do mundo”, que representava um órgão sexual feminino
proibida de ser exposta e só foi parar nas paredes dos museus em 1995. Hoje em dia, obras de
conteúdo “potencialmente ofensivas” são retiradas das redes sociais o tempo todo.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 27


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A discussão sobre a censura às artes no contemporâneo é fundamental para os


vestibulares e você pode acabar encontrando-a, por exemplo, em uma proposta de
redação.

Durante o século XX, houve uma larga produção de obras de arte que se posicionaram
contrárias a governos autoritários ao redor do mundo. Principalmente regimes totalitários na
América Latina, África e Oriente Médio foram alvo de oposição dos artistas – muitos dos quais
acabaram exilados ou perseguidos por suas produções. No Brasil, a censura às obras incidiu
principalmente sobre a música, fazendo com que alguns artistas populares até hoje – como
Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – fossem obrigados a deixar o país. A arte
produzida por opositores de regimes políticos é frequentemente referida como arte engajada,
quando se propõe a produzir conteúdos subversivos ou até mesmo revolucionários para os
padrões de sua época.

Pussy Riot
Um exemplo contemporâneo de artistas que se opõe frontalmente a governos ou
lideranças políticas de maneira sistemática é o grupo Pussy Riot, de origem russa. O
grupo formado apenas por mulheres faz shows e performances contra as políticas
discriminatórias do governo russo e o presidente Vladimir Putin. O grupo ficou muito
conhecido pelo uso das balaclavas – espécie de gorro de lã que deixa só os olhos de
fora – coloridas.

A arte também já serviu de propaganda e instrumento político de legitimação de


governos ao longo da história. A sustentação de um governo depende não só de suas ações
como também de apoio popular. Esse apoio pode ser construído através da arte e da cultura,
usando das bens culturais como propaganda do governo. Essa mistura entre arte e política foi
muito profícua na primeira metade do século XX, principalmente durante o período das Primeira
e Segunda Guerras Mundiais. Veja dois exemplos abaixo:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 28


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Arte Nazista Arte Soviética


Baseada em suas Após a Revolução
interpretações de mundo Russa, em 1917, havia uma
centradas na eugenia e na necessidade de garantir
superioridade da raça ariana, a que a população apoiasse
arte nazista vendia um mundo uma mudança tão brusca
idílico e clássico. Representava a de governo. A cultura e as
Alemanha como uma nação artes serviram pra por um
forte. lado reforçar os ideias da
Diferente da arte de revolução e por outro criar
vanguarda do período, a arte nazista fugia das um novo movo de fazer arte, com referenciais
abstrações e representavam o mundo de maneira diferentes dos anteriores.
mais naturalista. Havia o incentivo à formação de grupos como
A escola de arte Bauhaus foi perseguida pelo o Proletkult (em português Cultura Proletária),
regime por se opor ao ideal de arte do regime. Era com o objetivo de incentivar uma literatura de
parte do que eles chamavam de arte degenerada. cunho social acessível ao povo.

O cinema do início do século XX foi fundamental para a produção de arte ligada aos governos.
Veja aqui alguns filmes fundamentais:

O encouraçado Potemkin O triunfo da vontade (1935) O Grande Ditador (1940)


(1925) Dir.: Sergei M. Dir.: Leni Riefenstahl Dir.: Charles Chaplin
Eisenstein

Filme dirigido pela principal


Filme do principal cineasta cineasta alemã. Na mesma época, o cinema
soviético que retrata a história Documentário, o filme americano produz filmes
de uma rebelião ocorrida em influenciou a linguagem da que se opõe ao regime
um navio de guerra, em 1905. publicidade no futuro. nazista, garantindo o apoio
Os oficiais se rebelaram por Intercala cenas cotidianas popular à guerra travada na
conta das más condições de dos membros do partido e época – prática usada até
trabalho. soldados com discursos do hoje em momentos de
próprio Hitler. embate político.
O objetivo do filme é mostrar,
pela comparação, que o O objetivo do filme é Em “O Grande Ditador”,
governo soviético garantia mostrar a lealdade do povo Chaplin faz uma sátira à
melhores condições para os alemão para com o partido figura de Hitler, como um
trabalhadores. nazista. líder atrapalhado.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 29


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Intercâmbio entre culturas


Quando se pensa em contato entre culturas diferentes, há algumas questões envolvidas,
principalmente a ideia de Apropriação cultural. Apropriação Cultural acontece quando uma
pessoa de uma cultura hegemônica adota aspectos de uma cultura que não é a sua, usando
esses elementos sem a devida referência. Ela também se caracteriza pelo uso de elementos que
eram originalmente fonte de opressão de um grupo por um outro dominante. Isso pode ocorrer
principalmente em contextos de colonização. Muitas vezes, os grupos colonizadores se
apropriam de elementos sem compreender seu verdadeiro significado cultural. Dentre os
elementos mais comuns a terem seus usos questionado, encontramos acessórios e trajes,
símbolos, culinária e expressões artísticas. 1

PANTERA NEGRA

O filme “Pantera Negra” faz uma discussão importante sobre o assunto, abordando
principalmente uma questão muito contemporânea: a devolução ou não de objetos
de museus para seus países de origem.

Fonte: Instagram Um filme me disse

Muitos dos grandes museus do mundo têm parte de seu acervo fruto de saques. O
espólio das colonizações são entendidas hoje como parte da violência colonialista e

1
A partir do texto disponível em < https://www.megacurioso.com.br/polemica/98787-20-fatos-para-voce-entender-o-que-e-
apropriacao-cultural.htm > Acesso em 22 dez. 2020.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 30


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

países como França e Holanda têm promovido ações de devolução de obras para
seus países de origem. O desafio desses países hoje é garantir condições de
manutenção, exposição e restauro das obras que retornarem, já que um dos
argumentos usados pelas instituições que resistem às devoluções é justamente o risco
de deterioração das peças. Esse assunto não é apenas do passado: na Síria, desde o
início da guerra, houve uma grande quantidade de tráfico ilícito de antiguidades.

Mas qual a problemática envolvida?

O problema não é você individualmente usar algo que acha bonito, mas quando um
elemento de um grupo minoritário é "sequestrado" e passa a ser associado a outro grupo.
Quando isso acontece, esse novo grupo é considerado inovador ou criativo, enquanto o grupo
que usava originalmente pode ter sido marginalizado pelo mesmo elemento. Nos anos 50 nos
EUA, por exemplo, o jazz era considerado música de negros e visto de maneira negativa.
Quando músicos brancos começaram a gravar nesse ritmo, o jazz acabou se tornando uma
música considerada refinada. A apropriação cultural, então, é um modo de reforçar o
desequilíbrio social entre pessoas de grupos dominantes e minoritários.

Fonte: Pixabay

(Estratégia Vestibulares – 2021)


Na última semana, a grife Alexander McQueen se envolveu em uma polêmica com
internautas brasileiros que acusaram a marca de apropriação cultural. Tudo aconteceu após
o lançamento da coleção Pre-Fall 2021, que traz uma peça com estampa que lembra a
xilogravura de cordel, técnica artística tradicional de alguns estados da região Nordeste.
(...)
Muitos compararam a estampa com o trabalho do famoso gravador pernambucano
J.Borges. Contudo, em comunicado enviado ao jornal Diário do Nordeste, o filho do artista
e membro do Memorial J.Borges, Pablo, disse que o caso não se trata de um plágio do
trabalho de seu pai. “Eu dei uma olhada bem detalhada e vi que não tem nada dele. Ainda
arrisco em dizer que é a mesma técnica da xilogravura, porém não é da gente”, esclareceu.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 31


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A grife descreve a técnica usada para criar os desenhos como "parpercut", que utiliza de
recortes em papel para produzir as impressões no tecido. Os ícones presentes na estampa,
como o pássaro e o coração, são símbolosque já foram explorados anteriormente pela
marca em outras coleções, assim como o método de estamparia. Até o momento, a
Alexander McQueen e sua diretora criativa, Sarah Burton, não comentaram o caso.

(Disponível em <https://revistaglamour.globo.com/Moda/noticia/2021/05/internautas-brasileiros-acusam-
grife-alexander-mcqueen-de-apropriacao-cultural.html>. Acesso em:09 jun. 2021)

Sobre apropriação cultural e as técnicas mencionadas no texto, há


a) um equívoco teórico, pois, visualmente falando, não há dúvidas de que a técnica
empregada na feitura do vestido seja algo que não “parpercut”.
b) uma imitação da obra do artista brasileiro J. Borges, que se tornou muito famoso no
exterior devido ao Movimento Armorial nos anos 1970.
c) um erro de atribuição, já que as obras dos trajes são oriundas do acervo de J. Borges,
mas a marca não realizou a atribuição correta das referências.
d) uma dubiedade, pois não fica claro se houve apropriação de um elemento artístico
brasileiro ou se a técnica do “parpercut” produziu um efeito semelhante.
e) uma coincidência, já que a família afirma que não conhece a marca e a marca aponta
que o uso da mesma técnica que o artista não caracteriza plágio.
Comentários:
A alternativa A está INCORRETA, pois as técnicas são semelhantes em resultado, o que
torna dúbia a interpretação do que seria a inspiração para a criação da estampa.
A alternativa B está INCORRETA, pois, ainda que possamos enquadrar a valorização da
xilogravura no Movimento Armorial, não se pode dizer que seja um movimento de projeção
internacional, mas nacional.
A alternativa C está INCORRETA, pois, segundo o texto, não podemos afirmar com certeza
que seja uma referência a J. Borges, ainda que a semelhança visual seja muito grande.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 32


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa D está CORRETA, pois, ainda que haja muita semelhança visual, não se pode
afirmar com certeza se foi uma apropriação das obras de J. Borges —o que parece mais
provável —ou se o efeito produzido pela técnica escolhida é muito semelhante à
xilogravura do artista brasileiro.
A alternativa E está INCORRETA, pois não se usa a mesma técnica: J. Borges faz
xilogravuras e a marca trabalhou com uma técnica chamada "parpercut".
Gabarito: D

Essencialmente, você deve aprender a diferença entre apropriação, intercâmbio e


assimilação cultural:

Assimilação Cultural ocorre


Apropriação Cultural é quando há uma
Intercâmbio Cultural ocorre
necessariamente uma obrigatoriedade por parte
quando diferentes culturas
relação de dominação, de povos oprimidos de
promovem trocas mútuas.
opressão. performar a cultura de seu
opressor.

(Estratégia Vestibulares – 2021)


O blackface é uma prática que tem pelo menos 200 anos. Acredita-se que ela tenha se
iniciado por volta de 1830 em Nova York. Mas não se trata apenas de pintar a pele de cor
diferente. Era uma prática na qual pessoas negras eram ridicularizadas para o
entretenimento de brancos. Estereótipos negativos vinham associados às piadas,
principalmente nos Estados Unidos e na Europa. No século 19, atores brancos usavam tinta
para pintar os rostos de preto em espetáculos humorísticos, se comportando de forma
exagerada para ilustrar comportamentos que os brancos associavam aos negros. Também
ridicularizavam os sotaques dos personagens que incorporavam nas peças. Isso surgiu
numa época em que os negros nem eram autorizados a subir nos palcos e atuar, por causa
da cor da pele. Mesmo no século 20, era muito raro atores negros receberem posição de
destaque. Papéis que exigiam uma aparência africana ou asiática eram frequentemente
desempenhados por atores brancos usando blackface, ou seja, com a pele tingida. (...)
Conforme movimentos antirracistas foram crescendo, o blackface foi sendo eliminado do
entretenimento e, atualmente, é algo visto como vergonhoso e lamentável.
(Disponível em <https://www.bbc.com/portuguese/geral-49769321> Aceso em 08jul. 2021)

De acordo com o texto, pode-se dizer que a prática do blackface é considerada hoje
ofensiva, pois
a) remete a um período em que os atores se comportavam de maneira exagerada em cena.
b) produz uma caracterização de atores negros que não condiz com seu tom real de pele.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 33


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) ridiculariza pessoas negras, frequentemente reproduzindo estereótipos de personagens.


d) reproduz uma prática específica do século XIX de não contratar atores negros para os
papéis.
e) exclui personagens de diferentes tons de pele nas criações teatrais ou audiovisuais.
Comentários:
A alternativa A está INCORRETA, pois há uma falta de detalhamento na alternativa. Não
era qualquer ator que se comportava de maneira exagerada, mas os brancos interpretando
negros em papéis estereotipados.
A alternativa B está INCORRETA, pois esse termo se refere a atores brancos interpretando
negros, não a atores negros em cena.
A alternativa C está CORRETA, pois, segundo o texto, a prática do blackface reproduz
estereótipos no teatro e no audiovisual, colocando pessoas brancas como intérpretes de
pessoas negras em papéis ofensivos. Além disso, remete a uma época em que pessoas
negras sequer podiam participar dessas produções.
A alternativa D está INCORRETA, pois o texto aponta que essa prática persistiu até o século
XX.
A alternativa E está INCORRETA, pois há personagens de diferentes tons de pele. O que
não há são atores com tom de pele correspondente.
Gabarito: C

Arte e mercado
Uma das questões sobre as quais os alunos mais se questionam é o que define o preço
de uma obra de arte. Antes de mais nada, é importante que você saiba que o valor de uma ora
não está em questões puramente estéticas ou de gosto. Um obra de arte pode ser valorada a
partir de diferentes critérios, tanto objetivos quanto subjetivos.

Critérios Objetivos

• Materiais e ferramentas (tinta, tela, papel etc);

• Ateliê ou estúdio;

• Despesas de marketing e divulgação; e

• Comissões das galerias de arte ou merchands.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 34


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Critérios Subjetivos

• Valor da mão de obra, ou seja, valor da hora do artista;

• A importância do artista no cenário cultural;

• A notoriedade do tema ou técnica;

• Estado de conservação da obra;

• Assinatura e comprovação de veracidade; e

• Exclusividade ou ineditismo.

Há outros fatores que podem influenciar no valor de uma obra de arte. Dados mais
específicos de cada realidade, como a fase de trabalho de algum artista, se a obra
tem histórico de participação em exposições importantes, quem foram os donos
anteriores e até mesmo a realidade econômica do país na época da venda.

Outra diferenciação que pode impactar na valoração de uma obra é se ela é uma obra de
vanguarda ou acadêmica. A depender do momento ou do que se passa com o país no momento,
uma ou outra pode ser mais valorizada. A diferença entre elas, porém, é essencial:

Arte de vanguarda
Arte acadêmica
Arte que busca ruptura com os
Produções ditadas por uma escola ou sistemas estabelecidos. Pode ser uma
academia mais focada em reprodução produção individual ou de um grupo.
da técnica do que na criação de algo
novo ou de estilo pessoal. São artistas eu costumam estar “à
frente de seu tempo”.

Há, por fim, outras definições importantes quando o assunto é o valor de uma obra de
arte. Essas definições são importantes também para compreender os limites entre arte e
artesanato, que pensaremos ao longo de nosso curso.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 35


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

“Arte erudita” X “Arte popular” X “Arte de Massa”


Essa é uma oposição reproduzida com frequência pelo senso comum, como se um tipo
de arte fosse “superior” a outro. A contraposição se baseia em diversos fatores. Vamos entender os
significados de cada uma dessas expressões.
Arte erudita é aquela produzida por e para uma elite, seja ela econômica ou intelectual. É um
tipo de produção que frequentemente demanda conhecimentos em diferentes áreas para ser
melhor compreendida. É mais facilmente encontradas em galerias e museus, além de contar com a
apreciação da crítica.
Arte popular é a que possui interfaces com o folclore e demais representações da cultura
popular. Costuma manter sua ligação com tradições locais e com ancestralidades. É produzida pelo
povo para o povo, dialogando com elementos do cotidiano. Muitas vezes representa motivos
místicos ou sagrados e cenas cotidianas.

O importante aqui é que você não deve hierarquizar essas produções. A arte erudita não é
“melhor” que a popular”. Hoje em dia, o estudo das artes contempla todas essas expressões.

Arte de massa é aquela produzida para alcançar o grande público. Convenciona-se chamar
como arte de massa aquela produzida no século XX, seguindo as análises da Escola de Frankfurt. Seu
principal objetivo é ser compreendida imediatamente, ou seja, não é uma produção que incentiva a
reflexão. Por isso, é frequentemente associada a indústria cultural. É produzida por pessoas com
domínio dos meios de produção para o povo, por isso, muitas vezes se aproxima do conceito de
alienação e às produções contemporâneas audiovisuais, como televisão e cinema.

(Estratégia Vestibulares – 2021)


O artesanato é uma parte da técnica da arte, a mais desprezada infelizmente, mas a técnica
da arte não se resume no artesanato. O artesanato é a parte da técnica que se pode ensinar
mas há uma parte da técnica de arte que é por assim dizer, a objetivação, a concretização
de uma verdade interior do artista. Esta parte da técnica obedece segredos, caprichos
imperativos do ser subjetivo, em tudo o que ele é, como indivíduo e como ser social. Isto
não se ensina e reproduzir é imitação. Isto é o que chamamos a técnica de Rembrant, e Fra
Angelico ou de Renoir, que divergem os três profundamente não apenas na concepção do
quadro, mas consequentemente na técnica do fazer.
(Disponível em <https://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/filos-03-artesao.html> Acesso em 21
abr. 2021)

Sobre a distinção entre arte e artesanato, segundo o texto, é correto afirmar que:
a) arte e artesanato diferenciam-se principalmente por serem campos de produção estética
que fazem uso de técnicas diferentes.
b) há um componente criativo individual característico da arte que transcende a execução
exímia da técnica de que o artesanato se vale.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 36


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) o artesanato transforma materialmente realidades subjetivas dos artistas, criando a partir


de suas experiências técnicas específicas.
d) há uma noção hierárquica que diferencia as duas expressões artísticas, levando-se em
consideração a beleza da execução técnica.
e) a arte concretiza uma verdade interior do artista, enquanto o artesanato apenas é capaz
de reproduzir e imitar expressões subjetivas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto indica que frequentemente as técnicas são as
mesmas.
A alternativa B está correta, pois, segundo o texto, a arte tem um traço da subjetividade
do autor para além da execução da técnica, característica frequentemente associada ao
artesanato.
A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que quem faz isso é a arte.
A alternativa D está incorreta, pois a diferença não é exatamente pela beleza da execução
técnica, mas pela expressão subjetiva envolvida.
A alternativa E está incorreta, pois ainda que se afirme que a arte materializa uma verdade
interior do artista, o texto não aponta que o artesanato produza cópias. Apenas que o
artesanato está no campo da técnica.
Gabarito: B

Relação entre artistas e poder constituído


Um dos modos de relacionar-se com o poder, para além das críticas sociais ou
questionamento de sistemas é através da cooperação. Uma das principais relações entre artistas
e Estado está nas políticas de apoio às artes. Veja um breve histórico dos aportes financeiros do
Estado para artes no Brasil.

Século 19 – A vinda da Corte Real portuguesa para o país deu origem à criação de mecanismos
culturais. Bibliotecas, teatros e casas de ópera começaram a integrar o cenário da colônia, como
acontecia na Europa.
Década de 1930 – governo Getúlio Vargas passou a ver o investimento como forma de propaganda.
Nos 20 anos seguintes, a atuação com caráter privado começou a se consolidar.
Ano de 1986 – Período de redemocratização, criação da Lei Sarney. Considerada pioneira, instituía
mecanismos de incentivo fiscal para atividades artísticas. Foi revogada em 1990, mas substituída
em 1991 pela Lei Federal de Incentivo à Cultura ou apenas Lei Rouanet.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 37


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

O meio mais utilizado para fomentar o mercado cultural é o mecenato. As pessoas físicas e jurídicas
oferecem recursos que são usados como patrocínio para as realizações. Em troca, é comum que
recebam contrapartidas, como o incentivo fiscal dado pelo governo e outras vantagens.
O fomento cultural também pode surgir por meio de apoio ou parceria, mas nesses casos, não há a
política de incentivo fiscal.
(Disponível em <https://arteemcurso.com/blog/qual-e-a-realidade-do-incentivo-a-cultura-no-brasil/>)

A relação entre arte e Estado, porém, sempre suscita uma série de discussões. Elencamos
aqui algumas das principais questões que podem aparecer na sua prova ou até mesmo na sua
redação.

A formação de Quais as
O Estado deveria
público no Brasil é consequências da
financiar a cultura e
de responsabilidade dependência de
a arte?
de quem? editais?

Como preservamos a
Quem consome arte Arte e cultura são
Cultura e a Arte no
no Brasil? equivalentes?
Brasil?

INDO MAIS

FUNDO!

O que é crítica de arte?


