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Ao apresentar este trabalho gostaria de agradecer a todos aqueles que mais diretamente
contribuíram para a sua realização.
À minha irmã, Maria José, um agradecimento muito especial, pelo carinho e apoio incondicional
ao longo destes anos.
Ao grupo RNM, pelo acolhimento, disponibilidade, pelo carinho e pela oportunidade concedida
ao longo deste percurso.
À Doutora Susana Costa, expresso com muito carinho o meu obrigada, pelo seu empenho,
dedicação e disponibilidade na orientação deste trabalho, mas também a sua amizade e
simpatia.
À Engenheira Sofia, pela forma simpática e carinhosa como me acolheu.
Á Anabela, pelo carinho e ajuda prestado ao longo deste percurso.
Aos meus colegas de Laboratório, pela amizade e simpatia que sempre me receberam. Em
especial, ao meu colega Hugo Ferreira pelo apoio e incentivo que contribuíram definitivamente
para o meu sucesso.
Aos meus pais, pelo amor e apoio manifestado ao longo desta vida.
Às minhas sobrinhas, ao meu cunhado pelo amor, ajuda e compreensão durante a realização
deste trabalho.
A ti, Miguel, agradeço o apoio incondicional, o incentivo ao longo deste nosso percurso.
iv
DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE
Declaro ter atuado com integridade na elaboração do presente trabalho académico e confirmo
que não recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização indevida ou falsificação
de informações ou resultados em nenhuma das etapas conducente à sua elaboração. Mais
declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade do Minho.
v
Estudo comparativo de corantes reativos para algodão: gama standard versus ecológica, tingimento,
controlo de qualidade e ensaios de solidez
RESUMO
vi
Estudo comparativo de corantes reativos para algodão: gama standard versus ecológica, tingimento,
controlo de qualidade e ensaios de solidez
ABSTRACT
The objective of this work was to perform a critical analysis of a dyeing process of cotton
with reactive dyes, through its monitoring by indirect methods and, based on the obtained
results, proceed to its optimization.
This work was developed at TCC (Tuebingen Chemical Company, S.A.) belonging to the
RNM group, using BEZAKTIV commercial dyes for the dyeing of 100% cotton jersey. The work
developed allowed the comparison of two reactive dye ranges, called Bezaktiv S and Bezaktiv Go.
Conventional or standard reactive dyes (Bezaktiv S) are the most used in the market,
being bifunctional dyes with a high degree of fixation and an excellent reproducibility. In turn, the
reactive dyes Bezaktiv Go are considered environmentally more sustainable dyes in that they
allow saving energy and water because the dyeing is carried out at low temperatures. With this
economic and ecological range, in principle the discharge of dye to the effluent will also be
smaller. Since both ranges are excellent in the dyeing of several substrates, the objective of the
work was to demonstrate the efficiency of the ecological range when compared to the standard
range, to demonstrate their viability when subjected to different temperatures, to verify their
differences in terms of percentage of dye that is released into the watercourses, but also energy,
water and dye consumption.
Thus, it was intended to test a method of determining the amount of dye present in
various steps of the textile process, namely in the original dye bath, in the bath after dyeing, in
the bath after soaping and in the bath after the final wash. This type of study aimed to prove the
additivity of the Beer Law in the quantification of the dyes present in solution after different stages
of the dyeing process, to evaluate the possibility of using this method to characterize the effluents
of the textile industry and allow a more appropriate treatment of them. During this course other
works were also developed, for a better perception of the function and dynamics of the company.
vii
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS……………………………………………………...……………………………………........iv
RESUMO…………………………………………………………………………………………………………….…..vi
ABSTRACT………………………………………………………………………………………………………..…....vii
ÍNDICE…………………………………………………………………………………………………………………..viii
ÍNDICE DE TABELAS……………………………………………………………………………………………...….xi
ÍNDICE DE FIGURAS…………………………………………………………………………………….…………..xiv
ÍNDICE DE GRÁFICOS…………………………………………………………………………………..……….....xv
CAPÍTULO 1.
1.ENQUADRAMENTO E APRESENTAÇÃO DA EMPRESA…………………………………………………..22
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 18
2.1. A cor ........................................................................................................................... 19
2.2. Corantes e processo de tingimento .............................................................................. 20
2.3. Interações iónicas ........................................................................................................ 21
2.4. Interações deVan der Waals ......................................................................................... 21
2.5. Interações por ponte de Hidrogénio.............................................................................. 21
2.6. Interações covalentes .................................................................................................. 22
3. Principais classes de corantes ............................................................................................ 23
3.1. Corantes Reativos ........................................................................................................ 23
3.2. Corantes de Cuba ........................................................................................................ 23
3.3. Corantes Diretos .......................................................................................................... 24
3.4. Corantes Ácidos .......................................................................................................... 24
3.5. Corantes Básicos ......................................................................................................... 24
3.6. Corantes Dispersos...................................................................................................... 25
4. Processos de tingimento ..................................................................................................... 25
4.1. Tingimento por esgotamento ........................................................................................ 26
4.2. Tingimento reativo ....................................................................................................... 26
5. Química do tingimento ........................................................................................................ 28
5.1. Fatores que influenciam o tingimento ........................................................................... 30
6. Espetrofotometria de absorção no visível ............................................................................. 31
viii
8. Laboratório Químico ........................................................................................................... 33
8.1 Avaliação das cores ...................................................................................................... 34
8.2. Controlo de qualidade .................................................................................................. 34
8.2.1. Solidez dos tintos das malhas à ação da água ....................................................... 36
8.2.2. Solidez dos tintos à ação dos suores ácidos e alcalinos ......................................... 36
8.2.3. Solidez dos tintos à ação da luz............................................................................. 36
8.2.4. Solidez dos tintos à fricção em seco e em húmido ................................................. 36
8.2.5. Solidez dos tintos à lavagem doméstica e industrial ............................................... 37
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 2. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ............................................. 38
1. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .............................................................. 39
1.1. Estudo dos corantes reativos BEZAKTIV S .................................................................... 41
1.1.1. Bezaktiv Navy S-3G 150%...................................................................................... 42
1.1.2 Bezaktiv Red S-3B 150% ........................................................................................ 47
1.1.3. Bezaktiv Yellow S-3R 150% .................................................................................... 49
1.1.4. Bezaktiv Blue S-GLD 150% ................................................................................... 52
1.2. Mistura de três corantes – Tricromia ............................................................................ 56
3. Estudo com corantes reativos Bezaktiv GO................................................................... 60
2.1 Bezaktiv Navy GO ........................................................................................................ 61
2.2 Bezaktiv Red GO ......................................................................................................... 63
2.3 Bezaktiv Golden Yellow GO .......................................................................................... 66
2.4. Bezaktiv Blue GO ......................................................................................................... 69
2.5. Mistura de três corantes– Tricromia ............................................................................. 72
2.5.1. Para a cor Azul Marinho GO .................................................................................. 73
2.5.2. Para a cor Bordeaux GO ....................................................................................... 74
2.5.3. Para a cor Vermelho GO ....................................................................................... 75
3. Ensaios de solidez .............................................................................................................. 77
3.1. Solidez dos tintos das malhas à lavagem...................................................................... 78
3.2. Solidez dos tintos das malhas à luz .............................................................................. 78
CAPÍTULO 3
1. Materiais e métodos ........................................................................................................... 83
2. Aspetos gerais .................................................................................................................... 86
ix
2.1. Traçado das retas de calibração................................................................................... 86
CAPÍTULO 4
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 89
Referências bibliográficas........................................................................................................ 91
x
ÍNDICE DE TABELAS
xi
Tabela 19. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 56
Tabela 20. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no após o ensaboamento.57
Tabela 21. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância. .................................... 57
Tabela 22. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 57
Tabela 23. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 57
Tabela 24. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o
ensaboamento........................................................................................................................ 58
Tabela 25. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância. .................................... 58
