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TRANSFORMADORES
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Copylighc © l 969 by A1for~o Ma"ignoni
EDITORA GLOBO S.A.
Rua do Cunurne, 66). O:P 0)06) . Slo Paulo.
TcL (011) 262-3100, Telex: (Ot t) )4071. SP. NOTA PRÉVIA
Brasil
Todo« os direitos tC$Crvados. Nenhunta pane dc,;ta edição pode $(t utili• O livro TRANSFORMADORES é <lestinado principalmente a auxi-
ta.d-a ou reproduzida - em qualquet meio ou íomu. seja med.nico ou liar os alunos da 3.• série do Curso Técnico <le Eletrotécn ica e do Curso
detrônico, fo<ocópia. gravaçilo etc. - nem apropri-ad2 ou escocada em sis-
tema de bfllco de dados, sein a 6cprt$$2 autorizaç,ão da cdiror:i. de Engenharia Operacional no que diz respeito à estrutura, princípio de
funcionamento, características, aplicações e cálculo para projeto.
Impressão e aca.bamcnto: Grã.fiC'I e Editora 8jjotdi Ll:da..
O livro trata <l<; n1ancira silnples e objetiva e.los vários tiJX>s de trans-
formadores monofásicos, trifásicos, reguladores de tensão, transformado.
res para circuitos eletrônicos, bobinas de choque e transfonn;Hlorcs
especiais, tais como os de corrente constante e os trif~slcos-monofásicos.
Para cada tipo há um ou mais exemplos de cálculo completos, que,
partindo dos dados gerais, fornecem todos o, detalhes técnicos <le cons·
trução, inclusive <) pe"° do ferro e do cobre a ser empregado na fabri-
cação. Com estas particularidades, o li,.,.o T RANSFORMADORES pre-
\ tende ser efetivo auxiliar no processo da aprcndi,agem, facilitando a
tarefa do professor e do aluno.
Os exemplos citados no livro referem•se a transformadores de pequena
e· média potência, pois estes são os q ue diariamente devem ser calculados
· e projetados por técnicos e engenheiros que operam na maioria das
indústrias do País, tanto no ramo elétrico como no ramo eletrônico.
Para n ão tornar desnecessariamente vol umoso o presente livro. não
!oram tratados nele os princípios básicos dos fenômenos elétricos e os
da indução eletromagnética. Encontram-se, porém, passo a passo, em
seu texto, referências ao livro ELET ROT:E.CNICA, do mesmo autor,
CIP-Bruil. C:iuLopçk~-M-foote - Câna:ua Bnsiki.ta do .LiYTO, SP cujo conteúdo constitui matéria estudada na primeira e segunda série,
tanU> do Curso Técnico como do Curso de Engenharia Operacional. ·
M.an.ignoni. !Jfooso, 1920·
M}llt Tnnsfonm.tioccs I Alfonso Mani.gnooi. - 8. <d. - Sió Paulo : O autor, que há 32 anos vem procurando emprestar sua colaboração
8.cd. Globo, IC)C)I. ao ensino técnico brasileiro, sentir-se-á feliz se este livro alcançar o seu
ISBN 8),2)0·022)...2
objetivo, que é o de ser útil aos alunos dos cursos acima referidos.

l. Tnnsformadofc:s clétriioot 2. Tra.nsforma.doru cUuic:os: • Es.tudo Alfonso Martignoni


e cn1u\O }. TrarufonnadotQ elétrico., • Probkrrw. ~crócios e«. l.
'OtuJo.
CDD-62t.J14
·621·}1407
-62l} 14076

i.ndiccs pan otálo,o sistffllÍtico:


1. Exercícios : Tnruformadom : Enécnhuia dwodi.nimia 62l .}14076
,,
1, Tra11$Íormadófcs : Et1gt'AMcia derrod..inim.ic:a 61Ll14
}. Tnmíocm.adorN : Engenhiui:a ckrtodi.ti:lroic.a : F..srudo e crui.no
621.3 1407
S!JMÁRIO

NOTA PRÉVIA vu
CAPÍTULO l

Transformadores monofá,icos e trifásicos .. . .. . .. . . . .. .. . . . . . .


1 - Necessidade da transformação das correntes alternadas 1
2 - Princípio de construção do transformador monofásico 1
.< 3 Princípio do funcionamento do transformador ...... . 3
4 - Princípio de cor.,trução do transformador trifásico . .. . . 8
5 - Núcleos envolvidos e núcleos envolventes . . .. .. .. .. . . . . . . 12
6 - Tipos dos enrolamentos .. . .. .. . . . . . . ... .. . . . .. ... .. .. . 16
7 - Construção dos enrolamentos B.T. . . .... .. . ... . .. . . . • . . 18
8 Construção dos enrolamentos A.T. . . . .. . • .. . . • ... . .. • .. 21
9 Resfriamento dos transformadores . .... .. . . ... . . .. .. • . . .. 22
1O Perdas no ferro .. .. .... .. .. . .. . .... . . .. .. . . .. .. . .. . .. . 24
11 - Corrente a ,•azio ou de excitação e sua forma . . . .. .. . . . . . . 31
12 - Cálculo da corrente a vazio do transformador .. ..... . . . . 32
13 - As correntes a vazio nos transformadores trifásicos . . .. . . . . 35
14 Resistências ôhmicas e indutância de dispersão dos enro-
lamentos . . ..... .... .. ... .... .. ... ... .. .. .. . . ... .. . . . . 37
15 Diagramas vetoriais do transformador a vazio e com carga 40
16 Circuito secundário equivalente .. . ..... .. .... . ... . ..... . 46
17 - Circuito primário equivalente .. . . ... . . . . . .... . .. .. . . .. . 49
18 7 Funcionamento do tra nsformador em curto-circuito e deter-
minaÇão experimental da resistência e da impedância cqui·
valente ... ... . . .. . ..... .. .... .. .... ... ... . . . . ·...... . . 51
19 - O ensa io de curto-circuito nos transformadores trifásicos 56
20 Cálculo da reatância de dispersão dos transformadores .. . . . 58
21 Determinação da queda de tensão industrial .- Diagrama de
Kapp - Características externas do transformador . ... .. . 60
22 Fórmulas práticas para o cálculo direto da queda de tensão
industrial (regulação) . . . . . ... . .. .. . ... . .... . .... . . 63
23 Perdas no cobre .. ... .. .... .. ................. .... .. .. 67
24 Rendimento do transformador 69
Ir

CAPÍTUI.O II

25 - Considerações e dados para o projeto dos transformadores de


pequena potência monolásicos . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
• 26 - Exemplos de cálculo de transformadores monofásicos . . . . . 81
X XI
27 - Cálculo das bobinas de reatância . . ..... . ...... ... , . . . . . 93 CAPÍTULO VI
28 - Exemplos de "cálculo das bobinas de reatància . . . . . . . . . . . . 95
29 - Cálculo dos transformadores de acoplamento . . . . . . . . . . . . 99 ·19 - Regulador de tensão com comando manual . . . . . . . . . . . . . 167
30 - Exemplos de cálculo dos transformadores de acoplamento 101 50 - Regulador de tensão com comando ·automático . . . . . . . . . . ! 69
5J - Exemplos de c.ílculos dos reguladores de tensão . . . . . . . . . . 171
52 - Estabili>.adores automáticos de tensão .. . . . . .. . . .. . . 175
CAPITULO III
CAPÍTULO VI!
31 - Transformadores trifásicos em regime desequilibrado. - Apli-
ca,;&. características dos diferente, agrupamentos . . . . . . . . 105 Normas; definições e considerações sobre transformadores para
32 - Considerações para o projeto d<» transformadores de pequena redes de transmissão e de distribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
potência, trifásicos, com refrigeração natural . . . . . . . . . . . . 11 1
33 - Exemplos de cálculo dos transformadores trifásicos com refri- 53 - Normas . . . . . .. . .. .. . . . .. . . .. . . . . .. . . . .. . . 179
geração natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 51 - DPfinições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . • . . . . . 179
55 - Potências nominais padronizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
34 - Transformador especial com entrada trifisica e salda mo- 56 - Clásse de tensão de isolamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180
nof:i.;ica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 57 - Classe .de isolamento . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 182
35 - E~emplos de cálculo de transformadores especiais com en- 58 - Temperatura de referência e elevação da temperatura . . . 182
trada trifásica e salda monofásica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 59 - Tensão de curto·circu ito . .. . . .. . . . 183
36 - Numeração dos borncs e relação de fase entre as tensões fJO - Corrente de excitação (corrente a vazio) . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
primárias e secundárias dos transformadores ... . ......... \ 122 Gl - Polaridade e deslocamento angular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
~7 - Agrupamento dos transformadores cm paralelo . . . . . . . . . . 128 · 62 - Regulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. .. .. .. .. .. .. . . 184
~ - Detcrminoção do regime de funcionamento em paralelo de 63 - Rendimento . . . . . . . .. . . . . .. . . .. . . .. . . . • . • . . . .. .. • . . . . . 184
dois transformadores com características diferentes 155 64 - Freqüência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. .. .. • . . . . . 184
39 - Curto-circuito acidental e poder de rotura da chave de 65 - Placa de identificação . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . • . • . . . 184
proteção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196 66 - Ensaios . . . . . . .. . . . . .. . . . . .. . . .. . .. • . . . . . .. • . • . . • . • . . . 1S5
67 - Finalidade dos ensaios de tensão . . . . . . . . . . . . . • . . . . • . . . . . 188
68 - Derivações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • • . . . . . . . . . . . 188
CAPITULO IV 69 -r Llquidos isolantes . . . . . . . . . . . . . . . • . • .. . . . . . . .. .. . 192
70 - Tanques . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . .. . . . . .. . . .. . 195
40 - Transformadores especiais com transformação do número 71 - Tipos de resfriamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
das (ase, . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . • . • . . . . . • . • . . • . • . 159 72 - Aumento da potência nominal por meio da ventilação
41 - Transformador com corrente constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 ~~ ... ............... ....... .. .. .. ........ ... 1m
73 - Conservador de líquido .... .. .. ... . ... .. .· . .. . . . . . . . . . . 198
74 - T ransformador operando c'Om freqüência diferente da no-
V minal . . . .. . . . . .. . . . .. . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . .. .. . . . 199

-0$ ...............................................
CAPITULO
75 - T ransformadores que operam a altitudes superiores a 1000
~
42 - Autotransformadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
43 - Considerações e dados para o projeto dos· autotransforma-
dorcs de pequena potência monofásicos ... . .. . .. . .... . . : .
44 - Exemplos de cálculo dos autotransformadores monof:i.sicos
149
155
... CAPITULO VlII
'
45 - Considerações e dados para o projeto dos autotransformado- Considerações e dados para o projeto dos transformadores de gran-
res de pequena potência trifásicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 de potênda . . . . . . . . . . .. .. . .. .. ... .. .. .. .. . . . . .. . . . . . .. 20!
46 - Exemplos de c:Uculo dos autotransformadores trifásie<» . . . 158 76 - Isolamento dos condutores . . . . . . . . . . . . . 20!
47 - Dispositivo para neutro artificial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 77 - Subdivisão das perdas entre ferro e cobre . . . . . . . . . . . . . . . 205
48 - Exemplos de cálculo de dispositivos para neutro artificial 161
• 78 - Escolha da densidade de corrente e da indução . ..... .. .... 217
XII
I
79 - Tensão de curto-circuito e queda de tensão . . . . . . . • . . . . . 217
80 - Cálculo da seção do núcleo . . . . . . 218 CAP1TULO I
81 - Determinação d as dimensões da janela . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220
82 - Peso do núcleo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . .. . . 224
8, - Peso do cobre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . 225 TRANSFORMADORES MONOFÃSICOS E T RIFASICOS
84 - Cálculo das perdas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . 225
1) N ECESSIDADE DA TRANSFORMA<,:AO DAS CORRENTES
CAPÍ'rULO IX ALTERNADAS

Aquecimento dos transformadores ....... ... ... ...... . . 227 As exigências lécnicas e econômicas impõem a construção de . gran-
85 - Produção e transmissão do calor ... . .. . .. . .. . .. . . . . .... . 227 des usinas elétri~as, em geral situadas muilo longe dos centros de apro-
227 veilamento, pois devem utilizar a energia hidráulica dos lagos e rios das
86 - Resfriamento natural de transformadores secoo com ar (SN)
montanhas. Surge assim a necessidade do transporte da energia elélrica
87 - Resfriamento de transformadores secos com ventilação
forçada (SVF) . : ... ........... .. . . . .. .. .. . ... .. ...... . 2!0 por meio de linhas de comprimento notável.
88 - Resfriamento de transformadores em óleo, com ventilação Po r motivos econômicos e de construção, as seções dos conduto res des-
natural (LN) ... . .. .. . •....... .. . ... . ... .. . . .. . .. . . .... . 2, 1 tas linhas devem ser mantidas dentro <le lleterminaclos limites, o qut tor-
89 - Resfriamento de transformadores em óleo com ventilação na necessária a limitação da intensidade das correntes nas mesmas. Assim
artificial (LN ·Vf) .. . . ... .. . ..... . . . . .... . . . ..... . .. .. . 235 sendo, as linhas deverão ser construídas para funcio nar ton1 uma tensão
90 - Resfriamento de transformadores em óleo com serpentina de elevada, que em certos casos alinge a centenas de milhares de volts.
água interna (LN-ACF) . ...... .. ... . ..... ... . ......... . 2,s Estas realizações são possíveis em virtude de a corrente alternada
91 - Resfriamento de transformadores em óleo com circulação poder ser transformada facilmente de baixa para alta tensão e vice-versa,
em água externa . ... . .. .... .. ... .. ....... .. ... . .. ..... · 2,6 por meio de uma máquina estálica, de construção simples e rendimento
92 - Aquecimento do material ativo ... ... . . . .. .... . . .. ..... . 2'6 elevado, que é o transformador.
Os geradores insta lados nas usinas geram a energia elétrica com a
tensão de aproximadamente 6000 volts. Para efetuar-se o transporte desta
CAPÍTULO X energi_a, eleva-se a tensão a um valor oportuno por meio de um trans-
formador-elevador.
Exercícios de aplicação . . . . ...... ... . . .. .... . 239 N'.í chegada da linha, outro transformador executa a função inversa,
93 - Projeto de transformador trifásico de 5000 kVA em óleo 239 isto é, red uz a tensão ao valor necessário para a utilização.
94 - Projeto de transformador trifásico de 30 kVA em óleo . . .. 251 Podem então ser escolhidas as três tensões, isto é, de geração, de
95 - Transformadores monofásicos de distribuição, com núcleo transporte e de distribuição, com plena liberdade, dando-se a cada uma
espiral . ... . ..... ...... .. .......... . ..... .... ..... . . . 263 o valor que se apr~senta rnais conveniente. ·
96 - Projeto de transformador de distribuição, monofásico, com Naturalmente, nestas transformações o valor da· intensidade· de cor·
núcleo espiral e enrolamento tubular duplo .. . . . .... . . .. . 267 rente sofrerá a transformação inversa à da tensão, pois o produto das
97 - Transformadores monofásicos de distribuição em óleo com mesmas, isto é, a pôt~ncia elétrica, <leve ficar inalterada.
núcleo convencional e lâminas de ferro-silício comum .. . . 275
98 - Projeto de transformador monofásico em óleo com núcleo
envolvente de lâminas comuns e enrolamento tubular duplo 276 2) PRINCIPIO DE CONSTRUÇÃO DO TRANSFORMADOR
99 - Proieto de transformador monofásico em óleo com núcleo
MONOFASI CO
envolvente de lâminas comuns e enrolamento tubular
simples ...... .. .. .......... . . . ... . ... .... .. .. .. .... . 283
Conforme consta no livro Eletrotérnica, parágrafo 133, o funciona•
100 - Projeto de transformador monofásico em óleo, com núcleo
mento do transformador baseia-se nos fenômenos de Mútua indução entre
envolvido de lâmi nas comuns e enrolamento tubular simples
dois circuitos elttricainente isolados tnas magnetica 1nente ligados. Para
distribuído nas duas colunas ... . . ... . .... ... . . . ..... . . 292
que a ligâção 1nagnética entre os dois circuil.o s mcnciona<los se ja a mais
101 - Comparação dos resultados dos projelos . .. . . .. . .
lndicc Alfabético Remissivo . . .. ..... ... . . . . 'ºº
30i .~
perfeita possível, é nect.ssário que estes estejam enrolados sobre um
2 ALFONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES

núcleo magnético de pequena relut:incia. Este núcleo deverá ter elevada O transformador funcionará como elevador de tensão quando se ali-
permeabilidade e por isso seus entreferros devem ser muito reduzidos. menta como primário o enrolamento B.T. e pelo contrário funciona
Por motivos.de construção este núcleo possui a forma indicada na fig. l, como redutor de tensão quando se aliment.;\ o enrolamento A.T.
e sendo destinado a canalizar um fluxo alternado deve ser realizado por
um pacote de lâminas de ferro oportunamente isoladas.
Aplicando-se nos extremos de qualquer destes enrolamentos a tensão !) PRINCIPIO 00 FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR
alternada que se quer transformar V1, gera-se nos extremos do outro
a tensão transformada Vi· A relação entre estas duas tensões chama.se Para poder-se facilmente entender o princJpio do funcionamento do
relação de transformação do transformador, a qual, como se verá, é transforJ!lador, é necessário analisar um transformador ideal, no qual
pouco diferente da relação entre o número das espiras N, e N2 dos dois sejam nulas as resistências elétricas dos enrolamentos, as perdas no
enrolamentos. ferro e as dispersões magnéticas.
Considera-se antes o funcionamento a vazio e depuis com carga: o
i
< primeiro caso verifica-se quando se aplica ao enrolamento primário
uma tensão V, deixando o enrolamento secundário aberto; o segundo
caso verifica-se quando o enrolamento secundário é eletivamente utili-
iado oara alimentar u1n determinado circuito.

a) Funcionamento a vazio

N2 Seja V1 o valor eficaz da tensão alternada com freqüência f, aplicada


V2 nos extremos do enrolamento primário e seja N 1 o número das espiras
deste enrolamento.
Sendo o enrolamento secundário aberto, não é percorrido per ne-
nhuma corrente, ficando inativo. Tendo suposto nula a resistência
Ohmica, o enrolamento primário compuru-se como um circuito pura-
mente indutivo. Este absorverá, portanto, determinada corrente J,._ defa.
sada de 900 em atraso com respeito à tensão aplicada V1• .Esta corrente
produzirá um fluxo • que, na hipótese feita, fica totalmente canalizado
no núcleo. Este fluxo é evidentemente um fluxo alternado que varia
fig. 1 com a mesma fase da corrente 114 que o produz.
=
Se ~.. é o valor máximo deste fluxo e ., 2.,, f (sua pulsação) ele
induz, como é sabido, em cada espira que o abraça uma f.e.m. cujo
O enrolamento alimentado pela tensão .V, que se quer transfor- valor máximo é de J()-8 ..~... Esta f.e.m. é defasada de 900 em atraso com
mar chama-se enrolamento primário e o outro, que fornece a tensão
transformada V,, chama-se enrolamento secundário. Analogamente, as respeito ao fluxo, conforme mostra o diagrama da fig. 2.
duas tensões V1 e V, são denominadas comumente de tensão primária No enrolamento primário composto de N 1 espiras agrupadas em série,
e· secundá.ria. As correntes 11 e 12 que atravessarão os dois enrolamentos gera-se uma f.e.m. (primária) que adquire o seu valor máximo:
constituem as correntes primária e secundária do transformador .. Como
se sabe, os fenômenos de mútua indução são revérslveis, portanto ne-
nhuma distinção pode ser feita entre os circuitos primário e secundário, .Esta f.e.m. é representada no diagrama pelo vetor E, a 900 em atraso
pois os dois enrolamentos podem funcionar indiferentemente como pri- com respeito ao vetor ~ que representa o fluxo. Analogamente o mesmo
mário ou secundário, bastando alimentar um ou outro. Construtivamente fluxo induz no outro enrolamento composto por N2 espiras, a f.e_m,
os dois enrolamentos denominam-se enrolamento de alta tensão (A.T.) secundária cujo valor máxinfó será:
o que tem ~aior número de espiras e enrolamento de baixa tensão
(B.T.) o que tem menor número de espiras.
·I ALFONSO MAI<TlCNONI TRANSFORMADOllES

Esta f.e.m. é representada no Se R é a relutância do núcleo, correspondente ao valor máximo 4>11


1.1 -E, . diagrama pelo vetor E2 a 900 em do fluxo, a corrente li' deve alcançar um valor máximo 1,.,. que fica
atraso com respeito a 4> e ponanto detcrmi nado pela relação
cm fase com E,.
Os valores eficazes das duas
f.e.m., primária e secundária, são
N, li',. =4>» R.
dados por Po<le•se dizer, então, que no funcionamento em vazio do transforma·
2 . ... f dor a tensão V, aplicada ao enrolamento primário produz um fluxo
90° que por sua vez gera no enrolamento primário a f.c.e.m. E1 igual e.
E 1 = JO·' - - . 4>.,. N 1 =
contrária à tensão aplicada. Este fluxo é produzido pela corrente magne-
~ y'2
900
• = 10-'.4,14.f.<1>.,.N,

2.... f
tizante I,.; defasada de 900 em atraso sobre a tensão V1 •
Para se reduzir esta corrente ao . menor valor posslvel, é necessário
que a relutância do núcleo seja a menor passivei.
E2 = 10 4
- --. 4>,.. N2 = No transformador ideal, a f.e.m. primária E1 foi considerada igual à
tensão aplicada V1 • Substituindo-se a f.e.m. secundária E. pela tensão
y'2 que se manifesta nos extremos do circuito secundário V, (com circuito
= 10·•. 4,44 . f. 4> 11 • N• aberto) pode-se escrever
De onde dividindo·se membro a V, E, N ,,
membro obtém-se: - = -- = - -
E, N,
v.
--= - - Isto quer dizer que, aplicando ao circuito primário a tensão V,, nos
N2
t isto é, as duas f.e.m., primária e
=
bornes do secundário manifesta-se a tensão V 2 - - V 1. Construindo-
2 Sáundária, estão entre si na rela-
N,
Fig. 2 ção du-eta dos números das espiras se o enrolamento secundário com ele~ado nómero de espiras em relação
dos respectivos enrolamentos. ao primário, pode-se obter uma tensão secundária elevada, IDC$!DO que
a te'nsão primária seja muito pequena. Inversamente, alimentando-se o
O diagrama evidencia que as f.e.m. induzidas nos dois enrolamentos enrolamento possuidor de muitas espiras com uma tensão elevada, pode-
resultam cm oposição de fase com a tensão primária. Portanto, a f.e.m., se obter no outro enrolamento uma tensão reduzida.
primária, E, reage sobre a tensão aplicada V1 como uma força contra,
eletromotriz (f.c.e.m.). Existe', assim, a possibilidade de realizar qualquer relação de trans-
Tendo suposto nula a resistência ôhmica, e portanto nula a queda de formação unicamente fixando convenientemente a relação dat espiras
tensão correspondente, e nulas as dispersõ<s magnéticas, deverá resultar N, ~
V,= - E,. Esta condição determina o valor do fluxo que deve produz.ir-se - - · nos transformadores esta relação coincide com a relação --;
no núcleo, pois devendo resultar E1 =- V1 o fluxo no núcleo deverá N2' ~
adquirir o valor máximo 4>11 que fica determinado pela relação V,
enquanto a relação - - resulta, como será visto mais tarde, um pouco
8
E, v.
4>,. = 1O • ,
, ---- diferente em conseqüência das quedas de tensão nos enrolamenw..
4,44. f. N,
b) Funcionamento com carga
. Se é !ir.ada a tensão primária V,, o 11uxo no núcleo é completamente
independente da forma e da relutância do sistema, a qual intervirá so, Se os bornes do enrolamento secundário.são ligados a uma impedlncia
mente para determ.inar o valor da corrente magnetizante 1,. necessária (que se supõe de caráter indutivo), como indica a fig. 5, a f.e.m. ~ faz
a produzi,lo. circular nesta a corrente I,., que resultará defasada com respeito à f.c.m.
6 ALFONSO MAR.nGNONI
TRANSFORMAOORES 7
---------+------
___v_'---+--+---L_i_N_H
tamente chamada, além da prece-
_A__ ciente corrente magnetizante 1 Pode-se então dizer que o regime de funcionamento do transformador
14 é determinado pela necessidade da f.e.m. E, resultar constantemente
u1na nova corrente 11' cuja f.m.m.
igual e oposta à tensão aplicada V1 • Se esta última é mantida.constante,
N,1 1' se destina a equilibrar a
também a f.e.m. E1 deve ser constante, e por isso deve ficar inalterado
f.m .1n. secundária N 2 12. o valor do fluxo no núcleo, qualquer que seja a corrente 12 fornecida
Sobre o diagrama vetorial da fig.
E,- - v, 4 ao vetor N 212 contrapõe-se as.~im
pelo enrolamento secundário. Esta necessidade obriga o enrolamento
primário a absorver, da linha q ue o alimenta, além da corrente magne-
o vetor igual e oposto N,1 1 • e eonse· tizante 114, necessária à produção do fluxo, também outra corrente 11'
qüentemente a f.m.m. resuhante cuja f.m.m. resulta constantemente igual e oposta à f.m.m. produzida
será ainda a precedente N,114 e o pela corrente secundária. .Em cada condição da carga deve, portanto,
fl uxo no núcleo adquire, portanto, resultar N 1,11' = N 2 12•
o seu valor inicial <1>. Restabele· A corrente 11' absorvida pelo enrolamento primário, a fim de vencer
ce-se assim o equillbrio entre a a reação magnética provocada pela corrente fornecida pelo secundário,
tensão aplicada ao enrolamento chama-se corrente primária de reação, sendo representada· sobre o dia-
primário V1 e a f.e.m. que a con- grama por um valor 11' d iretamente oposto ao vetor da corrente secun-
trasta E1• dária 12 e o seu valor e[icaz é determinado pela relação N 1 11' = N 212
Fig. 3
N2 12 N1 .E1
de onde resulta: 11' =--N1
12 ou - -=--=--.
11' N, E2
de certo ângulo '1'•· conforme dia•
Resulta que a corrente secundária 12 e· a corrente primária de rea-
grama vetorial da fig. 4. Esta cor-
ção 11' estão entre si na relação inversa dos números das espiras dos
rente secundária, circulando nas
respectivos enrolamentos, portánto também n a relação inversa das duas
~piras do enrolamento correspon· f.e.m. correspondentes.
dente, prQ<iuz sobre o núcleo uma
Pode-se então dizer que no transformador com carga a transformação
força magneto-motriz expressa por:
que se verifica entre as f.e.m. primária e secundária é acompanhada
N 2 12 em fase com 12, a qual tende pela transformação inversa entre a corrente secundária 11 e a corr~
evidentemente a alterar o fluxo p<>ndente corrente primária de reação 11'.
produzido pela força magneto-mo-
.Qeste fato resulta a necessária igualdade que deve existir, despre-
triz N1 1,... Nestas condições, alte-
ram-se as f.e.m. induzidas nos dois • zando-se as perdas,entre a potência elétrica fornecida pelo enrolamento
secundário e a potência que é correspondentemente absorvida pelo
enrolamentos, o que produz no cir-
cuito primário um desequilibrio 1
, enrolamento primário.
Dos fatos expostos conclui-se q ue em um transformador com carga,
entre a tensão aplicada V1 e a quando o enrolamento secundário fornece determinada corrente 12, o
f.e.m. contrastante .E1 • enrolamento primário absorve, da linha que o alimenta, uma corrente
O enrolamento primário absor- total 11, que é a resultante da corrente magnetizante Ip. e da corrente
verá uma corrente mais elevada. N2
A nova corrente absorvida deverá de reação 11 ' =- 12 - -.
ser tal que possa restabelecer o N,
equilíbrio preexistente entre a ten- Esta corrente 11 constitui a corrente primária que corresponde à cor-
são apl icada V, e a correspondente rente secundária considerada. A corrente 11 resulta defasada com respeito
f.e.m. É fácil compreender, portan- =
à tensão V1 - .E, de um ângulo cp 1 ; o qual depende do valor e da
to. que começ.lndo a circular uma defasagem 'h da corrente secundária:
corrente 12 no circuito secundário, Variando a carga do transforntador. isto ~. variando a corrente for·
no enrolamento primário é imedia. Fig. 4 necida pelo enrolamento secundário, fica inalterada a corrente magne-
tizante Iµ., mas varia junto ;\ corrente 12 a corrente primária de rea-


\
TRANSFORMADORES 9
8 ALFONSO MARTIGNONI

H H H
ção l,'. Quando o transfonnador trabalha com carga reduzida, isto é, H H H
com uma pequena corrente secundária, também a corrente de reação é V, v,
pequena e, portanto, a corrente total primária 11 tende a aproximar-se
da corrente magnetizante lµ e o ângulo cp1 aproxima-se de 9()0. Quando, v,'
pelo .contrário, o transformador trabalha a plena carga, acontece que a v,' v,'
corrente magnetizante lµ resulta muito pequena com respeito à corrente
de reação 11' e portanto a corrente total primária 11 é quase igual à
corrente 11' e pode« escrever
I, V'l
- =- -
11 N1 v,
Assim sepdo, desprezando-se a influência da corrente magnetizante, é X X X X X X
possível expressar a corrente primária total a plena carga pela relação
(a) Y/Y .,v,
"' •./3'
Vi
N,
1, = - - 1,.
N,
Com éarga reduzida a corrente magnetilante não pode ser desprezada
H H H H .. H

e a ttlação antes escrita refere-se somente à corrente de reação 11 '. V,


v,

-!) PRINCIPIO DE CONSTRUÇÃO DO TRANSFORMADOR v,' v,' v: v,' v,'


TRIFASICO

Para a transformação dos sistemas trifásicos podem« empregar três v.' v'z Vz 'li
transformadon!S monofásicos distintos e iguais entre si. Os três <!nrola-
nientos primários destes transformadores serão alimentados pela linha
trifásica prímária através de agrupamento em estrela ou triângulo. Dos Vz Vz
~ enrolamentos secundários que são também agrupados cm estrela
X X X X X
ou triãngulo, sai a linha trifásica secundária. Podem-se realizar os quatro X
eoquemas de agrupamento da fig. 5. (d) b/A ; v1t•v,; v~·Va
(cl t,./Y ; v; • v. ; '4. •/,j
Em qualquer dos casos a relação de transformação é considerada como
a relação entre a tensão de linha primária V, e a tensão de linha secun-
dária V,- Conforme o agrupamento, as tensões primárias e secundárias Aorupomento '" e strelo - e,tre1o,. Y/Y ·, esquema ( o l
11
V,' e V,' relativas a cada transformador monofásico adquirem os valores AC)lupomento • 1strela-1riôngulo Y/6 ; HQUlfflO ( b)
indicados na fig. 5, em correspondência a cada esquema. Aorupomento ·tri8™)ulo- estrela" A/Y ; e•querriO ( e )
A9rupomtnto "triônoulo ... tri8ngulo" l,,/t:, ; esqutmo (d l
O emprego de transformadores monofásicos para sistemas trifásicos
é limitado a casos especiais. Comumertte, pela transformação dos siste-. Fig. 5
mas trifásicos, empttgam-sc transformadores trifásicos, os quais são obti-
dos da reunião sobre o mesmo núcleo trifásico dos três transformadores
monofásicos antes considerados.
Os tres núcleos monofásicos estão agrupados em estrela, isto é, cada
a
o prindpio sobre o qual são baseadas a possibilidade e conveniên- coluna externa abriga 1anto o enrolamento primário como o secund~,
cia de se executar esta reunião de circui tos magnéticos relativos à., três rio de uma fase. A coluna centr al é desprovida de enrolamentos. Se os
fases em um ún~co conjunto é ilustrado na fig. 6.
ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES li
10

entre si e defasados a ·1200 um com respl:ito ao outro. A resultante destes


três fluxos é nula e, portanto, a coluna central não é atravessada por
fluxo magnético, o que permite eliminá-la sem que a distribuição dos
fluxos nas colunas remanescentes resulte alterada. No caso exposto, cada
coluna é atravessada por um fluxo igual e oposto à resultante dos outros
dois fluxos; cada coluna, portanto, funcionar:i como retomo dos fluxos
relativos às outras duas colunas.
Com a .eliminação da coluna central, e dada a necessida<le da cons-
trução laminada, o núcleo trif:ioico pode ser r<alizado segundo a di.,.
posição de construção da fig. 7. Com esta disposição consegue-se a
~l vantagem de diminuir notavelmente o peso. O núcleo trifásico assim

111
91(( \1f)2 \
realizado resulta perfeitamente ,imétrico com relação às três colu-
nas e os circuitos magnéticos das três fases apresentam a mesma relu-
tância. As correntes magnetizantes relativas às três colunas resultarão,
\
\ portanto, iguais entre si, isto é, constituem um sistema trifásico simé·
1 trico e equilibrado. O núcleo assim construído. é porém de cons-
\ trução diflcil e é usado somente
\ em casos especiais.
Nos transformadores trifásicos
n?nnais, com intuito de simplifi-
:::!.t1113 car a construção, abandona-5e a
condição de simetria, que pratica-
~- mente não ttm importância, e dá·
fll
se ao nµcleo a forma indicada na
fig. 8. As três colunas são assim
colocadas no mesmo plano para
ligá-las entre si com uma simples
travessa inferior e urna .superior.
No conjunto assim constituldo os
fl11xos nas três colunas devem ain-
da resultar iguais entre si e defasa-
dos a 1200, pois cada um destes
fluxos deve necessariamente indu-
zir no respcc~ivo enrolamento pri-

trb enr?lamenios prim.ários possuem o mesmo número de espiras N


~ alimentado• por_ trêo ten,ões iguais e defasada, de 1200 entre si'.
b<!m os fluxos <t,, ot, e • • nas três colunas externas resultam iguais Fig. 7 Flg. 8

12 ALFONSO MAR.TIGNONJ 'fllANS~'OR.M.AIJOIUS
)

mário uma f.e'.m. igual e c9ntrária à tensão aplicada. A relutã.ncia das H H H H H


três colunas adquire valores diferentes, sendo o da coluna central in-
ferior aos das colunas laterais. As correntes magnetizantes também
serão diferente.s entre si, resultando as duas correntes magnetizantes rela·
tivas às colunas laterais levemente maiores que a corrente magnetizante -E ~

da coluna central.
~te dese<Juilfbrio das correntes manifesta-se somente no funciona·
mento a vazio do transformador, pois no funcionamento com carga = -
as correntes magnetizantes 1,. relativas às três fases resultam desprezíveis ~ -
com respeito às correntes primárias de reação 11'.
Excluindo,se este desequilfbrio, pode-se afirmar que o funcionamento
do transformador trifásico em regime normal não difere substancial-
mente dos três transformadores monolásicos distintos, com idêntica liga- X X X X X
ção entre as Iases. Em cada coluna do transformador trifásico pode-se ' (a) ( b)
então traçar um diagrama idêntico ao já considerado para o transfor-
mador monofásico.