Em sentido estrito, a noção de crítica de arte diz respeito a análises e juízos de valor
emitidos sobre as obras de arte que, no limite, reconhecem e definem os produtos
artísticos como tais.
Envolve interpretação, julgamento, avaliação e gosto.
A crítica de arte nesse sentido específico surge no século XVIII, num ambiente
caracterizado pelos salões literários e artísticos, acompanhando as exposições
periódicas, o surgimento de um público e o desenvolvimento da imprensa.
Nesse momento, observam-se as primeiras tentativas de distinguir mais nitidamente
crítica de arte e história da arte, que aparecem como domínios distintos: o historiador
voltado para a arte do passado e o crítico comprometido com a análise da produção
do seu tempo.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 38


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A despeito desse esforço em marcar diferenças, as dificuldades em estabelecer


limites claros entre os dois campos se mantêm até hoje.
Embora distintos, os campos da história e da crítica de arte encontram-se imbricados;
afinal o juízo crítico é sempre histórico, na medida em que dialoga com o tempo, e a
reconstituição histórica, inseparável dos pontos de vista que impõem escolhas e
princípios. As meditações sobre o belo, no domínio da estética, alimentam as
formulações da crítica e da história da arte.
Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3178/critica-de-arte>

5- Arte e Realidade
Uma das antigas teorias relacionadas à arte é a ideia de arte como imitação do real. Essa
ideia pareceu inquestionável por muitos anos. A arte era considerada uma espécie de espelho,
capaz de refletir e fixar o mundo da maneira mais fiel possível. Isso se liga diretamente à ideia
de mimesis:

Mímesis
A arte como imitação (mimesis) é a teoria criada para definir as obras produzidas
pelo Homem em que são imitadas perspectivas da Natureza e a ação do Homem.
A palavra mimesis é grega e é traduzida por imitação.
A teoria da arte como imitação tem dois objetivos: reproduzir algo fielmente;
compreender que tanto melhor é uma obra que mais fielmente reproduza aquilo
que imita.

Ao longo do tempo, porém, fica claro que a função social da arte não é apenas imitar a
realidade. A arte tem muitas possibilidades de atuação e de criação frente ao real. Elencamos
aqui algumas das principais funções sociais da arte:

Utilitária, ou seja, não Remeter à realidade, tanto


como um fim em si a partir da cópia quanto
Fruição estética, ou seja,
mesmo, mas um meio da ressignificação,
ser bela.
para alcançar alguma buscando reavaliar
finalidade. criticamente o mundo.

Memória, nos permitindo


Ritual, como forma de Educar, ensinando algo resguardar do
ligação com o metafísico, para aqueles que a esquecimento acerca de
por exemplo. apreciam. algo que gostamos.
Conserva e documenta.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 39


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

(Estratégia Vestibulares – 2021)


Enciclopédia Negra: personalidades invisibilizadas na história do Brasil
Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas
contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e
Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano.
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado
de São Paulo, reitera o compromisso com a visibilidade e a pluralidade de histórias e
movimentos que se propõe a contar por meio da arte e inaugura Enciclopédia negra.
Pela primeira vez, a exposição torna pública as 103 obras realizadas por artistas
contemporâneos para um livro homônimo de autoria dos pesquisadores Flávio Gomes e
Lilia M. Schwarcz e do artista Jaime Lauriano, publicado em março de 2021 pela
Companhia das Letras.
A mostra é um desdobramento da publicação e também se conecta com a nova
apresentação da coleção do museu que se apoia em questionamentos contemporâneos e
reverbera narrativas mais inclusivas e diversas.
No livro, estão reunidas as biografias de mais de 550 personalidades negras, em 416
verbetes individuais e coletivos. Muitos desses personagens tiveram as suas imagens e
histórias de vida apagadas ou nunca registradas.
Para interromper essa invisibilidade, 36 artistas contemporâneos foram convidados a
produzir retratos dos biografados.

Zumbi (PE-AL) pelo artista Arjan Martins. Crédito da imagem: reprodução de Filipe Bernd
(Disponível em < https://arteref.com/galerias-e-eventos/exposicao-enciclopedianegra-pinacoteca/> Aceso em 25 jun.
2021)

A função social da exposição é, através da obra de arte,


a) ressignificar imagens famosas de pessoas cujas histórias foram menos relevantes.
b) divulgar uma obra de autores contemporâneos, como parte do lançamento.
c) fazer o público conhecer a verdadeira história de personalidades populares.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 40


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

d) mostrar a relevância da arte contemporânea na construção da história.


e) resgatar uma memória de pessoas que não tiveram suas histórias registradas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não há aqui nem a ideia de ressignificar imagens nem a
de que essas pessoas sejam menos relevantes.
A alternativa B está incorreta, pois a exposição parte das informações levantadas em um
livro, mas não tem o foco de divulgá-la.
A alternativa C está incorreta, pois não há nada que indique que essas pessoas seriam tão
populares. São pessoas cujas vidas não foram registradas adequadamente.
A alternativa D está incorreta, pois há a informação de que a exposição faz parte de uma
apresentação da coleção contemporânea do museu, mas isso não é a função social da
exposição, cujo foco é a ressignificação de memórias.
A alternativa E está correta, pois aqui a reportagem afirma que são criadas obras que
reverberam narrativas de pessoas negras que tiveram suas vidas apagadas ou que não
foram registradas
Gabarito: E

Obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica


Esse é o título de um dos textos mais famosos do pensador Walter Benjamin. Esse texto
é fundamental para compreender muitas das questões em torno da produção de arte do século
XX, principalmente após a Segunda Guerra. O texto foi publicado em 1955.

É importante pontuar que sempre foi possível reproduzir uma


obra. Segundo Benjamin:

Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. O que


os homens faziam sempre podia ser imitado por outros homens. Essa
imitação era praticada por discípulos, em seus exercícios, pelos
mestres, para a difusão das obras, e finalmente por terceiros,
meramente interessados no lucro. Em contraste, a reprodução técnica
da obra de arte representa um processo novo, que se vem
desenvolvendo na história intermitentemente, através de saltos
separados por longos intervalos, mas com intensidade crescente.

O que Benjamin aponta nesse ensaio é que após a possibilidade de reproduzir uma obra
de maneira idêntica, principalmente a partir do advento da fotografia e, posteriormente do
cinema, há um impacto na própria concepção do que seria arte. Primeiro porque a arte deixa
de depender da mão do artista e pode depender apenas de seu olho: criar um enquadramento

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 41


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

para uma fotografia não demanda a mesma habilidade manual que pintar um quadro, por
exemplo.

O que ele aponta é que “a reprodução técnica atingiu tal padrão de qualidade que ela
não somente podia transformar em seus objetos a totalidade das obras de arte tradicionais,
submetendo-as a transformações profundas, como conquistar para si um lugar próprio entre os
procedimentos artísticos”. Ou seja, a partir de técnicas como a fotografia, qualquer objeto pode
se tornar arte – se fotografado de determinada maneira.

Benjamin aponta que, inicialmente, as obras de arte eram produzidas a serviço da


“magia”, ou seja, a arte era ritual e, depois, religiosa – basta lembrar do que vimos desde pintura
rupestre até o renascimento. Assim, imagens possuíam aquilo que ele chamava de valor de
culto. Quando passamos a ser capazes de produzir e difundir de maneira industrial as obras de
arte, estas perderam aquilo que ele chama de aura.

Segundo o autor a aura é definida por ser uma “figura singular,


composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de
uma coisa distante, por mais perto que ela esteja”. A aura só seria
possível numa obra única, que não pudesse ser produzida de maneira
industrial. É o que a liga ao seu aspecto ritual, mágico.

Após as possibilidades de reprodutibilidade técnica, a arte


passa a ter valor de exposição, ou seja, quanto ela pode ser vista e
apreciada. Assim, obras que possam ser mais reproduzidas atendem a
essa necessidade de disponibilidade. A arte, portanto, para Walter
Benjamin, ganha uma nova função.

(Estratégia Vestibulares – 2021)


No lugar do cavalete, das tintas e dos pincéis, o computador. A tecnologia se incorpora
cada vez mais à arte, embora as tradicionais técnicas artísticas continuem tendo espaço.
Esse processo, contudo, não é novo —começou há décadas. Primeiro foi a fotografia,
depois o cinema, o vídeo. Esses recursos analógicos foram a tônica da primeira metade do
século 20. Porém, quando os computadores adquiriram a capacidade de manipular
imagens, os artistas começaram a explorar um novo recurso: a linguagem digital.
A arte tecnológica ainda não foi assimilada totalmente pelo grande público. Surgem
polêmicas sobre o valor desse tipo de manifestação artística e questionamentos sobre se
as pessoas que desenvolvem trabalhos nesse sentido merecem a denominação de artistas.
Até aspectos como autoria são colocados em questão com o surgimento de experiências
artísticas na internet que permitem a intervenção dos internautas.
Apesar das controvérsias, um número cada vez maior de herdeiros dos movimentos de
vanguarda, artistas de bagagem tradicional e da nova geração investem na exploração de

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 42


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recursos tecnológicos. No Brasil, nomes de destaque das artes plásticas já se aventuraram


por esse campo como Antônio Dias, Cildo Meireles, Décio Pignatari, Raimundo Collares e
Eduardo Kac.
Disponível em: <https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia-e-Redes-Sociais/Tecnologia-e-arte/12/5460>
Acesso em 10ago. 2021

Acerca da relação entre arte e tecnologia, a partir do texto, é correto afirmar que:
a) é um processo recente na história das artes.
b) surge com o aumento da capacidade dos computadores.
c) ainda não é tão popular entre o público comum.
d) sempre permite intervenção dos internautas na feitura.
e) não se realiza, pois a tecnologia mina os aspectos artísticos.
Comentários:
A alternativa A está INCORRETA, pois o texto aponta que, desde o surgimento da
tecnologia – portanto, no fim do século XIX – temos ligação com a tecnologia.
A alternativa B está INCORRETA, pois, segundo o texto, essa relação começa a realizar-se
já com o surgimento da fotografia. O que surge com a melhoria das tecnologias de
computação são as expressões de arte digital.
A alternativa C está CORRETA, pois o texto indica que o grande público ainda questiona
o valor artístico das obras, por vezes pondo em xeque a ideia de que seriam obras de arte
verdadeiramente.
A alternativa D está INCORRETA, pois, ainda que isso possa ocorrer por vezes, não se pode
afirmar que seja um processo que ocorre sempre.
A alternativa E está INCORRETA, pois em nenhum momento do texto defende-se que essa
é uma relação impossível de ocorrer.
Gabarito: C

Indústria cultural
O termo Indústria Cultural foi popularizado enquanto conceito pela Escola de Frankfurt,
principalmente pelos sociólogos Theodor Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 –
1973). A Indústria Cultural seria uma das responsáveis pela formação do pensamento das
sociedades mediadas pelo consumo e pela massificação.

A Indústria Cultural é como uma fábrica, que produz bens culturais padronizados e
homogeneizados. Esses produtos alienam quem os consomem, pois não incentivam a reflexão

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 43


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

ou o questionamento das estruturas. São apenas entretenimento, com o objetivo de domesticar


as pessoas.

Nos habituamos sempre aos mesmo produtos, o que


faz com que propostas mais inovadoras causem
estranhamento e, por isso mesmo, nem sempre sejam
capazes de atrair muito público. Por gerarem menos lucro,
essas produções são vistas como inúteis, ou seja,
colocamos na possibilidade de monetarização o valor da
arte.

Outro conceito importante para esse assunto é a ideia de cultura de massa. Chama-se de
cultura de massa os produtos da indústria cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas
com o intuito de serem vendidas e gerar lucro. Seu objetivo é atingir o grande público. Uma de
suas principais características é ser capaz de absorver aquilo que se opõe a ela: sabe aquele
programa que passa na televisão e fala mal de televisão? É isso!

As principais influências da cultura de massa na literatura partem do cinema e da televisão.


Hoje em dia, é possível ouvir falar também em cultura pop. São expressões, portanto,
intimamente ligadas à ideia de consumo.

Nem tudo é maligno na Indústria Cultural e na produção de arte e cultura no sistema


capitalista. Para outro pensador da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin (1892-1940), a maior
difusão da arte através dos meios de comunicação pode ser uma via de democratização da arte,
pois a cultura alcança um número maior de pessoas. Outra vantagem é que incentiva trabalhos
não comerciais, já que incentiva o acesso às ferramentas de produção cultural.

No nosso contexto contemporâneo, que lida com a internet, podemos pensar essa tensão
entre alienação e tomada dos meios de produção cultural de maneira mais ampla. Podemos
pensar desde as novas profissões da internet – como youtubers – até a facilidade de criação e
disseminação de notícias falsas no contemporâneo (ambos temas importantes para a realidade
brasileira).

Mas e a arte nesse contexto todo?

Não se pode, obviamente pensar na arte de maneira descolada do contexto social em


que se insere. Então a pergunta que cabe ser feita é: como fica a arte num momento em que as
produções artístico-culturais parecem estar a serviço do sistema.

Se ao longo do tempo foi dito que o papel da arte estava não só em expressar a
sensibilidade do artista como também causar incômodo e contestar as estruturas dadas, com a
consolidação da Indústria Cultural tudo fica um pouco mais difícil. A arte passou a ser uma
mercadoria de um modo novo: não se compra uma obra para fins contemplativos, mas sim como
um objeto como qualquer outro, obedecendo leis de oferta e procura como nunca. A sociedade
de consume, que transforma tudo em mercadoria, estaria apagando da arte o seu traço crítico?

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 44


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Stencil Kissing Coppers de Banksy. Fonte: Unsplash

6 - Exercícios

6.1 – Já caiu no ENEM


1. (ENEM – 2018 – 1ª aplicação)

TEXTO I

BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017
(adaptado).

TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica
(Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais
pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)

Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)
A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.

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D) análise dos problemas de mobilidade urbana.


E) foco na promoção cultural da sua cidade.

2. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação)

Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela
pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil
evidencia o processo de modernização pela
A) verticalização do espaço.
B) desconstrução da forma.
C) sobreposição de elementos.
D) valorização da natureza.
E) abstração do tema.

3. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação)

TEXTO I

MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em:
www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 46


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TEXTO II

GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.

TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a
fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso
artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros,
apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem
científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz,
em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque
ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e
dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja
logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o
movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo
não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede
e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)
A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua
representação.
D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção
de realidade.
E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e
fidedigno da realidade.

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4. (ENEM – 2017 – Libras)

E a sujeira virou arte


Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à
fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir
o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes,
27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem
transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que
consiste em apagar a sujeira para criar desenhos que dialogam com a problemática da
cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que
tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da
droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as
pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que,
na verdade, elas não veem porque não querem”, diz.
SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado).

A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo


que a sociedade reveja valores e preconceitos.
O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de
a) ressaltar o descaso do poder público com a limpeza.
b) evidenciar a humanidade dos usuários de drogas.
c) apresentar a estética da paisagem urbana.
d) destacar a poética dos espaços públicos.
e) debater o perigo da poluição.

5. (ENEM – 2017 – 2ª APLICAÇÃO)

Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete
como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu
programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas
corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo
estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural,
no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes
não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os
Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma
curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte-
americano.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).

De acordo com o texto, em décadas passadas, a dificuldade das empresas norte-americanas


indica a influência de um viés cultural e econômico na

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 48


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A) popularização do futebol no país frente à concorrência com o basquete.


B) conquista da alta lucratividade por meio do futebol no cenário norte-americano.
C) implantação do basquete como esporte mundial frente à força cultural do futebol.
D) importância dada por empresas esportivas ao futebol, similar àquela dada ao basquete.
E) tentativa de fazer com que o futebol transmitido pela TV seja consumido por sua
população.

6. (ENEM – 2016 – 2ª APLICAÇÃO)

A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um
procedimento artístico representativo da década de 1960 por
A) visar a conservação das representações e dos registros visuais.
B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.
C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura.
D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados.
E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas.

7. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 49


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca presença no panorama da arte


brasileira e internacional. Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado manual
para
A) obtenção das linhas retas paralelas.
B) valorização do tracejado retilíneo.
C) exploração de diferentes texturas.
D) obtenção do equilíbrio assimétrico.
E) inscrição homogênea das formas e palavras.

8. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação)

Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo
ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu
feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo
à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser
absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo
tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também
com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um
nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela
das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e
obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma
mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata
ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar
de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.

O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada
à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao
trabalho do artista.
B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte
então elaborado.
C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por
fatores externos.
D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma
vertente artística.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 50


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

E) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram


da temática.

9. (ENEM – 2013 – 1ª aplicação)

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios
por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
B) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
C) provocar a reflexão sobre essa realidade.
D) propor alternativas para solucionar esse problema.
E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

10. (ENEM – 2013 – 2ª aplicação)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 51


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao
fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores,
percebe-se a
A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que
tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes
novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado
inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter
feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.

11. (ENEM - 2012)

Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é
compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas
de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata
a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.
b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil.
e) a solidariedade da população nordestina.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 52


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

12. (ENEM – 2009 – Cancelado)

O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com
o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar
uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima
utilizada.

Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região
do Brasil o artefato acima foi produzido?
A) Sul.
B) Norte.
C) Sudeste.
D) Nordeste.
E) Centro-Oeste.

13. (ENEM – 2009 – Cancelado)

TEXTO A

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 53


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o
apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome
define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas,
os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho
mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a
superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no
espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado).

Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o


apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se em consideração o texto e
a obra Metaesquema I, reproduzidos acima, verifica-se que
A) a obra confirma a visão do texto quanto à ideia de estruturas que parecem se
movimentar, no campo limitado do papel, procurando envolver de maneira mais efetiva o
olhar do observador.
B) a falta de exatidão no espaçamento entre as figuras (retângulos) mostra a falta de rigor
da técnica empregada, dando à obra um estilo apenas decorativo.
C) Metaesquema I é uma obra criada pelo artista para alegrar o dia a dia, ou seja, de caráter
utilitário.
D) a obra representa a realidade visível, ou seja, espelha o mundo de forma concreta.
E) a visão da representação das figuras geométricas é rígida, propondo uma arte figurativa.

14. (ENEM - 2002)

A leitura do poema "Descrição da guerra" em Guernica traz à lembrança o famoso quadro


de Picasso.
Entra pela janela
o anjo camponês;
com a terceira luz na mão;
minucioso, habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios que dormem na fuligem;
os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos
desta colheita: hélices,
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 54


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

no ar, como uma árvore


a chama do candeeiro.(...)
(Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.)

Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos
trechos do poema.

Podem ser relacionadas ao texto lido as partes:


a) a1, a2, a3
b) f1, e1, d1
c) e1, d1, c1
d) c1, c2, c3
e) e1, e2, e3

6.2 – Outras instituições


15. (UNESP – 2020)

Perspectiva. Técnica de representação, numa superfície plana, do espaço tridimensional,


baseado no uso de certos fenômenos ópticos, como a diminuição aparente no tamanho dos
objetos e a convergência das linhas paralelas à medida que se distanciam do observador.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)

Verificam-se distorções e ambiguidades em relação à técnica da perspectiva na seguinte


obra:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 55


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

16. (UNESP – 2018)


Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que
as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou
exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste
sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que
conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do
mundo exterior.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)

De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 56


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

a) b)

c) d)

e)

17. (UNESP – 2018)


Na Europa, os artistas continuam a explorar caminhos traçados pelos primeiros pintores
abstratos. Mas a abstração desses artistas não é geométrica: sua pintura não representa
nenhuma realidade, tampouco procura reproduzir formas precisas. Cada artista inventa sua
própria linguagem. Cores, formas e luz são exploradas, desenvolvidas e invadem as telas.
Traços vivos e dinâmicos... Para cada um, uma abstração, um lirismo.
(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

O comentário do historiador Christian Demilly aplica-se à obra reproduzida em:

a) b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 57


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) d)

e)

18. (UNESP – 2017)


O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da
composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as
quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés
agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz.
O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser.
As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes,
produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam
como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde
planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma
pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra,
vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas
pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.)

Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973):

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 58


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

a) b)

c) d)

e)

19. (UNESP – 2017)


A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se
tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem
representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se
decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como
um cubo achatado.
(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 59


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

a) b)

c) d)

e)

20. (UNESP – 2016)


Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da
atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas
simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema deriva de
fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa.
(David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.)

O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 60


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

a) b)

(Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon,


(Andy Warhol. Elvis I, 1962.) 1907.)

c) d)

(Jackson Pollock. Convergência, 1952.) (Henri Matisse. Interior, jarra com peixes
vermelhos, 1914.)

e)

(Kasemir Malevitch. Cruz Negra, 1923.)

21. (Uel - 2019)

Relacione as imagens às manifestações artísticas a seguir.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 61


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

(A) Representa a natureza e o cotidiano, bem como a visão do homem na captação de


formas simples.
(B) Ocupa espaços públicos, por meio de intervenções e performances artísticas,
estabelecendo a relação entre arte e cidade.
(C) Utiliza a pintura para causar efeitos ilusórios por meio da perspectiva arquitetônica das
cenas.
(D) Expressa o poder, respeitando as convenções, como a frontalidade e a indicação do lugar
das personagens na composição.

Assinale a alternativa que contém a associação correta.


a) I-B, II-D, III-A, IV-C.
b) I-C, II-A, III-D, IV-B.
c) I-C, II-B, III-A, IV-D.
d) I-D, II-A, III-C, IV-B.
e) I-D, II-C, III-A, IV-B.

22. (Uem - 2018)

Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto.


01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre
elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia.
02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 62


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade.


