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GUIÃO SOBRE O COISO DA ARTE:

Jecas: Olá novamente a todos! Este agora sou eu, a Jéssica, estou um bocadinho
diferente, mas pronto…
Patão: Este bocalhudo sou euu, a Patão.
Maria: Olá! Eu sou a Maria.
Carol: E este sou eu, a Carol.
Jecas: Bem, hoje estamos aqui para vos falar resumidamente, de uma pequena parte da
filosofia da estética… só para vos baralhar um bocadinho o cérebro.
Patão: Eu já estou baralhada desde as primeiras aulas que falámos sobre este tema…
ainda não consegui entender NADA, já que cada alma nesta turma decide ter opiniões
diferentes e dizer coisas diferentes… por isso POR FAVOR, digam-me -O que raios é a
Arte?
Maria: Bem, por onde irei começar, a arte é um tema muito complexo difícil de se
desenvolver, principalmente em relação à sua definição e ao seu valor, já que, para
além de cada pessoa possuir definições distintas da própria arte, esta, é uma
manifestação cultural em todas as sociedades humanas, e por este motivo a mesma
varia consoante o tempo e conforme a própria cultura humana.
Carol: A arte gosta de ser a espécie de “pick me girl” que se diferencia das outras
atividades humanas, já que produz algo que pode fixar a nossa atenção e a nossa
sensibilidade estética. Portanto quando vemos algo que nos transmite alguma
sensação, podemos considerar esse algo, como belo ou não.
Patão: Uh.... Então, mas calma… se é assim, qual é a diferença de Arte para Estética?
Jecas: Miúda, tu não prestas atenção às aulas do careca?
Enfim… A área da filosofia a que damos o nome de “estética”, inclui um conjunto de
conceitos e de problemas tão diversificados, que, para os desprovidos de inteligência
que iniciam o seu estudo, pode parecer uma matéria extremamente dispersa e
incompreensível…
Patão: Uh... sabes que “os desprovidos de inteligência que iniciam o seu estudo” somos
nós certo?
Jecas: Uh… pois é...
Carol: Enfim… a estética nada mais é que a disciplina filosófica que se ocupa dos
problemas, argumentos e teorias sobre a arte. Ou seja, podemos dizer, então, que a
estética é o mesmo que filosofia da arte.

Patão: Ai ta bem, ta bem. Faz sentido, obrigada, obrigada.


De qualquer das maneiras vamos ao que realmente interessa... Falemos de teorias
essencialistas que isto já sei (tiny riso maléfico) ...
Como já dissemos antes, a filosofia da arte é constituída por um conjunto de problemas
para a solução das várias e diferentes teorias que se colocam.
Já vimos também, que o primeiro problema que, qualquer teoria de artística necessita de
enfrentar, é o problema da própria definição de “arte” em si. É sobre algumas dessas
teorias e argumentos que as sustentam que vamos falar aqui.
Carol: As teorias mais antigas, e que embora possuam um poder explicativo inferior,
aproveitam de uma popularidade notável que têm. Estas teorias, são conhecidas como
“Teoria Representacionista”, “Teoria Expressionista” e “Teoria Formalista”, e podem
ser agrupadas na mesma categoria, - “As teorias essencialistas” -. Contudo, como só nos
diz respeito a Teoria Formalista, só vamos matutar-vos a cabeça com ela.
Maria: Ao verificarmos que a diversidade de obras de arte é muito superior ao que
outras teorias (como a Expressionista ou a Essencialista) supô-lo-iam, surgiu uma teoria
conhecida como -Teoria da Forma Significante- (abreviada, normalmente, para -Teoria
Formalista-), que, para além de ser mais recente e mais elaborada, decidiu abandonar a
ideia de que existe uma característica especifica que possa ser frontalmente encontrada
em todas as obras de arte.
Jecas: Esta teoria foi, e é, defendida por vários filósofos… destaca-se, porém, Clive
Bell.
Bell, considera que não se deve começar por procurar aquilo que determina uma obra de
arte, mas sim no sujeito que a aprecia. Atenção, isto não significa que nada de comum
exista nas obras de artes, significa, que podemos identificá-las apenas por meio de um
tipo de emoção peculiar. Emoção esta, que chamamos de -Emoção Estética-.
Emoção estética, não se trata de uma emoção como a euforia ou vergonha, por exemplo,
mas sim de uma emoção, digamos que, ligada às manifestações artísticas e que só estas
podem despertar.
Patão: Segundo eu, magnífico, Clive Bell, uma obra é arte se, e só se, provocar nas
pessoas emoções estéticas.
Ou seja, a tese que define a Teoria Formalista é: Algo é arte se, e só se, foi criado
intencionalmente para possuir e exibir forma significante.

