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DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO EM VIGOR, É PERMITIDA A REPRODUÇÃO DE QUALQUER

PARTE DESTA TESE/TRABALHO.


ii
À minha irmã,
Aos meus pais,
Ao meu marido.
iii
AGRADECIMENTOS

Ao apresentar este trabalho gostaria de agradecer a todos aqueles que mais diretamente
contribuíram para a sua realização.
À minha irmã, Maria José, um agradecimento muito especial, pelo carinho e apoio incondicional
ao longo destes anos.
Ao grupo RNM, pelo acolhimento, disponibilidade, pelo carinho e pela oportunidade concedida
ao longo deste percurso.
À Doutora Susana Costa, expresso com muito carinho o meu obrigada, pelo seu empenho,
dedicação e disponibilidade na orientação deste trabalho, mas também a sua amizade e
simpatia.
À Engenheira Sofia, pela forma simpática e carinhosa como me acolheu.
Á Anabela, pelo carinho e ajuda prestado ao longo deste percurso.
Aos meus colegas de Laboratório, pela amizade e simpatia que sempre me receberam. Em
especial, ao meu colega Hugo Ferreira pelo apoio e incentivo que contribuíram definitivamente
para o meu sucesso.
Aos meus pais, pelo amor e apoio manifestado ao longo desta vida.
Às minhas sobrinhas, ao meu cunhado pelo amor, ajuda e compreensão durante a realização
deste trabalho.
A ti, Miguel, agradeço o apoio incondicional, o incentivo ao longo deste nosso percurso.

iv
DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE

Declaro ter atuado com integridade na elaboração do presente trabalho académico e confirmo
que não recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização indevida ou falsificação
de informações ou resultados em nenhuma das etapas conducente à sua elaboração. Mais
declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade do Minho.

v
Estudo comparativo de corantes reativos para algodão: gama standard versus ecológica, tingimento,
controlo de qualidade e ensaios de solidez

RESUMO

O objetivo deste trabalho consistiu em realizar uma análise crítica de um processo de


tingimento de algodão com corantes reativos, através da sua monitorização por métodos
indiretos e, com base nos resultados obtidos, proceder à sua otimização.
Este trabalho foi desenvolvido na TCC (Tuebingen Chemical Company, S.A.) pertencente ao
grupo RNM, utilizando corantes comerciais BEZAKTIV para o tingimento de Jersey 100% algodão.
O trabalho desenvolvido permitiu a comparação de duas gamas de corantes reativos,
denominados por Bezaktiv S e Bezaktiv Go.
Os corantes reativos convencionais ou standard (Bezaktiv S) são os mais utilizados no
mercado, sendo corantes bifuncionais com elevado grau de fixação e uma excelente
reprodutibilidade. Por sua vez, os corantes reativos Bezaktiv Go são considerados corantes
ambientalmente mais sustentáveis na medida em que permitem economizar energia e água pois
o tingimento é efetuado a baixas temperaturas. Com esta gama económica e ecológica, em
princípio a descarga de corante para o efluente será também menor. Sendo que ambas as
gamas são excelentes no tingimento de diversos substratos, o objetivo do trabalho foi
demonstrar a eficiência da gama ecológica quando comparada com a gama standard,
demonstrar a viabilidade das mesmas quando sujeitas a diferentes temperaturas, verificar as
suas diferenças em termos de percentagem de corante que é lançado para os cursos de água,
mas também os consumos de energia, água e corante.
Assim sendo, pretendeu-se testar um método de determinar a quantidade de corante
presente em diversas etapas do processo têxtil, nomeadamente no banho de tingimento original,
no banho após o tingimento, no banho após o ensaboamento e no banho após a lavagem final.
Este tipo de estudo pretendeu comprovar a aditividade da Lei de Beer na quantificação dos
corantes presentes em solução após diferentes fases do processo de tingimento, para avaliar a
possibilidade de utilização deste método para caracterizar os efluentes da indústria têxtil e
permitir um tratamento mais adequado dos mesmos. Durante este percurso também foram
desenvolvidos outros trabalhos, para uma melhor perceção do funcionamento e dinâmica da
empresa.

vi
Estudo comparativo de corantes reativos para algodão: gama standard versus ecológica, tingimento,
controlo de qualidade e ensaios de solidez

ABSTRACT

The objective of this work was to perform a critical analysis of a dyeing process of cotton
with reactive dyes, through its monitoring by indirect methods and, based on the obtained
results, proceed to its optimization.
This work was developed at TCC (Tuebingen Chemical Company, S.A.) belonging to the
RNM group, using BEZAKTIV commercial dyes for the dyeing of 100% cotton jersey. The work
developed allowed the comparison of two reactive dye ranges, called Bezaktiv S and Bezaktiv Go.
Conventional or standard reactive dyes (Bezaktiv S) are the most used in the market,
being bifunctional dyes with a high degree of fixation and an excellent reproducibility. In turn, the
reactive dyes Bezaktiv Go are considered environmentally more sustainable dyes in that they
allow saving energy and water because the dyeing is carried out at low temperatures. With this
economic and ecological range, in principle the discharge of dye to the effluent will also be
smaller. Since both ranges are excellent in the dyeing of several substrates, the objective of the
work was to demonstrate the efficiency of the ecological range when compared to the standard
range, to demonstrate their viability when subjected to different temperatures, to verify their
differences in terms of percentage of dye that is released into the watercourses, but also energy,
water and dye consumption.
Thus, it was intended to test a method of determining the amount of dye present in
various steps of the textile process, namely in the original dye bath, in the bath after dyeing, in
the bath after soaping and in the bath after the final wash. This type of study aimed to prove the
additivity of the Beer Law in the quantification of the dyes present in solution after different stages
of the dyeing process, to evaluate the possibility of using this method to characterize the effluents
of the textile industry and allow a more appropriate treatment of them. During this course other
works were also developed, for a better perception of the function and dynamics of the company.

vii
ÍNDICE

AGRADECIMENTOS……………………………………………………...……………………………………........iv
RESUMO…………………………………………………………………………………………………………….…..vi
ABSTRACT………………………………………………………………………………………………………..…....vii
ÍNDICE…………………………………………………………………………………………………………………..viii
ÍNDICE DE TABELAS……………………………………………………………………………………………...….xi
ÍNDICE DE FIGURAS…………………………………………………………………………………….…………..xiv
ÍNDICE DE GRÁFICOS…………………………………………………………………………………..……….....xv
CAPÍTULO 1.
1.ENQUADRAMENTO E APRESENTAÇÃO DA EMPRESA…………………………………………………..22
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 18
2.1. A cor ........................................................................................................................... 19
2.2. Corantes e processo de tingimento .............................................................................. 20
2.3. Interações iónicas ........................................................................................................ 21
2.4. Interações deVan der Waals ......................................................................................... 21
2.5. Interações por ponte de Hidrogénio.............................................................................. 21
2.6. Interações covalentes .................................................................................................. 22
3. Principais classes de corantes ............................................................................................ 23
3.1. Corantes Reativos ........................................................................................................ 23
3.2. Corantes de Cuba ........................................................................................................ 23
3.3. Corantes Diretos .......................................................................................................... 24
3.4. Corantes Ácidos .......................................................................................................... 24
3.5. Corantes Básicos ......................................................................................................... 24
3.6. Corantes Dispersos...................................................................................................... 25
4. Processos de tingimento ..................................................................................................... 25
4.1. Tingimento por esgotamento ........................................................................................ 26
4.2. Tingimento reativo ....................................................................................................... 26
5. Química do tingimento ........................................................................................................ 28
5.1. Fatores que influenciam o tingimento ........................................................................... 30
6. Espetrofotometria de absorção no visível ............................................................................. 31

viii
8. Laboratório Químico ........................................................................................................... 33
8.1 Avaliação das cores ...................................................................................................... 34
8.2. Controlo de qualidade .................................................................................................. 34
8.2.1. Solidez dos tintos das malhas à ação da água ....................................................... 36
8.2.2. Solidez dos tintos à ação dos suores ácidos e alcalinos ......................................... 36
8.2.3. Solidez dos tintos à ação da luz............................................................................. 36
8.2.4. Solidez dos tintos à fricção em seco e em húmido ................................................. 36
8.2.5. Solidez dos tintos à lavagem doméstica e industrial ............................................... 37
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 2. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ............................................. 38
1. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .............................................................. 39
1.1. Estudo dos corantes reativos BEZAKTIV S .................................................................... 41
1.1.1. Bezaktiv Navy S-3G 150%...................................................................................... 42
1.1.2 Bezaktiv Red S-3B 150% ........................................................................................ 47
1.1.3. Bezaktiv Yellow S-3R 150% .................................................................................... 49
1.1.4. Bezaktiv Blue S-GLD 150% ................................................................................... 52
1.2. Mistura de três corantes – Tricromia ............................................................................ 56
3. Estudo com corantes reativos Bezaktiv GO................................................................... 60
2.1 Bezaktiv Navy GO ........................................................................................................ 61
2.2 Bezaktiv Red GO ......................................................................................................... 63
2.3 Bezaktiv Golden Yellow GO .......................................................................................... 66
2.4. Bezaktiv Blue GO ......................................................................................................... 69
2.5. Mistura de três corantes– Tricromia ............................................................................. 72
2.5.1. Para a cor Azul Marinho GO .................................................................................. 73
2.5.2. Para a cor Bordeaux GO ....................................................................................... 74
2.5.3. Para a cor Vermelho GO ....................................................................................... 75
3. Ensaios de solidez .............................................................................................................. 77
3.1. Solidez dos tintos das malhas à lavagem...................................................................... 78
3.2. Solidez dos tintos das malhas à luz .............................................................................. 78
CAPÍTULO 3
1. Materiais e métodos ........................................................................................................... 83
2. Aspetos gerais .................................................................................................................... 86

ix
2.1. Traçado das retas de calibração................................................................................... 86
CAPÍTULO 4
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 89
Referências bibliográficas........................................................................................................ 91

x
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Comparação do processo de tingimento por esgotamento e por impregnação. ......... 25


Tabela 2. Avaliação da cor, testes de solidez e respetivas normas. .......................................... 35
Tabela 3. Comparação das receitas de tingimento para a cor azul marinho utilizando a gama
standard e a gama ecológica. ................................................................................................. 40
Tabela 4. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Navy S-3G ................................................................................................................. 43
Tabela 5. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante navy no seu comprimento
onda de absorção máxima (navy), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (navy-v) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (navy-am).... 44
Tabela 6. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. ................................................ 46
Tabela 7. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv red S-3B 150%. ......................................................................................................... 47
Tabela 8. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no seu
comprimento de onda de absorção máxima (az), no comprimento de absorção máxima do
corante azul (v-az) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (v-am). .. 49
Tabela 9. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. ................................................ 49
Tabela 10. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv yellow S-3R 150%. ..................................................................................................... 50
Tabela 11. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no comprimento de
onda de absorção máximo do corante azul (am-az), no comprimento de onda de absorção máxima
do corante vermelho (am-v) e no seu comprimento de onda de absorção máxima (am)............... 51
Tabela 12. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração ............................................... 52
Tabela 13. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Blue S-GLD 150%. ...............................................................................53_Toc15399295
Tabela 14. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante azul no seu comprimento
onda de absorção máxima (az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (az-v) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (az-am). ..... 54
Tabela 15. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 55
Tabela 16. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv S (para a cor azul marinho). ........ 55
Tabela 17. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv S (para a cor bordeaux e vermelho).
.............................................................................................................................................. 55
Tabela 18. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 56

xi
Tabela 19. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 56
Tabela 20. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no após o ensaboamento.57
Tabela 21. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância. .................................... 57
Tabela 22. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 57
Tabela 23. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 57
Tabela 24. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o
ensaboamento........................................................................................................................ 58
Tabela 25. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância. .................................... 58
Tabela 26. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 58
Tabela 27. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 58
Tabela 28. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o
ensaboamento........................................................................................................................ 59
Tabela 29. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância. .................................... 59
Tabela 30. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Navy GO ................................................................................................................... 61
Tabela 31. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante navy no seu comprimento
onda de absorção máxima (navy), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (navy-v) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (navy-am).... 62
Tabela 32. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 63
Tabela 33. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Red GO. .................................................................................................................... 64
Tabela 34. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no seu
comprimento de onda de absorção máxima (az), no comprimento de absorção máxima do
corante azul (v-az) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (v-am). .. 65
Tabela 35. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 66
Tabela 36. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Golden yellow GO. ..................................................................................................... 67
Tabela 37. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no comprimento de
onda de absorção máximo do corante azul (am-az), no comprimento de onda de absorção máxima
do corante vermelho (am-v) e no seu comprimento de onda de absorção máxima (am)............... 68
Tabela 38. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 69
Tabela 39. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Blue GO. ................................................................................................................... 70

xii
Tabela 40. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante azul no seu comprimento
onda de absorção máxima (az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (az-v) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (az-am). ..... 71
Tabela 41. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 71
Tabela 42. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv Go ( para a cor azul marinho). .... 72
Tabela 43. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv Go (para a cor bordeaux e
vermelho). .............................................................................................................................. 72
Tabela 44. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 73
Tabela 45. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 73
Tabela 46. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
.............................................................................................................................................. 73
Tabela 47. Cálculo da incerteza associada à medição. ............................................................ 74
Tabela 48. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 74
Tabela 49. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 74
Tabela 50. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
.............................................................................................................................................. 74
Tabela 51. Cálculo da incerteza associada à medição. ............................................................ 75
Tabela 52. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 75
Tabela 53. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 75
Tabela 54. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
.............................................................................................................................................. 75
Tabela 55. Cálculo da incerteza associada à medição. ............................................................ 76
Tabela 56. Tabela resumo da percentagem de corante no processo de ensaboamento. ........... 76
Tabela 57. Realização dos ensaios de solidez dos tintos à luz. ................................................. 79
Tabela 58. Corantes e respetivos grupos reativos usados nos tingimentos reativos a 60 °C. .... 84
Tabela 59. Corantes e respetivos grupos reativos usados nos tingimentos reativos a 40 °C. .... 85
Tabela 60. Auxiliares utilizados no processo de tingimento de corantes reativos. ...................... 86

xiii
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Tricromia aditiva e subtrativa. ................................................................................... 19