Tabela 26. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 58
Tabela 27. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 58
Tabela 28. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o
ensaboamento........................................................................................................................ 59
Tabela 29. Cálculo da incerteza associada à medição da absorvância. .................................... 59
Tabela 30. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Navy GO ................................................................................................................... 61
Tabela 31. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante navy no seu comprimento
onda de absorção máxima (navy), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (navy-v) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (navy-am).... 62
Tabela 32. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 63
Tabela 33. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Red GO. .................................................................................................................... 64
Tabela 34. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no seu
comprimento de onda de absorção máxima (az), no comprimento de absorção máxima do
corante azul (v-az) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (v-am). .. 65
Tabela 35. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 66
Tabela 36. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Golden yellow GO. ..................................................................................................... 67
Tabela 37. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no comprimento de
onda de absorção máximo do corante azul (am-az), no comprimento de onda de absorção máxima
do corante vermelho (am-v) e no seu comprimento de onda de absorção máxima (am)............... 68
Tabela 38. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 69
Tabela 39. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante
Bezaktiv Blue GO. ................................................................................................................... 70
xii
Tabela 40. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante azul no seu comprimento
onda de absorção máxima (az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (az-v) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (az-am). ..... 71
Tabela 41. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração. .............................................. 71
Tabela 42. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv Go ( para a cor azul marinho). .... 72
Tabela 43. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv Go (para a cor bordeaux e
vermelho). .............................................................................................................................. 72
Tabela 44. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 73
Tabela 45. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 73
Tabela 46. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
.............................................................................................................................................. 73
Tabela 47. Cálculo da incerteza associada à medição. ............................................................ 74
Tabela 48. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 74
Tabela 49. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 74
Tabela 50. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
.............................................................................................................................................. 74
Tabela 51. Cálculo da incerteza associada à medição. ............................................................ 75
Tabela 52. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento. . 75
Tabela 53. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
.............................................................................................................................................. 75
Tabela 54. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
.............................................................................................................................................. 75
Tabela 55. Cálculo da incerteza associada à medição. ............................................................ 76
Tabela 56. Tabela resumo da percentagem de corante no processo de ensaboamento. ........... 76
Tabela 57. Realização dos ensaios de solidez dos tintos à luz. ................................................. 79
Tabela 58. Corantes e respetivos grupos reativos usados nos tingimentos reativos a 60 °C. .... 84
Tabela 59. Corantes e respetivos grupos reativos usados nos tingimentos reativos a 40 °C. .... 85
Tabela 60. Auxiliares utilizados no processo de tingimento de corantes reativos. ...................... 86
xiii
ÍNDICE DE FIGURAS
xiv
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Espetro de absorção no visível das soluções mãe dos corantes Bezaktiv S. .............. 42
Gráfico 2. Reta de calibração do corante Bezaktiv Navy S-3G 150% no seu comprimento de onda
de absorção máximo (599 nm), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (418
nm)………………………………………………………………………………………………39
Gráfico 3. Reta de calibração do corante Bezaktiv Red S-3B 150% no seu comprimento de onda
de absorção máxima (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante
amarelo (418 nm). ................................................................................................................. 48
Gráfico 4. Reta de calibração do corante Bezaktiv yellow S-3R 150% no seu comprimento de
onda de absorção máxima (418 nm), e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante vermelho (542 nm). ................................................................................................... 51
Gráfico 5. Reta de calibração do corante Bezaktiv Blue S-GLD 150% no seu comprimento de
onda de absorção máximo (608 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (542 nm). ................................................................................................................ 54
Gráfico 6. Espetro de absorção no visível das soluções mãe dos corantes reativos Bezaktiv GO.60
Gráfico 7. Reta de calibração do corante Bezaktiv Navy GO no seu comprimento de onda de
absorção máximo (600 nm), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho
(518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409 nm). ...... 62
Gráfico 8. Reta de calibração do corante Bezaktiv Red GO no seu comprimento de onda de
absorção máxima (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo
(409 nm). ............................................................................................................................... 65
Gráfico 9. Reta de calibração do corante Bezaktiv Golden yellow GO no seu comprimento de
onda de absorção máxima (409 nm), e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante vermelho (518 nm). ................................................................................................... 68
Gráfico 10. Reta de calibração do corante Bezaktiv Blue GO no seu comprimento de onda de
absorção máximo (607 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409
nm). ....................................................................................................................................... 71
Gráfico 11. Gráfico de tingimento com corantes reativos Bezaktiv S a 60°C. ........................... 84
Gráfico 12. Gráfico de tingimento com corantes reativos Bezaktiv Go a 40°C. ......................... 85
xv
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA E ENQUADRAMENTO
17
2. INTRODUÇÃO
A cor tem um papel importante na nossa vida diária, e no caso dos produtos têxteis, nos
dias de hoje a exigência do cliente é cada vez maior. O processo de tingimento é um dos fatores
fundamentais no sucesso comercial dos produtos têxteis. O tingimento é um processo de
coloração de substratos têxteis mediante a aplicação de corantes capazes de formarem ligações
covalentes com o grupo hidroxilo da fibra celulósica, no caso do algodão, ou de se tornarem
insolúveis no interior da fibra, no caso dos corantes para aplicação no poliéster, por exemplo.
Além do padrão e da cor, o consumidor normalmente exige algumas características básicas do
produto, como por exemplo uma elevada solidez da cor e resistência ao desbotamento após
múltiplas lavagens. Todas as características exigidas pelo cliente estão geralmente descritas num
documento chamado caderno de encargos.
Uma das grandes dificuldades encontradas na indústria têxtil é o tratamento e remoção dos
corantes residuais resultantes dos processos de tingimento. Os corantes são compostos
químicos orgânicos que possuem a propriedade de absorver luz visível seletivamente, razão pela
qual aparecem coloridos, devido à presença de grupos cromóforos tais como os grupos nitro (-
NO2), azo (-N=N-) e carbonilo (-C=O). Os efluentes têxteis caracterizam-se por serem altamente
coloridos, devido à presença de corantes que não se fixam na fibra durante o processo de
tingimento. Esta coloração pode ser detetada pela população e autoridades ambientais
responsáveis, uma vez que os corantes são altamente visíveis a olho nu, mesmo em
concentrações baixas. Este facto leva a uma perceção muito negativa da indústria têxtil em
termos ambientais, por parte da população, mesmo que os efluentes têxteis sejam tratados à
saída da fábrica e estejam a cumprir os parâmetros definidos por lei.
Em termos ambientais, o lançamento de efluentes têxteis não tratados nos cursos de água
provoca uma degradação ambiental considerável, prejudicando o meio ambiente aquático.
Dentre esses corantes, a classe de corantes trifenilmetano é largamente empregada na indústria
têxtil e apresenta problemas à saúde pública e ao meio ambiente quando despejados nos
efluentes, devido à alta toxicidade e difícil degradação.
Estima-se que cerca de duzentas mil toneladas de corante são perdidas para o efluente,
sendo um perigo iminente para os ecossistemas aquáticos como também provocam danos no
ambiente terrestre. Estes corantes devido à sua elevada estabilidade à luz, persistem no meio
ambiente o que dificulta os processos convencionais de tratamento de águas residuais.
18
Assim, neste capítulo será feita uma revisão da área têxtil, com base no tipo corantes
utilizados, assim como processos de tingimento, bem como minimizar perdas e tornar esta área
mais sustentável1.
2.1. A cor
As variáveis para obter cores são a luz, o objeto e o observador, e a cor pode ser obtida de
modo aditivo (no caso da luz sendo as cores primárias o vermelho, o verde e o azul) ou de modo
subtrativo (no caso dos corantes sendo as cores primárias o amarelo, a magenta e o ciano). As
cores primárias podem ser combinadas dando origem às cores secundárias e terciárias, como é
possível verificar através da tricromia de cores apresentada na Figura 1.
A cor é uma perceção visual que dificilmente se pode definir ou medir dado que é uma
propriedade subjetiva e pode ser afetada pela acuidade visual do observador, cores
circundantes, ilusões de ótica e cansaço visual, entre outros aspetos.
O espetro visível é uma pequena parte do espetro total de ondas eletromagnéticas que
incluem ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, ultravioleta, raios X, raios gama, etc. O olho
humano é apenas capaz de percecionar a radiação da gama visível do espetro eletromagnético
total.
A luz é uma radiação eletromagnética que pode ser diferenciada pela sua frequência ou
comprimento de onda. A Figura 2 mostra os comprimentos de onda e as suas cores
representantes na faixa da luz visível.
