Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Algumas grandezas possuem seus valores reais conhecidos e outras não. Quando
conhecemos o valor real de uma grandeza e experimentalmente encontramos um
resultado diferente, dizemos que o valor obtido está afetado de um erro.
Sejam x1, x2, x3,..., xn as n medidas realizadas de uma mesma grandeza física X.
O
valor
médio
desta
grandeza
denotado
por
x
é
definido
pela
média
aritmética
dos
valores
medidos,
ou
seja,
No
entanto,
não
se
pode
afirmar
que
o
valor
mais
provável
seja
o
valor
real
da
grandeza.
Assim,
representando-‐se
uma
medida
qualquer
da
grandeza
X
por
Xi,
não
se
pode
dizer
que
a
diferença
(Xi - X = δX)
seja
o
erro
da
medida
Xi.
Neste
caso
quando
se
conhece
o
valor
mais
provável,
não
se
fala
em
“erro”,
mas
sim
em
Desvio
ou
Discrepância
da
medida
(ou
Incerteza).
Desvio
de
uma
medida,
𝛅X,
é
a
diferença
entre
um
valor
medido
e
o
valor
adotado
que
mais
se
aproxima
do
valor
real
(em
geral
o
valor
médio).
É
interessante
saber
de
quanto
as
medidas
individuais
Xi
se
afastam
do
valor
médio,
ou
seja,
de
que
maneira
as
medidas
Xi
se
distribuem
em
torno
do
valor
médio.
A
esse
fato
denominamos
“dispersão”.
Para
medir
a
dispersão
são
utilizadas
algumas
propriedades
da
série
de
medidas,
tais
como
a
Variância
e
o
Desvio
Padrão:
àVariância (s2): A
variância
é
definida
como
a
soma
dos
quadrados
dos
desvios
de
todos
os
valores
da
grandeza
dividida
pelo
número
de
medidas
menos
uma.
A
variância é representada por s2, sendo calculada pela fórmula:
!
!! !! ! ! !! !! ! !⋯!(!! !!)! !! !! !
𝑠! = = !!!
(2)
!!! !!!
O denominador “n – 1” da variância é determinado pelos graus de liberdade. O
principio dos graus de liberdade é constantemente utilizado na estatística. Considerando
um conjunto de “n” observações (dados) e fixando uma média para esse grupo, existe a
liberdade de escolher os valores numéricos de n – 1 observações, o valor da última
observação estará fixado para atender ao requisito de ser a soma dos desvios da média
igual a zero. No caso especifico do cálculo da variância, diz-se que os “n” graus de
liberdade originalmente disponíveis no conjunto sofreram a redução de uma unidade
porque numa estatística, a média já foi calculada dos dados do grupo e aplicada na
determinação da variância.
! !
!! !! ! ! !! !! ! !⋯!(!! !!)! !! !!
𝜎! = = !!!
(3)
!!! !!!
Para
um
conjunto
com
n
medições,
o
desvio
padrão
experimental
representa
uma
estimativa
da
dispersão
de
Xi
em
torno
do
valor
médio
x
.
Isso
significa
que
se
os
resultados
forem
bastante
próximos
uns
dos
outros,
então
o
desvio
padrão
será
"pequeno",
e
se
os
resultados
forem
dispersos,
o
desvio
padrão
será
"grande".
3.1.2 Desvio padrão final
Até agora, ainda não informamos como deve ser relatado o valor de uma
grandeza submetida a medições. Já sabemos, a princípio, que a grandeza pode ser
representada, de modo satisfatório pelo seu valor médio. Porém, quando efetuamos um
conjunto de medições devemos ser capazes de informar com qual qualidade a média
pode ser uma estimativa do valor verdadeiro. Ou seja, devemos sempre informar uma
incerteza associada à média encontrada.
Poderíamos pensar, num primeiro nível, que a incerteza possa ser estimada pelo
desvio padrão da média. Porém, devemos atentar que o cálculo do desvio padrão da
média leva em conta somente as contribuições dos erros aleatórios, e não considera os
erros sistemáticos. Existe, pois, uma incerteza residual que ainda não foi considerada.