Figura 2. Comprimentos de onda e respetivas cores da faixa da luz visível. .............................. 20
Figura 3. Interação iónica entre o corante (D) e a fibra de lã. ................................................... 21
Figura 4. Exemplo da interação entre o corante sulfonado e a fibra da lã. ................................ 22
Figura 5. Interação covalente entre um corante do tipo clorotriazina e a celulose das fibras de
algodão. ................................................................................................................................. 22
Figura 7. Exemplo do processo de tingimento de algodão com corante contendo o grupo
sulfatetilsufona como centro reativo da molécula. .................................................................... 29
Figura 8. Mistura de um composto X e um composto Y, com comprimentos de onda de
absorção máxima 1 e 2, respetivamente. .............................................................................. 32
Figura 9. Espetrofotómetro Datacolor 650 e máquina de tingimento Datacolor Ahiba IR. .......... 33
Figura 10. Cabine de luz VeriVide CAC 60 para avaliação da cor. ............................................ 34
Figura 11. Escala de cinzentos para avaliar a transferência de cor. .......................................... 35
Figura 12. Escala de cinzentos para avaliar alteração da cor. .................................................. 35
Figura 13. Teste de solidez à lavagem no processo de tingimento utilizando corantes Bezaktiv
Navy S-3G 150% (esquerda) e Bezaktiv Navy GO (direita)......................................................... 78

xiv
ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Espetro de absorção no visível das soluções mãe dos corantes Bezaktiv S. .............. 42
Gráfico 2. Reta de calibração do corante Bezaktiv Navy S-3G 150% no seu comprimento de onda
de absorção máximo (599 nm), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (418
nm)………………………………………………………………………………………………39
Gráfico 3. Reta de calibração do corante Bezaktiv Red S-3B 150% no seu comprimento de onda
de absorção máxima (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante
amarelo (418 nm). ................................................................................................................. 48
Gráfico 4. Reta de calibração do corante Bezaktiv yellow S-3R 150% no seu comprimento de
onda de absorção máxima (418 nm), e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante vermelho (542 nm). ................................................................................................... 51
Gráfico 5. Reta de calibração do corante Bezaktiv Blue S-GLD 150% no seu comprimento de
onda de absorção máximo (608 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (542 nm). ................................................................................................................ 54
Gráfico 6. Espetro de absorção no visível das soluções mãe dos corantes reativos Bezaktiv GO.60
Gráfico 7. Reta de calibração do corante Bezaktiv Navy GO no seu comprimento de onda de
absorção máximo (600 nm), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho
(518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409 nm). ...... 62
Gráfico 8. Reta de calibração do corante Bezaktiv Red GO no seu comprimento de onda de
absorção máxima (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo
(409 nm). ............................................................................................................................... 65
Gráfico 9. Reta de calibração do corante Bezaktiv Golden yellow GO no seu comprimento de
onda de absorção máxima (409 nm), e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante vermelho (518 nm). ................................................................................................... 68
Gráfico 10. Reta de calibração do corante Bezaktiv Blue GO no seu comprimento de onda de
absorção máximo (607 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409
nm). ....................................................................................................................................... 71
Gráfico 11. Gráfico de tingimento com corantes reativos Bezaktiv S a 60°C. ........................... 84
Gráfico 12. Gráfico de tingimento com corantes reativos Bezaktiv Go a 40°C. ......................... 85

xv
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA E ENQUADRAMENTO

A presente dissertação é o resultado de um projeto individual, desenvolvido num contexto


empresarial, no âmbito do segundo ano do Mestrado em Técnicas de Caracterização e Análise
Química.
Este projeto realizou-se na empresa RNM Produtos Químicos SA, que foi criada em 1986
sob a designação de “DROVILUSA”.
O grupo RNM, é líder no mercado nacional do sector químico, assegurando soluções
integradas a nível de produção, distribuição, logística e transporte de produtos químicos.
Os produtos asseguram o desenvolvimento de diversas unidades de negócio, com um
espetro de soluções transversais a todas as áreas industriais.
Em 2015 adquiriu a Tuebingen Chemical Company, que é especializada em produtos que
apoiam, na íntegra, todos os processos têxteis.
Com a integração no mesmo grupo, alargou-se a resposta ao nível da distribuição de
produtos químicos de especialidade através da sua representada exclusiva CHT.
A multinacional alemã CHT representa mais de 60 anos de expeeriência na área dos
produtos químicos de especialidade.
A vasta carteira de produtos de especialidade da TCC, ao nível dos corantes e auxiliares
dedicados ao setor têxtil, complementam as “commodities” nas quais o Grupo RNM é
distribuidor líder a nível nacional.
A TCC é a representante exclusiva em Portugal da marca CHT. Esta é certificada de acordo
com as Normas de Qualidade ISO 9001:2015, de Gestão Ambiental ISO 14001:2015, e de
gestão da saúde e segurança no trabalho ISO 45001:2018.
A TCC tem um laboratório físico que apoia todos os processos têxteis, e efetua todo o
controlo de qualidade químico.

17
2. INTRODUÇÃO

A cor tem um papel importante na nossa vida diária, e no caso dos produtos têxteis, nos
dias de hoje a exigência do cliente é cada vez maior. O processo de tingimento é um dos fatores
fundamentais no sucesso comercial dos produtos têxteis. O tingimento é um processo de
coloração de substratos têxteis mediante a aplicação de corantes capazes de formarem ligações
covalentes com o grupo hidroxilo da fibra celulósica, no caso do algodão, ou de se tornarem
insolúveis no interior da fibra, no caso dos corantes para aplicação no poliéster, por exemplo.
Além do padrão e da cor, o consumidor normalmente exige algumas características básicas do
produto, como por exemplo uma elevada solidez da cor e resistência ao desbotamento após
múltiplas lavagens. Todas as características exigidas pelo cliente estão geralmente descritas num
documento chamado caderno de encargos.
Uma das grandes dificuldades encontradas na indústria têxtil é o tratamento e remoção dos
corantes residuais resultantes dos processos de tingimento. Os corantes são compostos
químicos orgânicos que possuem a propriedade de absorver luz visível seletivamente, razão pela
qual aparecem coloridos, devido à presença de grupos cromóforos tais como os grupos nitro (-
NO2), azo (-N=N-) e carbonilo (-C=O). Os efluentes têxteis caracterizam-se por serem altamente
coloridos, devido à presença de corantes que não se fixam na fibra durante o processo de
tingimento. Esta coloração pode ser detetada pela população e autoridades ambientais
responsáveis, uma vez que os corantes são altamente visíveis a olho nu, mesmo em
concentrações baixas. Este facto leva a uma perceção muito negativa da indústria têxtil em
termos ambientais, por parte da população, mesmo que os efluentes têxteis sejam tratados à
saída da fábrica e estejam a cumprir os parâmetros definidos por lei.
Em termos ambientais, o lançamento de efluentes têxteis não tratados nos cursos de água
provoca uma degradação ambiental considerável, prejudicando o meio ambiente aquático.
Dentre esses corantes, a classe de corantes trifenilmetano é largamente empregada na indústria
têxtil e apresenta problemas à saúde pública e ao meio ambiente quando despejados nos
efluentes, devido à alta toxicidade e difícil degradação.
Estima-se que cerca de duzentas mil toneladas de corante são perdidas para o efluente,
sendo um perigo iminente para os ecossistemas aquáticos como também provocam danos no
ambiente terrestre. Estes corantes devido à sua elevada estabilidade à luz, persistem no meio
ambiente o que dificulta os processos convencionais de tratamento de águas residuais.

18
Assim, neste capítulo será feita uma revisão da área têxtil, com base no tipo corantes
utilizados, assim como processos de tingimento, bem como minimizar perdas e tornar esta área
mais sustentável1.

2.1. A cor

As variáveis para obter cores são a luz, o objeto e o observador, e a cor pode ser obtida de
modo aditivo (no caso da luz sendo as cores primárias o vermelho, o verde e o azul) ou de modo
subtrativo (no caso dos corantes sendo as cores primárias o amarelo, a magenta e o ciano). As
cores primárias podem ser combinadas dando origem às cores secundárias e terciárias, como é
possível verificar através da tricromia de cores apresentada na Figura 1.

Figura 1. Tricromia aditiva e subtrativa.

A cor é uma perceção visual que dificilmente se pode definir ou medir dado que é uma
propriedade subjetiva e pode ser afetada pela acuidade visual do observador, cores
circundantes, ilusões de ótica e cansaço visual, entre outros aspetos.

O espetro visível é uma pequena parte do espetro total de ondas eletromagnéticas que
incluem ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, ultravioleta, raios X, raios gama, etc. O olho
humano é apenas capaz de percecionar a radiação da gama visível do espetro eletromagnético
total.

A luz é uma radiação eletromagnética que pode ser diferenciada pela sua frequência ou
comprimento de onda. A Figura 2 mostra os comprimentos de onda e as suas cores
representantes na faixa da luz visível.

19
Figura 2. Comprimentos de onda e respetivas cores da faixa da luz visível.

A formação da cor está associada à deslocalização de eletrões, através de sistemas


conjugados de ligações duplas e simples, razão pela qual as substâncias coradas apresentam
geralmente ligações duplas.

2.2. Corantes e processo de tingimento

Os corantes têxteis são compostos orgânicos cuja finalidade é conferir a uma certa fibra
(substrato) determinada cor. Estes devem possuir certas características:
 Cor intensa.
 Solubilidade em solução aquosa (permanente ou apenas no decorrer da operação de
tingimento).
 Capacidade de ser absorvido e retido pela fibra e, eventualmente, de reagir quimicamente
com ela (reatividade).
 Solidez, ou seja, capacidade de quando ligado a uma fibra, resistir aos tratamentos a que a
mesma é submetida no decorrer do processo de fabrico e durante a sua vida útil2.
Os corantes têxteis são substâncias que impregnam as fibras do substrato têxtil, reagindo
ou não com o material, durante o processo de tingimento. A forma de fixação da molécula do
corante a essas fibras geralmente é feita em solução aquosa e pode envolver basicamente
quatro tipos de interações: interações iónicas, interações de hidrogénio, de Van der Waals e
interações covalentes.

20
2.3. Interações iónicas

São tingimentos baseados em interações mútuas entre os grupos amino e carboxilato


presentes na fibra e a carga iónica da molécula do corante (D) ou vice-versa, como por exemplo
no tingimento da lã, seda e poliamida como mostra a Figura 3.

Figura 3. Interação iónica entre o corante (D) e a fibra de lã.

2.4. Interações deVan der Waals

São tingimentos baseados na interação proveniente da aproximação máxima entre orbitais


π do corante e da molécula da fibra, de tal modo que as moléculas do corante são “ancoradas”
firmemente sobre a fibra por um processo de afinidade, sem formar uma ligação propriamente
dita. Esta atração é especialmente efetiva quando a molécula do corante é linear/longa e/ou
planar, podendo assim aproximar-se o máximo possível da molécula da fibra. Este tipo de
interação é encontrado no tingimento da lã, seda e fibras sintéticas.

2.5. Interações por ponte de Hidrogénio

Provêm da interação não covalente entre átomos de hidrogénio do corante e pares de


eletrões não ligantes de átomos dadores (como por exemplo oxigénio ou azoto) presentes nas
fibras (Figura 4). Este tipo de interação é encontrado no tingimento de lã, seda e fibras
sintéticas3.

21
Figura 4. Exemplo da interação entre o corante sulfonado e a fibra da lã.

2.6. Interações covalentes

Resultam da formação de uma ligação covalente entre a molécula do corante contendo um


grupo reativo (normalmente um grupo eletrofílico) e um grupo nucleofílico presente nas fibras.
Exemplos característicos deste tipo de interação são os tingimentos de fibras de algodão.
Existem vários tipos de corantes reativos, contudo, os principais contêm os grupos
clorotriazinilo e sulfatoetilsulfonilo como grupos reativos. Nesses corantes e no caso do algodão,
a reação química processa-se através da reação dos grupos hidroxilo da celulose com o grupo
reativo do corante, conforme o exemplo apresentado na Figura 54. O estabelecimento de uma
ligação covalente entre o corante e a fibra confere maior estabilidade e resistência da cor do
substrato quando comparado com outros tipos de corantes em que o processo de coloração
resulta de ligações de menor estabilidade5.

Figura 5. Interação covalente entre um corante do tipo clorotriazina e a celulose das fibras de
algodão.

22
3. Principais classes de corantes

Os corantes podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química, ou de acordo
como o método utilizado para fixar o corante à fibra6. Como classe de corantes podemos ter:
 Corantes reativos (utilizados em fibras celulósicas);
 Corantes de cuba (utilizados em fibras celulósicas);
 Corantes diretos (utilizados em fibras celulósicas);
 Corantes ácidos (utilizados em fibras poliamídicas);
 Corantes dispersos (utilizado em fibras de poliéster);
 Corantes básicos ou catiónicos (utilizados em fibras acrílicas);

3.1. Corantes Reativos

Os corantes reativos possuem a propriedade de formar uma ligação covalente com as fibras,
o que conduz a uma elevada solidez. Estes corantes foram desenvolvidos principalmente para o
tingimento de algodão. O rendimento destes corantes será sempre menor, devido à hidrólise do
corante (reação com a água e não com a fibra). O corante hidrolisado que se encontra
depositado sobre a fibra deve ser eficazmente removido, para que não haja manchamento
aquando da lavagem doméstica.
São compostos que contêm um grupo eletrofílico (reativo) capaz de formar ligações
covalentes com os grupos hidroxilo das fibras celulósicas. Estes corantes são muito solúveis em
água e o estabelecimento de uma ligação covalente entre o corante e a fibra confere maior
estabilidade à cor7.

