Você está na página 1de 91

CENTRO DE TREINAMENTO MINISTERIAL

DIANTE DO TRONO

Apostila de

Percepção musical

1º. ANO

PROFESSORES: Sarah Ramez Ferreira


Vanessa Gusmão
Orestys da Rocha Rigo
CARACTERISTICAS DA MÚSICA
“Música é um conjunto de sons organizados com a intenção de serem ouvidos
como música” (O ouvido pensante – Schafer)

Melodia - conjunto de sons dispostos em ordem sucessiva (concepção horizontal).

Harmonia - conjunto de sons dispostos em ordem simultânea (concepção vertical).

Contraponto - conjunto de melodias disposta em ordem simultânea (concepção


horizontal e vertical).

Ritmo - ordem e proporção em que estão dispostos os sons que constituem a


melodia e a harmonia.

Som - é a sensação produzida nos ouvidos pelas vibrações dos corpos elásticos.
Uma vibração põe em movimento o ar na forma de ondas sonoras que se propagam
em todas as direções simultaneamente. Estas atingem a membrana do tímpano
fazendo-a vibrar. Transformadas em impulsos nervosos, as vibrações são
transmitidas ao cérebro que as identifica com tipos diferentes de sons.

2
PROPRIEDADES DO SOM

Altura - determinada pela freqüência das vibrações, isto é, da sua velocidade.


Quanto maior for a velocidade da vibração, mais agudo será o som.
(AGUDO/MÉDIO/ GRAVE)

Timbre - se refere às diferentes fontes de produção sonora. O timbre é a “cor” do


som de cada instrumento ou voz.

Duração - é a extensão de um som. (CURTO/ LONGO)

Intensidade - amplitude das durações; é determinada pela força ou pelo volume do


agente que as produz. (FORTE/FRACO)

ELEMENTOS DE NOTAÇÃO MUSICAL

Notação Musical são os sinais que representam a escrita musical.

Pentagrama ou Pauta - é a disposição de cinco linhas e quatro espaços, onde se


escrevem as notas musicais. Conta-se as linhas e os espaços de cima pra baixo.

Notas Musicais – Os nomes das notas musicais foram extraídas a partir das
sílabas iniciais de cada verso do Hino de São João Batista por Guido D’Arezzo no
século XX.

3
Figuras Musicais
As figuras indicam a propriedade do som referente à duração. A relação entre estas
durações define o ritmo.
Figuras e pausas representam as durações. Para cada figura existe uma pausa
correspondente.

Cada figura musical possui um número correspondente. Este evidencia a relação de


proporcionalidade dos valores das figuras.

Relação de proporcionalidade das figuras musicais:

4
Exercício 1

Leitura Rítmica

5
Ponto de Aumento

É um sinal colocado à direita de uma nota ou pausa que aumenta metade de sua
duração.

Ponto Simples – acrescenta ao valor original a metade do seu valor.

Ponto Duplo – acrescenta ao valor original a metade do seu valor , mais um quarto.

Ligadura

É uma linha curva grafada sob ou sobre as figuras.

Ligadura de Duração – É a ligadura colocada entre sons de mesma altura,


somando-lhes a duração.

6
Ligadura de Expressão – É a ligadura colocada sob ou sobre figuras de alturas
diferentes, as quais devem ser executadas unidamente, sem nenhuma interrupção.

CLAVES
As claves são sinais colocados no início de cada pentagrama que determinam a
altura dos sons.
Existem três tipos de clave:

Disposição das Claves

7
Algumas claves são mais indicadas para a notação de sons graves, outras para
sons médios e agudos.
Observe o DÓ CENTRAL em todas as claves.

Exercício 2

Reescreva as seqüências das notas nas claves indicadas, lembrando de manter a


mesma altura dos sons.

8
COMPASSO

Compasso é o agrupamento dos tempos de uma composição ou trecho musical. É o


agente métrico do ritmo.
Na escrita musical a separação dos compassos é feita por uma linha vertical
chamada barra de compasso.