Essa incerteza residual (𝜎! ), no caso de instrumentos de medida, costuma vir
indicada pelo fabricante. Quando não é indicada, podemos adotar, pelo bom senso, que
se trata da metade da menor divisão da escala.
Assim, o resultado de um conjunto de medições é:
𝑥 = 𝑥 ± 𝜎!
em que 𝜎! é o desvio (ou incerteza) padrão final e pode ser calculada por:
𝜎! = 𝜎! ! + 𝜎! !
Como exemplo da teoria acima proposta, dada a seguinte tabela abaixo, com
valores de medidas de comprimento de um corpo de prova qualquer, iremos calcular o
seu valor mais provável (média) e o seu desvio padrão.
(1,42 − 1,41)! + 1,40 − 1,41 ! + 1,38 − 1,41 ! + 1,41 − 1,41 ! + 1,43 − 1,41 ! + 1,42 − 1,41 ! + 1,39 − 1,41 ! + (1,40 − 1,41)!
𝜎! =
8−1
𝜎! = 0,01732𝑚 → 𝜎! = 0,02𝑚
Portanto, o modo correto de representar o valor mais provável do corpo de prova e o seu
respectivo erro é o seguinte:
1,41 ± 0,02 𝑚
Note que o número de casas após a vírgula para ambos os valores têm que ser
compatíveis.
𝑦 = 𝑦 ± 𝜎! (4)
𝑦 = 𝑓(𝑥! , 𝑥! ) (5)
𝑦 = 𝑥! + 𝑥! (6)
𝑦 = 𝑓(𝑥! , 𝑥! , 𝑥! … ) (7)
Uma vez que cada medida tem uma incerteza sobre sua média, pode-se escrever
que a incerteza de dyi da i-ésima medição de x depende da incerteza das i-ésimas
medições de x1, x2, x3, ... :
A relação entre os desvios padrão de y e x1, x2, x3, ... é dada em duas etapas: i)
pela quadratura da equação 9, e ii), tomando a soma total de i = 1 para i = n, onde n é o
número total de medições. Logo:
! !" ! ! !" ! !
𝑑𝑦! = 𝑑𝑥!! + 𝑑𝑥!! +⋯ (10)
!"! !"!
2
𝑑𝑦𝑖 !! !! !
Da equação 3 tem-se que: 𝜎!! = 𝑛−1
= , logo a equação onde pode ser
!!!
reescrita como:
𝜕𝑦 2 ! 𝜕𝑦 2 !
𝜎!! = 𝜕𝑥1
𝜎!! + 𝜕𝑥 𝜎!! + ⋯ (12)
2
Assim,
tendo
a
equação
que
expressa
y
em
função
de
suas
componentes
x1,
x2,
...
,
deve-‐se,
primeiramente,
obter
as
expressões
das
derivadas
parciais
da
função
y
em
relação
a
cada
uma
das
componentes.
Obtidas
essas
expressões,
substituem-‐se
os
valores
apropriados
e
calcula-‐se
o
valor
de
cada
derivada
parcial
em
questão.
A
seguir,
deve-‐se
multiplicar
cada
valor
obtido
pela
incerteza
da
respectiva
componente.
Por
fim,
procede-‐se
a
soma
de
todas
as
parcelas,
sendo
cada
parcela
relativa
a
uma
determinada
componente
da
função.
Exemplo: Calcule o volume de um cilindro de comprimento L = (4,0±0,1)mm e
diâmetro D = (2,0±0,2)mm.
Resolução:
V = (12,6±2,5) mm3
1. Adição ou Subtração: y = x1 + x2 ou y = x1 - x2
! !
𝜎! = 𝜎!! + 𝜎!!
! !
𝜎! 𝜎!! 𝜎!!
= +
𝑦 𝑥! 𝑥!
3. Potenciação: y = x1a
𝜎! 𝜎!!
=𝑎
𝑦 𝑥!
No caso da função do tipo y = x1a . x2b , tem-se:
! !
𝜎! 𝜎!! 𝜎!!
= 𝑎! + 𝑏!
𝑦 𝑥! 𝑥!
4. Logaritmo: y = log(x1)
𝜎!!
𝜎! = 0,434.
𝑥!
EXERCÍCIOS PROPOSTOS