3.2. Corantes de Cuba

É o grupo de corantes mais antigos, que são insolúveis em água e necessitam de uma
redução antes de serem aplicados à fibra. Esta redução é efetuada de modo a que estes se
tornem solúveis em água. São compostos que contêm dois ou mais grupos cetona, insolúveis
em água na sua forma oxidada. A maior aplicação deste tipo de corantes tem sido o tingimento
do algodão, embora devido às suas excelentes propriedades de fixação, outros materiais
também têm sido tingidos com estes corantes.

23
3.3. Corantes Diretos

Os corantes diretos, são bastante mais baratos e de fácil aplicação. A solidez á luz é
relativamente mais baixa. Estes são compostos solúveis em água capazes de tingir fibras de
celulose (algodão, etc.) através de interações de Van der Waals. A afinidade do corante pode
aumentar devido ao uso de eletrólitos, devido à configuração plana da estrutura da molécula do
corante ou devido às ligações duplas conjugadas. A grande vantagem desta classe de corantes é
o elevado grau de esgotamento durante a aplicação, ou seja, quase todo o corante é absorvido
pela fibra no processo de tingimento, e consequentemente a diminuição do teor elevado de
corante nas águas residuais.

3.4. Corantes Ácidos

O termo corante ácido corresponde a um grande grupo de corantes aniónicos constituídos


por um, dois ou três grupos sulfónicos. Estes grupos substituintes ionizáveis, tornam o corante
solúvel em água e são usados no tingimento de fibras têxteis com grupos básicos, como a lã, a
seda, o nylon e as fibras modificadas. No processo de tingimento, o corante previamente
neutralizado liga-se à fibra através de uma troca iónica envolvendo o par de eletrões livres dos
grupos amino e carboxílico das fibras proteicas, na forma não protonada. A obtenção de uma
boa igualização (distribuição uniforme do corante pela fibra) depende da acidez e da
temperatura. Isto é, quanto menor for o pH, mais rápido o corante se fixa à fibra, devido à maior
carga positiva a fibra8.

3.5. Corantes Básicos

São compostos catiónicos e apresentam uma solubilidade limitada. São utilizados sobretudo
em acrílicos devido às fortes interações iónicas.
O tingimento pode ser feito num banho neutro ou ácido. Devido à fraca solidez que estes
corantes apresentam, podem efetuar-se tratamentos posteriores, que aumentam a solidez à
lavagem e à luz9.

24
3.6. Corantes Dispersos

São um grupo de corantes insolúveis em água, que podem ser aplicados em fibras sintéticas
e em outras fibras hidrofóbicas através de uma suspensão. Durante o processo de tingimento, o
corante sofre hidrólise e a forma, originalmente insolúvel, é lentamente precipitada na forma
dispersa sobre a fibra. A solubilidade do corante é pequena e influencia diretamente o processo
de tingimento. Esta classe de corantes é utilizada principalmente para tingimento de fibras
sintéticas, tais como: acetato de celulose, nylon, e poliéster6.

4. Processos de tingimento

O tingimento é uma operação destinada a colorir uniformemente os materiais têxteis. O


material a tingir é determinante em todo o processo. As fibras constituintes restringem à partida
a gama de corantes possíveis. Conforme a exigência da qualidade do tinto, caracterizada
sobretudo pela sua uniformidade e pela solidez aos diversos agentes, assim será escolhido o
corante a utilizar.
Podemos distinguir dois tipos de processos de aplicação de corantes, que são os processos
descontínuos ou por esgotamento e processos semi-contínuos por impregnação. No processo
por esgotamento, o substrato está permanentemente em contacto com toda a solução de
tingimento, sendo o corante gradualmente absorvido pelas fibras.
O controlo rigoroso da agitação, temperatura, pH e concentração dos agentes auxiliares é
importante para se obterem tintos igualados e com boa penetração, especialmente se o corante
inicialmente absorvido tiver reduzida capacidade para migrar das zonas mais tingidas para as
menos tingidas10.

Tabela 1. Comparação do processo de tingimento por esgotamento e por impregnação.

Esgotamento Impregnação (pad-batch)

Velocidade de difusão Moderada - lenta Rápida

Substantividade Boa Preferencialmente baixa

Solubilidade Moderada - Boa Boa – Muito boa

25
De acordo com a tabela 1, no tingimento por impregnação, o substrato passa num balseiro
contendo um reduzido volume de solução de tingimento, passando de seguida entre dois rolos
espremedores recobertos por borracha que, através da pressão exercida, removem o excesso de
solução.
O balseiro deve por um lado permitir uma impregnação uniforme do material, o que obriga a
um percurso do substrato razoável, para que se dê uma renovação rápida do banho, evitando
assim o fenómeno de esgotamento. O balseiro deve ter um dispositivo de regulação de nível
constante, através de alimentação do banho para compensar o líquido que o substrato absorveu.
Os rolos espremedores são revestidos a borracha. A pressão que se aplica é determinante da
chamada taxa de expressão (TE) ou de absorção que é definida por:

𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜 ℎú𝑚𝑖𝑑𝑜 − 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜


𝑇. 𝐸. = 𝑥 100
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑜

A taxa de expressão é influenciada não só pela pressão aplicada como também pela estrutura
e composição do substrato, a velocidade, a temperatura e a composição do banho de
impregnação, o diâmetro dos rolos, a dureza do revestimentos e etc.
A maioria dos substratos de algodão é tingida com corantes reativos porque geralmente estes
apresentam uma grande variedade de gamas de cores brilhantes e com um alto grau de
resistência à lavagem. O repouso é feito a frio durante o tempo necessário à fixação do
corante11.

4.1. Tingimento por esgotamento

Este processo, de um modo geral, divide-se em três etapas, nas quais ocorrem os processos
físico-químicos de migração, absorção e difusão/fixação do corante. Estas etapas são definidas
atendendo à natureza da fibra têxtil (natural ou sintética) e às suas características estruturais,
classificação e disponibilidade do corante para a aplicação, propriedades de fixação compatíveis
com o destino do material a ser tingido, considerações económicas e ambientais, entre outras11.

4.2. Tingimento reativo

Esta classe de corantes é a única que dentro dos corantes têxteis é capaz de reagir
covalentemente com o substrato durante a aplicação, sendo que são utilizados principalmente

26
nas fibras celulósicas. Dada a ligação covalente, apresentam uma boa solidez, comparando com
outras gamas como por exemplo de corantes diretos.
São corantes que apresentam cores brilhantes, uma vasta gama de tonalidades, versatilidade
de aplicação e elevada solidez a tratamentos húmidos o que os torna mais apelativos ao
tingimento de fibras celulósicas.
Do ponto de vista estrutural, os corantes reativos podem ser representados segundo a Figura
6:
a) Grupo cromóforo, que é responsável pela cor do corante e que determina propriedades como
a solidez do material tingido, ao suor e à luz, entre outros.
b) Grupo reativo, determina a reação química com a fibra, uma vez que é através dele que esta
se estabelece. Assim é responsável pela solidez à lavagem da cor obtida.
c) Ponte de ligação
d) Grupo solubilizante, é necessário para conferir solubilidade ao corante, devendo a sua
quantidade variar entre 1 a 3 grupos sulfónicos, atingindo em certos casos 4 a 6 grupos.

D A C B

Figura 6. Estrutura de um corante reativo.


Sendo que,
A) É o grupo cromóforo
B) É o grupo reativo
C) É a ponte de ligação
D) São os grupos solubilizantes

A estrutura do corante irá determinar propriedades, tais como a sua reatividade, afinidade e
solubilidade e gama de cores. A reatividade do corante irá ser determinada pela natureza do
grupo reativo, o que irá influenciar o seu modo de aplicação, pois uma reatividade elevada, irá
permitir tingir a temperaturas mais baixas. Uma afinidade elevada irá tornar o processo mais
eficiente12.

27
5. Química do tingimento

No tingimento de corantes reativos, o movimento das moléculas do banho de tingimento para


as fibras celulósicas é efetuado da seguinte forma:
I. Difusão das moléculas de corante desde o banho até à interface celulose/banho de
tingimento.
II. Adsorção das moléculas de corante pela fibra celulósica.
III. Difusão das moléculas de corante para o local de reação.
IV. Reação entre moléculas de corante e os grupos hidroxilo da celulose em meio
alcalino.
V. Reação entre moléculas de corante e a água em meio alcalino.
VI. Adsorção do corante hidrolisado, proveniente do banho de tingimento.
VII. Hidrólise do corante adsorvido à superfície da fibra.

O tingimento de corantes reativos é dividido em três fases distintas:


a) A migração, em que a fibra é tratada com o corante, em pH neutro e na presença de sal. A
difusão dos corantes dá-se no interior da fibra e ocorre uma união que é baseada em forças
intermoleculares. A única diferença entre os corantes diretos é que estes têm uma absorção
menor, devido ao tamanho das suas moléculas também ser menor.
Seguidamente, ocorre uma difusão que provoca um equilíbrio entre o corante que se encontra
no banho e o que está no interior da fibra. Ocorre então a migração do corante das zonas mais
tingidas para as zonas menos tingidas. É neste momento de equilíbrio, denominado por
esgotamento primário, e é aí que o álcali deve ser adicionado, pois a fibra não consegue
absorver mais corante. Através da adição de álcali dá-se início à segunda fase do processo de
tingimento, que é a reação do corante com a fibra6.

b) A fixação, é o momento em que o álcali é adicionado, originando pH alcalino necessário para


a reação dos grupos hidroxilo da celulose com o corante. Esta reação é denominada como
esgotamento final11.

28
Figura 7. Exemplo do processo de tingimento de algodão com corante contendo o grupo sulfatetilsufona
como centro reativo da molécula.

As duas reações ocorrem em simultâneo com o corante, a velocidade de reação deste com a
fibra é muito superior à da reação com a água.

c) Eliminação do corante hidrolisado, pois este não se encontra ligado à fibra por ligações
covalentes, mas sim através de ligações de Van der Walls e pontes de hidrogénio, tal como um
corante direto. O corante hidrolisado é eliminado através do processo de ensaboamento. A maior
ou menor eficácia desta eliminação está dependente da afinidade do corante, pois quanto maior
a sua afinidade para com a fibra, maior é a dificuldade em eliminá-lo. O ensaboamento é
geralmente efetuado à temperatura de ebulição com um tensioativo aniónico, pois a temperatura
aumenta a solubilidade do corante, o que facilita a remoção do corante hidrolisado.

De modo a melhorar o rendimento da fixação dos corantes à fibra, foram introduzidos no


mercado, os denominados corantes bifuncionais, ou seja, que apresentam dois grupos
funcionais.
O conceito de corante reativo bifuncional foi estabelecido com a criação do CI Reactive Black
5. O uso de corantes monofuncionais para cores extremamente escuras podia resultar em mais
de 50% do corante perdido por hidrólise. Alguns países começaram a demonstrar preocupações
relacionadas com as descargas nos efluentes destas substâncias coradas. Esta preocupação
levou a um interesse crescente na criação de corantes que hidrolisassem em menor extensão,
devido ao reduzido rendimento do processo de tingimento e às penalizações criadas para este
problema ambiental. O grupo reativo contribui para o aumento do peso molecular do corante,
não modificando, no entanto, a sua cor. Apesar disso, outras propriedades dos corantes poderão
ser afetadas pela sua presença, nomeadamente a solubilidade, grau de agregação,
substantividade, capacidade de migração, etc.

29
Assim, se um dos grupos reativos hidrolisar, fica desativado, tal como acontece com os
corantes reativos monofuncionais, não podendo a partir desse momento reagir covalentemente
com as fibras. Contudo, se a molécula de corante tiver dois grupos reativos, existe ainda a
possibilidade de o segundo grupo reagir com a fibra, aumentando dessa forma o número de
moléculas de corante que se ligam covalentemente às fibras e consequentemente o rendimento
da reação de fixação7.

5.1. Fatores que influenciam o tingimento

Os fatores mais importantes que podem influenciar o processo de tingimento são:


1. A natureza da fibra - que é muito importante pois pode possuir diferenças de afinidade. A
afinidade determina a quantidade de corante que pode impregnar sobre a fibra, influenciando
deste modo o rendimento de fixação e o tempo que é necessário para atingir a fixação do
corante.
2. Afinidades do corante – os corantes reativos são de baixa afinidade, pois pretende-se
que o corante hidrolisado seja igualmente de baixa afinidade para que possa ser removido mais
facilmente. Apesar de possuírem uma baixa afinidade, devido às suas pequenas moléculas,
estes corantes apresentam elevados coeficientes de difusão. A afinidade diminui com a
temperatura, mas dado que estes possuem elevados coeficientes de difusão torna-se possível
tingir a baixas temperaturas.
3. Relação de banho: á medida que a relação de banho aumenta, a hidrólise é favorecida,
e deste modo diminui o esgotamento. É mais favorável trabalhar com relação de banho menor.
4. Temperatura de tingimento - em todos os tipos de tingimento, a temperatura deve ser
determinada pela reatividade do corante. Assim quanto mais reativo for o corante, menor
necessidade de temperatura.
5. Concentração de eletrólito - a fibra de celulose tem carácter negativo, tal como os
corantes reativos. Desta forma, há necessidade de neutralizar o potencial eletronegativo, para
favorecer a aproximação do corante á fibra. Assim, em solução neutra, ao adicionar o sal,
neutraliza-se a carga da fibra, tornando possível a aproximação do corante e a fibra. A
quantidade de sal adicionada depende da quantidade de corante utilizada e da relação de
banho, sendo que quanto mais intensa for a cor, maior é a quantidade de sal a utilizar.
6. pH – a absorção de corantes reativos dá-se a pH neutro. Inicialmente não se deve
aumentar o pH, pois o corante ainda não foi absorvido pela fibra e iria originar uma maior

30
hidrólise. Á medida que se adiciona o álcali, inicia-se a reação entre o corante e a fibra. É
necessário priorizar que logo após da adição do álcali, a distribuição do corante pela fibra seja
uniforme e homogénea de modo a evitar o manchamento da mesma. O intervalo de pH que se
deve trabalhar será entre 8 e 11, verificando-se que o esgotamento diminui para pH de valor
superior. A função do álcali prende-se com a reação com os ácidos que se libertam durante o
tingimento, neutralizando, assim, o pH e acelerando a velocidade de reação2.

