Você está na página 1de 21

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Prof. Me. Joel Félix Diniz

São Luís
2021
Medidas Física
• Direta: É o resultado da leitura de uma magnitude mediante o uso de instrumento de medida, como por
exemplo, um comprimento com régua graduada, ou ainda a de uma corrente elétrica com um amperímetro,
a de uma massa com uma balança ou de um intervalo de tempo com um cronômetro.
• Indireta: é a que resulta da aplicação de uma relação matemática que vincula a grandeza a ser medida com
outras diretamente mensuráveis. Como exemplo, a medida da velocidade média de um carro pode ser
Δ𝑥
obtida através da medida da distância percorrida 𝑥 e o intervalo de tempo , sendo 𝑣 = .
Δ𝑡

Erros e Desvios
Algumas grandezas possuem seus valores reais conhecidos e outras não. Quando conhecemos o valor real de
uma grandeza e experimentalmente encontramos um resultado diferente, dizemos que o valor observado está
afetado de um erro, o qual pode ser definido como:
ERRO → Diferença entre um valor observado (𝑽𝒐𝒃𝒔 ) ao se medir uma grandeza e o
valor real (𝑽𝒓𝒆𝒂𝒍 ) ou correto da mesma.

𝐸𝑟𝑟𝑜 = 𝑉𝑜𝑏𝑠 − 𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙


DESVIO →Diferença entre um valor observado (𝑽𝒐𝒃𝒔 ) ao se medir uma
grandeza e o valor adotado (𝑽𝒂𝒅𝒐 ) que mais se aproxima teoricamente do valor
real.
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = 𝑉𝑎𝑑𝑜 − 𝑉𝑜𝑏𝑠
Na prática se trabalha na maioria das vezes com desvios e não com erros.

Os desvios podem ser apresentados sob duas formas:


• Desvio: já definido!
• Desvio Relativo: é a relação entre o desvio absoluto e o valor adotado como o mais próximo
teoricamente do valor real desta grandeza.
𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜
𝐷𝑒𝑠𝑅 =
𝑉𝑎𝑑𝑜

O desvio relativo nos dá, de certa forma, uma informação a mais acerca da qualidade do processo de medida e
nos permite decidir, entre duas medidas, qual a melhor.
Classificação de Erros
• Erros Grosseiros: Erros que ocorrem devido à imperícia ou distração do operador. Como exemplos, podemos
citar a escolha errada de escalas, erros de cálculo e erro de paralaxe. Devem ser evitados pela repetição
cuidadosa das medições.

• Erros Sistemáticos: São causados por fontes identificáveis, e em princípio, podem ser eliminados ou
compensados. Estes erros fazem com que as medidas efetuadas estejam consistentemente acima ou abaixo
do valor real, prejudicando a exatidão das medidas.

• Erros Aleatórios ou Acidentais : Erros devidos a causas diversas, bem como a causas temporais que variam
durante observações sucessivas e que escapam a uma análise em função de sua imprevisibilidade,
prejudicando a precisão das medidas
Incertezas
O erro é inerente ao processo de medida, isto é, nunca será completamente eliminado. O erro poderá ser
minimizado, procurando-se eliminar o máximo possível. A incerteza é um parâmetro que indica a qualidade de
uma medida de uma forma quantitativa.
Incertezas em Medidas Diretas
A medida direta de uma grandeza 𝑥 com sua incerteza estimada pode ser feita de duas formas distintas:

• Medindo-se apenas uma vez a grandeza 𝑥 : neste caso, a estimativa de incerteza na medida, é feita a partir
do instrumento de medida utilizado e o resultado será expresso por:
𝑥 ± Δ𝑥
• Medindo-se 𝑁 vezes a mesma grandeza 𝑥, sob as mesmas condições físicas. Neste caso, o resultado da
medida é expresso em função das incertezas como:
𝑥 = 𝑥𝑚 ± Δ𝑥
Onde 𝑥𝑚 é o valor médio das medidas, dado por:
𝑁
𝑥𝑖
𝑥𝑚 =෍
𝑁
𝑖=1
Δ𝑥 é a incerteza da medida e representa a variabilidade e Para um pequeno número de medidas, a incerteza
a dispersão das medidas. Esta incerteza pode ser (ou erro) associado a cada medida será dada por:
determinada de várias formas.
𝑁 𝑁
Incerteza Absoluta: |𝑥𝑚 − 𝑥𝑖 | 𝑥𝑚 − 𝑥𝑖 2
Δ𝑥 = ෍ Δ𝑥 = ෍
𝑁 𝑁−1
𝑖=1 𝑖=1

Desvio Padrão: 𝑁
𝑥𝑚 − 𝑥𝑖 2 Δ𝑥
Δ𝑥 = 𝜎 = ෍ Incerteza Relativa: 𝛿=
𝑁 𝑥𝑚
𝑖=1

Incertezas em Medidas Diretas

Geralmente é necessário usar valores medidos e afetados por incertezas para realizar cálculos a fim de se
obter o valor de outras grandezas indiretas. É necessário conhecer como a incerteza na medida original afeta a
grandeza final.
Algarismos Significativos
Algarismos significativos de uma medida os algarismos exatos acrescidos de um único algarismo duvidoso.
Algarismos significativos = Algarismos exatos + um único algarismo duvidoso

𝐿 = 5,37 𝑐𝑚
Operações com Algarismos Significativos
Na adição e subtração: Faz-se a operação normalmente e no final reduz-se o resultado, usando critério de
arredondamento, para o número de casas decimais da grandeza menos precisa.
12.441 + 57,91 + 1,987 + 0,0031 + 119,20 = 12.620,1001 = 12.620
12.441,2 − 7.856,32 = 4.584,88 = 4.584,9
Na multiplicação e divisão: O resultado deverá ter igual número de algarismos que a grandeza com menor
quantidade de algarismos significativos que participa da operação. Exemplos:
12,46 × 39,8 = 495,908 = 496 803,407
= 61,32877 = 61,3
13,1
Na potenciação e radiciação: O resultado deverá ter o mesmo número de algarismos significativos da base
(potenciação) ou do radicando (radiciação):
1,52 × 103 2
= 2,31 × 106 0,75 × 104 1/2 = 0,87 × 102
1) A tabela a seguir mostra o número de votos por classe de dois candidatos que estão concorrendo a
uma vaga de representante no conselho da escola. Calcule o desvio padrão de cada um dos candidatos.

2) Faça as transformações de unidades abaixo apresentando o resultado em notação científica e mantendo o


mesmo número de algarismos significativos.
Paquímetro
Utilizamos o paquímetro para medir pequenos comprimentos, diâmetros internos, externos e profundidades.

• A peça cujo comprimento desejamos medir é colocada entre as esperas. Tais esperas devem ficar
completamente encostadas na peças.
• O comprimento da peça é dado pelo número na escala principal correspondente à posição imediatamente
inferior ao zero do nônio. Somamos a este número um décimo do valor lido no nônio que melhor coincide
com algum número da escala principal.
É uma representação visual do modo como as grandezas variam em relação às outras. Por meio da “leitura” de
um simples gráfico pode-se “compreender” o que está acontecendo com diversas grandezas medidas.
Definição dos eixos: A variável dependente deverá estar sempre no eixo vertical (eixo das ordenadas) e a
independente no eixo horizontal (eixo das abscissas), isto é, coloque a causa no eixo horizontal e o efeito no eixo
vertical;
Registros dos eixos: Trace os eixos e indique as grandezas com as respectivas unidades entre parênteses; no eixo
horizontal é usual colocar essa informação abaixo do eixo ou abaixo da seta (ao lado direito), e no eixo vertical
ao lado esquerdo;
• Se as medidas estão entre 2,36s e 6,04s, não é necessário construir um gráfico com uma escala entre 0 e 10 s,
sendo suficiente de 2,30s até 6,10s.
• Procure não escrever todos os dados da tabela, que, em geral, "quebrados"; localize-os, sem escrever os
números;
• Ao localizar os pontos, não utilize "tracejados" para todos os pontos, reserve os "tracejados" para alguns
pontos importantes;
• Represente os dados no gráfico por "ponto", "cruz", "retângulo" ou um outro símbolo que torne os dados
visíveis (eles devem ser visíveis, porém não exagerados; (precisão da informação).
• Não ligue os pontos "dois a dois" através de segmentos de retas, nem passe uma curva "lisa" por todos os
pontos pois nenhuma medida é "exata";
• trace uma curva ou reta que melhor se ajuste aos pontos, ou seja, uma "curva média", que passe pela maioria
dos dados experimentais, de tal modo que o número de pontos situados acima da curva ou reta seja
aproximadamente igual ao número de pontos abaixo;
Introdução
Grandezas vetoriais
Grandeza Física
Além do valor numérico, que mostra a
Grandezas físicas são aquelas grandezas que podem ser intensidade, de uma representação espacial que
medidas, ou seja, que descrevem qualitativamente e determine a direção e o sentido.
quantitativamente as relações entre as propriedades
observadas no estudo dos fenômenos físicos.