A barra dupla indica:

• Fim da música
• Mudança de Tom
• Mudança de Compasso
• Mudança de Andamento

9
Fórmula de Compasso

A fórmula de compasso é escrita no início da partitura, depois da clave. O


numerador indica quantos tempos cabem no compasso e o denominador indica a
figura que valerá um tempo no compasso.

4 - quantidade de tempos
4 - figura que vale um tempo

Unidade de Compasso (U.C.)

É o valor que preenche, se possível com uma só figura, um compasso inteiro. Para a
unidade de compasso soma-se o número de figuras indicadas pelo denominador
reduzindo-as a uma só ou ao menor número de figuras.
U.C. U.C. U.C.

1 2 3 4 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7

Unidade de Tempo (U.T.)

É o valor que se usa por unidade do movimento ou a figura que preenche um tempo
no compasso.
U.T U.C. U.T. U.C. U.T. U.C.

1 2 3 4 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7

10
Compasso Simples
É aquele que tem por unidade de tempo uma figura simples (não pontuada).
Apresenta como característica principal uma subdivisão binária ou quaternária dos
seus tempos, ou seja, a figura que representa um tempo no compasso pode ser
desdobrada em duas ou quatro figuras de menor valor.

Compasso Binário

Compasso Ternário

Compasso Quaternário

11
Exercício 3

Exercício 4

12
CÂNONES

13
SOLFEJO MELÓDICO 1

14
GRAMANI

15
16
SOLFEJO RÍTMICO 1

17
Compasso Composto
É aquele que tem por unidade de tempo uma figura composta (pontuada). Apresenta
como característica principal uma subdivisão ternária dos seus tempos, ou seja, a
figura que representa um tempo no compasso pode se desdobrar em três figuras de
mesmo valor.

Para reconhecer um compasso composto, basta notar que o numerador é sempre 6,


9,12, 15...(todos múltiplos de três).

Compasso Binário Composto

Compasso Ternário Composto

Compasso Quaternário Composto

18
SOLFEJO MELÓDICO 2

19
SOLFEJO RÍTMICO 2

20
ACENTOS MÉTRICOS

Acento - é uma intensidade maior atribuída a determinada nota de um desenho,


frase ou período musical.

Acento Métrico - é constituído pelas acentuações fortes e fracas dos tempos dos
compassos. A acentuação métrica não é grafada na partitura.

Os tempos dos compassos obedecem às diversas acentuações. Podem ser: Fortes


(F), meio Fortes (mF) e fracos (f). O primeiro tempo de qualquer compasso é Forte.

No compasso binário, o primeiro tempo é Forte e o segundo é fraco.

F f F f F f F f

No compasso ternário, o primeiro tempo é Forte e o segundo e o terceiro são


fracos.

F f f F f f F f f F f f

No compasso quaternário, o primeiro tempo é Forte, o terceiro é meio Forte, e o


segundo e o quarto são fracos.

F f mF f F f mF f F f mF f

21
Metades de Tempo – Cada tempo pode ser dividido em partes de tempo, que
seguem as mesmas regras de acentuação dos tempos de compasso. Nas metades
de tempo a primeira parte é Forte e a segunda é fraca.

Metades de Tempo ----------- F f F f


Tempo ----------- F f

Os compassos compostos têm a mesma acentuação métrica dos compassos


simples, em relação aos tempos.

Partes de Tempo ---------- F f f F f f

Tempo ---------- F f

Quartos de Tempo – Cada tempo pode ser dividido em quartos de tempo que
seguem as mesmas regras de acentuação dos tempos de compassos.

Quartos de Tempo ------------- F f mF f F f mF f

Metades de Tempo ------------- F f F f

Tempo ------------- F f

Análise dos acentos métricos de uma melodia:

Quartos de Tempo ------------------------------------------------------------- F f mF f -----------------------------------

Metades de Tempo ------------- F --- f ---- F -------------- f --------- F --------- f -------- ----------------- f

Tempo --- F ------ f ------------- mF ----------- f -------- F ---------------------- f ---------- mF ----- f

22
SUBDIVISÃO DO PULSO

23
SOLFEJO RÍTMICO 2

24
25
AÇÃO COMBINADA

26
27
28
29
SOLFEJO MELÓDICO 3

30
SOLFEJO MELÓDICO 4

31
SOLFEJO MELÓDICO 5

6 VOZES

32
SÍNCOPES

Síncope é um som articulado sobre tempo fraco ou parte fraca do tempo e


prolongado até o tempo Forte ou parte Forte do tempo.