6. Espetrofotometria de absorção no visível

A espetrofotometria é uma técnica baseada na relação entre a intensidade de luz que incide
sobre uma amostra e sobre a luz transmitida ou refletida pela amostra e que é detetada pelo
equipamento e o espetrofotómetro é o instrumento capaz e registar dados de absorvância e
transmitância em função do comprimento de onda.
A espetrofotometria de absorção no visível é baseada na absorção da radiação nos
comprimentos de onda da zona visível permitindo identificar substâncias com base no seu
espetro (análise qualitativa) e também quantificá-las, uma vez que, a quantidade de luz
absorvida está relacionada com a concentração da substância (análise quantitativa).
A lei de Beer é a base desta técnica, sendo que a absorvância apresenta uma relação linear
com a concentração, a baixas concentrações:

A=l×c×

Em que:
A - absorvância
ε - coeficiente de absortividade molar (L mol-1 cm-1)
l - percurso ótico (cm)
c - concentração do elemento que absorve na solução (mol L ).
-1

A análise quantitativa por espetroscopia de absorção no visível é uma técnica muito


utilizada quer para a quantificação de apenas um composto quer para a quantificação de
múltiplos compostos numa mistura.

31
No caso de uma mistura de compostos, a lei de Lambert-Beer é válida para todas as
espécies em solução e a absorvância total a um determinado comprimento de onda vai ser a
soma das absorvâncias dos compostos individuais, ou seja, numa mistura de n compostos num
dado comprimento de onda:
Amistura 1+2+... +n = A1 + A2 + ... An

No caso de termos uma mistura de dois compostos X e Y, em que cada um apresenta um


comprimento de onda de absorção máxima 1 e 2, o espetro de absorção total irá apresentar as
bandas dos dois compostos, de acordo com a Figura.

Figura 8. Mistura de um composto X e um composto Y, com comprimentos de onda de absorção


máxima 1 e 2, respetivamente.
No 1: Amistura X+Y = X1  CX + Y1  CY
No 2: Amistura X+Y = X2  CX + Y2  CY
Mesmo que os espetros de absorção dos diferentes compostos se sobreponham, se se
souber os coeficientes de absortividade de cada composto a diferentes comprimentos de onda
será possível analisar e quantificar os componentes individuais da mistura.
Por resolução do sistema de duas equações acima indicadas será calculada a concentração
de cada composto, neste caso CX e CY.

Este trabalho teve como objetivo a utilização da espetroscopia de absorção no visível para
analisar misturas de corantes cujas cores desenvolvidas foram um azul marinho, um bordeaux e
um vermelho.

32
Quer para a gama standard, quer para a gama ecológica, foram desenvolvidas as mesmas
cores de modo a obter a percentagem de cada corante utilizado para o tingimento e deste modo
verificar a eficiência de cada um.
Este tipo de estudo pretendeu comprovar a aditividade da Lei de Beer na quantificação dos
corantes presentes em solução após diferentes fases do processo de tingimento, para avaliar a
possibilidade de utilização deste método para caracterizar os efluentes da indústria têxtil e
permitir um tratamento mais adequado dos mesmos.

8. Laboratório Químico

No laboratório após a receção do pedido da cor por parte do cliente, são realizados vários
ensaios de maneira a que o lab-dip seja o mais próximo possível da cor original. As receitas de
cor são determinadas através de leituras feitas no espetrofotómetro e no final são propostas
várias opções ao cliente para que este avalie e aprove a cor para que esta futuramente vá para a
produção.

Figura 9. Espetrofotómetro Datacolor 650 e máquina de tingimento Datacolor Ahiba IR.

A máquina de tingimento utilizada no laboratório tem capacidade para tingir dezanove


ensaios diferentes. O processo de tingimento é programado pelo operador da máquina, que
define os vários parâmetros como a temperatura, o gradiente, a velocidade de rotação da
máquina e o tempo de tingimento.
No caso dos corantes reativos Bezaktiv S, a temperatura de tingimento é de 60ºC e como
se trata de cores escuras o tempo de tingimento é de 120 minutos. O mesmo se sucede com os
corantes reativos Bezaktiv Go, mas estes tingem a uma temperatura de 40°C.

33
8.1 Avaliação das cores

A avaliação das cores é feita na cabine de luz para avaliação visual de amostras, ou seja, é
feita a comparação da amostra padrão que é fornecida pelo cliente com o ensaio realizado no
laboratório. Esta comparação baseia-se na avaliação da tonalidade, claridade, pureza e
metamerismo da cor. Possui fontes iluminantes (luz do dia, fluorescente, incandescente e
ultravioleta). O horímetro permite o controlo da vida útil de cada lâmpada individualmente e
permite a programação para ligar as lâmpadas em sequências automáticas ou repetidamente.

Figura 10. Cabine de luz VeriVide CAC 60 para avaliação da cor.

8.2. Controlo de qualidade

No controlo de qualidade serão testados vários parâmetros, a pedido dos clientes, quer
físicos, quer químicos que seguem as respetivas normas, conforme a tabela 2.

34
Tabela 2. Avaliação da cor, testes de solidez e respetivas normas.

Testes Normas

ISO 105-A02
Escala de cinzentos para avaliação da alteração da cor

Escala de cinzentos para avaliação da alteração do


ISO 105-A03
manchamento

Tecido testemunho multifibra ISO 105-F10

Espetrofotómetro ISO 105-A04

Solidez dos tintos à ação da água ISO 105-E01

Solidez dos tintos à ação dos suores ácidos e alcalinos ISO 105-E04

Solidez dos tintos à ação da luz ISO 105-B02

Solidez dos tintos à fricção em seco e em húmido ISO 105-X12

Solidez dos tintos à lavagem (doméstica e industrial) ISO 105-C06

Figura 11. Escala de cinzentos para avaliar a transferência de cor.

Figura 12. Escala de cinzentos para avaliar alteração da cor.

35
8.2.1. Solidez dos tintos das malhas à ação da água

Neste processo de controlo de qualidade dá-se a determinação da resistência dos tintos de


qualquer natureza e em qualquer estado de transformação, à imersão em água.
A amostra a ser avaliada é posta em contacto com o tecido testemunho multifibra e
submersos em água à temperatura ambiente. Após a realização do ensaio, o provete é seco. O
tecido multifibras é avaliado segundo a escala de cinzentos para a avaliação do manchamento,
por sua vez a amostra testada é avaliada com a escala de cinzentos para avaliar a alteração da
cor como indica a figura 11 e 1213.

8.2.2. Solidez dos tintos à ação dos suores ácidos e alcalinos

Esta norma especifica um método para a determinação da resistência do tinto dos têxteis
de qualquer natureza em qualquer estado, à ação do suor humano. As amostras são colocadas
em contato com o tecido multifibra e submersos numa solução ácida e alcalina à temperatura
ambiente. Após a realização do ensaio, o provete é seco. O tecido multifibras é avaliado segundo
a escala de cinzentos para a avaliação do manchamento, por sua vez a amostra testada é
avaliada com a escala de cinzentos para avaliar a alteração da cor14.

8.2.3. Solidez dos tintos à ação da luz

A norma destina-se a fixar o processo para determinar a resistência dos tintos têxteis de
qualquer natureza e em qualquer estado de transformação, à ação da luz do dia. A solidez da
cor é avaliada comparando a mudança de cor da amostra teste com os materiais de referência
usados. Este processo não é realizado na empresa, pelo que foi contratada uma empresa
exterior15.

8.2.4. Solidez dos tintos à fricção em seco e em húmido

Neste processo de controlo de qualidade dá-se a determinação da resistência dos tintos das
malhas de qualquer natureza e em qualquer estado de transformação, à fricção em seco e em
húmido. Com este teste pretende-se avaliar a transferência de cor para o tecido testemunho de
acordo com as normas respetivas sendo que este é avaliado segundo a escala dos cinzentos16.

36
8.2.5. Solidez dos tintos à lavagem doméstica e industrial

Neste processo é avaliada a solidez dos tintos à lavagem. O provete têxtil é posto em
contato com o tecido testemunho, lavado, espremido e seco. As degradações de cor e o tecido
testemunho são avaliadas com o auxílio da escala de cinzentos17.

37
CAPÍTULO 2. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
1. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

O presente trabalho permitiu a comparação de duas gama de corantes reativos, sendo que
foram utilizados corantes convencionais denominados por corantes reativos Bezaktiv S
bifuncionais com elevado grau de fixação e uma excelente reprodutibilidade quando comparados
com uma outra gama denominada por corantes reativos Bezaktiv Go que são considerados
corantes ambientalmente mais sustentáveis na medida em que permitem economizar energia e
água pois o tingimento é efetuado a baixas temperaturas. Devido ao seu grau de fixação ser mais
elevado que os corantes convencionais, estes permitem níveis de esgotamento maiores
resultando numa redução de corante hidrolisado tornando o efluente menos poluído.

Após a receção da amostra padrão de cor fornecida pelo cliente, o laboratório antes de
proceder ao tingimento efetua a leitura do padrão no colorímetro onde lhe é fornecida a receita
da tricromia. São realizados diversos ensaios de optimização da receita (nomeadamente em
termos das percentagens dos corantes da tricromia) com o objetivo de obter a cor pretendida
pelo cliente.
Foi com base no processo de tingimento da receita optimizada que foram recolhidas
amostras de todos os banhos (antes de tingir, após tingir e no ensaboamento) quer para os
corantes reativos Bezaktiv S, quer para os Bezaktiv Go, para a posterior análise.
A título exemplificativo, a tabela seguinte fornece informação relativa às receitas de um
tingimento de azul marinho, utilizando ambas as gamas de corantes e os diversos ajustes. Nesta
tabela é possível confirmar que, para obter a mesma cor usando as duas gamas de corante em
estudo, se usa menor quantidade de corantes na gama Go como refere a tabela 3.

39
Tabela 3. Comparação das receitas de tingimento para a cor azul marinho utilizando a gama standard e a
gama ecológica.
Conc. de corante
ENSAIO 1 ENSAIO 2 ENSAIO 3 no banho de
BEZAKTIV S (receita)
tingimento (g/ml)
B´tiv yellow S-3R 150% (%) 0,96 1,0 1,28 0,0128
B´tiv Red S-3B 150% (%) 0,6 0,68 0,62 0,0062
B´tiv Navy S-3G 150% (%) 2,5 2,2 2,2 0,0220

ENSAIO 1 ENSAIO 2 ENSAIO 3


BEZAKTIV GO (receita)
B´tiv G.yellow GO (%) 0,7 O,72 0,84 0,0168
B´tiv Red GO (%) 0,4 0,44 0,46 0,0090
B´tiv Navy GO (%) 1,32 1,32 1,34 0,0268

No exemplo apresentado na tabela 3, o ensaio 1 corresponde à receita resultante da leitura


da amostra original do cliente. Do tingimento de uma amostra de jersey 100% algodão com esta
receita resultou uma amostra têxtil que foi comparada visualmente com a amostra original do
cliente na câmara de luz. Como a cor não estava certa, procedeu-se a um acerto nas
percentagens dos corantes, resultando uma nova receita para o ensaio 2. Após tingimento de
uma nova amostra têxtil e nova avaliação, foi necessário mais um acerto e resultou a receita
para o ensaio 3. Através da comparação visual da cor obtida para este ensaio com a amostra
original do cliente, foi possível verificar que havia concordância entre as cores. Sobre este ensaio
3, do qual resultou a aprovação das cores, foram recolhidos os banhos de tingimento (antes de
tingir, após tingir e ensaboamento) para posterior análise.
Este procedimento foi realizado de forma semelhante para todos as cores estudadas.
Optou-se por não incluir as fotografias das amostras têxteis dos ensaios efetudados pois não
tinham qualidade suficiente que permitisse avaliar as diferenças de cor.
Este estudo foi iniciado com a preparação de uma série de soluções padrão de três corantes
BEZAKTIV (azul, vermelho e amarelo) com diferentes concentrações, para determinar os
coeficientes de absortividade molar de cada um a diferentes comprimentos de onda.
Seguidamente foram preparadas várias misturas destes corantes em diferentes proporções,
cada uma com uma receita para obter uma determinada cor pretendida, que foram analisadas
por espetroscopia de absorção no visível. Através da resolução de sistemas de três equações
lineares (que serão apresentados mais à frente), os resultados calculados para a tricromia foram
comparados com os valores esperados, no sentido de validar este método de quantificação.

40
Foram recolhidas amostras de banhos provenientes de tingimentos em pequena escala
(relação de banho 1:10), nomeadamente:
 banho de tingimento do substrato
 banho após o tingimento do substrato
 banho após o ensaboamento do substrato tingido

Estas amostras são representativas das etapas do processo de tingimento onde serão
gerados efluentes com cor e que devem ser tratados adequadamente antes de serem
descarregados no curso de água. As amostras foram diluídas (caso necessário e de acordo com
a intensidade da cor que apresentavam) para poderem ser analisadas por espetroscopia de
absorção no visível e assim determinar a concentração dos três corantes presentes.
Neste capítulo apresentar-se-ão todas as análises dos desvios das cores (amarelo, azul,
vermelho) quando sujeitas a diferentes tingimentos em diversas condições (tipo de corante e
temperatura).
Foram desenvolvidas três cores, azul marinho, bordeaux e vermelho, utilizando diferentes
tricromias com diferentes concentrações de cada corante de modo a obter a cor pretendida. No
final, foram comparadas as percentagens de cada corante utilizado para obter a cor, de modo a
validar o objetivo do trabalho.