5) NOCLEOS ENVOLVIDOS E NOCLEOS ENVOLVENTES

Existem na prática dois tipos de circuitos magnéticos para transfor- H H H H'


madores, isto é, os de núcleo envolvido e os de núcleo envolvente. -
O núcleo envolvido possui a forma indicada na fig. 9 a e b respectiva- X x'
mente para o transformador monolásico e o trifásico. Neste tipo de
núcle.o os enrolamentos colocaqos sobre as colunas envolvem o respectivo
circuito magnético sem serem envolvidos por este. H H'
O núcleo envolvente, pelo conmlrio, adquire a forma indicada na
fig. 9 e para o transformador monofásico e na fig. 9 d para o trifásico. X- x'
Neste tipo de núcleo os enrolamentos envolvem o respectivo circuito
magnético, ficando porém envolvidos por este. Os enrolamentos ficam
quase totalmente cobertos pelo núcleo, de onde surgiu também o nome H K
de núcleo encouraçado.
X X X X'
Os núcleos dos transformadores são construídos com lâminas de ferro
sUico com 1,5 a 8% de sillcio, com a espessura de 0,5 mm e 0,8 mm. (e) (d)
Para tomar mínima a corrchte magnetizante 1,. necessária para a
produção de fluxo, seria aconselhável construir os núcleos com lâminas Fig. 9
cortadas numa só peça para evitar os entreferros nas junções. Neste caso
seria necessário enrolar os circuitos diretamente sobre o núcleo. Por ·
motivos de construção, é preferível exe_cutar os enrolamentos separada· A união das colunas e das travessas pode ser feita de duas maneiras,
mente sobre formas apropriadas, para colocá-los depois sobre os núcl<!os. isto é, com juntas frontais e juntas encaixadas.
Dai resul ta a necessidade de construir o núcle.:, em partes separadas para Na construção de juntas frontais, constroem-se separadamente um do
compô-las depois de montados os enrolamentos. outro os pacotes Ue lâminas que devem constituir, respectivamente, as
A d ivisão do núcleo pode ser realizada de várias maneiras, mas nos colunas e as travessas pará depois serem unidas por parafusos. A fim de
núcleos dos transformadores industriais é sempre executada a divisão se reduzirem as perdas no ferro, em cada junta deve ser interposta uma
entre as colunas e as travessas. folha de papel isolante, como é indicado na fig. 10 a. Isto evita que as


ALFONS-0 MARTJCNON !

lâminas elas trave,,sas possam estabelecer pontos de contato entre as d


TRANSFORMADORES
·~
lâminas das colunas, constituindo assim uma superfície metálica con·
t1nua, a qual permitiria a livre circulação de correntes parasitas mui- Op,c\:IQ-
to intensas.
A presença da folha de papel isolante, coin a espessura de 1/ IO a
2,5/ 10 mm constitui um entreferro que aumenta a relutância da junta
e, Por conseguinte, a corrente magnetizante necessária ao transformador.
Este inconveniente é eliminado com a cons1tução de juntas encaixa·
das, as quais são obtidas colocando·se as lãmina, como é indicado na
0,526 d ]'1--.-_........, (b)
fig. 10 b: cada plano de lâminas constitui um circuito magnético dis·
tinto e isolado dos outros laterais. Praticamente, a 'Composição dos
núcleos com juntas encaixadas é realizada cortando-se e dispondo-se as 0,89d
lâminas como é indicado na fig. 10 e pelos núcleos mono!ásicos e na
fig. 10 d pelos tri!ásic05; as duas figuras 10 e e d indicam a disposição 0,75d:;1
das lâminas na primeira camada: sobre esta <.lispõe·se uma segunda
camada com as lã.minas deslocadas, respectivamente. como indicam as
figs. 10 G' e d', e depois uma terceira camada igual à primeira e assim
tº·56dt1
sucessivamente.
t evidente que a montagem das juntas encaixadas é muito mais custo·
sa que as juntas fiõntais, pois obriga a enfiar as lâminas nos enrolamen·
tos uma por uma. hto assegura, porém, menor relutáncia do núcleo.
Algum construtores adotam a. soluça<> inter~iária, empregando
juntas encaixadas pela trave,,sa inferior e frontais pela superior. (d)

(a)

(e) (e')

Fig. ll

r
Sendo os enrolamentos construidos com bobinas circulares, seria con·
veniente construir as colunas com este perfil. Porém, para não cortar
as liminas com larguras diferentes, constroem•se as colunas com seção
(b) (d) (d') em cruz, para transformadores de média potência, e com seção de dois
ou mais degraus para transformadores maiores. Para pequenos trani,.
formadores usa.se em ·geral a seção quadrada (fig. 11 a). Supondo-se
Fig. 10
16 /\U'ONSO MARTICNONI TRANSFORMADOllES 17

as lâminas com 0,~5 mm de espessura e o coeficiente de enchimento Tubos


~, = 0,87! a relação entre a .seção pura do ferro e a superffcie do circulo
isolantes
circ~nsa110 ao núcleo. é S, = 0,58. Para transformadores de mé/lia po-
tência, escolhe-se a seçao em cruz (fig. 11 b), na qual o melhor aprovei-
tamento da superfície do circulo circunscrito resulta das dimensões
=
indicadas na figura, e o coeficiente s, 0,71 para lâminas de 0,35 mm
de espessura. Colunas com seções muito grandes, são construidas em
degraus (fig. 11 e e d). Se a superfície externa do núcleo não é suficiente
para irradiar o calor, subdivide-se o pacote laminado em pacotes com
espessura de 60 a 100 mm, separados por canais de 10 mm de espessura,
conforme fig. 11 t e f. Na fig. 11 e . os canais de refrigeração são para-
lelos às llminas e, porta11to, apresentam vantagem de fixação dos pacotes
elementares, mas esta disposição é menos eficaz que a representada na
fig. 11 /, pois a transmissão do calor no sentido normal às làminas é
dificultada pelo papel interposto entre as mesmas, sendo o papel mau B.T A.T.
condutor do ca'lor.
A seção das travessas e <las colunas laterais é em geral retangular, e
às vezes, para diminuir a relutância e as perdas no ferro, são construidas (a) (b)
com seção de 15 a 30% maior que a do núcleo. · Fig.12
Em alguns casos, tanto o núcleo como as travessas e colunas, são
construidos com lâminas de espessura de 0,35 mm. Recorre,se a lâminas · Para maior segurança, perto da coluna coloca-se sempre o enrola-
finas quando é necessário ter perdas muito baixas, pois com estas lâmi• mento B.T. separado da mesma por meio de um tubo de material iso-
nas a· perda no ferro é aproximadamente de 1 W / kg. lante. Os enrolamentos adquirem a forma indicada na fig. 12 a, na qual
o enrolamento A.T. é dividido em várias bobinas sobrepnstas e devida·
mente distanciadas, enquanto o enrolamento B.T . é geralmente· cons-
6) TIPOS DOS ENROLAMENTOS 1 tituldo em forma de solenóide contínuo.
As veies, porém, o enrolamento B.T. é subdividido em dois solenóides
Qualquer que seja o tipo de construção do transformador, os dois consêntricos, dispondo,se um destes próximo da coluna e o outro exter-
e~rolamentos de alta tensão (A.T.) e baixa tensão (B.T.) da mesma fase namente ao enrolamento A.T. como é indicado na fig. 12 b. Esta dispo·
são em geral colocados sobre a mesma coluna. Nos transformadores sição' diminui consideravelmente a dilpcnio.
monofásicos de colunas, é possível dispor o enrolamento de A.T. sobre
uma colu.na e o enrolamento B.T. sobre outra. Est~ critério, porém,
nã? é.·aphcado pelo fato de dar origem a dispersões magnéticas notáveis, b) Enrolam<nto com bobinas alternadas ou de discos
po1S uma grande parte do fluxo gerado pelo enrolamento primário se Esta construção é realizada executando-se ambos os enrolamentos A.T.
fecha no ar sem chegar a concatenar-se com o secundário. Nos transfor. e B.T. com várias bobinas de comprimento axial pequeno (discos) e
inadores industriais há várias maneiras de se ·disporem as bobinas a (im sobrepondo-se as bobinas A.T. e B.T. alternadamente como é indicado
\!e se diminuir a dispersão magnética. Conforme a posição relativa em na fig. 13. Para tornar mais fácil o isolamento contra a cabeça do
t que são dispostas as bobina! A.T. e B.T., obtêm-se os dois tipos de
enrolamentos que são de bobinas concintricas ou tubulares e de bobinas
núcleo, as bobinas são divididas de maneira que as extremas pertençam
i
:1
I;
alternadas ou de discos. , · ao enrolamento B.T. Para diminuir a dispersão, estas duas bobinas
devem possuir metade da espessura das bobinas B.T. O isolamento entre
as bobinas sobrepostas é obtido com a interpnsição de coroas isolantes.
l a) Enrolamentos concênt1icos ou tubulares O enrolamento com bobinas a discos é particularmente usado nos trans-
formadores de núcleo emolvente.
Esta construção realiza-se dispondo-se sobre cada coluna os dois enro-
lamentos de alta e baixa tensão, concêntricos, separados entre si por Os enrolamentos A.T. e B.T. requerem uma técnica de construção
meio de material isolante. ,, diferente. No A.T., o problema fundamental é o do isolamento, en·
quanto no B.T. surgem dificuldades de execução. quando é necessário
18 ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES 19

empregar condu1ores com seção Diafragmas Borra dé costa


n1uito grande. virada em hélice
isolantes.
· O enrolamento A.T. tem em ge-
ral elevado número de espiras com
""\ seção relativamente pequena. en-
'..,. \ quanto o enrolamento B.T., pelo
contrário, tem poucas espiras com
8. T. · grande seção.
'/ Para seções de até 10 mm' em-
pregam-se fios redondos; para se- Tubo
ções maiores empregam-se condu- isolante
tores com seção retangular. Estes
condutores devem possuir isola-
mento próprio, proporcional à ten-
.__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __. são induzida em cada espira. Para
Fig. U fios redondos usa-se em geral um
isolamento de esmalte ou algodão 1
em duas camadas. Para condutores
em barra usa-se algodão em duas ou três camadas, papel ou cadarço de
algodão. Os condutores de seção muito grande são enrolados geralmente (a) (b)
nus, interpondo-se entre as espiras contíguas diafragmas de papel ou
prespann. Fig. 14

7) CONSTRUÇÃO DOS ENROLAMENTOS B.T. cessidade de se interpor entre as camadas uma boa sepan.ção iso-
lante, feita com papel, prespann ou tela de linha oleada cuja es,.
Na construção dos enrolamentos concbltricos, as bobinas B.T. são pessura varia entre 0.2 a 2 mm, conforme a temão.
feitas em geral com uma ou mais camadas. uniformes. Em geral as Em lugar do enrolamento de ca-
bobinas cobrem todo o comprimento da coluna, excluído o espaço mad45 uniformes sobrepostas pode-
necessário ao isolamento. se usar um enrolamento B.T. di- Coluna
A necessidade de dispor uma ou mais camadas sobrepostas, depen- vidido em bobinas parciais, sobre- Jsobmento
enh• os
de do número de espiras a serem enroladas. postas em colunas. Cada bobina é - -,,---1-,_ camodos.
feita por uma espiral de bllrra de Papel, prespa,n
A possibilidade de se realizar o enrolamento B.T. numa linica ca- OIJ tela.
mada apresenta-se no caso de tensões relativamente baixas e correntes cobre usada de pé com espiras
muito intensas. O enrolamento redut-se a uma simples hélice da barra con~ntricas, como é indicado na Borro isobda
de cobre que pode ser usada de pé como na fig. 14 a, ou de costas como fig. 16. com ol<)odão
OU PQl)el.
na fig. 14 b: as espiras podem ser isoladas uma da outra com cadarço O agrupamento em série entre
de papel ou algodão, ou por meio de diafragmas isolantes. estas bobinas é feito por meio de
Se uma camada é insuficiente para conter o número de ~piras dese, tiras de cobre enroladas e soldadas
jado, constrói-~ o enrolamento com duas camadas, executando-se uma alternativamente com os terminais
primeira hélice dirigida do alto para baixo e sobrepondo-se a esta uma internos e externos das bobinas
segunda dirigida de baixo para o alto, como indica a fig. 15. Analoga- sobrepostas.
mente pode-se construir o enrolamento com trts camadas. Este tipo de enrolamento é es- --t-._..,--.J
Entre a primeira espira de uma camada e a óltima da camada pedalmente usado nos transforma-
dores encouraçados e possui a van- Tubo isolante
sobreposta existe a diferença de potencial i""'1 à induzida nas espi-
ras que compõem as duas camadas. Pela razão exposta surge a ne- tagem de apresentar boa dispenão Fig. 15

'
20 ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMAOORES 21

evidentemente um desenvolvimen~ prccnde o terço interno da c~nlada inf~rior. º.ex~erno rl~ ca~na<la 1nédia
to maior que as pertencentes à ca- e o médio da camada superior. Com este aruH~1~ as tres vias re~ulta?1
mada interna. Querendo-se realiz.ar eletricamente equivalentes e as conentes se subd1v1deJr1 en1 partes 1gua1s.
o agrupamento em paralelo.de dua.,
camadas enroladas como na fig.
17 a, é necessário construir duas 8) CONSTRUÇÃO DOS ENROLAMENT OS A.T.
vias idênticas, agrupando-se em ·sé-
rie entre si a metade inferior da., Os enrolamentos A.T. não são em geral constru ídos com cam.adas
espiras de uma câmada, com a me- contínuas, sobrepostas, mas são subdivid idos quase set~pre cm b:1b1nas,
tade superior da outra, como está pois de tal maneira fica simplificado o problema do isolamento.
indicado no esquema da figura Cada bobina compreende certo número de camadas, cada uma das
17 a. O mesmo critério deve ser quais possui determinado número
aplicado pela construção de um de espiras. As camadas se contam
enrolamento com três vias internas no sentido radial e as espiras des· ( 8 7
em paralelo, que t realizada como
,.-
tas no sentido axial: assim sendo. 9 6
indica a fig. 17 b: cada via rom- a fig. 18 representa a seção de uma 10 5
bobina com 5 camadas - cada 11 4
~

uma das quais possui 7 espiras. A 12 3


-
bobina é iniciada pelo conputor 1
e enrola-se a primeira camada <lo
1 até o 7, deste passa•se ao condu·
tor 8 para se enrolar a segunda ~
13 2
14 1 --
Fig. J6 / camada do 8 até o 14, procedendo.
se do alto para baixo e assim su• - l A I l
1
cessi,•amente. Se o número das ca- ~

lllll
do calor. Entre uma bobina e ou- madas for ímpar, um terminal da
tra interpõc·se um diafragma iso- bobina é inferior e o outro supe-
lante, capaz de suportar o dobro rior, como indica a fig. 18. Se. o
do valor da tensão de cada bobina. nún1ero aas camadas for par, am·
bos os terminais são inferiores. A
Nos enrolamentos B.T. para (o) primeira solução é perfeita, pois J..J..ll
\
conentes muito intensas, que pre- simplifica a ligação das bobinas,
cisam de condutores com seção que é feita por meio ~e uma cha- Fig. 18
muito grande,para facilitar a cons- pinha de cobre como md1ca a fig.
trução d0$ enrolamentos, é preciso 18. O isolamento entre as camadas
subdividir a seção necessária em deve ser apropriado com a tensão 5
dois ou .três condutores distintos, h
induúda nas espiras que compõem 4
que serão agrupados em paralelo. as duas camadas adjacentes: entre
o 3 ~
t necessário neste caso que os a espira I e a 14 existe de fato 2
~
grupos de bobinas agrupadas em uma diferença de potencial corres· 1
;:,,
paralelo apresentem a mesma rea- pondente a 14 espiras. Se esta ten- ,. ,..
tãncia, a fim de que a corrente pos- são for inferior a 100 volts, é sufi.
sa subdividir-se em partes iguais. cienLe somente a cobertura isolan- t
Esta igualdade não seria reaJiz.a. te do fio, mas se, pelo contrário, b 4' ,.•
da agrupando-se em paralelo duas é maior que 100 volts, é preciso 1 5'
camadas concêntricas, pois as espi· (b) interpor entre as camadas diafrag-
ras da camada externa apresentam Fig. 17 mas de papel ou tela de linha. f;g. 19

3 Transformodotes

1
·1 RANSt'OR~IAD<>Rf:.S 2$
22 ALFONSO MART IGNONI
1ne.srno o va lor aOO-Olulo dessas perdas pocle se1· elevc1do nos transforma-
A bobina simples acima indicada apresenta o inconveniente de ~er dores de grande pott ncia. l'or exemplo, num transformador de 10 000
sempre um termina) interno, o qual deve ser trazido para o exterior kYA precisa-se dissipar uma potência de 100 k.W em forma de calor, sem
por meio de uma Iigação que cruza todas as camadas e deve portanto que ~ temperatura dos enrolamentos supere 75°C. É compreensível, por-
possuir isolamento proporcional à tensão total da bobma. Para evitar tanto, que as dificuldades de resfriamento aumentem com o aumentar da
este inconveniente, especialmente para bobinas com tensões ele_vadas, potência.
adota-se em geral a construção com bobina dupla, ilustrada na hg. 19. Nos transforma<lore" norn1ais, com pot.ência até 20 k VA e tensão até
Esta é composta de duas bobinas em _sentido contrário: isto é, ~ma 6 000 volts, o resfriamento é feito com ar. Estes transformadores são
para a direita procedendo-se pela pnmeira camada de baixo para cima chamados de transformadores secos.
(1 a 5) e a outra, esquerda, com a primeira camada enrolada do alto Constroe1n-se. pelo contrário, transíorma<lores . imersos em óleo para
para baixo (l' a 5'). As duas bobinas são _isoladas po~ meio de u'? potências e tensões maiores que os valores indicados. Em casos especiais
diafragma e os extremos internos 1 e l' são diretamente bgados entre"· constroem-se transformadores secos t.imbém para potências muito ele-
Com esta disposição ficam livres o terminal superior (a) de uma bobina vadas, aplicando-se neste caso a ventilação artificial.
e o inferior (b) da outra. Estes dois terminais podem facilmente ser
agrupados em série com as outras bobinas da fase. Dando-se ao óleo a tarefa do resfriamento do transformador, é neces-
sário evidentemente que o óleo possa resfriar'.se, dissipando o calor que
subtraiu ao transformador.
9) RESFRIAMENTO DOS TRANSFORMADORES Distinguem-se a este respeito os transformadores em óleo com resfria-
mento natural e com resfriamento artificial.
Nos transformadores. a imobilidade de suas partes componentes pre- O resfriamento natural do óleo obtém-se construindo-se a caixa que
judica a dispersão do calor, que resulta das perdas no cobre e no ferro. contém o transformador com uma extensão suficiente para transmitir ao
Esta imobilidade, porém, permite o emprego de um meio refrigerante ar a quantidade de calor correspondente às perdas do .transformado~,
Hquido, que é mais eficaz que o ar, o que é feito imergindo-se todo o sem que o óleo interno supere a temperatura de 75°C. A superflc1e
transformador em uma caixa cheia de liquido apropriado. necessária consegue-se construindo-se a caixa com lâminas de ferro pro-
O Hquido mais conveniente e universalmente empregado é o óleo ,·idas de amplas ondulações, ou construindo-se a caixa lisa para se adap-
mineral, o qual, além de apresentar uma elevada capacidade tér~ica tar sobre esta oportunos radiadores ou tubos.
e um excelente coeficiente de transmissão do calor, é também um óumo Em todos os casos a caixa possui dimensões muito maiores que as do
isolante, que apresenta uma rigidez dielétrica quase cinco vezes maior transformador nela contido: de maneira que ao redor do transformador
que o ar. se formam colunas ascendentes de óleo quente que, lambendo as pa-
Um transformador imerso no óleo requer, portanto, uma superfície redes da caixa, se resfria.
de resfriamento menor do que a que seria necessária, se o meio refri- o, espaços compreendidos entre os enrolamentos e o núcl~o dev~,
gerante fosse o ar. O poder isolante do óleo permite reduzir considera- portanto, ser proporcionados com o mtu1to de formar vários ~a:"a1s
velmente o volume do transformador. verticais, entre os quais a circulação ascendente de óleo possa ver,f,car-
Para que o óleo possa cumprir sua ta_rcfa de isolante, deve_ ser ise~to se livremente.
de umidade e deve poder penetrar facilmente entre as bobinas a fim Os transformadores com resfriamento artificial podem ser realizado•
de impregnar os separadores. de duas maneiras: 1.º) Deixandcl-se passar no óleo um tubo perc01Tido
Por esta razão, usam-se como separadores algodão, papel e prespann e por água fria - neste caso as junções devem ser perfeitas para se evita·
excluem-se, pelo contrário, borracha e derivados. rem, da maneira mais absoluta, infiltrações de água no óleo; 2.") Colo-

!
Nas Américas é em geral seguido o critério de se usar o óleo exclu- cando-se externamente à caixa do transformador uma bomba que retire
sivamente como meio, refrigerante sem se considerar o seu poder iso- o óleo quente do mesmo, lançando-o num tubo em forma de hélice
lante: 0 transformador deve ser em tal caso isolado como se tivesse que «nerso em água fria. A pressão do óleo neste tubo deve ser tal que lhe
funcionar livremente no ar,. e o óleo não precisa possuir especiais pro- i.c..
mita voltar ao transformador uma vez resfriado\ Neste caso. tendo

l
priedades isolantes. o 1,:to no tubo certa pressão, verificando-se uma infiltração, será o óleo
As perdas que devem ser dissipadas sob a forma ele calor são! uma ~- que penetra na água, o que não constitui perigo imediato para -O
centagem muito pequena da potência do transformador, pois o rendi- transformador. ·
mento dos transformadores pode alcançar e mesmo exceder 99%, Assim
24 ALFONSO MAR"rICNONI TRANSFORMADORES

10) PERDAS NO }"ERRO Perdas por histerese magnética - No livro Eletrotécnica, parágrafo
162, foi observado que qualquer núcleo magnético sujeito a magne-
As perdas no ferro são produzida, pelas correntes parasitas e pela tizar-se percorre um cido de histerese todas as vezes que o campo
histerese magnética. magnetizante varia de + B,. a - B,., e deste novamente para + B,.,
Perdas por correntes parasitas - Conforme o parágrafo 162 do livro sendo a potência perdida proporcional à superfície do ciclo. Esta perda
Eletrotécnica, numa massa metálica sujeita à variação de flu.xo, geram- foi interpretada como sendo necessária para vencer os at_ritos entre os
se f.e.m. que produzem, dentro da própria massa metilica condutora, magnetos elementares de que o núcleo se compõe, e foi chamada de
correntes muito intensas, chamadas corrente.s parasitas. perda por histerese magTlética. Sua compensação é leita por meio de
Estas correntes produzem uma força magneto-motriz que pela lei de uma energia equivalente, absorvida da linha de alimentação.
Lenz si, opõe à causa que a produz, isto é, ao fluxo. Assim s,,ndo, o A potência em watts perdida por efeito da histerese pode ser calcula-
efeito destas correntes constitui uma perda de potência. A fim de se da pela fórmula de Stcinmeu:
reduzir esta perda de potência é necessário construir-se o núcleo com
lâminas de ferro isoladas entre si (livro Eletrotécnica, parágrafo 120). W• = 10-' . I' B 1.G f. V
Com esta construção, o valor da f.e.m. produiida em cada lâmina é "
pequeno e atua sobre um circuito elétrico de pequena seção, o que
reduz consideravelmente o valor das correntes parasitas e a correspon· onde B,. representa o valor máximo da indução à qual o ?úcleo é
dente perda de potência. solicitado; f a freqüência de variaç.ão do fluxo, expressa em ciclos por
A perda de potência produzida pelas correntes parasitas é expressa
n.p
segundo (f = - ); V é o volume do material expresso em centlmetros
em watt.s pela seguinte equação:
60
,,.2
cúbicos; " é o coeficiente de Steinmetz que depende da natureza do
w, = 10-12 _ . :st,.. e,. a2. 1. s / material.
A fórmula acima simplifica-se quando referida· a 1 kg de làminas
Sp
pois transforma-se em:
onde:
B,. ) i.s
p é a resistividade do material das lâminas em micro-ohms-centl· ... = p. - f (
metro; 50 10 000
Bx t o valor máximo da indução nas lâminas;
f é a freqüência da variação do fluxo; para B,. < 10 000
8
(l.S)
é a espessura em mm das lâminas;
é o volume em cm• das lâminas. "• =p. - f- (
50
_B_
"-) •
, 10000
Esta expressão resulta simplificada quando a perda é referida a I kg
de lâminas, pois a mesma ~ transforma em: para ».. > 10 000

"• =P, (
f B11
P • 50 . 10 000
)t Esta fórmula fornece a perda específica de potfocia por histerese em
watts por quilo (W / kg) de lâminas.
A fórmula de Steinmetz é empírica e o expoente 1,6 reproduz o·
fenômeno com suficiente aproximação somente pelos valores de B,.
onde: inferiores a 10 000 gauss. Para valores de B., .uperiores a 10 000 gauss
p, é um coeficiente que depende do material, cujos valores estão indi- o valor do expoente aproxima-se de 2.
cados na tabela da fig. 20. A fórmula acima escrita fornece a perda O cooficiente P• depende do material e seu valor está indicado na
especifica em watts por quilo (W/ kg) das lâminas. tabela da fig. 20.
27
T RANSFORMADORES
ALFONSO MARTIGNONI
26 Do exposto resulta que para r,equência constan te f = 50 e indução
variável , a perda especUica, nas lâminas de ferro com espessura
é ; erda:s especificas totais no ferro - A perda especifica total no ferro
ad; _pela soma das perdas por correntes parasitas e as de histerese g == 0,5 mm, para os diferentes valores da indução, pode ser calculada
magn uca, podendo ser expressa pela fórmula seguinte: usando a seguinte fórmula:

..r, = ... + ... = p, e 5: .


8.
Bu )
10 000
• + P• . _f
50
e B,.
10 000
) • .,{, == w/ kg,.
e B 11
10 000
) 2

. A tabe!a da fig. 20 indica os coeficient~• e p. e as perdas es {. Os valores de W / kg, 0 para os diferentes tipos de lâminas, com
tcas total$ (~/ kg!o} por vários tipos de lã minas para a freqüência f ~O 6 =0,5 mm, estão indicados na tabela da fig. 20.
i, para a mduçao B,. =
10 000 gauss e a espessura g 0,5 mm. = Conhecendo-se o peso do ferro em kg a perda no núcleo é forne-
Na equação antes escrita, pondo em evidência cida por:
Wr, == .,f• . kg

o fator
e B"
10000
)

f
t
obtém-se Para lâminas com espessura diferente de 0,5 mm. para valores da
freqüência diferentes de 50 Ht e para valores da indução diferentes
de 10 000, as perdas especificas são calculadas pela fórmula geral
+p.- B,.. ) •
50
(
10000
Se a frcqücncia for constante, por exemplo f == 50, substituindo os
valores de P, e P• da tabela da fig. 20, por exemplo das lâminas normais
com espessura 6 = 0,5 mm, obtém-se ' na q ual são empregados os valores da tabela da fig. 20.
· Nas lâminas dos pequenos transformadores que sofrem processo de
)2
~~ == [ 4,8 ( 0,5 : : ) z + 2,4 :: J e B,.
10000
==
usinagem apreciáveis, tais como os de corte e perfuração por meio de
prensas, as perdas específicas são maiores que as calculadas pela fórmula
acima mencionada. Assim sendo, o valor das perdas especificas deverá

pondo B.,
= (4,8. 0,25 + 2,4)

a:
e B11
10 000
)

1O000 resulta ..f, == ,,6 W / kg.


2
- 36 (
- •
B,.
10 000
) 2 ser aúmentado de 15%, resultando
W Fc =1,15 · .,f, .. kg
Em geral os labrica~tes de lâminas destinadas às máquinas elétricas
O ~a.lor 3,6 ~ep_resenta, portanto, a perda especifica em w / k ue e aos trans!orrnadores, fornecem curvas que repr~ntam as grandezas
se ver~f,ca nas laminas de ferro normal com espessura 6 0,5 mm, \u1n- = características das mesmas, inclusive as perdas específicas. As perdas
do suJe1tas a um campo magnético alternado com B,. 10 000 e f = 50. = especificas são referidas à freqüência de 50 ou 60 Hz, podendo, entre-
Este valor é o representado na tabela da fig. 20 (>'// kg,0). tanto, ser convertidas para outro valor da freqüência, empregando as
fórmulas antes escritas.
W / kg,. por f = 50: Nc. Brasil, a fábrica mais importante de chapas para transformadores
Qualidade d,a, 1lminu P, P, é a Cia. Aços Especiais ltabira (ACES1TA).
8 =0,5 e B., = 10000
As chapas produzidas pela Acesita, destinadas a transformadores, têm
Lâminas normais 3,6 4,8 2.4 a espessura de 0,35 mm. Todos os gráficos das perdas, magnetização e
Lâminas com pouco sil!cio 3,0 2,6 2,3 permeabilidade, podem ser obtidos pelos interessados. Neste livro, a útu-
Lâminas com silício 1.7 1,1 1,4 lo de orientação estão indicados unicamente os valores típicos das chapas
de fabricação nacional, que atendem às normas alemãs DlN 36 400.
Fig. 20
f
28 ALFONSO MA RT ICNONI TRANSFORMADORES

Pelo fato de as chapas de fabricação nacional atenderem às normas


DIN, têm espessura cm mm, os valores são referidos à freqüência de ESPESSURA DAS CHAPAS ARMCO
50 H z, as perdas específicas são expressas em W / kg e as f.m.m. são ex-
pressas em Ampérc-espiras por centímetro. ESPESSURA
Bitola
A fig. 21 indica as características das chapas fabricadas pela Acesita.
n.•
Polegadas Mi Hmctros

~,.
CHAPA l'ARA T RANSFORMADOR~ ACtStTA: E>p = o.,srom: F=50Hz.
24 0,0250 0,635
n., B,oo
·r ipo
" 1~
ª•• 8300 26 0,0 185 0,470
29 0,0140 0,356
W/ kg W/ kg gauu gauss gau<S gau"

Acesita 17.0 · 35 1,51 a 1,70 4,0 a 4,2 14 300 15 500 16 500 18 500 Fig. 22

Acesita 160 • 35 1,46 a 1,60 3,6 a 4,0 14 300 15 500 16500 18500
Acesita 145 • 35 1,28 a 1,45 3,2 a 3,6 14 500 15 500 16 500 18 500
Acesita 127 · 35 1,16 a 1.27 2,8 a 3,2 14 300 15 500 16 500 18 500 TIPOS DE CHAPAS
Acesita 115 · 35 1,04 a 1, 15 2,5 a 2,8 14 300 15 500 16 500 18 500
Acesita 100 • 35 inf. a 1,03 inf. a 2,5 14300 15 500 16 500 18 500 Transformadores de distribuição l\l 14 e M 15
T ransformadores de audio A 6 e M 15
Para obter-se as perdas específicas relativas à freqüência de 60 Hz, é
Transformadores de televisão M 19; M 22 e M 27
su ficiente mu ltiplicar os valores da tat·•la por 1,25.
Trans!. para alimentação de rádio M 22; M 27 e M 36
Fig. 2t Réguladores de tensão M 22 e M 27
Bobinas de reatãncia M 22; M 36 e M 45
N a lig. 21 , .,, 0 e"'' • representam as perdas em W / kg por uma indução
de 10 000 gauss e 15 000 gauss respectivamente e uma freqüência de
50 Hz; B20, B,0 , B 100 e B300 representam a indução magnética cm gauss
para uma f.m.m. de 25, 50, J00 e 300 Ampêre-espiras por centímetro
respectivamente. Estes últimos valores são muito aproximados dos con·
tidos na tabela da fig. 156 e no gráfico da fig. 157 do livro Eletrotécnica. As aplicações dos vários tipos de chapas Armco estão indicadas na
Entre os fabricantes estrangeiros foi escolhida a firma ARMCO tabela da fig. 23. As perdas espedlicas em W / kg e Watts/pound estão
STEEL CORPORATION, cujas chapas são fabricadas atendendo às indicadas na tabela da fig. 24.
normas americanas. Assim sendo, as perdas csp~fficas das mesmas são Para se obterem as perdas específicas relativas à freqüência de 50 H z.
expressas em Watts/ pound, as espessuras em polegadas e a freqüência é suficiente mu ltiplicar os valores indicados na tabela da fig. 24 pelo
de referimento é 60 Hz. ABNT 05-35-0,55. fator 0,79.
As chapas de produção normal da Armco são as de bitola 24, 26 e 29, Assim, por exemplo, as lâminas M 27 - Bitola 29 com B,, = 10 000
cu jas espessuras estão indicadas em polegadas e milimetros na tabela gauss, com a freqüência de 50 Hz. apresenta a perda especifica de 1,78 X
da fig. 22. X !),79 = 1,41 W / kg.
E .: !:l,
TRANSFORMADORES
e ii' 1 1 ~ ... 8.... "'~ "'~ :ft "' 11) CORRENT E A VAZIO OU OE EXCITAÇÃO E SUA FORMA
... t.., ~.
~

~
"' o ~ ...
.!l li li
i .s- ,9-
'
ll 1 1 2
.,
oi : :i
"' ~ ., ..
"'"' ...~
Ilustrando o princípio de funcionamento do tr>nsformador ideal (pa•
rágrafo 5), além de considerar nulas as resistências ôhmicas dos enrola·
mentos e as dispersões magnéticas, foram supostas nulas também as perdas

ee ,!!
ll
1
...
:;; -.. '
o
"' ...~- S!"'
o
1 1
por histerese e correntes parasitas no núcleo.
Com esta hipótese no funcionamento a vazio, o transformador não
absorve ncnhun1a potência mas simplesmente uma determinada corrente
~
ôo o
2~~

-~-sr- • ...."'
magnetizante li,, totalmente "dewatada", destinada a produzir o fluxo
li -â ºº ...
... ..- .:l"' ... no núcleo.
li li o
::t
.:l
'
ll 1 ":. ;:i 1 1
No transformador, entretanto. devem-se considerar outros fatores, isto
:i: é, no funcionamento a vazio, o primário comporta-se identicamente a

.. ..
$
um circuito de corrente alternada enrolado sobre um núcleo magnético .
...li ee .:t :a ;;; .,~ .,~ ...S! ...,~ 1 1 (Livro Eletrotécnica, parágrafo 162) .
'
ll
gJ ~~
ôô
O fluxo alternado, no núcleo,
determina uma perda devida aos V,=-E,
-â li li
ili .s- .s- i 3 "'-"' 3 5 S!- "' ;:i 1 1
fenômenos de histerese, correntes
parasitas e saturação magnética do
ferro. A corrente necessária a pro·

..a ...."' ..::;


duzir um fluxo .alternado senoidal
.:t 1 1 !2 !2 não pode ser senoidal, mas forço-
~ '
ll
oi ,,; 1
samente deformada, por uma ter-
... ~ ~
"'ô~
ceira harmônica. A fim de simpli·
°§ ficar os cálculos práticos, a corren·
..
u li
,:; li- ,a,
·-
"
'
Ili 1 1 õi
o o
$1 ~ 1!j
- "'"' 1 te magnetizante será considerada
senoidal e, portanto, pode ser re.
,. t

e
..
... =i .. ..
pres,;ntada por meio de um vetor
li, em fase com o vetor ~ que re-
1 :a' oe
'2 õ. ~
i 1
-"' lq_ ~ :li 1 1
presenta o fluxo, como indica a
fig. 25.
li
::t
"'
,ã ºº
li u
ili !' ,a, -...
~
1 ~
o
"' o
~
., .,
... ~ ~ 1 1
Para compensar a perda no kr·
ro, o tnrolamento primário deverá
absorver da linha de alimentação,

... ..::: .. além da corrente magnetizante li,,

•.. ..
.J que é totalmente "dewatada" tam- Fig. 25
- "'- -
~
~
~ ~
ã
:!: :!!
1 1 bém uma corrente elétrica 1. em
s: ~o "lo fase com a tensão.
A corrente a vazio 10 do transformador resulta da compo,,çao da
i 1111 -e: .,
:;} o~ ~ iil.
S[ corrente magnetizante li' e da corrente ativa 1. que deve compensar as
ili ,a, .s- Ili "'
o o o 1 1
perdas no ferro. Esta corrente 10 constitui a corrente a vazio do trans-
formador e resulta defasada em atraso sobre a tensão do ângulo 'I'• o