S S S

F f F f F f F

A síncope produz um efeito de deslocamento das acentuações naturais. Caracteriza-


se pela desarticulação dos acentos normais do compasso e resulta numa tensão
causada pela ausência do acento esperado. Pode ser grafada com ou sem ligadura.

S S S S S S

F f F f F f F f

Obs: Uma ligadura que começa em início de compasso, nunca forma uma
síncope.

Síncope Regular

É formada por notas de mesma duração.

SR SR SR SR

Obs: A síncope regular pode ser representada com figura simplificada, ou seja, num
só valor em vez de dois.

SR SR SR

33
Síncope Irregular
É formada por notas que não tem a mesma duração.

SI SI SI SI

CONTRATEMPOS
Contratempos são notas executadas em tempo fraco ou parte fraca de tempo, sendo
os tempos fortes ou partes fortes dos tempos preenchidos por pausas. É a omissão
de notas nos tempos fortes ou nas partes fortes do tempo. O contratempo desloca
os acentos naturais.

C C C C

Contratempo Regular
É aquele em que a figura e a pausa têm a mesma duração.

CR CR CR CR

Contratempo Irregular
É aquele em que a figura e a pausa não têm a mesma duração.

CI CI CI CI

34
35
36
QUIÁLTERAS

São grupos de notas empregados com maior ou menor valor do que normalmente
representam. As quiálteras são indicadas por meio de um número escrito em cima
ou embaixo do grupo de notas.

Aumentativa
Quando o número de notas aumenta.

Diminutiva
Quando o número de notas diminui.

SOLFEJO RÍTMICO 3

37
38
PERÍODO MEDIEVAL
500 – 1450

“Na Idade Média temos o homem voltado para Deus, e a música deste período,
é um instrumento de fé.”

O Período Histórico chamado Medieval, iniciou-se musicalmente no fim do século V,


com o colapso do Império Romano e as invasões dos bárbaros. Seguiu-se o domínio
destes povos, a unificação de grande parte da Europa, a realização das Cruzadas,
as invasões islâmicas e sua derrota final na Espanha, seu último reduto europeu, em
1492. Encerrou-se com o renascimento da chamada civilização humanista, no final
do século XV.

O Cristianismo mostrou ao homem um mundo interior que ele desconhecia, e essa


revelação transformou-lhe a visão de si mesmo, bem como a sua posição face à
vida e ao mundo. Movidos por este novo modo de ser, os primeiros cristãos
desenvolveram sua própria arte, com o objetivo de exteriorizar, não somente
sensações, mas sentimentos de integração religiosa.

Na música religiosa predominava o Canto Gregoriano e na profana a música dos


Trovadores.

A partir do seu surgimento a música seguiu com duas divisões: sacra e profana, bem
distintas a partir do século XIII.

39
Instrumentos da época

Principais características da Música Medieval

1. Uso de Modos

2. Tessituras monofônicas : cantochão - melodia simples, sem


acompanhamento ou notação rítmica; canções seculares e danças bem
ritmadas

3. Tessituras polifônicas : organun - peças elaboradas a partir de cantochãos


preexistentes; motetos - composições resultantes de sobreposição de
melodias e palavras

4. Composições baseadas em cantus firmus tirados de um cantochão.

5. Maior predominância dos intervalos harmônicos : uníssono, quarta, quinta e


oitava.

40
PERÍODO RENASCENTISTA
1450 – 1600

O Período Renascentista se caracteriza, sobretudo pelo enorme interesse devotado


ao saber e à cultura, a muitas idéias dos antigos gregos e romanos. Foi uma época
de grandes descobertas e explorações, a época em que Vasco da Gama, Colombo,
Cabral e outros exploradores estavam fazendo suas viagens de descobrimento,
enquanto notáveis avanços se processavam na ciência e na astronomia.

Um acontecimento que marcou este período foi a Reforma Protestante em 1517.