Mas atenção, para captar o cerne da arte, eu, Bell, foquei-me apenas nas obras de arte.
Ou seja, o que faz com que estas obras sejam objetos distintos de outros, é a sua forma.
Não, Família, não é uma forma geométrica… é aquilo que referi na tese e que chamei de
-Forma Significante-.

Carol: A Forma Significante é, digamos, um conjunto de características (como traços,


cores, …etc) que apenas, única e exclusivamente, as obras de arte possuem.
Segundo Clive Bell, tudo isto se aplica, não só nas artes visuais, mas também à dança e
à musica.
Maria: Hm.. então, mas como é que descobrimos se um objeto possui essa forma
significante ou não?
Jecas: Não é difícil... Se aos olhares, ou ouvires alguma obra, e se essa obra te despertar
um sentimento enorme todo esquisito... pumbas, aí tens um objeto que possui forma
significante.
Ou seja, é nos despertado uma emoção estética ao estarmos perante um objeto com
forma significante.
Maria: Então… Hm… a emoção estética é a experiência que o publico sente quando se
conecta com uma obra de arte?? Como se fosse, tipo uma apreciação da arte??
Patão: Hum hum, exato. Repito o que disse na tese: Para algo ser arte é necessário algo
causar uma emoção estética.
Enfim, Família, nós precisamos agora de mostrar quem manda aqui, e explicar a estes
Pokémons todos porque é que a nossa teoria é a mais correta e a melhor…
Primeiramente, porque a nossa teoria formalista, é muito mais inclusiva…
Deixem-me explicar… É verdade que, a maioria das obras de arte representacionistas,
eram, de factos, genuínas obras de arte. Mas atenção, não porque representavam algo,
isso é irrelevante aqui, mas sim, porque simplesmente possuíam uma forma significante.
Que sentido faz não exigir uma autenticidade emocional numa obra?
Jecas: Exato, e quer queiram quer não (e se não quiserem, vou vos fazer uma espera ao
portão), a nossa teoria é genuinamente mais inclusiva do que as outras teorias
representacionista e expressivista, simplesmente porque o critério “definidor de arte”
(assim por dizer), definitivamente inclui não só obras como pinturas, por exemplo, mas
também arte visual abstrata, obras musicais e/ou obras arquitetónicas.
Podemos também facilmente utilizar este tipo de obras musicais ou arquitetónicas como
contraexemplos para tentar refutar o representacionismo e o expressivismo.
Carol: Para além do mais, como já referimos, a arte tem função de exibir a forma
significante. Ou seja, poderíamos dizer algo mais complexo como “todas as obras de
arte possuem forma”, já que é possível encontramos, de facto “forma” em diversas
criações humanas que não são arte.
A função de uma obra de arte é, única e exclusivamente, demonstrar a sua forma
significante.