19
Figura 2. Comprimentos de onda e respetivas cores da faixa da luz visível.
Os corantes têxteis são compostos orgânicos cuja finalidade é conferir a uma certa fibra
(substrato) determinada cor. Estes devem possuir certas características:
Cor intensa.
Solubilidade em solução aquosa (permanente ou apenas no decorrer da operação de
tingimento).
Capacidade de ser absorvido e retido pela fibra e, eventualmente, de reagir quimicamente
com ela (reatividade).
Solidez, ou seja, capacidade de quando ligado a uma fibra, resistir aos tratamentos a que a
mesma é submetida no decorrer do processo de fabrico e durante a sua vida útil2.
Os corantes têxteis são substâncias que impregnam as fibras do substrato têxtil, reagindo
ou não com o material, durante o processo de tingimento. A forma de fixação da molécula do
corante a essas fibras geralmente é feita em solução aquosa e pode envolver basicamente
quatro tipos de interações: interações iónicas, interações de hidrogénio, de Van der Waals e
interações covalentes.
20
2.3. Interações iónicas
21
Figura 4. Exemplo da interação entre o corante sulfonado e a fibra da lã.
Figura 5. Interação covalente entre um corante do tipo clorotriazina e a celulose das fibras de
algodão.
22
3. Principais classes de corantes
Os corantes podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química, ou de acordo
como o método utilizado para fixar o corante à fibra6. Como classe de corantes podemos ter:
Corantes reativos (utilizados em fibras celulósicas);
Corantes de cuba (utilizados em fibras celulósicas);
Corantes diretos (utilizados em fibras celulósicas);
Corantes ácidos (utilizados em fibras poliamídicas);
Corantes dispersos (utilizado em fibras de poliéster);
Corantes básicos ou catiónicos (utilizados em fibras acrílicas);
Os corantes reativos possuem a propriedade de formar uma ligação covalente com as fibras,
o que conduz a uma elevada solidez. Estes corantes foram desenvolvidos principalmente para o
tingimento de algodão. O rendimento destes corantes será sempre menor, devido à hidrólise do
corante (reação com a água e não com a fibra). O corante hidrolisado que se encontra
depositado sobre a fibra deve ser eficazmente removido, para que não haja manchamento
aquando da lavagem doméstica.
São compostos que contêm um grupo eletrofílico (reativo) capaz de formar ligações
covalentes com os grupos hidroxilo das fibras celulósicas. Estes corantes são muito solúveis em
água e o estabelecimento de uma ligação covalente entre o corante e a fibra confere maior
estabilidade à cor7.
É o grupo de corantes mais antigos, que são insolúveis em água e necessitam de uma
redução antes de serem aplicados à fibra. Esta redução é efetuada de modo a que estes se
tornem solúveis em água. São compostos que contêm dois ou mais grupos cetona, insolúveis
em água na sua forma oxidada. A maior aplicação deste tipo de corantes tem sido o tingimento
do algodão, embora devido às suas excelentes propriedades de fixação, outros materiais
também têm sido tingidos com estes corantes.
23
3.3. Corantes Diretos
Os corantes diretos, são bastante mais baratos e de fácil aplicação. A solidez á luz é
relativamente mais baixa. Estes são compostos solúveis em água capazes de tingir fibras de
celulose (algodão, etc.) através de interações de Van der Waals. A afinidade do corante pode
aumentar devido ao uso de eletrólitos, devido à configuração plana da estrutura da molécula do
corante ou devido às ligações duplas conjugadas. A grande vantagem desta classe de corantes é
o elevado grau de esgotamento durante a aplicação, ou seja, quase todo o corante é absorvido
pela fibra no processo de tingimento, e consequentemente a diminuição do teor elevado de
corante nas águas residuais.
São compostos catiónicos e apresentam uma solubilidade limitada. São utilizados sobretudo
em acrílicos devido às fortes interações iónicas.
O tingimento pode ser feito num banho neutro ou ácido. Devido à fraca solidez que estes
corantes apresentam, podem efetuar-se tratamentos posteriores, que aumentam a solidez à
lavagem e à luz9.
24
3.6. Corantes Dispersos
São um grupo de corantes insolúveis em água, que podem ser aplicados em fibras sintéticas
e em outras fibras hidrofóbicas através de uma suspensão. Durante o processo de tingimento, o
corante sofre hidrólise e a forma, originalmente insolúvel, é lentamente precipitada na forma
dispersa sobre a fibra. A solubilidade do corante é pequena e influencia diretamente o processo
de tingimento. Esta classe de corantes é utilizada principalmente para tingimento de fibras
sintéticas, tais como: acetato de celulose, nylon, e poliéster6.
4. Processos de tingimento
25
De acordo com a tabela 1, no tingimento por impregnação, o substrato passa num balseiro
contendo um reduzido volume de solução de tingimento, passando de seguida entre dois rolos
espremedores recobertos por borracha que, através da pressão exercida, removem o excesso de
solução.
O balseiro deve por um lado permitir uma impregnação uniforme do material, o que obriga a
um percurso do substrato razoável, para que se dê uma renovação rápida do banho, evitando
assim o fenómeno de esgotamento. O balseiro deve ter um dispositivo de regulação de nível
constante, através de alimentação do banho para compensar o líquido que o substrato absorveu.
Os rolos espremedores são revestidos a borracha. A pressão que se aplica é determinante da
chamada taxa de expressão (TE) ou de absorção que é definida por:
A taxa de expressão é influenciada não só pela pressão aplicada como também pela estrutura
e composição do substrato, a velocidade, a temperatura e a composição do banho de
impregnação, o diâmetro dos rolos, a dureza do revestimentos e etc.
A maioria dos substratos de algodão é tingida com corantes reativos porque geralmente estes
apresentam uma grande variedade de gamas de cores brilhantes e com um alto grau de
resistência à lavagem. O repouso é feito a frio durante o tempo necessário à fixação do
corante11.
Este processo, de um modo geral, divide-se em três etapas, nas quais ocorrem os processos
físico-químicos de migração, absorção e difusão/fixação do corante. Estas etapas são definidas
atendendo à natureza da fibra têxtil (natural ou sintética) e às suas características estruturais,
classificação e disponibilidade do corante para a aplicação, propriedades de fixação compatíveis
com o destino do material a ser tingido, considerações económicas e ambientais, entre outras11.
Esta classe de corantes é a única que dentro dos corantes têxteis é capaz de reagir
covalentemente com o substrato durante a aplicação, sendo que são utilizados principalmente
26
nas fibras celulósicas. Dada a ligação covalente, apresentam uma boa solidez, comparando com
outras gamas como por exemplo de corantes diretos.
São corantes que apresentam cores brilhantes, uma vasta gama de tonalidades, versatilidade
de aplicação e elevada solidez a tratamentos húmidos o que os torna mais apelativos ao
tingimento de fibras celulósicas.
Do ponto de vista estrutural, os corantes reativos podem ser representados segundo a Figura
6:
a) Grupo cromóforo, que é responsável pela cor do corante e que determina propriedades como
a solidez do material tingido, ao suor e à luz, entre outros.
b) Grupo reativo, determina a reação química com a fibra, uma vez que é através dele que esta
se estabelece. Assim é responsável pela solidez à lavagem da cor obtida.
c) Ponte de ligação
d) Grupo solubilizante, é necessário para conferir solubilidade ao corante, devendo a sua
quantidade variar entre 1 a 3 grupos sulfónicos, atingindo em certos casos 4 a 6 grupos.
D A C B
A estrutura do corante irá determinar propriedades, tais como a sua reatividade, afinidade e
solubilidade e gama de cores. A reatividade do corante irá ser determinada pela natureza do
grupo reativo, o que irá influenciar o seu modo de aplicação, pois uma reatividade elevada, irá
permitir tingir a temperaturas mais baixas. Uma afinidade elevada irá tornar o processo mais
eficiente12.
27
5. Química do tingimento
28
Figura 7. Exemplo do processo de tingimento de algodão com corante contendo o grupo sulfatetilsufona
como centro reativo da molécula.