Martinho Lutero era um amante da música, cantor, compositor e exímio executante
de alaúde. Acreditava profundamente no poder educativo e ético da música.

Predominavam na Renascença as idéias filosóficas do Otimismo, Naturalismo,


Individualismo e Humanismo.

Os compositores passaram a ter mais interesse pela música profana, inclusive em


escrever peças para instrumentos,não mais usados somente com a finalidade de
acompanhar vozes. No entanto, os maiores tesouros da música renascentista foram
compostos para a Igreja, num estilo descrito como “polifonia coral”.

41
Instrumentos da época

Principais características da Música Renascentista

1. Tessituras mais cheias e ricas em músicas escritas para quatro ou mais


vozes.

2. Na tessitura musical usa-se mais a combinação do que o contraste.

3. Música Sacra : algumas peças destinadas a execução a capella,


frequentemente contrapontísticas, com muita imitação; outras músicas da
Igreja acompanhadas por instrumentos – por exemplo, peças policorais em
estilo antifônico (“estéreo”)

4. Música Profana : rica variedade de músicas de canto, de danças e de peças


instrumentais.

42
PERÍODO BARROCO
1600 - 1750

A palavra “barroco” é provalvelmente de origem portuguesa, significando pérola ou


jóia de formato irregular. Inicialmente foi usada para designar o estilo da arquitetura
e da arte do século XVII, caracterizada pelo excesso de ornamentos. O Sistema
modal acabou se reduzindo a apenas dois: o jônio e o eólio, desenvolvendo o
Sistema tonal maior-menor, sobre o qual a harmonia iria basear-se nos dois séculos
seguintes.

Principais características da música barroca

1 - Retomada de tessituras mais leves e homofônicas, com melodia apoiada em


acordes simples. Mas as tessituras polifônicas retornam.

2- O baixo contínuo ou baixo cifrado torna-se a base de toda a música barroca


(cravo ou órgão).

3- Substituição do Sistema Modal pelo Sistema Tonal (Maior-menor)

4- Principais formas: rondó, variações e fuga

5- Principais tipos de música: coral, recitativo e ária, ópera, oratório, cantata,


abertura italiana e francesa, tocata, prelúdio coral, suíte de danças, Sonata de
câmara, Concerto Grosso e Concerto Solo.

6- Música exuberante, com ritmos energéticos, melodias fluentes e com muitos


ornamentos (trinados por exemplo), contrastes de timbres instrumentais e de
sonoridades fortes e suaves.

43
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BENNET, Roy. Uma breve história da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.

GRAMANI, José Eduardo. Rítmica. 3ª. Ed, São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.

LIMA, Marisa Ramires e FIGUEIREDO, Sérgio Luiz. Exercícios de Teoria Musical:


uma abordagem prática. 6 ed. São Paulo: Embraform, 2004.

MED, Bohumil. Teoria da Musica . 4a ed. ver. e ampl. Brasília, DF: Musimed. 1996.

POZZOLLI, Guia teórico prático para o ensino do ditado musical. São Paulo:
Musicália. 1977.

SCHAFER, Murray . O ouvido Pensante. São Paulo: Ed. UNESP. 1991.

SCLIAR, Éster. Elementos de Teoria Musical. 2 ed. São Paulo: Novas Metas,
1986.

SOUZA, João Soares. Método Prático de Solfejo.

WILLEMS, Edgar. Solfejo: Curso Elementar. São Paulo: Irmãos Vitale, 1967.

Apostila elaborada por Sarah Ramez Ferreira para uso exclusivo dos alunos do
Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono

44
ANEXOS

45
CENTRO DE TREINAMENTO MINISTERIAL
DIANTE DO TRONO

Apostila de

Percepção musical

2º. ANO

PROFESSORES: Sarah Ramez Ferreira


Vanessa Gusmão
Orestys da Rocha Rigo
TOM E SEMITOM

O Semitom ou meio tom é o menor intervalo entre duas notas na música ocidental
(Sistema Temperado).

A distância entre uma tecla branca ou preta e sua vizinha é de um semitom.


O Tom equivale a dois semitons.