1.1. Estudo dos corantes reativos BEZAKTIV S

Neste estudo foram usados os corantes têxteis comerciais convencionais BEZAKTIV Yellow S-
3R 150%, BEZAKTIV Red S- 3B 150% e BEZAKTIV Navy S-3G 150% e BEZAKTIV Blue S-GLD
150%.
As amostras que se seguem correspondem às cores desenvolvidas no laboratório que foram
um azul marinho, um bordeaux e um vermelho. Para o desenvolvimento do azul marinho,
utilizou-se a tricromia BEZAKTIV Yellow S-3R 150%, BEZAKTIV RED S-3B 150% e um BEZAKTIV
Navy S-3G 150%, para o bordeaux a tricromia utilizada foi BEZAKTIV Yellow S-3R 150%,
BEZAKTIV RED S-3B 150% e BEZAKTIV Blue S-GLD 150%, e para o vermelho a mesma tricromia,
respetivamente. De salientar que quando se pretende obter um azul marinho, utiliza-se
normalmente um Navy (mais fácil para obter a cor).
Prepararam-se soluções mãe dos quatro corantes separadamente com concentração 0,015%
(yellow), 0,015% (red) e 0,01% (navy) e 0,01% (blue) em água destilada, em balões de 10 mL.

41
As soluções diluídas foram preparadas em balões volumétricos de 10 mL, por diluição de
4,0, 2,0, 1,0 e 0,5 mL de solução mãe, em água.
Traçou-se o espetro de absorção no visível de cada solução e construiu-se o gráfico 1 por
sobreposição das três curvas para melhor visualizar a absorção de uma solução composta pela
mistura dos três corantes, onde também se indica o comprimento de onda máximo de cada
corante.

1,8
Corantes BEZAKTIV S
navy= 599 nm
1,6
am=418 nm
1,4 az=608 nm
v=542 nm
1,2
Abs

0,8

0,6

0,4

0,2

0
350 400 450 500 550 600 650 700 750
Comprimento de onda (nm)

Gráfico 1. Espetro de absorção no visível das soluções mãe dos corantes Bezaktiv S.

1.1.1. Bezaktiv Navy S-3G 150%

Traçaram-se os espetros de absorção no visível das soluções padrão e compilou-se a


absorvância no comprimento de onda de absorção máxima deste corante (navy) para as
diferentes concentrações (Tabela 4).
As soluções diluídas foram preparadas em balões volumétricos de 10 mL, por diluição de
4,0, 2,0, 1,0 e 0,5 mL de solução mãe com concentração: para o corante navy, de 0,01, 0,004,
0,002, 0,001 e 0,0005 % respetivamente; para o corante Vermelho de 0,015, 0,006, 0,003,
0,0015 e 0,00075 % respetivamente e para o corante Amarelo, de 0,015, 0,006, 0,003, 0,0015
e 0,00075 % respetivamente, e para o corante azul de 0,01, 0,004, 0,002, 0,001 e 0,0005 %,
em água.

42
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante azul nos
comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes vermelho ( navy-v) e
amarelo (navy-am). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do sistema
de três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante navy nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante vermelho e corante amarelo (tabela 4).

Tabela 4. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Navy S-3G, no seu comprimento de onda de absorção máxima (599 nm), no comprimento de onda de
absorção máxima do corante vermelho (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante amarelo (418 nm).

Absorvância
Concentração (%) 599 nm 542 nm 418 nm
0,000 0,000 0,000 0,000
0,0005 0,030 0,018 0,005
0,001 0,060 0,038 0,013
0,002 0,120 0,074 0,025
0,004 0,240 0,149 0,053
0,010 0,597 0,371 0,136

Com os dados da tabela 4, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função da


concentração para todos os comprimentos de onda (Gráfico 2).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante navy (navy) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (599 nm), no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (navy-v) (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima
do corante amarelo (navy-am) (418 nm)

43
0,7

0,6

0,5
y = 59,697x + 0,0004
0,4 R² = 1 y = 37,106x + 0,0001
599 nm
Abs

R² = 1
0,3
418 nm
0,2 y = 13,685x - 0,0012 542 nm
R² = 0,9997
0,1

0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012
-0,1
Concentração (%)

Gráfico 2. Reta de calibração do corante Bezaktiv Navy S-3G 150% no seu comprimento de onda de
absorção máximo (599 nm), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (542
nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (418 nm).

Tabela 5. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante navy no seu comprimento onda de
absorção máxima (navy), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (navy-v) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (navy-am).

Comprimento de onda (nm)  (g cm cm )


-1 3 -1

navy 599 59,697

navy-v 542 37,106

navy-am 418 13,685

O objetivo de uma medição é determinar o valor de uma grandeza específica a ser


medida.
Em geral, o resultado de uma medição é somente uma aproximação ou estimativa do
valor da grandeza, do método de medição e do procedimento de medição. Este resultado só é
completo quando acompanhado pelo cálculo da incerteza dessa estimativa. Em muitos casos, o
resultado de uma medição é determinado com base em séries de observações obtidas sob
condições de repetitividade, sendo que foi utilizado o valor médio das três réplicas medidas.

44
Supõe-se que as variações em observações repetidas surjam porque os parâmetros que possam
afetar o resultado da medição não são mantidos completamente constantes.
O erro é a diferença entre o valor obtido e o valor convencionalmente aceite como verdadeiro.

Incerteza
A incerteza de uma medição é o parâmetro associado ao resultado de uma medição, que
caracteriza a dispersão dos resultados que podem, com razoabilidade, ser atribuídos ao
mensurando.
A incerteza de um resultado é consequência de diferentes fontes de incerteza como, por
exemplo, resultante da amostragem, efeitos de matriz e interferências, condições experimentais,
incertezas de equipamentos de massas e volumes, valores de referência, etc.
É importante determinar a incerteza para avaliar a confiança de um resultado, ter segurança
nas decisões baseadas no seu uso, e comparar resultados de medidas.
Quando a grandeza é obtida através de réplicas da medição, a grandeza deve ser
apresentada juntamente com o intervalo de confiança tendo como base a expressão:

𝑡×𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
𝑐± (1)
√𝑛º 𝑑𝑒 𝑟é𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑠

Onde t, representa o parâmetro da distribuição estatística t de student, para uma


probabilidade de 95% e para um número de graus de liberdade igual a n-1 em que n representa
o número de réplicas da medição.
Nos casos em que não se efetuarem réplicas das medições, a incerteza associada às
concentrações é calculada de acordo com a equação referente à propagação de incertezas
traduzida pela expressão:
2 2 2
σ 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 σ𝑎 σb σz
= √( ) +( ) + ⋯+ ( ) (2)
𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑎 𝑏 𝑧

Nas equações das retas, determinadas pelo método dos mínimos quadrados, considerando
que as incertezas em y são independentes de x, pode-se determinar as incertezas associadas ao
declive, b, e à ordenada na origem, a. Essas incertezas podem ser calculadas de acordo com as
expressões:

45
𝑦
𝑆 ⁄𝑥 𝑦 ∑ 𝑥2
𝑆𝑏 = ̅̅̅2
𝑆𝑎 = 𝑠 ⁄𝑥 × √ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅̅̅2
(3)
√∑(𝑥−𝑥) 𝑛×∑(𝑥−𝑥)

Em que,
𝑦
𝑠 ⁄𝑥 , corresponde ao desvio padrão residual;
n, corresponde ao número de réplicas;
x, corresponde aos valores individuais de concentração

Depois de determinadas as incertezas associadas a cada parâmetro da reta de calibração, a


equação deve ser apresentada do seguinte modo:

𝑦 = (𝑏 ± 𝑡𝑠𝑏)𝑥 + (𝑎 ± 𝑡𝑠𝑎) (4)

Onde t representa o parâmetro da distribuição estatística t de student, para uma


probabilidade de 95% e um determinado número de graus de liberdade igual a n-2, em que n
representa o número de padrões na reta de calibração.
Com base nas expressões mencionadas foram efetuados todos os cálculos tendo-se obtido,
para o corante Bezaktiv Navy S-3G 150% os erros constantes na tabela 6.

Tabela 6. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.

Sb Sa

0,06 0,002

Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Navy S-3G é:

𝑌 = (59,69 ± 0,17)𝑥 + (0,0004 ± 0,0007

46
1.1.2 Bezaktiv Red S-3B 150%

Traçaram-se os espetros de absorção no visível das soluções padrão e compilou-se a


absorvância no comprimento de onda de absorção máxima deste corante (v) para as diferentes
concentrações (tabela 7).
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante vermelho
nos comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes azul ( v-az) e
amarelo (v-am). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do sistema de
três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante vermelho nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante azul e corante amarelo (tabela 7).

Tabela 7. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv red
S-3B 150%, no seu comprimento de onda de absorção máxima (542 nm), no comprimento de onda de
absorção máxima do corante azul (608 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante
amarelo (418 nm).

Absorvância
Concentração (%) 608 nm 542 nm 418 nm
0 0,000 0,000 0,000
0,00075 0,000 0,000 0,000
0,0015 0,000 0,03 0,004
0,003 0,001 0,061 0,009
0,006 0,002 0,121 0,019
0,015 0,005 0,243 0,039

Com os dados da tabela 7, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função da


concentração para todos os comprimentos de onda (gráfico 3).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante vermelho (v) no seu

47
comprimento de onda de absorção máxima (542 nm) e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante amarelo (v-am) (418 nm).

0,7

0,6

0,5
y = 40,071x + 0,0007
R² = 1
0,4
Abs

0,3 418 nm

0,2 542 nm
y = 6,7735x - 0,001
R² = 0,9998
0,1

0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016
-0,1
Concentração (%)

Gráfico 3. Reta de calibração do corante Bezaktiv Red S-3B 150% no seu comprimento de onda de
absorção máxima (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (418
nm).

Traçou-se também o gráfico de absorvância em função da concentração no comprimento de


onda de absorção máxima do corante azul (608 nm) mas como os valores das absorvâncias
obtidos foram muito baixas, não foi possível obter uma reta com um bom coeficiente de
correlação pelo método dos mínimos quadrados.
Assim sendo, calculou-se o coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no
comprimento de onda da absorção máxima do corante azul (v-az) por aplicação da Lei de Beer a
partir dos dados para a solução de 0,015% (tabela 8).

48
Tabela 8. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no seu comprimento de
onda de absorção máxima (az), no comprimento de absorção máxima do corante azul (v-az) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (v-am).

Comprimento de onda (nm)  (g cm cm )


-1 3 -1

v-az 608 0,3333

v 542 40,071

v-am 418 6,7735

Tabela 9. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.

Sb Sa

8,778 0,036

Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Red S-3B 150% é:

𝑌 = (40,07 ± 24,40)𝑥 + (0,0007 ± 0,1055)

1.1.3. Bezaktiv Yellow S-3R 150%

Traçaram-se os espetros de absorção no visível das soluções padrão e compilou-se a


absorvância no comprimento de onda de absorção máxima deste corante (am) para as diferentes
concentrações.
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante amarelo
nos comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes azul (am-az) e
vermelho (am-v). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do sistema
de três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante amarelo nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante azul e corante vermelho (tabela 10).

49
Tabela 10. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
yellow S-3R 150%, no seu comprimento de onda de absorção máxima (418 nm), no comprimento de
onda de absorção máxima do corante azul (608 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante vermelho (542 nm).

Absorvância
Concentração (%) 608 nm 542 nm 418 nm
0 0,000 0,000 0,000
0,00075 0,000 0,001 0,028
0,0015 0,000 0,001 0,058
0,003 -0,001 0,003 0,115
0,006 0,000 0,007 0,234
0,015 0,000 0,02 0,593

Com estes dados, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função da


concentração para todos os comprimentos de onda (gráfico 4).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante amarelo (am) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (418 nm), e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (am-v) (542 nm).

50
0,7

0,6 y = 39,593x - 0,0019


R² = 1
0,5

0,4
418 nm
Abs

0,3
542 nm
0,2
y = 1,35x - 0,0006
0,1 R² = 0,995

0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016
-0,1
Concentração (%)

Gráfico 4. Reta de calibração do corante Bezaktiv yellow S-3R 150% no seu comprimento de onda de
absorção máxima (418 nm), e no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (542
nm).
Traçou-se também o gráfico de absorvância em função da concentração no comprimento de
onda de absorção máxima do corante azul (am-az) (609 nm) mas como os valores das
absorvâncias obtidos foram muito baixas, não foi possível obter uma reta com um bom
coeficiente de correlação pelo método dos mínimos quadrados.
Assim sendo, calculou-se o coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no
comprimento de onda da absorção máxima do corante azul (am-az) por aplicação da Lei de Beer a
partir dos dados para a solução de 0,015 % (tabela 11).

Tabela 11. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no comprimento de onda de
absorção máximo do corante azul (am-az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (am-v) e no seu comprimento de onda de absorção máxima (am).

Comprimento de onda (nm)  (g cm cm )


-1 3 -1

am-az 608 0,067

am-v 542 1,35

am 418 39,59

51
Tabela 12. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração

Sb Sa

8,673 0,036

Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Yellow S-3R 150% é:

𝑌 = (39,59 ± 24,02)𝑥 + (0,002 ± 0,0010)

1.1.4. Bezaktiv Blue S-GLD 150%

Traçaram-se os espetros de absorção no visível das soluções padrão e compilou-se a


absorvância no comprimento de onda de absorção máxima deste corante (az) para as diferentes
concentrações (tabela 13).
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante azul nos
comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes vermelho (az-v) e
amarelo (az-am). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do sistema
de três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante azul nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante vermelho e corante amarelo (tabela 13).

52
Tabela 13. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Blue S-GLD 150% no seu comprimento de onda de absorção máxima (608 nm), no comprimento de onda
de absorção máxima do corante vermelho (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante amarelo (418 nm).

Absorvância
Concentração (%) 608 nm 542 nm 418 nm
0 0,000 0,000 0,000
0,0005 0,010 0,000 -0,001
0,001 0,019 0,005 0,000
0,002 0,039 0,01 0,003
0,004 0,075 0,02 0,006
0,01 0,184 0,038 0,018

Com os dados da tabela 13, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função
da concentração para todos os comprimentos de onda (gráfico 5).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante azul (az) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (608 nm) e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (az-v) (542 nm).