08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são
compostas apenas por duas dimensões.
16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas
são as esculturas feitas em barro ou em argila.

23. (Uepg - 2018)

Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for
correto.
01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza
aspectos bidimensionais como altura e largura.
02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.
04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da
cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias.
08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo
qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica.

24. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

A videodança é um produto híbrido realizado com a mistura entre o audiovisual e a dança e


tem como principal elemento o movimento. É diferente do mero registro documental de um
espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem
televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela. Isso
significa que os movimentos da câmera – travellings, panorâmicas, zoom in, zoom out –,
assim como a escolha dos planos, a montagem e a edição das cenas são tão importantes
para o resultado final quanto os movimentos capturados pelas lentes. Com isso, o vídeo
deixa de ser apenas meio para se transformar em um “sistema de expressão”, conforme
descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua
nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto
em película cinematográfica.
VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível
em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14324/videodanca>. Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da
Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Segundo o texto, a videodança


a) é um registro documental de um espetáculo, que se torna popular a partir do século XX,
em diálogo com o cinema.
b) demanda um pensamento tanto na coreografia quanto nos movimentos de câmera e
edição para compor a obra.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 63


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) é um termo para um tipo de filmagem que leva em consideração os movimentos de


câmera dinâmicos.
d) consiste em um sistema de expressão contemporâneo do audiovisual, ligado ao cinema
digital e em vídeo.
e) é um gênero de cinema contemporâneo que consiste em retratar narrativas ligadas ao
mundo da dança.

25. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no
que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado
ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é
possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou
distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a
participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna.
O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim,
entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar
e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento,
transformando e reinventando.
(Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso
em 20 nov. 2020)

A partir da descrição no texto, apreende-se que o teatro de rua


a) dialoga de maneira política com a sociedade em que se encontra, pois ocupa o espaço
público de maneira sincrética.
b) obriga o espectador a olhar a produção artística, o que nem sempre gera uma boa
recepção por parte do público.
c) cria uma maior preservação da arte, já que não cobra ingressos para a entrada do público
nos locais de apresentação.
d) elabora questões irreais, criando elementos para os espetáculos próximos da fantasia e
do realismo fantástico.
e) transforma a cidade de maneira permanente, já que precisa reelaborar locais de
passagem para que sejam cenários.

26. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de
Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam
explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 64


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala
sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo.
Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa
história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e
como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é
confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando
entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor
de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e
como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis.
O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de
modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é.
Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida.
Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um
protagonista negro.
(Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema>
Acesso em 20 nov. 2020)

A importância da publicação da tirinha, no contexto da trajetória das histórias em


quadrinhos no tempo, é de
a) tratar de maneira lúdica sobre a história de uma personagem pouco conhecida pela
maioria dos leitores do universo.
b) colocar no centro da história uma personagem de uma minoria sub-representada no
protagonismo das HQs.
c) abordar de maneira realista um problema tipicamente brasileiro que é a desigualdade
social entre brancos e negros.
d) acompanhar a evolução de uma personagem de maneira inédita da trajetória dos
quadrinhos da companhia.
e) retratar pessoas de diferentes etnias numa mesma história, mostrando pessoas que
convivem de maneira pacífica.

27. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil)

Uma exposição em cartaz no Museu de Artes e Indústrias de Hamburgo, na Alemanha,


inova ao abordar tatuagens como obras de arte.
“Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick,
antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a
exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 65


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

“Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas


culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada
em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta.
Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas
tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca
a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga
em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a
criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora.
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150324_vert_cul_exposicao_tatuagens_ml>
Acesso em 16 jun. 2020)

Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a
partir de
a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da
colonização ou exotização.
b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o
corpo como suporte.
c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo
de feitura da obra, não só o resultado final.
d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura
corporal como passíveis de exposição.
e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural
no campo da arte corporal.

28. (Estratégia Vestibulares – 2021)

Texto I:

(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 66


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Texto II:
Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos
trabalhadores das minas. O homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas
costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça.
Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador
a pensar em múltiplas possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o
colega já havia passado por essa situação e, por isso, logo o pesadelo teria fim?
A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria
da esposa do fotógrafo - Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas,
as outras já haviam sido divulgadas em uma publicação da Taschen).
A mostra também passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e
Tallin. A série, que virou livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que
o motivou a realizar o trabalho:
"O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares,
vender os seus pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a
sua sanidade por um sonho?" Sebastião Salgado
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)

Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à condição sub-humana enfrentada pelos
trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em
a) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade.
b) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo.
c) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem
sobreviver no atual sistema políticoeconômico.
d) colaborar para a harmonia entre culturas diversas.
e) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade.

29. (Estratégia Vestibulares – 2021)

No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos
mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados,
radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de
distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de
natureza fundamentalmente estética. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das
sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é um
modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo.

Nas indústrias de consumo, o design, a moda, a publicidade, a decoração, o cinema, o show


business criam em massa produtos carregados de sedução, veiculam afetos e sensibilidade,

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 67


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

moldando um universo estético proliferante e heterogêneo pelo ecletismo dos estilos que
nele se desenvolvem. Com a estetização da economia, vivemos num mundo marcado pela
abundância de estilos, de design, de imagens, de narrativas, de paisagismo, de espetáculos,
de músicas, de produtos cosméticos, de lugares turísticos, de museus e de exposições.
LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Jean. A estetização do mundo – viver na era do capitalismo artista. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013.

Os autores abordam no texto uma característica do mercado envolvendo a arte e a cultura


na sociedade contemporânea. Essa característica pode ser entendida como uma:
a) elevação da propaganda e dos bens de consumo cotidianos aos status de arte, podendo
ser expostos.
b) contaminação das formas artísticas com a estética e linguagem da propaganda e dos bens
de consumo.
c) hierarquização entre arte e artesanato que persiste nos museus e galerias, influenciando
o consumo.
d) mudança na forma como comerciais são feitos, hoje contando, por exemplo, com equipes
cinematográficas.
e) penetração da estética nos bens de consumo, tensionando a separação entre arte, cultura
e mercado.

30. (Estratégia Vestibulares – 2021)

O termo instalação é incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960,


designando assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias e museus. As
dificuldades de definir os contornos específicos de uma instalação datam de seu início e
talvez permaneçam até hoje. Quais os limites que permitem distinguir com clareza a arte
ambiental, a assemblage, certos trabalhos minimalistas e a instalações? As ambiguidades
que apresentam desde a origem não podem ser esquecidas, tampouco devem afastar o
esforço de pensar as particularidades dessa modalidade de produção artística que lança a
obra no espaço, com o auxílio de materiais muito variados, na tentativa de construir um
certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre objetos, construções, o
ponto de vista e o corpo do observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la,
passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que
ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos.
(Disponível em <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3648/instalacao> Acesso em 14 dez. 2020)

Segundo o texto, a instalação pressupõe a existência de:


a) repertório erudito em artes.
b) espaços públicos de exposição.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 68


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) equipe semelhante às teatrais.


d) interação do público com a obra.
e) uma pequena gama de materiais.

31. (Estratégia Vestibulares – 2021)

O termo se refere a um procedimento nas artes plásticas, principalmente nas artes moderna
e contemporânea, em que o artista faz uso de imagens já consagradas na história da arte,
como referência na composição de seu próprio trabalho. Essa citação, que pode ser implícita
ou explícita, acaba por evocar um diálogo entre artistas e obras, de diferentes períodos e
estilos, criando novos contextos para uma mesma imagem.
CITACIONISMO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso
em: 24 de Jul. 2020.

Pode-se dizer que a imagem que se enquadra nesse tipo de procedimento é

a)

b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 69


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c)

d)

e)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 70


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

32. (Estratégia Vestibulares – 2021)

A expressão indica um gênero pictórico -caracterizado pela representação de personagens


e cenas da mitologia greco-romanas -que tem um longo trajeto na história da arte. Nasce na
Grécia e em Roma, como pintura religiosa, e se desenvolve no Ocidente, sobretudo no
Renascimento e no neoclassicismo, ora como exaltação da antiguidade, ora com sentido
alegórico (por exemplo, Vênus como representação da beleza; Minerva, da sabedoria; Marte
como personificação da guerra e assim por diante).
(Verbete de “Pintura Mitológica”, Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em
<https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3822/pintura-mitologica> Acesso em 15 mai. 2020)

Verifica-se uma pintura que se enquadra na categoria de pintura mitológica na seguinte


obra:

a)

b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 71


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c)

d)

e)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 72


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

33. (Estratégia Vestibulares – 2021)

A MODA NÃO É UNIVERSAL. Não é um fenômeno que exista em toda parte e em todos os
tempos. Suas raízes não estão nem na natureza humana nem em mecanismos de grupo em
geral. Mas desde que surgiu pela primeira vez em uma sociedade, levou um número cada
vez maior de outras sociedades e áreas sociais a seguirem sua lógica.

Afirma-se em geral que a moda no vestuário teve suas origens no fim do período medieval,
possivelmente no início do Renascimento, talvez em conexão com a expansão do
capitalismo mercantil. Costuma-se dizer que não podemos falar de moda na Antiguidade
grega e romana no sentido em que o fazemos hoje, porque não havia autonomia estética
individual na escolha das roupas – ainda que houvesse certas possibilidades de variação. O
vestuário europeu tinha mudado relativamente pouco da era romana até o século XIV.
Embora tivesse havido, é claro, variações nos materiais e nos detalhes das roupas, para
todos os efeitos sua forma permaneceu inalterada. Em geral, ricos e pobres usavam roupas
com formas semelhantes, embora os ricos mandassem fazer as suas de materiais mais caros
e usassem ornamentos. O impulso para se enfeitar não é em absoluto um fenômeno recente
na história humana, mas as coisas com que as pessoas se enfeitavam no mundo pré-
moderno nada tinham a ver com moda. Os vikings, por exemplo, mostravam grande
preocupação com a aparência, e costumavam usar, entre outras coisas, um pente
pendurado no cinto, ao lado de símbolos de posição social – mas não existiram modas
vikings. As sociedades pré-modernas são conservadoras. Nelas, as pessoas podem usar
ornamentos simples ou sofisticados e podem ter extremo interesse em fenômenos
estéticos, mas é uma característica recorrente que coisas como penteados, roupas e joias
permaneçam mais ou menos inalterados ao longo de gerações. Os romanos da Antiguidade
eram vaidosos, homens e mulheres usando maquiagem e perfume, o cabelo tingido e
anelado, quando não usavam peruca. Mas esses estilos eram também muito duradouros.
Ocasionalmente, o estilo de um país podia se tornar apreciado em outro, levando a uma
súbita mudança – como quando os gregos começaram a raspar suas barbas para se
parecerem com Alexandre Magno. Uma mudança de estilo como essa, entretanto, não pode
ser propriamente qualificada de moda, porque dali em diante os gregos mantiveram suas
faces e queixos escanhoados. O que aconteceu foi a substituição de uma norma estética
duradoura por outra, sem que mudanças subsequentes pareçam ter sido desejadas ou
mesmo consideradas. Para que possamos falar de “moda”, não basta que ocorra uma
mudança de raro em raro. A moda só se configura quando a mudança é buscada por si
mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente.
(SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Companhia das Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013)

A partir do texto, julgue os itens:


- Objetos de uso pessoal, como pentes, joias e adereços de modo geral são considerados,
após a passagem do tempo, como peças de museu de valor expográfico, ainda que não
tenham sido criados originalmente com a intenção de serem obras de arte.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 73


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

C) Certo.
E) Errado.

- A apreciação do estilo de um povo por outro não é necessariamente um processo de


apropriação -cultural, porque esse intercâmbio não se passa de maneira obrigatória por
questões de opressão ou dominação, mas pela possibilidade de troca mútua entre culturas.
- Certo.
- Errado.

34. (Estratégia Vestibulares – 2021)

Leia o texto de Graça Proença para responder à questão


Muitos dos objetos expostos em museus ou que fazem parte da nossa vida diária têm uma
utilidade evidente: basta vê-los para logo sabermos para que servem; outros, por serem
mais complexos, exigem que alguém mais informado nos explique seu funcionamento e sua
finalidade. Contudo, o ser humano também produz coisas que, apesar de não terem uma
utilidade imediata, sempre estiveram presentes em sua vida. É a respeito delas que nos
perguntamos por que para que foram feitas.
A resposta a essa pergunta nos mostra que o homem cria objetos não apenas para se servir
utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais
ainda, para expressar sua visão do momento histórico em que vive. Essas criações
constituem as obras de arte e também contam – talvez de forma muito mais fiel - a história
dos homens ao longo dos séculos. Segundo Ruskin, crítico de arte inglês, "as grandes nações
escrevem sua autobiografia em três volumes: o livro de suas ações, o livro de suas palavras
e o livro de sua arte". E acrescenta: "nenhum desses três livros pode ser compreendido sem
que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode confiar é o
último".
(História da arte, 2007)

Segundo o conceito de arte exposto no texto,


a) tudo aquilo que é exposto em um museu adquire o status de arte na medida em que
informam sobre seu funcionamento da época.
b) não é necessariamente uma criação humana, uma vez que pode ser uma produção natural
do período em que foi encontrada.
c) uma obra de arte não tem funcionalidade prática, ainda que seja capaz de expressar
sentimentos e visões de mundo.
d) os livros podem ser considerados obras de arte na medida em que representem ações e
palavras, bem como obras.
e) o registro menos fiel de um tempo são suas produções artísticas, entendendo que podem
ser permeadas por subjetividades.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 74


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

35. (Estratégia Vestibulares – 2020)

Um tema frequente para a pintura ocidental são as cenas históricas. São obras que
representam fatos históricos de modo geral. Costumam ser obras de grandes dimensões e
eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos
em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo.
Tendo em vista a definição acima, a obra que apresenta como tema uma cena histórica é

a)

b)

c)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 75


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

d)

e)

36. (Estratégia Vestibulsres – 2020)

A apropriação cultural acontece quando elementos de uma cultura são adotados por
indivíduos que não pertencem a esta cultura. Isso inclui o uso de acessórios e roupas, a
exploração de símbolos religiosos, o sequestro de tradições e de manifestações artísticas. A
apropriação cultural é especialmente terrível quando se trata de elementos de uma cultura
historicamente marginalizada e explorada.

A linha entre apropriação cultural e intercâmbio cultural é tênue. Intercâmbio cultural é um


fenômeno natural e bem frequente. Mas a apropriação cultural é um processo bem
problemático que precisa ser mais bem compreendido, pois dá uma margem enorme para
que elementos de uma cultura sejam banalizados, trivializados e estereotipados. Um grande
problema de sequestrar elementos de culturas não dominantes e adotá-los de maneira
descontextualizada, é que as pessoas que fazem a apropriação se beneficiam dos aspectos
que julgam “interessantes” de uma cultura, ignorando os significados reais desses
elementos, enquanto os membros dessa cultura tem que lidar com opressão diariamente.
(Disponível em <https://www.ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/14591/apropriacao-cultural> Acesso em 15
jul. 2020)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 76


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Sobre o texto, é correto afirmar que a apropriação cultural


a) reforça relações de dominação no âmbito cultural.
b) é intrínseca às situações de intercâmbio cultural.
c) decorre do espólio material das culturas não dominantes.
d) ressignifica elementos marginalizados pela cultura de origem.
e) resulta do interesse genuíno sobre a cultura do Outro.

37. (Estratégia Vestibulares – 2020)

A ressignificação nas artes ocorre quando um artista cria uma obra a partir de um objeto
que não era originalmente artístico ou trabalhado artisticamente. Significa literalmente dar
novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse
procedimento.

Tendo em vista a definição acima, a obra criada a partir da noção de ressignificação é


a)

b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 77


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c)

d)

e)

38. (Estratégia Vestibulares – 2020)

A metalinguagem, uma das funções da linguagem, muitas vezes tem sido usada como um
recurso artístico. Como função, ocorre sempre que a linguagem se volta para o seu próprio
código – por exemplo, quando perguntamos a alguém o significado de uma palavra
desconhecida. Na literatura, é um recurso capaz de criar distanciamento entre o leitor e a
obra. Daí o fato de ter sido largamente usada pelos autores modernistas, que tinham como

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 78


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

parte de seu projeto estético a intenção de despertar no leitor a consciência de que a arte é
um "fazer artístico".
Thaís Nicoleti de Camargo. Artigo: Metalinguagem é objeto de questão da Fuvest. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u14483.shtml>. Acesso em: 01 maio 2020.

Das obras reproduzidas, aquela em que se observa o uso da metalinguagem é:


a)

Autorretrato com a Orelha Cortada, por Vincent Van Gogh.

b)

A Leitora, por Jean-Honoré Fragonard

c)

Autorretrato mole com bacon frito, por Salvador Dalí.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 79


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

d)

Desenhando mãos, por M.C. Escher.

e)

Ilustração de Moda para o Diário Espanhol ABC, por Cecilio Pla.

39. (Fuvest – 2018)

Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la,


fazemos uso dos nossos próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que tem
sua origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar. Numa palavra, qualquer gênero
de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte moderna.
As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. Não nos dirigimos a elas
diretamente, mas contornamo-las. Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma
nova visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é mais eficiente do que
um anterior. Cada aspecto surge na sua altura própria, que não pode ser antecipada nem
prolongada; e, todavia, o seu significado não está perdido porque o significado que uma
obra assume para uma geração posterior é o resultado de uma série completa de
interpretações anteriores.
Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.

De acordo com o texto, a compreensão do significado de uma obra de arte pressupõe


a) o reconhecimento de seu significado intrínseco.
b) a exclusividade do ponto de vista mais recente..

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 80


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) a consideração de seu caráter imutável.


d) o acúmulo de interpretações anteriores.
e) a explicação definitiva de seu sentido.

40. (Uel - 2019)

Na contemporaneidade, vivemos o predomínio das imagens visuais, conforme sugere a


figura. Nesse aspecto, percebê-las como portadoras de conceitos e sentidos leva teóricos a
discutirem sobre a necessidade da alfabetização visual. Tanto a imagem quanto a sua leitura
produzem conceitos e transformam a percepção da realidade e seu contexto cultural.

Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F
(falso) às afirmativas a seguir.
( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais,
cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação.
Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos.
( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas
construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais.
( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os
modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada
pelo espectador/observador.
( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na
composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os
seus elementos estruturais.
( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são
dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da
linguagem articulada.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.


a) V, V, V, V, F.
b) V, V, V, F. F.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 81


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) F, V, F, V, F.
d) F, V, V, F, V.
e) F, F, F, V, V.

41. (UNIOESTE – 2016)

O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor


W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos
textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria
do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do
Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um
ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da
autonomia do artista em relação ao mercado.

Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar.


A) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas
publicitárias para ser divulgada para o público.
B) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações
complexas e diversidade cultural.
C) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da
sociedade.
D) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da socied
ade.
E) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo.

42. (FGV – 2015)

Marco Cianfanelli, Release (Soltura), 2012, África do Sul, aço pintado e cortado a laser,
profundidade 20,8 m, altura 9,48 m e largura 5,19 m.

As imagens apresentam, de diversos ângulos, a escultura de Marco Cianfanelli em


homenagem ao 50º aniversário da captura e prisão de Nelson Mandela, em 1962. A obra é

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 82


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

composta por hastes de aço de altura variável, cortadas a laser e inseridas na paisagem, na
província de KwaZulu-Natal, onde Mandela foi detido pelo regime do apartheid. Ao
comentar a sua obra, o artista afirmou: "As 50 colunas representam os 50 anos que se
passaram desde a sua captura, mas também sugerem a ideia de que muitos compõem um
conjunto; referem-se à solidariedade. Indicam a ironia de que o encarceramento de
Mandela o transformou em um ícone de luta, alimentando a resistência que levou o país à
democracia".

As afirmações abaixo constituem aspectos da proposta política e estética do artista, EXCETO:


A) De perto, a escultura parece um punhado de barras de aço negro de formato irregular,
apontando para o céu e reproduzindo a sensação de estar entre grades.
B) À medida que o observador se afasta da floresta de colunas pelo caminho, elas
gradualmente se alinham, formando a imagem focada e tornando reconhecível o líder
político da luta contra o apartheid.
C) A cor preta das hastes permite destacá-las da paisagem, mas também se refere à atuação
do Presidente Mandela, que construiu uma África do Sul para os negros sul-africanos,
perseguindo a minoria branca.
D) De lado, visualiza-se um agrupamento disperso de hastes, que, frontalmente, transforma-
se em uma imagem coerente e solidária, evocando a ação coletiva que levou à derrubada
do apartheid.
E) A escultura impacta a paisagem por sua monumentalidade e a ressignifica, transformando
o lugar da detenção de Mandela em memorial do combate à segregação racial e da
conquista dos direitos civis na África do Sul.

43. (FGV – 2018)

Observe as imagens a seguir. A primeira reproduz o quadro Auto-retrato (Manteau Rouge),


de Tarsila do Amaral (1923); a segunda, a campanha para o lançamento do perfume Rouge,
d’O Boticário (2006).

