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Atividade Prático-Laboratorial
Medição em Química
Medição e medida
Nas ciências experimentais, como a química e a física, é essencial realizar atividades em laboratório, quer para
confirmar teorias, quer para prever novos resultados. As atividades experimentais são um meio de resolver
problemas que envolve a observação de fenómenos e a medição das grandezas associadas.
Por mais sofisticado que seja o aparelho, por mais adequada que seja a técnica e por mais experiente que seja o
operador, é impossível efetuar uma medida que forneça um valor verdadeiro. Qualquer medição está sempre sujeita
a erros experimentais, que dependem, por exemplo, do aparelho utilizado, do operador ou das condições
experimentais. Os erros experimentais podem ser de dois tipos: erros sistemáticos e erros aleatórios (ou acidentais).
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Determinação de incertezas
Numa atividade experimental feita em laboratório é tão importante manusear os instrumentos e efetuar os
procedimentos corretamente como tratar os dados recolhidos. É o tratamento desses dados que conduz à
interpretação do fenómeno em estudo e permite formular conclusões. A estimativa dos erros inerentes à
experiência permite-nos chegar a um resultado afetado de uma certa incerteza. O valor numérico desta incerteza
pode ser crucial quando pretendemos validar hipóteses ou comparar resultados.
Por isso, sempre que efetuamos uma medição no laboratório devemos registar a incerteza do aparelho (chama-se
incerteza absoluta de leitura). Normalmente adotamos as seguintes regras:
Se o aparelho possuir uma escala, toma-se como incerteza metade da menor divisão da escala. O
resultado da medida deve indicar um valor até às décimas da menor divisão da escala, a incerteza e a
respetiva unidade.
Exemplo: uma medição de um comprimento l com uma régua cuja menor divisão da escala é o milímetro pode ser:
Não se deve utilizar a forma l = 2,57 cm ± 0,5 mm: os dois números devem estar nas mesmas unidades e com a
mesma quantidade de casas decimais.
Se o aparelho for digital toma-se como incerteza o menor valor lido no aparelho.
Exemplo: medição de uma massa m numa balança digital em que o menor valor da escala é a décima de grama.
Pode ainda suceder que o aparelho tenha explicitamente indicada a incerteza. Muitas vezes essa
incerteza surge com outros nomes, como precisão, tolerância ou erro do aparelho.
Teremos, nestes casos, que supor que não existem outras incertezas associadas ao processo de medição, caso
contrário, este valor de incerteza pode não ser válido. O alcance de um aparelho de medida dá o valor máximo que
ele permite medir. Pode existir também uma gama de valores, isto é, um valor máximo e um valor mínimo.
Quando repetimos várias medições da mesma grandeza em iguais condições, obtemos diferentes valores para essa
grandeza, o que revela que se cometeram erros acidentais. Um modo de controlar este tipo de erros consiste em
efetuar várias medições (pelo menos três) e fazer o tratamento estatístico dos dados experimentais. Suponhamos
que os resultados das medições se representam por x1, x2, x3, …, xn, sendo n o número de medições. Tomamos como
valor mais provável da medida o valor médio x :
x x 2 x 3 ... x n
x 1
n
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Verificamos que a maioria dos resultados das medições é diferente do valor médio. Então o desvio de uma medida,
di, é definido como a diferença entre cada valor xi e o valor médio:
d x x
i i
Toma-se como incerteza o módulo do maior dos desvios calculados, |dmax|, ou seja, o desvio absoluto máximo. Esta
incerteza é designada por incerteza absoluta de observação; se o seu valor for superior à incerteza absoluta de
leitura, a medida resultante das várias medições é dada por:
x x d max
ou seja, o intervalo para o valor da medida é x d max ; x d max
Em todos os casos, deve tomar-se sempre a maior das incertezas absolutas (de leitura ou de observação) para o
resultado da medida.
Exatidão e Precisão
A exatidão indica a proximidade entre os valores medidos e o valor verdadeiro, ou seja, uma medida é muito exata
se estiver próxima do valor verdadeiro. Como a maior parte das vezes não se conhece o valor verdadeiro da
grandeza que se pretende medir, raramente se pode falar de exatidão de uma medida. Apenas o podemos fazer
quando há um valor tabelado. Por exemplo, há valores tabelados para a densidade relativa de certas substâncias;
neste caso, é possível determinar experimentalmente uma densidade relativa e fazer essa comparação. Se tivermos
várias medidas, a medida mais exata é aquela que está mais próxima do valor verdadeiro.
A precisão traduz a concordância entre os vários valores medidos para a mesma grandeza nas mesmas condições, ou
seja, a repetibilidade da medida. Se tivermos várias medidas, há uma grande precisão quando há uma pequena
dispersão dos valores (valores muito próximos entre si) e a mais precisa é aquela cujo desvio é menor, a que está
mais próxima do valor médio.
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precisão – poucos erros acidentais), significa que há erros sistemáticos que fazem deslocar os valores das medidas
no mesmo sentido.
Como vimos, em ciência é comum utilizarem-se números muito grandes ou muito pequenos. Para se evitar o uso de
números com muitos algarismos recorre-se à notação científica. Na notação científica os números apresentam-se na
forma de potência de base 10, do seguinte modo:
A ordem de grandeza de um número é a potência de 10 mais próxima de número. Por exemplo, o raio da Terra tem
uma ordem de grandeza de 107 (em metros, unidade de comprimento do Sistema Internacional), já que mede cerca
de 6400 km = 6,4 x 106 m = 1 x 107 m.
Outros exemplos:
2100 = 2,100 x 103 – ordem de grandeza 103
87 = 8,7 x 10 – ordem de grandeza 101
Algarismos significativos
Em qualquer resultado de uma medição coerente com a escalam figuram os chamados algarismos significativos, que
podem ser:
Dígitos exatos (concordantes com as divisões da escala);
Um dígito aproximado ou incerto (é não exato e corresponde a uma fração da menor divisão da escala, lida
por estimativa).
Exemplo: se efetuarmos uma medição de um comprimento com uma régua graduada em milímetros, podemos
medir com exatidão até aos milímetros (menor divisão da escala), mas teremos de estimar as décimas de milímetro;
se o resultado de uma medição for 41,2 mm, os algarismos 4 e 1 são exatos e o algarismo 2 é incerto. Os algarismos
significativos são, por isso, todos os dígitos que é possível conhecer com certeza (algarismos exatos) e um dígito
incerto.
Exemplos:
25,70 g → 4 algarismos significativos
0,0170 m → 3 algarismos significativos
0,05702 m → 4 algarismos significativos
Nota: Há quem acrescente ainda um ponto a estas regras: Quando o primeiro dígito diferente de zero for igual ou superior a cinco, conta por
3
dois algarismos significativos: por exemplo 75 cm → 3 algarismos significativos). Não iremos ter em conta esta regra.
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Regras para arredondamentos
Muitas medidas são obtidas indiretamente, ou seja, resultam de cálculos efetuados com medições diretas. Não é
correto, nestes casos, apresentar o resultado final dos cálculos com um número enorme de algarismos (todos
aqueles que aparecem na calculadora!). O resultado de cálculos deverá, também ele, exprimir as limitações das
medidas que os originaram, ou seja, indicar apenas os algarismos significativos dessas medidas.
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