~
:: =: ~ gj !;j
,: ::t ::t ::t ::t :i: ::t :E
=i .. .."'
., qual é tanto maior quanto menor for a componente 10 , isto é, quanto
menores forem as perdas no ferro. .
A corrente 10 é chamada também ele corrente ele excitação.
TRANSFORMADOR E.~ 33
32 ALFONS0 ~,f ,\R"f l CNONI
as seções aparentes de 10% a 12%, para se considerar a seção ocupada
12) CALCULO DA CORRENTE A VAZIO DO pelo isolante.)
TRANSFORMADOR As perdas assim calculadas devem ser enfim aumentadas de 15% para
se ter em consideração as perdas adicionais.
Para calcular a corrente a vazio 1~ do transformador é necessário antes
c.alcular as duas comporentes. isto é, ativa Ii:i e reativa Iµ.
Considerando-se que no funcionamento do transformador a vazio
a corrente absorvida é muito pequena e a corresp,mdcnte perda por
efeito Joule é, portanto, desprezível, resulta que as perdas no ferro
a) Cálculo da corre>1te ativa 1., assim detenninadas representam a potência W. que o transformador
absorve no funcionamento a vaz.io. Esta é a potência indicada por um
Para se ~etern1inar a corrente ativa Ia, é necessário conl1ecer a perda
wattímetro inserido na Jinha de a lín1entação do transformador quando
de potência no ferro, o que se faz com base no esquema de cálculo
indicado no parágrafo 10. - o secundário está aberto; chama-se, portanto, perda a vazio do trans·
formador.
É preciso ob.se.rvar que ~,lguns fabricantes, a fin1 de ü iin inuir o perí·
Conseqüentemente, se o transformador funciona a vazio com uma
metro das bobinas, fazem a seção <las colunas <lo transformador menor
tensão de alimentação v,; deve absorver, para compensar as perdas,
que a seção <las !~avessas; assim sendo, a indução magnética B,. nas
w.
colunas resulta m:uor que nas travessas e, portanto. é necessário executar
um cálculo distinto para as colunas e para as travessas. uma corrente ativa I, definida por W 0 =V 1 I., de onde I, =--.
v,
O_valor d.a ind~ç~o máxima B" é calculado tomando-se por base a As considerações expostas referem-se a um transformador mono{ásico.
te~sao de alimentaçao V1 do enrolamento primário e o correspondente
nun1ero das espiras N 1.
b) Cálculo da corrente magnctiza11te
Como é sab!d.o, no enrolamento. primário deve gerar•se uma r.e.m. E1
que deve equilibrar a tensão aplicada V 1 ; sendo 4>).t o valor máximo O cálculo da corrente magnetizante consiste em determinar o número
do fl uxo no núcleo, o valor eficaz da f.e.m. E1 é dado por: das Ampere-espiras necessárias a produzir no núcleo o fluxo necessário.
O cálculo é feito com base no fluxo máximo <1>,, e, portanto, no valor
E1 =J0-8 4,44 f <1>., N1 máximo 1,.,.
da corrente magnetiiante.
Neste cálculo é necessário distinguir os di(e1·entes trechos que com-
Pondo então E1 =V1, obtém.se põem o núcleo e ter em consideração os entre[erros representados pelas
juntas. Cada junta bem acabada é equiva)ente a um entreferro com
8 espessura de 0,03 ou 0,05 cm quando se trata, respectivamente, de juntas
<1>11 = 10 - - -- encanadas ou frontais.
4,44 í N 1 Para um núcleo monofásico envolvido com duas colunas e duas tra·
ves.sa5 com quatro juntas, o número das Ampere.espiras máxi1nas AeM
. Na. realidade, em virtude das quedas de tensão a l'.e.m. E1 é um pouco resulta da soma:
1nfer1or a Vi, No funcionamento a vazio porém estas quedas são muito
pequenas e podem ser desprezadas. A.,1= 2(A,.) 1 . h + 2(A.,). . g + ,1 . o,s B"• ·r•• sendo:
Obtid~ o valor do fl uxo no núcleo, se este é constituído por colunas, (A~). = número de Amptre-espiras por centímetro relativo às colunas,
cuia seçao ~ S, e 'º"'.:
~ravessas cuja seção é Sv podem·se calcular os obtido por meio das tabelas em correspondência da indução
valores da indução max1ma corresponden te, pois nas colunas
Buc = - "'"
Byc =-"'" e nas tra vess.as B1u "'"s,
= --. ' = al tura de
S,
s, h uma coluna em centímetros.
(A«)2 =·número de Amptre-espiras por centímetro relativo às travessas,
Com os valores assim obtidos, calculam-se as perdas em W / kg relativas
às colunas e :ls travessas. Multiplícando,se estes valores pelos pesos das
colunas e das travessas obtêm,se as perdas totais. {É necessário lembrar 1
em correspondência da indução B," =-"'s,"
que no cálculo das seções das colunas e das travessas, é preciso d iminuir l
ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES 35

g = comprimento de uma travessa em centímetros. 13) AS CORRI::NTES A VAZIO NOS TRANSFORMADORES


le = .espe$Sura em centímetros elo entreferro correspondente a cada TRIFASICOS
iunta.
Nos trans[ormadores trifásicos, as correntes 3 vatio são diferentes nas
B,., = indução máxima na junta, igual à das colunas. várias fases. pois os comprimentos do circuito magnético das n\esmas são
d iíeren tes uns dos outros.
Pondo então: A01
zan~ resulta
=N
1 1,..,_, o valor máximo da corrente ·
magneu. Imagina-se por exemplo um tr.nsformador de núdeo envolvido com
as fases agrupadas em estrela, como indica a fig. 27 a., Cada fase possui
A.11 um circuito elétrico independente e conseqi~entcmente as correntes das
1,... = - - três fases não são sujeitas a nenhum vínculo entre si. A resultante destas
N, três correntes constitui a corrente do fio neutro que fica então livre de
adquirir qualquer forma e valor. f.m tal caso, se as tensões aplicadas
Para obter·se o valor eficaz desta corrente, embora a forte deformação nas fases formam um · sistema simétrico e são senoidais, as f.,.m. que
que esta apresenta, deve·se usar pelos cálculos práticos a fórmula: deve1n equilibrá-Jas também o serão, e portanto, os fluxos serão senoi·
dais, iguais e defasados de 1200. Sendo o circuito magnético dissimétrico
A,M com respeito às três fases, devendo ser iguais os fluxos, serão diferentes
as correntes magnetiz.antes necessárias a produzi.los. Cada uma das fases
externas possui dois circuitos magnéticos paralelos, com comprimento
(2h + 4g e 2h + 2g) e a fase central possui dois circuitos magnéticos
com comprimento 2h + 2g. A corrente nas duas fases externas resultará,
c) Corrente total a vazio e fator de poMncia a vaiío portanto, maior do que a relativa à fase central e precisamente
Oh.tidas as duas componentes ativa 1, e magnetizante 1,., fica também
deft~1da a corrente a vazio I,, do transformador, com base no diagrama (Aec), · h + 2(Aec), ·g + 2 · 0,8 B.,, · l,
V
da fig. 26, de onde resulta 10 = iÇ+ ·12; r,.., - --- - - - -------
O ângulo de defasagem 'fo desta corrente com respeito à tensão v1
. I e pela fase central ter·se-á
fica determinado pela relação tg 'Po = -~
1, (Aec), . h + 2 . 0,8 B,,. · le
O co•seno deste ângulo constitui o fator de potência a vazio (COS'f' ) l"I'» - - - -- -- -- - - -
do tra".sfo~mador: este fica também definido diretamente pela expressã; N1
da potencia a vazio.
Tomando·se em consideração a deformação das correntes magnetiiantes
V, produzidas pela saturação do !erro, resulta que os fluxqs nas três colunas
e as respectivas correntes magnetizantes podem ser r~presentados confor-
me o diagrama indicado na fig. 27 b. Os três fluxos possuem o mesmo
w. valor máximo e são senoidais com uma defasagem recíproca de 1200.
de onde COS'f'0 As correntes magnetizantes correspondentes são maiores pelas duas
v, 1. Iases externas que pela central.
Querendo.se considerar estas correntes ainda senoidais e representá-las
O fator ele potência a vazio é com vetores, é po$Sivel compô-las e achar. a corrente 11º que passa no
sempre muito baixo, cerca de 0,1. fio neutro. Esta corrente como pooe-se ver é de amplitude pequena;
O valor d~ corrente a vazio 10 é sendo porém composta por correntes deformadas por terceira harmônica,
compreendido em geral entre 6% será também deformada. A onda deformante de terceiro grau é de am-
1,. e 1% da corrente primária de ple- plitude elevada e pode perturbar as instalações telefônicas próximas
Fig. 2(1 na carga. da linha de alimentação do transformador.
TRANSFORMADORES !7
ALfONSO MARTIGNONI

Para obter a com_p?~ente ati~a 1. necessária a compensar as perdas no 11) RESISTtNCJAS ôHMICAS E JNDUTANCIA DE DISPERSÃO
?
ferro.. segu~-se cr1ter10 aproxl.Olado de calcular a perda no ferro W 0 DOS ENROLAMENTOS
do nudeo inteiro (':"lunas e tr!vessas) pondo então W0 = J•• JIT V,
sendo V, o valor eficaz da tensao de linha primária. a) ReJistêncUJs úhmicas
. O câku(o preciso das correntes a vazio não tem praticamente grande Os enrolamentos prim:lrios e secundá.rios do transformador apresen-
1mportãn~1a, poi~ no fu~ciona.mcnto com carga do transformador as
correntes_ magneozantes sao desprezlveis com respeito às correntes úteis tam inevitavelmente uma determinada resistência elétrica.
que part1C1pam da transformação. Estas resistências são ch amadas brevemente de resistência prin1ária e
. No ensaio a vazio dos transformadores trifásicos a potência wO é me- secundária do transformador e são normalmente indicadas, em cada
d1d~ geralmente com o método dos dois wattfmetros e as correntes a fase, com R 1 e R,. Estas exen:em sobre o funcionamento do transfor-
vat10 com três amperímetros (pois os tr~ circu itos são desequilibrados). mador um duplo efeito. Em primeiro lugar, determinam uma queda de
tensão chamada queda ôhmica primária e secundária : em ~ndo lugar,
O fator de potência a vazio do transformador resulta: produzem uma perda de energia por efeito Joule, cuja potência con~
P. titui a perda no cobre primário e secundário do transformador. Para
COS 'Po =---- ------ conter esta perda cm limites convenientes é nece$Sário tomar suficiente·
mente pequenas as resist~ncias primárias e secundárias, escolhendo-se
. r.- 1;+1.· + 1....
V ~ . v, . - - ---- oportunamente a seção dos condutores do enrolamento.
3 O enrolamento A.T. que possui um número maior de espiras com
menor seção, apresenta sempre uma resistência maior que a do enrola-
sendo 10', 10 " e l 0"' as correntes indicadas nos amperímetros.
mento B.T. As resistências são, em geral, proporcionadas de maneira
o 2 3
que, no funcionamento com carga normal, as perdas nos dois enrola-
mentos resultam sensivelmente iguais entre si. isto é:
'li~ 1~ 1::. ,;
1
1
1
1
1
1
l verifica-se portanto

~=-(~)2
R, 1 1
1
L--
(a) Esta condição é realizada fixando-se nos dois enrolamentos A.T. e
B.T. a mesma densidade de corrente e construindo-se os enrohmentos
com condutores cuja seção é proporcional às respectivas correntes.

b) Reatdncias de dispersão primdria e secunddria

Falando-se do transformador ideal, foi suposto que todo o fluxo que


interessa à mãquina fique canalizado no núcleo, concatenando-se, por·
tanto, totalmente, em ambos os enrolamentos. Na realidade existe certo
fluxo disperso, o qual se fecha no ar ao redor do enrolamento.
Considerando-se, por exemplo, um transformador monofásico com o
primário enrolado sobre uma coluna e o secundário sobre a outra,
pode-se analisar a distribuição do fluxo indicado na fig. 28. O fluxo
principal 4> fica efetivamente canalizado no . núcleo e, portanto,
Fig. 27 concatena-se com ambos os enrolamentos primário e secundário. Quando

" Transformador«

1
3S ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES 39
Considerando-se o enrolamento secundário, observam-se os fatos
seguintes:
Enquanto o trans(ormador trabalha a vazio, o enrolamento secundário
não é percorrido por nenhuma corrente e, portanto, não gera nenhum
fluxo: em tais condições o enrolamento scc.undárjo é atravessado unica.
l'
mente pelo fluxo <I>, produzido pela corrente magnetizante do enrola-
1nento primário.
Quando, pelo contrário, o enrolamento secundário alimenta um cir-
cuito utilizador, este é atravessado por uma corrente 12. Esta corrente
faz agir sôbre o núcleo uma f.m.m. N 2 12 a qual é equilibrada por
uma f.m.m. igual e oposta N 111', devida à corrente primária de
reação l'. Nestas condições o fluxo principal no núcleo fica inalterado.
A corrente secundária produz também um [luxo <1>02, o qual se fecha
diretamente no ar ao redor do
Fig. 28 enrolamento s,,cundário sem inte-
ressar o primário: este fluxo cons-

r
titui o [luxo disperso secundário, 2
o transformador funciona a vaz.io, este fluxo é produzido pela corrente o qual é proporcional à corrente I 2
magnetizante 114 pela conhecida relação: (, que o produz. Indicando-se com
L • um coeCiciente de proporciona-
lidade pode-se escrever: b
Quando, pelo conirário, o transformador funciona com carga, o [luxo
é produ7.ido pela f.m.m. primária e secundária com base na equação
<I>
l
O coeficiente L• assim definido
constitui a indutância de dispersão
secundária, à qual corresponde,
Este [luxo é o verrladeiro fluxo útil do transformador, isto é, o que cl'mo no enrolamento primário, a
determina a 1ransferência da energia do primário ao secundário. reatância de dispersão
O circui to primário é, porém, contornado por um fluxo <1>41 repre-
sentado pelas linhas de força que saem do núcleo lateralmente e fecham-
se no ar sem concatenar-se com o enrolamento secundário. Este fluxo
constitui o [luxo disperso primário. Os valores das duas reatâncias
Como o fluxo d isperso se desenvolve no ar, não está sujeito aos de dispersão X' e x·. por uma
fenômenos de saturação, e mantém-se quase proporcional à corrente 11 dada freqüência, dependem dos
que o produz. Indicando,se, portanto, com L' um coeficiente de propor- fluxos de dispersão e, portanto, de-
Fig. 29
cionalidade pode.se escrever pendem do tipo e da posição recí-
proca dos enrolamentos.
<l>41 =: L' lt Evidentemente os fluxos dispenos resultarão tanto maiores quanto
' mais longe entre si estão os dois enrolamentos do tr:rnsformador: a dis-
O coeficiente L' assim definido cons1itui a indutância de dispersão posiç.ão sobre colunas distintas, como indica a fig. 28, é, portanto, a
primária, medida em hen.ry e a esta corresponde a reatància de · dis- que produz mais dispersões e por tal' razão é raramente utilizada.
persão primária, medida em ohm, fornecida por: Nos enrolamentos concêntricos ou tubulares, fig. 29, a bobina 1 (B.T.)
encontra-se ao redor do núcleo e a 2 (A.T.) encontra-se ao redor da
X ' = toL' primeira.
41
ALFONSO MARTIGNONI T RANSFORMADORES
10

l2
As indutâncias de dispersão destes enrolamentos são dada, par:

N,•
\ -·- ....,
L, =
0,4

b
( : 1..., + ª; . 1"'1 ) IQ-3 henri• (
.__ ___ .,,,,
'

L, =
0,4

b
N.2
( -+ 1~.,. + ª; . 1.,,2 ) 1o-e henry

onde:
a, = espessura da bobina B.T.
(cm)
Fig. 32
a2 = espessura da bobina A.T.
(cm)
d= espessura do isolante entre tências e sem dispersóes magnética~, em cuj~s circuitos foram inseridas
as bobinas (cm) as resistências R 1 e R2 e as d1,1as indutâncias L, e L,.
1,.,, 1 = comprimento médio da bo- Este esquema permite trayir facilmente os di~gramas vetoriais do
bina B.T. (cm) transformador industrial no funcionamento a vazio e com carga. Se o
1,.2 = comprimento médio da bo- transformador é trifásico, o esquema representa uma das fases.
bina A.T. (cm)
a} Funcionan1ento a va1.io
Fig. &O
l.,,.= - - - -(cm)
2 No funcionamento a vazio o circuito secundário do transformador
Pelos enrolamentos tubulares está aberto enquanto o primário é alimentado por uma tensão V1, com
duplos, fig. !!O, a indutància é freqüência f. No núcleo do transformador existe o fluxo 4> produzido
•· pela corrente magnetizante 1,... A corrente a _vazio do transformador é
apro,<imadamente a metade da an-
terior. o)>tida pela composição da corrente magnetuante f,. e a corrente I .
No enrolamento com bobinas destinada a compensar as perdas no ferro.
alternadas os fluxos dispersos ad- No transformador ideal, pelo fato de não possuir resistências e rea-
quirem a forma indicada na fig. tàocia no circuito primário, não há qued~s e por isso E, =: V, .. No
31. A dispersão é tanto menor núcleo existe o fluxo 410 que induz nos dois enrolamentos primário e
quanto mais finas e próximas es- secundário as f.c.m. respectivas E1º e E,0 , as quais constituem as f.e.m.
tão as bobinas A.T. e B.T.: a dis- a vazio do transformador. ·
persão é mínima se. as bobinas ter- Estas f.e.m. são definidas em valor pelas fórmulas seguintes:
minais do enrolamento B.T. têm a
metade das espiras possuídas pelas E,º= J0- 8.4,44.f.41,.N,
Fig. 31 bobinas intermediárias. =
E2º 10-•.4,44.f.4>0 .N,,

15) DIAGRAMAS VETORIAIS DO TRANSFORMADOR sendo defasadas de 9()<> em atraso com respeito ao fluxo 4>0 que as
A VAZIO E COM CARGA induz conforme fig. 33 a.
No transformador comum, provido de resistência e indutlncia, con-
Dos fatos expostos resulta que os circuitos do transformador podem forme (ig. 32, a corrente primária 10 produz uma queda de tensão
ser representados pelo esquema indicado na fig. 32. O transformador ôhmica R 1 I., em fase com 10 e uma queda X 1 10 defasada de 9()<> em
industrial é comparado, portanto, a um transformador ideal, sem resis- adiantamento com respeito a 10 •
42 ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADOR ts

l\1o funcionamento a vatio a cotTCntc 11> é muito pequena o que per·


mite desprezar as quedas ôhmicas e indutivas, podendo-se escrever:

N2
V2 =E, = -V, -
N,
No diagrama da fig. 33 b observa-se que a corrente 10 está defasada em
atraso do ângulo,. com respeito à tens~o v ,.
A fórmula: =
\·\ ' 0 V110 costp0 rcprc~enLa a poti:ncia a vazio do
transformador, isto é, as perdas no ferro 111ais as pcr<las no cobte R 1I0~.
As perdas no cobre R,1.2, devidas à corrente a vazio, são tão pequenas
' que podem ser praticamente deS'preiadas, e por consegu inte considerar
a potência
w. = v, 1. cos,.
como sendo constituída unicamente pelas perdas no ferro.
(a) (b) O fator de potência COS'f'o ch ama-se fator de potência do trans!or-
mador a vazio.

b) Funcionamento com carga


o
Ez E2< E2
Ao transformador funcionando com carga cort·espon<le o esquema
indicado na fig. 34. O primário é alimentado pela tensão V1 enquanto
-- ---- ---·-----· - o secundário al imenta .um circuito de impedância Z, que por exemplo
se considera ind utiva.
Transformador Transformador
A corrente 12 estará defasada em atraso do ángulo •!', com relação
ideal a vazio com R, ex1 a vazio à te,,são V2 , conforme o diagrama da fig. 35.
Fig. 53 A fim de melhor esclarecer os fenômenos que se veri!icam com o
transformador funcionando com carga, o diagrama relativo será com-
·Pode-se escrever:

V1 =(- E,) + R 1 10 + X , 10
R, x, X2 ·

ou e,~tão E, = V, - R 1 10 - X, 10 • Desta equação resulta claramente que


em virtude das quedas de tensão produzidas no enrolamento primário, z, Z2 R
pela corrente r. a f.e.m. é menor do que a considerada no transformador v,
ideal E, 0 • Menor se~á também o fluxo <1> necessário a produzir esta E, E2 V2 z
f.e.m. e, por conseguinte, será também menor a f.e.m. E2 que se mani- ' X
festa nos bomes do enrolamento secundário. Esta f.e.m. continua sendo
expressa pela relação: 11 12
E. N2 N2 N2
- =- ou, E, = E, - sendo porém E, < V I resulta E2 <V,
~ N, N1 N1 Fig. 54
ALFONS-0 MARTICNONI ·rRANSt'QR;..tADOR.ES 45
'
Esta f.c.m. E1 é consideravehnenLe in(crior à f.e.m. pritnária E 1° que
se n1anifesta co1n o tr;.nsformador a vazio, isto porque. aumentando a
corrente primária. aun1entam as quedas de tens.ão e, portanto, diminui
R,~ a f.e.m . que deve ser gerada. .
N,~ A diminuição da f.e.tn. [ 1 traz como conseqüência a diminuição do
- E, N,~=Nz~ _......,
..... / Cluxo <1>.
No funcionamento com carga, o nuxo no núcleo do transformador
I é levemente inferior ao íluxo existente no mesmo quando o funciona-
I
/ mento é a vazio.
/ A diminuição do lluxo trai uma diminuição da l.e.m. E, gerada no
lo secundário. Observa-se assim a interíerência <lo circuito primário no
- · _la_ i,.::::..._.,____~ - · - · -·Jl:'C'__;=----- - · - · - funcionamen(o do circuito secundário do transformador.
!IL
• ' A conente 12 ao atravessar o enrolamento secundário provoca as
quedas de tensão R 2 12 e X, J,, respectivamente em fase e defasada
de 90º em adiantamento com respeito a 12 • Em vista destas quedas de
lensão. a lensão V2 dispon(vel nos bornt:s dos enrolamentos secundá-
rios resulta:
(a) (b)
Nzlz
A composição das quedas R, 11 e X, 11 fornece a queda de tensão
E~ Rz total primária.
·--· -- ·--· --·
Eº t.V, = z, 1 1 onde Z, = V R,~ + X,'
Transformador
·---·--·--·--- ·--·
Transformador
--·-- Analogameme a composição das quedas R 2 12 e X 2 12 fornece a queda
de tensão total secundária
com R, e X1 à com R, ·,X1 ;~e~
vazio. com cargo.
Fig. SS
t,.V2 =z, 12 onde Z2 =V R 2
2
+ X 22
Observa-se ainda que para cargas normais onde a corrente 11' é
parado cem o diagra,na do funcionamento a "azio do mesmo. con· muito elevada em relação a 10 a corrente 11 = - 11' .e o fator de potência
forme fig. 35. primário é aproximadamente igual ao do secundário.
Como é sabido, ao circular a corrente J2 no circuito secundário, esta E,
produz uma f.m.m. N 2 12 que tende a alterar o equilfbrio magnético. Outro fato importante a ser observado é que a relação - - coincide
~ara anula~ o eleito da f.m.m. N, 12 , o circuito primário absorve da E,
linha de alo~ntação a corrente 11', cujo valor é tal que pode criar a
f.m.m. N,I,· igual e contrária a N2 12 . A composição geométrica da 1.
N,
corrente 11' e da corrente 10 fornece a corrente prirr1ária ) 1. Esta corrente sempre com a relação das espiras - , chamando-se esta última de
prod~i uma queda ôhmica primária R 1 11 em fase com 11 e uma queda
mdutova X, r,_. defasada de 90° em adiantamento sobre 11 . Estas duas v,
9uedas deduudas da tensão primária fornecem a f.e.m. primária E 1, relação de transformação a vazio. A relação - é levemente diferente
,aé: V2
da anterior, sendo chamada de relaç.ão de transformação com carga.
E1 = V1 .:.. X 1 11 - R, J, '·
ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES i7

16) CIRCUITO SECUNDARIO EQUIVALENTE , R1 1 X1


Rz R2=ín'2' Xz =niT
Foi visto no parágrafo anterior que as quedas de tensão do circuito
primário de um transformador afetam o funcionamento do circuito
secundário, isto é, q uanto mais altas forem as quedas de tensão pri-
1nária, menor será a tensão secundária.
A fim de simplificar os cálculos e a interpretação dos fenômenos V1 =-E1 o v, o
R \ Vz
relativos aos transformadores industriais. concebeu-se o chamado cir- E2= - =V2
cuito equivalente, ou seja, considera-se um dos ·circuitos como s.endo
o ideal, enquanto o outro possui uma impedância de valor global tal
que atravessada pela corrente do enrolamento produz todas as quedas 1
m
X
)
de tensão.
Assim sendo, se no transformador indicado na fig. 36 imagina-se t Fig. S7
colocar as resistências e as re.atâncias no circuito secundário do mesmo,
conforme indica a lig. 37, obter-se-á um circuito fictício chamado
cirtui10 secundário equrvalente do transformadOf'. Se, em lugar da corrente 11 , deseja-se usar a corren,e secundária,
é preciso lembrar que 11 : 12 = N 2 ' N 1, de onde

Rz Xz N2 1, 12
1, = 1, - = =-
N, Ni/N, m

E2
Z2 R
\ Substituindo-se este valor na fórmula da q ueda de tensão primária
transferida ao secundário, obtém-se:

21 • 1,/m 21
Nz X t;.Vi -:: - 12
m m2

Fig. 36 . Esta última expreMão permite afirmar q ue a queda de tensão secundá·


ria t;.Vi resultante da queda de tensão primária, é obtida pelo pro-
z, z,
A fim de tornar mais simples o uso da., fórmulas, indica-<e com duto do fator - pela corrente secundária 12. Ao fator - dá-se o
N, m' · · m1
a letra m a relação de transformação do aparelho, ou seja m = -. nome de impedância primária transferida ao secundário e indica-se
N2 com z,·, isto é:
Ao transferir a f.e.m. primáría para o circuito secundário, deve-se
E1 E,
z,
Zi = - e o.Vi = Zil,
dividi-la por m, pois E1 : E,= N 1 : N 2 de onde E,= - - -
N 1/N 1 m ,· m2

Analogamente, desejando-se transferir a queda de tensão prim!ria Para todos os efeitos, o fator Z2 representa uma impedância que inse-
V1 = Z1 11 para o secundário, devc-<e dividi-la também por m, isto é : rida ao seC'llndário do transformador produz os mesmos efeitos que a
.i.v, z, 11 impedância z, produz no circuito primário. A impedância Z2 é repre-
sentada no circuito secundário, ligada em série à impedância Z. do
t;.Vi = - - = - -
m m próprio circuito, conforme fig. 37.
Com demonstração análoga à que foi feita para se obter a fórmula -E,=V,
z,
z,: =- obtêm-se também os valores dos seus fatores componerites,
m•
isto é:
X,
X,'=-
m•
Com a suposição feita, o transformador indicado na fig. 37 possui
o circuito primário sem resistência e reatância, e. por conseguinte, neste
circuito nenhuma queda de tensão se produt. Toda
V1 transforma-se, tanto a vazio como com carga, na
a tensão aplicada
f..e.m. secundária.
., 12
v,
E,º = -
m
Rzlz Z•" 12
Todas as quedas de tensão são atribuídas ao circuito secundário. o
qual possui a sua própria impedã.ncia Z. e em série a esta a impedância XzlzRz •2 ,...-r, .,_. q lz
z,
primária transferida ao secundário Z,' = - Xt 12
. Vi =Ez
m•
A este circuito corresponde o diagrama vetorial indicado na fig. 58 a, o
qual permite com facilidade observar a queda de tensão que se verifica (a) (b)
quando o transformador trabalha com carga, isto é: N," r:;6 - V;'. = Fig. .!8
Esta queda total compõe-se de wna queda ôhmica R 2 l, + R 2 12 (R2 + =
+R,') 12 em fase com 12 e de uma queda indutiva X 2 12 + X 2' l 2 =
= (X2 + X,') 12,.defasada de 900 em adiantamento com respeito a 12 17) CIRCUITO PRIMARIO EQUIVALENTE
=
pondo: (R2 + &..') R; e (X2 + X 2) x; =
Com raciocínio inverso ao feito precedentemente, supõe-se que todas
pode-se escrever: ti.V =R." 1 2 + x;
12 = z; 12 conforme indica o diagra· as quedas do transformador sejam produzidas pelo .circuito primário,
ma da fig. 58 b. Sendo z; a impedància equivalente secundária do trans- enquanto o secundário seja um circuito sem quedas. Neste caso deve-se
formador. A resis~ncia R; e a reatã.ncia x; são respectivamente a resis- considerar o circuito ficllcio indicado na fig. 39, o qual constitui o
tência e a rcatância equivalentes secundárias do transformador, defi- circuito primário equivalente do transformador. Este compreende a
nidas por: resistência e a reatância própria do · enrolamento primário R 1 e X1 ,
tendo em série a estes a resistência e a reatância secundárias transferidas
R, x, (. ao primário Ri" e X 1".
· R,;::R2 +- e X; : X 2 +- O enrolamento secundário não apresenta ·impedância alguma.
mt m•
A imped:l.ncia equivalente secundária Z-, é definida por: Pondo m =-N, e sendo R2 I, e X, 12 as duas quedas secundárias,
N,
para transferi-las ao circuito primário devem ser multiplicaclas por m,
z·. =y (R",)2 + (X"J• 1SlOé: m R,1 2 e m X,!,.
TRANSFORMADORES 51
ALFONSO MARTIGNONI
x·, = X + x·
1 1 = X1 + m• X 2 constitui a reatància primária equivalente
R, x, R1" x," do transformador. E por fim a impedância global definida por:

v
t
v,
z,
}, z·, = (R',>' + (X'.)'
constitui a impedância equivalente primári•.

' (a)
O diagrama do transformador adquire a forma indicada nas figuras
S9b e 39c.
A tensão aplicada V1 resulta diminulda das quedas R',11 e X'.11
obtendo-se a (.e.m. primária E'i que se transforma integralmente na
~
tensão secundária V2 =-.Sendo a tensão secundária a vatio V2° = -
m
~

m
.

V, A queda de tensão que se manifesta é

t;.V : V2º - V,
"
R1l1 z.' 1, R~l1 a qual é expressa em função da corrente primária pela relação
E', E; V, - ~ z·, .11
t;.V ----- ---
m m
1, 1,

18) FUNCIONAMENTO DO TRANSFORMADOR EM CURTO-


CIRCUITO E DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA RESIS.
T t.NCIA E DA IMPEDANCIA EQUIVALENTE
(b) (e)
.'2 Ligando-se em curto-circuito os bornes secundários de um transfor-
mador, inserindo-se unicamente entre eles um amperlmetro, pela medi-
ção da corrente secundáría, como no esquema da fig. 40, a tensão secun-
dária resulta praticamente nula. Em tais condições, toda f.e.m. secundá-
ria deve vencer exclusivamente a impedância secundária Z2 como é
indicado no diagrama vetorial da fig. 40 b e a corrente secundária re-
sulta defasada em atraso com respeito à f.e.m. do àngulo,.. definido por:

Fig. 39 x,
t,1P2cc=-
:· R2
1,
Desprezando-se a corrente a vazio e pondo-se 11 ; : - e, portanto . Querendo-se que a correnie secundária adquira uma intensidade pre-
m fixada 12 , a f.e.m. secundáraa deve ter o valor E200 = Z2 12•
I; = m 11 , as duas quedas resultam: m' R2 11 e m' X2 1, ou R·,11 e x·,11 • A f.e,m. assim definida é chamada f.e.m. secundária de curto-circuito
A resistência total R,' = R 1 + R 1• = R 1 + m• R2 constitui a resistência 1 relativa à prefixada corrente 12 • O fluxo ~.. que é necessário para
primária equi\•alente do transformador. Analogamen te a reatância total t.
'
r,2 ALfONSO MARTICNONI · T RANSFORMAOORES

precisamente compreendida entre 5% e 10% da tensão primária de


R1 x, R2 exercido normal do transformador. Isto q uer dizer que também as
í.e.m. primária e secundária de curto-circuito são muito pequenas con1
1, 12 respeito aos valores de regime normal e, portanto, é pequeno também
v,cc É1ce E2ec Vz=O o íluxo no núcleo. O fluxo de curto-circuito 4\ .c · relativo à corrente
secundária de plena carga varia entre 2 e 5% do fluxo correspondente
1 (o}
ao regime normal de exerdcio do transformador. Deste fa'.o resultam
as duas propriedades impartantes relativas ao funcionamento em curto-
circuito do transformador.
Em primeiro lugar, sendo muito pequeno o fluxo do núcleo, tam-
x11 1 bém a í.m.m. necessária para produzi-lo será mu ito pequena: isto quer
dizer que no f uncionamento em curto-circuito as duas f.m.m. primária
R111 N 111 e secundária N2 12 quase se equilibram (pode-se considerar a cor-
rente primária como corrente de reação, sendo absolutamente despre-
-E ice zível a corrente I,.. que é necessária para produzir o fluxo 4>.,).
11
*··· Conseqüentemente, no funcionamento em curto-circuito u corrtntes

~.. (b}
primária e secundária satisfazem quase exatamente a relação

12 N1
-- =--=m.
I, N2
12
Em segundo lugar verifica-se que, no funcionamento em curto-circuito,
Ezcc =Ziz as perdas no ferro se tornam completamente desprez.lvcis, pois fica
muito pequena a indução magnética no núcleo. A in\eira potência
absorvida pelo transformador (potência de curto-circuito) corresponde
simplesmente à potência dissipada pelo efeito Joule nos dois enrola-
Fig. 40
mentos, ou <-Omo se costuma diier às perdas no cobre do transformador.
Indicando-se. portanto, tal potência com W« obter-se-á
I
gerar esta f.e.m. constitui o fluxo de curto-circuito e correspondente-
mente tem-se a l.e.m. primária de curto-circuito definida por: W.,. = R, 1,2 + R 2 l,2
1.
N, e pondo-se I, =- pode-se escrever
E 1« = E2cc - =m E2<'( m
N2

Obtém-se a tensão primária V"' traçando-se em seguida ao ,·etor


(- E1.,) a.s quedas primária~ R 1 . 11 e X,. 1,. A tensão assim obtida re-
presenta a tensão que se deve aplicar nos bornes primário, para fazer
circular no secundário fechado em curto-circuito a prefixada cor, e enfim
rente 12• W« = R-. 1,•
Na linguagem técnica, chama-se de tensão de curto-circuito do trans-
formador a tensão V'"' que se deve aplicar no primário para fazer R,
circular no. secundário Fechado em curto-circuito a corrente normal de sendo R"e =- + Rz a resistência equivalente secundária do trans.e
plena carga do transformador. Sendo muito pequenas as quedas inter- m•
nas do transformador. esta tensão resulta sempre muito pequena e formador, já definida anteriormente.
$ Tronsf0tmod0t~
56 57

de agrupamento interno das fases. Se o transformador tem conexão estre-


R, la-estrela, a corrente 12 n1edida pelos amperímetros representa a corrente
que atravessa as fases secundárias, enquanto a tensão aplicada a cada
1 fase prin~ária é ig~al à te.nsão V 1cc, indicada pelo voltímetro, dividida por
J/3. A ,mpedânc,a equivalen te secu ndária de cada fase resulta
Vcc

t z· •
v.tt
fig. 42 J/Tm 1,
e a resistência equivalente sccun·
V1rit w.. i dária de uma fase é
z;,, = - - e R', = R 1 + m• R, = - ;
1, 1,1

2
R'\, = - -
resulta então X',=/ (Z',)2 - (R',) 31,2
É fácil verificar que a resistência, a reatância e a impedância equi•
sendo W« a soma algébrica das po-
valentes primárias estão interligadas às grandezas correspondtntes se- tências indicadas pelos dois wattí-
cundárias pelas relações metros.
z·, = m' z·. Na conexão estrela-triângulo de-
verão ser divididas por iJ---r-
As resistências, reat/lncias e impedâncias relativas ao circuito secun• tanto a tensão Vice indicaJa pelo
dário podem ser transferidas ao circuito primário, multiplicando-se voltímetro como a corrente 12 i n·
N, clicada pelos amperímetros; ter-se-á,
pelo quadrado da relação das espiras portanto, Fig. 43

· W cc
v,..., e R".= - - - - -
19) O ENSAIO DE CU RTO-CIRCUITO NOS TRANSFORMADO· 1,•
= rn . 1
RES TRIFASICOS

As consider.ações expostas referem-se particularmente aos transfor-


m . 12 /V3 2
3(~/\ )'
madores roonofásicos, mas estendem-se facilmente aos tra nsformadores tri• Enfim, pela conexão triângulo-estrela não é preciso dividir nem :i
fásicos, considerando-se a resistência e a rcatância equivalente de cada tensão nem a corren,e pela ~ e resulta:
fase.
O ensaio de curto-circuito neste caso é feito com base no ésqueroa v,te w..,
da fig. 43, isto é, alimentando-se os circuitos primários com a tensão z·, =- - e R·,= - -
V, ('e, enquanto os circuitos secundários estão fechados em curto-circuito in. 12 3 1,
sobre três amperímetros com pequena resistência. A potência de curto-
circuito W.,. deve ser medida com o método de dois wattímetros. N,
Um voltímetro comutável ·sobre as trCs fases mede a tensão de curto- Em todos os casos m representa a relação das espiras de cada
circuito V1 « · Para deduzir os valores da resistência e da impedância N,
equi,·alentcs cm cada fase, é suficiente tomar-se em consider..tç.ã o o tipo .1 fase, isto é, a relação de transforrrlação a vazio entre a tensão de fase
TRANSfORMADORES 59
58 ALFONSO MARTICNONI
N1 ::: número das espiras primárias
primária e a tensão de fase secundária. O fator de potência de curto-
circuito p00e ser calculado em todos os casos pela fórmula b = altura (comprimento axial
da bobina) (cm)
d = espessura radial do intervalo
entre as duas bobinas
a, = espessura da bobina A.T.
Com os valores ,.la resistência e da impedância assim determinados, {cm)
fica definido o circuito equivalente secundário de urna fa~e .
. Observa-se que o fator de potência de curto-circuito p00e licar a, = espessura da bobina B.T.
tanto maior quanto menor do que 0,5; Portanto, na medida da po- (cm)
tência scr;.t necess:írio assegurar.se se as indicaçõe5 dos watdmetros de- K ;,, fator de correção =
vem ser somadas {COS'f," > 0,5) ou subtraídas {cos<p1" < 0,5). l d d
2d + a1 + a,
20) CALCULO DA REATANC.:IA DE DISPERSÃO DOS TRANS- = -1 --------- Fig. 45
2.. b
FORMADORES

Conu> j;í foi examinado no parágrafo 14, a indutância e, portanto, a b) Enrolamento tubular duplo,
reatância de dispers:1o de um transformador depende da forma, do fig. 45
tan1anho e da 1>0sição recíproca das bobinas. Alcança-se uma notável diminui- a,
Serão dadas agora as fc'>r1nulas para o cálculo da reatância equivalente
ção da reatância de dispersão, sub-
referida ao priin:irio dos "árjos tipos de trans(orn)adore.s.
dividindo-se um dos dois enrola- ª2
mentos (de preferência o B.T.).
a) E11roln111<:11t'1 tubr1/11r; fig. ·1.f Com esta disposição o enrolamen-
to torna o nome de enrolamento
Neste tipo .de t:nrola1nento a reata.ncia c.le dispersão referida ao pri-
tubular duplo. A reatância equiva-
1n:írio resulta expressa en1 ohms, pe1a fónnula lente primária é expressa em ohms
pela, seguinte equação Fig. 46
1
X', = 7,9-1.--"'~-·-N_',_• K (d+·ª-•-:-ª-' )

na qual
. JO-• 1
X',= S,95 _r_.-'-
"b-·N_,• K e d+ -ª•-:_ª_: ) IO-•

r = freqüência e) Enrolamento de discos


l,.11 =<'•>n1prin1ento 1nédio elas es- Com o enrolamento de discos indicados na fig. 46, o fator b representa
piras do enl'ol:une nto primá- o comprimento radial das bobinas, a, e a, a altura axial das bobinas
rio e sccu1H.lário (rn1) B.T. e A.T. A altura das bobinas extremas B.T. é metade da altura das
bobinas internas. Para este tipo a reatância equivalente pritJJária é ex-
pressa em ohms pela seguinte equação:

onde l,.111 = con1pri111cnto da x·, = S,95


1.1, • . N,•
K
(
d+
a+a,)
1
10- s
espira média primária e q.b 6
'
l,"': = r<11nprinH·11to e.la espi-
t'ig. 4.J ra 1né<li:i scrund:iri:1. (c1n) onde q representa o número das bobinas secundárias.
1
i