53
0,2
0,18
0,16 y = 18,349x + 0,001
R² = 0,9999
0,14
0,12
y = 9,162x + 0,0008
Abs

0,1
R² = 0,9997 608 nm
0,08
542 nm
0,06
0,04
0,02
0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012
Concentração (%)

Gráfico 5. Reta de calibração do corante Bezaktiv Blue S-GLD 150% no seu comprimento de onda de
absorção máximo (608 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (542
nm).

Traçou-se também o gráfico de absorvância em função da concentração no comprimento de


onda de absorção máxima do corante amarelo (418 nm) mas como os valores das absorvâncias
obtidos foram muito baixos, não foi possível obter uma reta com um bom coeficiente de
correlação pelo método dos mínimos quadrados.
Assim sendo, calculou-se o coeficiente de absortividade molar do corante azul no
comprimento de onda da absorção máxima do corante amarelo (az-am) por aplicação da Lei de
Beer a partir dos dados para a solução de 0,01% (tabela 14).

Tabela 14. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante azul no seu comprimento onda de
absorção máxima (az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (az-v) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (az-am).

Comprimento de onda (nm)  (g cm cm )


-1 3 -1

az 608 18,35

az-v 542 9,16

az-am 418 1,80

54
Tabela 15. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.

Sb Sa

0,1108 0,0005

Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Blue S-GLD 150% é:

𝑌 = (18,35 ± 0,31)𝑥 + (0,0008 ± 0,0004)

Considerando os resultados apresentados, fez-se a compilação dos valores de coeficiente de


absortividade molar nos diferentes comprimentos de onda de absorção máxima na tabela 16 e
17. De salientar que os valores relativos à 16 diferem da tabela 17 uma vez que é utilizado o
corante Bezaktiv Navy S-3G 150% para a cor azul marinho, e na tabela 16 o corante Bezaktiv
Blue S-GLD 150% para as cores bordeaux e vermelho, respetivamente.

Tabela 16. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv S (para a cor azul marinho).

no az no ver no am


az 59,69 --------- az-v 37,10 az-am 13,68
ver 40,07 v-az 0,86 --------- v-am 6,77
am 39,59 am-az 0,067 am-v 1,35 ---------

Tabela 17. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv S (para a cor bordeaux e vermelho).

no az no ver no am


az 12,23 --------- az-v 6,18 az-am 1,80
ver 40,07 v-az 0,33 --------- v-am 6,77
am 39,59 am-az 0,067 am-v 1,35 ---------

55
1.2. Mistura de três corantes – Tricromia

Seguidamente determinou-se a concentração dos corantes, a partir do sistema de três


equações, nas seguintes amostras representativas de fases do processo de tingimento:
 Banho de tingimento
 Banho após tingimento
 Banho após ensaboamento
Considerando os coeficientes de absortividade de cada corante em cada comprimento de
onda de absorção máxima, que constam da tabela 18, calcularam-se as concentrações de cada
corante Caz, Cv e Cam nas amostras tingidas.
As tabelas seguintes apresentam as percentagens de cada corante calculadas em diferentes
fases do processo de tingimento para as cores azul marinho, bordeaux e vermelho quer para os
corantes Bezaktiv S, quer para os Bezaktiv Go. Estes resultados são obtidos com base no ensaio
3, da qual a cor foi aprovada.
O banho de tingimento foi preparado com base nos ensaios 3 (referidos na tabela 3) com
um volume final de 50 ml. Para proceder à leitura da absorvância das soluções foi necessária
uma diluição das mesmas (1:2).

1.2.1. Para a cor Azul Marinho (S)

Tabela 18. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.

Conc (%)

abs a 599 0,661 0,661=59,69*Cnavy+0,87*Cv+0,067*Cam Cnavy= 0,011

abs a 542 0,538 0,538=37,10*Cnavy+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,003

abs a 418 0,373 0,373=13,68*Cnavy+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,005

Tabela 19. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.

Conc (%)

abs a 599 0,106 0,106=59,69*Cnavy+0,87*Cv+0,067*Cam Cnavy= 0,0018

abs a 542 0,112 0,112=37,10*Cnavy+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,0011

abs a 418 0,060 0,060=13,68*Cnavy+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,0007

56
Tabela 20. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no após o ensaboamento.

Conc (%)

abs a 599 0,028 0,028=59,69*Cnavy+0,87*Cv+0,067*Cam Cnavy= 0,0005

abs a 542 0,026 0,026=37,10*Cnavy+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,0002

abs a 418 0,025 0,025=13,68*Cnavy+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,0004

Tabela 21. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância.


Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento

[Navy] 0,66±0,18 0,10±0,09 0,007±0,001

[Red] 0,54±0,08 0,11±0,06 0,006±0,001

[Yellow] 0,37±0,09 0,06±0,03 0,02±0,05

2.2.2. Para a cor Bordeaux (S)

Tabela 22. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.

Conc (%)

abs a 608 0,168 0,168=18,35*Caz+0,33*Cv+0,067*Cam Caz= 0,009

abs a 542 0,518 0,518=6,18*Caz+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,011

abs a 418 0,327 0,327=1,8*Caz+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,006

Tabela 23. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.

Conc (%)

abs a 608 0,014 0,014=18,35*Caz+0,33*Cv+0,067*Cam Caz= 0,0007

abs a 542 0,072 0,072=6,18*Caz+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,0017

abs a 418 0,036 0,036=1,8*Caz+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,0006

57
Tabela 24. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o
ensaboamento.
Conc (%)

abs a 608 0,006 0,006=18,35*Caz+0,33*Cv+0,067*Cam Caz= 0,0003

abs a 542 0,009 0,009=6,18*Caz+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,0002

abs a 418 0,006 0,006=1,8*Caz+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,0002

Tabela 25. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância.


Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento

[yellow] 0,32±0,13 0,036±0,015 0,006±0,003

[Red] 0,51±0,12 0,07±0,04 0,009±0,004

[Blue] 0,17±0,05 0,014±0,009 0,006±0,003

2.2.3. Para a cor Vermelho (S)

Tabela 26. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.

Conc (%)

abs a 608 0,021 0,021=18,35*Caz+0,33*Cv+0,067*Cam Caz= 0,0009

abs a 542 0,467 0,467=6,18*Caz+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,011

abs a 418 0,235 0,235=1,8*Caz+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,004

Tabela 27. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.

Conc (%)

abs a 608 0,004 0,004=18,35*Caz+0,33*Cv+0,067*Cam Caz= 0,0002

abs a 542 0,066 0,066=6,18*Caz+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,0016

abs a 418 0,027 0,027=1,8*Caz+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,0004

58
Tabela 28. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o
ensaboamento.
Conc (%)

abs a 608 0,002 0,002=18,35*Caz+0,33*Cv+0,067*Cam Caz= 0,0001

abs a 542 0,006 0,006=6,18*Caz+40,07*Cv+1,35*Cam Cv= 0,00013

abs a 418 0,002 0,002=1,8*Caz+6,77*Cv+39,59*Cam Cam= 0,00001

Tabela 29. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância.


Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento

[yellow] 0,23±0,01 0,027±0,008 0,004±0,003

[Red] 0,46±0,12 0,06±0,02 0,006±0,003

[Blue] 0,02±0,03 0,004±0,000 0,002±0,002

Da análise dos resultados obtidos para cada banho pode concluir-se que a concentração de
cada corante foi diminuindo, como era expectável pois, por exemplo o banho de lavagem é a
última fase do processo de tingimento que deve garantir que o substrato tingido já está livre de
qualquer corante não fixado na fibra.
Para além disso, também se pode concluir que a proporção dos corantes azul, vermelho e
amarelo que foi determinada em cada banho se mantinha sensivelmente constante pois o
corante azul e vermelho eram aqueles presentes em maior quantidade (considerando que se
travava de um tingimento de uma cor azul marinho, bordeaux e vermelho).
Finalmente, comparando os resultados obtidos para o banho de tingimento e o banho após
tingimento, confirmou-se que uma grande quantidade dos três corantes ainda existe no banho
após tingimento e que será desperdiçada e despejada no efluente. Esta situação é
particularmente grave nos casos dos tingimentos das cores escuras, que requerem uma grande
concentração de corante no banho. Este facto apresenta consequências graves em termos
económicos para a empresa e para o meio ambiente.

59
3. Estudo com corantes reativos Bezaktiv GO

No caso dos corantes reativos Bezaktiv GO, o procedimento foi o mesmo, alterando apenas
a percentagem de cada corante utilizado necessária à reprodução da cor (azul marinho,
bordeaux e vermelho).
O objetivo é comprovar que estes são efetivamente mais sustentáveis em termos de
percentagem de corante que é utilizada, assim como a água e energia e deste modo tentar
implementar no mercado tingimentos mais sustentáveis de forma a tornar o mundo têxtil amigo
do ambiente.
Neste estudo foram usados os corantes têxteis comerciais denominados por Bezaktiv
GOLDEN YELLOW GO, Bezaktiv RED GO Bezaktiv NAVY GO e Bezaktiv BLUE GO.
Traçou-se o espetro de absorção no visível de cada solução e construiu-se o Espetro de
absorção no visível das soluções mãe dos corantes reativos Bezaktiv GO. Gráfico por
sobreposição das três curvas para melhor visualizar a absorção de uma solução composta pela
mistura dos três corantes, onde também se indica o comprimento de onda máximo de cada
corante.

2 Corantes Bezaktiv Go
navy= 600 nm

1,5

v= 518 nm
am= 409 nm az= 607 nm
1
Abs

0,5

0
350 400 450 500 550 600 650 700

-0,5 Comprimento de onda (nm)

Gráfico 6. Espetro de absorção no visível das soluções mãe dos corantes reativos Bezaktiv GO.

60
Por diluição da solução mãe de cada corante, prepararam-se soluções diluídas e traçou-se o
espetro de absorção no visível de cada uma, determinando a absorvância no respetivo
comprimento de onda de absorção máxima, de modo a traçar a reta de calibração respetiva a
partir do gráfico de absorvância em função da concentração.

2.1 Bezaktiv Navy GO


Traçaram-se os espetros de absorção no visível das soluções padrão e compilou-se a
absorvância no comprimento de onda de absorção máxima deste corante (navy) para as
diferentes concentrações (tabela 30).
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante azul nos
comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes vermelho ( navy-v) e
amarelo (navy-am). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do sistema
de três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante navy nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante vermelho e corante amarelo (tabela 30).

Tabela 30. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Navy GO, no seu comprimento de onda de absorção máxima (600 nm), no comprimento de onda de
absorção máxima do corante vermelho (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante amarelo (409 nm).

Absorvância
Concentração (%) 600 nm 518 nm 409 nm
0 0,000 0,000 0,000
0,001 0,048 0,017 0,01
0,002 0,095 0,033 0,019
0,004 0,188 0,067 0,039
0,008 0,379 0,137 0,083
0,02 0,940 0,342 0,209

Com estes dados, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função da


concentração para todos os comprimentos de onda (gráfico 7).

61
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante navy (navy) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (600 nm), no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (navy-v) (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima
do corante amarelo (navy-am) (409 nm)

1
y = 46,992x + 0,0009
0,8 R² = 1

0,6 600 nm
y = 17,129x - 0,0006
R² = 1
Abs

0,4 409 nm
518 nm
0,2
y = 10,497x - 0,0012
R² = 0,9998
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
-0,2
Concentração (%)

Gráfico 7. Reta de calibração do corante Bezaktiv Navy GO no seu comprimento de onda de absorção
máximo (600 nm), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (518 nm) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409 nm).

Tabela 31. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante navy no seu comprimento onda de
absorção máxima (navy), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (navy-v) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (navy-am).

Comprimento de onda (nm)  (g cm cm )


-1 3 -1

navy 600 46,99

navy-v 518 17,13

navy-am 409 10,49

Com base nas expressões mencionadas foram efetuados todos os cálculos tendo-se obtido,
para o corante Bezaktiv Navy GO os erros constantes na tabela 32.

62
Tabela 32. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.

Sb Sa

0,0779 0,0006

Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Navy Go é:

𝑌 = (46,99 ± 0,20)𝑥 + (0,0009 ± 0,0016)

2.2 Bezaktiv Red GO

Traçaram-se os espetros de absorção no visível das soluções padrão e compilou-se a


absorvância no comprimento de onda de absorção máxima deste corante (v) para as diferentes
concentrações (tabela 33).
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante
vermelho nos comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes azul
(v-az) e amarelo (v-am). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do
sistema de três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante vermelho nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante azul e corante amarelo (tabela 33).

63
Tabela 33. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv Red
GO, no seu comprimento de onda de absorção máxima (518 nm), no comprimento de onda de absorção
máxima do corante azul (607 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo
(409 nm).

Absorvância
Concentração (%) 607 nm 518 nm 409 nm
0,000 0,000 0,000 0,000
0,0015 0,000 0,05 0,007
0,003 0,000 0,102 0,016
0,006 0,001 0,204 0,034
0,012 0,003 0,409 0,073
0,03 0,008 1,002 0,183

Com estes dados, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função da


concentração para todos os comprimentos de onda (gráfico 8).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante vermelho (v) no seu
comprimento de onda de absorção máxima (518 nm) e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante amarelo (v-am) (409 nm).

64
1,2
y = 33,411x + 0,0022
1
R² = 0,9999
0,8
Abs 0,6
518 nm
0,4
y = 6,1559x - 0,0017 409 nm
0,2 R² = 0,9998

0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
-0,2
Concentração (%)

Gráfico 8. Reta de calibração do corante Bezaktiv Red GO no seu comprimento de onda de absorção
máxima (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409 nm).

Traçou-se também o gráfico de absorvância em função da concentração no comprimento de


onda de absorção máxima do corante azul (607 nm) mas como os valores das absorvâncias
obtidos foram muito baixas, não foi possível obter uma reta com um bom coeficiente de
correlação pelo método dos mínimos quadrados.
Assim sendo, calculou-se o coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no
comprimento de onda da absorção máxima do corante azul (v-az) por aplicação da Lei de Beer a
partir dos dados para a solução de 0,03% (tabela 34).