ALTERAÇÕES

Alterações são sinais que, quando colocados diante da nota, modificam as


distâncias entre as notas musicais. Podem ser grafados de cinco formas:

ESCALA MODELO

T T st T T T st

2
SEMITOM CROMÁTICO E SEMITOM DIATÔNICO

Semitom Cromático

É formado por notas de nomes iguais.

Semitom Diatônico

É formado por notas de nomes diferentes.

Exercício 1
Marque T pra Tom, STc para Semitom Cromático e STd para Semitom
Diatônico.

3
Exercício 2

Mantendo as notas dadas, utilize os acidentes necessários para alterá-las um


semitom abaixo.

Exercício 3

Mantendo as notas dadas, utilize os acidentes necessários para alterá-las um tom


acima.

4
SOLFEJO RÍTMICO 1

5
6
GRAMANI

7
8
SOLFEJO RÍTMICO 2

9
10
Enarmonia

Notas enarmônicas são aquelas que recebem nomes e grafias diferentes para
representar o mesmo som. A escolha da grafia depende do contexto onde as notas
musicais serão utilizadas.

Notas no teclado

No Pentagrama

Exercício 4

Escreva diferentes possibilidades enarmônicas para as notas dadas.

11
ESCALA E MODO

Escala é a seqüência de notas sucessivas que contem Tons e Semitons. A palavra


escala vem do italiano scala = escada. Assim podemos imaginar cada uma das
notas como sendo os degraus de uma escada.
Estes degraus são chamados graus, sendo numerados com algarismo romano.

I II III IV V VI VII VIII

Cada grau recebe um nome especial, conforme a função que exerce.

I II III IV V VI VII VIII

Tônica – Dá o nome à escala e ao Tom. É o principal da escala.


Supertônica – Encontra-se um grau acima da Tônica.
Mediante – Encontra-se no meio dos dois graus mais importantes, I e V.
Subdominante – Está um grau abaixo da Dominante.
Dominante – É o grau mais importante depois da Tónica.
Superdominante – Encontra-se no meio de dois graus importantes.
Sensível – Há uma grande atração da Sensível em relação à Tônica.

Graus Tonais – I , IV e V.

Graus Modais - III , VI e VII

Modo é o caráter de uma escala. Varia de acordo com a posição de tons e


semitons.

Modo Maior Modo menor

12
Tonalidade é o sistema que rege as escalas ou tons, segundo o princípio de que os
seus diferentes graus estão na dependência da principal nota, a Tônica.

Atonalidade é a negação da tonalidade. O sistema não se relaciona com centros


tonais e rejeita conceitos de consonância e dissonância. (Compositor mais
conhecido : A. Schoenberg)

Os conceitos de Consonância e Dissonância foram atribuídos segundo os modelos


tradicionais fundamentados na experiência estética, histórica e cultural do homem e
de nas características físicas do som (série harmônica), o que torna o assunto
passível de discussão nos dias atuais.

Consonância – proporciona uma sensação de repouso e estabilidade.

Dissonância – proporciona uma sensação de movimento e tensão.

ESCALA MAIOR

A Escala do Modo Maior possui os semitons entre III - IV e VII - VIII graus.
Entre os outros graus há um tom.

T T st T T T st

Formação das Escalas Maiores com sustenidos

A formação das outras escalas é idêntica à escala modelo.


Para iniciar o processo de construção das escalas maiores com sustenidos basta
dividir a escala de Dó Maior em dois tetracordes.

O próximo passo é construir uma escala que começa com as notas do segundo
tetracorde da escala anterior.

Para se construir a próxima escala procede-se da mesma maneira.

13
CÍRCULO DAS QUINTAS
Escalas com Sustenidos

Armadura de Clave

É o conjunto de alterações necessárias à manutenção da estrutura das escalas. É


grafada após a clave.

Ordem dos Sustenidos

É a ordem das alterações que regem as armaduras de clave.

Fá# Dó# Sol# Ré# Lá# Mi# Si#

14
A tabela a seguir apresenta as Escalas Maiores com sustenidos e suas armaduras.

Formação das Escalas Maiores com Bemóis

Para iniciar o processo de construção das Escalas Maiores com bemóis, basta dividir
a Escala de Dó Maior em dois Tetracordes.