As duas reações ocorrem em simultâneo com o corante, a velocidade de reação deste com a
fibra é muito superior à da reação com a água.
c) Eliminação do corante hidrolisado, pois este não se encontra ligado à fibra por ligações
covalentes, mas sim através de ligações de Van der Walls e pontes de hidrogénio, tal como um
corante direto. O corante hidrolisado é eliminado através do processo de ensaboamento. A maior
ou menor eficácia desta eliminação está dependente da afinidade do corante, pois quanto maior
a sua afinidade para com a fibra, maior é a dificuldade em eliminá-lo. O ensaboamento é
geralmente efetuado à temperatura de ebulição com um tensioativo aniónico, pois a temperatura
aumenta a solubilidade do corante, o que facilita a remoção do corante hidrolisado.
29
Assim, se um dos grupos reativos hidrolisar, fica desativado, tal como acontece com os
corantes reativos monofuncionais, não podendo a partir desse momento reagir covalentemente
com as fibras. Contudo, se a molécula de corante tiver dois grupos reativos, existe ainda a
possibilidade de o segundo grupo reagir com a fibra, aumentando dessa forma o número de
moléculas de corante que se ligam covalentemente às fibras e consequentemente o rendimento
da reação de fixação7.
30
hidrólise. Á medida que se adiciona o álcali, inicia-se a reação entre o corante e a fibra. É
necessário priorizar que logo após da adição do álcali, a distribuição do corante pela fibra seja
uniforme e homogénea de modo a evitar o manchamento da mesma. O intervalo de pH que se
deve trabalhar será entre 8 e 11, verificando-se que o esgotamento diminui para pH de valor
superior. A função do álcali prende-se com a reação com os ácidos que se libertam durante o
tingimento, neutralizando, assim, o pH e acelerando a velocidade de reação2.
A espetrofotometria é uma técnica baseada na relação entre a intensidade de luz que incide
sobre uma amostra e sobre a luz transmitida ou refletida pela amostra e que é detetada pelo
equipamento e o espetrofotómetro é o instrumento capaz e registar dados de absorvância e
transmitância em função do comprimento de onda.
A espetrofotometria de absorção no visível é baseada na absorção da radiação nos
comprimentos de onda da zona visível permitindo identificar substâncias com base no seu
espetro (análise qualitativa) e também quantificá-las, uma vez que, a quantidade de luz
absorvida está relacionada com a concentração da substância (análise quantitativa).
A lei de Beer é a base desta técnica, sendo que a absorvância apresenta uma relação linear
com a concentração, a baixas concentrações:
A=l×c×
Em que:
A - absorvância
ε - coeficiente de absortividade molar (L mol-1 cm-1)
l - percurso ótico (cm)
c - concentração do elemento que absorve na solução (mol L ).
-1
31
No caso de uma mistura de compostos, a lei de Lambert-Beer é válida para todas as
espécies em solução e a absorvância total a um determinado comprimento de onda vai ser a
soma das absorvâncias dos compostos individuais, ou seja, numa mistura de n compostos num
dado comprimento de onda:
Amistura 1+2+... +n = A1 + A2 + ... An
Este trabalho teve como objetivo a utilização da espetroscopia de absorção no visível para
analisar misturas de corantes cujas cores desenvolvidas foram um azul marinho, um bordeaux e
um vermelho.
32
Quer para a gama standard, quer para a gama ecológica, foram desenvolvidas as mesmas
cores de modo a obter a percentagem de cada corante utilizado para o tingimento e deste modo
verificar a eficiência de cada um.
Este tipo de estudo pretendeu comprovar a aditividade da Lei de Beer na quantificação dos
corantes presentes em solução após diferentes fases do processo de tingimento, para avaliar a
possibilidade de utilização deste método para caracterizar os efluentes da indústria têxtil e
permitir um tratamento mais adequado dos mesmos.
8. Laboratório Químico
No laboratório após a receção do pedido da cor por parte do cliente, são realizados vários
ensaios de maneira a que o lab-dip seja o mais próximo possível da cor original. As receitas de
cor são determinadas através de leituras feitas no espetrofotómetro e no final são propostas
várias opções ao cliente para que este avalie e aprove a cor para que esta futuramente vá para a
produção.
33
8.1 Avaliação das cores
A avaliação das cores é feita na cabine de luz para avaliação visual de amostras, ou seja, é
feita a comparação da amostra padrão que é fornecida pelo cliente com o ensaio realizado no
laboratório. Esta comparação baseia-se na avaliação da tonalidade, claridade, pureza e
metamerismo da cor. Possui fontes iluminantes (luz do dia, fluorescente, incandescente e
ultravioleta). O horímetro permite o controlo da vida útil de cada lâmpada individualmente e
permite a programação para ligar as lâmpadas em sequências automáticas ou repetidamente.
No controlo de qualidade serão testados vários parâmetros, a pedido dos clientes, quer
físicos, quer químicos que seguem as respetivas normas, conforme a tabela 2.
34
Tabela 2. Avaliação da cor, testes de solidez e respetivas normas.
Testes Normas
ISO 105-A02
Escala de cinzentos para avaliação da alteração da cor
Solidez dos tintos à ação dos suores ácidos e alcalinos ISO 105-E04
35
8.2.1. Solidez dos tintos das malhas à ação da água
Esta norma especifica um método para a determinação da resistência do tinto dos têxteis
de qualquer natureza em qualquer estado, à ação do suor humano. As amostras são colocadas
em contato com o tecido multifibra e submersos numa solução ácida e alcalina à temperatura
ambiente. Após a realização do ensaio, o provete é seco. O tecido multifibras é avaliado segundo
a escala de cinzentos para a avaliação do manchamento, por sua vez a amostra testada é
avaliada com a escala de cinzentos para avaliar a alteração da cor14.
A norma destina-se a fixar o processo para determinar a resistência dos tintos têxteis de
qualquer natureza e em qualquer estado de transformação, à ação da luz do dia. A solidez da
cor é avaliada comparando a mudança de cor da amostra teste com os materiais de referência
usados. Este processo não é realizado na empresa, pelo que foi contratada uma empresa
exterior15.
Neste processo de controlo de qualidade dá-se a determinação da resistência dos tintos das
malhas de qualquer natureza e em qualquer estado de transformação, à fricção em seco e em
húmido. Com este teste pretende-se avaliar a transferência de cor para o tecido testemunho de
acordo com as normas respetivas sendo que este é avaliado segundo a escala dos cinzentos16.
36
8.2.5. Solidez dos tintos à lavagem doméstica e industrial
Neste processo é avaliada a solidez dos tintos à lavagem. O provete têxtil é posto em
contato com o tecido testemunho, lavado, espremido e seco. As degradações de cor e o tecido
testemunho são avaliadas com o auxílio da escala de cinzentos17.
37
CAPÍTULO 2. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
1. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
O presente trabalho permitiu a comparação de duas gama de corantes reativos, sendo que
foram utilizados corantes convencionais denominados por corantes reativos Bezaktiv S
bifuncionais com elevado grau de fixação e uma excelente reprodutibilidade quando comparados
com uma outra gama denominada por corantes reativos Bezaktiv Go que são considerados
corantes ambientalmente mais sustentáveis na medida em que permitem economizar energia e
água pois o tingimento é efetuado a baixas temperaturas. Devido ao seu grau de fixação ser mais
elevado que os corantes convencionais, estes permitem níveis de esgotamento maiores
resultando numa redução de corante hidrolisado tornando o efluente menos poluído.
Após a receção da amostra padrão de cor fornecida pelo cliente, o laboratório antes de
proceder ao tingimento efetua a leitura do padrão no colorímetro onde lhe é fornecida a receita
da tricromia. São realizados diversos ensaios de optimização da receita (nomeadamente em
termos das percentagens dos corantes da tricromia) com o objetivo de obter a cor pretendida
pelo cliente.
Foi com base no processo de tingimento da receita optimizada que foram recolhidas
amostras de todos os banhos (antes de tingir, após tingir e no ensaboamento) quer para os
corantes reativos Bezaktiv S, quer para os Bezaktiv Go, para a posterior análise.
A título exemplificativo, a tabela seguinte fornece informação relativa às receitas de um
tingimento de azul marinho, utilizando ambas as gamas de corantes e os diversos ajustes. Nesta
tabela é possível confirmar que, para obter a mesma cor usando as duas gamas de corante em
estudo, se usa menor quantidade de corantes na gama Go como refere a tabela 3.