1
ALfONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 61
00

21) DETERMINAÇÃO DA QUEDA DE TENSÃO INDUSTRIAL - Para a solução deste problema, usa-se cm geral construir o diagrama
DIAGRAMA DE KAPP - CARACTERISTICAS EXTERNAS do transformador numa forma diferente, conhecida pelo nome de
DO TRANSFORMADOR diagrama de Kapp.
Para a construção deste diagrama é n ecessário conhecer previamente
A q':'eda industrial de tensão de um tra nsformador é representada a resistência, a reatância e a impedância equivalente secundtrias R",.
pela d1{erenç.a aruméuca entre a tensão secundária a vazio E4º e a x•,. z·•. Com a ajuda da corrente secundária de plena carga, constrói-se
tensã.o _.secundária com carga V'.! , O valor desta queda nas difêrentes =
então o triângulo retângulo (OAB), que tem por cate«~ OA R·• 12 e
cond1çoes de carga do <rans!ormador pode ser determinado com base
nos diagran1as vetoriais já considerados prcccdenternente.
=
AB x·. 12 como indica a fig. 47. Este triângulo toma o nome de
triângulo fundamental do transformador.
Com centro em O, traça-se uma circunferência com o raio equiva-
lente à tensão a vazio E••; cada vetor, como por exemplo BC, repre-
senta, portanto, a tensão V2 que fica disponível no,1 bomes do trans-
formador quando este fornece a çorrente 12 defasada do ângulo ,, com
respeito a BC = V2 (o triângulo assim construido traduz de fato a
relação vetorial E•,= V2 + ~ + -~ que é a conhecida equação
relativa ao circuito equivalente secundário do transformador). Com
centro em B, traça-se urna segunda circunferência que tem ainda por
raio a tensão a vazio E•2 , é daro que o segmento CD' representa a
diferença aritmética entre E•2 e V2 : isto quer dizer que o segmento CD
fornece a queda de tensão industrial AV ;, E•2 - V, correspondente
ao funcionamento a plena carga do transformador sobre um circuito
que tem um fator de potência igual a coscp2 • Variando o fator de po-
tência, mantendo-se invariada a corrente fornecida, a queda de tensão
varia como os segmentos C1D1 e C,D, etc. os quais correspondem res-
pectivamente às delasagens secundárias 'P,, 'I'•' etc.
Do cargo O diagrama põe claramente em rele_vo que aumentando o ãngulo
de atraso da corrente sobre a tensão, isto é, diminuindo o fator de
Ôhmico potência, a queda de tensão aumenta. A queda de tensão adquire o
valdr máximo quando a defasagem ,, é igual à defasagem de curto-
circuito ""• do transformador, definida por
x•, R"t
tag. 'lte = - - ou cos,1tt =-- .
R"e Z"·•
Se o transformador funciona com carga puramente ôhmica, a queda
de tensão é representada pelo segmento t::D:: se pelo contrário fun-
cargo ciona com carga capacitiva, a tensão nos bornes passa em atraso com
capacitivo respeito à corrente e fka medida, portanto, pelos segmentos, como por
exemplo Bé-;: e a queda de tensão correspondente é C,D2 •
Evidencia-se que no funcionamento com carga capacitiva, a queda
de tensão diminui com o aumentar da defasagem em adiantamento da
corrente sobre a tensão.
Diagramo de Kopp poro A queda de tensão resulta nula, isto é, a tensão nos bornes secun-
12 constante e cos f variável dários do transformador fica a mesma tanto no funcionamento a vazio
f;g, ~, ' como no com carga, quando o ponto C passa por M.
ALfONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES
G2
Aumentando-se a deras.agem em adiantamento da corrente, a tensão inclinadas. Para cargas capacitivas, quando a defasagem em adianta-
nos bornes, com carga, fica maior que a tensão a vazio, isto é, aumen· mento da corrente supera determinado valor, obtêm•se caracteristic.as
tando a carga do transformador a crescentes.
tensão $CCundária aumenta em lu- T ransportando os valores das quedas de tensão .1.V 1 ; .i.V2; à V, etc.
gar de diminuir. O diagrama con- como ordenadas, no diagrama da fig. 48, obtém-se a curva .i.V := f (12)
siderado evidencia, portanto, clara- que é chamada caracteristica de regulação. Na linguagem prática a
Col mente como varia a queda de ten· queda de tensão industrial .i.V, relerida à corrente de plena carga. é
são do transformador ao variar do chamada de regulação sendo exl'ressa em percentagem da tensão se-
fator de pot~ncia secundário por cundária nominal.
uma corrente fornecida constante.
Se pelo contrário interessa deter- 22) FóRMULAS PRATICAS PARA O CALCU.LO DIRETO DA
lc.:::J~ - --- -.L---- t-~,. minar como varia a tensão secun- QUEDA DE TENSÃO INDUSTRIAL (REGULAÇÃO)
dária ao variar da corrente forne-
cida, ficando invariado o fator de Os diagramas considerados põem claramente em relevo como varia
potência, pode-se dar ao diagrama a tensão secundária do transformador ao variar da carga, mas não
permitem, praticamente, obter resultados aproximad~s, pois as dim~n-
• "• de Kapp a disposição indicada na sões do triângulo fundamental do transformador sao sempre muito
fig. 48 a.
pequenas com relação à tensão. (Observe-se que a hipotenusa do triân-
Isto é, constrói-se o triàngulo gulo fundamental corresponde à tensão de curto-circuito do transfor-
fundamental (OAB) pela corrente mador reduzida ao secundário e é igual a 5% ou 10% da tensão nor-
secundária de plena carga, é claro
que - se dividindo, a hipotenusa mal de exerclcio: isto quer dizer que sobre o diagrama _de Kapp a
impedãnda do triângulo fundamental pôde resultar praticamente de
OB, por exemplo, em quatro par- 5 ou 10 centésimos do raio da circunferência que representa a tensão
( b ) tes iguais, os vetores OB 1 , OB,, a vazio). .
OB 8 representam a queda corres- Pela determinação eletiva da tensão secundána com carga é. por-
pondente respectivamente a um tanto, necessário aplicar-se o cálculo anaUtico. Este pode ser deduzido
aV4 quarto de carga, a metade e aos diretamente do conhecido diagrama do circuito eqµiva lente secundário
três quartos da carg-d. Se a defasa- reproduzido na fig. 49.
gem externa fica constantemente
'• T

31i
'• igual a , 2 , a tensão secundária re- Do diagrama resulta:

Corocterít tlco 1 1ttrft0 Ot \lffl tronsfofmodor


com totor de poll,w:io (cosfzl cons tol'lte
sulta representada correspondente-
mente pelos vetores 13,c,. ~ etc.
(E;2)•= V (V coo,p +R",1
2 2
-
2)
.
2 2
!11.
+(V,senq,,+x·,J~)
,,,._
0
A., tensões secundárias a~sim ~esolven d o-se esta equaçao, co~'il·
Fig. 49 obtidas podem ser traçadas como derando V2 como incógnita, obter-
ordenadas num diagrama que tem se-á a tensão secundária em fun-
por absci,sa., as respectivas corren- ção da corrente fornecida 12 e do
tes fornecidas, fig. 48b. A curva assim obtida constitui a característica ângulo de defasagem q, 2•
cxt~ma do transformador, relativa ao funcionamento com carga indutiva Conhecida a tensão V,, a dife-
com fator de potência constante e igual a cos<p2 • rença aritmética .i.V := E2o - V 2
Os stgmentos compreendidos entre esta curva e a horizontal que tem fornece a queda de tensão indus-
por ordenada a tensão a vazio E0 2 representam as quedas de tensão trial, nas condições de carga con-
industrial que correspondem aos diferentes valores da corrente forne- sideradas.
cida, representados sobre a, abscissas. O diagrama da fig. 48 permite Esta queda de tensão pode ser
evidentemente determinar as características externas relativas a qual- avaliada por outro processo, con-
quer fator de potência, variando simplesmente a direção em que estão siderando-se o diagrama vetorial
traçados os vetores que representam as tensões secundárias com respeito reproduzido na fig. 50. Traçando-
à direção do vetor que representa a corrente 12 • Diminuindo o ângulo se o arco de circunferência com o
de atraso f 2 da corrente, as caracterist icas externas resultam menos ' centro O e raio E2º, a diferença Fig. 49
Al,F0NS0 MARTICNONI TRANSFORMADORES 65

o aritmeuca entre E2º e V 2 é repre- Querendo-se exprimir esta queda em percentagem da tensão a vazio
sentada pelo segmento AD: o cál- obtém-se;
culo da queda de tensão t,. V reduz.
se, portanto, ao cálculo do compri• E 2º-V, t,.V
mento deste segmento. , % =100 =100 -E,•
Como primeira aproximação po-
E,•
de-se desprezar o pequeno segmen- (X", 12 cos,p 2 - R·, 12 sen,p2) 2
to FD para considerar t,.V ~ AF.
Da fig. 50 obtém-se E,•
AF = R". 12 coscp, + x·, 12 sencp 2 , % = lOO-- - - - -- - - -- -- -- - - - - - - -
E2•
Para um cálculo rápido um tan· 1, 1 22
to aproximado da queda de tensão
industrial, pode-se então empregar
/
= 100 -
E,•
(R•, cos,p2 + x·. sen,p2) + 50 - - (X",
(E,•)t
cos, 2- R", sen,,)"
á simples fórmula

t,. V ili R", 12 ..,,,, + X", ...cp, A mesma queda em percentagem da tensão pode ser expressa também
em função da tensão e da corrente primária V, e 11 , empregando-se em
Para se ter o valor exato da quc- tal caso pelo cálculo a resistência e a reatánda equivalentes primúias
Fig. 50 da de tensão é preciso juntar ao R', e X', e se obterá
calculado o valor correspondente
ao pequeno segmento FD: com I, I,t
ótima aproximação este pode ser considerado igual à metade do segmento , % = 100 - (R', cos,p, + X', sen,,) + 50 - {X', cos,p2 - R', sen,,)•
FH, o qual é definido pela prop<1rção FH: CF = C F: OF pode-se v, vi2
l'Onsiderar então
Observando-se que os termos R·. 11 e X'., 11 representam respectiva-
1 1 CF2 mente as componentes ativas e reativas da tensão de curto-circuito
FD=- - FH::-----
2 2 OF
=
V 1ee f Z'e 11, pode-se escrever também R'., 1 1 V1c,c.cos,1 tt t X'., 11 =
= Vice SCDCfltcc·
Da figura resulta que; A queda de tensão pode ser expressa, assim, diretamente em função
dos elementos deduzidos no ensaio de curto-circuito do transformador,
CF = CK- FK, isto é CF =x·. 1 coscp 2 2- R", sen,p 2• por meio da equação
De outro lado, dado o significado corretivo deste cálculo, o segmento
V,« ( V,., ) t
OF pode ser substituído pelo segmento OD = E,º e assim sendo pode-se , %= 100 - - · (cos,p,.. cos,p2 +sen,,,. sen,p,) -t- 50 - -
escr~er: V1 V1
1 (X", 1, coscp, - R", 12 sencp 2)2 (sencp 1., cos,p 2 + cos1., senf 2) 2
FD = - - - - - --------
2 E2•
Nesta fórmula pode-se ainda observar que o termo ( 100
v,.. )
~ repre-
O valor da queda de tensão é fornecido pela expressão:
senta o valor percentual da tensão de curto-circuito com respeito à
1 (X", 12 coscp,- R", I 2 sencp2)' Vi«
t,. V = R", 12 cos,p2 + X", 1, sen,p, + - tensão de exercício: pondo-se então 100 - - = v..% e desprezando-
2 E2° •. V,
66 ALt"ONSO MARTIGNONI TllANSFOIUCAOOIUS

se os índices numéricos que não são mais necessários, a queda percen· Os valora % I.R e % I.X slo calculadoo por meio doo dadoo fome.
tua! de ten~o pode ser ·expressa pela fórmula cidoo pcw. tabelas, iJto é, por meio dos valores. respectivamente, d»
perdas no cobre e das perdas no ferro, iJto é:

, % =(V..,%) (cos,p..,.cos<p + sen<p..,.sen<p + - - - - Perdas no cobre . 100


200 %1.R
(sencp" coscp - coscp,. sencp)• Potencia nominal do tramf.

na qual coscp representa o fator de potência do circuito alimentado pelo %1.X = .; (% 1: Z)'- (%1. R)'
transformador e coscp" é o fator de potência de curto-circuito.
A título de exemplo, se um transformador tem uma tensão de curto· % I. Z é a tcruão de curto-circuito, chamada também de tendo de
circuito de 8% da tensão de exerdcio, isto é, V.,%= 8, com um fator impedància.
=
de potência de curto-circuito coscp" 0,2 (sencp.., la 0,98), quando este A tltulo de exemplo oert calculada a replllçtlo de um tramformador
=
funciona com um fator de potência secundária coscp 0,8, (sen<p 0,6), = de 150 lr.VA, que poeaui perdas no cobre iguaiJ a 2200 watts e a lffllio
a queda de tensão na passagem do funcionamento a vazio para o de de imptd4ncia 5,5%
plena carga resulta
=
a) para coo, 1 e carga normal
si b) para coo, = 0,8 e 75% da carga.
, % = 8(0,2.0,8 + Q,98.06) +- (0,98 .0,8 - 0.2.06)2 = 5,984 + 0,141 = 6,125%
200 No primeiro caso coo, = 1 e por comeguinte ICD' =O, o fator de
· carga e= 1.
O exemplo evidencia claramente que o segundo termo da fórmula
é desprezível com respeito ao primeiro. 2200. 100
O valor percentual da tensão de curto-circuito relativo à corrente de %1.R- =l,46
plena carga é freqüentemente indicado pelo construtor sobre a placa 150000
do transformador. Para correntes menores que a de plena carga, a
tensão de curto-circuito reduz-se em proporção. O !ator de potência de
curto-circuito que está também indicado na placa é, pelo contrário,
% I.X = V5,5 1- l,W =5,8
independente da corren te e, portanto, fica constante. 5,81
A queda de tensão industrial, expressa em percentagem, denominada • % =1,46 +-- - = 1,55
regulação, pode também ser calculada com base na impedâncii. equi- 200
valente do transformador, conforme indicado a seguir:
No segundo caso: coo, = 0,8; ICD' : 0,6; e= 0,75
(% 1.X.coscp ::• I.R .sencp)']
• %=a [ %l. R .cos,p+%1. X. scn,p+ (5.8 . 0,8 + 1,46 . 0,6)1 ]
• % = 0,75 [ 1,46 . 0,8 + 5,8 . 0,6 + --------- = 2,64
200
nesta fórmula:
a =fator de carga 25) PERDAS NO COBRE
% I. R = componente resistiva da impedância em %
As perdas de potência que se verificam noo tramformadorCI se com-
% 1. X = componente reatíya da impedância em % põem como já (oi obocrvado prcoedcntemcnte pclu pcrdu p« deiro
cos,p =fator de potência da carga do transformador Joule e as perdas no ferro. As perdas por cfciro Joule alo clnida à
rcsís~ncia ôhmica doo enrolamentos e chamadas pcrdu no cobre. As
sen<p : y I ~ cos''P perdas no ferro slo dcvídu às pcrdu por bísteTCSC e ()()lffllles parasiW.
ALfONSO MARTIGNONI TRANSFORMAOORES 69
68

Para um transformador monofásico, as perdas no cobre são dadas, As perdas no cobre variam ao variar da carga do transformador e
como é sabido, pela relação: precisamente cm proporção ao quadrado da corrente fornecida: no
f~nc1onamento a vaz10, as perdas produzidas pela corrente a vazio veri-
W, =R 1 112 + R 2 1,2 ficam·~ somente na resistência primária, tomando-se, portanto des-
prezíveis. '
sendo R 1 e R2 as resistências primárias e secundárias e 11, 12 , as correntes O cákulo das perdas no cobre resulta muito simplificado quando
correspondentes: podendo-se considerar praticamente (despreiando,se a 1
for re!cndo ao peso do cobre e à perda específica, isto é, à perda cm watt
11 N, 1 por cada kg de material.
=-
~
corrente a vazio) - ::: ~ - As perdas por efeito Joule, num condutor com comprimento de J
12 N1 m metro e seção de S mm•, são expressas por:

pode-se escrever também: p .1

W1 = e:: + R, ) 1,2 =R", 1,2


W,. = I•R = 12 . - -
S
O P"".? de um ;ondutor de cobre, cujo comprimento é I metro e
cuia seçao é S mm , resulta expresso em kg pela seguinte fórmula:
sendo R·, a resistência equivalente s~:undária do transformador. Con-
siderando-se a resistência equivalente primária temos:
P,. =8,9. l .S . 1()-3
O fator 8,9 representa o peso espedfico do cobre.
R', = R, + mt R,
e, portanto, :w1 = R', 112 A perda específica no cobre resulta :

Aumentando a resistência com a temperatura, o cálculo das perdas


w,. p,l 103 p
no cobre deve ser executado com as resistências aquecidas à temperatura -= - - = I'.
de regime. Pela determinação destas perdas podem,se medir separada- P,. S 8,9.1.S 8,9
mente as resistências R, e R, para aplicar as fórmulas já apresentadas, p
ou, pelo contrário, medir a potência absorvida pelo transformador no =d2 . - . 10' Watts/kg
ensaio de curto-circuito para determinar, com base nesta, diretamente 8,9
o valor da resistência equivalente primária ou se,:undária. A experiência I •
d= denS1dade de corrente em Amp/mm•
demonstra que os resultados não coincidem, pois as perdas no cobre
obtidas no ensaio de curto-circuito resultam sensivelmente maiores que p = resistividade que para o cobre recozido a 75 oC resulta igual a
o valor que se obtém executando o cálculo por meio das resistências 0,0216 ohms/m/mm'.
R, e R, medidas separadamente. O fato e! devido às perdas no ferro
que, embora mínimas, não deixam de existir, e ao efeito pelicular ou Simplificando resulta:
"skin effect". O efeito pelicular é devido à distribuição desunjforme
das correntes na seção dos condutores, o que trai como conseqüência W.,.. = 2,43.d•.P.,
uma resistência ôhmica superior àquela que os mesmos apresentam à
passagem da corrente continua. Resulta, portanto, que a determinação
da resistência equivalente do transformador fornece por meio da prova 24) RENDIMENTO DO TRANSFORMADOR
de curto-drcuito um resultado mais preciso que a medida separada das
duas resistências primárias e secundárias. O ren~iment~ de um tr~formador é definido como a relação entre
Pelos transformadores trifásicos com carga equilibrada, indicando-se a potência elétrica W 2 fornecida pelo secundário e a potência elétrica w,
com R, e R, as resistências de cada fase primária e secundária e com correspondentemente absorvida pelo primário.
11 e 12 as respectivas correntes, as perdas no cobre são dadas evidente,
W, Wr \Vr
mente pelas expressões ,.=-=- =
w, =3 (R, li"+ R, 12") ou W1 =3R", Ii w, w, w.+w1 +w,
6 iromformodor"
70 ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMAOORE.S 71

isto é, indicando-se a potência absorvida como sendo a potência forne- for o fator de potência: para um determinado fator de potência, e
cida mais a potência perdida (efeito Joule e perdas no ferro). suposta a tensão constante, o rendimento varia com o variar da cor-
Para um transformador monolásico a potência fornecida pelo secun- rente fornec ida.
dário é expressa por W 2 = V 2 11 cos<p2, sendo V 2, 12 e co, , 2 respectiva- O rendimento em % pode ser também, calculado pela seguinte
mente a tensão, a corrente e o fator de potência da linha alimentada fórmula:
pelo secundário.
W re +a.W(:u
A potência primária é fornecida analogamente por W, = V 1 11 COS'!',,
sendo V1 , 11 e eo1<p 1 , a tensão, a corrente e o fator de potência medidos
"% = 100 - !00
a · W2 • cos,. + W,. + a . W,0
na linha de alimentação do primário. Correspondentemente, o rendi-
mento do transformador é expresso por: Nesta fórmula
V 2 12 coscp2 W, = Potência nominal em kVA
w,, =Perdas no ferro em kW
w.. =Perdas no cobre com carga normal
Pode-se também escrever que cos<p = Fator de potência
W 1 = W2 + W,+ W, = V2 12 cos'l' 2 + W0 + R"•I•' a = Fator de carga

o rendimento então resulta Como exemplo, calcula,se o rendimento de um transformador de 500


kVA qur possui: perdas no cobre = 6,4 kW; perdas no fe.-ro = 1,7 kW.

"=----------
v. 1 coscp + w + R", 1,2
a - para plena carga com cos, = 1
2 2 0 b - para plena carga com COS'f' =0,8
Esta fórmula permite calcular o rendimento em todas as condições c - para 75% da carga com cos'P =0,8
da carga que se pretender considerar, uma vez que já foram determi•
nadas a potência aboorvida a vazio e a resistência secundária equiva• No primeiro caso: a = 1; cos,p = 1
lente R· .
Se o transformador ç trifásico, indicando-se com V2 , 12 e co,, 2 , a 1,7 + 6,4
tensão corrente e o fator de potência relativos a cada fase, obtendo-se 1'% = 100- . 100 =98,4%
500 + 1,7 + 6,4
,. = - -- - - - - -- - - No segundo caso: a= 1; COS<p =0,8
1,7 + 6,4
w. é a potência absorvida a vazio e R". é a resistência equivalente 1'% = 100 - . 100 =98,1%
secundária de uma fase. Esta expressão pode ser escrita também 500 . o.a + 1.1 + 6,4
No terceiro caso: a= 0,75; cos<p = 0,8
,. =- - -- - -- 2 - 1,7 + 0,75 . 6,1
W 0 + !R", 12
!+ - - - - - ,.% = 100 - . 100 = 97.88%
o,75 . 500 . o.a + 1,1 + o,75 . 6,4

Esta fórmula evidencia claramente que por uma determinada tensão


e corrent~ secundária. o rendimento resulta tanto menor quanto meilor
CAPtTULO II
25) CONSIDERAÇÕES E DADOS PARA O PROJETO DOS
TRANSFORMADORES DE PEQUENA POT8NCIA
MONOFASICOS

a) Co11dutores, isolamento e dÍ.S·


posição das bobinas

j
Os condutores empregados nos
transformadores são de cobre, iso-
lados com esmalte ou algodão.
O esmal te ocupa menor espaço
que o algodão, mas é mais caro.
As caracterlsticas básicas do esmal·
te s.ão: resistência ao calor e elasti·
cidade, pois deve resistir a tempera· Fig. 51
turas de aproximadamente 8()0 C e
deve manter seu poder isolante mes- Camadas de fios
mo quando o condutor é dobrado
com raios de curvatura pequenos.
Para pequenos transformadores
usam-se fios redondos até o n.0 10 Corretei
(AWG), além do qual se prefere o
emprego de condutores quadrados
ou' retangulares. Em certos casos,
para tomar o enrolamento de mais Papel
fácil execução, substituem-se os isolante.
condutores de elevada seção par 2
(dois) CO!}dutores agrupados em
paralelo. 71g. 52
O carretel sobre o qual são enro-
ladas as bobinas é oonstituído por
cartolina isolante ou prespann. CO:
lado em várias camadas até alcan·
çar a espessura desejada. Sua foc.
ma, conforme fig. 51, é obtida por
meio de molde de madeira. A co-
lagem das várias camadas de car-
tolina ou prespann é feita rapida-
mente por meio de calor (ferro de
soldar), desde que uma d:u faces
da cartolina seja previamente re-
co~na com goma arábica. Fig. 55
TRANSFORMADORES 7$
74 ALFONSO MARTICNONI 3a

O emolamcnto das bobinas sobre o carreie! se processa conforme indi- nas e das travessas é de 15 mm,
.conforme indica a fig. 56.
cado na fig. 52, isto é, entre uma camada e outra sucessiva há uma folha
de papel isolante. A fim de garantir o isolamento das bobinas, os !ios Todas as dimensões das lâminas ~
não são enrolados até a extremidade do carretel, ficando entre esta e o E e I são em função da largura do
término da camada uma distância d que depende das dimensões do trans- tronco central, conforme fig. 57, e d d
sua montagem na bobina é feita "' "'- '"a º·'• o 0.5•
º"ª
formador.
A separação entre a bobina pri-
mária e a bobina secundária é lei-
conforme indica a -fig. 58, em po-
sições alternadas, o. que dá ao " ~

ta com urna camada de cartolina


grossa ou várias camadas de carto·
núcleo mais resistência mecânica e
menor relutância magnética.
:
lina fina, com espessura proporcio- O dimensionamento das lâminas
nal à tensão do enrolamento A.T. E e ], conforme indica a fig. 57;
Ao se executar o enrolamento ' tem por finalidade aproveitar ao
das bobinas é aconselhá\'cl enrolar máximo as chapas brutas.
primeiro a bobina A.T ., pois esta, A fig. 59 mostra como é es tam-
sendo de fio fino, se adapta mais pada a chapa, evidenciando que
às curvas apertadas nos vértices do dos dois .furos são retiradas as duas
carretel, conforme fig. 53. Além lâminas I com as dimensões exatas
disso a bobina a, por estar mais para seu emprego, ou seja (3a x
Fig. 54 próxima do carretel, possui um x 0,5a). Dando-se em seguida um
comprimento médio 1, menor que corte no meio da lâmina, confor-
1. e por conseguinte terá menor me fig. 60, ter-se-ão duas lâminas
,-- peso. Esta particularidade de cons-
trução é imponantc, pois o fio
E com as dimensões padronizadas.
Do exposto resulta que de cada lâ-
1 1 1 fino, por quilo, é mais caro que o mina estampada, da fig. 59, se
~ lt~ +12 !io grosso. obtêm duas lâminas E e duas 111·
minas 1, sem nenhuma perda de
1 1 1 material. :t:ste aproveitamento to-
-- b) Lâminas padronizodaJ
1
1 1 t tal cja chapa bruta justifica o di·
\ ..... ___.,' ' _.,.. I Em geral o núcleo dos pequenos mensionamento das lâminas padro- Fig. 58
~Q
transformadores é feito com lâmi• nizadas.
Fig. &5
nas padronizadas, chamadas de E Uma grandeza característica das "ic~ "'"'a Q '"on"'
e J, em virtude de seu formato es- lâminas dos transformadores é a '
pecial,. conforme fig. 54.
~I
*
área da "janela", pois, como se
~
Nestas, conforme a · fig. 55 mos- verá mais tarde, dela dependerá o
tra, o fluxo magnético ~. gerado número de espiras é a seção dos
no núcleo central, divide-se em condutores que irão constituir a
duas partes, pelo que nas colunas bobina do transformador.

..... .ll
laterais existe a metade do fluxo A janela possui as dimensões
15 15 que age no núcleo central. Pela ra- indicadas na fig. 61, sendo sua área
zão exposta, tanto as colunas late· calculada pela seguinte fórmula:
rais como as travessas (superior e
inferior) possuem espessura corres- Sj = 0,5a . 1,5a = 0,75a
2

pondente à .metade da espessura do


núcleo central. Assim sendo, na lâmina cujo
tronco central tem a == 30 mm, a
..
~
...._
Se a espessura do núcleo central -
Fig. !>6 for 30 mm, a espessura das colu- área da janela será: Fig. 59
r
AU-ONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 77

Sj- = 0,75a2 = 0,75 . 302 = fi75 mm2 As Jâminas normais para trans· L,4.mino.s Podroni.iadas
formadores são classificadas por s~r4o d.a P~so do
Outra gran<leza característica das número, sendo as mais comuns as N .º •·
cm
Janela nlU'leo
lâminas e que vale a pena regis• classificadas de O a 6. m,n2 kg /cm
trar é o peso de cada centímetro
de espe$$ura do núcleo por elas
conslituldo. Esta grandeza, quan-
Na tabela da fig. 63 estão indi-
cadas, para todos os tipos de lâ-
o
1
2
1,5
:2
,.
..., o.095
4118
168

...., 0 ,170

minas as grande.,.a.s características.


0,580

·-~
do registrada em ta~la, para os ! 3 675
diferentes tipos de lâminas, facili-
ca enormemente o cálculo do pe·
isto é, número de ordem; largura
da coluna central em mm; área da • 5
3.S
4
16
O _'i
0,674
janela em rum2 e peso por cend- 6 5 1880 1,053
so das lâminas po5,5ufdas por um
Fig. tlO metro de comprimento do núcleo. Fig. 63
transformador.
Para transformadores com potência
O cálculo do peso do núcleo é
feito da seguinte forma:
superior a 800 VA nlo é mais pos-
sível usar lâminas padroniz.adas,
ru=1 ~

Primeiro se avalia a área frontal pois deveriam ser usados núcleos


que é dada por: exageradamente compridos, o que
torna diflcil a fabricação <las bobi-
"'" A = 3a . 2.5a - 2 . 1,5a . 0,5a ==
= 7,5a' - 1,5a'= 6a2
nas e por conseguinte antieconômi-
d
co o transformador. a (),5a n.50
Sendo a espessura do núcleo Algumas fábricas, para solucio- ''"• n5a
cm, a espCS,Sura real do ferro é nar este cas.o, c05tumam usar Jâ.
10% menor, pois as lâminas são minas especiais, obtidas oom a
r11. 61 separadas por uma camada de
óxido, podendo ser considerada
0,9 cm.
mesma matriz das lâminas padro-
nizadas, mas cortadas .da forma in·
dicada na fig. 64.
d
'-- -
O volume do núcleo resul ta: 1,lsse tipo de lâmina é chamado
de "Ldmina Comp,-ida". 3a
V = A . esp. =6a2 . 0,9 =5,4a2 Na ta~la da fig. 65 estão indi- Fig. 64
cadas, para os dois tipos mais usa- Ldrninas Com1>ridar
O peso em gramas é obtido mul- dos de "Lã.minas Compridas", as Se.ç4o d4 Peso do
liplicando-se o volume em centl- grandezas características, isto é, N .• •
cm
Janelo núcleo
metros cúbicos pelo peso especifi- número de ordem; largura d a co- mm2 kg/cm
co do ferro que é 7,8, resulcando: luna central em mm; área da ja- 5 4 2f00 1.000
nela em mm2 e peso por centfme- 6 5 ,,"" 1,5!!0
Peso de 1 cm de núcleo = 5,1a• tro de comprimento do núcleo. Fig. 65
=
7,8 -42,2a•
Fig. 62 e) Dados [>ara o cdlculo
O peso é expresso em gramas se
a for indicado em centímetros. Em geral os valores fornecidos para o cálculo de um transformador
são:
Um cel)tímetro de núcleo constituldo com lâminas de 30 mm,
.resulta: =
W 2 Potência de .saída ou potência secundária, medida em VA.
V2 "' Tensão de saída ou tensão sernndária, medida em volts. .
P / cm= 42,2 · 3• = 42,2 · 9 = 379,8 g =- 0,380 kg. =
V1 Tensão de entrada ou tensão primária, medida em volts.
i8 AL.f0NS0 MARTICNONI T RANSFORM.,DORES 79

<l) Cálculo da.s correntes pri,ndrias e secundárias espessura de material isolante que não toma parte na formação do
fluxo. Assim sendo, a seção magnética é obtida deduzindo-se 10% da
A corrente secundária é o btida diretamente pela relação: área deíini<la como seção g eométrica, isto é:
w. s.
12 =- expressa em amperes.
Sm= - ou s.= 1,1. S.,
v. 1,1
Para se calcular a corrente primária é preciso avaliar a potência pri-
mária, o que é feito acrescentando-se à potência secundária 10% de g) Cálculo da seção magnética
seu valor a fim de se terem em consideração as perdas,. isto é, do núcleo

W, =W 2 • 1,1 expressa em VA de onde resulta


.,
Sabe-se que num circuito elé·
trico enrolado sobre ferro existe
w, uma relação de dependência entre
11 = - - expressa em amperes. seção do núcleo magnético e m,me-
v, ro de espiras dos enrolamentos,
isto é, aumentando a primeira, di-
e) Cdlculo da seção dos condutores minucrn as últimas e vice-versa.
A escolha de um núcleo muito
Para se calcular a seção dos condutores é preciso fixar a densidade grande traz o emprego de poucas
de corrente. Em geral, com o aumentar do volume do transformador, espiras e, por conseguinte, um
aumentam as dificuldades de irra- aproveitamento não equilibrado
diação do calor; por esta razão, é Fig. 67
POTtNCtA DENSIDADE .OE cio transformador.
preciso diminuir a densidade de VA CORRENl"E
Um núcleo pequeno obriga o
corrente nos condutores ao aumen- A/ mm2
uso de enrolamento com muitas
tar da polência do transformador. 500 espiras, o que provavelmente não
Bons resuhados são obtidos ~vv até 1000 2,5 permite sua entrada na janela do
quando a densidade de corrente é 1000 até ,ooo 2 transfprmador.
mantida nos limites indicados na O mkleo bem escolhido é aque-
Fig. 66
1abela da fig. 66. le que permite o emprego de bobi-
Fixada a densidade de corrente calcula-se a seção dos condutores nas que entram justas nas janelas.
através das conhecidas relações: Para se calcular o núcleo do
Fig. 68
transformador é preciso considera.
1, 12 rem-se dois fatores básicos, isto é, 220
S1 =-- em mm• s. =- - em mmt o tipo de lâminas e o número de
d d circuitos que o transformador pos- 51
sui. 2 60
f) Cdlcu/Ó da ução l{eométrica do mícleo O tipo de lâmin.as é um fator
<lccisivo, pois pelo mesmo número 110
O produto da largura (a) da coluna central do transformador, pelo , 52
comprimemo (b) do pacote laminado, conforme fig. 67, fornece a de ordem a "lâmina comprida"
possui a janela com o dobro da
seção geométrica do núcleo, isto é,
superfície da "'lâmina padroniza- 51
S1 =a. b (cm2) da" e, portanto. admite maior o
quantidade d e espiras.
Esta seção não represenia, porém, a seção verdadeira do ferro, ou O número <los circuitos do trans- o
seja a seção magnética, pois entre uma lâmina e a outra existe uma íorrnador também é importan te, Fig. 69
T RANS•"ORMADORES 81
80 ALFONSO MAllTICNONI
=
onde W 2 potência secundária em Volt-Amperes; f =freqüência e
pois o caso ideal é o do transformador que possui um só circui10 prí- Sm= seção magnética em centímetros quadrados.
mário e um só circuito secundário, conforme fig. 68, pois nesie caso
todas as espiras são ativas em todas as ocasiões. b) Para lâminas compridas
No caso de um "transformador com um circuito primário duplo,
conforme indica a fig. 69, se o mesmo for alimentado a 110 volts, as
espiras entre os bornes 110 V e 220 V ficam inaliva,. Para que estas espi- Sm=6 Vrw;f.
l
"T
ras entrem na janela é preciso calcular o transformador como se o mesmo
fosse destinado a uma potência maior. O circuiio entre os bornes 110 V e
220 V deve ser atravessado por uma corrente q ue é exatamente a II) Transformador <k dois primários e um secundário ou um pri-
metade da que atravessa o circuito entre os bornes 0 -110 V. mário e dois secunddrios conforme fig. 72
Quando o transformador for alimen1ado a 110 V, a po1ência elétrica a) Para lâminas padronizadas
transformada ocupa o circuito 0-1 10 V e o circuito secundário. Nestas
condições o proporcionamento do circuito 0-110 V é feito à base da
metade da potência do transformador, isto é, 0,5 W 2 • S,. = 7 , 5 ~
O circuito 110-220 V possui o mesmo número de espiras· que o ante-
rior, mas o seu condu1or possui somente me1ade da seção do condutor
empregado no circuito 0-110 V. Assim sendo, o proporcionamento do b) Para lâminas compridas
circuito 110-220 V deve ser relativo à metade da potência do circuito
0-110 V. Como o proporcionamento dcs1e último corresponde a 0,5 W 2,
o proporcionamento do circuito 110-220 V corresponde a 0,25 W 2 •
Neste caso o circuito inativo representa um acréscimo do volume do
transformador que corresponde a 0,25 da sua poiência. Ili) Transformador de dois primdrios e dois secundários conforme
O 1ransformador deve ser calculado como se a potência deste fosse fig. 7J
l,2lí w,.
No caso de o transforrnador pos- a) Para lâminas padronizadas
220 su ir dois circuitos primários e dois
secundários, conforme fig. 70, o
S1 mesmo cri1ério aplicado anterior- s. = 7 , 5 ~
2 mente leva a considerar o acrés-
cimo total da potência de 0,5
110 W2, isto é, o transformador deverá
b) Para lâminas compridas

s,
ser calculado como se sua potência
fosse 1,5 W 2 •
Como acima foi exposto, a se-
S~ = 6 V 1,5W,
f
o ção magnética dos transformado-
Fig. 70 res é calculada com as seguintes h) Escolha do mícleo
fórmulas:
Uma vez calculada a seção magnética do núcleo, calcula-se a seção
l) Transformador <k um primá- geomécrica s, = 1, 1.s .
rio e um secunddrio, -fig. 71.
' Construtivamen te é van tajoso que a forma do núcleo seja próxima
da forma quadrada, por isso a largura da coluna central do núcleo
a) Para lâminas padronizadas é obtida por:

Fig. 71
TRANSFORMADORES as
82 AI.F0NS0 MART!CNONI
Para o cálculo das espiras secundárias, empreg-.im-se as mesmas fórmulas,
Un1a vez e$COlhida a lâmina, determina-se definitivamente aumentando,se porém de 10% o resultado, a fim de compmsar a qµeda
s. da tensão.
S,=a.b e S.,, = -
1,1 j) Possibilidade de execução
i) Cálculo do ntímero das espiras Uma vez calculado o número das espiras primárias (N 1) e s«undárias
(N 2), a seção dos respectivos fios ((S 1) e (S,)J é possível calcular-.e a
Para o cálculo do número das espiras priO:.ârias emprega-se a fórmula seção do cobre enrolado.
V, . JO• Para um transformador com um primário e um .ecundário, esta .eção
N, resulta:
4,44 . B". Sm. f
'\ s•• =N 1S1 + N 2S2 em mm•
na qual:
Usando-se fio esmaltado para que a bobina possa entrar na janela e
N 1 = Número de espiras primárias a montagem do transformador ser posslvel é preciso que se verüique:
V 1 ;: T ensão do circuito primário
em volts Seção da janela SJ
Fig. 72
B)J = Indução máxima no ferro - - - -- - = - - lle, 3
(para lâminas de ferro silf-

- cio, de boa qualidade, com


res(ria1nento natural, B 11
J 1 300)
=
Seção do cobre S,.