O próximo passo é construir uma escala que termina com as notas do primeiro
tetracorde da escala anterior.

Para se construir a próxima escala procede-se da mesma maneira.

15
CÍRCULO DAS QUINTAS
Escalas com Bemóis

Ordem dos Bemóis

É a ordem das alterações que regem as armaduras de clave.

Sib Mib Láb Réb Solb Dób Fáb

A tabela a seguir apresenta as escalas Maiores com bemóis e suas respectivas


armaduras.

16
CÍRCULO DAS QUINTAS COMPLETO

RECONHECENDO TONALIDADES A PARTIR DA ARMADURA DE CLAVE

Podemos reconhecer a tonalidade em que uma música se encontra a partir da


armadura de clave.

Para armaduras de clave com sustenidos, tomamos o último sustenido e subimos


meio tom:

Para armaduras de clave com bemóis, tomamos o penúltimo bemol:

17
SOLFEJO MELÓDICO 1

18
4

19
INTERVALOS

Intervalo pode ser definido como a distância entre duas notas musicais.
Os intervalos podem ser identificados como :

Melódicos (notas sucessivas) Harmônicos (notas simultâneas)

Ascendente Descendente

Simples (limite de uma oitava) Composto (ultrapassa o limite de oitava)

Conjuntos (notas consecutivas) Disjuntos (notas não consecutivas)

Para classificar os intervalos levamos em conta o número de notas sucessivas que


se deve percorrer ao analisar os dois sons que formam o intervalo.

20
CLASSIFICAÇÃO DE INTERVALOS

MAIOR (M) - 2ª , 3ª , 6ª e 7ª
MENOR (m) - 2ª , 3ª , 6ª e 7ª

JUSTO (J) - 4ª , 5ª e 8ª

AUMENTADO (A) - qualquer intervalo


DIMINUTO (d) - qualquer intervalo

Os intervalos Maiores e Justos são encontrados na escala ascendente.


7ª M 8ª J

2ª M 3ª M 4ª J 5ª J 6ª M

Os intervalos menores e Justos são encontrados na escala descendente.


2ª m 3ª m 4ª J 5ª J 6ª m 7ª m 8ª J

Para 2ª , 3ª , 6ª e 7ª temos:

21
QUADRO DOS INTERVALOS

SOLFEJO DE INTERVALOS

22
Exercício 4

Classifique os intervalos melódicos simples.

23
INVERSÃO DE INTERVALOS

Consiste em transportar a nota mais grave do intervalo uma oitava acima.

Para confirmar se a inversão está correta basta somar os dois intervalos e ver se o
resultado é sempre 9.

= 9

Exercício 5

Inverta e classifique os intervalos.

24
ESCALAS MENORES

A Escala menor possui os semitons entre II – III e V - VI graus. Entre os


outros graus há um tom.

T st T T st T T

Para cada Escala Maior existe uma Escala menor relativa que conserva a mesma
armadura de clave ou as mesmas alterações. A Tônica da relativa menor
encontra-se no VI grau da Maior ou uma 3ª menor abaixo da Tônica da
Escala Maior.

AS TRÊS FORMAS DE ESCALA DE MENOR

Escala menor natural ou primitiva

A Escala menor natural é formada por notas naturais, sem alterações. É a Escala
menor modelo.

Escala menor Harmônica

A Escala menor harmônica é semelhante à natural, porém tem o VII grau elevado.

VII

25
Escala menor melódica
A Escala menor melódica se difere das outras por ter a subida diferente da descida.
Na parte ascendente tem elevação no VI e no VII graus.
Na parte descendente a escala tem forma natural (sem alterações).

VI VII

SOLFEJO MELÓDICO 2

26
Exercício 6

Identifique a escala utilizada na linha melódica (Maior, menor antiga, harmônica ou


melódica). Utilizando as alterações, transforme-a nas outras três escalas.

Exemplo: Alegria de Natal

27
CÍRCULO DAS QUINTAS
ESCALAS MAIORES E MENORES RELATIVAS

28
SOLFEJO MELÓDICO 3

29
30
ESCALA CROMÁTICA

É aquela onde as notas se sucedem por semitons.