Em Física, elas podem ser vetoriais ou escalares.

Grandezas Escalares
É aquela que precisa somente de um valor numérico e
uma unidade para determinar uma grandeza física.

Velocidade Força
Introdução
Sistema Internacional Unidades Básicas
É um “sistema coerente e prático de unidades de Grandeza Unidade
medida”, adotado internacionalmente em 1948 na 9ª Nome Símbolo
Conferência Geral de Pesos e Medidas. comprimento metro m
massa quilograma kg
A sua abreviatura é SI, aceita internacionalmente.
tempo segundo s

No SI as unidades de medida são agrupadas em três intensidade de Ampère A


classes que são: corrente elétrica
Unidades básicas; temperatura kelvin K
Unidades derivadas; quantidade de matéria mol mol
Unidades suplementares
intensidade luminosa candela cd
Introdução
Sistema Internacional
Unidades Derivadas Unidades Suplementares
Grandeza Unidade Grandeza Unidade
Nome Símbolo Sindética Básicas Nome Símbolo
área - m2 - - ângulo plano radiano rd
volume - m3 - - ângulo sólido esterradiano sd

massa específica - kg/m3 - -


força Newton N - kg.m/s2
energia Joule J N.m kg.m2/s2
pressão Pascal Pa N/m2 kg/(m.s2)
carga elétrica Coulomb C - A.s
potência Watt W J/s kg.m2/s3
Introdução
Prefixo das potências de 10
Múltiplo Prefixo Símbolo Múltiplo Prefixo Símbolo

1018 exa E 10-1 deci d


1015 peta P 10-2 centi c
1012 tera T 10-3 mili m
109 giga G 10-6 micro µ
106 mega M 10-9 nano n
103 quilo K 10-12 pico p
102 hecto h 10-15 femto f
101 deca da 10-18 atto a
1. Mecânica
Mecânica é o ramo da física que estuda os movimentos dos corpos e
razões para que eles aconteçam.

• Cinemática → Estuda o movimento de corpos ou partículas sem se


preocupar com as causas que dão origem ao movimento;

• Dinâmica → Estuda as causas dos movimentos.