Se esta relação for menor que 3 é preciso recalcular o transformador


com um núcleo maior.
S,. = Seção magnética em cm•
Vale a pena lembrar que a seção da janela SJ é fornecida pelas tabelas
f ~ freqüência.
das figs. 63 e 65 correspondente aoo tipos de làmina empregados.
A fórmula an terior pode ser es-
crita na seguinte forma:
k) Peso do ferro
v, 10• I
Fig. 75 1'\ =--.----- O peso do núcleo é calculado rapidamente pela fórmula:
s.. 4,44 . B,r. f
1) Para a freqüência de 50 Hz obtém-se Pr, = kg/cm. b
v, 108 40
O peso kg/cm representa o peso em kg de cada ·centlmetro de com-
N, = - - . =V1 . - -
S.,, 4,44 . li 300 . 50 Sm primento do núcleo, sendo fornecido pelas tabelas, conforme figs. 63
e 65, que tratam de làminas padroniza<las ou lâminas compridas.
40
A relação - representa o número de espiras que correspondem it
s.. 1) Peso do Cobre
tensão de I volt, por isso chama-se "Espiras por volt".
O cálculo do peso total do cobre enrolado, isto é, 40 primário e
11) Para a freqüência de 60 H z obtém-se do ,ecundário, é feito calculando-se o comprimento da espira média
lm = 2a + 2b + 0,5 . a ... (cm), fig. 74.
v, 10• 33,5 Lembrando-se que i seção total do cobre obtida pr.la fórmula
N,= - - .
S,.
. = V,. - -
4,11.11300.60 S., •.
=
s,. N 1S1 + N2S2 for~ece o resultado cm mm•, sua conversão em cm•
ALFONSO MART IGNONI TRANSFORMADORES
é feita dividindo-se o resulta- N.B.: Em ambos os enrolamentos a densidade de corrente resulta infe.
do por 100, assim sendo, o peso do rior à prevista, isto é,
cobre em grama. resulta:
11 2,75
s., d1 =- - = - - =2,64 A/mm 2 e
P.,. = - - . lm . 8,9(g) s, 1,04
100
1. 1,56
onde 8,9 representa o peso especi- d2 =- - =- - = 2,62 A/mm•
fico do oobre. Para facilidade de s. 0,518
dlculo emprega-se a fórmula apro-
ximada Para o cálculo da perda no oobre considera-se a densidade média de
s.. d= 2,65 A/ mrnt
P,. = - - - . 1m . 9
Fig. 74 100 - Seção magnhico do núcleo: como o trandormador possui um circuito
primário e um circuito secundário, emprega.se a fórmula:
26) EXEMPLOS DE CALCULOS DE TRANSFORMADORES
MONOFASICOS
s m
=75 1 /
• y w.
r
= 75 1 ~
' Y 5o" =7,5 1VÇ 7,5.2,45 = 18,57cm~
v -
ExzMPLO N.o 1
s, = 1,1 . S,. = 1.1 . 18,'7 = 20,21 cm•
Tran&!ormador monofásico de 50 Hz: W 1
V,= 120 volu
=500 VA; V =220 volu;
2 Dimensões do núcleo central 5 x 4 cm. Emprega-se a lã.mina padroni-
zada n.º 6, resultando o comprimento do núcleo de 4 cm. Nesta. con-
Em geral o dlculo obed~ à seguinte ordem: dições, as dimensões efetivas do núcleo central resultam:

- Potência primdria: W 1 = 1,1 . W 2 =1,1 . 500 =350 VA s, =5 . 4 = 20 cm~; Sm


s. 20
=- - = - - = -18,2 cm2
w, 550 1,1 1,1
- Corrente primário: 11 =-- = - - =2,75 A - Espiras:
V, 120
Se;do a freqüência de 50 Hz, as espiras por volt resultam
w. 500 40 40
Corrente secunddrio: 12 = - - = - - = 1,56 A
v. 220
Esp/ volt =-- =-- = - 2,2
s.. 18,2 .
Escolhendo-se a densidade de corrente d = 3 A/ mm•, obtém-se: As espiras do circuito primário cuja tensão é 120 volts, rtsultam:

11 2,75 N 1 =2,2V1 = 2,2. 120 = 264


- Seção do condutor primdrio: S1 =-- =- - =0,91 mm• As espiras secundá,ias devem ser
d ' acrescidas de 10% a fim de com- 12.0-----..
usa-se fio n. 18 (AWG) cuja seção é S, =
0 1,04 mm• pensar as quedas de tensão. isto é:

1. 1,36
N 2 = 2,2 . V2 • 1.1 =
2,2 . 220 . 264esp.
fio nºl8
532esp.
fio nº20
. 1,1 =552
- Seção do condutor secundário: S. = - - = - - = 0,45 mmt
d 5 N.B.: ~ O esquema do transforma-
dor toma a forma indica·
o,----..J
0
usa-se fio n. 20 (AWG) cuja seção é S..= 0,518 mm• da· na fig. 75. Fig. 7S

7 Transformadcwes
ALFONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 87

- Seção do cobre enrolado: As perdas no núcleo do transformador, conforme parágrafo 10 re-


sultam:
S,.=N,S,+N,S, = 264 . 1,04+5~2. 0,518 = 274.56+275,57=550mm2 Wp, = 1,15 . wp,. P,0 = 1,,15 . 1,72 . 4,21 = 8,55 watts
N.B.: Nota,se que a seção total do cobre enrolado no primúio é prati· - Perdas no·cobre:
camente igual à seção total do cobre enrolado no secundúio.
Foi calculada anteriormente a densidade média de corrente no
- Possibilidade de execução: cobre, resultando de 2,65 A/ mmt. Assim sendo, a perda especifica n o
cobre resulta:
Da tabela na fig. 65 observa-se que a lãmina padronizada n.0 6 tem .,,., = 2,H d'= 2,45 . 2,652 = 16,8 W / kg
a janela com SJ = 1880 mmt, as,im sendo, a relação
Sabendo-se que o cobre enrolado pesa 1,58 kg, as perdas no cobre
51 1880 do transformador resultam:
- - = - - =5,4
s.. 550 W,.• =,.,. . P,. =16,8 . 1,29 =21,7 watts
fornece um resultado maior que 5, o que indica que o transformador - R,mdimtnto do transformador:
é exccu!Avcl.
w, w. 500 500
- Peso do ferro: ,. ,. = - - =- - - - - - -0,91
w, w, +w,,+w., 300 + 8,55 + 21,7
Da tabe4 dl! fig. 65 observa-se que cada centlmetro de núcleo feito
com a Iãmina padronizada n.º 6 pesa 1,053 kg. Sendo o comprimento A fim de se anotarem os valores obtidos no cálculo de forma orde-
do núcleo de 4 cm, o peso do mesmo re,ulta: nada, serão distribuldos conforme indicado a seguir:

P,, = 1,055 . 4 = 4,21 kg FOLHA DE CALCULO DO TRANSFORMADOR DO


EXEMPLO N.º 1
- Peso do cobre: • Dados: Transformador monofásico: f = 50 Hz; W 2 = ~ VA;
O comprimento da espira média do cobre resulta: V2 = 220 V; V1 = 120 V

lm = 2a + 2b + 0,5a.. = 2.5 + 2.4 + 0,5.5.5,14 = -26cm 300 1,56


W2 = ~ V2 = 220 1, = - - = 1,36A S2 = - - = 0,45; fio 20 (0,518 mm')
de onde: 220 5
j,

S,, 550 550 2,75


P"' = - . lm . 9 =- ·· 26 . 9 =1287 g =- 1,29 kg W1 = 550 V1 = 120 11 = - - = 2,75A S, = -- = 0,91; fio 18 (1,04 mm•)
100 100 120 5

=7,5 ~ =7,5 ~ =7,5 Fl8,375 cmt


- Perdas no ferro:
S,.
O núcleo do transformador pesa 4,21 kg
C.Onforme puágrafo 10, a perda espccl!ica das Iãminas Acesita 145,
= =
para a indução Bv 11 300 e f 50 Hz resulta: s. = 1,1 . s. = 1,1 . 18,575 = 20,21 cm' usa-se lãmina n.o 6

•F, = l,5S(
11500 )t = 1,72 Núcleo central 5 x 4;
20
s. =20 cm•; S., =-- =18,2 cm•
10 000 1,1
.. ALFONSO MARTIGNONI
TRANSFORMAD0Rf.S 89
40 40
Usando-se a lâmina n.º 6, o núcleo central deverá ter as medidas:
120~ Esp/ volt=--= - - = -2,2 5 au x8 an, de onde reoulta:,
264esp. 532esp. s. 18,2 40 40
fio n°l8 fio n•20 S, = 40 cm•; s. = 86,4 an•; Esp/ volt= - - = - - = 1,1
N1 = 2,2 · 120 = 264
. o s.. 86,4
N2 = 2,2 · 220 · 1,1 = 552
Fig. 76 = =
S.,. N1S, + N,S2 264 · 1.04 +
=
N1 1,1 · 220 242 esp.=
+ 552 · 0,518 = 274,56 + N,= 1,1 · 24 · 1,1 = 29esp.
+ 275,57 = 550 ant S,. = N ,S, + N,S, = 242 · 2,08 + 29 · 16,74 = 503,!16 + 485,46 = 988 mm2
s, 1880
- - = - - = 8,4. O transfonnador pode ser enrolado. s, 1880
s.. 550 --=-- =1,9. Execução imf>O$sível.
s.. 988
P,. = 1,058 · 4 = 4,21 kg N .B.: Como não convém executar o núcleo em comprimento maior
lm = 2a + 2b +0,5a... =2 · 5 + 2 · 4 +0,5 · 5 · 5,14 = -26an que 8 cm, tenta-se a solução com ldminas compridas.
s.. -~50
P.. = - · lm · 9= - · 26 · 9= 1287 g=-l.29kg S.,=6,5 ~ = 6 , 5 F 2 9 ; S, = 29 · 1,1 = - 82crn1
100 100 •
Usa-se lâmina comprida n.º 6 construindo o núcleo com 5 cm de
W,. = 1,15 · 1,72 · 4,21 = 8,55 watu largura e 6,5 cm de comprimento, isto é, 5 X 6,5.
W .. = 2,48 · d 2 • P.. = 2,48 · 2,652 · 1,29 = 21,7 watu
82.5
~ 800 S, = 5 · 6,5 = 82,5 cm•; S., = - - = 29,5 cm•
Rendimento - - - - - - = - - = -0,91 1,1
800 + 8,88 + 21,7 880
• 40 40
Esp/volt = - - = - - = 1,35
EXEMPLO N.º 2 s.. 29,5 297 HP. 36 IS!).
fio n• M fio(2•n•8J
Dados: Transfonnador IJlOnofásico: f = 50 Hz; W 1 = 1000 VA;
V1 = 220 V; V1 = 24 V
N1 =
1,35 · 220 297 =
N,= 1,85 · 24 · 1,1 =86
1000 41,7
"
=
S,. N, S1 + N.S. = 297 · 2,08 +
W0 = 1 V1 =24 11 = -. - = 41,7A S. = - - = 16,7; Fio 2 X n.º 8 (16,7 mm') +86 · 16,74=618+608 = . Fig. 77
24 2,5 = 1221
· 1100 5
Da tabela da fig. 65 resulta ser s, = 8750 mm2
V,=220 11 = - - =5A S. = - - = 2; Fio n.º 14 (2,08 mm') s, 8750
220 2,5 - - = - - = 8,07. Execução possível
s,.. 1221
N.B.: No circuito SttUndirio deveria ser usado o condutor n.0 5 (AWG);.
como este é muito grooso e, pmtanto, de difícil manejo, usam-te em

P 1• = 1,580 · 6,5 = 10,250 kg

s. = 7,5
V-1000 .
~ = 7,5 v-
sua substituição dois condutores n.º 8 (AWG) em paralelo.

20 = 58,5; s, = 1,1 · s. = - 57 an•


lm = 2a + 2b + 0,5a.. = 2 · 5 + 2 · 6,5 + 0,5 · 5 · 8,14 = 51 cm
s.. 1221
P~= - - · lm · 9= - - · 81 · 9=8,40kg
100 100
TJlANSF01lMAD01lE5 91
90 ALFONSO MAJlTICNONI

w,. = 2,45. d• .. P.. = 2,45. 2,5•. 5,4 = 52 waus P,, = 1,055 . 4 = 4,212 kg
w,. = 1,15 · 1,72 · 10,25 = 20,5 watts lm = 2a + 2b + 0,5a,. = 2 · 5 + 2 · 4 + 0,5 · 5 · 5,14 = -26 cm
Perdas totaú = 20,5 + 52 = 72,5 watts
s,.· 572
w. 1000 , 1000 P.. = - - lm . 9 = - . 26 . 9 = 1558g= 1.558kg
Rendimento ,. = - - 0.95 100 100
w, 1000 + 72,5 1072,5

EUNPLO N. 0 .5 EXEMPLO N.0 4

Dados: Transformador monofásico: f = 60 Hz; W • = 500 VA; Dados: Transformador monoUsico: 1 = 50 Hz; W, = 5 kVA:
V2 = 220/440 V; V1 = 120 V V,= 12 V; V 1 =220 V
300 1,56 r.
- - = 1,56A - - = 0,455; fio n.0 20 (O,Sl8) 5000 250
W, = 220
s, =
5 w, = 5000 v, = 12 12 = - - = 250A S, = - - = 125; 2 chapas 200 x 0.5 mm
12 2
500 0,68
--=0,68A
0

- - = 0,25; fio n.0 25 (0,2552) 5500 15


440 5 • W 1 = 5500 V,= 220 11 = - - = ISA S 1 = - - =7,5; fio u. 0
8 (8,57)
220 2
550 2,75
W 1 =55 V 1 =120 11 = --=2,75A S1 = -- =0,91; fio n.0 17 (1,04) N.B.: C.omo a seção do oondutor secundário ~ grande, executa-se com
120 5 duas chapas de cobre de 200 mm de largura e 0,5 mm de espes·

s• = 75

V 1•25 w. = 7,5 1
f
/1,25.50Õ
y ~ = 7.5 . V 6.25 = 18.8 cm!

aura, obtendo-se uma ~o.

S. = 2 · 200 · 0,5 = 120 mm•


S1 = 18,8-1,1 = - 21 cro•. Usa-se lâmina padronizada n.0 6, executando-se
o núcleo com 4 an de comprimento.
s, 20
S1 =5 x 4= 20 cm•; S. = - - = - - = 18,ll! anl ,.
1,1 1,1
U,5 55,5
S1 = !>8.1,I = 64 anl; a= /s. = VM= 8 an

Esp/volt = - - = - - = 1,84 Como não existe llmina deste tamanho, usa-te ferro nlo padronizado,
S. 18,18 executando-se o nócleo quadrado de 8 x 8 cm.
N1 = 1,84 · 220 · 1,1 = 445
64
N 1 = 1,84 · 120 = 220 S, = 8 · 8 = 64 cm•; S. = - - =
s.. = 220 · 1,04 + 445 · 0,518 + J,l 1!52 HP. 9Kp.
Jlg. 71 + 445 · 0,2552 = 572 mm• 40 ti• n•e 2 chopoa
= - 58; Esp/volt = - - = 200x0,3
s,
- -
1830
= - - = 5,5. O transformador pode. ser enrolado. .
58 ----o
s.. 572 c 0,69 Jlg. "
92 ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES

23 N 1 = 0,69 · 220 = 152 esp. 2,l + 1,8


densidade média de corrente d = 1,95
N, = 0,69 · 12 · 1,1 = 9esp.
• 2

S., = N 1S1 + N 2 S2 = 152 · 8,37 + =


W., = 2,43 d2.P, . = 2,43.1,95•.9,314 86,2 watts
+ 9 · 120 = 1272 + 1080 = Perdas totais = W, + W .. = 60 + 86,2 = 146,2
N = 2352 mm• w• 3000 3000
N
~ S, = S., · 3,3 = 2352 · 5,5 = Rendimento do transformador I' = =- ---- - - = 0,95
W2 + W 3000 + 146,2
4 '5 e 3.~ 4 = 7762 mm• 3146,2

Como a chapa de cobre tem 200


- - - mm de largura, executar-se-á a ja-
nela com altura de 220 mm, isto é,
H, = 22 cm. Largura da janela
'
27) CALCULO DAS BOBINAS DE REATANCIA

As bobinas de reatância, chamadas também bobinas de choque, têm


a finalidade de produzir quedas de tensão.
Fig. 80 resulta São constituídas por uina única bobina e calculadas com as mesmas
fórmulas dos transformadores, considerando-se, porém, como W 2 a me-
s, 7762 tade do valor da potência nominal da bobina.
L, = - - = - - =- 55mm =- 3,5cm ,
H1 220 Considera-se calibrada a bobina de reatância quando, ao ser atraves-
sada pela corrente nominal, apresenta a impedância desejada. A ava-
O aspecto das lâminas do transformador está indicado na fig. 80. liação da impedância de uma bobina de reatância é feita através da
A área frontal das chagas é: queda de tensão que a mesma produz ao ser atravessada por corrente.
A calibragem da bobina de reatância é feita regulando-se a espessura
do entreferro da mesma, por isso a montagem do núcleo de uma bo-
b ina ele reatância é dif<rente dos transformadores comuns. Sua
Considerando-se que dos !l on de altura do núcleo uma parte é iso- montagem é feita com núcleo e âncora separados, conforme fig. 81.
lamento entre làmina.s, o volume do ferro resultá: 5'6. 8. 0,9 = '860 on•. A ~pessura do entreferro corresponde à espessura da cartolina inter-
O peso do n úcleo é, portanto, de 5860 . 7,8 = 50108 g = ·- 50 kg. cala.d a entre. o núcleo e a âncora.
A calibragem da bobina é feita ap!icando-se nos bomes da mesma
lm = 2a + 2b + 0,5a.. = 2.8 +2.8 + 0,5 .8.3,14 = 44 cm uma diferença de potencial de valor igual ao da queda de tensão que
deve produzir, regulando-se o entrelcrro até que. o valor da corrente
s.. 2552 absorvida seja igual ao nominal.
P..,=-- · lm · 9 = -- · 44 · 9:9514g=9,514kg
100 100 N .B.: - Aumentando-se o entrefer-
ro, diminui a indutância
W,, = 1,15 . 1,72 · 50 = - 60 watts. e, por conseguinte, maior
será a corrente absorvida

densidade de corrente no primário


11 250
d 1 = - - = - - = - 2,1 A/mm•
'. e vice-vtrsa.
s, 120 a) JIatores necessdrios ao projeto de
,.,..,,e
cortolino

1. 15 Em geral, para o cálculo de uma


densidade de corrente no secundário d 2 = - - = - - = - 1;8 A/mm• bobina de reatãncia, os valores for-
S. 8,37 ,. necidos são: Fig. 81
ALFONSO MA..TIGNONI T ..ANSFOJlMADORES 95

- lndutància (L) em Henry N.B.: E!te cálculo fornece uma boa orientação para a fixação aproxi-
mada da espessura do entreferro. Seu valor definitivo deverá,
- Corrente em am~rea ou mi- porém, ser obtido através da calibragem.
liam~es (l)
- Freqütncia (f) 28) EXEMPLOS DE CALCULO DAS BOBINAS DE REATANCIA

" - A reatãncia (X) em olum é


obtida por: X = 2.. f L;
EXEMPLO N.o 1

Bobina de reatància: L = 0,127 Henry; f = 50 Hz: I = 600 mA


- A queda de tensão por: X =2..f · L= 2 ..... 50. 0,1 27 = -40ohms
t>.V = Xl
t,.V = ·X · 1 = 40 · 0,6 =24 volts
O,Sa - A potência em VA por: Wa = t>.V· 1 = 24 · 0,6 = 14,4 VA;
Fig. 82 =
Wa t>.V · l ou X 11
14,4
N.B.: Ao se projetar uma bobina ele reatància, despreza-se a resisttncia W 2 = - - =7,2VA
elétrica da mesma, pois seu efeito é muito pequeno em relação 2
ao eleito indutivo.

b) Cdlculo afJroximado do compri=nto do entrefeno s.=1.s 1V/ '•"• f =7.5 v7.2


50
= 7,5F=2,8S ant
Uma vez calculadas as espiras (N) da bobina, é possível calcular-se
o valor m6ximo da l.m.m. que atua sobre o núcleo da bobina, isto é, S,= 1, 1 · S. = 1, 1 · 2,85 = 5, 14 cm•
yT . usa... a llmina padronizada n.º 1; seção do núcleo 2 X 1,5
Nl,.=N.I.
O comprimento (1,) do circuito magnético no ferro, conforme fig. 82, S, =, an2; s. 2,7 cmt
é dado por:
40
IF = 2.0,5a + 2.1,Sa + 0,5a,. =a +'ª + 0,5a,,. = 5,6a Esp/ volt = - - = 14,8
Lembrando-se que a indução máxima deve ser de B,. = 11 ~ . pro-
2.7
cura-se na tabela ou no /liagrama o valor das Amp~re-espiras máxima• Número de espira, = 14,8. 24 = ,s5
por centímetro. Em geral para llminas de ferro silício, tal valor apro-
ximado é: A,,,.= 5,6. 1 0,6
As Am~piras máximas necessárias à magnetização do núcleo, S = - = - - = 0,24; u,a-sc fio n.• 25 (AWG) .
cujo comprimento em centímetros é (IF), resultam A.r = 5,6 · lr d 2,S
Deduzindo-se este valor das Ampere~piras miximas totais, produzi-
=
das pela bobina (NI., NI -./ 2), obtém..e o valor das Ampere~piras cuja seção é de 0,2552 mmt
mbimas destinadas ao entreferro.
N.B.:·- A fim de reduzir a queda
A.a =NJ,. - A.r ., . õhmica a mores desprezí-
veis nas bobinas de rea-
35!5 Hp.
Lembrando-se que cada circuito magnético do núcleo tem dois entre- fio n• 23
tlncia, a denaidade de cor-
ferros e que para o ar A,E=0,8 B,. .2Ir., o comprimento do entreferro rente é blantída maia bai-
em cen\ímetros, resulta xa ~ue nos cransformado-
rea, ~to ~ emprega-te d = Elpeuura entrderro =0,15 mm.
lr. - - -- =
2,li A/mm• mesmo para
0,8 B,.-2 u bobinu pequenu. Fi,. l i
T&ANSFOUIADOII.U 97
ALFONSO MAa.TJCNONI

S~ = N .S . = 555 . 0,2552 =
=90,6 mml s. = 1.5· 1y/ -Wat- = 1,51V/172
50 = 1.5 V
1 r:::.
5,44 = 15,9 cm•
Si 500
- - = - - =5,5. s. = 1,1 · S. = 1,1 · 15,9 = 15,29 cm'
s.. 90,6
E,cecuçlo f,O#lwl. Uaa..e a limina n.0 5; ~ do núcleo 4 x 4
Peso do lerro: P,, = 0,170 . 1,5 = 16 40
= 0,255 kg. s. = 4 X 4 = 16 cmt; S. = - - = 14,5 cmt; .Eap/volt = - - = 2,75
Comprimento da <!Spira mo!dia da 1,1 14,5
. bobina: lm = 2a + 2b + 0,5a,, =
,I = 4 + 3 + 0,5. 2 ... = 10 cm
aprox.
Número de espiras= 2,75 . 1574 =- 5780
Peso do cobre: 0,25
100 90,6 S =- -=O, I mm•; usa-te fio n.º 27 (AWG) ruja oeçlo i 0,1 mm•
P,.= - - · lm · 9 = - - · 10· 2.5
s.. 100
·9=81,54g S,. = N · S = 5780 · 0,1 =578 mm•
Cilculo da espessura do entreferro:
Si 1200
Ir= 5,6a = 5,6 · 2 = 11.2 cm --=--=5,17. Execução pouiwl.
Nl 11 = N I y2= 555 · 0,6 · 1,41 = 500 s.. 578
=
A esp. por centímetro A,,. 5,6 Peoo do ferro: 0,6H · 4 = 2,7 kg
A.r = 5,6 ·Ir= 5,6 · 11.2 = 62,7
Comprimento da espira mo!dia da bobina
=
A,.,= NI,. - A.r 500 - 62,7 = 257,5 •
) lm = 2a + 2b + 0,5a.. = 8 + 8 + 6,5 = 22,5 cm
··=----
0,8B,. · 2
257,5

0,8 · 11500·2
0,015 cm= 0,15 mm
\
i s..
Peoo do cobre: -
100
578
· lm · 9 = - - · 22,5, 9= 760g
100
.EXEMPLO N.o 2
Cilculo da espeuura do entrcfeno:
Bobina de reatlncia: L = 17,5 Henry; f = 50 Hz; 1 = 250 mA
X=2..fL=2 ·,. · 50 · 17.5=5495ohma Ir = 5,6a =5,6 · 4 =22,4 cm
11V = X · 1 = 5495 · 0,25 = 1574 volts
NI,. = NI · V2 = 5780 · 0,25 · 1.41 = 1550
N .B.: - E.ata bobina deveri ta- ioo-
3780 HP. lamento proporcional à A/ espiras por centlmetro =A..= 5,6
lffllio de 1574 ..olts. A.,,= 5,6 · •• = 5,6 · 22,5 = 125
fio n•27
Wa = t.V · l = 1574 · 0.25= 544 VA; A,., = Nl>r -A.r = 1550- 125 = - 1205

Wa 54-4 1205
.Eap<!S. .Entref. = 0,66 mm - - -- - = 0,066 cm = 0,66 mm.
W 1 = -- = - - = 172 •• 0,8 B,. · 2 0,8· 11500·2 .
Fig. 15 2 2 ~.
TRANSFORMADORES 101
100 ALFONSO MARTICNONI

O núcleo destes transformadores deve ser montado conforme a fig. 90, Assim sendo:
isto é, com a mesma disposição do núcleo da bobina de readncia, de-
vendo a espessura do entttferro ser calibrada ou calculada com o pro-
cesso descrito pelas bobinas de reatància.
Os transformadores de acoplamento que trabalham com audio&e- As tensões existentes nos bomes dos circuitos primário e secundário
q~ncia, isto é, com a freqüência do som e da voz, estio sujeitos a
são obtidas p<>r:
freqüências variáveis entre 30 e 800 ciclos p<>r segundo. Ao se calcular
um destes transformadores é preciso fixar a &eqüência a ser usada no V,= Z,1 1 e V 1 Z_.1 2 =
ctlculo. Se a freqüência for baixa, o transformador resulta volumoso, de
Uma ve2 calculados 11 ; · 12 ; V 1 e V., o projeto do transformador é
boa qualidade mas de preço elevado. Se, pelo contrário, a freq~ncia fcito com as fórmulas wuais, ,em p<>rán se aaescentarem espiras no
escolhida for alta, o transformador resulta de custo reduzido mas de 1tt11ndário, conforme se faz para os transfonnadoces comuns, a fim de
qualidade inferior, isto é, apresenta distorções indesejávcis na corrente, compensar as quedas de tenslo.
as quais alteram a qualidade do som ou da voz a ser reproduzida.
A fim de se ter uma idéia da freqüência a ser escolhida, para efeito b) Cálculo afnoximJJdo do comprimento do entreferro
de ctlculo dos transformadores de acoplamento, oboervam-se os valores
indicados a seguir. O cálculo do comprimento do entreferro é !cito pelo processo já
indicado para as bobinas de readncia, tomando-se para iuo os valores
f = 150 Hz, para transformado- de qualquer dos circuitos do transformador.
res económicos de qualidade
inferior
30) EXEMPLOS DE CALCULO DOS TRANSiORMADORIS
1 = 70 Hz, para transformadores DE ACOPLAMENTO
comuns de rádio
Eu.KPLO N .0 1
f = 40 Hz, para lransformadores
de rádios e vitrolas de boa qua- Transformador de salda para vitrola de boa qualidade com as oe-
lidade guintes caracteristicas:
f = '.JOHz, para transformadoro
de aparelhos de alta fidelidade.
Z1 t: 7000 ohma; z.
= 5 ohms; 11 40 mA =
Fig. 90 Em vista da finalidade do transformadoc, escolhe-se como valor d.
&eqilência f = 50 Hz.
a) Valores necessário, ao fnojelo

v-
W, = Z,1 11 = 7000 · 0,042 = 11,2 VA; V, = Z111 = 7000 · O,<K = 280 volt1

V-
Em geral, para o cálculo de um transformador de acoplamento, os ·
valores fomecidos slo:
11 = w -
"z;""" -11,2- = 1,5 Amp.; V1 = z.I 1 = 5 . 1,5 =7,5 volt1
5
Potência nominal W em VA
lmpecünàa primária Z, em ohms Organizando-se os cálculos como para os transformadora comum,
lmpecüncia 1tt11ndária Z. em ohms obtém-se:
c.orrente primária ou secundária 11 ou 11 em Ampàu. 0,04
W = 11,2; V1 = 280; 11 = 0,04; S1 = - - = 0,0155; fio n.0 56 (0,0152)
1
O _cálculo da corrente primária e 1tt11ndária, em relação à p<>lfflda 5
nommal W e o valor da impedància do respectivo enrolamento, t feito 1,5
baseando-se na fórmula: w. = l 1,2; V2 =7,5; 11 = 1,5; S. = - - =0,5; fio n.0 20 (0,518)
W=V · l=Z·I• 5

1 TroN fonnadc.: w
10!

S,. "'7.5
V- T
w "' 7.5 v- ALFON SO MAR.TICNONI

11.2
~ = 7.5 · 0,48 = 5,6 cm•; S,"' 5,6 · 1,1 = 5,96 cm•
TRANSF0RMAD0Rl:S

ExE~tl"LO N,o 2

A fim de mostrar como influi a escolh~ da freqüfocia no projeto de


um transformador de acoplamento, recalcula-se o transformador do
105

Usa...: 11mina padronizada n .º 1; seção do mkloo 2 x 2; exemplo n.º 1 para a freqüência de ( = 150 Hz.
4 40 W 1 = 11,2; V, = 280; 11 = 0,04; S1 = 0,0133, usa,se fio n .º 36 (S "'0,0132)
s,"' 2 x 2 = 4 an•; s. = - - = 5,6 an'; Esp/ volt = - - = 11,11
W2 "' 11,2; V,"' 7,5;12 = 1,5; S2 = 0,5, usa-se fio n.0 20 (S = 0,518)
J,I 5,6

31IO esp. 83 HP,


N 1 = 11,11 ·V, = li.li · 280=
5110 esp.
N 1 =11,11 · V,= 11,11 · 7,5 =
s.. = 7,5 V 11 2
V
• = 7,5 1 ;-;;:;::7,5
iso v,v,, - . · 0,27 = 2,025 cm•

=
85 esp. S, = 1,1 · Sm ',' 1,1 · 2,025 "'2,22 cm2
fio n-36 fio n°20 S,.= N 1 · S1 +N.S,=
= 5110.0,0152 + 85 .0,518 = Usa-se lâmina padronizada n.º O; seção do núcleo 1,5 x 1,5
=41 +45 =84mm•
s, = 1,5 · J,5 = 2,25 cm2 ;
Espessura Entreferro = 0,06 mm S1 500
- - = --=5,57. s, 2,25
Fi1. 91
s.. 84 Sm = - - ,: - - = 2 cm2 1865 HP. 50 HP,
l,I l ,I
f io nº 36 f io nº20
ExeCVflo . possiw:l.
50
Peso do feno = 0,170 X 2 = 0.54 kg 40 · - -
i. = 2a + 2b + o.sa.. = 4 + 4 + 5,14 = 11,14 an 150 13,33 Espessura Entreferro "' 0,03 mm
Esp/volt = - - = 6,66
s.;. 84 Sm 2 Fig. 93
Peso do cobre=-- - lm. 9,,, _ _ . 11,14 . 9=84g
100 100 N1 :4 6,66 · 280 = 1865 espiras
N 2 = 6,66 · 7,5 = 50 espiras
Cálculo da espessura do entre- S00 = N 1 · S1 + N 2 S2 "' 1865 · 0,0152 + 50 · 0,518 = 24,6 + 25,9 = 50,5 mm2
feno
Ir= 5,6a = 5,6.2 = 11,2 cm S1 168
- - = - - = 5,33. Execução po.ssível.
NI,. = N, ·1, · f2 = 5110. 0.04. s,. 50,5
.1,41 = 175,4
A., = 5,6 Peso do ferro: 0,095 · 1,5 = 0, 142 kg
A.r = 5,6 · t, = 5,6 . 11,2 = 62,7 lm "' 2a + 2b + 0,5a,r = 3 + 3 + 2,4 = 8,4 cm
A,E = NI,. - A,r = 175,4 - 62,7 = Seu 50,5
= 112,7 P,. = - · lm · 9 =- ·8,4 · 9 = 38 g
A.1: 112,7 100 100
IE = =
0,8- B11 -2 0,8 -11500-2 N .B.: - O peso do cobre e do ferro deste transformador é considei:avel·
fig. 92 = 0,006 cm 0,06 mm = mente menor que o do caso prêcedente.
104 ALFONSO MARTJCNONl

Cálculo da espessura do entre-


ferro
CAPfTULO III
IF=5,6a =5,6 · 1,5 =8,4 cm.
NI., = N, . 1 ,°V2= 1865.0.04. 1,41=
1
31) TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS EM REGIME DESEQUI-
= 105 LIBRADO - APLICAÇõES CARACTER1STICAS DOS
DIFERENTES AGRUPAMENT OS
A" = 5,6
A.,· = A., · 1., = 5,6 · 8,4 = 47·
A,& = NI,, -A,,· = 105 - 47 = Os transformadores trifásicoo são constituídos pelo agrupamento de
=58 três transformadores monofásicos sobre o mesmo nócleo de três colunas,
conforme fig. 95.
58 Enquanto a carga secundária for equilibrada e simétrica, o flmcio-
1. =--- - =-0,8- · ---·
0,8 ·B" ·2 11 300 ·2
- namento do transformador trifási-
co pode ser estudado, observando-
Fig. 94 =0,003 cm = 0,03 mm se uma só fase, qualquer que seja
o esquema das conexoo das fases
primárias e secundárias.
Esta simplificação de estudo niio
(1)
- ·-
é mais posslvel quando o transfor-
mador trifásico deve alimentar
- - -
-
uma carga fortemente desequili-
brada. Neste último caso o funcio- (2)
namento do transformador depen-
derá do tipo de agrupamento das
fases primárias e secundárias. Serão
-
examinados a .seguir, os vários tipos
·~pa=- -~
I
a) Agrupamento estrela-estrela com ou sem fio neutro
Considere-se o esquema indicado na fig. 96 (a), no qual está ligada
uma carga monofásica entre uma fase e o neutro.
A corrente I, fornecida pela fase secundária com carga provoca a
absorção de uma corrente 11 na correspondente fase primária.
Se o circuito primário possui também o fio neutro, a corrente 11
volta através deste, sem interessar as outras duas fases.
Neste caso o funcionamento do transformador mantém-se regular, pois
além da queda de tensão na fase afetada nenhum outro fenômeno per·
turbador se verifica. As f.é.m. das três fases secundárias continuam ainda
iguais e simétricas.
Se o circuito primário não possui fio neutro, a corrente 11 deve neces--
sariamcnte fazer seu retorno através das outras duas fases primárias
As correntes que atravessam estas duas fases, não sendo equilibradas por
nenhuma corrente secundária, agem como correntes magnetizantes nas
respectivas colunas.
TR.,NSFORMA DORES 107
ALFONSO ldJ\ RllCNONI

Em consequencia destas correntes n1agncti zantes, produz-se um forte H1 Hz H3


,lesequilfbrio nos fluxos das três colunas e Pº" conseguinte resultam
desequilibradas também as f.e.m. primárias e secund:irias. Uma das
f.e.m. secund~rias diminui consideravelmente, enquanto as outras duas
t', 1-1, 1=0

aumentam, conforme o diagrama da fig. 96 (b). e


H0 H1 l=O
1
1 Vclf
1
1
1 1=0
L_ ------+----'
a b e
vb Vc

Q e
Xz X;s

Xo x, Xz X3
Va

(a} (b} (a) (b)


Fig. 97
Fig. 96

O diagrama vetorial da fig. 96 (b) mostra também que o desequilíbrio carga monofásica em questão é alimentada por uma fase secundária e
interessa unicamente as tensões de fase, enquanto as tensões concate· o neutro, e não altera as tensões das demais fases. .
nadas continuam iguais e simétricas, como o são também as correspon·
dentes tens~ primárias. A corrente secundária 12 provoca a absorção da corrente primária 11 ,
Pelo exposto conclui-se que o agrupamento estrela-estrela não é con- a qual circula através dos fios H 1 e· H: sem interessar as outras duas
veniente para cargas s~cundárias desequilibradas coro fio neutro, a não fases primárias.
ser quando providas de fio neutro também as fases primárias. O diagrama vetorial das tensões e correntes primárias e secundárias
O sistema de ligação estrela-estrela é empregado exclusivamente em adquire a forma indi<-ada na fig. 97 (b).
sistemas de três fios com cargas praticamente equilibradas. Cada coluna do transformador funciona como um transformador mo-
O agrupamento das fases em estrela apresenta a vantagem de neces- no(ásico independente. Este tipo de conexão é porta'nto o indicado para
sitar de reduzido isolamento das bobinas com as colunas, pois tal isola- transformadores redutores que alimentam redes de distribuição de baixa
mento é proporcional à tensão de fase que é yf vezes menor que a tensão com quatro fios.
tensão concatenada. A Iigação triilngulo-estrela sem fio neutro encontra amplo emprego
Por esta razão o agrupamento estrela-estrela é empregado nos trans- nos transformadores elevadores das usinas geradoras. Nestes, a ligação
formadores de alta tensão. em estrela dos enrolamentos de alta tensão resulta mais conveniente
por necessitar menor isolamento.
b) Agrupame11to triángulo-tslrtla com ou sem fio ntod·ro A conexão em triângulo das fases primárias permite a circulação livre
<la terceira harmônica das correntes magnetizantes. .assegurando assim a
Observando-se o esquema da lig. 97, vê-se que a conexão triilngulo- forma senoidal dos nuxos e das tensões.
estrela presta-se otimamente para suportar uma carga monofásica. A
108 ALfONSC> ~1ART lCNONI TRANSFOR~!ADORES 109

c) Agrupamen to estrela- H1
Hz H1 Hz H3 H2

,6,, [ t j
tri<ingu.lo
H3
Quando as fases secundárias do
transformador estão ligadas em 1.r i·
ângulo, as respecri,•as tensões são