39
Tabela 3. Comparação das receitas de tingimento para a cor azul marinho utilizando a gama standard e a
gama ecológica.
Conc. de corante
ENSAIO 1 ENSAIO 2 ENSAIO 3 no banho de
BEZAKTIV S (receita)
tingimento (g/ml)
B´tiv yellow S-3R 150% (%) 0,96 1,0 1,28 0,0128
B´tiv Red S-3B 150% (%) 0,6 0,68 0,62 0,0062
B´tiv Navy S-3G 150% (%) 2,5 2,2 2,2 0,0220
40
Foram recolhidas amostras de banhos provenientes de tingimentos em pequena escala
(relação de banho 1:10), nomeadamente:
banho de tingimento do substrato
banho após o tingimento do substrato
banho após o ensaboamento do substrato tingido
Estas amostras são representativas das etapas do processo de tingimento onde serão
gerados efluentes com cor e que devem ser tratados adequadamente antes de serem
descarregados no curso de água. As amostras foram diluídas (caso necessário e de acordo com
a intensidade da cor que apresentavam) para poderem ser analisadas por espetroscopia de
absorção no visível e assim determinar a concentração dos três corantes presentes.
Neste capítulo apresentar-se-ão todas as análises dos desvios das cores (amarelo, azul,
vermelho) quando sujeitas a diferentes tingimentos em diversas condições (tipo de corante e
temperatura).
Foram desenvolvidas três cores, azul marinho, bordeaux e vermelho, utilizando diferentes
tricromias com diferentes concentrações de cada corante de modo a obter a cor pretendida. No
final, foram comparadas as percentagens de cada corante utilizado para obter a cor, de modo a
validar o objetivo do trabalho.
Neste estudo foram usados os corantes têxteis comerciais convencionais BEZAKTIV Yellow S-
3R 150%, BEZAKTIV Red S- 3B 150% e BEZAKTIV Navy S-3G 150% e BEZAKTIV Blue S-GLD
150%.
As amostras que se seguem correspondem às cores desenvolvidas no laboratório que foram
um azul marinho, um bordeaux e um vermelho. Para o desenvolvimento do azul marinho,
utilizou-se a tricromia BEZAKTIV Yellow S-3R 150%, BEZAKTIV RED S-3B 150% e um BEZAKTIV
Navy S-3G 150%, para o bordeaux a tricromia utilizada foi BEZAKTIV Yellow S-3R 150%,
BEZAKTIV RED S-3B 150% e BEZAKTIV Blue S-GLD 150%, e para o vermelho a mesma tricromia,
respetivamente. De salientar que quando se pretende obter um azul marinho, utiliza-se
normalmente um Navy (mais fácil para obter a cor).
Prepararam-se soluções mãe dos quatro corantes separadamente com concentração 0,015%
(yellow), 0,015% (red) e 0,01% (navy) e 0,01% (blue) em água destilada, em balões de 10 mL.
41
As soluções diluídas foram preparadas em balões volumétricos de 10 mL, por diluição de
4,0, 2,0, 1,0 e 0,5 mL de solução mãe, em água.
Traçou-se o espetro de absorção no visível de cada solução e construiu-se o gráfico 1 por
sobreposição das três curvas para melhor visualizar a absorção de uma solução composta pela
mistura dos três corantes, onde também se indica o comprimento de onda máximo de cada
corante.
1,8
Corantes BEZAKTIV S
navy= 599 nm
1,6
am=418 nm
1,4 az=608 nm
v=542 nm
1,2
Abs
0,8
0,6
0,4
0,2
0
350 400 450 500 550 600 650 700 750
Comprimento de onda (nm)
Gráfico 1. Espetro de absorção no visível das soluções mãe dos corantes Bezaktiv S.
42
Foi também necessário determinar o coeficiente de absortividade molar do corante azul nos
comprimentos de onda da absorção máxima determinados para os corantes vermelho ( navy-v) e
amarelo (navy-am). Estes dados são necessários para mais tarde aplicar na construção do sistema
de três equações para determinar a concentração de cada corante na mistura.
Assim sendo, compilou-se a absorvância das soluções padrão do corante navy nos
comprimentos de onda de absorção máxima do corante vermelho e corante amarelo (tabela 4).
Tabela 4. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Navy S-3G, no seu comprimento de onda de absorção máxima (599 nm), no comprimento de onda de
absorção máxima do corante vermelho (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante amarelo (418 nm).
Absorvância
Concentração (%) 599 nm 542 nm 418 nm
0,000 0,000 0,000 0,000
0,0005 0,030 0,018 0,005
0,001 0,060 0,038 0,013
0,002 0,120 0,074 0,025
0,004 0,240 0,149 0,053
0,010 0,597 0,371 0,136
43
0,7
0,6
0,5
y = 59,697x + 0,0004
0,4 R² = 1 y = 37,106x + 0,0001
599 nm
Abs
R² = 1
0,3
418 nm
0,2 y = 13,685x - 0,0012 542 nm
R² = 0,9997
0,1
0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012
-0,1
Concentração (%)
Gráfico 2. Reta de calibração do corante Bezaktiv Navy S-3G 150% no seu comprimento de onda de
absorção máximo (599 nm), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (542
nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (418 nm).
Tabela 5. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante navy no seu comprimento onda de
absorção máxima (navy), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (navy-v) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (navy-am).
44
Supõe-se que as variações em observações repetidas surjam porque os parâmetros que possam
afetar o resultado da medição não são mantidos completamente constantes.
O erro é a diferença entre o valor obtido e o valor convencionalmente aceite como verdadeiro.
Incerteza
A incerteza de uma medição é o parâmetro associado ao resultado de uma medição, que
caracteriza a dispersão dos resultados que podem, com razoabilidade, ser atribuídos ao
mensurando.
A incerteza de um resultado é consequência de diferentes fontes de incerteza como, por
exemplo, resultante da amostragem, efeitos de matriz e interferências, condições experimentais,
incertezas de equipamentos de massas e volumes, valores de referência, etc.
É importante determinar a incerteza para avaliar a confiança de um resultado, ter segurança
nas decisões baseadas no seu uso, e comparar resultados de medidas.
Quando a grandeza é obtida através de réplicas da medição, a grandeza deve ser
apresentada juntamente com o intervalo de confiança tendo como base a expressão:
𝑡×𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
𝑐± (1)
√𝑛º 𝑑𝑒 𝑟é𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑠
Nas equações das retas, determinadas pelo método dos mínimos quadrados, considerando
que as incertezas em y são independentes de x, pode-se determinar as incertezas associadas ao
declive, b, e à ordenada na origem, a. Essas incertezas podem ser calculadas de acordo com as
expressões:
45
𝑦
𝑆 ⁄𝑥 𝑦 ∑ 𝑥2
𝑆𝑏 = ̅̅̅2
𝑆𝑎 = 𝑠 ⁄𝑥 × √ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅̅̅2
(3)
√∑(𝑥−𝑥) 𝑛×∑(𝑥−𝑥)
Em que,
𝑦
𝑠 ⁄𝑥 , corresponde ao desvio padrão residual;
n, corresponde ao número de réplicas;
x, corresponde aos valores individuais de concentração
Sb Sa
0,06 0,002
46
1.1.2 Bezaktiv Red S-3B 150%
Tabela 7. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv red
S-3B 150%, no seu comprimento de onda de absorção máxima (542 nm), no comprimento de onda de
absorção máxima do corante azul (608 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante
amarelo (418 nm).
Absorvância
Concentração (%) 608 nm 542 nm 418 nm
0 0,000 0,000 0,000
0,00075 0,000 0,000 0,000
0,0015 0,000 0,03 0,004
0,003 0,001 0,061 0,009
0,006 0,002 0,121 0,019
0,015 0,005 0,243 0,039
47
comprimento de onda de absorção máxima (542 nm) e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante amarelo (v-am) (418 nm).