Cinemática - Resumo • Deslocamento 𝑑: Ԧ é uma grandeza vetorial, isto é,
• Ponto material: corpo cujas dimensões são representada por um vetor. Este vetor parte do
desprezíveis se comparadas com os espaços ponto de origem (𝑠𝑖 ) no instante (𝑡𝑖 ) e termina no
percorridos. ponto de chegada (𝑠𝑓 ) no instante (t).
• Corpo extenso: corpo cujas dimensões não podem • Velocidade: grandeza que quantifica a rapidez com
ser desprezadas quando comparadas com os espaços a qual um corpo se move.
percorridos. • Velocidade escalar média 𝑣𝑚 : razão entre a
• Trajetória: linha formada por todos os pontos que variação do espaço e o intervalo de tempo
representam a cada instante as posições do corpo necessário para que isso ocorra. A expressão
analisado. matemática que a define é:
• Espaço s: posição de um corpo em determinado 𝚫𝒔
instante sobre uma trajetória. 𝒗𝒎 =
𝚫𝒕
• Variação do espaço Δ𝑠: distância percorrida por um • No SI, a unidade da velocidade escalar média é:
corpo em relação a um referencial. Se no instante 𝑡𝑖 [𝒗] = 𝒎/𝒔
a posição do corpo é 𝑠𝑖 e no instante 𝑡 a posição é 𝑠𝑓 ,
a variação do espaço entre essas posições é dada • Velocidade escalar instantânea: valor assumido
por: pela velocidade escalar média em determinado
𝚫𝒔 = 𝒔𝒇 − 𝒔𝒊 instante, sem necessidade de orientação.
Cinemática - Resumo Gráficos do MRU

Movimento Retilíneo Uniforme – MRU


Um corpo está em MRU quando a velocidade escalar
instantânea é constante.
𝚫𝒔
𝒗 = 𝒗𝒎 = = 𝒄𝒕𝒆
𝚫𝒕
• Quando 𝑣 > 0, o movimento é progressivo
(a favor da orientação positiva da trajetória).

• Quando 𝑣 < 0, o movimento é retrógrado


(contra a orientação positiva da trajetória).

Função Horária do MRU

𝒔 = 𝒔𝟎 + 𝒗𝒕 com 𝑣 ≠ 0
Cinemática - Resumo
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado – MRUV • Quando 𝑣 > 0 e 𝑎 > 0 ou 𝑣 < 0 e 𝑎 < 0, o
movimento é acelerado – o modulo da velocidade
No MRUV, a velocidade escalar instantânea varia com escalar aumenta ao longo do tempo.
o tempo. • Quando 𝑣 > 0 e 𝑎 < 0 ou 𝑣 < 0 e 𝑎 > 0, o
movimento é retardado – o módulo da velocidade
Aceleração escalar média: escalar diminui ao longo do tempo.
• No SI, a unidade da aceleração escalar média:

𝚫𝐯 𝒗 − 𝒗𝟎 𝒂 = 𝒎/𝒔𝟐
𝒂𝒎 = =
𝚫𝐭 𝒕 − 𝒕𝟎
Cinemática - Resumo Gráficos do MRUV

Movimento Retilíneo Uniformemente Variado – MRUV

Funções Horárias do MRUV

• Aceleração: 𝑎 = 𝑐𝑡𝑒 com 𝑎 ≠ 0


• Velocidade: 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
1
• Espaço: 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 𝑡 + 𝑎𝑡 2
2

Equação de Torricelli

𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎Δ𝑠
Cinemática - Resumo Lançamento vertical para cima
Queda Livre O corpo é lançado verticalmente para cima com 𝑣0 ≠ 0
Na queda livre o corpo é abandonado de uma altura ℎ da
superfície, com 𝑣𝑜 = 0
Lembrando
• Velocidade: 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
1
• Espaço: 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 𝑡 + 2 𝑎𝑡 2
• Torricelli: 𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎Δ𝑠 • Velocidade: 𝑣 = 𝑣0 − 𝑔𝑡
Ԧ
1
• Espaço: ℎ = ℎ0 + 𝑣0 𝑡 − 𝑔𝑡Ԧ 2
2
2 2
• Torricelli: 𝑣 = 𝑣0 − 2𝑔Δℎ
Ԧ

• Velocidade: 𝑣 = 𝑔𝑡
Ԧ 𝑔Ԧ = 9,807 𝑚/𝑠 2
1
• Espaço: ℎ = ℎ0 + 𝑔𝑡 Ԧ 2
2
2
• Torricelli: 𝑣 = 2𝑔Δℎ
Ԧ

Você também pode gostar