["'?('" ]
obrigadas a admitir resultante
igual a zero, isto é. os vetores re-
presentativos <levem formar
triângulo fechado.
Cada desequilíbrio que tende a
produzir-se en tre estas tensões é
compensado por uma corrente 10
que circula nas três fases.
um (O)

x, Xz X3
6
x,
(b)
X3
(e)
X3

Aplican<lo-se un1a carga mono-


fásica, conforme fig. 98, as tensões Fig. 100
i;'ecundária.s continuam ig uais e si·
métricas. A corrente de circulação
in terna 10 produz no triângulo se- Realiza-se assim um transformador com triângulo aberto ou em "V",
cundário elevadas perdas ôhmicas o que se \'Crifica através do diagrama vetorial da lig. 100 (b). A tensão
e dispersõcs magnéticas. sccund,lria X 1X 3 é idêntica à que existia no funciona1nento com o triân-
gulo fechado. Esta propriedade é particularmente interessante quando
X2 são empregados transformadores monolásicos, pois ofertee a possibili-
Fig. 98 d) Agru pamento triâng11/o- dade de realizar a transformação trifásica somente com dois transfor•
triángulo madores monofásicos ligados conforme fig. 100 (e). A potência que pode
H2 ser transformada com este sistema é 58 % da relati\'a ao triângulo
Neste tipo de agrupamento as completo.
tensões primárias de linha resul·
tam diretamente aplicadas às fases cy Agr11pamet1to est.re/a-ziguewgue
primária, do tra nsforn1ador. trans,
formando.se nas correspondentes O agrupamento estrela-ziguezague corresponde ao esquema da fig. 101.
tensões secundárias de linha. Cada fase secundária compõe-se de duas metades, dispostas sobre .<Juas
Assim sendo, resulta que ex . d iferentes colunas, agrupadas em série, entre si, em sentido ,ontrário
cluindo as pequenas dissimetrias uma com respeito à outra.
\ \ de,•idas ;,s diferentes quedas de .Este agruparnento tem como conseqüência a eliminação da terceira
Vx Vx tensão, as tensões secundárias p<>· harmônica da tensão secundária estrelada. Ligando-se, em série, duas bo·
binas de fases diferentes, uma e1n sentido contrário da outra as terceiras
J J de1n ser consideradas igua is e si·
métricas, qualquer que seja o de- harmônicas das tensões nas referidas bobinas se anulan, reciprocan1ente.
sequilíbrio da carga. A sµbdivisão de cada fase secundária sobre duas colunas tem também
O agrupamento triângulo-triân- a finalidade de compensar os desequilíbrios das tensões devidos à dissi·
X2 gulo é considerado ótimo para ali- metria da carga nas três fases.
Fig. 99 mentar cargas forternentc desequi· Este tipo de agrupamento pode ser empregado, vantajosamente, em
li bradas. substituição ao triângulo-estrela, na alimentação dr. redes de baixa ten·
são corn quatro fios.
Este tipo de agrupamento tem a not.ãvel característica de 1nanter inal-
teradas as três tensões secundárias. também quando se interrompe ou Na lig. 10 1 (b) está indicado o diagrama vetorial da transformação.
se elimina um lado do triângulo, conforme fig. 100 (a) . A tensão de fase primária H 1 determinará nas duas meia$ rases secun-
'
TRANSfORMADORl!S 11 1
110 AI.FONSO MARTICNONI

Járias, enroladas na mesma coluna, as Lensões v1 e v 1'. Estas duas tensões Indicando com N 1 o número de espiras de cada fase primária e com
secundárias são iguais e em fase entre si, mas opostas a H 1 . N, o número de espiras de cada fas,, secundária, obtém·se:
1\nalogarnente, à te nsão H 2 corresponden1· as duas te nsões transfor,na-
N 2 /2 N2
das v 2 e v,z', e por fim à tensão primária 1-1 3 as duas tensões v3 e \':i'·
v1=v1' = Vn= - --VH
Em vista dos agrupamentos feitos entre as bobinas secundárias, as N1 2 N,
tensões de { 1 ::,e sec undária atua1n entre o centro X 0 e os borncs x 1; x 2 : X :i·
A tensão entre x 0 e X 2 , representa a di[crença vetorial entre a tensão v 1 Do .diagrama da fig. 101 (e) resulta que a tensão de fase secundária v,
(meia bobina da primeira coluna) e a 1ensão v,' (meia bobina da se· é fornecida em valor pela expressão:
gunda coluna), estando as duas bobinas agrupadas em série, uma em
sentido Contrário da outra.
Verifica-se então: Vx2 = ~- v2'
analogamente: resu ! ta então
Vx3 :: v2 - v'a e y., 3 = v3 ,, 1' - v,/
As três tensões de fase seCundárias resultam compostas con[ortne indica y-;- N2 N2
o diagrama da fig. 1O1 (e). Vx - - - - - Va=0,865 --V.,
2 N1 N1
Hz
Usando.se o mesmo número de espiras, o agrupamento ziguezague
H2 fornece uma tensão secundária igual a 86,5% da tensão que se obteria
com o agrupamento normal em estrela.
Inversamente, par.a se obter a mesma tensão secundária com o agru·
pamento iigue·zague. precisa-se aumentar o número das espiras secun-
dárias da quantidade correspondente à relação:

2 1
- - = 1,156
1., o,865
ou seja de 15,6%.
Xz
Para aplicaçôes especiais o maior custo do agrupamento úguezague
é compensado pela v.antagem da eliminação da terceira harmônica das
tensÕ«es secundárias e de ter.se um transformador capaz de suportar
cargas de.equilibradas.
x,
(e) 32) CONSIDERAÇôES PARA O PROJETO DOS TRANSFOR-
v.,
MADORES DE PEQUENA POTtNClA, TRIFASICOS,
v•2 COM REFRIGERAÇÃO NATURAL
Va3
X3
Xo x, X2 X3 Conforme foi visto anteriormente. o transformador trifásico é consti·
1ufdo por três transformadores monofásicos idênticos que constituem
(a) as fases. O cálculo do transformador trifásico se reduz, então, ao cálculo
Fig. ln l de um dos transformadores monofásicos que o compõem.
TRANSFORMADORES IU
112 ALFONSO M:\RTIGNONJ

A potência aparente <leste transformador monofásico é 1/ 3 da po· Para o cálculo do J>e$O do ferro é preciso avaliar a superfície frontal
tência aparente total do transíormador trifásico, isto é: do núcleo em centfmetros quadrados, que é dada por

\\'tot A,~•• = A · B - 2 · L, · HJ
W,= - -
3 O volume de núcleo é dado por (A B- 2LJ HJ) .b.0,9 e por fim' o
peso em quilos do núcleo é dado por
Para o cálculo do número das espiras e da seção dos condu tores é
preciso que seja o bservada a tensão das fase-s prirnárias e secundá.rias, (A · B - 2L, · HJ) · b · 0,9 · 7,8
como também o sistema de ligação das mesmas.
Convém lembrar que para ligações em triângulo
P,e = 1000
V, = V Para a avaliação do peso do co- Lj
e para ligações em estrela bre é preciso calcular o compri•
V mento da espira média da bobina, T
V,= - - - que é dado por:
y- 3- lm = 2a + 2b + 0,5LJ ...; no caso d e

Conhecidas a potência e as tensões primária e secundária ·de cada


transformador monofásico, o cálculo se processa com as fórmulas
=
ser L 1 a, a fórmula para o cálculo
da espira média é idêntica à do
transformador monofásico, 'isto é:
li
já conhecidas. =
lm 2a + 2b + 0,5a,r.
Lí a
Como para os transformadores trifásicos não existem lâminas p adro· O peso do cobre de uma bobina,
nizadas, as mesmas devem ser calculadas, o que é feito após a deter· em gramas, é calculado pela CO·
minação de seção do cobre: nhecida fórmula Fig. 10$

S,., = N 1S1 + N,S, s,.


P.,,,= - -· lm · 9
Em cada janela devem ficar as 100
. A bobinas de dois rransforrnaclores
1 monofásicos adjacentes, conforme Como o transformador tem três bobinas, o pêso total do cobre, em
fig. 102, por isso a seção totaldo gramas, é dado por:
cobre existente numa janela é
2 s,•. S.:u
Para se ter certeza de que as P,0 =- - · Iro · 9 · 3 =0,27 S,. lm
a, duas bobinas podem ficar suficien· 100
Q LJ Q LJ Q temente distanciadas e isoJa<l:,s,
fixa•se como área da janela " As perdas no ferro são fornecidas por:
valor
- S; = 2 S,.,.. 3,5 W,e = (l;)t e . P,e
Fixando-se a largura da janela onde "''• é fornecido pelas tabelas das figs. 21 e 24.
LJ aproximadameme igual ao va. As perdas no cobre são fornecidas aproximadamente pela relação:
lor de a,, calcula.se a altura da ja-
nela com a relação
W,0 = 3 · 2,43 · d 2 • P, 0

s,
H 1= - - onde d corresponde à densidade de corrente em amperes por milímetro
Fig. 102 L; quadrado e P,.• é o peso do cobre cm quilos.
TRANSFORMADORES 11 5
IH ALfONSO MARTIGNON I
Estas d iferentes cores faci- Bronco
O rendimento do transformador é dado por:
litam a ligação das bobi· 380
\iV rorn. nas, con forme !ig. 104. 555 esp. 204 esp.
1-' = - - - - f io nº l8 fio nº 14'
,v,OJ'YI, + ,,v," + \V(II $, ,. = N S + N,S
1 1 2 = 555 .0,82 +
+ 204 . 2,087 = 455 + 426 =
= 881 mm•
33) EXEMPLOS OE CALCULO DOS TRANSFORMADORES Fig. 105
TR!f'ASICOS COM REFRIG ERAÇÃO NATURAL s, = 2 s,•.3.5 =2 .881 .3,5 =
ExE~f PLO N .o 1 =6167 mm' 25
1•
=
T ransfom1ador trifásico: f = 50 Hz; Pa 2 2kVA; V1 380V: V2 = = Fixando L1 = 5 cm =50 mm'
= 220/127V. Primário ligado em triângulo e secundário em estrela. li)

s, 6167
670 5,27 resulta Hi = - - =-- =
2000 v, = 127 12 = -- = 5,27 1
= - - = 2,1 l; fio 14 (2,087) L, 50
2,5
W2 = - - = 670VA 127
= 123 mm = 12,3 cm. !2 .,.
3 LI.. 5 5

W, =670 · 1,1 =737V

-
V1 =380

v-
737
,, =--= 1,91
380
2
1,94
= - - = 0,78;
2,5
fio 18 (0,82) Executa-se a janela com
H 1 = 13 cm.

As dimensões do núcleo rçsul·


1--
11)
~
-
r.
S,.=7,:,
V -
\ V2
- = 7,5
1 50
670

s. = 1,1.S., = 1,1 .27,4 =30 cm'


: 7,5 v l 3,4 =" 27,4 cm' tam as indicadas na fig. 106.

(23 · 25 - 2 · 5 · 13) · 6 · 0,9 · 7,8


Fig. 106

Seção do núcleo a = 5; b =6 Peso do ferro P,, = = 18,7H kg


1000
=
S, 5.6 = 30: Sm 27,4 =
40 40
lm =2a + 2b + 0,5a.. =2.5 + 2.6 + 0,5 . 5 . 3,H =29,85 = - 30 cm

E.sp/ volt =- - = - - = l ,16 0,27 .s;•. lm 0,27. 881. 30


s.. 27,4 P"'= - - - - - = 7,136 kg
1000 1000
N , "' 1,46 . 380 =555 espiras
Perdas no !erro W,, = .,,, · P,, = 1, 15 · 1,72 · 18,743 = 37 watts.
N2 = 1,46 . 127 . 1,1 =204 espiras
Perdas no cobre W, 0 =2,43d• . P.,, =2,43 .2,52 . 7,136 = 108 watts.
N .11.: - A fim de melhor reconhe•
cer o início e o fim de Perdas totais w,.+ "\V,,. = 37 + 108 = 145
cada enrolamento, os ter·
minais dos 1nesn1os são 2000
feitos com fio de cor dile·· Rendimento "= - -- - - - ::
2000 + 145
:::: 0,9S
Fig. IM rente, conforme fig. 105. W2 + Wre + W, 0
TRANSFORMADOR ES 117
116 · ALf.ONSO ltfARTICNON l

.EXE~1PLO N.o 2 Peso do ferro P,. == [20 · 18,5 - 2 · 10,5 · 4] 5 · 0,9 · 7,8 = IOOOOg =
= .10 kg aprox.
T ransformador tril:isico: { = 50 Hi; Wa2 = IOOOVA. y - º80 . lm = 2a + 2b + 0,5aw = 2.4 + 2.5 + 0,5 .4.3,14 = 24,28 cm
V2 -- 220/127
· voJts; p r1mc1r10
· , · 1·1gado em tr iângulo e secundário
• • - , volts
em estrela:
Peso total do cobre 20
1000 333 2,62 0,27. Sw lm
w.= - - = 333 , = 127 f, = - -= 2.62 , = - - = 0,87 lio 17 (1,04 mm2) P~... = -- - --=
3 127 3
1000
0,27 · 593 · 24,28 l--,~--r--...--1___.l
366 0,96 - - - - - = 3,88 kg
b= 5
W, = 333 · 1,1 = 366V1 =3801 1 = - - = 0,96 , =- 3 - = 0,32 fio 22 (O' 326 mm2) 1000
1 380 . Perdas no ferro lt> 4 i-,:::,. . ...:r..i,.;,.,..i
1
Wr, = 1,15 . 1,72 · 10 = - 20 watts !!!

s... - 75
, v w,
--=7,5
f
v "'"m""
- - = 194 cm•
50 ' =
Perdas no cobre
W,.=2,7 .d•. P.,.==2,43. 32.3,88 ==
85 watts.
s, = 1.1 · S., =
1,1 · 19,4 = 21,1 cm•
Perdas totais == 20 + 85 105 = f;g. 109 ·
watts
Seção do núcleo a = 4; b = 5
w, 1000
s. =5 · 4 =20 cm'
w, + w, + w,.
20
Sm = - - = 18,2 cm M) TRANSFORMADOR ESPECIAL COM ENTRADA TRIFASICA
1,1 E SAfDA MONOFASICA
10 Quando uma carga monofásica constitui um desequillbrio excessivo
Esp/ volt =-18,2- = 2,2 numa rede trifásica, é preciso recorrer a um dispositivo que permita
distribuir a carga pelas três fases do sistema. O sistema mais simples
que,realiza esta distribuição da carga é o sistema de transformação cons·
N, = 2,2 · 380 = 836 esp. tituído por dois transformadores mono(ásicos, idtnticos, alimentados .
=
N, = 2,2 · 127 · 1,1 307 esp. pela linha trifásica, conforme fig. 110.
Os bornes secundários A e B alimentam o circuito monolásico.
= =
S,0 N1S1 + N 2 S2 836 · 0,326 + A tensão secundária total 'V, é
+ 307 · 1,04 = 273 + 320 = obtida pela soma geométrica das
= 593 mm• tensões secundárias v,/ e v2" dos
=
S, = 2 · S..• · 3,5 2 · 593 . 3,5 = transformadores (1) e (2), confor.
Fig. 107
=·11511nrn2 me fig. 11l.
Fixando Li = 4 cm= 40 mm Como estas duas tensões estão
Bronco defasadas de 1200 entre si, resulta:
380 127 v, (1) (2)
836esp.
fio n° 22
30 7 esp.
fio nº 17 Li
S;
4151
H, = - = - - = 103,8 =
40
V, = /'í."v, ou v 2 = V
3 12
i
=- 104mm
o o N.B.: - Ao se conectarem os dois A B
Preto Amare lo Executa-se a janela com transformadores monofási·
cos, pode acontecer a in- f;g. 110
Fig. 108 H, = 10,5 cm

9 T,on,to,modorh
118 ALFONS0 MARTICl'ONI
TRANSFORMADORES 119
versão acidental de uma
das bobinas. I.ne fato (; A potência secundária de cada
transformador é:
acusado pela medição da
tensão v,, pois esta resul- W 2 = ,·,12 = 254 · 6,84 = 1710 VA
ta igual a v 2, coníorme in-
d ica a fig. 11 2. A correção Os dados ele cada tra nsformador
do inconveniente efetua-se monolásico são:
invertendo-se a ligação de
uma das bobinas. primária Vz= 254 Vz=254
W 2 = 1740 VA; V2 = 254 V e J,=
Fig. 111 Fig. 112 ou secundária, de um dos
transformadores.
=
6,84 A 1=6,Sf°A

Se Wa:n é. a potênc.ia do circuito monofásico, a corrente 12 que alimenta Com estes dados calcula-se um - - - 4 40V -
o mesmo é fornecida por dos transformadores necessários. r ;g. 11s
w.. w, = 1740; v, = 254; 1, = 6,84;
I,= -
V, 6,84
A corrente 12 • assim calculada, atravessa o circuito secundário dos dois
S, = - = 3,42;
transformadores agrupados. A potência de saída de cada um destes trans- 2
formadores é fornecida por: fio 12 (AWG) (3.31)
,v,=v,12 w, = 1740 · 1,1 = 1910; v, = 220;
Conhecendo-se a potência \\11 , a tensão de saída v2., a corrente secundária 1910 8,7
12 e a tensão primária V 1, cada transformador monofásico pode ser r, = - - = 8.7; s. = - - =
calculado pelas fórmulas relativas ao transformador monofásico. 220 2 Fig. 114
É preciso, entretanto, lembrar que o conjunto requer dois transfor-
madores idênticos oportunamente lig~dos entre si.

35) EXEMPLOS DE CALCULO DE TRANSFORMADORES ESPE-


CIAIS COM ENTRADA TRIFÁSICA E SA10A MONOFAS;CA
= 4,35;fio 11 (AWG) (4,17)

S,. = 7,5
, V-I740
- = 7,5
50
= 7,5.5,9 = 44,25 cm•;
v- 54,8 =
220
198 esp
fio nº li
250 esp
fio rf 12
254

o o
Exe11,trLO N.º I s, =44,25 · 1,1 =48,67 cm• Fig. 115
T ransformador trifásico-monofásico: f = 50 H z: potência do circuito Seção do núcleo a= 7; b = 7; 21
monofásico = 3000 VA; tensão do circuito monofásico = 440 volts; ten-
=
são da linha trifásica de alimentação 220 volts. A corrente no circuito 49
rnonofásico e nos circuitos secun<lârios dos transformadores é fornecida S, = 7 . 7 =49cm•; S.. = - - =
por ; 1,1
3000 =11,5 cm'
12 =- -=6,84 A
;/40f 40 'IV N
!!l 7 3 ,;
A tensão secundária de cada transform:idor re.;ulta
Esp/ volt =-- = - - = 0,9 N 3 ·"
Sm 44,5

v2
440•
=- -- 't= 254 V. N, = 0,9 . V, = 0,9 . 220 = 198 esp. -~ ..__
v';- \ N 2 = 0,9 .V, .l,I =0,9.251.1,J =
= 250 esp.
' Fig . 116

1
TRANSFORMADORES 121
120 ALFONSO MARTIÇNONI
11 0,5
s,. = N1S1 + N2S2 = 198.4,17 + 250.3,31 = 826 + 828 = 1654 mm• S, = - = - -= 0,167; fio 25 2 - t - - - -~ - - - -
S; = 1654.3,2 = 5293 mm• d 3
3~+-----11--------
(AWG) (0, 159 mm')
Fixando Li= 35 mm, resulta: V1 = 380 V1=380
5293 12 12,5
H, = -- = 151 mm S,= - = - -=4, 18; fio li
35 d 3
(AWG) (4,17 mm2) "2= 13,8 v.i= 13,8
Executa,se a janela com altura de 15 cm .
1=12$A
Peso do ferro P,, = (22·21 - 2 , 15 , 3,5)7·0,9·7,8 = 17542g=-17,5 kg
Sm = 7,5 v w , = 7,5 V l 73.75 = - - - 24v. - --
l m = 2a + 2b + 0,5a., = 2 . 7 + 2. 7 + 0,5. 7. 3, 14 = 39 cm f 50 Fig. 117

s.. 16.?4
P,. = - - . lm.9 = - -. 39.9 = 5805 g = 5,8 kg = 1,5 I 3,475 = 1.5. 1,86 =
100 100 = 13,95 cm•
N.B.: Devem ser fabricados dois transformadores com os valores obtidos S, = 1,1. Sm = 1,1. 13,95 =
do cálculo. = 15,34 cm•
EXEMPLO N.º 2 Seção do núcleo a = 4; b = 4,
us.a-se lâmina padron izada o.º 5.
Transformadores trifásico·monofásico: f = 50 Hz; potência do dr·
cuito monofásico = 300 VA; tensão do circui to monofásico = 24 volts;
s. Fig. 118
tensão da linha trifásica de alimentação= 380 volts.
Corrente no circuito monofásico e nos circuitos secundários dos
S, = 4.4 =16 cm'; Sm =--
1,1
=
380 13,8
transformadores: 16
12 =-.-
300
= 12,5 A
=- - = 14,5 cm• 1050esp. 42 esp.
l, I
24 fio n" 25 f io n" li
40
T ensão secundária de cada transformador:
Esp/ volt = - - = 2,76 o o
v, 24 11,5 Fig. 119
v, =- - = ~·-- = 13,9
13 1.7~ N , = 2,76. V,= 2,76.380 =1050 esp.
N 2 =2,76.V2 . l,1 =2,76 .1 3,9.1 ,1 = 42 esp.
A potência secundária de cada transformador é:
S,. = N,S 1 + N,S, = 1050.0,159 + 42.4,17 = 167 +175 = 342 mm•
W 2 = v2 • 12 = 13,9 · 12,5 =173,75 VA
Si 1200
Potência primária W, = 173,75,1,1 = 19·1 VA - s,,- =-342- = 3,..5 Execução possiuel.
191
11 = - - = 0,5 A
380 Peso do ferro P,, = 0,674 · 4 = 2,7 kg
ALfONSO MARTICNONI TRANStºORM,\OOR ES 12,
122

lm = 2a + 2b + 0,5a.- = 2 . 4+2 . 4 + 0,5 . 4 . ,,14 = 22,28 mm que os bornes de A.T. sejam mar-

s~ 342
o
H,
cados da esquerda para direita de
quem olha o transformador do la·
P,. = - - . lm .9 = -- · 22,28 · 9 =685g. do dos bornes B.T., conforme
100 100 fig. 122.
o o o A marcação dos bornes de B.T.
N .B.: Deven1 ser fabricados dois transformadores com os valore$ obli· será feita obedecendo a relação de
dos do cálculo. r ;g. 122 fase existente entre as tensões de
A.T. e as de B.T.
Esta defasagem depende das conexões internas do transformador.
36) NU MERAÇÃO DOS BORNES E RELAÇÃO DE FASE
Nos transformadores monofásicos esta defasagem é nula ou de 1800;
ENTRE AS TENSÕES PRIMAR IAS E SECUNDARIAS nos trifásicos é nula ou múltipla de 300.
DOS T RANSFORMADORES

Os bornes de um transformador estão colocados. geralmente sobre a a) Transformadores monofásicos


tampa. Os de alta tensão de um lado e os de baixa tensão de outro. Nos transformadores monofásicos podem ocorrer dois fatos d istintos.
Os terminais dos diversos enrolamentos devem ser n1arcados com as isto é, ou os dois enrolamentos A.T . e B.T. estão enrolados no mesmo
letras maiúsculas H. X, Y e Z. A letra H é reservada ao enrolamento ·· sentido, conforme fig. 123 (a) ou enrolados um em sentido contrário ao
de maior tensão. A seqüência das demais letras deve ser baseada na outro. conforme fig. 123 (b).
ordem decrescente das tensões nominais dos enrol.imentos.
As f.e.m. nas espiras dos dois enrolamentos possuem sempre sentidos
concordes entre si, pois são geradas pelo mesmo fluxo. Examinando-se
os enrolamentos e os respectivos bornes, observa-se que na fig. 123 (a)
as duas f.e.m. A.T. e B.T. são dirigidas ambas para os bomes adja-
centes H 1 e X 1 .
Na fig. 123 (b), pelo contrário, são dirigidas aos bornes opostos. No
primeiro caso os bornes adjacentes possuem em cada instante a mesma
polaridade.
No segundo caso, pelo contrário, possuem em cada instante polari·
dades conlrárias. isto é, no primeiro e.aso as duas tensões E-1 e E2 estão
em ·(ase entre si, en4uanto no segundo caso ~.ão opostas, isto é, defa.
sadas de 1800.
?:\'o que concerne ao sentido das correntes, é suficiente lembrar que,
As letras devem ser acompanha• no enrolamento que funciona como primário, a corrente entra en1 sen·
H~ das pe los números O. l, 2, 3 etc.
para indi<:a r, o prin1eiro deles, o
tido oposto à f.e.m. correspondente (a qual age como f.c.e.m.).
No enrolamento que funciona como secundário, pelo contrário, a
Xz terminal do neutro. e os outros as
corrente tem o mesmo sentido da f.e.m. que a produt.
diferentes fases.
Pelo ex posto a fig. 120 represen- Assim sendo, se os bornes adjacentes têm polaridades concordes como
ta um tra nsformador com o circui, na fig. 123 (a) o sentido reciproco das correntes com respeito aos bornes
to A.T. ligado em estrela e o B.T. é indicado pelo esquema da fig. 123 (e).
cm triângulo. A fig. 121 representa Se. pelo contrário, O$ bornes adjacente$ têm polaridades contrárias,
o esquema de urn a.utotra nsfor- como na fig. 123 (b), as correntes primárias e secundárias adquirem o
mador trifásico. sentido recíproco indicado na fig. 125 (d). Esta inversão de polaridade
Com referência às letras aplica- dá a impressão de que no transformador a corrente sofreu a inversão
Fig. 121 das aos bor,nes. as normas exigem indicada com a linha pontilhada .
Al,.FONS-0 MARTIGNONI TRANS.' ORMAD0RES 1!!5

que V, se diz que a polaridade é aditiva. Se V, for menor que V a


polaridade é subtrativa.
Nos transformadores com polaridade subtrativa, conforme o da fig.
123 (a), os terminais H 1 e X 1 devem ser colocados adjacentes entre si.
Nos transformadores com polaridade aditiva, conforme o da fig. 123 (b),
os terminais H 1 e X 1 devem ser colocados diagonalmente opostos.
Os transformadores monofásicos até 200 l<VA, com classe de tensão
de isolamento até 8,7 l<V inclusive devem ter polaridade aditiva.
Os demais transformadores monofásicos devem ter polaridade sub-
trativa.

b) Tramformadores trifásicos
Nos transformadores trifásicos podem ser aplicadas a cada fase as
observações feitas com respeito aos monofásicos.
Em cada coluna as f.e.m. nos dois enrolamentos A.T. e B.T. resultam
dirigidas no mesmo sentido (isto é, ambas dirigidas do extremo superior
ao inferior ou vice-versa). se os dois enrolamentos estão enrolados no
mesmo sentido. Terão sentidos contrários se os dois enrolamentos estão
enrolados em sentido oposto. Nos transformadores trifásicos a relação
de fase entre as tensões primárias e secundárias depende, além da pola-
ridade concorde ou contrária das fases, também do C$quema de agru-
pamento dC$tas.
Chama-se de deslocamento angular do transformador o ângulo que
define a posição recíproca entre o triângulo das tensões concatenadas
pri,ndrias e o triângulo das tensões concatenadas secundárias.
'Éi (e ) 1Êi (d) Na' construção destes triângulos usa-se indicar os vetores que repre-
sentam as f.e.m. das várias fases com as mesmas letras que indicam os
Fig. 125
bornes respectivos, isto é, H 1 , H 2, H 1 para a alta tensão e X 1 , X,, x,
para a baixa tensão. Se as fases estão agrupadas em estrela, os três vetores
Na prática, a polaridade de um relativos às três Iases são colocados também em estrela a 120º urn do
transformador é definida pelas ex- outro e, então, o triângulo das tensões concatenadas tem por vértice os
·pressões "subtrativa" Ou "aditiva". y extremos destes vetores. Se pelo contrário, as fases são agrupadas em
Para verificar-se o tipo de polari- triângulo, os três vetores correspondentes são traçados um em seguida
ao outro para compor diretamente o triângulo das tensões de linha, que
dade;-por exemplo, de um transfor- neste caso coincide com as tensões de fase. Em todos os casos, os dois
mador monofásico, conecta-se um Hz vetores relativos a duas fases enrolados sobre a mesma coluna deverão
terminal A.T. com o adjacente
B.T ., por exemplo H 1 com X 1,
conforme fig. 124.
\ ser paralelos entre si. Poderão ser dirigidos· no mesmo sentido ou em
sentido contrário, conforme os bornes (tendo-se em consideração o sen-
Yt tido do enrolamento das respectivas fases) possuírem polaridades con-
Aplica-se tensão num dos circui- cordes ou contrárias.
tos, por exemplo a tensão V no
circuito A.T . Se a tensão V,. exis-
o/ Para tornar os vários diagramas diretamente confrontáveis, estabelece-
se traçar primeiro o triângulo das tensões concatenadas A.T. com o
tente entre os outros terminais X1 X2 vértice H 2 , relativo à fase central, para cima, o vértice H 1 em adianta·
(H 2 e X2) dos circuitos, for maior Fig. 124 mento e o H 3 em atraso.
126 ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES

As Normas Brasileira, P-EB-91 e P-MB-128 estabelecem que a utili• Na fig. 126 estão representados Hz
,ação das fases dos transformadores trifásicos deve ser feita de forma dois exemplos de conexões que
que as f.e.m. atuantes nas fases de cada coluna possuam o mesmo sentido.
Com esta regra é fácil traçar os diagramas relativos aos diferentes
apresentam o deilocamento angu·
lar de 300.
t
:=:
"z
[
e:: J
"• ,
/
I
I \

H,. \
'

("·l~ s
~··
::::: Ho
O esquema da fig. 126 (a) é re-
.,..x,

tipos de conexões. ~ ~
A fig. 125 representa dois exemplos de conexões, aos quais corresponde lativo à conexão estrela•triângulo.
X,
As l.e.m. das fases A.T. são repre-

--:::::
o deslocamento angular de 00. O esquema da fig. 125 (a) é relativo à
sentadas pelos vetores H 1 ; H 2 ; H 3• ;; -~
~
c.onexão estrcla-est.rela. com as f.e.m. no mesmo sentido, o que é com-
A f.e.m. na fase 2 do circuito B.T.
provado pelo fato de as fases estarem enroladas no mesmo sentido e
possuírem os centro-estrelas A.T. e B.T. colocados na parte inferior das
é representada pelo vetor X,, tra- s É
.~~
çado no mesmo sentido do H,. Os (o) /1'·
respectivas fases. demais vetores X 1 e X 3 são traça- ...
Os vetores da fa,e (1) são dirigi- dos respeitando as conexões das
dos no mesmo sentido (H 1) e bobinas B.T., obtendo-se o triân-
(X,). Os dois triângulos (H 1 H• e gulo (X 1 X 2 X3 ).
H 3) e (X, X 2 e X 1 ) estão igual- A orientação do referido triân-
mente orientados e, portanto, as gulo apresenta o deslocamento de
retas H 0 H;· e x,lf. estão em fase 30" com referência à estrela que
entre si. Correspondentemente, to- representa as f.e.m. A.T. pois entre
dás as tensões entre os bornes B.T.
Ex, ;;t as retas ·x., X, e H 0 H, existe o
estão em fase. com as corresponden-
tes tensões existentes entre os bor-
nes A.T. A transformação, pelo
, :::,

(o)
deslocamento de 300.
A tr.1nsformação, pelo exposto,
provoca o deslocamento de 300 en- ê
x,
·l
:::::
x,
exposto, não produz nenhum des- tre as tensões primárias e secun•
locamento angular. dárias. J
H
x. ~"·
No esquema da fig. 125 (b) está No esquema da fig. 126 (b) está (b)
indicado o agrupamento triàngulo- representado o agrupamento triãn, Fig. 126
triângulo. gula;estrela.
Os vetores H 1 H 2 e H 3 são tra- Os vetores H 1 ; H,; H, são traçados um em seguida ao outro a fim de
Çádos um em seguida ao outro a obter-se o triângulo (H, H,H,). Os vetores X 1 ; X 2 ; X3 são traçados
fim de formar o triângulo (H 1 H 2 paralelos e no mesmo sentido do das fases A.T. O triângulo (H 1 H 2 H 3 )
e H 3 ) com o vértice H 2 para cima, apresenta o deslocamento de 30º com relação à estrela X 1; X,; X3 pois
conforme o estabelecido. x, entre as relas ~ e ~ existe o deslocamento de 300.
Havendo concordância de pola- Tanto no agrupamento da fig. 126 (a) como no da fig. 126 (b) verifica-
:::;
.______r
ridade nas fases enroladas sobre a se o deslocamento de !ase 300 em atraso de todas as tensões medidas
mesma coluna, os vetores X,, X 2 e entre os bornes B.T. com respeito às tensões análogas entre os bornes A.T.
X 1 deverão ser traçados ordenada- ~
...-< ,. Como regra geral pode-se dizer que o deslocamento angular entre os
mente paralelos e no mesmo sen- bornes A.T. e B.T. é medido pelo ângulo compreendido entre as duas
tido que os correspondentes H., H 2 (b) "' retas H 0 H 1 e X.X, definidas pelos vértices correspondentes H 1 e X, e
e H 3, a fim de· formar um triân- Fig. 125 pelos centros H 0 e X 0 dos triângulos.
gulo. Desejando considerar todas as combinações passiveis, mesmo as que
Observa-se que o triângulo (X, X, X1) está em concordância de fase são obtidas enrolando as fases de cada coluna em sentido contrário,
com o (H1 H 2 H 3) , pois as retas Hõf(; e "X;X1 estão dirigidas no '!'CS· obter-se-ão deslocamentos angulares de: 00; 30º; 1800 e 2100. As Normas
mo sentido. Pelo exposto a transformação não produz nenhum deslo- Bra.sileiras, entretanto, estipulam que sejam utilizado~ unicamente os
camento angular entre as tensões concatenadas A.T. e as B.T . agrupamentos que proporcionam os deslocamentos angulares de 00 e
ALFONSO MARTICNON I TIV\NSFORMADOR ES 129
128

de 300. Cada um destes grnpos é convcncionalmc111e designado por um


número. Assim os esquemas de conexão que possuem o deslocamento MARCAÇÃO DOS TERMINAIS DOS TRANSFORMADORES TRIFÁS.