Na forma ascendente as notas naturais recebem sustenidos:

Na forma descendente as notas recebem bemóis:

TRÍADES

Tríade é um termo utilizado para indicar três sons diferentes que soam
simultaneamente (Acordes). São formadas pela sobreposição de terças. Tendo uma
nota como base, a qual chamamos fundamental, acrescentamos duas outras notas
que formarão respectivamente, um intervalo de 3ª e um de 5ª.

Existem quatro tipos de tríades:

31
As Tríades podem ser melódicas ou harmônicas:

CIFRAGEM

C Cm C 5+ C 5-

32
INVERSÃO DE TRÍADES

Todas as Tríades anteriormente tinham como nota mais grave a fundamental. Então
dizemos que elas estão em Estado Fundamental. Entretanto, podemos fazer com
que a 3ª ou a 5ª passem a ser a nota mais grave da tríade. É o que chamamos de
inversão.

33
Exercício 7

Construa as tríades pedidas em forma de arpejo.

34
MODOS GREGOS

Os Modos Gregos foram muito usados na Idade Média e receberam o nome de


Modos Gregos, Litúrgicos ou Eclesiásticos em homenagem ao Papa Gregório I
(século VI), que organizou a música litúrgica e os modos nela empregados. Ao final
da Idade Média, a música foi dando preferência aos modos Jônio e Eólio, que hoje
são denominados: Maior e menor.

Tomando-se como primeiro grau cada uma das sete notas naturais e construindo-se
uma escala sobre elas, teremos diferentes disposições de tons e semitons,
atribuindo a cada uma delas características distintas.

35
Exercício 8

Construa os modos pedidos:

36
TÉTRADES

Tétrade é um termo utilizado para indicar quatro sons diferentes que soam
simultaneamente. É uma tríade acrescida de mais uma 3ª sobreposta que forma
uma sétima com a fundamental.

CIFRAGEM

37
INVERSÃO DE TETRADES

CADÊNCIAS

Cadência Perfeita ( V - I grau sem inversão)

Cadência Imperfeita ( V - I com inversão)

Cadência Plagal ( IV - I )

38
39
40
41
PERÍODO CLÁSSICO
1750 - 1810

O Classicismo é o reflexo do final da aristocracia e início da burguesia, com suas


convenções, preocupação com a aparência exterior, uma música com muitas regras
a serem seguidas, próprias para as etiquetas e cerimônias.

No decorrer do século XVIII, realizou-se plenamente o que os últimos compositores


barrocos já aspiravam: a música como uma arte abstrata. Os classicístas não
pretendiam que sua música fosse linguagem para cantar a religião, o amor e o
trabalho. Buscavam dar-lhe pureza total, a fim de que o mero ato de ouvi-la bastasse
para dar prazer. A perfeição da forma era o seu ideal estético.

Neste período foi desenvolvida a Sonata, a Sinfonia, o Concerto e o Quarteto de


Cordas. Atingiu-se o equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade.

O século XVIII foi o século das Luzes, representando o momento do racionalismo e


das investigações científicas.

Principais características da Música Clássica

1- Mais leve , de tessitura mais clara e menos complicada que a barroca


2- É principalmente homofônica – melodia sustentada por acompanhamento de
acordes.
3- Ênfase na beleza e na graça da melodia e da forma, proporção e equilíbrio,
moderação e controle.
4- As melodias tendem a ser mais curtas que as barrocas, com frases bem
delineadas e cadências bem definidas.
5- A Orquestra cresce em tamanho e âmbito; o cravo cai em desuso.
6- Atribui-se importância à música instrumental.
A Forma Sonata aparece como a concepção mais importante – usada para construir
o primeiro movimento de quase todas as grandes obras.

42
PERÍODO ROMÂNTICO
1810 - 1910

O Romantismo surgiu após a Revolução Francesa na Alemanha e traduz a livre


expressão do indivíduo. Trouxe um desequilíbrio na balança entre a forma e a
expressividade do classicismo, buscando mais liberdade, mais emoção, levando o
compositor a revelar seus sentimentos mais profundos e românticos, proclamando a
superioridade da emoção sobre a razão. Os compositores se inspiravam em quadros
de pintura e poesias.