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 83


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

O uso das artes visuais no campo publicitário é uma tendência na linguagem do marketing
da sociedade pós-industrial. As afirmações a seguir caracterizam corretamente relações
entre comunicação publicitária e artes visuais, à exceção de uma. Assinale-a.
A) Uma empresa apropriou-se da obra de Tarsila para associar seu nome e um de seus
produtos ao trabalho e ao nome de uma artista conhecida por retratar a brasilidade em suas
obras.
B) O olhar e o gesto do retrato são usados para destacar os aspectos funcionais e as
características técnicas do produto, elementos concretos que determinam a escolha do
consumidor na sociedade pós-industrial.
C) O jogo intertextual promovido pela releitura da imagem explora a memória cultural para
veicular a mensagem publicitária e persuadir os consumidores da excelência e originalidade
do produto.
D) A referência ao quadro de Tarsila no anúncio fornece valor agregado ao produto ao
identificá-lo com uma artista modernista que representou as vanguardas no Brasil,
particularmente em São Paulo, na década de 1920.
E) A arte é utilizada no processo de construção da imagem da marca por comunicar
significado e subjetividade, características importantes em um contexto global, no qual os
produtos são cada vez mais padronizados.

44. (Estratégia Vestibulares - 2021)

(Babushka)

Yulia Brodskaya começou a trabalhar como designer e ilustradora em 2006, mas


rapidamente abandonou os programas de computador para se dedicar à arte com papel: “O
papel sempre exerceu um fascínio sobre mim. Eu tentei vários métodos e técnicas diferentes

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 84


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

para trabalhar com o papel, até eu encontrar a minha forma particular: agora eu desenho
com o papel ao invés de desenhar sobre ele“.
A técnica utilizada é chamada de quilling e envolve o uso de tiras de papel que podem
ser enroladas, torcidas ou espichadas, conforme o desenho a se criar. Essas tiras são coladas
em um fundo de papel e compõem imagens impressionantes. Foi com essas ilustrações em
papel inovadoras que Brodskaya ganhou reputação internacional.
O material parece atuar sobre as percepções e ideias de maneira singular, de modo que
a observação se torna uma parte importante da mensagem. Sendo um objeto
tridimensional, a obra de Brodskaya oferece múltiplas visões. Dependendo do ângulo de
observação, da intensidade e da direção da iluminação a mensagem emocional emitida pela
obra a e a experiência visual do observador mudam significativamente.
Disponível em: < http://artenarede.com.br/blog/index.php/a-arte-com-papel-de-yulia-brodskaya/> Acesso em 10 ago.
2021

De acordo com o texto, a grande particularidade da artista Yulia Brodskaya está em seu uso
singular do papel como matéria-prima artística, criando
a) obras que tencionam os limites da ilustração, criando obras que parecem ter volume físico
verdadeiramente.
b) uma nova relação entre papel e digital, em que a artista não mais desenha sobre papel,
mas com papel.
c) um trabalho que lembra a colagem devido a sobreposição de elementos de texturas
diversas de modo não figurativo.
d) obras que mudam de acordo com a interpretação do espectador, que vê significados
diferentes.
e) uma obra tridimensional com um material tradicionalmente usado para criações
bidimensionais.

45. (Estratégia Vestibulares - 2021)

A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Brasil
A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Rio de Janeiro.
Centenas de peças devem chegar ao Brasil em agosto para uma exposição na Casa de
Herança Oduduwa, local inaugurado no ano passado por Adeyeye Enitan Babatunde
Ogunwusi Ojaja II, rei da cidade de Ifé e soberano do povo iorubá.
A proposta do espaço é aproximar cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entre
o Brasil e o povo iorubá que, originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó,
áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Há ainda um grande número de iorubás vivendo no
Togo e em Serra Leoa, além de, fora da África, em Cuba, na República Dominicana e no Brasil.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 85


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Grande parte dos escravos trazidos para a então colônia brasileira eram de origem iorubá –
também chamados de nagôs. A mitologia que originou o candomblé, a umbanda e outras
religiões afro-brasileiras tem muita influência nagô, bem como o samba, nascido nas casas
de senhoras do século XIX que mantiveram os cantos e os batuques de seus antepassados.
Disponível em: < https://almapreta.com/sessao/cultura/a-maior-colecao-de-arte-ioruba-fora-da-africa-esta-prestes-a-
chegar-ao-brasil> Acesso em 10 ago. 2021

De acordo com o autor, a exposição tem como objetivo principal


a) valorizar a maior coleção de arte africana fora da África.
b) explorar a diversidade cultural do continente africano.
c) compreender as origens da mitologia que origina o candomblé.
d) expor obras realizadas no Brasil sob influência africana.
e) promover uma aproximação entre o Brasil e o povo iorubá.

46. (Estratégia Vestibulares - 2021)

A gente foi feliz aqui é um projeto de intervenções urbanas, através de colagens, que procura
reverberar e perpetuar a memória coletiva do bairro Pinheiro. Localizado em Maceio/AL, o
Pinheiro foi um dos quatro bairros acometidos pela tragédia socioambiental do processo de
subsidência do solo, causado pela extração das jazidas de sal-gema a partir da metade do
século XX . Desde o ano de 2018, a migração forçada de milhares de vidas culminou no
esmorecimento das dinâmicas socioespaciais do bairro e, consequentemente, no
tolhimento das redes relacionais-afetivas comunitárias, construídas ao longo de décadas.
Disponível em: < https://www.domestika.org/pt/projects/1137274-a-gente-foi-feliz-aqui> Acesso em 10 ago. 2021

Na obra em questão, há um uso de colagens e intervenção urbana para uma reconfiguração


da memória de um espaço físico e tem como objetivo principal
a) não deixar sumirem as histórias das pessoas que vivam na região, cujas vidas sofreram
uma drástica mudança.
b) a reconfiguração do espaço público para impedir que as casas sejam desocupadas por
questões financeiras.
c) chamar a atenção para as questões de sustentabilidade e meio ambiente que acometeram
a região do bairro Pinheiro.
d) criar espaços para a convivência comunitária, já que estas pessoas perderam seus espaços
de lazer.
e) a vontade de criar um espaço acolhedor para pessoas que vivem em uma situação ruim
nas jazidas.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 86


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

47. (Estratégia Vestibulares - 2021)

Disponível em: <https://schulzmuseum.org/peanuts-abbey-road-crosswalk/> Acesso em 10 ago. 2021

Uma versão da famosa capa do disco dos Beatles, Abbey Road, foi produzida no Snoopy’s
Home Ice, um espaço dentro do museu do personagem Charlie Brown, criado por Charles
M. Schulz. No local há um aviso, dizendo o ponto exato onde se colocar para fotografar a
calçada, mantendo a ilusão de volume das personagens.
Essa intervenção urbana conjuga elementos das artes plásticas tradicionais ao brincar com
elementos como
a) harmonia, criando uma obra cujos elementos se relacionam a partir de qualquer ponto,
sem distorção.
b) perspectiva, usando a noção de ponto de observação do espectador para garantir o efeito
da obra.
c) equilíbrio, pois as figuras estão distribuídas de maneira igual pela faixa, sem distorção de
perspectiva.
d) ritmo, já que o caminhar das personagens sobre a faixa garante ilusão de movimento e
de musicalidade.
e) simetria, deixando evidente a distribuição das imagens a partir do olhar de um ponto
específico.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 87


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

48. (Estratégia Vestibulares - 2021)

(Vinie Graffiti)

Obras como a da artista francesa Vinie convidam o espectador a pensar sobre a


a) presença da natureza nas grandes cidades.
b) relação entre obra de arte e a cidade.
c) sustentabilidade nos dias de hoje.
d) diferença entre grafite e pichação.
e) necessidade de ressignificar cores.

49. (Estratégia Vestibulares - 2021 - Inédita - Prof.ª Celina Gil)

Instalação interativa para crianças: 'The Obliteration Room' / Yayoi Kusama


De dezembro de 2011 e até março de 2012, uma instalação surpreendentemente
simples da artistas Yayoi Kusama foi realizada na Queensland Gallery of Modern Art, na
Austrália.
O espaço reconstruiu um entorno doméstico, com diversos móveis e objetos, e em
seguida foi todo pintado de branco brilhante. Embora isso possa sugerir uma topografia
cotidiana, esvaziada de toda a cor e a especificidade, ao mesmo tempo funciona como uma
tela branca a ser energizada – ou, no vocabulário de Kusuma, ‘desvainecida’- através da
aplicação, em todas as superfícies disponíveis, de etiquetas de cores brilhantes com a forma
de pontos.
No decorrer de duas semanas, os jovens visitantes do museu receberam milhares de
stickers coloridos e foram convidados a colaborar na transformação do espaço, convertendo
a casa em uma vibrante explosão de manchas de cor.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 88


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

(Fonte: Wikimedia Commons) (Fonte: Flickr)

Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-38560/instalacao-interativa-para-criancas-the-obliteration-


room-yayoi-kusama> Acesso em 10 ago. 2021

No texto e nas imagens, a concepção de interatividade está relacionada à prática de


a) construção de uma ideia bastante simples com a qual as pessoas se relacionam.
b) alteração do espaço físico por parte da intervenção dos espectadores.
c) reconstrução de um ambiente doméstico que acessa as memórias pessoais.
d) preenchimento do espaço com composições artísticas do público expostas.
e) contrastar o branco e o colorido a partir das mensagens diferentes que passam.

50. (Estratégia Vestibulares - 2021 - Inédita - Prof.ª Celina Gil)

Tamman Azzam nasceu em Damasco, na Síria, em 1980. Após um treinamento artístico na


Faculdade de Belas Artes da Universidade de Damasco, e quando iniciou a revolta na Síria
ele voltou-se para a mídia digital e arte gráfica para criar composições visuais do conflito,
com grande repercussão internacional.

Superposição da obra “O beijo”, de Gustav Klimt em prédio devastado pela guerra, na Siria. Por Tamman Azzam.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 89


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Uma das criações mais famosas de Azzam é a superposição da icônica obra “O beijo“, de
Gustav Klimt, em paredes de um prédio devastado pela guerra em sua terra natal, o que
provoca sentimentos contraditórios, oscilando do horror à contemplação, e vice-versa…
Disponível em: < http://artenarede.com.br/blog/index.php/guerra-e-arte/> Acesso em 10 ago. 2021

A originalidade do grafite com a imagem de uma obra famosa parte da


a) disposição de um tema amoroso em um espaço urbano de guerra.
b) integração entre diferentes estilos artísticos e arquitetônicos.
c) manutenção de um estilo artístico clássico mesmo num prédio atual.
d) liberdade de criação de modificar a imagem que escolheu reproduzir.
e) reprodução de uma obra famosa em um prédio histórico.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 90


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

6.3 – Gabarito
1. A 18. A 35. D
2. C 19. C 36. A
3. E 20. A 37. C
4. B 21. B 38. D
5. C 22. 11 39. D
6. D 23. 14 40. A
7. D 24. B 41. D
8. C 25. A 42. C
9. C 26. B 43. B
10. B 27. B 44. E
11. A 28. C 45. E
12. D 29. E 46. A
13. A 30. D 47. B
14. C 31. C 48. B
15. B 32. C 49. B
16. E 33. C – C 50. A
17. D 34. C

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 91


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6.4 – Questões comentadas


1. (ENEM – 2018 – 1ª aplicação)

TEXTO I

BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017
(adaptado).

TEXTO II
Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica
(Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais
pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele
calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.
Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)

Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)
A) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
B) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
C) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
D) análise dos problemas de mobilidade urbana.
E) foco na promoção cultural da sua cidade.
Comentários:
- A alternativa A é a resposta, afinal o autor faz uso de um GPS, objeto de uso cotidiano, para a produção
de uma obra artística.
- A alternativa B está incorreta, pois não se busca explicar o funcionamento do aparelho GPS, mas se
apropriar de sua função para constituir uma obra de arte.
- A alternativa C está incorreta, pois a originalidade da obra não consiste no uso da bicicleta, algo visto
em diversas outras composições, mas sim a utilização do GPS para produzir algo inovador.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 92


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

- A alternativa D está incorreta, pois a obra não faz referência aos problemas de mobilidade urbana no
Rio de Janeiro. Assim sendo, não é possível considerá-la um trabalho crítico.
- A alternativa E está incorreta, pois a partir das informações do texto é possível constatar que se trata
de um artista canadense representando um elemento cultural que é o cartão-postal do Rio de Janeiro e
do Brasil.
Gabarito: A

2. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação)

Uma das funções da obra de arte é representar o contexto sociocultural ao qual ela
pertence. Produzida na primeira metade do século XX, a Estrada de Ferro Central do Brasil
evidencia o processo de modernização pela
A) verticalização do espaço.
B) desconstrução da forma.
C) sobreposição de elementos.
D) valorização da natureza.
E) abstração do tema.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, afinal não são representados edifícios vertiginosos na tela.
A alternativa B está incorreta, pois os elementos representados pela tela são facilmente identificáveis.
Com isso, trata-se de uma arte figurativa.
- A alternativa C é a resposta. A tela de Tarsila do Amaral representa os avanços técnicos vivenciados no
contexto de produção por meio da sobreposição de elementos, colocando a frente símbolos da
modernidade, como postes, carros, pontes e trilhos de trem, enquanto se veem ao fundo elementos
que podem ser associados à paisagem rural, como casas baixas e uma igreja.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 93


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- A alternativa D está incorreta, afinal na imagem prevalecem elementos produzidos pelo homem, como
casas, carros e postes telegráficos.
- A alternativa E está incorreta, afinal trata-se de um exemplar de arte figurativa, que deixa clara a
intenção da autora de representar uma paisagem em processo de transformação pelas inovações
técnicas.
Gabarito: C

3. (ENEM – 2018 – 2ª aplicação)

TEXTO I

MUYBRIDGE, E. Cavalo em movimento. Fotografia. Universidade do Texas, Austin, cerca de 1886. Disponível em:
www.utexasaustin.edu. Acesso em: 31 ago. 2016 (adaptado).

TEXTO II

GÉRICAULT, T. Corrida de cavalos ou O Derby de 1821 em Epson. Óleo sobre tela, 92 x 123 cm. Museu do Louvre,
Paris. Disponível em: www.louvre.fr. Acesso em: 31 ago. 2016.

TEXTO III
A arte pode estar, às vezes, muito mais preparada do que a ciência para captar o devir e a
fluidez do mundo, pois o artista não quer manipular, mas sim “habitar” as coisas. O famoso
artista francês Rodin, no seu livro L’Art (A Arte, 1911), comenta que a técnica de fotografia
em série, mostrando todos os momentos do galope de um cavalo em diversos quadros,
apesar de seu grande realismo, não é capaz de capturar o movimento. O corpo do animal é
fotografado em diferentes posições, mas ele não parece estar galopando: “na imagem

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 94


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científica [fotográfica], o tempo é suspenso bruscamente”. Para Rodin, um pintor é capaz,


em única cena, de nos transmitir a experiência de ver um cavalo de corrida, e isso porque
ele representa o animal em um movimento ambíguo, em que os membros traseiros e
dianteiros parecem estar em instantes diferentes. Rodin diz que essa exposição talvez seja
logicamente inconcebível, mas é paradoxalmente muito mais adequada à maneira como o
movimento se dá: “o artista é verdadeiro e a fotografia mentirosa, pois na realidade o tempo
não para”.
FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

Observando-se as imagens (Textos I e II), o paradoxo apontado por Rodin (Texto III) procede
e cria uma maneira original de perceber a relação entre a arte e a técnica, porque o(a)
A) fotografia é realista na captação da sensação do movimento.
B) pintura explora os sentimentos do artista e não tem um caráter científico.
C) fotógrafo faz um estudo sobre os movimentos e consegue captar a essência da sua
representação.
D) pintor representa de forma equivocada as patas dos cavalos, confundindo nossa noção
de realidade.
E) pintura inverte a lógica comumente aceita de que a fotografia faz um registro objetivo e
fidedigno da realidade.
Comentários:
Essa é uma questão de intepretação de texto. Vejamos as alternativas:
- A alternativa A está incorreta, afinal o Texto III questiona a capacidade da fotografia de captar o
efêmero de maneira verossímil, ao menos como realmente se julga ser possível.
- A alternativa B está incorreta, pois a obra nem sempre busca expressar os sentimentos do artista. No
caso dos Texto I e II, vê-se a preocupação dos autores de representar o movimento dos cavalos em
corrida.
- A alternativa C está incorreta, afinal o Texto III se indaga sobre os limites da fotografia de captar o
mundo. Cabe destacar que ele discute a fotografia enquanto técnica, o que não a impede de ser
contemplada como uma expressão artística.
- A alternativa D está incorreta, afinal o texto não considera a representação de Roudin como
equivocada, mas ambígua diante do descompasso entre o movimento projetado pelas patas traseiras e
dianteiras dos cavalos representados. Com isso, não se busca estabelecer o movimento tal como ele
realmente é, mas sim explorar suas possibilidades.
- A alternativa E é a resposta. De acordo com o texto III, a fotografia não é uma representação fidedigna
da realidade, na medida em que não consegue explorar as múltiplas possibilidades do movimento em
um mesmo plano, diferente do que se vê nas telas reproduzidas nos textos I e II.

Obs: É importante que o aluno não compreenda a fotografia não como uma
representação fidedigna do real, mas fruto de escolhas e concepções do artista, que
seleciona alguns elementos em seu enquadramento, em detrimento de outros.

Gabarito: E

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 95


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

4. (ENEM – 2017 – Libras)

E a sujeira virou arte


Dia após dia, a poluição invisível dos canos de descarga vai grudando nos muros junto à
fuligem de fogueiras acesas por moradores de rua, até que não seja mais possível distinguir
o limpo original do sujo acumulado. É nesse momento que surge o artista visual Drin Cortes,
27. Com um pano úmido, um pincel e uma garrafa de água — e nada além —, ele tem
transformado a paisagem da capital mineira ao usar a técnica do grafite reverso, que
consiste em apagar a sujeira para criar desenhos que dialogam com a problemática da
cidade. O trabalho [atual] consiste em desenhar rostos de pessoas desaparecidas, que
tenham em sua história alguma relação com as drogas. “Esse lugar respira o problema da
droga. O usuário de crack muitas vezes é tratado de forma hostil. Essa é uma forma de as
pessoas passarem por aqui e olharem duas vezes para aquilo que a sujeira esconde. E que,
na verdade, elas não veem porque não querem”, diz.
SIMÕES, L. Disponível em: www.otempo.com.br. Acesso em: 3 fev. 2015 (adaptado).

A arte pode representar padrões de beleza ou ter o propósito de questioná-los, permitindo


que a sociedade reveja valores e preconceitos.
O artista Drin Cortes utiliza da técnica do grafite reverso com o objetivo de
a) ressaltar o descaso do poder público com a limpeza.
b) evidenciar a humanidade dos usuários de drogas.
c) apresentar a estética da paisagem urbana.
d) destacar a poética dos espaços públicos.
e) debater o perigo da poluição.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, pois a poluição urbana é utilizada como matéria-prima para abordar um
outro tema: a situação dos dependentes químicos na capital mineira.
- A alternativa B é a resposta. Ao representar rostos de usuários de crack, o autor busca chamar atenção
para uma população hostilizada e invisibilizada nos espaços urbanos.
- As alternativas C e D estão incorretas, pois o enfoque do autor não é a paisagem urbana ou os espaços
públicos, mas sim a população invisibilizada nestes espaços.
- A alternativa E está incorreta, pois a poluição é utilizada para criar novos desenhos, técnica chamada
pelo texto de grafite reverso.
Gabarito: B

5. (ENEM – 2017 – 2ª APLICAÇÃO)

Ao longo dos anos 1980, um canal esportivo de televisão fracassou em implantar o basquete
como esporte mundial, e uma empresa de materiais esportivos teve de lidar, fora do seu
programa, com um esporte que lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas
corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do futebol a seu programa um objetivo

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 96


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

estratégico alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico à realidade cultural,


no entanto, não deixa de dizer algo sobre ela: é significativo que o mais mundial dos esportes
não faça sentido para os Estados Unidos, e que os esportes que fazem mais sentido para os
Estados Unidos estejam longe de fazer sentido para o mundo. O futebol ofereceu uma
curiosa e nada desprezível contraparte simbólica à hegemonia do imaginário norte-
americano.
WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).