Tabela 34. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no seu comprimento de
onda de absorção máxima (az), no comprimento de absorção máxima do corante azul (v-az) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (v-am).

Comprimento de onda (nm)  (g cm cm )


-1 3 -1

v-az 607 0,267

v 518 33,411

v-am 409 6,156

65
Tabela 35. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.

Sb Sa

0,1448 0,0018

Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Red GO é:

𝑌 = (33,41 ± 0,37)𝑥 + (0,002 ± 0,004)

2.3 Bezaktiv Golden Yellow GO

Traçaram-se os espetros de absorção no visível das soluções padrão e compilou-se a


absorvância no comprimento de onda de absorção máxima deste corante (am) para as diferentes
concentrações (tabela 36).
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante amarelo
nos comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes azul (am-az) e
vermelho (am-v). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do sistema
de três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante amarelo nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante azul e corante vermelho (tabela 36).

66
Tabela 36. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Golden yellow GO, no seu comprimento de onda de absorção máxima (409 nm), no comprimento de
onda de absorção máxima do corante azul (607 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante vermelho (518 nm).

Absorvância
Concentração (%) 607 nm 518 nm 409 nm
0,000 0,000 0,000 0,000
0,0015 -0,001 0,001 0,043
0,003 -0,001 0,003 0,089
0,006 0,000 0,007 0,18
0,012 0,001 0,017 0,369
0,03 0,001 0,044 0,924

Com os dados da tabela 36, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em


função da concentração para todos os comprimentos de onda (gráfico 9).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda,
a equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante amarelo (am) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (409 nm), e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (am-v) (518 nm)

67
1
y = 30,885x - 0,0027
0,8 R² = 1

Abs 0,6

0,4 409 nm
518 nm
y = 1,4979x - 0,0011
0,2
R² = 0,9984

0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
-0,2
Concentração (%)

Gráfico 9. Reta de calibração do corante Bezaktiv Golden yellow GO no seu comprimento de onda de
absorção máxima (409 nm), e no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (518
nm).

Traçou-se também o gráfico de absorvância em função da concentração no comprimento


de onda de absorção máxima do corante azul (am-az) (607 nm) mas como os valores das
absorvâncias obtidos foram muito baixas, não foi possível obter uma reta com um bom
coeficiente de correlação pelo método dos mínimos quadrados.
Assim sendo, calculou-se o coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no
comprimento de onda da absorção máxima do corante azul (am-az) por aplicação da Lei de Beer a
partir dos dados para a solução de 0,03 % (tabela 37).

Tabela 37. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no comprimento de onda de
absorção máximo do corante azul (am-az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (am-v) e no seu comprimento de onda de absorção máxima (am).

Comprimento de onda (nm)  (g cm cm )


-1 3 -1

am-az 607 0,03

am-v 518 1,49

am 409 30,88

68
Tabela 38. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.

Sb Sa

0,081 0,001

Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Yellow GO é:

𝑌 = (30,88 ± 0,21)𝑥 + (0,003 ± 0,002

2.4. Bezaktiv Blue GO

Traçaram-se os espetros de absorção no visível das soluções padrão e compilou-se a


absorvância no comprimento de onda de absorção máxima deste corante (az) para as diferentes
concentrações.
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante azul nos
comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes vermelho (az-v) e
amarelo (az-am). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do sistema
de três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante azul nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante vermelho e corante amarelo (tabela 39).

69
Tabela 39. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Blue GO no seu comprimento de onda de absorção máxima (607 nm), no comprimento de onda de
absorção máxima do corante vermelho (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante amarelo (409 nm).

Absorvância
Concentração (%) 607 nm 518 nm 409 nm
0,000 0,000 0,000 0,000
0,001 0,032 0,008 0,001
0,002 0,064 0,018 0,004
0,004 0,128 0,036 0,01
0,008 0,26 0,075 0,024
0,02 0,647 0,188 0,064

Com os dados da tabela 39, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função
da concentração para todos os comprimentos de onda (grágico 10).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante azul (az) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (607 nm) e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (az-v) (518 nm).

70
0,7
y = 32,384x - 0,0004
0,6 R² = 1
0,5 607 nm
518 nm
0,4
409 nm
Abs

0,3 y = 9,4439x - 0,0009


R² = 0,9999
0,2
y = 3,2766x - 0,0019
0,1
R² = 0,9981
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
-0,1
Concentração (%)

Gráfico 10. Reta de calibração do corante Bezaktiv Blue GO no seu comprimento de onda de absorção
máximo (607 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (518 nm) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409 nm).

Tabela 40. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante azul no seu comprimento onda de
absorção máxima (az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (az-v) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (az-am).

Comprimento de onda (nm)  (g cm cm )


-1 3 -1

az 607 3,27

az-v 518 9,44

az-am 409 32,38

Tabela 41. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.

Sb Sa

0,0552 0,0004

71
Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Blue GO é:

𝑌 = (32,38 ± 0,14)𝑥 + (0,0004 ± 0,0001)


Considerando os resultados apresentados, fez-se a compilação dos valores de coeficiente de
absortividade molar nos diferentes comprimentos de onda de absorção máxima na tabela 42 e
43. De salientar que os valores relativos à tabela 42 diferem da tabela 43 uma vez que é
utilizado o corante Bezaktiv Navy GO para a cor azul marinho, e na tabela 43 o corante Bezaktiv
Blue GO para as cores bordeaux e vermelho, respetivamente.

Tabela 42. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv Go ( para a cor azul marinho).

no az no ver no am


az 46,99 --------- az-v 17,1 az-am 10,49
ver 33,41 v-az 0,27 --------- v-am 6,15
am 30,88 am-az 0,03 am-v 1,49 ---------

Tabela 43. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv Go (para a cor bordeaux e vermelho).
no az no ver no am
az 32,38 --------- az-v 9,44 az-am 3,27
ver 33,41 v-az 0,27 --------- v-am 6,15
am 30,88 am-az 0,03 am-v 1,49 ---------

2.5. Mistura de três corantes– Tricromia

Seguidamente determinou-se a concentração dos corantes, a partir do sistema de três


equações, nas seguintes amostras representativas de fases do processo de tingimento:
 Banho de tingimento
 Banho após tingimento
 Banho após ensaboamento

72
Considerando os coeficientes de absortividade de cada corante em cada comprimento de
onda de absorção máxima, que constam da tabela 44, calcularam-se as concentrações de cada
corante Caz, Cv e Cam nas amostras recebidas.
O banho de tingimento foi preparado com base nos ensaios 3 (referidos na tabela 3) com
um volume final de 50 ml. Para proceder à leitura da absorvância das soluções foi necessária
uma diluição das mesmas (1:3).

2.5.1. Para a cor Azul Marinho GO

Tabela 44. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.

Conc (%)

abs a 600 0,476 0,476=46,99*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Cnavy= 0,010

abs a 518 0,283 0,283=17,10*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,003

abs a 409 0,315 0,315=10,49*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,006

Tabela 45. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.

Conc (%)

abs a 600 0,014 0,014=46,99*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Cnavy= 0,0003

abs a 518 0,008 0,008=17,10*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,00008

abs a 409 0,012 0,012=10,49*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,0002

Tabela 46. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.

Conc (%)

abs a 600 0,008 0,008=46,99*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Cnavy= 0,0001

abs a 518 0,004 0,004=17,10*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,00003

abs a 409 0,005 0,005=10,49*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,00009

73
Tabela 47. Cálculo da incerteza associada à medição.
Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento

[Navy] 0,47±0,13 0,014±0,007 0,004±0,002

[Red] 0,28±0,08 0,008±0,005 0,005±0,001

[Yellow] 0,31±0,10 0,012±0,007 0,008±0,002

2.5.2. Para a cor Bordeaux GO

Tabela 48. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.

Conc (%)

abs a 607 0,253 0,253=32,3*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Caz= 0,008

abs a 518 0,557 0,557=9,44*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,014

abs a 409 0,494 0,494=3,27*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,012

Tabela 49. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.

Conc (%)

abs a 607 0,010 0,010=32,3*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Caz= 0,0003

abs a 518 0,021 0,021=9,44*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,00053

abs a 409 0,015 0,015=3,27*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,00035

Tabela 50. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.

Conc (%)

abs a 607 0,006 0,006=32,3*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Caz= 0,0001

abs a 518 0,010 0,010=9,44*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,0002

abs a 409 0,007 0,007=3,27*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,0001

74
Tabela 51. Cálculo da incerteza associada à medição.
Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento

[yellow] 0,25±0,02 0,010±0,001 0,006±0,003

[Red] 0,55±0,06 0,015±0,003 0,007±0,003

[Blue] 0,49±0,06 0,021±0,002 0,010±0,005

2.5.3. Para a cor Vermelho GO

Tabela 52. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.

Conc (%)

abs a 607 0,013 0,013=32,3*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Caz= 0,0003

abs a 518 0,490 0,490=9,44*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,014

abs a 409 0,306 0,306=3,27*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,007

Tabela 53. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.

Conc (%)

abs a 607 0,002 0,002=32,3*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Caz= 0,00006

abs a 518 0,018 0,018=9,44*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,0005

abs a 409 0,014 0,014=3,27*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,0003

Tabela 54. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.

Conc (%)

abs a 607 0,001 0,001=32,3*Caz+0,27*Cv+0,03*Cam Caz= 0,00003

abs a 518 0,009 0,009=9,44*Caz+33,41*Cv+1,49*Cam Cv= 0,0003

abs a 409 0,004 0,004=3,27*Caz+6,15*Cv+30,88*Cam Cam= 0,00008

75
Tabela 55. Cálculo da incerteza associada à medição.
Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento

[yellow] 0,013±0,002 0,001±0,001 0,002±0,002

[Red] 0,49±0,20 0,012±0,002 0,004±0,002

[Blue] 0,31±0,13 0,014±0,005 0,004±0,002

Da análise dos resultados obtidos para cada banho pode concluir-se que a concentração de
cada corante foi diminuindo, como era expectável pois, por exemplo o banho de lavagem é a
última fase do processo de tingimento que deve garantir que o tecido tingido já está livre de
qualquer corante não incorporado na fibra.
Finalmente, comparando os resultados obtidos para o banho de tingimento e o banho após
tingimento, confirmou-se que uma grande quantidade dos três corantes ainda existe no banho
após tingimento e que será desperdiçada e despejada no efluente. Esta situação é
particularmente grave nos casos dos tingimentos das cores escuras, que requerem uma grande
concentração de corante no banho. Este facto apresenta consequências graves em termos
económicos para a empresa e para o meio ambiente.

De acordo com os resultados apresentados anteriormente, apresento uma tabela resumo


para a cor azul marinho no processo de ensaboamento de modo a comprovar a diferença entre
as duas de gamas de corantes e comprovar cientificamente que a percentagem de corante
emitida para o efluente é menor utilizando corantes Bezaktiv GO.

Tabela 56. Tabela resumo da percentagem de corante no processo de ensaboamento.


Ensaboamento Corante
Bezaktiv Navy S-3B 150 % Bezaktiv Navy GO
(%) de corante azul 0,0005 0,0001
(%) de corante vermelho 0,0002 0,00003
(%) de corante amarelo 0,0004 0,00009

76
No final do processo de ensaboamento, é possível verificar que efectivamente a
percentagem de corante que emerge para o efluente é maior utilizando tingimentos com
corantes reativos standard do que se utilizássemos corantes reativos ecológicos.

3. Ensaios de solidez

Os ensaios de solidez permitem garantir ao cliente que são cumpridos parâmetros


importantes para a utilização futura dos têxteis e que permitem o controlo de qualidade do artigo
que posteriormente será posto à venda.
Um dos parâmetros mais exigidos pelo cliente são os ensaios de solidez à lavagem e a
solidez à luz. Durante este trabalho foram efetuados vários testes tais como os testes de solidez
à fricção a seco/húmido, ao suor alcalino/ácido e à água.
Na sequência dos tingimentos efetuados, as amostras foram submetidas a ensaios de
solidez, segundo as normas já referidas, de forma a garantir a qualidade das mesmas. Devido ao
elevado número de resultados, optei por apresentar a mais relevantes mas também a mais
exigida pelo cliente.
A cor escolhida foi um azul marinho, por ser uma cor escura, frequentemente tingida e pelo
fato de muitas vezes apresentar níveis de solidez à luz mais baixos.

77
3.1. Solidez dos tintos das malhas à lavagem

Teste no qual é avaliado o manchamento sobre o tecido testemunho com auxílio da escala
de cinzentos e avaliação da alteração da cor (figura 15).

Figura 13. Teste de solidez à lavagem no processo de tingimento utilizando corantes Bezaktiv Navy S-3G
150% (esquerda) e Bezaktiv Navy GO (direita).

De acordo com a figura 13, os resultados obtidos permitem constatar que não houve uma
alteração substancial da cor e que em termos de solidez ambos se apresentam semelhantes, ou
seja, poderíamos atribuir na escala de cinzentos um (4/5) para qualquer substrato. De salientar
que este grau baseia-se na comparação com as escalas de cinzentos já apresentadas
anteriormente na introdução.

3.2. Solidez dos tintos das malhas à luz

A solidez à luz determina o efeito da cor de todos os tipos de têxteis quando estes são
expostos à luz artificial, sob condições controladas. É avaliada a mudança de cor da amostra
teste com os materiais de referências usados.

78
Tabela 57. Realização dos ensaios de solidez dos tintos à luz.

De acordo com a tabela 57 é claramente vísvel a comparação da área mais à direita que
não foi exposta à luz, com a área adjacente que correspondeu a uma exposição de cerca de 14
dias.
As várias áreas corresponderam a diferentes horas de exposição à luz, e daí a notória
diferença de cor.
De um modo geral, com a exceção do bordeaux de o vermelho, podemos concluir que em
termos de solidez à luz, ambas as gamas se encontram semelhantes e com bons níveis de
solidez.

