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Estética:

A estética é um ramo da filosofia que estuda a arte e os seus problemas, frases que exprimem
juízos estéticos:

-“Aquela flor é bonita”

-“Ontem li uma obra complexa”

-“A textura desta pedra é agradável”

A filosofia da arte (também conhecida como estética) é formada por um conjunto de


problemas acerca da arte, para a resolução dos quais ocorrem teorias. Algumas dessas teorias
e os argumentos que as sustentam são também discutidos na estética.

O principal problema enfrentado pela estética era definir o que era arte, para o qual se criaram
teorias essencialistas, ou seja, teorias que nos dizem que a arte possui uma essência ou que
tem propriedades essenciais comuns a todas as obras de arte.

Como teorias essencialistas existem:

-Teoria da Arte como Imitação

-Teoria da Arte como Expressão

-Teoria da Arte como Forma Significante

Teoria da Arte como Imitação:

“Uma obra só é Arte se representa a realidade.”

É característica mais importante desde da teoria é que uma obra tem de imitar a realidade, daí
ser conhecida como teoria da imitação.

Esta teoria adequa-se ao facto de muitas pinturas, esculturas e outras obras de arte, como
peças de teatro ou filmes imitar algo da natureza como paisagens, pessoas, objetos,
acontecimentos, etc. Oferece-nos um critério de classificação para as obras de arte bastante
rigoroso, o que nos torna fácil distinguir o que é uma obra de arte do que não é e também nos
torna possível distinguir as boas obras de arte das más.

Resumindo esta teoria é centrada nos objetos imitados/representados.

Mas para além das obras que imitam a realidade existem também aquelas que não o fazem
mas são consideradas arte, de realçar a música e o teatro (como por exemplo quando um ator
finge uma certa emoção durante a atuação, não está a imitar nada da realidade mas sim a
inventar emoções/inventar cenários hipotéticos que não representam nenhuma realidade) ou
pinturas imaginadas que nem sequer representam algo da natureza.

Temos em mãos uma teoria que não abrange todos os requisitos necessários acerca do que
realmente e explicitamente é a arte. A arte não pode imitar a realidade mas apenas simulá-la,
ultrapassando a visão simplificada que temos das coisas e tornando visível através da
imaginação a sua complexa estrutura. Também em relação ao critério valorativo( Se é uma boa
obra de arte ou não) Esta teoria não é bem definida, pois as obras que não imitam a realidade
podiam ser consideradas más, mas são muito valorizadas (como por exemplo Picasso).
Teoria da Arte como Expressão

“Uma teoria é arte se, e só se, exprime sentimentos e emoções do artista"

Esta teoria tem bons argumentos a seu favor, tais como os vários testemunhos de artistas que
reconhecem que certas emoções sem as quais as suas obras não teriam existido e além disso é
de realçar as emoções que os artistas estavam a sentir no momento da pintura as quais,
através da mesma, as transmitem ao expectador. Para além disso, outro benefício é o facto
desta teoria considerar as obras que não representam alguma imitação da realidade, como
arte.

Oferecem-nos também um melhor critério valorativo que é, quanto melhor se conseguir


pressentir as emoções do artista, mais qualidade possui a obra. Com esta teoria consegue-se
clarificar que os filmes e livros são obras de arte, como por exemplo” Neste livro o autor
conseguiu transmitir muito bem o desespero da sua vida” ou “ Este filme mostra os traumas e
obsessões que o realizador sentia”.

Mas apesar de ter argumentos a favor também se encontram falhas nesta teoria tais como o
facto de haver obras de arte que não transmitem qualquer tipo de emoções (tal como o
urinol/fonte de Marcel Duchamp), e ainda assim são obras de arte (também a música
composta por batidas e sons ao acaso). Também mesmo que algo provoque uma certa emoção
pode ser que não fosse a que o artista sentia, ou até que se nos traz alguma emoção poderia
ter sido criado ao acaso, como por exemplo uma música a qual nos lembra de alguém mas a
intenção do artista inicialmente poderia ter sido nem sequer ter alguma emoção conectada a
essa música (Música, poema, pintura ou até mesmo uma peça de roupa) mas nós sentimos
uma emoção conectada ao entrarmos em contato com a mesma. Podemos também criticar
esta teoria em relação ao seu critério valorativo pois se temos em conta que para ser uma boa
obra de arte precisa transmitir a emoção do artista são inúmeras as obras que não podem ser
consideradas nem boas nem más ora por não transmitirem uma emoção específica, ora por
transmitirem dificilmente a emoção ora por nem sequer terem nada a ver com emoções.

Teoria da Arte como Forma Significante

Teoria abreviada para “Teoria Formalista", defendida por Clive Bell diz-nos:

“Uma obra é Arte se ,e só se, provoca nas pessoas emoções estéticas.”

Ou seja, Clive Bell diz-nos que não se deve começar a procurar na própria obra mas sim em
nós, os apreciadores da obra, o que não significa que não exista uma característica incomum
em todas as obras, mas sim que podemos meio que defini-la pela emoção peculiar que nos
causa, a emoção estética.

Nesta teoria não procuramos encontrar emoções nem no artista que criou a obra nem na obra
mas sim no sujeito que a aprecia.

A característica de provocar emoções estéticas é tanto suficiente como necessária para que
um objeto seja uma obra de arte, mas para provocar essa emoção estética é necessário algo
em comum a todas as obras, a isso Clive Bell apresenta-nos a forma significante que se trata
basicamente de uma certa relação entre as partes que compõe uma obra, e algo que a
distingue é o facto de resultar de uma observação, manipulação e organização do artista
dirigida a quem vai contemplar a obra.

Concluindo a verdadeira arte possui uma forma significante e provoca emoção estética(Prazer
à nossa mente) a quem a contempla.

Mas, mesmo sendo uma teoria boa, ainda possui falhas tais como o facto de existirem pessoas
que não demonstram qualquer tipo de emoção perante obras que são consideradas arte. Isso
quer dizer que essas obras podem ser arte para uns e não para outros? Temos obras de arte
que não são obras de arte o que não faz sentido. Outra forma de responder seria considerar a
pessoa como insensível o que para Clive Bell é apenas visto como fuga às dificuldades da
teoria.

Outra falha possível de encontrar e conseguir explicar de maneira convincente/consistente a


tal propriedade da forma significante responsável pela emoção estética. A ideia é que a forma
significante é algo inventado, não serve para nada pois é basicamente impossível descobri-la
numa música, em teatro ou até em sinais de trânsito. E se justificámos dizendo que a forma
significante provoca as nossas emoções estéticas e que as nossas emoções estéticas aparecem
devido à forma significante (De onde provêm as nossas emoções estéticas? Da forma
significante. E de onde provém a forma significante? Das nossas emoções estéticas)
incorremos num círculo vicioso, tornando então a forma significante uma inútil justificação à
peculiar emoção estética.

Concluindo, após se ver estas teorias e as suas dificuldades chega-se à conclusão de que a arte
não pode ser definida adotada por uma parte de filósofos como Morris Weitz,) ou então são
apresentadas definições não essencialistas (como George Dickie)recorrendo a aspetos
extrínsecos da arte.

 Sónia Lamas  11°A 

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