º[)"
angular nulo (00) constituem o "Grnpo I" e os esquemas de conexão
que possuem o deslocamento angular de 300 constituem o "Grupo 2".
Na fig. 127 estão representados os principais esquemas utilizados nos
transformadort-s trifásicos, compreendidos nos grupos I e 2.
"•[)º·~
Hz

H1
O
Ô
O Xt

O X1
De oco,do com os
especificoções
bro'l-tlei(os EB - 9 1
V

w
Ô

o
O V

o w
O. ocordo com os
es~iftcoções
ote-mõs VOE

A fóg. 127 indica também o processo de marcaç.ão das ligações e a


designação dos grupos, conforme as normas alemãs VDE. LIGAÇÕES USUAIS EM TRANSFORMADORES T RFÁslCOS
Nas normas VDE, obtém-se a designação convencional dos esquemas LiQ091lo dOC De oco,do com o.s Oe ocordo com os
indicando-se primeiramente a ligação das fases A.T. com as letras Y, enrolamentos especificoç,ões EB- 91 esp.eiflcoções VOE
Oi<qomo
D, Z. respectivamente para estrela, tri1ngulo e ziguezague. A esta indi- Esquema de Oefosa- E squemo dt Gtupo
cação segue a das fases B.T. com as mesmas letras em tipo minúsculo, AT. BT. dos li90,ç.61s
ligações mento liooçõfl L ~ÕO
seguida pelo número do grnpo.
Assim. por exemplo, a sigla D z o indica o esquema do grupo "()" Triônou,to Tti6nQUlo
que nas Normas .Brasileiras corresponde ao esquema que possui as
fases A.T. ligadas cm triângulo e as fases B.T. em ziguezague. o D º"º
A sigla Y d li indica o esquema do grupo "li", correspondendo nas
Normas Brasileiras ao esquema que possui as fases A.T. agrupadas em
V '
estrela e as fases B.T. agrupadas em triàngulo. EltrelO (1tr1lo

A designação do grupo ao qual pertence cada transformador é pratica- y y u


)___w )___ u w
Yyo
mente indispensável para estabelecer a possibilidade ou impossibilidade
do funcionamento em paralelo com outros transformadores. Para que
dois transformadores alimentados pela mesma linha primária possam V '
ser agrupados em paralelo entre si sobre a mesma linha secundária, é
necessário que as tensões secundárias fornecidas separadamente pelos
dois transformadores sejam iguais e estejam em (ase entre si. Isto quer
Tridnoulo

o
ZiQ- ZOQ

z
o' 6 rL
u w u •
o,,
dizer que o agrupamento em paralelo é posslvel somente entre trans-
formadores pertencentes ao mesmo grnpo, sendo, pelo contrário, impos- V
E li relo '
sível entre ttansformadores . pertencentes a grupos diferentes.
Por isso os consttutores indicam na placa de cada transformador o
Tri4noulo

D y
,o•
u
6 w
Oyll

esquema das ligações internas com a numeração dos bornes e a designa-


ção do grupo.
[ttrtlO TrtÔftOl,IIO '
37) AGRUPAMENTO DOS TRANSFORMADORES y o
,o•
[>
u
Yd l

EM PARALELO
E1trela Zio - ZoO
Dois ou mais transformadores são agrupados em paralelo entre si
quando recebem a energia da mesma linha primária para transíeri-la y l
com a tensão transformada sobre a mesma linha secundária.
No caso de dois tran$lormadores o esquema das ligações dos bornes
adquire a forma indicada na fig. 128. O (uncionamento em paralelo de fig. 127
dois transformadores é perfeito quando a potência total fornecida à
linha secundária se divide espontaneamente entre os dob transforma-
dores em partes proporcionais à.s respectivas pottncias. Se os translor-
llO ALFONSO MARTICNONJ fll/,NSFORMADOR.ES 131

madores são de igual potência, a sicos ~. então, nttõ.Shio: que sejam construídos para a mesma tensão
carga se divide em partes igu1is primúia, que possuam a mesma relação de transformação e que as re..
entre os mesmos. pectivas ligações internas pertençam ao mesmo grupo. Se estas condições
Para real izar esta divisão é ne- são utisfeita.s entre os bornes secund:lrios correspondentes dos dois trans-
cessário que no funcionamento a formadores, não existe diferença alguma de potencial. Assim sendo,
vazio, isto é, quando a linha se- executãndo-se o agrupamento, nenhuma troca de corrente se verifica
cundária não possui carga alguma, e o paralelo a vazio é perfeito.
Borro, 9.T.
entre os transfor1nadores agrup'.l· A determi11ação dos bomes cor-
dos não se verifique nenhuma tro- respondentes pode ser leita tam-
Fig 128 ca de corrente. bém pelos traruformadores trilási-
.Esta condição é alcançada quan- cos, com lâmpadas ou com voltl-
do as tensões secundárias a vazio, metros. Procede-se, praticamente,
fornecidas separadamente pelos da seguinte man!ira: ligam-se pri-
H'1 dois Lransformadores, possuem o meiro as tomadas A.T. dos dois
"' mesmo valor e estejam exatamen·
te e1n concordância de [as.e entre
transformadores sobre a mesma Ji.
nha prim:lria (que pode ser tam-
x, si. Neste caso, entre os bornes se- bém com tensão reduzida), como
cundários correspondentes, que de- indica a lig. 1!O. Ligam-se direta-
vem ser agrupados, não existe ne- mente entre si dois bornes que,
nhu ma diferença de potencial e o Fig. llO supõe-se. devem corresponder-se,
Fig. 129 agrupamento não determina ne- como por exemplo x 1 e x 1'. (O
nhu1na troca de corrente. agrupamento dos dois bornes não pode provocar inconveniente algum,
Para os transformadores monofásicos, a concordância de fase enu·e a~ mesmo que tles não se correspondam, pois o circuito lica aberto.) Com
tensões secundárias depende somenie da escolha acenada dos bornes. um voltlmetro, mede-se então a tensão entre os oulr0$ dois pam de
O paralelo a vazio entre dois transformadores rr1onofásicos é sempre bornes como x2 x 2 ' e x1 x,·. Se o voltímetro indica zero, os bornes corres-
possível, desde que os dois transformadores sejam construidos pela mes. pondente, podem ser agrupados entre si, isto é, x 1 com x,', x 2 com x,'
ma tens.ão primária e possuan1 a mesma relação de transformação a e x 3 com x1'.
vazio, quer dizer, a mesma relação de espiras. · Se, pelo contr:lrio, o voltímetro nas duas medidas indica certa tensão
A determinação dos bornes correspondentes pode ser feita pratica- (que ' pode ser também o duplo da fornecida por cada transformador)
mente com duas lâmpadas ou eventualmente com dois voltlmetros deri- é preciso repctir a medida com as tomadas cruzadas, isto é, agrupando
vados entre os cransformadores, como indica a fig. 129. x2 com x'• e x3 com x'2• Se agora o voltímetro indicar zero, as tomadas
Se as lâmpadas ficam apagadas, os borncs sobre as quais estão deri- correspondentes são x 1 com x'1 , x 1 com x'3 ex., com x'2. Se também no
vados podem ser agrupados entre si. Se, pelo contrário, as lâmpadas se segundo m.saio o voltímetro não indicar zero, quer dizer que os doi,
acendem, quer dizer que os bornes considerados possuem polaridades borncs x 1 e x'1, entre os quais se estabelece a ligaç.io, não são corres-
contrárias. Neste caso é suficiente execu tar a inversão das ligações sobre pondentes. Dever-se-á então repetir o ensaio, estabelecendo-se outro agru-
um ou outro transforn1ador. pamento direto; por r:xcmplo, entre x 1 e x'2 até localizar os pares <le
Para os transforn1adores trifásicos, a relação de rase ent.re as tensões bornes entre os quais não exisce diferenç:·) alguma de potencial. Se,
secundárias fornecidas pelos dois transformadores depende, como já eíetuando-se todas as possíveis ordens de :1grupamento das tomad:1:-., a
foi visto, além da ordem em que se consideram os bornes, também do condição de agrupamento nunca se verificar, quer dizer que os dois
esquema das ligações internas. Se os dois transformadores são alimen ta· transformadores possuem deslocamento angular diferente um do outro.
dos pelas mesmas tensões primárias. as tensões secundárias fornecidas isto é, pertencem a dois grupos diferentes e o agrupamento em paralelo
pelos dois transformadores resultarão em (ase somente quando os dois é impossfvel.
transformadores possuírem o mesmo deslocamento angular entre a alta Uma vez executado o agrupamento em paralelo enrre os dois trans-
e a baixa tensão, isto é. per,encerem ao mesmo grupo. Para poder formadores, é necess.ário ainda controlar se a divisão da carga entre um
execu tar o agrupamento c:n1 paralelo entre dois transformadores trifã. e ourro se verifica de maneira apropriada.
1'2 ALfONSO MAR1'JCNONI 1 TRANSFORMADORES

Esta divisão não pode ser feita à vontade, como acontece no• alterna- 38) DETERMINAÇÃO DO REGIME DE FUNCIONAMENTO
dores, mas depende unicamente das características de construção dos EM PARALELO DE DOIS TRANSFORMADORES COM
CARACT ER fSTlCAS DI FERENTES
transformadore, agrupados.
Se estes possuem a mesma potência de placa, podem repartir a carga A determinação do regime ele funcionamento de dois transformadores
em partes iguais somente quando, fornecendo a mesma corrent:, apre- agrupados cm paralelo, tendo características diferentes, pode ser feita
sentam a mesma queda de tensão, isto é, quando as caract~rísll~ ex- facihncnte. considerando-se os respectivos circuitos equiva1 ~ntes secun•
ternas dos transformadores agrupados resultam exatamente 1gua1s. Isto d:lrios, agrupados entre si em paralelo como indica a fig. 131. Conside-
requer que sejam iguais a resistência e a reatância equivalente dos trans- re-se ·primeiro o caso de dois transfor1nadores com a mesma resistência
formadores e, portanto, os respectivos triângulos fundamentais. Esta e a mesma rcatância equivalente R4: e Xe que possuem uma d i(erente
condição é alcançada quando os transformadores possuem a mesma ten- relação de espiras.
são e o mesmo fator de potência de curtc>-circ:uito V1« e cos1>1ce· Seja por exemplo m'< m". ·Resulta então
Se um deles _possuir uma tensão de curto-circuito menor que o outro,
quer dizer que este possui também menor impedância_ equivalcnt~-
)
v, v,
Quando estes transformadores estiverem a~upados, a tensao se.'.'u?d:lna E'0 = - - > E"~::: - -
será necessariamente a mesma; se as rcspecuvas tensões a vazio sao 1gua1s, m' m"
cm cada um destes deve produzir-se a mesma queda de tensão. Na malha fechada pelos dois circuitos secundários agrupados, estabele-
A corrente total fornecida divide-se entre doí• transformadores em E'0 - E·0
razão inversa das respectivas impedâncias equivalentes. O transforma, ce-se então uma corrente de circulação le dada por lc - - - - sendo
dor que possuir a menor impedância, para ter a mesma queda interna
./ 2~
de tensão, é forçado a fornecer uma corrente maior do que o outro. z~ = V Re2 + X,?. Esta corrente é fornecida pelo pri1neiro transfor-
Quando, pelo contr:lrio, se agrupam em paralelo dois transformadores mador e absorvida pelo segundo. O enrolamento primário do primeiro
de potência diferente, o funcionamento do grupo é regular se a carga transfortnador absorve
se subdivide cm proporção às respectivas potências. Neste e.aso o trans- I,
formador de menor potência deve ter maior impedância que o outro e por reação uma corrente lc:' =- -. enquanto o enrolamento primário
precisamente os triângulos fundamentais dos dois transformadorts devem m'
estar entre si em razão inversa das potências de placa dos dois trans- 1,
formadores. Também neste caso devem ser iguais entre si a tensão e o do segundo fornece urna corrente 1/" =--: sendo m'< m" resu lta
fator de potência de curto-circuito dos transformadorts; (é oportuno

lembrar que a tensão de curto-circuito se refere à corrente de plena carga
I; >lt. Assim sendo, a corrente 1;, que é fornecida pelo prim:lrio do
segundo transformador, é totalmente absorvida pelo primeiro, o qual
de cada transformador). além desta corrente absorve da linha de alimentação a diferença (l,'- 1,").
Resumindo os fatos expostos, pode-se dizer que o funcionamento cm Em .virtude destas correntes de circulação entre os dois transformadores
paralelo de dois transformadores é perfeito, seja a vazio ou com carga, (às quais se sobrepõem as correntes a vazio que são individualmente
quando possuem a mesma relação de transformaç-lo a vazio, a mesma absorvidas pelos próprios transforrnadorts), as tensões secund:lrias re-
tensão e o me,mo fator de potência de curto-circuito. Para os transfor- sultam iguais. Absorvendo-se dos bornes secundários certa corrente 12 ,
madores trifásicos é também indispen>ávcl que possuam o mesmo des- tendo os dois transformadores a mesma impedância, esta divide-se em
locamento angular entre a alta e a baixa tensão, isto é, pertençam ao d~as partes iguais, sobrepondo-se às correntes de circulação ante, men,
mesmo grupo. cionadas.
Praticamente estas condições nunca são exatamente satisfeitas a não Assim o primeiro transformador (isto é, o que possui a vazio uma
ser no caso em que se trata de transformadores_ perfeitamente igu~is, tensão secundária maior) fornece no total uma corrente 12 igual à soir.a
isto é, com idêntica construção elétrica e magnéuca. Se, porém, a dife- geométrica li= T.' + I2/ 2 enquanto o segundo fornece uma corrente 12
rença entre as características dos transformadores não é excessiva, o fun- igual à diferença geométrica i?"= fJ'E- T, rendo-se presente que a
cionamento cm paralelo é ainda possível, mas é preciso que o desequi- x.
llbrio de regime resultante seja tolerável e não provoque uma sobrecarga corrente de circulação é defasada do ângulo definido por ,.cp" = - - .
muito grande num dos transformadores em relação ao outro. R.
10 TroMformoõorc,

r
T RANSFORMAOORF,S 155

Considere-se agora o caso ele dois transformadores de igual potência,


que JX>SSUCm a mesma tensão a vazio, mas diferente impedlncia interna:
imagine-se que os triângulos fundamentais dos dois transformadores
possuem a forma indicada na fig. 132 (a). Observa-se que os dois ângu-
los cp.,.: e cp,; correspondem precisamente à defasagem de curto-circuito
de um· e de outro transformador. Carregando-se os tlois transformadores
agrupados, as respectivas correntes fornecidas, I' e 1", devem ser tais
que possam determinar a mesma queda interna, isto é, deve resultar:

Z.'l' = Z," l"

enquanto a corrente total que cons•


titui a carga do grupo fica definida
l ~,t. pela resultante1 ==·1· +l". A carga
1 (a) ~ Rt
divide-se então ·entre os dois traru-
formadores, conforme indica o dia-
grama da fig. J32 (b); as correntes
fornecidas pelos dois transforma-
dores adquirem valores que estão
entre si na razão inversa das res-
pectivas impedâncias. Estas duas
correntes apresentam uma com res-
peito à outra a defasagem (11,.'-
- f«") igual à diíerença entre as
defasagens de curto-circuito dos
dois transformadores.
Independentemente da tensão
( b) nos bomcs, pode-se diier que a
corrente de carga I divide-se entre
os dois transformadores como en-
Praticamente, uma corrente ele circulação entre dois transformadores tre os lados de um arco duplo rea•
Fig. 152 lizado com as· duas impedâncias
pode .tolerar-se quando resulta da mesma ordem da corrente a vazio,
Se a diferença entre a tensão a vaúo de dois transformadores (E; - !?,."), equivalentes dos transformadores,
reduzida em percentagem, resultasse igual. ao valor percentual da tensão Re conforme indica a fig. 133. t possí·
de curto-circuito (refrrido à corrente ·Je plena carga), a corren te de - ,· 1 vel obter-se uma divisão por igual
circulação I. alcançaria uma intensida1e igual à metade da corrente de _,. "'-=="- da corrente, agrupando-se em série
plena carga, o que seria absolutamente intolerável. Querendo-se que a "-_.,,,w.r-'llllT'-./ ao transformador com a impedân-
corrente de circulação resulte da mesma ordem da corrente a vazio R\, xê eia menor uma reat.1ncia apropria-
(cerca de 10% da corrente de plena carga) poder,se-á então admitir Fig. US da (bobina enrolada sobre núcleo
como máximo uma diferença entre as tensões a vazio dos transformado· de ferro) que compensa a diferença
res a serem agrupados de cerca de l /5 da respecti,·a tensão de curto- entre as duas impedâncias. t preciso tornar iguais, separadamente, a
circuito. resistência ôbmica e a reatância dos dois lados do arco duplo. No caso dos
Se a diferença entre as tensões for maior que a mencionada, querendo dois triângulos fundamentais representados na fig. 132 (a), ,;cria necessá·
efetuar-se o agrupamento em paralelo dos dois transformadores, é pre- rio ligar em série uma resistência ôhmica ao primeiro transformador,
ciso tornar iguais as relações de transformação por meio da exclusão de igual à diferença (R", - R',) e uma reatância ao segundo, igual à dife-
algumas espiras do transformador que tem maior tensão. Esta operdçâo rença (X', - X".).
deve ~r feita pelo construtor.
186 ALFONSO MARTICNONI
T RANSFORMADORES 157
Estas impedâncias de compensação podem ser inseridas indiferente·
mente do lado da alta tensão ou do lado da baixa tens5o, conforme Se o transformador sofrer um curto-circuito acident.aJ,. à f.e.m. secun-
resul tar mais cõmo<lo, no que se refere :"t construç.;.l o. Naturalmente o dária E2 se contrapõe unica1nente a in1pedância equivalente secundária
valor em ohms é <liíerente nos dois casos e passa.se de tHll para o outro z·,. A corrente ele curto·círcuito será dada por
e.aso com a conhecida regra da transfor1n~1ção das irnpe<láncias secun·
dárias transferidas para primário, isto é, cl ivid indo·se pelo quadrado <la E2 V2
relação das espiras. l'ee = - - = - - -
A capacidade em amp~re cm todos os casos d eve ser proporcional ,,
corrente de plena carga do transformador.
z·, z·,
Quando se quer determinar o estado de regime em paralelo de dois Evidentemente a chave de proteção deverá ser capaz de interromper
transformadores que além ele diferente tensão a vazio possuem impcdân· a corrente l"cc sem que os seus contatos sejam destrµfdos em poucas
eia diferente (isto é, uma diferente tensão ele curto-<:ircuito) podem·se interrupções.
resolver separadamenle as questões inerent~s ao funcionamento a vazio A título de exemplo, calcula·se a capacidade de interrupção da c~ave
e a relativa à divisão da corrente de carga. Primeiro determina.se a protetora do transformador monofásico com as seguintes caracterlsttcas:
corrente de circulação a vazio Ic e depois a divisão <la corrente I nos
dois lados do arco duplo antes definido l' e r~. para proceder·se enfim
à composição das correntes r;. l' e 1" (a soma geométrica em um e a
W2 =5000 VA; V =6000 volts; V =220 volts; V.,= 4%
1 2

diferença geométrica no outro). 5000


Quando se trata de transformadores orifásicos, potlc·se considerar o Corrente secundária I, = - - = 22,72 A
circuito equivalente de uma fase; não é necessário para isto conhecer 220
a ligação interna, pois se pode sempre considerar indiferentemente um
esquema qualquer. Tensão secundária de curt<>eircuito
220.4
V""' -- 8,8 volts
39) CURTO·ClRCUITO ACIDENTAL E PODER DE ROTURA 100
DA CHAVE DE PROTEÇAO
Impedância equivalente secundária
A chave de proteção tem por final id ade interromper o circuito ali-
mentado pelo transformador, quando a corrente no mesmo adquire
valores superiores aos admitidos.
O ponto critico de uma chave de proteção é a interrupção feita em
.
Z.. --:
!
- --
V"tt

12
8,8
- - - =0,387 ohms
22,72
caso de curto-circui!<) acidental, pois cm tais condições a corrente a ser v. 220
interrompida é a máxima possível. No caso de curto-circuito, o único
Corrente de curto-circuito 1"cc::: - - == - - - 568A
obstáculo que se opõe à f.e.m. secundária é a impedância interna do z·, o.387
transformador, que, sendo pequena, determina a circulação de uma
corrente muito intensa.
A chave de proteção terá de interromper a corrente de 568 Amperes
Em geral os construtores não indicam na placa do transformador o sem que seus contatos fiquem estragados.
valor da impedância equivalente do mesmo. liste valor, entretanto, pode Os fabricantes das chaves automáticas, além das demais características,
ser facilmeme calculado com , auxilio do valor da tensão de cuno- indicam a "Capacidade de Interrupção" de cada chave, que se refere à
drcuito do transformador, que •m geral <'Stá indicado na placa do corrente! que a mesma pode interromper em caso de curto-circuito, sem
mesmo, sob forma de percentagem da tensão nominal. Esta percentagem ficar danificada.
varia entre 3 e 8%.
A impedância equivalente, por exemplo, secundária é fornecida pela Em se tratando de transformador trifásico. o processo de avaliação
relação da corrente de curto-circuito é análogo ao monofásico, pois deve ser
v· ..
Z.., - - -
aplicado a uma das Iases do mesmo.
A título de exemplo, calcula.se a corrente de curto-circuito do tran.
I, formador trifásico com as seguintes caracterlsticas:
W2 = 60 kVA; V,= 6000 volts; V2 = 220 volu
138 AlFONSO MARTl(;NONI

Primário conectado em triângulo; secundário conec1.ado em estrela:


v.. =3%. . CAPfTULO IV
w. 60000
Potência por fase: W, = - -· = - - - - =20 000 VA. 40) TRANSFORMADORES ESPECIAIS COM TRANSFORMAÇÃO
DO NúMERO DAS FASES
3 3
220
T en,ão de fase secundária: V10 = = 127 volts. Tram(ormaçã() trih,xa(ásica
com sistema fechado

A transformação trihexafásica é
w, 20 000 muito importante para a alime_nta-
Corrente secundária 12 =-- = ---- 157 A. ção de conversores e comutatnzes.
V,, 127 Se a carga for constituída por
seis fases análogas, fechadas em
127 .3 hexágono, como nos casos das CO·
Tensão secundária de curto-circuito: V"ri ~ 3,81 vol!s. mui.atrizes, pode-se usar um trans-
100 formador trifásico ordinário, con-
forme a ligação da fig. 134.
v·., s,a1 .
Impedância equivalente secundária: Z". = - - =- - = .ó,024 ohms. Em substituição ao transforma-
dor trifásico podem ser usados três
12 157
transfonnadores monofásicos.
v. 127 A, fases primárias podem ser li-
Corrente de curto<ircuito secundária: l~cc =- - =-0,024
- ~ 5300 A. gadas em estrela ou triângulo.
As fases secundárias são ligadas
.z~'Í!
às fases utilizadoras, de forma que
A chave de proteç.ão do transformador deve possuir contatos · capazes os bornes de cada fase secundária
de interromper a corrente de 5300 Amperes sem ficarem danificados. sej~m ligados a vértices diametral-
mente opostos.
A tensão v que atua sobre cada
fase utilizadora é igual à metade
da lensão de cada fase secundária
do transformador.
Quando é necessário realizar o
agrupamento aberto como no caso
de transformadores que alimentam
re<ilicadores de vapor de mercúrio,
a ligação usada é a de dupla estrela,
., conforme fig. US .
Cada coluna deve possuir duas
Iases secundárias iguais e distintas,
com as quais se realizam duas es-
trelas d istintas. A união dos cen-
tros das duas estrelas lorma o neu-
tro do sistema. Fig. U~
110 ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES 141

Este tipo de ligação secundária lamentos. primário e secundário, representados por duas bobinas. A
requer que as fases primárias se- bobina primária apóia-se no fundo e a bobina secundária, pelo con-
jam ligadas em triângulo, a lim de trário, está livren1entc suspensa a um balanço provido de um oportuno
melhor se repartir a carga entre as contr-apeso. Este conlrapeso sozinho não é suficiente para equilibrar o
[ases da linha de alimentação. peso da bobina móvel. O equilíbrio· perfeito realiza-se quando o trans•
A fim de melhorar a divisão da formador está funcionando, pela intervenção da repulsão eletrodinâ·
carga na linha primária, especial- mica que se produi entre as duas bobinas. As duas bobinas são percor-
mente quando se trata da a limen- ridas por duas correntes opostas e, portanto, se re.pelem· mutuamente.
tação de retificadores hexafásicos, O funcionamento do tran síonnador verifica-se então da maneira ex-
empregam-se agrupamento zigue- posr.a a seguir.
X zague, conforme indica a fig. 136. Quando o secundário está aberto, sobre a bobina móvel não age ne-
As tensões estreladas do sistema nhuma ação repulsiva e, portanto, a bobina secundária apóia-se livre-
são ref resentadas por x0 x 1 ; i;i";; mente sobre a bobina primária. Nestas condições, nos bornes da bobi-
XoXi; xox4; x 0x 5; x 0x 6. Cada uma
na secundária ex.iste uma diferença de potencial igual à f.e.m. E2º
X4 x, x, X1 J<a: X3 x.
destas tensões é obtida com a par- que se gera em virl{1de do Uuxo produzido pela corrente magnetizante
Fig. U5 q ue circula na bobina primária. Se o circuito primário for alimenta·
ticipação de duas colunas, de for- <lo pela ter1são V1, resulta
ma que a carga de cada fase secun• V,. N,
dária interessa duas fases primárias, por esta ratão as fases primárias po·
dem ser, indiferentemente, ligadas em estrela ou triângu lo. E,º= - - -
N,
Praticamente os três enrolamentos secundários de cada coluna são con-
cêntricos e as respectivas ligações são feitas conforme ind[ca a fig. 136 (c).

,-6()---,..,...12 =const. o

(a) (b)

Fig. 136

41) TRANSFORMADOR COM CORRENTE CONSTANTE

Com o nome de transformador de corrente constante define-se um


transformador especial que realiza a transformação de uma linha pri-
mária, com tensão constan te, para uma linha secundária com corrente
constante, independentemente da resistência do circuito u tilizador.
O mais comum destes transformadores é constituído segundo a dispo-
sição esquemática indicada na fig. 1'7. Compõe-se de um núcleo envol·
,,
• v1= const.
\'Cnte, com colunas compridas sobre o qual estão colocados os dois enro- Flg. 137
142 ALfONSO MARTIGNONI ·1·RANSt'OR.MADOR.ES
Fechando,,e os borne; ela bo'>•· Con1 carga normal a. bobina móvel tentle a deslocar,se c1n contato
na secundária em curto-circuito, as com a bobina f ixa. Esta posição corresponde à mínima reatãncia de dis-,
d uas bobinas tenderão, num pri· persão e, portanto. à máxima tensão nos bornes.
n1eiro momento, a ser percorridas
Dos fatos expostos resulta que o transfor1nador com corrente cons-
por duas correntes muito intensas.
No mesmo instante em que as duas
tante pode ser reduzido ao circuito cqui,•alen1e indicado na fig. 139 (a).
Ne:ste esquema R"e representa a resistência equivalente secundária dos
conentes se produzem pela repul-
do as enrol~~entos e X"e representa a reatância equivaJente secundária
são eletrodin.â1nica que se ,•eri(ica,
que se ver1h~a quando as duas bobin;,s estão em contato. X 2 representa.,
a bobina secundária levanta-se aju· pelo cont~áno, a reatância adicional variável que intervém quando a
1 >
dada pelo contrapeso até determi• bobina movei se levanta e R, representa a resistência de carga.
nada posição de equilíbrio. No am·
pio intervalo que se forma entre . A disposição d~ c~rsor e chama a a_tenção sobre o lato de que quando
1
as duas bobinas se produz então a~menta a res1stcnc1a R,, a reatânc1a X 2 automaticamente diminui e
uma grande dispersão magnética vice-versa .

determinada pelo contraste entre Com base neste circuito. o .di.agranu, vetorial do transformador a<lqui·
os dois fluxos produzidos separada· re a forma re~resentada na f,g. 139 (b). A tensão v,. aplicada ao enrola-
Fig. 1!8 mente peJas d uas oob·1nas percorra·
. mento pr1már10 transforma-se na f.e.m. secundária
das por duas corren1es opostas.
O campo de dispersão adquire aproximadamente a forma indicada na
fig. 138. O fluxo disperso é tanto maior quanto maior lor a distância
entre as duas bobinas.
Os eleitos das dispersões magné1icas ao redor dos enrolamentos são Se os bornes secundários estão
análogos aos efeitos causados 1>0r uma reatância inserida ao circuito
fechados em curto-circuito, isto é,
secundário, à qual se dá o nome de reatância equivalente secundária. R, = O, a bobina móvel resulta
Sendo o valor desta reatância mui10 elevado, o valor da corrente de

ºº
completamente levantada e a rea·
curto-circuito do uansfomtador resulta pequeno. tância X2 é máxin1a. Nestas condi-
Inserindo no secundário uma detern,inada resistência: a corren1..e nas ções, no secundário circula uma
duas bobinas tende num prirneiro tempq a diminuir; 1nas a esta dimi• (a)
corrente 10 definida pela relação:
nuição instantânea das correntes corresponde unt enfraquecimento da
repulsão eletrodinâmica entre as duas bobinas. A bobina móvel abaixa-se; •' o - D •J
.., - "• o +
c·x ·
• + X ,) '·'
com o diminuir da distância entre as duas bobinas diminui a reatância esta corrente é defasada de um ân-
de dispersão. de maneira que a impedância resultante não varia. A gulo que é muito próximo a 900,
corrente readquire assim 9 valor inicial e a bobina ntóvel pára .. nesta sendo a rL:.Sistência R2.. muito pe· ,.
nova posição em que se vei''(.!_ca o equilíbrio entre os pesos e a rcpulsfto quena com respeito à reatância
eletrodinâmica. ·• (X·. + X,). A corrente secundária
Sendo os pesos e a repulsão constantes, as corrent~ resultam cons· 10 corresponde a corrente primária
lantes também. de reação
O fenômeno repete-se a cada variação ela re;;is1ência de carga, de
maneira que a cada aun1ento ou diminuição da resistência de carga
corresponde uma variação em sentido oposto ao da reatância de dis, Fig. 1~9
persão. Esta variação i conseqüência do deslocamento da bobina móvel, "
a qual troca espontaneamente de posição a cada variação da carga. A J~se~indo-se no secundário a máxima resistência con1pativel com a
impedância resultante fica assim constante e, portanto, fica constante pote~cia do translonnador, a bobina móvel desce sobre a outra e a rea-
também a corrente secundária, qualquer que seja o valor da resistência tãnc1a X2 resulta ~ulªa. yerjfican~o-~e ~ compensação quase exata entre
de carga. No limite imposto pela potência do transformador, a tensão o aum_ento d~ remtencia e a d1m10u1ção da reatância, a impedâ.ncia
nos born~s secundários varia correspondentemente em proporção à re- t?ta l. fica .~rat1came!1te a mesma e, portanto, o valor eficaz da corrente
sistência da carga. fica mvanavel. Varia porém o ângulo de defasagem do valor q,0 a op,
144 ALFONSO MARTIGNONI

pois a corrente é representada agora pelo vetor '· definido por


Eº• = (R", + R,)I + X";T A tensão nos bornes s~cundános •? quirc cor· CAPITULO V
=
respondentemcnte o valor V 2 R: 1, e resulta em fase toml,. enquanto
a corrente primária de reaç.ã o t' representada pelo valor 11 diretamente 42) AUTOTRANSFORMADORES
oposto a I. .
Para todas as condições de carga ·intermediárias o vet?t represen tativo
da corrente secundária d esloca-se no setor comprcend1clo entre I. e _1 a) M onofáJicos
e analogamente a corrente primária (desprezando a correnle magneu .
zante) desloca-se no setor compreendido entre 1'0 e r. Os a utotransfo rmadores possuem estrutura magnética idêntjca à dos
transformadores norma is, mas diferem destes na pane elétrica: os dois
Concluindo, pode-se dizer que variando a resistência" d~ targa as enrolamentos A.T. e B.T. não formam dois complexos de espiras dis-
correntes ficam inalteradas, variando porém o fator de potencia. tintas, mas são peJo contr!rio agrupados num ún ico enrolamento.
O transformador considerado apresenta o inconveni~n!e de que no Nestas condições o enrolamento B.T. é constituldo por uma parte das
funcionamento com carga reduz.ida (isto é, com uma res1stenc~a ~te carga espiras que forma o enrolamento A.T. O esquema elétrico do autotrans-
inferior à máxima que este pode alimentar) o fa tor ele potencia sobre formador adquire a forma representada na fig. 140 (a). No funciona-
a linha primária alcança valores excessivamente baixo~. Com plena... car· mento a vazio, alimentando o enrolamento através dos bomes A e B com
ga, quando as bobinas estão em contato, a reatânc,a d~ d,spersao é tensão V 1 , este absorve a corrente a vazio ) 0 necessária para produzir o
sempre notável e o fator de potência (ica igualmente baixo embora o fluxo <J.>, que por sua vez gera no enrolamento mesmo uma f.e.m .. E, que
circuito utilizador seja puramente ôhm1co. equilibra a tensão aplicada. Correspondentemente, entre os bornes secun-
Praticamente, o fator tlc potência a vazio pode resuh:tt· da ordem dários a e t, resulta disponível uma f.e.m.
de 0,15, enquanto o fator de potência a plena carga pode alcançar ao
máximo um valor de 0,9.
O transíormador do tipo d<:S<..:ilo encontra a sua mais itnportante
aplicação na alimentação das instalaçõ7s. de iluminação pública com
corrente constante, com Jâmpadas ent serie.
Para esta aplicação, os transformadores com corrente cons~ante. são Passando ao funcionamento con1 carga, quando o enrolamento secun ..
construídos em geral para potências pequenas, quase sempre mfen ores dário fornece uma corrente 12 , o enrolamento primário, além da corrente
a 30 kVA, e por uni v(1lor const.a nte da corrente secundária d e 6,6 ou a vazio absorve a corrente de reação 1' 1 de!inida em valor pela conhecida
7,9 A, os· <1uais constituem os dois valo res mais co1nun~ ~a corrente de
igual.d ade N 2 12 = N1 l 1'.
funcionamento das lâmpadas em série. A tensão primaria é compreen- NÓ grupo de espiras compreenditlas entre os dois bornes secundários,
dida em geral entre 6000 e 20 000 volts. que são con1uns tam bé01 ao enrolamento primário, as duas correntes
12 e 11 ' sobrepõem-se, pois possuem sentido contrário, formando uma
Outro campo de aplicação dos transformadores com corrente constante corrente iguaJ em valor à diferença. aritmética das mesmas. No auto-
é representado por alguns tipos de fornos elétricos e tra~sformadores transformador com carga, as correntes adquirem assim a distribuição
para solda elétrica. Nestes casós em que a corrente ~ecundar1a. é muito indicada na fig. 140 (b). ·
intensa e torna difícil a obtenção de cabos Dex(ve,s, os quais devem
É fácil ver que se realiza uma dupla economia ele cobre. Fazendo de
permitir o livre movimento da bobina, se mantém fixa a bobina secun.
fato a comparação com um transformador normal. obsen·a·st: cm pri-
dária, deixando-se mover a primária. meiro lugar .que das N, espiras necessárias ao enrolamento A.T., N,
Em todos os casos a bobina móvel é provida de oponunos amortece- espiras são economizadas, pois estas são substituídas pelas N 2 espiras
dores, a fim de que a passagem de uma posição a outra se verifique sem necessárias ao enrolamento B.T. Em segundo lugar, enquanto no tran;.
oscilações que produziriam flutuações de corrente. formador normal a seção dos condutores do enrolamento B.T. eleve ser
proporcionada à inteira corrente 11 • no a ut.otransformador as N 2 espiras
do enrolamento B.T. (desprezando-se a corrente a ,·aú o 10 ) devem ser
proporcionadas somente à diferença das correntes (1 0 - 11').
Admitindo que o peso do cobre necessário para executar um enrola-
mento seja proporcional ao produto das espi1·:.s pela corrente, a relação
J,
e
14G ALfONSO MARTJGNONI TRANSFORMADORES 147

entre o peso P • <los e.nrolamentos de um autotransformador e o pe~o 2


N N, )
análogo P. do correspondente transformador normal 1:. expresso por : P.~ ( N , -- N~ ) 7 . J2 + N:: 12 - 7.11

P, (N, - N2) I, + N, (12 -1,) - -= - - - - - - -- - -- - - - - - - - dividindo por N,I ,


--= N,
P, N,1 1 + N 2J, N 1 - - 12 + N 2 . 12
N,
1''-i
obtém-se
Pondo 11 = 11' = - - 12 resulta
N, N1 - N2 N2 N 1 - N2 + N1- N, 2N1 - 2N2
- - - - + 1- - -
1( -E, P, N, N1 N, N, N, - N,
- - =- - - - -- - -=--------
o r. 1+1 2 2

,. P. V 1 - V2
1 e portanto também - - = - ----
V2 P, v,
lo
Vê-se com isto que a economia de cobre é tanto utaior quanto mtnor
b é a diferença (V 1 -V,); por exemplo, para uma transformação de 250
a 200 volts, o autotransformador emprega um peso de cobre de apenas
1/ 5 do peso necessário a um transformador normal de igual potência.
Além disso o autotransíormallor apresenta menor queda de tensão e
12
maior rendimento em virtude da parcial co1npensação das correntes no
(a) E2 enrolamento B.T.
A vantagem do autotransforma-
dor diminui e fica quase desprezí-
vel quando a relação de transfor- A- ---~
mação aumenta além de certo Ji.
V1 - E, mite. 1 Q
Praticamente se abandona o em- V,
prego do autotransformador quan-
o do a relação entre a alta e a baixa
1, tensão é maior que 3.
Este critério é também sugerido
Vz 1.
pelo fato de yue no autotransfor. B b
1 mador, tendo-se os dois cnrola1nen-
(~-(,)
1
tos em comunicação elétrica entre
b
si, a isolação com respeito à mas,. f;g. 141
( sa de\le ser a mesma tanto pelo
enrolamento A.T. quanto ao B.T.
Este fa to perde a importância somente se é Iicito conecta.r à terra o
E2 borne comun1 aos clo is circu itos A .T . e B.T. como ind ica a fig. 141.
(b) O autotransforrnador é reversível, jsto é, pOlle funcio nar tanto como
fig. 140
redutor quanto como elevador de tensão.

l
148 ALFONSO MARTICNONI
1 TRANSFORMAOORES 149

b) Trifásicos Nos autotransforn1adores en1 estrela, o de.slocan1ento angular entre


O autotransformador triíásico pode ser rea lizado (·trn o agrupamento A.T. e B.T. é sempre nulo. Nos autotransforrnadores em triângulo, cs1e
das fases em estrela, como indica a fig. 142 (a) ou tan: l>ém com as fases deslocamento angular varia ao variar a relação de transformação.
agrupadas em triângulo como na fig. 142 (b).
Nos dois casos os diagramas vetoriais <la t.ransformação adquirem a
forma indicada na fig. 142 (a') e 142 (b'). O agrupamento em triângulo
quase nunca é empregado nos autot.ransforn1adores. pois resulta muito Um tipo especial de autotrans-
menos económico que o agrupamento cn1 estrela. formador é representado pelo apa-
Além disso este último permite realizar qualquer relação de transfor- relho conhecido com o nome de
mação, enquanto o agrupamento em triângulo, excluído o caso de em· divisor de tensão. Este é constituí· V
prego de artiHcios especia is, permite somente, como é fácil deduzir do do por um único enrolamento con1
diagrama (b'), relações de transformação compreendidas entre 1: 1 e J :2. um determinado número de bol'·
O agrupamento em estrela oferece também a possibi lidade da ligação nes intermediários, conforme fig.
do centro à terra a fim de eliminar o perigo de sobretcnsões com respeito 143
à terra na linha B.T. Se os vários circuitos secundários B - --:-:::=:::=-J...-+--
forem igualmente carregados. o en-
H2 rolamento é percorrido somente Fig. lH
pela corrente magnetizante 10 • Os
X2 aparelhos utilizadores inseridos
conforme indica a fig. 143 funciona1n , neste caso. corno se estivessen1
simplesrnente ligados e1n série entre si.
(o) Os fios externos são percorritlos por corrente. enquanto os intenne-
diários são inativos.
Os fios intennediários atuan1, para manter a exatidão das tensões,
Ho quando os vários circuitos secundários são diferentemente C-.lrregados.
Neste caso cada fio intermediário contlu1. a corrente igual à diferença
entre as correntes de carga cte dois circuitos adiaccntes. dos ouais este
representa o fio comum.