0,7
0,6
0,5
y = 40,071x + 0,0007
R² = 1
0,4
Abs
0,3 418 nm
0,2 542 nm
y = 6,7735x - 0,001
R² = 0,9998
0,1
0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016
-0,1
Concentração (%)
Gráfico 3. Reta de calibração do corante Bezaktiv Red S-3B 150% no seu comprimento de onda de
absorção máxima (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (418
nm).
48
Tabela 8. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no seu comprimento de
onda de absorção máxima (az), no comprimento de absorção máxima do corante azul (v-az) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (v-am).
v 542 40,071
Sb Sa
8,778 0,036
Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Red S-3B 150% é:
49
Tabela 10. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
yellow S-3R 150%, no seu comprimento de onda de absorção máxima (418 nm), no comprimento de
onda de absorção máxima do corante azul (608 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante vermelho (542 nm).
Absorvância
Concentração (%) 608 nm 542 nm 418 nm
0 0,000 0,000 0,000
0,00075 0,000 0,001 0,028
0,0015 0,000 0,001 0,058
0,003 -0,001 0,003 0,115
0,006 0,000 0,007 0,234
0,015 0,000 0,02 0,593
50
0,7
0,4
418 nm
Abs
0,3
542 nm
0,2
y = 1,35x - 0,0006
0,1 R² = 0,995
0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016
-0,1
Concentração (%)
Gráfico 4. Reta de calibração do corante Bezaktiv yellow S-3R 150% no seu comprimento de onda de
absorção máxima (418 nm), e no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (542
nm).
Traçou-se também o gráfico de absorvância em função da concentração no comprimento de
onda de absorção máxima do corante azul (am-az) (609 nm) mas como os valores das
absorvâncias obtidos foram muito baixas, não foi possível obter uma reta com um bom
coeficiente de correlação pelo método dos mínimos quadrados.
Assim sendo, calculou-se o coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no
comprimento de onda da absorção máxima do corante azul (am-az) por aplicação da Lei de Beer a
partir dos dados para a solução de 0,015 % (tabela 11).
Tabela 11. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no comprimento de onda de
absorção máximo do corante azul (am-az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (am-v) e no seu comprimento de onda de absorção máxima (am).
51
Tabela 12. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração
Sb Sa
8,673 0,036
Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Yellow S-3R 150% é:
52
Tabela 13. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Blue S-GLD 150% no seu comprimento de onda de absorção máxima (608 nm), no comprimento de onda
de absorção máxima do corante vermelho (542 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante amarelo (418 nm).
Absorvância
Concentração (%) 608 nm 542 nm 418 nm
0 0,000 0,000 0,000
0,0005 0,010 0,000 -0,001
0,001 0,019 0,005 0,000
0,002 0,039 0,01 0,003
0,004 0,075 0,02 0,006
0,01 0,184 0,038 0,018
Com os dados da tabela 13, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função
da concentração para todos os comprimentos de onda (gráfico 5).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante azul (az) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (608 nm) e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (az-v) (542 nm).
53
0,2
0,18
0,16 y = 18,349x + 0,001
R² = 0,9999
0,14
0,12
y = 9,162x + 0,0008
Abs
0,1
R² = 0,9997 608 nm
0,08
542 nm
0,06
0,04
0,02
0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012
Concentração (%)
Gráfico 5. Reta de calibração do corante Bezaktiv Blue S-GLD 150% no seu comprimento de onda de
absorção máximo (608 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (542
nm).
Tabela 14. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante azul no seu comprimento onda de
absorção máxima (az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (az-v) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (az-am).
54
Tabela 15. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.
Sb Sa
0,1108 0,0005
Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Blue S-GLD 150% é:
Tabela 16. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv S (para a cor azul marinho).
Tabela 17. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv S (para a cor bordeaux e vermelho).
55
1.2. Mistura de três corantes – Tricromia
Tabela 18. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.
Conc (%)
Tabela 19. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
Conc (%)
56
Tabela 20. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no após o ensaboamento.
Conc (%)
Tabela 22. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.
Conc (%)
Tabela 23. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
Conc (%)
57
Tabela 24. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o
ensaboamento.
Conc (%)
Tabela 26. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.
Conc (%)
Tabela 27. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
Conc (%)
58
Tabela 28. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o
ensaboamento.
Conc (%)
Da análise dos resultados obtidos para cada banho pode concluir-se que a concentração de
cada corante foi diminuindo, como era expectável pois, por exemplo o banho de lavagem é a
última fase do processo de tingimento que deve garantir que o substrato tingido já está livre de
qualquer corante não fixado na fibra.
Para além disso, também se pode concluir que a proporção dos corantes azul, vermelho e
amarelo que foi determinada em cada banho se mantinha sensivelmente constante pois o
corante azul e vermelho eram aqueles presentes em maior quantidade (considerando que se
travava de um tingimento de uma cor azul marinho, bordeaux e vermelho).
Finalmente, comparando os resultados obtidos para o banho de tingimento e o banho após
tingimento, confirmou-se que uma grande quantidade dos três corantes ainda existe no banho
após tingimento e que será desperdiçada e despejada no efluente. Esta situação é
particularmente grave nos casos dos tingimentos das cores escuras, que requerem uma grande
concentração de corante no banho. Este facto apresenta consequências graves em termos
económicos para a empresa e para o meio ambiente.
59
3. Estudo com corantes reativos Bezaktiv GO
No caso dos corantes reativos Bezaktiv GO, o procedimento foi o mesmo, alterando apenas
a percentagem de cada corante utilizado necessária à reprodução da cor (azul marinho,
bordeaux e vermelho).
O objetivo é comprovar que estes são efetivamente mais sustentáveis em termos de
percentagem de corante que é utilizada, assim como a água e energia e deste modo tentar
implementar no mercado tingimentos mais sustentáveis de forma a tornar o mundo têxtil amigo
do ambiente.
Neste estudo foram usados os corantes têxteis comerciais denominados por Bezaktiv
GOLDEN YELLOW GO, Bezaktiv RED GO Bezaktiv NAVY GO e Bezaktiv BLUE GO.
Traçou-se o espetro de absorção no visível de cada solução e construiu-se o Espetro de
absorção no visível das soluções mãe dos corantes reativos Bezaktiv GO. Gráfico por
sobreposição das três curvas para melhor visualizar a absorção de uma solução composta pela
mistura dos três corantes, onde também se indica o comprimento de onda máximo de cada
corante.
2 Corantes Bezaktiv Go
navy= 600 nm
1,5
v= 518 nm
am= 409 nm az= 607 nm
1
Abs
0,5
0
350 400 450 500 550 600 650 700
Gráfico 6. Espetro de absorção no visível das soluções mãe dos corantes reativos Bezaktiv GO.
60
Por diluição da solução mãe de cada corante, prepararam-se soluções diluídas e traçou-se o
espetro de absorção no visível de cada uma, determinando a absorvância no respetivo
comprimento de onda de absorção máxima, de modo a traçar a reta de calibração respetiva a
partir do gráfico de absorvância em função da concentração.
Tabela 30. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Navy GO, no seu comprimento de onda de absorção máxima (600 nm), no comprimento de onda de
absorção máxima do corante vermelho (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante amarelo (409 nm).
Absorvância
Concentração (%) 600 nm 518 nm 409 nm
0 0,000 0,000 0,000
0,001 0,048 0,017 0,01
0,002 0,095 0,033 0,019
0,004 0,188 0,067 0,039
0,008 0,379 0,137 0,083
0,02 0,940 0,342 0,209
61
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante navy (navy) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (600 nm), no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (navy-v) (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima
do corante amarelo (navy-am) (409 nm)
1
y = 46,992x + 0,0009
0,8 R² = 1
0,6 600 nm
y = 17,129x - 0,0006
R² = 1
Abs
0,4 409 nm
518 nm
0,2
y = 10,497x - 0,0012
R² = 0,9998
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
-0,2
Concentração (%)
Gráfico 7. Reta de calibração do corante Bezaktiv Navy GO no seu comprimento de onda de absorção
máximo (600 nm), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (518 nm) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409 nm).
Tabela 31. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante navy no seu comprimento onda de
absorção máxima (navy), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (navy-v) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (navy-am).
Com base nas expressões mencionadas foram efetuados todos os cálculos tendo-se obtido,
para o corante Bezaktiv Navy GO os erros constantes na tabela 32.
62
Tabela 32. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.