Foi um movimento que lutou contra o absolutismo, a arbitrariedade, o moralismo e a


severa disciplina militar.

Neste período houve uma profunda mudança, a passagem do culto de Deus para a
exaltação do indivíduo, fazendo surgir o virtuosismo, como afirmação do
individualismo. Beethoven marcou a transição do Classicismo para o Romantismo.

Principais características da Música Romântica

1- Maior liberdade de forma e concepção; plano emocional expresso com maior


intensidade e de forma mais personalizada, na qual a fantasia, a imaginação
e o espírito de aventura desempenham importante papel.
2- Ênfase em melodias líricas; modulações ousadas; harmonias ricas.
3- Expansão da orquestra, por vezes proporções gigantescas; invenção do
sistema de válvulas.
4- Estreita ligação com outras artes; grande interesse pela música programática
(Sinfonia descritiva, poema sinfônico e abertura de Concerto).
5- Maior virtuosismo técnico, sobretudo de pianistas e violinistas.
6- Nacionalismo: reação contra a influência alemã.

43
PERÍODO MODERNO / PÓS- MODERNO

O princípio do século XX, foi uma época de transformações rápidas e profundas nas
artes, tal como na ciência e outros domínios da atividade humana. Aconteceram na
época, a duas Guerras Mundiais, afetando diretamente os artistas. Estes sofreram
com tais acontecimentos e tiveram imenso reflexo em suas obras.

A música do século XX constitui uma longa história de tentativas e experiências que


levaram a uma série de novas e fascinantes tendências, técnicas, e em certos
casos, também a criação de novos sons. Dentre as tendências mais importantes da
música do século XX encontram-se:

Impressionismo Atonalidade Microtonalidade


Nacionalismo do séc. XX Expressionismo Música Concreta
Influências Jazzísticas Pontilhismo Música Eletrônica
Politonalidade Neoclassicismo Música Aleatória
Serialismo Serialismo total

Principais características da Música Romântica

1- Grande variedade de estilos.


2- Maior uso de dissonâncias na harmonia.
3- Melodias com grande diferença de alturas; curtas e fragmentadas; muitas
vezes inexistente.
4- Ritmos vigorosos e dinâmicos; amplo uso de sincopas; métricas inusitadas;
uso de polirritmias – diferentes ritmos ocorrendo ao mesmo tempo.
5- A maior preocupação com os timbres leva a uma inclusão de sons estranhos,
intrigantes e exóticos; fortes contrastes; maior importância à percussão;
instrumentos tocados em seus registros extremos; metais com surdina e
cordas produzindo novos efeitos.
6- Razão e emoção juntam-se a um terceiro: a revolta.
7- Maior importância ao interprete.
8- Desabrochar da música popular, num espírito democrático da música.
9- Uso de gráficos na escrita musical.

44
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BENNET, Roy. Uma breve história da música. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.

GRAMANI, José Eduardo. Rítmica. 3ª. Ed, São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.

LIMA, Marisa Ramires e FIGUEIREDO, Sérgio Luiz. Exercícios de Teoria Musical:


uma abordagem prática. 6 ed. São Paulo: Embraform, 2004.

MED, Bohumil. Teoria da Musica . 4a ed. ver. e ampl. Brasília, DF: Musimed. 1996.

POZZOLLI, Guia teórico prático para o ensino do ditado musical. São Paulo:
Musicália. 1977.

SCHAFER, Murray . O ouvido Pensante. São Paulo: Ed. UNESP. 1991.

SCLIAR, Éster. Elementos de Teoria Musical. 2 ed. São Paulo: Novas Metas,
1986.

SOUZA, João Soares. Método Prático de Solfejo.

WILLEMS, Edgar. Solfejo: Curso Elementar. São Paulo: Irmãos Vitale, 1967.

Apostila elaborada pelos professores de Percepção Musical para uso


exclusivo dos alunos do Centro de Treinamento Ministerial Diante do Trono

45
ANEXOS

46

Você também pode gostar