De acordo com o texto, em décadas passadas, a dificuldade das empresas norte-americanas


indica a influência de um viés cultural e econômico na
A) popularização do futebol no país frente à concorrência com o basquete.
B) conquista da alta lucratividade por meio do futebol no cenário norte-americano.
C) implantação do basquete como esporte mundial frente à força cultural do futebol.
D) importância dada por empresas esportivas ao futebol, similar àquela dada ao basquete.
E) tentativa de fazer com que o futebol transmitido pela TV seja consumido por sua
população.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o país não estava diante de um quadro de popularização maior do
que o basquete nos EUA segundo o texto.
A alternativa B está incorreta, pois o que o texto aponta é que o futebol teve e ser incorporado nos
programas estratégicos, mas não que era algo que tinha maior lucratividade, frente a outros esportes
mais típicos dos Estados Unidos.
A alternativa C está correta, pois o texto aponta que houve uma tentativa de implantar o basquete,
esporte tipicamente americano, para fazer frente ao futebol, um dos esportes mais conhecidos e
adorados do mundo.
A alternativa D está incorreta, pois o basquete era tratado ao longo do tempo como mais importante
que o futebol nos EUA.
A alternativa E está incorreta, pois o texto aponta que os canais tiveram que lidar de última hora com
um esporte pouco comum aos americanos.
Gabarito: C

6. (ENEM – 2016 – 2ª APLICAÇÃO)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 97


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A técnica da décollage, utilizada pelo artista Mimmo Rotella em sua obra Marilyn, é um
procedimento artístico representativo da década de 1960 por
A) visar a conservação das representações e dos registros visuais.
B) basear-se na reciclagem de material gráfico, contribuindo para a sustentabilidade.
C) encobrir o passado, abrindo caminho para novas formas plásticas, pela releitura.
D) fazer conviver campos de expressão diferentes e integrar novos significados.
E) abolir o trabalho manual do artista na confecção das imagens recontextualizadas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a colagem não promove conservação, mas ressignificação, recriação
de elementos na criação de uma nova obra.
A alternativa B está incorreta, pois a colagem não se envolve necessariamente com a sustentabilidade,
ainda que reaproveite elementos.
A alternativa C está incorreta, pois a colagem não é um movimento artístico que se proponha a apagar o
passado, mas criar uma ressignificação das imagens envolvidas.
A alternativa D está correta, pois a base da técnica da colagem é a mistura de elementos de diferentes
naturezas, criando novos significados quando integrados.
A alternativa E está incorreta, pois independentemente se é uma técnica criada de maneira digital ou
manual, não há a abolição do trabalho artesanal.
Gabarito: D

7. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação)

A obra do artista plástico Leonilson (1953-1993) marca presença no panorama da arte


brasileira e internacional. Nessa obra, ele utilizou a habilidade técnica do bordado manual
para
A) obtenção das linhas retas paralelas.
B) valorização do tracejado retilíneo.
C) exploração de diferentes texturas.
D) obtenção do equilíbrio assimétrico.
E) inscrição homogênea das formas e palavras.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 98


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não há apenas o uso de linhas paralelas nessa obra.
A alternativa B está incorreta, pois esse tracejado não tem o maior destaque da obra.
A alternativa C está incorreta, pois há apenas o uso da textura do bordado livre aqui.
A alternativa D está correta, pois ainda que haja equilíbrio na distribuição de elementos sobre o tecido,
eles são diferentes entre si, não promovendo uma simetria completa.
A alternativa E está incorreta, pois não há aqui uma homogeneidade na produção, ainda que haja
distribuição equilibrada.
Gabarito: D

8. (ENEM – 2015 – 1ª aplicação)

Em 1866, tendo encerrado seus estudos na Escola de Belas Artes, em Paris, Pedro Américo
ofereceu a tela A Carioca ao imperador Pedro II, em reconhecimento ao seu mecenas. O nu
feminino obedecia aos cânones da grande arte e pretendia ser uma alegoria feminina da
nacionalidade. A tela, entretanto, foi recusada por imoral e licenciosa: mesmo não fugindo
à regra oitocentista relativa à nudez na obra de arte, A Carioca não pôde, portanto, ser
absorvida de imediato. A sensualidade tangível da figura feminina, próxima do orientalismo
tão em voga na Europa, confrontou-se não somente com os limites morais, mas também
com a orientação estética e cultural do Império. O que chocara mais: a nudez frontal ou um
nu tão descolado do que se desejava como nudez nacional aceitável, por exemplo, aquela
das românticas figuras indígenas? A Carioca oferecia um corpo simultaneamente ideal e
obsceno: o alto – uma beleza imaterial – e o baixo – uma carnalidade excessiva. Sugeria uma
mistura de estilos que, sem romper com a regra do decoro artístico, insinuava na tela algo
inadequado ao repertório simbólico oficial. A exótica morena, que não é índia – nem mulata
ou negra – poderia representar uma visualidade feminina brasileira e desfrutar de um lugar
de destaque no imaginário da nossa “monarquia tropical”?
OLIVEIRA, C. Disponível em: http://anpuh.org.br. Acesso em: 20 maio 2015.

O texto revela que a aceitação da representação do belo na obra de arte está condicionada
à
A) incorporação de grandes correntes teóricas de uma época, conferindo legitimidade ao
trabalho do artista.
B) atemporalidade do tema abordado pelo artista, garantindo perenidade ao objeto de arte
então elaborado.
C) inserção da produção artística em um projeto estético e ideológico determinado por
fatores externos.
D) apropriação que o pintor faz dos grandes temas universais já recorrentes em uma
vertente artística.
E) assimilação de técnicas e recursos já utilizados por movimentos anteriores que trataram
da temática.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 99


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se trata de uma incorporação a alguma corrente teórica
específica, mas de um contexto social como um todo. Não necessariamente algo que pertence a uma
corrente teórica específica foi considerado belo.
A alternativa B está incorreta, pois o belo é uma questão de contexto, não de perenidade, deixando uma
obra datada muitas vezes.
A alternativa C está correta, pois o Belo na arte não é necessariamente atrelado à ideia de beleza da sua
época. O belo aparece na capacidade de uma obra de tocar o espectador, fundamentando-se em
ideologias e questões sociais da época. Não há nada essencialmente belo, pois essa ideia é condicionada
por um contexto.
A alternativa D está incorreta, pois o texto indica que a apropriação do pintor sobre o ideal de beleza em
alguns momentos não corresponde ao conceito de belo dos receptores.
A alternativa E está incorreta, pois o pintor apontado no texto utilizou técnicas e recursos já conhecidos
na sua época e ainda assim a obra não foi considerada bela por não estar alinhada a um projeto
ideológico contemporâneo a ela.
Gabarito: C

9. (ENEM – 2013 – 1ª aplicação)

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios
por suas ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para
A) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
B) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
C) provocar a reflexão sobre essa realidade.
D) propor alternativas para solucionar esse problema.
E) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto não explora as origens do problema, apenas expõe os
contrastes na sociedade.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 100


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa B está incorreta, pois o artista critica o contraste e entre a condição de vida das duas
crianças, não estabelece um incentivo à ação da sociedade sobre o problema.
A alternativa C está correta, pois o artista promove uma crítica à exploração do trabalho infantil ao
comparar duas crianças: uma brincando com um trem de brinquedo e outra puxando um vagão de
verdade.
A alternativa D está incorreta, pois a obra não propõe alternativas, apenas expõe o problema.
A alternativa E está incorreta, pois o texto não localiza no espaço onde se passa o problema social
descrito.
Gabarito: C

10. (ENEM – 2013 – 2ª aplicação)

Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao
fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores,
percebe-se a
A) utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que
tornam a obra de abrangência regional.
B) ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes
novo sentido condizente.
C) apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado
inacabado.
D) apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter
feminista.
E) aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.
Comentários:
- A alternativa A está incorreta, pois os elementos empregados na confecção da obra são amplamente
utilizados em território nacional.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 101


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

- A alternativa B é a resposta, afinal Rosângela Paulino se apropria de elementos tradicionais e


cotidianos – os instrumentos de costura – para a realização de sua obra, ao qual é atribuído sentido
artístico.
- A alternativa C está incorreta, pois a obra não apresenta indícios de que não foi concluída.
- A alternativa D está incorreta, afinal a autora se apropria de elementos da costura para representar
uma mulher negra com a boca costurada, como se fosse silenciada, mas não se coloca como uma arte
feminista. Além disso, a costura não é um elemento exclusivo do cotidiano feminino.
- A alternativa E está incorreta, afinal a obra não possui caráter utilitário, afinal é voltada para a
contemplação.
Gabarito: B

11. (ENEM - 2012)

Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é
compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas
de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem
movimento. Essa obra retrata
a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.
b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil.
e) a solidariedade da população nordestina.
Comentários
- A alternativa A é a resposta. Heitor dos Prazeres foi um sambista e pintor no Rio de Janeiro,
destacando-se como um personagem marcante da Praça Onze, um dos pontos de efervescência da
cultura afro-brasileira. Como pintor, suas telas retrataram comunidades, crianças, bares, festas e outros
elementos do cotidiano das camadas populares da capital.
- A alternativa B está incorreta, pois o quadro de Heitor dos Prazeres não sugere uma reação da
população de baixa renda quanto a uma situação de injustiça social ou cenário político, mas um
momento de festejo.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 102


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

- A alternativa C está incorreta, pois o autor retratou uma cena de celebração entre pessoas das
camadas populares.
- A alternativa D está incorreta, afinal a cena representada pelo artista sugere um momento de
descontração entre quatro pessoas, não sendo possível, portanto, concluir que se trata de uma
representação de uma situação instável.
- A alternativa E está incorreta, afinal não há elementos que sugiram que a cena retratada pelo autor se
passa na região Nordeste ou represente a população Nordestina.
Gabarito: A

12. (ENEM – 2009 – Cancelado)

O artesanato traz as marcas de cada cultura e, desse modo, atesta a ligação do homem com
o meio social em que vive. Os artefatos são produzidos manualmente e costumam revelar
uma integração entre homem e meio ambiente, identificável no tipo de matéria-prima
utilizada.

Pela matéria-prima (o barro) utilizada e pelos tipos humanos representados, em qual região
do Brasil o artefato acima foi produzido?
A) Sul.
B) Norte.
C) Sudeste.
D) Nordeste.
E) Centro-Oeste.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que no sul gaja artesanato de argila, são mais objetos utilitários
do que estátuas.
A alternativa B está incorreta, pois na região norte há uma quantidade maior de artesanato em cerâmica
marajoara, argila e cestaria.
A alternativa C está incorreta, pois na região sudeste há uma quantidade mais frequente de peças de
tecido e renda.
A alternativa D está correta, pois o artesanatos mais típicos da região nordeste são os trabalhos em
barro, madeira, areia e em cerâmica, principalmente criando carrancas e personagens do dia a dia ou do
imaginário popular, como figuras do cangaço, por exemplo.
A alternativa E está incorreta, pois os temas mais frequentes do artesanato do centro-oeste lembram
cenas de caça, lendas, danças e demais situações folclóricas.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 103


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Gabarito: D

13. (ENEM – 2009 – Cancelado)

TEXTO A

TEXTO B
Metaesquema I
Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o
apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Nesta obra, como o próprio nome
define: meta — dimensão virtual de movimento, tempo e espaço; esquema — estruturas,
os Metaesquemas são estruturas que parecem movimentar-se no espaço. Esse trabalho
mostra o deslocamento de figuras geométricas simples dentro de um campo limitado: a
superfície do papel. A isso podemos somar a observação da precisão na divisão e no
espaçamento entre as figuras, mostrando que, além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica.
Disponível em: http://www.mac.usp.br. Acesso em: 02 maio 2009 (adaptado).

Alguns artistas remobilizam as linguagens geométricas no sentido de permitir que o


apreciador participe da obra de forma mais efetiva. Levando-se em consideração o texto e
a obra Metaesquema I, reproduzidos acima, verifica-se que
A) a obra confirma a visão do texto quanto à ideia de estruturas que parecem se
movimentar, no campo limitado do papel, procurando envolver de maneira mais efetiva o
olhar do observador.
B) a falta de exatidão no espaçamento entre as figuras (retângulos) mostra a falta de rigor
da técnica empregada, dando à obra um estilo apenas decorativo.
C) Metaesquema I é uma obra criada pelo artista para alegrar o dia a dia, ou seja, de caráter
utilitário.
D) a obra representa a realidade visível, ou seja, espelha o mundo de forma concreta.
E) a visão da representação das figuras geométricas é rígida, propondo uma arte figurativa.
Comentários:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 104


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa A está correta, pois por não serem completamente alinhadas as formas dão a impressão de
movimento mesmo na bidimensionalidade do papel.
A alternativa B está incorreta, pois o texto afirma que “além de transgressor e muito radical, Oiticica
também era um artista extremamente rigoroso com a técnica”.
A alternativa C está incorreta, pois a obra é descrita como de caráter participativo, não contemplativo.
A alternativa D está incorreta, pois a obra não busca mimetizar o real. É uma imagem abstrata.
A alternativa E está incorreta, pois a arte aqui é abstrata, não figurativa.
Gabarito: A

14. (ENEM - 2002)

A leitura do poema "Descrição da guerra" em Guernica traz à lembrança o famoso quadro


de Picasso.
Entra pela janela
o anjo camponês;
com a terceira luz na mão;
minucioso, habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios que dormem na fuligem;
os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos
desta colheita: hélices,
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta
no ar, como uma árvore
a chama do candeeiro.(...)
(Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.)

Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos
trechos do poema.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 105


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Podem ser relacionadas ao texto lido as partes:


a) a1, a2, a3
b) f1, e1, d1
c) e1, d1, c1
d) c1, c2, c3
e) e1, e2, e3
Comentários
Essa é uma questão de interpretação da imagem. Na sessão e1 é possível ver o “anjo camponês”
entrando pela janela; ao passo que na sessão d1, vê-se um braço segurando um candeeiro (lampião),
disposto na sessão c1. Feitas essas considerações, a alternativa C é a resposta.
Gabarito: C

15. (UNESP – 2020)

Perspectiva. Técnica de representação, numa superfície plana, do espaço tridimensional,


baseado no uso de certos fenômenos ópticos, como a diminuição aparente no tamanho dos
objetos e a convergência das linhas paralelas à medida que se distanciam do observador.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)

Verificam-se distorções e ambiguidades em relação à técnica da perspectiva na seguinte


obra:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 106


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a obra “A clarividência” não faz nenhuma subversão da perspectiva;
pelo contrário, ela é marcada por figurativismo.
A alternativa B está correta, pois percebe-se que não há mudança no tamanho dos elementos a
depender da distância em que se encontram. As pessoas do quadro também são do mesmo tamanho,
independentemente de onde estão. Outro modo de responder à questão seria identificar que o pintor é
Escher, artista que tem como uma de suas principais características a subversão da perspectiva.
A alternativa C está incorreta, pois há um uso da perspectiva como descrito no verbete que compõe o
enunciado, principalmente na diminuição dos tamanhos.
A alternativa D está incorreta, pois vê-se diferença de tamanho nas personagens, indicando que há uso
da perspectiva.
A alternativa E está incorreta, pois há um aprofundamento da paisagem, que por estar mais distante se
encontra menor.
Gabarito: B

16. (UNESP – 2018)


Expressionismo: Termo aplicado pela crítica e pela história da arte a toda arte em que
as ideias tradicionais de naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou
exageros de forma e cor que expressam, de modo premente, a emoção do artista. Neste
sentido mais geral, o termo pode ser aplicado à arte de qualquer período ou lugar que
conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à observação do
mundo exterior.
(Ian Chilvers (org.). Dicionário Oxford de arte, 2007.)

De acordo com essa definição, pode ser considerada expressionista a obra:

a) b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 107


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) d)

e)

Comentários: O expressionismo é descrito como “ toda arte em que as ideias tradicionais de


naturalismo são abandonadas em favor de distorções ou exageros de forma e cor que expressam,
de modo premente, a emoção do artista” e o autor afirma que o termo pode ser aplicado à arte de
qualquer período ou lugar que conceda às reações subjetivas um lugar de maior importância que à
observação do mundo exterior”. Assim, a obra de arte expressionista aqui é aquela que não busca a
representação real/fiel do mundo, mas sim representa-o de acordo com as emoções do artista.

A única obra que representa o mundo dessa maneira aqui é A igreja de Auvers-Sur-Oise, de Van Gogh –
artista notadamente expressionista. Isso se comprova pela distorção das formas do prédio e pelos traços
bem marcados dos caminhos e grama.

Todas as outras obras buscam representar fielmente a realidade, ainda que possuam estilos diferentes.

Gabarito: E

17. (UNESP – 2018)


Na Europa, os artistas continuam a explorar caminhos traçados pelos primeiros pintores
abstratos. Mas a abstração desses artistas não é geométrica: sua pintura não representa
nenhuma realidade, tampouco procura reproduzir formas precisas. Cada artista inventa sua
própria linguagem. Cores, formas e luz são exploradas, desenvolvidas e invadem as telas.
Traços vivos e dinâmicos... Para cada um, uma abstração, um lirismo.
(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

O comentário do historiador Christian Demilly aplica-se à obra reproduzida em:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 108


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

a) b)

c) d)

e)

Comentários: A obra descrita no enunciado possui características como “abstração não geométrica”,
“pintura que não representa nenhuma realidade”, “não reproduz formas precisas”, “cor, forma e luz
exploradas”, “traços vivos e dinâmicos”. Analisando-se uma a uma as alternativas percebe-se, que:
A alternativa A está incorreta, pois busca representar uma realidade.
A alternativa B está incorreta, pois também busca representar uma realidade.
A alternativa C está incorreta, pois apresenta uma abstração geométrica.
A alternativa E está incorreta, pois reproduz formas precisas.
Assim, a única alternativa que possui todas as características elencadas no enunciado é alternativa D,
Azul II, de João Miró.
Gabarito: D

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 109


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

18. (UNESP – 2017)


O quadro não se presta a uma leitura convencional, no sentido de esmiuçar os detalhes da
composição em busca de nuances visuais. Na tela, há apenas formas brutas, essenciais, as
quais remetem ao estado natural, primitivo. Os contornos inchados das plantas, os pés
agigantados das figuras, o seio que atende ao inexorável apelo da gravidade: tudo é raiz.
O embasamento que vem do fundo, do passado, daquilo que vegeta no substrato do ser.
As cabecinhas, sem faces, servem apenas de contraponto. Estes não são seres pensantes,
produtos da cultura e do refinamento. Tampouco são construídos; antes nascem, brotam
como plantas, sorvendo a energia vital do sol de limão. À palheta nacionalista de verde
planta, amarelo sol e azul e branco céu, a pintora acrescenta o ocre avermelhado de uma
pele que mais parece argila. A mensagem é clara: essa é nossa essência brasileira – sol, terra,
vegetação. É isto que somos, em cores vivas e sem a intervenção erudita das fórmulas
pictóricas tradicionais. (Rafael Cardoso. A arte brasileira em 25 quadros, 2008. Adaptado.)
Tal comentário aplica-se à seguinte obra de Tarsila do Amaral (1886-1973):

a) b)

c) d)

e)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 110


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Comentários: O quadro a que o enunciado se refere possui as seguintes características:

Ø formas brutas, essenciais, remetendo ao estado natural, primitivo;


Ø plantas de contornos inchados;
Ø pés agigantados e seio caído (apelo da gravidade);
Ø cabecinhas sem faces;
Ø seres não construídos, mas sim naturais; e
Ø palheta de cores em verde, amarelo, azul e branco, além de um ocre avermelhado na pele.

O único quadro que se adequa a essa descrição é o Antropofagia. A pintura mostra duas figuras de
cabeças pequenas e pés gigantes, além de uma figura com o seio grande e caído. Além disso, há grandes
plantas atrás das personagens, obedecendo os tons de cores descritos do enunciado como brasileiros,
nacionais (o verde, o amarelo, o azul e o branco). O tom da pele das personagens obedece ao ocre do
enunciado. Assim a alternativa correta é alternativa A.

Gabarito: A

19. (UNESP – 2017)


A partir do início do século XX, na França, alguns artistas vão subverter a concepção que se
tinha da pintura. Em vez de simplesmente representar o que era visto, eles decidem
representar aquilo que não podia ser visto. Os rostos de perfil têm dois olhos, a natureza se
decompõe em formas geométricas... a realidade se revela em todas as suas facetas, como
um cubo achatado.
(Christian Demilly. Arte em movimentos e outras correntes do século XX, 2016. Adaptado.)

Uma obra representativa da estética à qual o texto se refere está reproduzida em:

a) b)

c) d)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 111


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

e)

Comentários: O enunciado apresenta as seguintes características como específicas da obra citada:


Ø Feita no século XX, na França
Ø Não representar o que era visto, mas o que não podia ser visto.
Ø Os rostos de perfil têm dois olhos.
Ø A natureza se decompõe em formas geométricas.
Além da frase “a realidade se revela em todas as suas facetas, como um cubo achatado”.
A única obra que se encaixa nessas características é Mulher sentada, de Pablo Picasso. O próprio nome
do artista já poderia ser um indício para responder, pois Picasso é um dos maiores artistas cubistas.
Analisando-se a imagem, porém, é perceptível a composição envolvendo o nariz e boca de perfil
juntamente com os dois olhos aparecendo. Isso é exatamente o modo como essa pintura é descrita no
enunciado. A mulher também é construída com formas geométricas.
Portanto, a alternativa correta é alternativa C.
Gabarito: C

20. (UNESP – 2016)


Essa nova sensibilidade artística, apesar de heterogênea, pode ser resumida através da
atenção à forma e ao tema, assim como ao processo. A forma inclui cores saturadas, formas
simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço profundo. O tema deriva de
fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa.
(David McCarthy. Movimentos da arte moderna, 2002. Adaptado.)