Sb Sa
0,0779 0,0006
63
Tabela 33. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv Red
GO, no seu comprimento de onda de absorção máxima (518 nm), no comprimento de onda de absorção
máxima do corante azul (607 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo
(409 nm).
Absorvância
Concentração (%) 607 nm 518 nm 409 nm
0,000 0,000 0,000 0,000
0,0015 0,000 0,05 0,007
0,003 0,000 0,102 0,016
0,006 0,001 0,204 0,034
0,012 0,003 0,409 0,073
0,03 0,008 1,002 0,183
64
1,2
y = 33,411x + 0,0022
1
R² = 0,9999
0,8
Abs 0,6
518 nm
0,4
y = 6,1559x - 0,0017 409 nm
0,2 R² = 0,9998
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
-0,2
Concentração (%)
Gráfico 8. Reta de calibração do corante Bezaktiv Red GO no seu comprimento de onda de absorção
máxima (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409 nm).
Tabela 34. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante vermelho no seu comprimento de
onda de absorção máxima (az), no comprimento de absorção máxima do corante azul (v-az) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (v-am).
v 518 33,411
65
Tabela 35. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.
Sb Sa
0,1448 0,0018
66
Tabela 36. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Golden yellow GO, no seu comprimento de onda de absorção máxima (409 nm), no comprimento de
onda de absorção máxima do corante azul (607 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante vermelho (518 nm).
Absorvância
Concentração (%) 607 nm 518 nm 409 nm
0,000 0,000 0,000 0,000
0,0015 -0,001 0,001 0,043
0,003 -0,001 0,003 0,089
0,006 0,000 0,007 0,18
0,012 0,001 0,017 0,369
0,03 0,001 0,044 0,924
67
1
y = 30,885x - 0,0027
0,8 R² = 1
Abs 0,6
0,4 409 nm
518 nm
y = 1,4979x - 0,0011
0,2
R² = 0,9984
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
-0,2
Concentração (%)
Gráfico 9. Reta de calibração do corante Bezaktiv Golden yellow GO no seu comprimento de onda de
absorção máxima (409 nm), e no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (518
nm).
Tabela 37. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante amarelo no comprimento de onda de
absorção máximo do corante azul (am-az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante
vermelho (am-v) e no seu comprimento de onda de absorção máxima (am).
68
Tabela 38. Cálculo da incerteza associada à reta de calibração.
Sb Sa
0,081 0,001
69
Tabela 39. Valores de absorvância registados em função da concentração (%) para o corante Bezaktiv
Blue GO no seu comprimento de onda de absorção máxima (607 nm), no comprimento de onda de
absorção máxima do corante vermelho (518 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do
corante amarelo (409 nm).
Absorvância
Concentração (%) 607 nm 518 nm 409 nm
0,000 0,000 0,000 0,000
0,001 0,032 0,008 0,001
0,002 0,064 0,018 0,004
0,004 0,128 0,036 0,01
0,008 0,26 0,075 0,024
0,02 0,647 0,188 0,064
Com os dados da tabela 39, traçaram-se os gráficos dos valores da absorvância em função
da concentração para todos os comprimentos de onda (grágico 10).
Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se, para cada comprimento de onda, a
equação da reta que melhor se ajusta aos resultados experimentais. O declive da reta de
calibração corresponde ao coeficiente de absortividade molar do corante azul (az) no seu
comprimento de onda da absorção máxima (607 nm) e no comprimento de onda de absorção
máxima do corante vermelho (az-v) (518 nm).
70
0,7
y = 32,384x - 0,0004
0,6 R² = 1
0,5 607 nm
518 nm
0,4
409 nm
Abs
Gráfico 10. Reta de calibração do corante Bezaktiv Blue GO no seu comprimento de onda de absorção
máximo (607 nm) e no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (518 nm) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (409 nm).
Tabela 40. Valores de coeficiente de absortividade molar do corante azul no seu comprimento onda de
absorção máxima (az), no comprimento de onda de absorção máxima do corante vermelho (az-v) e no
comprimento de onda de absorção máxima do corante amarelo (az-am).
Sb Sa
0,0552 0,0004
71
Assim, a equação da reta de calibração para o corante Bezaktiv Blue GO é:
Tabela 42. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv Go ( para a cor azul marinho).
Tabela 43. Tabela resumo dos coeficientes de absortividade molar calculados em diferentes
comprimentos de onda para os diferentes corantes Bezaktiv Go (para a cor bordeaux e vermelho).
no az no ver no am
az 32,38 --------- az-v 9,44 az-am 3,27
ver 33,41 v-az 0,27 --------- v-am 6,15
am 30,88 am-az 0,03 am-v 1,49 ---------
72
Considerando os coeficientes de absortividade de cada corante em cada comprimento de
onda de absorção máxima, que constam da tabela 44, calcularam-se as concentrações de cada
corante Caz, Cv e Cam nas amostras recebidas.
O banho de tingimento foi preparado com base nos ensaios 3 (referidos na tabela 3) com
um volume final de 50 ml. Para proceder à leitura da absorvância das soluções foi necessária
uma diluição das mesmas (1:3).
Tabela 44. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.
Conc (%)
Tabela 45. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
Conc (%)
Tabela 46. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
Conc (%)
73
Tabela 47. Cálculo da incerteza associada à medição.
Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento
Tabela 48. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.
Conc (%)
Tabela 49. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
Conc (%)
Tabela 50. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
Conc (%)
74
Tabela 51. Cálculo da incerteza associada à medição.
Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento
Tabela 52. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de tingimento.
Conc (%)
Tabela 53. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho após o tingimento.
Conc (%)
Tabela 54. Cálculo da concentração de de cada corante Caz, Cv e Cam no banho de ensaboamento.
Conc (%)
75
Tabela 55. Cálculo da incerteza associada à medição.
Banho após
Banho de tingimento Ensaboamento
tingimento
Da análise dos resultados obtidos para cada banho pode concluir-se que a concentração de
cada corante foi diminuindo, como era expectável pois, por exemplo o banho de lavagem é a
última fase do processo de tingimento que deve garantir que o tecido tingido já está livre de
qualquer corante não incorporado na fibra.
Finalmente, comparando os resultados obtidos para o banho de tingimento e o banho após
tingimento, confirmou-se que uma grande quantidade dos três corantes ainda existe no banho
após tingimento e que será desperdiçada e despejada no efluente. Esta situação é
particularmente grave nos casos dos tingimentos das cores escuras, que requerem uma grande
concentração de corante no banho. Este facto apresenta consequências graves em termos
económicos para a empresa e para o meio ambiente.
76
No final do processo de ensaboamento, é possível verificar que efectivamente a
percentagem de corante que emerge para o efluente é maior utilizando tingimentos com
corantes reativos standard do que se utilizássemos corantes reativos ecológicos.
3. Ensaios de solidez
77
3.1. Solidez dos tintos das malhas à lavagem
Teste no qual é avaliado o manchamento sobre o tecido testemunho com auxílio da escala
de cinzentos e avaliação da alteração da cor (figura 15).
Figura 13. Teste de solidez à lavagem no processo de tingimento utilizando corantes Bezaktiv Navy S-3G
150% (esquerda) e Bezaktiv Navy GO (direita).
De acordo com a figura 13, os resultados obtidos permitem constatar que não houve uma
alteração substancial da cor e que em termos de solidez ambos se apresentam semelhantes, ou
seja, poderíamos atribuir na escala de cinzentos um (4/5) para qualquer substrato. De salientar
que este grau baseia-se na comparação com as escalas de cinzentos já apresentadas
anteriormente na introdução.
A solidez à luz determina o efeito da cor de todos os tipos de têxteis quando estes são
expostos à luz artificial, sob condições controladas. É avaliada a mudança de cor da amostra
teste com os materiais de referências usados.
78
Tabela 57. Realização dos ensaios de solidez dos tintos à luz.
De acordo com a tabela 57 é claramente vísvel a comparação da área mais à direita que
não foi exposta à luz, com a área adjacente que correspondeu a uma exposição de cerca de 14
dias.
As várias áreas corresponderam a diferentes horas de exposição à luz, e daí a notória
diferença de cor.