79
4. Outras tarefas desenvolvidas

Durante este percurso também foram desenvolvidos outros trabalhos, para uma melhor
perceção do funcionamento e dinâmica da empresa.
A TCC tem um laboratório físico que apoia ao desenvolvimento de cores, processos de
estamparia e controlo de qualidade dos artigos no que respeita aos mais diversos parâmetros
solicitados pelo cliente.
A pedido do cliente, é rececionada a cor (amostra padrão) na qual são efectuados os
seguintes passos:

a) Leitura no colorímetro: após a calibração do colorímetro, é feita a leitura da cor e este


dá-nos a receita para o primeiro ensaio de cor.
b) Se necessário, o substrato que é fornecido pelo cliente, passa por uma preparação
(lavagem) de modo a que este consiga absorver todo o corante. Normalmente este
procedimento a ser realizado é indicado pelo cliente.
c) A amostra é tingida na máquina de tingimento, de acordo com a receita incial, é
ensaboada e seca. De salientar que a cor só pode ser comparada com a amostra
padrão quando estiver totalmente seca e fria.
d) Após este processo, compara-se a amostra padrão do cliente com a amostra tingida na
caixa de luz. Dificilmente se consegue obter uma cor semelhante num primeiro ensaio.
e) Após a comparação na caixa de luz, repete-se o mesmo procedimento, ajustando a cor
(percentagens de amarelo, azul e vermelho) com auxílio do colorímetro, e repete-se o
mesmo procedimento.

Posto isto, após várias tentativas, a cor é obtida, efetuam-se os relatórios com as devidas
receitas e no final a cor segue para o cliente após ser aprovada, onde será efetuado o tingimento
em larga escala na produção.
Este processo permitiu-me desenvolver diversas cores para os clientes, obter
conhecimentos, ultrapassar obstáculos, como também realizar visitas às produções das
empresas de modo a conseguir superar dificuldades e tornar este estágio como uma
aprendizagem geral do mundo do têxtil.

80
Em termos de substratos, foi realizada uma grande variedade de tingimentos utilizando
diferentes gamas de corantes (cuba, diretos, dispersos, ácidos, etc) em diferentes substratos
como, por exemplo, felpo 100% algodão, lá, poliéster e misturas de substratos.
Em termos de tipos de tingimento, também tive oportunidade de aprender novas técnicas
como por exemplo o cold padbatch que é um método semicontínuo que permite tingir a frio e
envolve um tempo adicional de maturação em fibra. Existem certas empresas clientes da TCC
que apenas efetuam este método de tingimento.
Em termos de preparação da malha, sempre que necessária, envolvia uma lavagem de 45
min usando uma receita com sabão, peróxido de hidrogénio, soda caústica e estabilizador de
peróxido.
Nos últimos três meses, foi-me proposto obter formação no que diz respeito aos processos
de estamparia. Hoje tornei-me responsável pela parte de estampagem de artigos, todavia
continuarei a obter a formação necessária.

81
CAPÍTULO 3. PARTE EXPERIMENTAL
1. Materiais e métodos

Neste sub-capítulo serão descritos todos os produtos auxiliares e corantes, com os


respetivos fornecedores, usados na realização deste trabalho assim como todos os métodos e
diagramas de temperaturas aplicados nos diferentes tingimentos.
Para que a análise do processo de tingimento pudesse ser levada a cabo, primeiro foi
necessário determinar as curvas de calibração para cada corante.
Em todos os testes efetuados usou-se malha jersey (100% algodão), preparada com
meia branqueação fornecida pela empresa.
Para os testes de controlo de qualidade, usaram-se testemunhos de multifibra de acordo
com a norma BS EN ISO 105F10.
A avaliação dos desvios de cor entre todos os processos de acabamento em comparação
com o lab-dip foi realizada através de métodos espetrofotométricos, utilizando o espetrofotómetro
Datacolor 650 da marca Datacolor.
Durante os meses de fevereiro e março foram recolhidas amostras, desde o banho antes
de tingir até aos processos finais de ensaboamento por espectroscopia de absorção no visível.
As informações que podem ser recolhidas por este tipo de sistemas de monitorização do
banho de tingimento, com relevância do ponto de vista prático são:
 Concentração dos corantes que constituem a solução de tingimento esgotamento
 Temperatura
 pH
 Condutividade
 Taxa de Strike (velocidade máxima de esgotamento)
 Temperatura de Strike (temperatura à qual se regista a velocidade de tingimento
máxima).
Entre estes atributos, a concentração de corante, a temperatura, pH e condutividade são
diretamente medidos pelo sistema, sendo as restantes informações deduzidas a partir dessas
medições18.

83
Tabela 58. Corantes e respetivos grupos reativos usados nos tingimentos reativos a 60 °C.
Produtos Grupo Reativo Fornecedor

Tuebingen Chemical Company,


Bezaktiv Yellow S-3R 150 Bifuncional
S.A.

Tuebingen Chemical Company,


Bezaktiv Red S-3B 150 Bifuncional
S.A.

Tuebingen Chemical Company,


Bezaktiv Navy S-3G Bifuncional
S.A.

Tuebingen Chemical Company,


Bezaktiv Blue S-GLD 150 Bifuncional
S.A.

E
100

90

80

70
A B (dos. 20 C (dos. 45 min.) 60 min.
60
D
°C

50

40

30

20

10

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

min.

Gráfico 11. Gráfico de tingimento com corantes reativos Bezaktiv S a 60°C19.

84
Tabela 59. Corantes e respetivos grupos reativos usados nos tingimentos reativos a 40 °C.
Produtos Grupo Reativo Fornecedor

Tuebingen Chemical Company,


Bezaktiv Golden Yellow Go Bifuncional
S.A.

Tuebingen Chemical Company,


Bezaktiv Red Go Bifuncional
S.A.

Tuebingen Chemical Company,


Bezaktiv Navy Go Bifuncional
S.A.

Tuebingen Chemical Company,


Bezaktiv Blue Go Bifuncional
S.A.

100

90

80

70

60

°C 50
A B (dos. 20 min.) C (dos. 45 min.) 60 min. D E
40

30

20

10

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

min.

Gráfico 12. Gráfico de tingimento com corantes reativos Bezaktiv Go a 40°C20.

85
Tabela 60. Auxiliares utilizados no processo de tingimento de corantes reativos.
Intervalos de
Quantidades Unidade Auxiliares do processo
tempo (min)
1.0 g/l SARABID MIP
A
x g/l Sal

B x % BEZAKTIV

5 g/l Carbonato de sódio


C
x ml/l Soda cáustica 38°Bé

D 0,5 ml/l Ácido acético 80%

E 1.0 g/l COTOBLANC SEL

A tabela 60 indica as várias etapas do processo de tingimento, que estão de acordo com o
gráfico 11 e 12.
As quantidades de sal e soda cáustica dependem da concentração de corante, e estas
quantidades estão definidas numa tabela disponibilizada pelo fornecedor.

2. Aspetos gerais

As soluções foram preparadas em balões volumétricos de volume adequado em água da


destilada, pois o tingimento é efetuado num laboratório químico de pequena escala. A cor é
tingida, posteriormente aprovada e finalmente levada para a produção.
O equipamento usado para obter os espetros de absorção no visível foi um espetrofotómetro
Shimadzu UV/2501PC com células de quartzo com percurso óptico standard de 1 cm.

2.1. Traçado das retas de calibração

- No espetrofotómetro de absorção no visível, traçou-se o espetro de absorção entre 350 e 700


nm das soluções padrão mãe e diluídas preparadas.
- Para cada corante, copiou-se os dados brutos obtidos para um ficheiro excel e registou-se o
comprimento de onda de absorção máxima para cada corante (az, v, am).

86
- Para cada corante e a cada comprimento de onda máximo, traçou-se o gráfico de absorvância
(yy) em função da concentração (xx).
- Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se a equação da reta que melhor se ajustava
aos pontos experimentais.
Os coeficientes de absortividade molar dos diferentes corantes (az, v, am, az-v, az-am, v-az, v-am, am-az,
am-v) foram obtidos de duas maneiras: nos casos em que a reta apresentava um coeficiente de
correlação elevado (r2> 0.99), o declive da reta corresponde ao coeficiente de absortividade do
corante nesse comprimento de onda. Nos outros casos, o coeficiente de absortividade foi obtido
pela aplicação direta da Lei de Beer com os dados da solução padrão mais concentrada.
- Através dum sistema de três equações lineares, e considerando os coeficientes de
absortividade de cada corante em cada comprimento de onda de absorção máxima, calculou-se
as concentrações de cada corante Caz, Cv e Cam em cada mistura.
No az, será: Amistura = az  Caz + v-az  Cv + am-az  Cam
No v, será: Amistura = az-v  Caz + v  Cv + am-v  Cam
No am, será: Amistura = az-am  Caz + v-am  Cv + am  Cam

87
CAPÍTULO 4. CONCLUSÕES
CONCLUSÕES

Este estudo permitiu concluir com base nos dados obtidos que os corantes reativos
Bezaktiv S, que embora os mais comercializados e utilizados no mercado têxtil, devido ao seu
baixo custo, não são efetivamente os mais amigos do ambiente.
Comprova-se que a percentagem de corante utilizada para o tingimento, por exemplo de
um azul marinho é bastante superior à percentagem utilizada com corantes Bezaktiv Go.
Relativamente ao estudo, pode concluir-se que foi possível quantificar os corantes
através da espectroscopia de absorção no visível, com bastante rigor. Relativamente ao estudo
com as amostras de tingimentos a análise dos resultados obtidos para cada banho pode
concluir-se que a concentração de cada corante foi diminuindo, como era expectável pois, por
exemplo o último banho de lavagem é a última fase do processo de tingimento que deve garantir
que substrato tingido já está livre de qualquer corante não fixado na fibra. Também se pode
concluir que a proporção dos corantes azul, vermelho e amarelo que foi determinada em cada
banho se mantinha sensivelmente constante.
Comparando os resultados obtidos para o banho de tingimento, o banho após
tingimento, e ensaboamento confirma-se que uma grande quantidade dos três corantes ainda
existe no banho após tingimento e que será desperdiçada e despejada no efluente. Todavia,
fazendo a comparação da concentração de corantes da gama S com corantes da gama Go,
verifica-se que a quantidade que é despejada para o efluente é consideravelmente superior
utilizando a gama S. Isto que comprova que apesar do custo dos corantes da gama Go serem
relativamente superiores, poderão ser um auxílio para a empresas em termos ambientais. Nos
dias de hoje torna-se cada vez mais importante que o mundo têxtil seja um mundo amigo do
ambiente, reduzindo deste modo a quantidade de cor que flui para os cursos de água.
Esta situação é particularmente grave nos casos dos tingimentos das cores escuras
(como azul marinho) que requerem uma grande concentração de corante no banho. Este facto
apresenta consequências graves em termos económicos para a empresa e para o meio
ambiente.
Durante o desenvolvimento deste projeto, e com auxílio de uma aplicação (Sustainable
dyeing), fornecido pela empresa CHT que permitiu com base nas receitas utilizadas para o
tingimento das cores azul marinho, bordeaux e vermelho, comparar os custos quando se
utilizam corantes convencionais (Standard) e os corantes Bezaktiv Go.

89
Fazendo uma análise geral, os custos de água e energia são cerca de 20% inferiores se
utilizássemos corantes ditos sustentáveis. No final do processo, relativamente ao tempo, à
produtividade e ao custo do processo os valores rodam sensivelmente 317 euros para os
corantes standard e para os corantes Bezaktiv Go cerca de 180 euros.
Em termos de controlo de qualidade, podemos concluir que quer os Bezaktiv S, quer os
Bezaktiv Go, apresentam níveis de solidez bastante semelhantes. Um cliente que pretenda
utilizar uma gama de corantes mais sustentáveis, vê garantido níveis de solidez favoráveis, que
lhe permitem oferecer qualidade e ao mesmo tempo a segurança de que estará a ser
economicamente apoiado e deste modo tornar a sua empresa mais sustentável.
Como perspetiva futura, e dentro deste contexto, o incentivo à pesquisa é primordial no
desenvolvimento de novos corantes capazes de atender às necessidades do fabricante e de
proteção do meio ambiente.
Para tal, o grande triunfo seria a implementação destes corantes com menor consumo
de água, energia, e com extraordinária capacidade de fixação e assim diminuindo as perdas para
o efluente, diminuindo o custo e certamente melhoraria a qualidade do ambiente.

90
Referências bibliográficas

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(1), (pp. 71–78).
[2] Zhao, R. S. (2014). “Modelling, Simulation and Control of the Dyeing Process”. Em R. S.
Zhao, Modelling, Simulation and Control of the Dyeing Process (pp. 154-220). Cambridge, UK:
Woodhead.
[3] Sousa Santos, L. M., Pinheiro, G. M., & da Silva, J. L. (2017), “Análise da repetibilidade e
reprodutibilidade dos resultados de ensaio de cores de tecidos tintos” (pp.3-8).
[4] Lima, A. L. S., Pereira, M. H. G., & Pinto, L. H. P. A. C. (2012). “Corantes sintéticos – a
química das cores. Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis”, (pp. 1–9).
[5] Morães, C. M. (2010), “Estudo da difusão de corantes reativos em tecido de algodão”.
Faculdade de Engenharia Química, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, (pp.
105) Dissertação de Mestrado.
[6] Clark, M. (2011). Handbook of textile and industrial dyeing, volume 1. Em M. Clark,
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[8] Muchinski, C., & Sena, T. V. (2015). “Fibras Têxteis Sustentáveis: algodão colorido e
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[9] Araújo, M. E. M. (2005). “Corantes Naturais para Têxteis – da antiguidade aos tempos
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[10] Reis, C. Z., Revello, J. P., (2008).”Tingimento de fibras de algodão com corantes reativos”,
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[11] Araújo, M. D., & Castro, E. M. (1984). “Manual de Engenharia Têxtil”. Em M. D. Araújo, &
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[13] ISO 105-E01, 2013, Textiles: tests for colour fastness, Colour fastness to water.

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[19] ww.grupornm.pt, consultado em Maio de 2019

[20]https://www.cht.com/cht/web.nsf/id/pa_bezaktiv_go_fokus_en.html?Open&highlight=beza
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