O comentário do historiador David McCarthy aplica-se à obra reproduzida em:

a) b)

(Andy Warhol. Elvis I, 1962.) (Pablo Picasso. As senhoritas de Avignon, 1907.)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 112


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c) d)

(Henri Matisse. Interior, jarra com peixes


(Jackson Pollock. Convergência, 1952.) vermelhos, 1914.)

e)

(Kasemir Malevitch. Cruz Negra, 1923.)

Comentários: A obra descrita no enunciado conta com as seguintes características:


Ø Atenção à forma e ao tema, assim como ao processo.
Ø Cores saturadas, formas simples, contornos relativamente nítidos e supressão do espaço
profundo.
Ø Tema derivado de fontes preexistentes e manufaturadas para consumo de massa.
A chave para responder a essa questão estaria na expressão consumo de massa. Essa expressão se liga à
ideia de indústria cultural e cultura de massa. Chama-se de cultura de massa os produtos da indústria
cultural, ou seja, as expressões da cultura produzidas com o intuito de serem vendidas e gerar lucro.
Seu objetivo é atingir o grande público. Por vezes, algumas figuras podem simbolizar bastante esses
ideias. Pessoas como Marilyn Monroe e Elvis Presley se tornam ao longo do tempo muito conhecidas,
fazendo com que suas imagens sejam recriadas frequentemente em diferentes obras de arte. A Pop Art
é o movimento artístico que mais se apropria desses referenciais.
Assim, a obra que melhor representa essas características é Elvis I, de Andy Warhol, um dos principais
representantes da cultura pop.
Gabarito: A

21. (Uel - 2019)

Relacione as imagens às manifestações artísticas a seguir.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 113


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

(A) Representa a natureza e o cotidiano, bem como a visão do homem na captação de


formas simples.
(B) Ocupa espaços públicos, por meio de intervenções e performances artísticas,
estabelecendo a relação entre arte e cidade.
(C) Utiliza a pintura para causar efeitos ilusórios por meio da perspectiva arquitetônica das
cenas.
(D) Expressa o poder, respeitando as convenções, como a frontalidade e a indicação do lugar
das personagens na composição.

Assinale a alternativa que contém a associação correta.


a) I-B, II-D, III-A, IV-C.
b) I-C, II-A, III-D, IV-B.
c) I-C, II-B, III-A, IV-D.
d) I-D, II-A, III-C, IV-B.
e) I-D, II-C, III-A, IV-B.

Comentários:

A imagem I se refere à manifestação em C. Os afrescos romanos na parede são criados de tal


modo que possam criar ilusão de perspectiva e volume.

A imagem II se refere à manifestação em A. As pinturas pré-históricas em paredes imitam


elementos cotidianos e da natureza.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 114


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A imagem III se refere à manifestação em D. As imagens vistas aqui são mosaicos bizantinos,
que respeitam regras de frontalidade, sem se apegar a noções de perspectiva.

A imagem IV se refere à manifestação em B. o grafite está numa superfície pública, um muro,


estabelecendo relação com a cidade.

Gabarito: B

22. (Uem - 2018)

Em relação às Artes Visuais, assinale o que for correto.


01) Artes visuais são as manifestações artísticas que abrangem o sentido da visão. Dentre
elas temos a Pintura, a Escultura, o Desenho e a Fotografia.
02) São elementos visuais básicos: ponto, linha, forma e cor.
04) As dimensões tradicionais do espaço são: altura, largura e lateralidade.
08) A Pintura, o Desenho e a Fotografia são artes consideradas bidimensionais, pois são
compostas apenas por duas dimensões.
16) Das manifestações visuais tridimensionais conhecidas da pré-história, as mais antigas
são as esculturas feitas em barro ou em argila.

Comentários:

O item 01 está correto, pois de fato as artes visuais, como o nome já aponta, são aquelas que
podem ser compreendidas e apreciadas a partir do sentido da visão.

O item 02 está correto, pois todos os elementos citados são considerados conceitos básicos
para a composição de obras visuais.

O item 04 está incorreto, pois as dimensões do espaço são altura, largura e profundidade.

O item 08 está correto, pois todas as linguagens citadas são realizadas em suportes
bidimensionais.

O item 16 está incorreto, pois durante a pré-história se produziam objetos a partir de lascas de
pedra e ossos. Apenas posteriormente, com o advento do fogo, se criam os artefatos em argila.

Gabarito: 01 + 02 + 08 = 11.

23. (Uepg - 2018)

Sobre os elementos formais que caracterizam as linguagens artísticas, assinale o que for
correto.
01) Nas Artes Visuais, o volume pode ser percebido tanto pelo tato quanto pela visão e utiliza
aspectos bidimensionais como altura e largura.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 115


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

02) Na música, a Melodia se define pelo conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva.
04) O círculo cromático é um dos instrumentos que possibilita compreender a estrutura da
cor e nele podem ser visualizadas as cores primárias e as cores secundárias.
08) O ponto é o sinal convencional das artes visuais e o elemento de base do sistema pelo
qual são impressas as imagens: a retícula tipográfica.

Comentários:

O item 01 está incorreto, pois obras bidimensionais não podem ser percebidas pelo tato.

O item 02 está correto, pois a definição de melodia é a sequência de notas e sons, harmonizados
formando uma linha melódica.

O item 04 está correto, pois a partir do círculo cromático é possível compreender as relações
entre cores primárias e secundárias, compreendendo sua formação.

O item 08 está correto, poisas imagens são impressas a partir de uma sucessão de pontos
sobrepostos em diferentes cores, à semelhança do que se fazia no pontilhismo.

Gabarito: 02 + 04 + 08 = 14.

24. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

A videodança é um produto híbrido realizado com a mistura entre o audiovisual e a dança e


tem como principal elemento o movimento. É diferente do mero registro documental de um
espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem
televisiva ou a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela. Isso
significa que os movimentos da câmera – travellings, panorâmicas, zoom in, zoom out –,
assim como a escolha dos planos, a montagem e a edição das cenas são tão importantes
para o resultado final quanto os movimentos capturados pelas lentes. Com isso, o vídeo
deixa de ser apenas meio para se transformar em um “sistema de expressão”, conforme
descreve o pesquisador Arlindo Machado (1949). Apesar de adotar o termo “vídeo” em sua
nomenclatura, a videodança pode ser produzida tanto no meio eletrônico e digital quanto
em película cinematográfica.
VIDEODANÇA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível
em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14324/videodanca>. Acesso em: 31 de Ago. 2020. Verbete da
Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Segundo o texto, a videodança


a) é um registro documental de um espetáculo, que se torna popular a partir do século XX,
em diálogo com o cinema.
b) demanda um pensamento tanto na coreografia quanto nos movimentos de câmera e
edição para compor a obra.
c) é um termo para um tipo de filmagem que leva em consideração os movimentos de
câmera dinâmicos.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 116


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

d) consiste em um sistema de expressão contemporâneo do audiovisual, ligado ao cinema


digital e em vídeo.
e) é um gênero de cinema contemporâneo que consiste em retratar narrativas ligadas ao
mundo da dança.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto aponta que a videodança não é um simples registro. Os
movimentos de câmera são pensados para dialogar narrativamente com a coreografia.
A alternativa B está correta, pois o texto aponta que “É diferente do mero registro documental de um
espetáculo porque pressupõe uma adaptação do que é captado do palco para a linguagem televisiva ou
a criação de danças concebidas especialmente para a projeção na tela”.
A alternativa C está incorreta, pois videodança são obras que contam com uma coreografia executada
fisicamente e uma filmagem cujos movimentos de câmera acompanham a movimentação do performer.
A alternativa D está incorreta, pois o texto deixa claro que o registro cinematográfico em película
também é possível, não sendo exclusivamente ligada ao vídeo e ao digital.
A alternativa E está incorreta, pois não há nada no texto que indique que isso seria um gênero
cinematográfico, mas uma expressão artística.
Gabarito: B

25. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

A rua deve ser espaço democrático e o teatro que nele é feito tem potência muito maior no
que diz respeito a afetar maior número de pessoas de todas as classes e gostos. Interessado
ou não no espetáculo, com foco direcionado a isto ou não, alguma percepção e reflexão é
possível a partir da relação estabelecida naquele momento. Não há desigualdades ou
distinções – todos são iguais sobre aquele chão de onde floresce a apresentação e a
participação de cada um. A cidade é o ambiente do espetáculo na sociedade pós-moderna.
O lugar do real e da fantasia, das catarses íntimas eclodirem a partir do público. (...) Assim,
entende-se que a própria cidade pode ser palco aberto, onde pretende-se discutir, dialogar
e entreter o público. A cidade como espaço de apropriação e de pertencimento,
transformando e reinventando.
(Disponível em <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/10492> Acesso
em 20 nov. 2020)

A partir da descrição no texto, apreende-se que o teatro de rua


a) dialoga de maneira política com a sociedade em que se encontra, pois ocupa o espaço
público de maneira sincrética.
b) obriga o espectador a olhar a produção artística, o que nem sempre gera uma boa
recepção por parte do público.
c) cria uma maior preservação da arte, já que não cobra ingressos para a entrada do público
nos locais de apresentação.
d) elabora questões irreais, criando elementos para os espetáculos próximos da fantasia e
do realismo fantástico.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 117


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

e) transforma a cidade de maneira permanente, já que precisa reelaborar locais de


passagem para que sejam cenários.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois o texto afirma que ninguém fica imune ao teatro de rua, já que ele
ocupa todos os espaços, se abrindo para o olhar do público de maneira indiscriminada. . Se pensamos
em política como algo que diz respeito à relação do cidadão com o espaço público, o entendimento de
que a rua pode ser um espaço de ocupação artística, não só de passagem, é um ato modificador.
A alternativa B está incorreta, pois não há nada no texto que indique que o público não recebe bem,
mas que ele não fica nunca imune ao que ocorre.
A alternativa C está incorreta, pois a rua não exige o pagamento de ingressos. Além disso, o texto
aponta para uma democratização da arte, não maior preservação.
A alternativa D está incorreta, pois a ideia de fantasia aqui não é necessariamente de gênero literário,
mas de criação de outro mundo, como proporcionado pelas artes cênicas.
A alternativa E está incorreta, pois o espetáculo é perene, não permanente. Assim, não há uma
modificação para sempre.
Gabarito: A

26. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Prof. Celina Gil)

Desde que o projeto Graphic MSP foi lançado em 2012 temos visto os personagens de
Mauricio de Sousa se aventurando cada vez mais em temas que dificilmente seriam
explorados com tanta seriedade nos quadrinhos normais da Turma da Mônica, como
bullying por exemplo. E esse mês chegou às bancas uma nova história desse projeto que fala
sobre um dos temas mais importantes de se debater atualmente na sociedade: racismo.
Jeremias – Pele é obra do roteirista Rafael Calça e do desenhista Jefferson Costa, nessa
história conhecemos um pouco mais sobre a vida de Jeremias na escola e com seus pais e
como ele tem uma vida feliz e normal para um menino da sua idade, até que ele é
confrontado com a realidade do racismo. O quadrinho acompanha Jeremias tentando
entender por que alguém se acha no direito de o tratar de forma diferente por causa da cor
de sua pele e como os pais dele tem a difícil missão de explicar para ele o que é racismo e
como isso infelizmente ainda faz parte da nossa sociedade em todos os níveis.
O tema é abordado pelos autores de forma realista e educativa, tratando do tema de
modo que o público infantil consiga entender o quão cruel e errado o preconceito racial é.
Como um bônus o quadrinho ainda traz um texto do rapper Emicida.
Jeremias – Pele é a 18ª graphic novel lançada pela MSP e a primeira a ter um
protagonista negro.
(Disponível em <https://nerdivinas.com.br/jeremias-pele-nova-graphic-novel-da-msp-tem-racismo-como-tema>
Acesso em 20 nov. 2020)

A importância da publicação da tirinha, no contexto da trajetória das histórias em


quadrinhos no tempo, é de
a) tratar de maneira lúdica sobre a história de uma personagem pouco conhecida pela
maioria dos leitores do universo.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 118


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

b) colocar no centro da história uma personagem de uma minoria sub-representada no


protagonismo das HQs.
c) abordar de maneira realista um problema tipicamente brasileiro que é a desigualdade
social entre brancos e negros.
d) acompanhar a evolução de uma personagem de maneira inédita da trajetória dos
quadrinhos da companhia.
e) retratar pessoas de diferentes etnias numa mesma história, mostrando pessoas que
convivem de maneira pacífica.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a importância está em abordar a vivência do racismo e do bullying
contra negros, não no pouco destaque da personagem.
A alternativa B está correta, pois há poucos exemplos ao longo da história das HQs de protagonistas
negros. No próprio contexto expresso, fica claro o ineditismo da personagem principal ser negra.
A alternativa C está incorreta, pois esse não é um problema tipicamente brasileiro. A desigualdade racial
e o racismo não podem ser considerados apenas problemas do Brasil.
A alternativa D está incorreta, pois o mais importante é retratar o racismo e colocar uma personagem
negra como protagonista, não necessariamente a evolução interna da personagem.
A alternativa E está incorreta, pois o HQ é descrito como uma história sobre preconceito, indicando que
não há uma convivência pacífica.
Gabarito: B

27. (Estratégia Vestibulares – 2020 – Celina Gil)

Uma exposição em cartaz no Museu de Artes e Indústrias de Hamburgo, na Alemanha,


inova ao abordar tatuagens como obras de arte.
“Nossa pele é uma dádiva, é um tipo especial de tela”, afirma Susanna Kumschick,
antropóloga suíça que fez a curadoria da mostra. Ela conta que foi motivada a realizar a
exibição pela necessidade de olhar para corpos pintados de um novo ângulo.
“Na antropologia, a tatuagem é um grande assunto, porque é observada em tantas
culturas e tradições. Mas comecei a pesquisar e percebi que ela nunca tinha sido abordada
em museus de arte ou design, apenas em museus de história e civilização”, conta.
Segundo Kumschick, a volta do interesse do público e das organizações culturais pelas
tatuagens é em parte explicada pela arte que explora a imagem corporal. A autora destaca
a obra da artista performática austríaca Valie Export: “Em 1970, ela tatuou uma cinta-liga
em sua perna, ao ar livre, durante uma performance. Foi uma das primeiras mulheres a
criticar a maneira como as pessoas olham para o corpo feminino”, explica a curadora.
(Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150324_vert_cul_exposicao_tatuagens_ml>
Acesso em 16 jun. 2020)

Segundo o texto, a tatuagem e a arte corporal de modo geral podem ser compreendidas a
partir de
a) um olhar europeu, que olha para outras sociedades a partir de uma perspectiva da
colonização ou exotização.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 119


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

b) uma perspectiva histórica e etnográfica, olhando para as diversas expressões que usam o
corpo como suporte.
c) uma ideia de que o trabalho usando o corpo como suporte é sempre ligado ao processo
de feitura da obra, não só o resultado final.
d) uma noção de que não se pode compreender as tatuagens ou demais modos de pintura
corporal como passíveis de exposição.
e) um ideal feminista de arte, que coloca a mulher no centro da produção artística e cultural
no campo da arte corporal.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se pode apontar a partir do texto que haja uma ideia de tratar o
outro de maneira exótica, mas sim de valorizar diferentes expressões artísticas.
A alternativa B está correta, pois o texto aponta para os usos da tatuagem por diversas civilizações e em
diferentes contextos, ainda que tenham sido pouco exploradas. Os “corpos pintados” citados, por
exemplo, remetem não só a tatuagens como a pinturas corporais, por exemplo. No contemporâneo,
pode-se observar diálogos com a performance, como no caso da performance dos anos 1970.
A alternativa C está incorreta, pois não há nada no texto que aponte apenas para uma valorização do
processo de feitura das artes corporais, ainda que se mencione uma performance que o processo de
fazer a tatuagem fosse a própria ação artística.
A alternativa D está incorreta, pois o texto aponta o contrário: que há espaço para a exposição de
diferentes tipos de obras de arte, inclusive a própria tatuagem e as artes corporais.
A alternativa E está incorreta, pois a artista que discute questões de gênero é apenas um exemplo de
uso da tatuagem como arte. Não quer dizer que as artes corporais sejam necessariamente ligadas a
gênero.
Gabarito: B

28. (Estratégia Vestibulares – 2021)

Texto I:

(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 120


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Texto II:
Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos
trabalhadores das minas. O homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas
costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça.
Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador
a pensar em múltiplas possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o
colega já havia passado por essa situação e, por isso, logo o pesadelo teria fim?
A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria
da esposa do fotógrafo - Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas,
as outras já haviam sido divulgadas em uma publicação da Taschen).
A mostra também passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e
Tallin. A série, que virou livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que
o motivou a realizar o trabalho:
"O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares,
vender os seus pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a
sua sanidade por um sonho?" Sebastião Salgado
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)

Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à condição sub-humana enfrentada pelos
trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em
a) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade.
b) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo.
c) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem
sobreviver no atual sistema políticoeconômico.
d) colaborar para a harmonia entre culturas diversas.
e) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade.
Comentários:
A letra A está incorreta pois os textos exploram a crítica ao trabalho como algo que pode desumanizar
os indivíduos.
A letra B está incorreta pois a visão é negativa em relação às empreitadas humanas.
A letra C está correta pois a série busca a reflexão sobre o comportamento humano de gana, o que traz
grande risco para a vida dos indivíduos.
A letra D está incorreta pois não há menção à harmonia, mas sim à exploração do problema em diversos
locais, demonstrando sua relevância.
A letra E está incorreta pois trata-se de textos com críticas específicas à realidade objetiva dos
indivíduos.
Gabarito: C

29. (Estratégia Vestibulares – 2021)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 121


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos
mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados,
radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de
distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de
natureza fundamentalmente estética. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das
sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos das marcas: é um
modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo.

Nas indústrias de consumo, o design, a moda, a publicidade, a decoração, o cinema, o show


business criam em massa produtos carregados de sedução, veiculam afetos e sensibilidade,
moldando um universo estético proliferante e heterogêneo pelo ecletismo dos estilos que
nele se desenvolvem. Com a estetização da economia, vivemos num mundo marcado pela
abundância de estilos, de design, de imagens, de narrativas, de paisagismo, de espetáculos,
de músicas, de produtos cosméticos, de lugares turísticos, de museus e de exposições.
LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Jean. A estetização do mundo – viver na era do capitalismo artista. São Paulo:
Companhia das Letras, 2013.

Os autores abordam no texto uma característica do mercado envolvendo a arte e a cultura


na sociedade contemporânea. Essa característica pode ser entendida como uma:
a) elevação da propaganda e dos bens de consumo cotidianos aos status de arte, podendo
ser expostos.
b) contaminação das formas artísticas com a estética e linguagem da propaganda e dos bens
de consumo.
c) hierarquização entre arte e artesanato que persiste nos museus e galerias, influenciando
o consumo.
d) mudança na forma como comerciais são feitos, hoje contando, por exemplo, com equipes
cinematográficas.
e) penetração da estética nos bens de consumo, tensionando a separação entre arte, cultura
e mercado.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois isso não está no texto. O texto apenas aponta uma contaminação
estética, não necessariamente uma elevação da propaganda.
A alternativa B está incorreta, pois o texto fala o contrário: sobre a arte influenciando esteticamente
bens de consumo.
A alternativa C está incorreta, pois o texto não aborda a questão da arte e do artesanato.
A alternativa D está incorreta, pois em nenhum momento do texto é falado sobre as equipes, apenas
sobre a nova estética estabelecida.
A alternativa E está incorreta, pois o que o texto aponta é que hoje os bens de consumo se aproveitam
da estética e de conceitos antes reservados ao campo da arte da cultura.
Gabarito: E

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 122


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

30. (Estratégia Vestibulares – 2021)

O termo instalação é incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960,


designando assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias e museus. As
dificuldades de definir os contornos específicos de uma instalação datam de seu início e
talvez permaneçam até hoje. Quais os limites que permitem distinguir com clareza a arte
ambiental, a assemblage, certos trabalhos minimalistas e a instalações? As ambiguidades
que apresentam desde a origem não podem ser esquecidas, tampouco devem afastar o
esforço de pensar as particularidades dessa modalidade de produção artística que lança a
obra no espaço, com o auxílio de materiais muito variados, na tentativa de construir um
certo ambiente ou cena, cujo movimento é dado pela relação entre objetos, construções, o
ponto de vista e o corpo do observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la,
passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que
ela constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos.
(Disponível em <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3648/instalacao> Acesso em 14 dez. 2020)

Segundo o texto, a instalação pressupõe a existência de:


a) repertório erudito em artes.
b) espaços públicos de exposição.
c) equipe semelhante às teatrais.
d) interação do público com a obra.
e) uma pequena gama de materiais.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois em nenhum momento se afirma que seria preciso um repertório
elevado.
A alternativa B está incorreta, pois o texto também fala em galerias e museus como possíveis espaços
para instalações.
A alternativa C está incorreta, pois não se fala da divisão de equipes do teatro no texto.
A alternativa D está correta, pois o texto afirma que “Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la,
passar entre suas dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela constrói
por meio da disposição das peças, cores e objetos”.
A alternativa E está incorreta, pois o texto fala que é possível usar uma grande diversidade de materiais.
Gabarito: D

31. (Estratégia Vestibulares – 2021)

O termo se refere a um procedimento nas artes plásticas, principalmente nas artes moderna
e contemporânea, em que o artista faz uso de imagens já consagradas na história da arte,
como referência na composição de seu próprio trabalho. Essa citação, que pode ser implícita
ou explícita, acaba por evocar um diálogo entre artistas e obras, de diferentes períodos e
estilos, criando novos contextos para uma mesma imagem.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 123


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

CITACIONISMO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso
em: 24 de Jul. 2020.