De um modo geral, com a exceção do bordeaux de o vermelho, podemos concluir que em
termos de solidez à luz, ambas as gamas se encontram semelhantes e com bons níveis de
solidez.
79
4. Outras tarefas desenvolvidas
Durante este percurso também foram desenvolvidos outros trabalhos, para uma melhor
perceção do funcionamento e dinâmica da empresa.
A TCC tem um laboratório físico que apoia ao desenvolvimento de cores, processos de
estamparia e controlo de qualidade dos artigos no que respeita aos mais diversos parâmetros
solicitados pelo cliente.
A pedido do cliente, é rececionada a cor (amostra padrão) na qual são efectuados os
seguintes passos:
Posto isto, após várias tentativas, a cor é obtida, efetuam-se os relatórios com as devidas
receitas e no final a cor segue para o cliente após ser aprovada, onde será efetuado o tingimento
em larga escala na produção.
Este processo permitiu-me desenvolver diversas cores para os clientes, obter
conhecimentos, ultrapassar obstáculos, como também realizar visitas às produções das
empresas de modo a conseguir superar dificuldades e tornar este estágio como uma
aprendizagem geral do mundo do têxtil.
80
Em termos de substratos, foi realizada uma grande variedade de tingimentos utilizando
diferentes gamas de corantes (cuba, diretos, dispersos, ácidos, etc) em diferentes substratos
como, por exemplo, felpo 100% algodão, lá, poliéster e misturas de substratos.
Em termos de tipos de tingimento, também tive oportunidade de aprender novas técnicas
como por exemplo o cold padbatch que é um método semicontínuo que permite tingir a frio e
envolve um tempo adicional de maturação em fibra. Existem certas empresas clientes da TCC
que apenas efetuam este método de tingimento.
Em termos de preparação da malha, sempre que necessária, envolvia uma lavagem de 45
min usando uma receita com sabão, peróxido de hidrogénio, soda caústica e estabilizador de
peróxido.
Nos últimos três meses, foi-me proposto obter formação no que diz respeito aos processos
de estamparia. Hoje tornei-me responsável pela parte de estampagem de artigos, todavia
continuarei a obter a formação necessária.
81
CAPÍTULO 3. PARTE EXPERIMENTAL
1. Materiais e métodos
83
Tabela 58. Corantes e respetivos grupos reativos usados nos tingimentos reativos a 60 °C.
Produtos Grupo Reativo Fornecedor
E
100
90
80
70
A B (dos. 20 C (dos. 45 min.) 60 min.
60
D
°C
50
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
min.
84
Tabela 59. Corantes e respetivos grupos reativos usados nos tingimentos reativos a 40 °C.
Produtos Grupo Reativo Fornecedor
100
90
80
70
60
°C 50
A B (dos. 20 min.) C (dos. 45 min.) 60 min. D E
40
30
20
10
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
min.
85
Tabela 60. Auxiliares utilizados no processo de tingimento de corantes reativos.
Intervalos de
Quantidades Unidade Auxiliares do processo
tempo (min)
1.0 g/l SARABID MIP
A
x g/l Sal
B x % BEZAKTIV
A tabela 60 indica as várias etapas do processo de tingimento, que estão de acordo com o
gráfico 11 e 12.
As quantidades de sal e soda cáustica dependem da concentração de corante, e estas
quantidades estão definidas numa tabela disponibilizada pelo fornecedor.
2. Aspetos gerais
86
- Para cada corante e a cada comprimento de onda máximo, traçou-se o gráfico de absorvância
(yy) em função da concentração (xx).
- Pelo método dos mínimos quadrados, determinou-se a equação da reta que melhor se ajustava
aos pontos experimentais.
Os coeficientes de absortividade molar dos diferentes corantes (az, v, am, az-v, az-am, v-az, v-am, am-az,
am-v) foram obtidos de duas maneiras: nos casos em que a reta apresentava um coeficiente de
correlação elevado (r2> 0.99), o declive da reta corresponde ao coeficiente de absortividade do
corante nesse comprimento de onda. Nos outros casos, o coeficiente de absortividade foi obtido
pela aplicação direta da Lei de Beer com os dados da solução padrão mais concentrada.
- Através dum sistema de três equações lineares, e considerando os coeficientes de
absortividade de cada corante em cada comprimento de onda de absorção máxima, calculou-se
as concentrações de cada corante Caz, Cv e Cam em cada mistura.
No az, será: Amistura = az Caz + v-az Cv + am-az Cam
No v, será: Amistura = az-v Caz + v Cv + am-v Cam
No am, será: Amistura = az-am Caz + v-am Cv + am Cam
87
CAPÍTULO 4. CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
Este estudo permitiu concluir com base nos dados obtidos que os corantes reativos
Bezaktiv S, que embora os mais comercializados e utilizados no mercado têxtil, devido ao seu
baixo custo, não são efetivamente os mais amigos do ambiente.
Comprova-se que a percentagem de corante utilizada para o tingimento, por exemplo de
um azul marinho é bastante superior à percentagem utilizada com corantes Bezaktiv Go.
Relativamente ao estudo, pode concluir-se que foi possível quantificar os corantes
através da espectroscopia de absorção no visível, com bastante rigor. Relativamente ao estudo
com as amostras de tingimentos a análise dos resultados obtidos para cada banho pode
concluir-se que a concentração de cada corante foi diminuindo, como era expectável pois, por
exemplo o último banho de lavagem é a última fase do processo de tingimento que deve garantir
que substrato tingido já está livre de qualquer corante não fixado na fibra. Também se pode
concluir que a proporção dos corantes azul, vermelho e amarelo que foi determinada em cada
banho se mantinha sensivelmente constante.
Comparando os resultados obtidos para o banho de tingimento, o banho após
tingimento, e ensaboamento confirma-se que uma grande quantidade dos três corantes ainda
existe no banho após tingimento e que será desperdiçada e despejada no efluente. Todavia,
fazendo a comparação da concentração de corantes da gama S com corantes da gama Go,
verifica-se que a quantidade que é despejada para o efluente é consideravelmente superior
utilizando a gama S. Isto que comprova que apesar do custo dos corantes da gama Go serem
relativamente superiores, poderão ser um auxílio para a empresas em termos ambientais. Nos
dias de hoje torna-se cada vez mais importante que o mundo têxtil seja um mundo amigo do
ambiente, reduzindo deste modo a quantidade de cor que flui para os cursos de água.
Esta situação é particularmente grave nos casos dos tingimentos das cores escuras
(como azul marinho) que requerem uma grande concentração de corante no banho. Este facto
apresenta consequências graves em termos económicos para a empresa e para o meio
ambiente.
Durante o desenvolvimento deste projeto, e com auxílio de uma aplicação (Sustainable
dyeing), fornecido pela empresa CHT que permitiu com base nas receitas utilizadas para o
tingimento das cores azul marinho, bordeaux e vermelho, comparar os custos quando se
utilizam corantes convencionais (Standard) e os corantes Bezaktiv Go.
89
Fazendo uma análise geral, os custos de água e energia são cerca de 20% inferiores se
utilizássemos corantes ditos sustentáveis. No final do processo, relativamente ao tempo, à
produtividade e ao custo do processo os valores rodam sensivelmente 317 euros para os
corantes standard e para os corantes Bezaktiv Go cerca de 180 euros.
Em termos de controlo de qualidade, podemos concluir que quer os Bezaktiv S, quer os
Bezaktiv Go, apresentam níveis de solidez bastante semelhantes. Um cliente que pretenda
utilizar uma gama de corantes mais sustentáveis, vê garantido níveis de solidez favoráveis, que
lhe permitem oferecer qualidade e ao mesmo tempo a segurança de que estará a ser
economicamente apoiado e deste modo tornar a sua empresa mais sustentável.
Como perspetiva futura, e dentro deste contexto, o incentivo à pesquisa é primordial no
desenvolvimento de novos corantes capazes de atender às necessidades do fabricante e de
proteção do meio ambiente.
Para tal, o grande triunfo seria a implementação destes corantes com menor consumo
de água, energia, e com extraordinária capacidade de fixação e assim diminuindo as perdas para
o efluente, diminuindo o custo e certamente melhoraria a qualidade do ambiente.
90
Referências bibliográficas
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92
93