Maria: Estas, podem possuir forma significante, mas isso, não é o critério que lhes
define.
Alguma coisa é considerada obra de arte, se, e só se, foi criado internacionalmente para
possuir e exibir forma significante.
Este aspeto intencional é de extrema importância, já que, só assim é que podemos evitar
classificar as maravilhas naturais como obras de arte. Estas não são consideradas obra
de arte, porque não foram produzidos intencionalmente para exibir a sua forma
significante.
Jecas: Uhm, maltinha... acreditam que ainda existem os toscos que acham que estamos
errados? Existem 3 objeções que nos costumam fazer, e realmente não entendo
porquê…
Indo de encontro com aquilo que foi dito ainda agora, as más-línguas dizem que a
intencionalidade não é condição necessária nem suficiente da arte.
Isto significa que, existem várias obras que não foram criadas intencionalmente para
exibir a sua forma significante, contudo, que se consideram “arte”.
Patão: Existem muitos exemplos de obras de arte que surgiram sem a intenção de causar
no espectador o que é exigido por Clive Bell para se classificar como “arte”.
É por isto que os bananas que vão contra nós, os formalistas, afirmam que a nossa teoria
é “demasiado exclusiva”, já que nem todas as obras foram produzidas com a intenção de
demonstrarem forma significante.
Só que existe um porém… as pessoas são muito contraditórias, e nunca se decidem, por
isso, opositores do formalismo, também afirmam que não só a teoria é exclusiva, como
inclusiva… AA DIGAM-ME, FAZ ALGUM SENTIDO?
Carol: Por acaso, até faz, algum sentido, se aceitarmos que a intenção de mostrar a
forma significante não é condição necessária da arte, é nos mostrado um problema de
não conseguirmos separar a arte da natureza. Já que, muitas vezes acabamos por
considerar, por exemplo, um por do sol maravilhoso, já que, este tipo de coisa, também
possuem uma “forma”.
Maria: Dizem que isto, faz com que a teoria seja demasiado inclusiva também, pois
passar-se-ia a aceitar como arte, coisas que todos aceitam que não são arte.
E por isto, dizem que o Formalismo não nos dá condições necessárias ou suficientes
para definir a Arte.
Jecas: Pois é… e isto é só uma das críticas que nos fazem, agora imaginem as outras..
Posso vos ir adiantando da crítica do círculo vicioso…
Independentemente da forma significante e da emoção estética, Bell afirma que para se
referir a uma obra de arte é necessário recorrer á definição destes dois conceitos, pois
sem um não se fundamenta o outro. Contudo, dizem que, Bell, não desenvolve como
deve ser as definições independentes destes dois conceitos.
Patão: Pois… FAÇAM MELHOR ENTÃO! VOCÊS DIZEM QUE EU DEVERIA
FAZER EXPLICAÇÕES MAIS PLAUSÍVEIS DO SIGNIFICADO DE CADA UM
DOS CONCEITOS, PARA OS MENINOS ENTENDEREM CADA CONCEITO SEM
FAZER REFERENCIA DE UM AO OUTRO. MAS NÃO PENSAM NOS MEUS
SENTIMENTOS!
Jecas: Patão, acalma-te, isto é só uma personagem, não precisas de levar à letra. cREdO.
Patão: SOU SENSIVEL, ESTÁ BEM?
Carol: Uh.. ok? Elas são estranhas, NÃO LIGUEM…
Adiante, para terminar esta marabolástica apresentação, existe uma ultima crítica que
nos é feita… desta vez, chama-se de “Argumento dos objetos indistinguíveis”.
No formalismo, Bell, critica que uma réplica idêntica e exata de uma obra de arte, não
deveria de ser "considerado arte" já que esta não teria o significado da obra original,
porém esta crítica é refutada pelo facto de que, se é uma cópia exata da original, o
significado é o mesmo e ele não desaparece por isso.
Maria: Exatamente…
Enfim, pelo que vimos, nenhuma das teorias que discutimos são satisfatórias às vossas
altezas(/excelências?). Por incrível que pareça, as teorias essencialistas, não são sequer
capazes de proporcionar uma boa definição nítida de “Arte”. PORTANTO ESTAMOS
NA MESMA.

Patão: Verdade, verdade… Esperamos que tenham aprendido qualquer coisita com isto..
Se não aprenderam, vamos ter de recorrer à violência… TCHAU TCHAUU.

FIM acho.

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