Pode-se dizer que a imagem que se enquadra nesse tipo de procedimento é

a)

b)

c)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 124


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

d)

e)
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois aqui o artista fez uso de um bem de consumo e o ressignificou em
arte, não reelaborou uma obra de arte existente.
A alternativa B está incorreta, pois aqui o artista fez uso de um objeto cotidiano e o ressignificou em
arte, não reelaborou uma obra de arte existente.
A alternativa C está correta, pois aqui há uma obra conhecida reelaborada a partir da adição de um
bigode.
A alternativa D está incorreta, pois aqui há um objeto do cotidiano que se torna uma peça de museu cm
valor de arte a partir de nosso olhar contemporâneo, não há a ressignificação de uma obra de arte.
A alternativa E está incorreta, pois aqui há uma tapeçaria que, independentemente de ser uma técnica
têxtil, não deixa de ser uma obra de arte.
Gabarito: C

32. (Estratégia Vestibulares – 2021)

A expressão indica um gênero pictórico -caracterizado pela representação de personagens


e cenas da mitologia greco-romanas -que tem um longo trajeto na história da arte. Nasce na
Grécia e em Roma, como pintura religiosa, e se desenvolve no Ocidente, sobretudo no

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 125


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Renascimento e no neoclassicismo, ora como exaltação da antiguidade, ora com sentido


alegórico (por exemplo, Vênus como representação da beleza; Minerva, da sabedoria; Marte
como personificação da guerra e assim por diante).
(Verbete de “Pintura Mitológica”, Enciclopédia Itaú Cultural. Disponível em
<https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3822/pintura-mitologica> Acesso em 15 mai. 2020)

Verifica-se uma pintura que se enquadra na categoria de pintura mitológica na seguinte


obra:

a)

b)

c)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 126


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

d)

e)
Comentários:
A alternativa A está INCORRETA, pois esse quadro apresenta uma imagem religiosa cristã, ou seja, não
se enquadra na necessidade de referência à mitologia grega.
A alternativa B está INCORRETA, pois essa é uma imagem secular, ou seja, não faz referência a religiões,
representando uma mulher comum na água.
A alternativa C está CORRETA, pois ainda que haja a presença de um imaginário cristão na figura de
cupido próxima à iconografia de um anjo, essa é uma imagem clássica da mitologia greco-romana:
Vênus e Cupido, os nomes latinos de Afrodite e Eros.
A alternativa D está INCORRETA, pois esse quadro apresenta uma imagem religiosa cristã, ou seja, não
se enquadra na necessidade de referência à mitologia grega.
A alternativa E está INCORRETA, pois essa é uma imagem secular, ou seja, não faz referência a religiões,
representando uma mulher comum na água.
Gabarito: C

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 127


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

33. (Estratégia Vestibulares – 2021)

A MODA NÃO É UNIVERSAL. Não é um fenômeno que exista em toda parte e em todos os
tempos. Suas raízes não estão nem na natureza humana nem em mecanismos de grupo em
geral. Mas desde que surgiu pela primeira vez em uma sociedade, levou um número cada
vez maior de outras sociedades e áreas sociais a seguirem sua lógica.

Afirma-se em geral que a moda no vestuário teve suas origens no fim do período medieval,
possivelmente no início do Renascimento, talvez em conexão com a expansão do
capitalismo mercantil. Costuma-se dizer que não podemos falar de moda na Antiguidade
grega e romana no sentido em que o fazemos hoje, porque não havia autonomia estética
individual na escolha das roupas – ainda que houvesse certas possibilidades de variação. O
vestuário europeu tinha mudado relativamente pouco da era romana até o século XIV.
Embora tivesse havido, é claro, variações nos materiais e nos detalhes das roupas, para
todos os efeitos sua forma permaneceu inalterada. Em geral, ricos e pobres usavam roupas
com formas semelhantes, embora os ricos mandassem fazer as suas de materiais mais caros
e usassem ornamentos. O impulso para se enfeitar não é em absoluto um fenômeno recente
na história humana, mas as coisas com que as pessoas se enfeitavam no mundo pré-
moderno nada tinham a ver com moda. Os vikings, por exemplo, mostravam grande
preocupação com a aparência, e costumavam usar, entre outras coisas, um pente
pendurado no cinto, ao lado de símbolos de posição social – mas não existiram modas
vikings. As sociedades pré-modernas são conservadoras. Nelas, as pessoas podem usar
ornamentos simples ou sofisticados e podem ter extremo interesse em fenômenos
estéticos, mas é uma característica recorrente que coisas como penteados, roupas e joias
permaneçam mais ou menos inalterados ao longo de gerações. Os romanos da Antiguidade
eram vaidosos, homens e mulheres usando maquiagem e perfume, o cabelo tingido e
anelado, quando não usavam peruca. Mas esses estilos eram também muito duradouros.
Ocasionalmente, o estilo de um país podia se tornar apreciado em outro, levando a uma
súbita mudança – como quando os gregos começaram a raspar suas barbas para se
parecerem com Alexandre Magno. Uma mudança de estilo como essa, entretanto, não pode
ser propriamente qualificada de moda, porque dali em diante os gregos mantiveram suas
faces e queixos escanhoados. O que aconteceu foi a substituição de uma norma estética
duradoura por outra, sem que mudanças subsequentes pareçam ter sido desejadas ou
mesmo consideradas. Para que possamos falar de “moda”, não basta que ocorra uma
mudança de raro em raro. A moda só se configura quando a mudança é buscada por si
mesma, e ocorre de maneira relativamente frequente.
(SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Companhia das Letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2013)

A partir do texto, julgue os itens:


- Objetos de uso pessoal, como pentes, joias e adereços de modo geral são considerados,
após a passagem do tempo, como peças de museu de valor expográfico, ainda que não
tenham sido criados originalmente com a intenção de serem obras de arte.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 128


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

C) Certo.
E) Errado.

- A apreciação do estilo de um povo por outro não é necessariamente um processo de


apropriação -cultural, porque esse intercâmbio não se passa de maneira obrigatória por
questões de opressão ou dominação, mas pela possibilidade de troca mútua entre culturas.
- Certo.
- Errado.
Comentários:
- CERTO
Muitos objetos expostos no museu, desde adereços pessoais até objetos de uso cotidiano, não foram
pensados como obras de arte. Ainda assim, por serem registros de civilizações anteriores, possuem valor
de exposição para museus.

- CERTO
Há uma diferença entre apropriação e intercâmbio cultural. A apropriação é fruto de um processo de
dominação e opressão, em que o opressor assume para si elementos de culturas hierarquicamente
menos valorizadas. O intercâmbio cultural é a troca mútua entre referenciais. Nem todo encontro
cultural, portanto, é intercâmbio nem apropriação. As circunstâncias variam.
Gabarito: C - C

34. (Estratégia Vestibulares – 2021)

Leia o texto de Graça Proença para responder à questão


Muitos dos objetos expostos em museus ou que fazem parte da nossa vida diária têm uma
utilidade evidente: basta vê-los para logo sabermos para que servem; outros, por serem
mais complexos, exigem que alguém mais informado nos explique seu funcionamento e sua
finalidade. Contudo, o ser humano também produz coisas que, apesar de não terem uma
utilidade imediata, sempre estiveram presentes em sua vida. É a respeito delas que nos
perguntamos por que para que foram feitas.
A resposta a essa pergunta nos mostra que o homem cria objetos não apenas para se servir
utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais
ainda, para expressar sua visão do momento histórico em que vive. Essas criações
constituem as obras de arte e também contam – talvez de forma muito mais fiel - a história
dos homens ao longo dos séculos. Segundo Ruskin, crítico de arte inglês, "as grandes nações
escrevem sua autobiografia em três volumes: o livro de suas ações, o livro de suas palavras
e o livro de sua arte". E acrescenta: "nenhum desses três livros pode ser compreendido sem
que se tenham lido os outros dois, mas desses três, o único em que se pode confiar é o
último".
(História da arte, 2007)

Segundo o conceito de arte exposto no texto,

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 129


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

a) tudo aquilo que é exposto em um museu adquire o status de arte na medida em que
informam sobre seu funcionamento da época.
b) não é necessariamente uma criação humana, uma vez que pode ser uma produção natural
do período em que foi encontrada.
c) uma obra de arte não tem funcionalidade prática, ainda que seja capaz de expressar
sentimentos e visões de mundo.
d) os livros podem ser considerados obras de arte na medida em que representem ações e
palavras, bem como obras.
e) o registro menos fiel de um tempo são suas produções artísticas, entendendo que podem
ser permeadas por subjetividades.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto aponta que os instrumentos feitos para o dia a dia não são
objetos artísticos, mesmo que nos informem sobre o período em que foram criados.
A alternativa B está incorreta, pois, segundo o texto, obras de arte são criações, não elementos naturais
ou coletados na natureza.
A alternativa C está correta, pois o texto aponta que “o homem cria objetos não apenas para se servir
utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante da vida e, mais ainda, para
expressar sua visão do momento histórico em que vive”. Não são objetos criados para ter utilidade
prática, mas sim para serem fruídos de maneira estética.
A alternativa D está incorreta, pois os livros aqui são apenas uma metáfora para a construção social e
cultural das sociedades.
A alternativa E está incorreta, pois, segundo o texto, a arte é mais confiável que os relatos, porque
expressa verdadeiramente o espírito de seu tempo.
Gabarito: C

35. (Estratégia Vestibulares – 2020)

Um tema frequente para a pintura ocidental são as cenas históricas. São obras que
representam fatos históricos de modo geral. Costumam ser obras de grandes dimensões e
eram frequentemente realizadas sob encomenda. São empregadas também em momentos
em que se deseja reforçar as ideias de nação e constituição de um povo.
Tendo em vista a definição acima, a obra que apresenta como tema uma cena histórica é

a)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 130


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

b)

c)

d)

e)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 131


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois essa imagem é um retrato, não representa uma cena histórica.
A alternativa B está incorreta, pois essa imagem é um retrato, não representa uma cena histórica.
A alternativa C está incorreta, pois essa imagem é uma cena mitológica, não representa uma cena
histórica.
A alternativa D está correta, pois essa imagem mostra uma cena histórica, demonstrando uma das
maiores vitórias de Napoleão Bonaparte.
A alternativa E está incorreta, pois essa imagem é uma cena religiosa, não representa uma cena
histórica.
Gabarito: D

36. (Estratégia Vestibulsres – 2020)

A apropriação cultural acontece quando elementos de uma cultura são adotados por
indivíduos que não pertencem a esta cultura. Isso inclui o uso de acessórios e roupas, a
exploração de símbolos religiosos, o sequestro de tradições e de manifestações artísticas. A
apropriação cultural é especialmente terrível quando se trata de elementos de uma cultura
historicamente marginalizada e explorada.

A linha entre apropriação cultural e intercâmbio cultural é tênue. Intercâmbio cultural é um


fenômeno natural e bem frequente. Mas a apropriação cultural é um processo bem
problemático que precisa ser mais bem compreendido, pois dá uma margem enorme para
que elementos de uma cultura sejam banalizados, trivializados e estereotipados. Um grande
problema de sequestrar elementos de culturas não dominantes e adotá-los de maneira
descontextualizada, é que as pessoas que fazem a apropriação se beneficiam dos aspectos
que julgam “interessantes” de uma cultura, ignorando os significados reais desses
elementos, enquanto os membros dessa cultura tem que lidar com opressão diariamente.
(Disponível em <https://www.ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/14591/apropriacao-cultural> Acesso em 15
jul. 2020)

Sobre o texto, é correto afirmar que a apropriação cultural


a) reforça relações de dominação no âmbito cultural.
b) é intrínseca às situações de intercâmbio cultural.
c) decorre do espólio material das culturas não dominantes.
d) ressignifica elementos marginalizados pela cultura de origem.
e) resulta do interesse genuíno sobre a cultura do Outro.
Comentários:
A alternativa A é a resposta. Conforme destaca o texto, a apropriação cultural ocorre quando elementos
de uma cultura não dominante são apropriados por agentes que não pertencem àquela comunidade
cultural, com o intuito de conferir-lhes alguma vantagem. Na prática, isso reforça a marginalização dos
elementos identitários de grupos historicamente estigmatizados, afinal eles só dispõem de algum valor
quando associados aos grupos dominantes.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 132


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa B está incorreta. De acordo com o próprio texto, nem todas as situações de intercâmbio
cultural implicam em apropriação.
A alternativa C está incorreta, pois essa apropriação não se dá por meio do roubo em sentido literal de
bens culturais, mas da incorporação não consentida de elementos culturais imateriais.
A alternativa D está incorreta, pois não há nada no texto que corrobore para ideia de que são
incorporados somente elementos desconsiderados pela sua comunidade cultural de origem.
A alternativa E está incorreta, pois essa incorporação é feita de maneira descontextualizada, sem
considerar seus significados reais.
Gabarito: A

37. (Estratégia Vestibulares – 2020)

A ressignificação nas artes ocorre quando um artista cria uma obra a partir de um objeto
que não era originalmente artístico ou trabalhado artisticamente. Significa literalmente dar
novo significado a algo que já existe. No contemporâneo, muitas obras de arte partem desse
procedimento.

Tendo em vista a definição acima, a obra criada a partir da noção de ressignificação é


a)

b)

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 133


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c)

d)

e)

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois essa taça apresenta um trabalho artístico que indica que ela não foi
pensada apenas como objeto do cotidiano, mas como peça artística –ainda que não necessariamente
expositiva.
A alternativa B está incorreta, pois o sarcófago era pensado também como uma peça de trabalho
artístico além de ritual.
A alternativa C está correta, pois essa obra de Marcel Duchamp transformou um mictório em uma obra
de arte assinada. O objeto original foi modificado na medida em que era um objeto do cotidiano que
ganhou status de obra de arte ao ser colocado em exposição e assinado.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 134


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa D está incorreta, pois o jarro tem um trabalho artístico envolvido. Além disso, ele não está
apresentado como uma obra diferente daquilo para que foi criado.
A alternativa E está incorreta, pois as iluminuras apresentavam trabalho artístico e eram consideradas
obras de arte, ainda que não fossem decorativas.
Gabarito: C

38. (Estratégia Vestibulares – 2020)

A metalinguagem, uma das funções da linguagem, muitas vezes tem sido usada como um
recurso artístico. Como função, ocorre sempre que a linguagem se volta para o seu próprio
código – por exemplo, quando perguntamos a alguém o significado de uma palavra
desconhecida. Na literatura, é um recurso capaz de criar distanciamento entre o leitor e a
obra. Daí o fato de ter sido largamente usada pelos autores modernistas, que tinham como
parte de seu projeto estético a intenção de despertar no leitor a consciência de que a arte é
um "fazer artístico".
Thaís Nicoleti de Camargo. Artigo: Metalinguagem é objeto de questão da Fuvest. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u14483.shtml>. Acesso em: 01 maio 2020.

Das obras reproduzidas, aquela em que se observa o uso da metalinguagem é:


a)

Autorretrato com a Orelha Cortada, por Vincent Van Gogh.

b)

A Leitora, por Jean-Honoré Fragonard

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 135


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

c)

Autorretrato mole com bacon frito, por Salvador Dalí.

d)

Desenhando mãos, por M.C. Escher.

e)

Ilustração de Moda para o Diário Espanhol ABC, por Cecilio Pla.


Comentários
As alternativas A e C estão incorretas, pois se tratam de autorretratos nos quais não se observa
referência à linguagem utilizada pelos seus autores (pintura).
As alternativas B e E estão incorretas, pois se tratam de uma obras apenas se utilizam de outras
linguagens –a literatura e as artes visuais –como temas, não como recursos. Dessa forma, não são obras
metalinguísticas.
A alternativa D é a resposta, afinal Escher representa em seu desenho uma mão representando o
próprio ato de desenhar. Dessa maneira, trata-se de uma obra metalinguística
Gabarito: D

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 136


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

39. (Fuvest – 2018)

Uma obra de arte é um desafio; não a explicamos, ajustamo-nos a ela. Ao interpretá-la,


fazemos uso dos nossos próprios objetivos e esforços, dotamo-la de um significado que tem
sua origem nos nossos próprios modos de viver e de pensar. Numa palavra, qualquer gênero
de arte que, de fato, nos afete, torna-se, deste modo, arte moderna.
As obras de arte, porém, são como altitudes inacessíveis. Não nos dirigimos a elas
diretamente, mas contornamo-las. Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma
nova visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é mais eficiente do que
um anterior. Cada aspecto surge na sua altura própria, que não pode ser antecipada nem
prolongada; e, todavia, o seu significado não está perdido porque o significado que uma
obra assume para uma geração posterior é o resultado de uma série completa de
interpretações anteriores.
Arnold Hauser, Teorias da arte. Adaptado.

De acordo com o texto, a compreensão do significado de uma obra de arte pressupõe


a) o reconhecimento de seu significado intrínseco.
b) a exclusividade do ponto de vista mais recente..
c) a consideração de seu caráter imutável.
d) o acúmulo de interpretações anteriores.
e) a explicação definitiva de seu sentido.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto afirma que uma obra pode ser reinterpretada de maneiras
diferentes dependendo do momento histórico. Assim, não há significado intrínseco, pois ela pode ser
vista de diferentes modos.
A alternativa B está incorreta, pois o texto assume que a interpretação mais recente é herdeira das
anteriores. Não se deve supor uma hierarquia entre elas.
A alternativa C está incorreta, pois assume-se que a obra de arte é mutável, ou seja, sua interpretação e
significado pode variar de acordo com o momento histórico.
A alternativa D está correta. No trecho “Cada geração as vê sob um ângulo diferente e sob uma nova
visão; nem se deve supor que um ponto de vista mais recente é mais eficiente do que um anterior. Cada
aspecto surge na sua altura própria, que não pode ser antecipada nem prolongada; e, todavia, o seu
significado não está perdido porque o significado que uma obra assume para uma geração posterior é o
resultado de uma série completa de interpretações anteriores” fica claro que o autor presume que a
obra de arte é resultado de uma sequência de interpretações ao longo do tempo, nenhuma superior à
outra.
A alternativa E está incorreta, pois se há a possibilidade de novas interpretações para uma obra de arte,
então não é possível dizer que há explicação definitiva de sentido.
Gabarito: D

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 137


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

40. (Uel - 2019)

Na contemporaneidade, vivemos o predomínio das imagens visuais, conforme sugere a


figura. Nesse aspecto, percebê-las como portadoras de conceitos e sentidos leva teóricos a
discutirem sobre a necessidade da alfabetização visual. Tanto a imagem quanto a sua leitura
produzem conceitos e transformam a percepção da realidade e seu contexto cultural.

Com base nas concepções de leitura de imagem e cultura visual, atribua V (verdadeiro) ou F
(falso) às afirmativas a seguir.
( ) Ao ler a imagem, cruzamos informações do objeto, suas características formais,
cromáticas, com informações do leitor, seu conhecimento, suas deduções, imaginação.
Dessa forma, a leitura implica o que vemos e o que conhecemos.
( ) Ao ler a imagem, percebemos que não existem receptores nem leitores, mas
construtores de significados que leem a partir de suas referências culturais.
( ) Ao ler a imagem, consideramos que os objetos de estudo e a produção envolvem os
modos de ver, sentir e imaginar, e que a percepção é uma interpretação, significação dada
pelo espectador/observador.
( ) Ao ler a imagem, compreendemos que ela constitui um modo de linguagem na
composição e envolve a compreensão das mensagens em diversos níveis, considerando os
seus elementos estruturais.
( ) Ao ler a imagem, identificamos um sinal com significado único, os símbolos visuais são
dispostos a fim de representar as imagens de modo sistemático e baseado nas regras da
linguagem articulada.

Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.


a) V, V, V, V, F.
b) V, V, V, F. F.
c) F, V, F, V, F.
d) F, V, V, F, V.
e) F, F, F, V, V.

Comentários:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 138


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A afirmativa I é verdadeira, pois a imagem é interpretada tanto a partir daquilo que o objeto traz
como das referências do próprio espectador, que significa a obra a partir de suas vivências.

A afirmativa II é verdadeira, pois a imagem é compreendida a partir de contextos culturais


específicos, tanto da existência da imagem quanto das pessoas que leem a obra.

A afirmativa III é verdadeira, pois que dá significado à obra é o receptor, a partir de suas vivências
de mundo e bagagem cultural.

A afirmativa IV é verdadeira, pois as imagens possuem muitos níveis de compreensão. Para além
dos elementos visuais, há também o modo como os espectadores compreendem cada um
desses elementos. A leitura de imagens não é feita do mesmo modo que de um texto verbal.

A afirmativa V é falsa, pois a linguagem articulada, ou seja, próximas às expressões verbais, não
se aplica a imagens. Uma imagem é entendida de diferentes maneiras, considerando
conhecimentos e vivências, além de contextos culturais.

Gabarito: A

41. (UNIOESTE – 2016)

O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor


W. Adorno e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos
textos essenciais do século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria
do entretenimento. É uma das várias contribuições para o pensamento contemporâneo do
Instituto de Pesquisa Social fundado na década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um
ponto decisivo para a compreensão do conceito de “Indústria Cultural” é a questão da
autonomia do artista em relação ao mercado.

Assim, sobre o conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar.


A) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas
publicitárias para ser divulgada para o público.
B) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações
complexas e diversidade cultural.
C) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da
sociedade.
D) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da socied
ade.
E) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo.
Comentários:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 139


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa A está incorreta, pois segundo a teoria da Indústria Cultural ocorre uma fusão entre arte e
mercadoria, fazendo com que a primeira seja encarada apenas como a segunda. Há também a presença
de campanhas publicitárias para sua divulgação, fazendo com que alcance o público.
A alternativa B está incorreta, pois a grande característica dá cultura de massa é justamente a
uniformização artística.
A alternativa C está incorreta, pois não há autonomia entre os bens culturais e a possibilidade de
reprodução deles na sociedade.
A alternativa D está correta, pois a reprodutibilidade das obras de arte para de massa, pois as obras se
tornam bens de consumo que precisam se adequar a uma lógica industrial e, portanto, de reprodução e
lucro.
A alternativa E está incorreta, pois o que ocorre com a cultura de massa é o contrário, a arte se
transforma em artigo de consumo esvaziado.
Gabarito: D

42. (FGV – 2015)

Marco Cianfanelli, Release (Soltura), 2012, África do Sul, aço pintado e cortado a laser,
profundidade 20,8 m, altura 9,48 m e largura 5,19 m.

As imagens apresentam, de diversos ângulos, a escultura de Marco Cianfanelli em


homenagem ao 50º aniversário da captura e prisão de Nelson Mandela, em 1962. A obra é
composta por hastes de aço de altura variável, cortadas a laser e inseridas na paisagem, na
província de KwaZulu-Natal, onde Mandela foi detido pelo regime do apartheid. Ao
comentar a sua obra, o artista afirmou: "As 50 colunas representam os 50 anos que se
passaram desde a sua captura, mas também sugerem a ideia de que muitos compõem um
conjunto; referem-se à solidariedade. Indicam a ironia de que o encarceramento de
Mandela o transformou em um ícone de luta, alimentando a resistência que levou o país à
democracia".

As afirmações abaixo constituem aspectos da proposta política e estética do artista, EXCETO:


A) De perto, a escultura parece um punhado de barras de aço negro de formato irregular,
apontando para o céu e reproduzindo a sensação de estar entre grades.
B) À medida que o observador se afasta da floresta de colunas pelo caminho, elas
gradualmente se alinham, formando a imagem focada e tornando reconhecível o líder
político da luta contra o apartheid.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 140


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

C) A cor preta das hastes permite destacá-las da paisagem, mas também se refere à atuação
do Presidente Mandela, que construiu uma África do Sul para os negros sul-africanos,
perseguindo a minoria branca.
D) De lado, visualiza-se um agrupamento disperso de hastes, que, frontalmente, transforma-
se em uma imagem coerente e solidária, evocando a ação coletiva que levou à derrubada
do apartheid.
E) A escultura impacta a paisagem por sua monumentalidade e a ressignifica, transformando
o lugar da detenção de Mandela em memorial do combate à segregação racial e da
conquista dos direitos civis na África do Sul.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois ao se observar de perto a obra de arte percebe-se que ela busca
reproduzir a visualidade de uma grade de prisão.
A alternativa B está correta, pois o desenho proposto pelo artista se torna identificável apenas à
distância pelo observador.
A alternativa C está incorreta, pois não há associação entre as cores das barras de ferro e o tom de pele
de Nelson Mandela as cores dos materiais apenas ajudam a formar o rosto do presidente
A alternativa D está correta, pois ao construir uma obra que é preciso observar todo conjunto para que
ela faça sentido o artista faz referência à necessidade de uniao coletiva para o processo revolucionário
A alternativa E está correta, pois o tamanho da obra traz um aspecto monumental a ela e a escolha do
local onde ela assim instala para as novo significado para o ambiente em que inicialmente Mandela for a
preso
Gabarito: C

43. (FGV – 2018)

Observe as imagens a seguir. A primeira reproduz o quadro Auto-retrato (Manteau Rouge),


de Tarsila do Amaral (1923); a segunda, a campanha para o lançamento do perfume Rouge,
d’O Boticário (2006).

O uso das artes visuais no campo publicitário é uma tendência na linguagem do marketing
da sociedade pós-industrial. As afirmações a seguir caracterizam corretamente relações
entre comunicação publicitária e artes visuais, à exceção de uma. Assinale-a.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 141


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A) Uma empresa apropriou-se da obra de Tarsila para associar seu nome e um de seus
produtos ao trabalho e ao nome de uma artista conhecida por retratar a brasilidade em suas
obras.
B) O olhar e o gesto do retrato são usados para destacar os aspectos funcionais e as
características técnicas do produto, elementos concretos que determinam a escolha do
consumidor na sociedade pós-industrial.
C) O jogo intertextual promovido pela releitura da imagem explora a memória cultural para
veicular a mensagem publicitária e persuadir os consumidores da excelência e originalidade
do produto.
D) A referência ao quadro de Tarsila no anúncio fornece valor agregado ao produto ao
identificá-lo com uma artista modernista que representou as vanguardas no Brasil,
particularmente em São Paulo, na década de 1920.
E) A arte é utilizada no processo de construção da imagem da marca por comunicar
significado e subjetividade, características importantes em um contexto global, no qual os
produtos são cada vez mais padronizados.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois AO uso do nome da artista como parte da construção visual do
produto.
A alternativa B está incorreta, pois não há aqui características concretas do produto, apenas uma
associação visual com a artista modernista
A alternativa C está correta, pois considerando-se que Tarsila do Amaral é uma artista modernista, de
vanguarda, pode-se afirmar que há uma associação da sua imagem com a ideia de originalidade
pretendida pelo produto.
A alternativa D está correta, pois há um valor embutido no objeto ao se colocar uma artista do
modernismo brasileiro ao produto, indicando que o produto seria tao moderno quanto a artista.
A alternativa E está correta, pois a associação com a artista modernista ajuda a diferenciar o produto
dentro de uma perspectiva massificada atual.
Gabarito: B

44. (Estratégia Vestibulares - 2021)

Yulia Brodskaya começou a trabalhar como designer e ilustradora em 2006, mas


rapidamente abandonou os programas de computador para se dedicar à arte com papel: “O
papel sempre exerceu um fascínio sobre mim. Eu tentei vários métodos e técnicas diferentes
para trabalhar com o papel, até eu encontrar a minha forma particular: agora eu desenho
com o papel ao invés de desenhar sobre ele“.
A técnica utilizada é chamada de quilling e envolve o uso de tiras de papel que podem ser
enroladas, torcidas ou espichadas, conforme o desenho a se criar. Essas tiras são coladas em
um fundo de papel e compõem imagens impressionantes. Foi com essas ilustrações em
papel inovadoras que Brodskaya ganhou reputação internacional.
O material parece atuar sobre as percepções e ideias de maneira singular, de modo que a
observação se torna uma parte importante da mensagem. Sendo um objeto tridimensional,

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 142


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

a obra de Brodskaya oferece múltiplas visões. Dependendo do ângulo de observação, da


intensidade e da direção da iluminação a mensagem emocional emitida pela obra a e a
experiência visual do observador mudam significativamente.

(Babushka)
Disponível em: < http://artenarede.com.br/blog/index.php/a-arte-com-papel-de-yulia-brodskaya/> Acesso em 10 ago.
2021

De acordo com o texto, a grande particularidade da artista Yulia Brodskaya está em seu uso
singular do papel como matéria-prima artística, criando
a) obras que tencionam os limites da ilustração, criando obras que parecem ter volume físico
verdadeiramente.
b) uma nova relação entre papel e digital, em que a artista não mais desenha sobre papel,
mas com papel.
c) um trabalho que lembra a colagem devido a sobreposição de elementos de texturas
diversas de modo não figurativo.
d) obras que mudam de acordo com a interpretação do espectador, que vê significados
diferentes.
e) uma obra tridimensional com um material tradicionalmente usado para criações
bidimensionais.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois as obras de fato têm algum volume por conta do modo como
o papel é organizado para formar o desenho.

A alternativa B está incorreta, pois ainda que isso seja parte verdade, não se fala aqui em arte
digital.

A alternativa C está incorreta, pois a imagem aqui é uma representação figurativa.

A alternativa D está incorreta, pois o texto fala que as obras mudam de acordo com posição da
luz e distância, não necessariamente interpretação do espectador.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 143


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa E está correta, poiso uso do papel nas obras da artista transforma as obras em
objetos artísticos tridimensionais, mesmo feitos com esse elemento que normalmente é a base
para ilustrações e gravuras, ou seja, obras bidimensionais.

Gabarito: E

45. (Estratégia Vestibulares - 2021)

A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Brasil
A maior coleção de arte iorubá fora da África está prestes a chegar ao Rio de Janeiro.
Centenas de peças devem chegar ao Brasil em agosto para uma exposição na Casa de
Herança Oduduwa, local inaugurado no ano passado por Adeyeye Enitan Babatunde
Ogunwusi Ojaja II, rei da cidade de Ifé e soberano do povo iorubá.
A proposta do espaço é aproximar cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entre
o Brasil e o povo iorubá que, originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó,
áreas atualmente do Benin e da Nigéria. Há ainda um grande número de iorubás vivendo no
Togo e em Serra Leoa, além de, fora da África, em Cuba, na República Dominicana e no Brasil.
Grande parte dos escravos trazidos para a então colônia brasileira eram de origem iorubá –
também chamados de nagôs. A mitologia que originou o candomblé, a umbanda e outras
religiões afro-brasileiras tem muita influência nagô, bem como o samba, nascido nas casas
de senhoras do século XIX que mantiveram os cantos e os batuques de seus antepassados.
Disponível em: < https://almapreta.com/sessao/cultura/a-maior-colecao-de-arte-ioruba-fora-da-africa-esta-prestes-a-
chegar-ao-brasil> Acesso em 10 ago. 2021

De acordo com o autor, a exposição tem como objetivo principal


a) valorizar a maior coleção de arte africana fora da África.
b) explorar a diversidade cultural do continente africano.
c) compreender as origens da mitologia que origina o candomblé.
d) expor obras realizadas no Brasil sob influência africana.
e) promover uma aproximação entre o Brasil e o povo iorubá.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois ainda que possamos entender que a exposição denota uma
visão valorizada dessa arte, não se fala especificamente obre a valorização dessas obras.

A alternativa B está incorreta, pois as obras são de um grupo específico, não da África como um
todo.

A alternativa C está incorreta, pois a mitologia é apenas mencionada, não há indício de que isso
seja o foco da exposição.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 144


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa D está incorreta, pois as obras expostas são produzidas no continente africano.

A alternativa E está correta, pois o texto indica que o espaço tem como proposta “aproximar
cada vez mais o elo de comunicação e intercâmbio entre o Brasil e o povo iorubá que,
originariamente, habitava o Reino de Ketu e o Império do Oyó”.

Gabarito: E

46. (Estratégia Vestibulares - 2021)

A gente foi feliz aqui é um projeto de intervenções urbanas, através de colagens, que procura
reverberar e perpetuar a memória coletiva do bairro Pinheiro. Localizado em Maceio/AL, o
Pinheiro foi um dos quatro bairros acometidos pela tragédia socioambiental do processo de
subsidência do solo, causado pela extração das jazidas de sal-gema a partir da metade do
século XX . Desde o ano de 2018, a migração forçada de milhares de vidas culminou no
esmorecimento das dinâmicas socioespaciais do bairro e, consequentemente, no
tolhimento das redes relacionais-afetivas comunitárias, construídas ao longo de décadas.
Disponível em: < https://www.domestika.org/pt/projects/1137274-a-gente-foi-feliz-aqui> Acesso em 10 ago. 2021

Na obra em questão, há um uso de colagens e intervenção urbana para uma reconfiguração


da memória de um espaço físico e tem como objetivo principal
a) não deixar sumirem as histórias das pessoas que vivam na região, cujas vidas sofreram
uma drástica mudança.
b) a reconfiguração do espaço público para impedir que as casas sejam desocupadas por
questões financeiras.
c) chamar a atenção para as questões de sustentabilidade e meio ambiente que acometeram
a região do bairro Pinheiro.
d) criar espaços para a convivência comunitária, já que estas pessoas perderam seus espaços
de lazer.
e) a vontade de criar um espaço acolhedor para pessoas que vivem em uma situação ruim
nas jazidas.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o projeto busca resgatar a historias das pessoas que viviam nas
casas hoje abandonadas.

A alternativa B está incorreta, pois a obra foi feita já após a desocupação, não para impedi-la.

A alternativa C está incorreta, pois a obra chama a atenção para questões socioambientais, não
apenas de sustentabilidade.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 145


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa D está incorreta, pois a ideia é fazer uma espécie de homenagem, um memorial
para a história das pessoas que viveram ali.

A alternativa E está incorreta, pois o espaço nao é pensado para pessoas que vieram lá terem
um espço para serem felizes nos momentos ruins.

Gabarito: A

47. (Estratégia Vestibulares - 2021)

Disponível em: <https://schulzmuseum.org/peanuts-abbey-road-crosswalk/> Acesso em 10 ago. 2021

Uma versão da famosa capa do disco dos Beatles, Abbey Road, foi produzida no Snoopy’s
Home Ice, um espaço dentro do museu do personagem Charlie Brown, criado por Charles
M. Schulz. No local há um aviso, dizendo o ponto exato onde se colocar para fotografar a
calçada, mantendo a ilusão de volume das personagens.
Essa intervenção urbana conjuga elementos das artes plásticas tradicionais ao brincar com
elementos como
a) harmonia, criando uma obra cujos elementos se relacionam a partir de qualquer ponto,
sem distorção.
b) perspectiva, usando a noção de ponto de observação do espectador para garantir o efeito
da obra.
c) equilíbrio, pois as figuras estão distribuídas de maneira igual pela faixa, sem distorção de
perspectiva.
d) ritmo, já que o caminhar das personagens sobre a faixa garante ilusão de movimento e
de musicalidade.
e) simetria, deixando evidente a distribuição das imagens a partir do olhar de um ponto
específico.

Comentários:

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 146


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa A está incorreta, pois o que o texto indica é justamente o contrário: que há um
ponto específico de observação da obra.

A alternativa B está correta, pois o fato de que é preciso olhar para a obra a partir de um ponto
específico indica que foi feito o uso das ideias de perspectiva para a construção da obra.

A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que as figuras de distorcem a depender do
local de onde se olha.

A alternativa D está incorreta, pois ritmo em artes visuais indica repetição rítmica de estruturas
visuais, o que não ocorre aqui.

A alternativa E está incorreta, pois ainda que a descrição da obra esteja correta, a simetria não
é sobre isso. Simetria é sobre distribuição igual das figuras.

Gabarito: B

48. (Estratégia Vestibulares - 2021)

(Vinie Graffiti)

Obras como a da artista francesa Vinie convidam o espectador a pensar sobre a


a) presença da natureza nas grandes cidades.
b) relação entre obra de arte e a cidade.
c) sustentabilidade nos dias de hoje.
d) diferença entre grafite e pichação.
e) necessidade de ressignificar cores.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois ainda que faça uso de elementos naturais, essa obra não
discute as questões ligadas a essa temática.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 147


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

A alternativa B está correta, pois a obra se realiza a partir da interação entre a paisagem local e
o grafite, criando uma relação visual entre eles em que a cidade em si completa o desenho.

A alternativa C está incorreta, pois, assim como em A, ainda que faça uso de elementos naturais,
essa obra não discute as questões ligadas a essa temática.

A alternativa D está incorreta, pois não se levanta a discussão da pichação nessa obra. É apenas
um grafite cujo propósito é dialogar com o espaço urbano.

A alternativa E está incorreta, pois não se pode afirmar que as cores estejam pensadas em
campos tão distantes de seu entendimento mais comum.

Gabarito: B

49. (Estratégia Vestibulares - 2021 - Inédita - Prof.ª Celina Gil)

Instalação interativa para crianças: 'The Obliteration Room' / Yayoi Kusama


De dezembro de 2011 e até março de 2012, uma instalação surpreendentemente simples
da artistas Yayoi Kusama foi realizada na Queensland Gallery of Modern Art, na Austrália.
O espaço reconstruiu um entorno doméstico, com diversos móveis e objetos, e em seguida
foi todo pintado de branco brilhante. Embora isso possa sugerir uma topografia cotidiana,
esvaziada de toda a cor e a especificidade, ao mesmo tempo funciona como uma tela branca
a ser energizada – ou, no vocabulário de Kusuma, ‘desvainecida’- através da aplicação, em
todas as superfícies disponíveis, de etiquetas de cores brilhantes com a forma de pontos.
No decorrer de duas semanas, os jovens visitantes do museu receberam milhares de stickers
coloridos e foram convidados a colaborar na transformação do espaço, convertendo a casa
em uma vibrante explosão de manchas de cor.

(Fonte: Wikimedia Commons) (Fonte: Flickr)

Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-38560/instalacao-interativa-para-criancas-the-obliteration-


room-yayoi-kusama> Acesso em 10 ago. 2021

No texto e nas imagens, a concepção de interatividade está relacionada à prática de


a) construção de uma ideia bastante simples com a qual as pessoas se relacionam.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 148


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

b) alteração do espaço físico por parte da intervenção dos espectadores.


c) reconstrução de um ambiente doméstico que acessa as memórias pessoais.
d) preenchimento do espaço com composições artísticas do público expostas.
e) contrastar o branco e o colorido a partir das mensagens diferentes que passam.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a simplicidade faz com que a instalação funcione, porém não
traz necessariamente a interatividade.

A alternativa B está correta, pois o que caracteriza a interatividade é a possibilidade de que o


público possa interagir com a obra, se tornando ele mesmo parte atuante em sua criação. Ao
modificar o espaço físico, o espectador se torna parte criador também.

A alternativa C está incorreta, pois o ainda que o ambiente doméstico traga memórias, isso não
indica necessariamente uma interação.

A alternativa D está incorreta, pois não há exposição de obras do público. Há uma intervenção
do público sobre uma obra existente, modificando-a.

A alternativa E está incorreta, pois o contraste é fruto da intervenção e da interatividade, mas


seus múltiplos significados não influenciam interação.

Gabarito: B

50. (Estratégia Vestibulares - 2021 - Inédita - Prof.ª Celina Gil)

Tamman Azzam nasceu em Damasco, na Síria, em 1980. Após um treinamento artístico na


Faculdade de Belas Artes da Universidade de Damasco, e quando iniciou a revolta na Síria
ele voltou-se para a mídia digital e arte gráfica para criar composições visuais do conflito,
com grande repercussão internacional.

Superposição da obra “O beijo”, de Gustav Klimt em prédio devastado pela guerra, na Siria. Por Tamman Azzam.

Uma das criações mais famosas de Azzam é a superposição da icônica obra “O beijo“, de
Gustav Klimt, em paredes de um prédio devastado pela guerra em sua terra natal, o que
provoca sentimentos contraditórios, oscilando do horror à contemplação, e vice-versa…

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 149


ESTRATÉGIA VESTIBULARES

Disponível em: < http://artenarede.com.br/blog/index.php/guerra-e-arte/> Acesso em 10 ago. 2021

A originalidade do grafite com a imagem de uma obra famosa parte da


a) disposição de um tema amoroso em um espaço urbano de guerra.
b) integração entre diferentes estilos artísticos e arquitetônicos.
c) manutenção de um estilo artístico clássico mesmo num prédio atual.
d) liberdade de criação de modificar a imagem que escolheu reproduzir.
e) reprodução de uma obra famosa em um prédio histórico.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois a originalidade não está exatamente na ilustração, mas na
colocação na parede de um prédio destruído.

A alternativa B está incorreta, pois o estilo arquitetônico original pouco importa aqui. O que
importa é a colocação de uma figura de amor num prédio acabado pela guerra.

A alternativa C está incorreta, pois a originalidade está no prédio ser destruído,


independentemente de ser atual.

A alternativa D está incorreta, pois há uma reprodução, logo, não há bem uma liberdade criativa.

A alternativa E está incorreta, pois não se pode afirmar que o prédio seja histórico apenas pela
imagem ou pelo texto.

Gabarito: A

Considerações finais
A partir da próxima aula, iremos começar a nos dedicar a movimentos artísticos em si! Até
lá, pratique bastante com os exercícios desta aula, para chegar sem dúvidas na próxima aula!
Qualquer dúvida estou à disposição no fórum ou redes sociais!

Prof.ª Celina Gil


/professora.celina.gil Professora Celina Gil @professoracelinagil

Versão Data Modificações


1 26/11/2021 Primeira versão do texto.

AULA 00 – CONCEITOS BÁSICOS 150

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