H2 H2 1S) CONSIDERAÇÕES E DADOS PARA O PROJETO DOS


Al,JTOTRANSFORMAOORES DE PEQUENA POTtNCJA
MONOFASICOS

a) Polbicin transformada
( b)
Foi visto no parágrafo anterior
que o peso do cobre de um auto-
transformador é menor que o de
um transformador da mesma po-
tência. existindo entre os dois a
V1
1 ] (''
____ _ .__ _ __
Vz

seguinte relação: Fig. IH

l
X2
P, V1 - V2
- - =- - --
Fig. 142 P, V,

11 Tron.sformodorcs
150 Al.FONSO MAR.TIGNONI
TRANSfOR.MAUORl:.S lí, 1
Esta fórmula é relativa a um autotransfom1ador redutor, onde V1 > V 2
conforme fig. 144. Multiplicando o numerador e o denominador da No <:aso da fig. 147 valt'JH os n1esn1~ conc..ei1.o.s j,i. expostos par~ o apa·
fração do segundo membro da equação antes escrita ~elo valor da cor· relho da fig. 116. Deve-se salientar, porém, que, s.endo a d iferença
rente I,, obtém·se v, - v, maior que no caso anterior, o aparelho da fig. 1·17 transforma
w, l 1 (V, - V,) maior potência que o da fig. 146.
--- T anto o aparelho da fig. 116 como o da fig. 147 são autotransforma-
w. 11 v 1 do res redutores e para arnbos é válida a fórmula:
O denominador da !ração J,V,
V,•V,
representa a pot~ncia nominal do W, = ! ,(V, - V 2)

·-1 transformador, cujo pe~ de cobre

L
1
1 é P,. Para o autotransforrnatlor cl(~,·a<lor va lem os n1esmos conceitos ex-
v,
,j V, O produto 11 ( ' '1 -V,), relativo
ao autotransCormador, também é
postos p ara o redutor. A contribui~ão ,lo aparelho na transforma~o
processa.se nas espiras A , conforme fig. 148, nos b<lrnes dos qua15 exlSte
uma potência, que é chamada pô· a diferença de potencial (V2 - V,).
1 1
tência transformada. Esta potência Sendo as espirns A atravessadas pela corrente I,'. nos autotransforma-
representa a contribu ição do auto- dores ele,•adores a potência transformada é fo rnernla por:
Fíg. H5
trans(ormador na transformação.
Em se tratando de autotransfor-
mador elevador a fórmula da po-
W, = 1 (V
2 2 - V,)
V,•0,75\,\
tência transformada adquire a se•
A fim de melhor esclarecer a d iferença entre o conceito de potência

1l
guinte expressão: I,(V2- V,).
l<~·V,l A potência tra nsformada num nominal e de potência transf?mlada,. examina.se o aucotr~ns{or~1ad~r
1
\,\ autotransformador tem grande im- da fig. 149, que tem potência nom!nal d e 500 VA, t.ensao pr1mána
1 120 volts e tensão secu ndária 110 volts.
portância, pois o projeto dos mes-
"' mos baseia-se sobre esta potência Por comodidade consideram·se nulas as perdas, 1 esultando
1 1 e não sobre a nornin aJ. A fim de
n1Clhor escl.1recer o conceito, exa- W, 1 = V1 · 11 = 500 VA e \V, , =
1n ina-se o caso da fig. 145 em que : V2 . 12 =500 VA
Fig. 146
o aparelho não efetua nenhuma
transformação, isto é, ' W 01 500 ~{i:
(Vi-V1)
1

.
:
1
W, =(V - V2 ) 11 =O. l , = - - = - - = 4,16 Amperes ~ '
V,

l
1
1
v, 120
v,' >
Por outro lado, sendo 12 = I 1 , 1
>
além da corrente magnet izan te ne- 500
'\,\I llZ 1
nhuma corrente atravessa o enro- 12 = - - = - - = 4,55 Amperes
lamento. Nestas cond ições. sejam v, 110
quais forem os valc.,re:s de V1 ; V 1 ; Fig. t48
11 e I, o aparelho não transforma
O condutor das espiras A deve
nenhuma potência.
ser proporc iona l à corrente 1.1 =
Fig. 147 No caso da fig. 146 onde V2 é
menor que V r, processa-se uma
= 4, 16 A, enquanto o das espiras ·I•
B deve ser proporcional à corrente
transformação ~ a con tribuição do aparelho ser.\ tanto ~aior quanto 1
maior for a diferença V1 - V2• A diferença V1 - V2 é Justamente a 1, = I, - 11 = 4,55 - 4,16 = 0,39 11i ~120 i
Amperes. 1 "'"•110
di!erença de potencial que at ua sobre o grupo das espiras A. Estas espiras
são atravessadas pela corrente 11 , assim sendo, a contribuição do aparelho A potência transformada é 1 r·I· 1
na transformação, ou seja, a potc:ncia transformada é W, = W, =
= 11 (V, - V,). W, = 11 (\'. - V2) = 4,16 (1 20 -
- 110) = 41,6 VA Fig. H9
TRANSFORMADORES
152 ALFONSO MARTIGNONI
b) Esquema de Càlculo dos A utotransformadores mo,iofásicos
Exao1ine,sc agora o autotransfor·

-
A seção magnética do nócleo é calculada com base na potencia trans-
mador da fig. 150, que possui tam-
bém a potência nominal de 500 formada W,, a través da fórmu la:
)A
~-•io
1
j 1+ V2•80
1
1
VA e a tensão primária V1 = 120
\'Olts. Sua tensào secundária porém
éV,=80vohs.
Neste caso resulta:
.
Sm=7,5
V w,
- f-

A escolha do núcleo e das espiras por volt é feita com as mesmas


w,, 500 fórmulas dos transformadores, pois as lâminas serão solici tadas também
11 =- - = - - = 4, 16 Amperes com a indução B,i = l J 300 gauss. A densidade de corrente nos condu-
tores é escolh ida nos mesmos limites que nos transformadores, lem•
Fig. 150 V, 120
brando-se, porém, que nos autotransfonnadores sua escolha deve ser
w,, 500 orientada pela potência transformada.
I, = -- =-- := 6,25 Amperes Todas as dema is grandezas, como sejam, perdas no ferro, no cobre,
v, 80 rendimento e passibilidade de execução, obedecem às fórmulas empre·
gadas no projeto dos transformadores.
O condutor das espiras A deve ser proporcional 1. corrente 11 "' 1, 16 A. Nos autotransformadores a compensação das quedas de tensão é feita
enquanto o das espiras B deve ser proparcional à corrente aumentando-se de 5% as espiras secundárias.

I, =1 2- I, =6,25 - 4, 16 =2,09 A. 44) EXEMPLOS DE CALCULO DOS AUTOTRANSfORMADORES


A potência transformada resulta: MONOFASICOS

W, =11 (V, - V2 ) =4, 16 ( 120 - 80) = 166,4 VA


EXEMPLO N .O

Autotransformaclor monof:lsico: - -- --220


Confrontando o autotransformador da íig. 149 e o da fig. 150 chega-se [ :=50 H z; W 2 == 300 VA; V1 ==
à conclusão de que, embora os dois possuam a mesma potência nominal, 120 v e v,=220 V.
o da !ig. 150 transforma mais potência que o da fig. 149. PoÍência primária W 1 == 1, 1 · W ==
A diferença. entre os dois aparelhos é mais visivel no quadro com· = 1.1. 300 == 330 VA
parati,·o da fig. 151.
Urna vez calculada a potência transformada, o projeto do aparelho w.. 300
é feito com o esquema de cálculo expasto a seguir. !.= ---= - - = 1,36 A
• v, 220 o o
Fig. 152
Autotransfor- Autotranslor- w, 330
11 = - -= - - = 2,75 A 220
mador Fig. 149 mador Fig. 150
V, 120 385 espiras
fio n• 2 1
Potência nominal 500 VA 500 VA Nas espiras (A), fig. 152, passa a 120
Potência transformada 41 ,6 VA 166,4 VA co rrente 12_, por isso a seção destas
espiras é: 440 espiras
Corrente nas espiras A 4,16 A 4, 16 A
Corrente nas espiras B o,,9 A 2,09 A fio n~ 21
1, 1.,36
v.- v. 10 V 40 V S, =- - = - - = 0,45 mm• o
d g l'ig. 15J

Fig. 151
154 ALFO!l!SO MARTIC!l!ONI
TRAll!SfORMADOR.E.< 155
U$ll·se fio n.º 21 (AWG) cuja seção é 0,41 mm•. Nas espiras B oassa a
=
corrente I, = 11 - 12 2,75 - 1,36 = 1,39 A.
W 2 : 500; V,=230; 12 = -
500
- =2, 17 s, = -
2.17
- = 0.725
230 3
l, 1.39
Sua seção resuha: S, = - - = - - = 0,16 mm• usa-se f io 18 (0,82 mm')
d 3 550 2,63
Usa-se fio n.º 21 (AWC) cuja seção é 0,41 mm•.
W, =550; V = 115; 1 =-- = 4,8;
1 1 1, = 1,8 - 2,17 = 2,63; S, = - - = 0,88
115 3

v---- v-·-
P~1éncia transformada = I, (V2 - V1 ) = 1,36 (220- 120) = 136 VA usa-se fio 18 (0,82 mm')

Sm=7,5
V-- w.
-f-=7,,
r. 136
~ = 7.5 2,72 = 7,5 . l,65= 12,4 cm2
Sm = 7,5 v-·\;,- V
Potência transformada = J,(V, - V,)= 2,17 (230 - 115)

= 7,5
2
; ; = 7,5 V
= 2,17 . 11 5 =

5 =· 7.5 · 2,24 = 16,8 cm'


250 VA

S, = 1,1.S., == 1,1 .12;1 = 13,6 cm2

Usa-se lâmina padroni1,1da n .0 5; Seção do núcleo: a = 4; b =- 3 s, = 1.1 . s .. = 1,1 .1 6,8 = 18,5;


Seção do nôcleo: a = 4; b = 5
s. 12 s. 20
S, = ·1· 3 = 12 cm': S,, = - - =- - = 10,9 cm• S, =4.5 = 20 cm2; Sm =-- = - - = 18,2 cm';
l ,1 l ,I l ,l l ,I
40 40 40 40
Esp/ volt = - - =-- = 3,67 Esp/ volt = - - = - - = 2,2
Sm 10,9 Sn1 18,2

Para o circuito primário entre O e 120;


O- 115) N 8 = 2,2 . 115 = 253 esp.
N 8 = 3,67. 120 = 440 esp.
115 - 230) N. = 2.2 . 115.1 ,05 265 esp. =
Para o circuito secundário entre 120 e 220; NA= 3,67. 100.1.05 = 385
=
S,. (253 + 265) 0,82 = 425 mm'
s,. = Nn · s, +NA · s. = 440 · 0,41 + 385 · 0,41 = 825 · 0,41 = 338 mm• 1200
S1 =-- = 2,82. Execução impossível.
SJ 1200 425
- - =- - =3,55 . Execução possível. Executa-se o cálcu lo considerando-se a seção do núcleo a = 4; b = 6
s,. 338
24 40
Peso do ferro P,, = 0,671. 3 = 2,022 kg S, =4 . 6 = 24 cm'; S., = - - = 21,8 cm2 Esp/ volt = - - = 1,84
lm = 2a + 2b + 0,5ar = 2.1 + 2.3 + 0,5.4.3,14 = 20,28 cm 1,1 21,8
O- 115) Nn = l,8•1.115 = 212 esp. 230
s,. 338
115 - 230) NA = 1,84.115.1,05=
P,. , = - · 1., · 9 = - · 20,28 · 9 =617 g 265 esi*os
100 100 = 222 esp.
tio ni 18
Execuç5o
S00 = (2 12 + 222) . 0,82 = 356 mm• impossível
115
E XEMPLO N.º 2 253 espiras
s. 1200 fio nºl8
Autotranslormador monofásico: 1 = 50 Hz: W 2 = 500 VA; V1 =. 115 V; - - = - - = 3,38.
V2 = 230 V. Ordenando-se o cálculo como nos transformadores obtlm-se: s,. 356 o
éxccttção po$Slvcl. Fig. 154
ALFONSO MARTlCNONI TRANSf.ORMAOORES 157
l!JG

230---- - Peso do ferro P,. = 0,674 ·6 = As espiras entre os bornes 110 e 380 são obtidas por d iferença entre as
222 espiro,
= 4,044 kg espiras tota is e as espiras existentes entre os bornes 0-110.
s•• = 323 · 1,31 + 141 · 2,62 = 423 + 3i0 = 793 mm2
lm = 2a + 2b + 0,5a,r = 2. 4 +
Execuçõo
fio n• 18 + 2 . 6 + 0,5 .1.3,14 = 26,28 cm S, = S'" · 3,2 = 793 · 3,2 = 2538 mm2
Fixando-se a largura da janela L, = 3 cm = 30 mm a altura da janela
possível resulta : 3ao,- -- -- - ~
212 espiros, sf\;I 356
f io n<t 18 P•• = - . 10 , . 9 = - . 26,28 . 9 = S1 2538 323 espiras
o----_, 100 100 H 1 = - - = - - = 84,6 mm= f io nº 16
Fig. 155 = 842 g. L1 30
= 8,5 cm.
Ext:!\1PLO N.º 3
Executa-se a janela com altura
Au101ransformador monofásico: f =50 H z; W = 1000 VA; V
2 1 = 380 V; V, = 110 V H 1 = 9 cm, conforme fig. 157.
Fig. 156
1000 6,21
W,= 1000; V2 = 110; 12 = -- = 9, J; 1. =9,1 - 2,89 = 6,21; s. = - - = 2,5 P,. = [ 15. 18 - 2 . 3.9)0,9.6. 7,8 = 18
110 2,5
fio 13 (2,62 mm•)
= 9098 g =- 9,1 kg

1100 2,89 l,0 = 2a + 2b + 0,5a,. = 12 + 12 +


w, = 1100; v, = 380; 11 = - - = 2,89 s, = - - = 1,15 + 9.42 = 33,42 cm .
380 2,5
s..
"' 6 3 3

Potência tra nsformada = 11 (V1 - · V,} = 2,89 (380 - 11O) =


fio 16 (1 ,31 mm')
P,. = -
100
. lm. 9
100
793
=- .
33,42. 9 =
. '-
._
-
v-\:· v~
= 2,89 . 270 : 780 VA = 2395 g = 2,395 kg. Fig. 157

Sm =7,5 = 7,5
7
5~ =7,5 V 15,56 = 7,5.3,93 = 29,5
45) CONSIDERAÇÕES E DADOS PARA O PROJETO DOS AUTO-
TRANSFORMADORES DE PEQUENA POT tNCIA
. TRIFASICOS
= =
S, 1,1 . Sm = 1,1 . 29,5 32,45; Seção do núcleo a= 6; b = 6. Os autotransformadores lrifásicos são composlos por três au101rans-
Serão usadas lâminas não padronizadas. formadores monofásicos momados sobre o mesmo núcleo e agrupados
s, 36 em estrela.
A fim de se evitarem erros de ligação, as três bobinas iguais terão
S, = 6.6 = 36 cm'; S., = - - = - - = 32,8; as saídas homónimas com fio da mesma cor, conforme indica a fig. 158.
1,1 1,1
A potência de cada autolransfor-
40 40 mador monofásico é um 1erço da So:;:Íd:.:º:_- - -- - ~
Esp/volt = - - = -- = 1,22 potência total, isto é,
Sm 32,8 w --,
\tV 12 = --
Sendo o autotransformador redu1or, a tensão primária é aplicada entre 5
1
1
os bornes O e 380. Calculam-se, então, em primeiro lugar as espiras to1ais. 1
A 1ensão primária e secundária 1
O- 380) 1,22. 380 = 464 esp. de cada aucotransformador mono· 1
0 - 110) 1,22.110.1,05= 141 esp. fásico é obtida dividindo-se a ten- 1 p
L _..__:...,._;~
são de linha primária e secundária
110 - 380) = 323 esp. por yT Fig. 158
'
T R!,NSFORMAOORES 159
158 ALFONSO MART!CNONI

V, V, Seçio do núcleo a =5; b :: 5 Saido


Vu = - - ; Vn = - -
s, 25
---,
V~ V3 S., = - - = - - = 22, 7 cm>
l, l l, l
1
1
1
O núcleo usado para os autotransformadores trifásicos é análogo ao 1
dos transformadores trifásicos. Em geral a largura da janela deste núcleo 1
40 40 1
é igual à largura das colunas, isto é, LJ = a. Esp/ volt = - - = - - = 1.76 L l'..._-'4__,....
Para o cálculo da seção do núcleo, da área das janelas, do peso do co- Sm 22,7
Fig. 159
bre e do ferro usam-se as mesmas fórmulas dos transformadores trifásicos.
O cálculo das espiras e da seção dos fios é feito com as fórmulas usa- Bronco
das para os autotransformadores mo nofásicos. O - 127) 1,76. 127 = 221 esp. 220,- - - -- - -
172 espiras
Os exemplos que seguem esclarecerão melhor os conceitos expostos. fio n'! 14
127 - 220) 1,76 -93 -1,05 = 172 esp.
46) EXEM PLOS DE CALCULO DOS AUTOTRANSFORMADORES 127_ v::.:e:.:r.:.:m,:::e:::lh.::,O~-....o<
TRIFASICOS s~ = 22,i. 1.65 + 112 . 2.oa = 224 espiras
EXEMPLO N.o 1
=370 + 358 = 727 mm 2 fio n!? 15

Autotransformador trifásico: f = 50 H i ; W, 2 = 3000 VA; V 1 = 220 V;


V2 = 380/ 220 V.
S, =2 . S.. . 3,5 = 2 . 727 . 3.5 = o- Pret
----~o
= 5089 mm' Fig. 160
3000 380 1000
w. = - - - =1000; v,, = - - = 220; 12 = - - = 4,55 A. Fixando-se L1 = 50 n1n1 =5 c1n
25
1
3 0· 220

220 1100 SJ 5089 ,n


W1 = 1000 · 1,1 = 1100; V11 =- - = 127; 11 = - - = 8,66; Resulta HJ = - - =--
= - 1()
.;
Q
v-; = o

4,55
1, = 8,66 - 4,55 4, li A.

S, = - - = 1,82. Usa-se fio n.0 14 (AWC) (2,08 mm 2).


127 Li
- 102 mm = 10,2 cm
50

Executa-se a janela com 10,5 cm


de altura.
N 5
~
5 5

Fig. 16 1
-- 5 5

2,5
Peso do ferro P,, =(20,5 -25 - 2 , 10,5 -5) 5 -0,9 -7,8= 14,3 kg
4, 11 = =
100 2a + 2 b + 0,5a,. 2 , 5 + 0,5 -5 · 3.1-1 27,85 nn =
S, = -- = 1,65. Usa-se lin 11.º 15 (AWG) (1 ,65 mm'). 0,27 . s.,,. ,,. 0,27 . 727 . 27,85
2,5
P.:-u = - - -- - 5,47 kg

v-- v-
Pot. Transf./ fase = I, (V, - V1 ) = 4,55 (220 - 127) = 423 VA 1000 1000

V-
.EXEP..lPLO N.O 2
S.,=7,5
w,
- f - =7,5
425
: 7,5. 8,5 = 7,5.2,92 = 21,9cm2
50 Auto transformador trifásico: 1 = 50 Hz; W,, = 2000 VA; V, = 480 V;
V2 = 220/ 127 V.
S, = 1,1. 21 ,9 = 24 cmt
160 ALFONSO MARTIC NONl
TRANSFOR MAl>ORES 161
2000 666
W2 =-- =666;V,, =127; I, =- - =5,24; I• = 5,24 - 2,65 = 2,59 A 23 Executa.se a janela con1 a ltura
H 1 = 9 cm, conforme fig. 164.
3 127
P,, = (19.23 - 2. 4 .9) 5.0,9 .7,8=
480 733 = 12811 g= 12,8kg
W 1 = 666 · 1.1 :: 73~; V,. = - - = 277 ; 11 = - - = 2,65 A =2a + 2b + 0,5.-a =27,9 cm
V3 277
1,.

º "' 0,27 . S,0 . l,.


S, = -- =
2,59

3
2.65
0,865. Usa-se fio n.0 17 (A WC} (1,04 mm2)
5
~~
4 5

- 4 5 P,.
1000
0,27 .521.27,9
- -- - - = 3,9 kg
S1 = - - = 0,885. Usa-se fio n.º 17 (AWG) (1 ,04 111111°) r;g. 1(;4 1000
3
Pot. Transf/ fasc = 11 (V, - V,} = 2,65 (277 - 127) = 47) DISPOSITIVO PARA NEUT RO ARTIFICIAL
= 2,65 · 150 397,5 VA = Nas jnsta_lações trifásicas com três fios ocorre às vezes a necessidade do
[io neutro. A única solução possivel é a utilização de um disposi ti\'O
S111

Saído
=7,5
V w, = 7,5 v
r ·
397 5
50
,• = 7,5 V7,95 :: 7,5 . 2,H2 = 2 1,2 cm2

s, = 1,1 .Sm = 1,1 . 21,2 = 23,3 cm•


constituído por três bobinas ligadas em estrela, conforme fig. 165.
A seção dos fios destas bobinas deve ser proporcional à corrente de
cada (ase.
3 3 A seção do núcleo de cada co-
v,. - ---a==---1---=E:::n:::.:!rodo Seção do núcleo: a = 5: b = 5
2 2 lona d eve ser proporcional à me·
- +--- - V , S,=5.5 = 25 cm•
-,
1
B e tade da potência nominal de cada
fase, pois estes aparelhos só pos·
25
1
Sm = - - =22,7 cm• r - - - - 0 suem uma bobina por fase.
1 1 Quanto ao resto do projeto
1 l, l
1 usa1n~se as fórmulas e1npregadas
1 1 nc,s cálcu los dos transformadores e
1, 1 40 40 1
L- - .,8:..._ __.i;P:......_. p Esp/volt = - - = - - = 1,76
autotr-ansfor1nadore.s. Os exemplos
1
1 Sm 22.7 --- ~-<--J indicados a seguir esclarecem me-
f ;g. 162 lhor o assun to.
Fóg. 165
Bronco O- 127) N 8 = 1,76 . 127 = 224 esp.
. 277·- ===--- - 127 - 277) N• = 1,76.150 . 1,05 = 4R) EXEMPLOS DE CALCULO DE DISPOS ITIVOS PARA
277 espiras
fio n217
= 277 esp. NEUTRO ARTIFIC IA(.
S,., = (224 + 277) . 1,Q-l = 521 mm>
[Xt::\1Pl.0 N .o 1
127_v""e:..:r.;.:m"'e"'lh.:,o'----cl SJ = 2 .S,0 .3,5 = 2.521.3,5 =
= 3647 mm' Dispositivo para neuoo :,rcificiaf, para ser 11ti li.t:ado a fi,n de alimenta r
224 espiras =
Fixando-se L 1 40 mm = 4 cm
f io n217 t11ua ins1a l:1ç:'ío d(' ilu11 1i11.1\ .iº 111ja po1t·n1 i:1 h1t:l l l· 5 k\V. :\ IC'n'i:io
fOl1f:tH'll~uk1 d:1 l inha é : \ ' :-= :!:!O \·oh:-. e; f = 50 111..
. SJ 3647
o -.,=----
Preto
-..J R esulta H , =-- =- - = 5000
L1 .40 Potência de cada fase = -- = 1tl70
r;g. 165 91.2 mm = 9,12 cm
'· 3
'f RANSFORMADORES
162 ALFONSO MARTICNONJ
Executa-se a janela com H 1 = 11 cm, cwrforme {ig. lli8.
A tensão de cada bobina é

V 220
V,=-- = - - = 127 V
P,, = (23 · 28 - 2 · 5 · 11) 6 · 0,9 . 7,8 = 22 492 g = 22,492 kg
1., = 2a + 2b + 0,5a.- = 33,4 cm
,.
v""i' v-:, 0,27 .S,•. Jm
P,.,1= - - - - - =
T

• -, • -> •
A corrente que atravessa cada bobina resulta : 1000 =
0,27 .815. 33,4
1670 = =7.35 kg
l= - - = 13,2 A 1000
- Fig. 168
127

1 13,2 EXEMPLO N.º 2


S =- -=- - = 5,3 m 1112 Dispositivo para neutro artificial destinado a ser utilizado numa linha
d 2,5 trifásica, a fim de alimentar uma instalação de laboratório cuja potln-
cia total é 10 kW . A tensão de linha é 220 V e f = 50 Hz.
' Usa,se fio n.º 10 (AWG) cuja seção é 5,26 mm•

Sm = 7,5
V - 1670
- - = 7,5
2. 50
V 16,7 = 7,5.4,1 = 30 7 cm•
'
N.B.: A fim de elimin:-tr os efeitos da terceira harrnônic.a, exec.uta·se o
agrupamento das fases em ziguezague.

-, Se = 1,1.Sm = 1,1.30,7 = 33,8 cm•


e
1
1
1
Seção do núcleo: a ,;, 6; b =6
A B
" o'

___ __
,11 S, = 6 .6 = 36 cm'
s. 36
c c'
Sm = - - = - - = 32,7 o b
l, I 1, I

Fig. 166 40 40 A

Esp/ volt =- - = - - =1,22


127• s.. 32,7 Fig. 169

155 espiras As ligações serão executadas conforme fig. 169.

1
N = 1,22 X 127 = 155
fio n! 10
S.,,, = ·N .S = 155 . 5,26 = 815 mm• Se a tensão concatenada é 220 volts a tensão· de fase resulta

o S1 =2.S.. . 3,3 =2 . 815 . 3,3 = 5379 220


V, = - - =127 volts.
Fixando-se L =50 mm = 5 cm
Fig. 167

S1 5379
1
v""i'
Como cada (ase é constituída por duas bobinas, cujas f.e.m. estão a
Hi = - - = - - = 107 mm = 10,7 cm l 200 entre si, a tensão relati, a a cada bobina resulta:
1
L, 50
1 165
IGI .\I .F(>NSO ?l.l t\RTIGNONI .
; T RANSfORMAl)ORES

v, 127
s, 11 590
Resulta H , = - -= = 165,5 mm = 16,55 cm
V8 = - - =- - = 73.33 volts L1 70 •
i/3 i/3 Executa,sc a janela com altura de 16,5 cm,' conforme fig. 17 1.
10 000 Peso do ferro = (30,5 . 35 - 2 . 16,5 . 7) · 7 . 0,9 · 7 ,8 = 41 082 g =4 1,082 kg
Potência ele cada fase W, = - --- = 3333 w
3 Im = 2a + 2b + 0,5a.- = 14 + 14 + 0,5 · 7 · 3, 14 = 39 cm
w, 3333 0,27 ·s... ,Jm 0,27 · 1756 · 39
11 = - -
v,
= - - = 26,3 A.
127
P,. = = =18,49 kg
1000 1000
1, 26,3
A seção elo condutor resulta S =- - = - - = 13, J
mm•. Deveria
d 2
ser usado fio n.0 6 (AWG), mas como este é muito grosso, resulta difícil
o enrolamento do mesmo; usam-se então 2 fios n.º 9 (AWG) em paralelo,
cuja seção total é 13,3 mm•.
Para efeito de cálculo considera-se pata cada fase a potência:
W, =2 · Ir · V 6 = 2 · 26,3 · 73,33 = 3857
Para o cálculo da seção magnética considera-se a metade desta po·
tência, resultando:

S., = 7,5

77,33
V- -
\V,
2.f
= 7,5 v- v- 3857
- -
2.50
-= 7,5 38,57 =7,5.6,23 = 46,7 cm•
S1 = J, I .Sm = 1, 1. 46,7 = 51,37
Seção do núcleo a= 7: b = 7; s, =
= 7 .7 = 49 cm•
66 espiras
f io 2 xnli9
s, 49
s.,=-- = - - =41,5 cm•
1, I l ,1

Fig. 170 40 40
>!
Esp/v<1lt = - - =- - = 0,9
s., 14,5
O número de espiras por bobina
resulta:
"Si ..• N = 0,9 · V6 = 0,9 · 73,33 = 66 esp.
7

-7 7

-
7 7 Em cada colunas,. = 2.N.S =
=
2 .66 .1 3.3 = 1756 mm2
S1= 2 . 1756. 3,3 = I 1 590 mm2
Fig. 171 Fixando-se L, = 70 mm = 7 cm
12 Tronsformodofes

1
CAPfTULO VI
19) REGULADOR DE TENSÃO COM COMANDO MANUAL

Os regu ladores de tensão com comando manual são autotransformado-


res com várias entradas, que permitem ajustar o número de espiras Jo
circuito primário à tensão de alimentação.
O ajuste do número das espiras primárias é feito por meio de uma
chave rotativa, conforme indica a fig. 172, na qual está representado
um regulador de tensão de 120 volts. Se o cursor da chave estiver na
posição O, o regulador estará desligado.
Se a tensão de entrada for, por exemplo, 120 volts, o cursor da chave
deverá estar na posição ( 1), na qual a tensão de saída será igual à de
entrada.
Se a tensão de alimentação for inferior a 120 volts, 110 volts, por
exemplo, para se obter tensão de saída de 120 volts o cursor da chave
deverá estar na posição (2), pois nestas condições o .aparelho íuncionará
como autotransformador elevador, com entrada 110 V. e salda 220 V.
Se a tensão for mais baixa que 110 volts, o cursor da chave deverá
ser deslocado para uma das posições compreendidas entre (2) e (5).
A escolha da posição do cursor é feita facilmente, observando-se a
indicação do voltímetro ligado no circuito secundário do aparelho, pois

o 120

t--- - - -- ---{V>-- - - - -- - -4

Fig. 172
TRANSFORMAOORF.~ 169
168 ALt'ONSO t\l.\R'rl(; NONl

50) REGULADOR OE TENSÃO COM COMANDO AUTOMATI CO


115
o
O regulador de tensão com comando automático estruturalmente é
parecido com o regulador comandado manualmente, com a diferença,
porém, de que o comando é feito por dispositivo térmico ou magnético.
O dispositivo térmico é realizado à base de bimetal, com aquecimento
indireto produzido pela tensão do circuito primário.
O regulador da fig. 175 é do tipo térmico. Se a tensão de entrada
for de 125 volts, os três relés estarão deslocados para a direita.
o 95 100 105 110 115 125
O autotransformador est.á ina tivo pois a ligação do circuito de entrada
Fig. 173 com o de saída é direta.
Se a tensão primária baixar mais que 110 volts, o relé (1) desviará
a posição do cursor é correta quando a tensão indicada pelo voldmetro para a esquerda e a linha primária atuará na posição (110). Por efoito
é aproximadamente de 120 volts, que no caso foi tomada como exemplo. do autotransformador o valor da tensão de saída é 125 volts.
Quanto mais posições a chave possuir, maior será o grau de regt•lação Se a tensão primária baixar mais que 95 volts, o relé (2) desviar-se-á
do aparelho. Em geral as chaves que se encontram no comércio possuem para a esquerda e a linha primária atuará na posição (95). O valor da
10 posições úteis e uma neutra (desligada). tensão de saída volta a ser 125 volts.
Em geral os reguladores de tensão manuais, além das posições desti· Se a tensão primária baixar mais que 80 volts o relé (3) desviará
nadas a ele\•ar a tensão. possuern lnna ou duas posições destinadas a para a esquerda e a linha primária atuará na posição (80). O valor da
reduzir a tensão, isto na previsão da tensão da linha de ali1nentação iensão de saída volta a ser 125 volts. Ao elevar-se da tensão de entrada
alcançar valores superiores ao da nominal. ocorre a regulação inversa da que foi examinada.
A fig. 173 representa esquematicamente o enrolamento de um regu- O diagrama da !ig. 176 mostra como varia a tensão de salda ao variar
lador manual do qual se exige a tensão de saída de 115 volts, enquanto
a tensão de entrada varia entre 95 e 125 volts. a tensão de entrada.
Este tipo de regulador é caracterizado por 4 posições de aumento e A tensão de saída varia entre 125 e 110 volts, enquanto a tensão de
uma de red ução da tensão. entrada var ia entre 125 e 65 volts. Para tensões de entrada inferiores
O regulador indicado na fig. 174 é caracterizado por 7 posições de a 65' volts, a tensão de salda não será mais compensada e diminuirá
aumento e duas de redução da tensão. O mesmo pode fornecer a tensão proporcionalll)ente.
de 115 volts, enquanto a tensão de entrada varia entre 50 e 130 volts. O dispositivo de comando tér·
O mencionado regulador utiliza uma chave de 10 posições ativas. mico é de construção simples, mas
apresenta o inconveniente de não
ser de ação instan únea, por causa
~
....
"'' 80 ·;;, .. i. . '... ,.,
o 115
de sua inércia térmica, Jsto é, aque-

u4~
ce lentamente e esfria lentamen te. m
Em geral, são necessários pelo me-
"' "'
nos 50 segundos para o relé térmi-
co entrar em ação, o que não o
recomenda para reguladores de
tensão destinados a circuitos sen•
slveis, como, por exemplo, os que
o 50 60 70 80 90 100 110 115 120 130
alimentam rádios, televisões, vitro-
Fig. 17f las, etc. Fig. 175
170 ALFONSO MARTlCNONI TRANSFORMADORES 171

O dispositivo de comando mag- bobina de reatância de 6 Henry e dois condensadores eletrollticos de


nético é mais sensível, de efeito 20 microfarad.
instantâneo, mas de construção Se a tensão de entrada for 125 volts, os relés (a), (b) e (c) estarão
com pi icada. leclµdos e os relés desviadores (1), (2) e (3) estarão desviados para a
Em geral os relés desviadores são direita.
comandados por pequenos relés se- Nestas condições o autotransformador permanece inativo, pois a linha
letores de alta sensibilidade e pre- de entrada está diretamente ligada à de salda.
•• cisão. A fim de aumentar a sensi•
bilidadc e a precisão dos relés se- Se a tensão de entrada alcançar valores inferiores a 110 volts, o relé
letores, prefere-se alimentá-los com seletor (a) abrirá e o relé desviador (1) desviar-se-á para a esqueréla,
o ligando a linha de entrada na posiç.ão (110). Por deito do autotran..
corrente contínua, obtida por meio
Fig. 17G de retificadores alimentadcs pela formador, o valor da tensão de salda volta a ser 125 volts.
tensão de e ntrada do regulador. Se a tensão de entrada licar mais baixa que 95 volts, o relé seletor (b)
A fig. l 7_7 indica_ a disposição de um regulador de tensão com coman- abrir-se-á e o relé desviador (2) desviar-se-á para a esquerda, ligando a
do magnético, destinado a efetuar a mesma regulação do aparelho indi- linha primária na posição (95). O valor da tensão de salda volta a
cado na fig. 175. ser 125 volts.
Os relés desviadores (1), (2) e (3) são alimentados com corrente alter- E, por fim, se a tensão de entrada ficar mais baixa que 80 volts, o
nada e comandados pelos relés seletores (a), (b) e (c), que são alimen- relé seletor (c) abrir-se-á e o relé desviador (3) desviar-se-á para a es-
tados com correni.e contínua. querda, ligando a linha de entrada na posição (80). O valor da tensão
A corrente continua é obtida com quatro retificadores ligados em de salda volta a ser 125 volts.
forma de ponte. A fim de nivelar a corrente continua, emprega-se urna A variação da tensão de saída é a indicada pelo diagrama da fig. 176,
a qual mostra que, variando a tensão de entrada entre 125 e 65 vok;,
a tensão de saída varia entre 125 e 110 volts.

51) EXEMPLOS DE CALCULOS DOS R EGULADORES


DE TENSÃO

O esquema de cálculo dos reguladores de tensão é análogo ao dos


autotransformadores monofásicos, tomando-se como tensão primária a
menor tensão do circuito de alimentação e como tensão secundária a
que se deseja obter no circuito utilizador.
Nos reguladores de tensão não se aumenta de 5% o número das
espiras secundárias como nos autotransformadores.
Em geral as espiras destinadas às posições de redução da tensão de-
vem ser feitas com fio fino, mas sendo pequeno este número, costuma-se
enrolar estas espiras com o fio com que foram enroladas as demais espiras.
Os exemplos indicados a seguir esclarecem melhor os conceitos ex·
postos.

EXEMPLO N. 0 1

=
Regulador de tensão rnonofásico: f = 50 Hz; W 2 ll-00 VA; Tensão
de entrada V,=75/ ISO volts; T ensão de saída Vz= l l5 volts. Chave
Fig. 171 com 10 posições úteis. Haverá uma posição redutora.
TRANSFORMADORES lí~
172 ALFONSO MARTICNONI

=
Circuito O - 75) N 3,15. 75 = 236 esp.
Para intervalo de 5 volts) = 3,15.5 = 16 esp.
o 75 80 85 90 95 IOO 105 110 115 130
Para intervalo de 15 volts) N = 3,15.15 = 47 esp.
16 16 16 16 16 16 16 16 47 S,u = N,12 + N,12 = 236.0.65 + (16.8 + 47) 0,82 =
236 esp. fio n219 esp, esp, esp. esp. esp. esp. esp. e59. esp. =
153 + 143,5 = 297 mm•

S, 900
fio ~18
- - =-- = 3. Execução possivel. Peso do ferro P,. = 0,516·1 = 2,064 kg
s.. 297
Fig. 178
1.. = 2a + 2b + 0,5a,r = 7 + 8 + 0,5.3,5 . 3,14 = 20.5 cm
O esquema do enrolamento, completado com os dados construtivos, s,., 297
está indicado na fig. 178. Peso do cobre P~ =- - · 1.. · 9 =- - · 20,5 · 9 = 548 g
100 100
Para o cálculo das correntes e da seção dos condutores, considera-se
o aparelho como um autotransformador, com V,= 75 volts e V2 115 = EXEMPLO N.º 2
volts; assim sendo. resulta:

300 Regulador ele tensão rnonofásico: f = 50 Hz; W 2 = 1500 VA; V1 =


W, = 300; V2 =115; 1, = - - =2 ,6 A. = 50/ 130 volts; V 2 = 115 volts: Chave com 10 posições ú teis. l:laverâ
duas posições de redução.
115
O esquema do enrolamento. completaclo com dados construtivos, está
330 indicado na fig. 179.
W, = 330; V1 =75; 1, = - - =4,4 A; J. = 1,1 - 2,6 = 1,8 A
75 1500
1. 2,6 w. = 1500 V,= 115 12 = -- = "A
S2 = - - =-- =0,86; fio n.º 18 (AWG) (S =0,82 mm') 115
4 3
1650
S, = -
1,
-
1,8
= -- = 0,6; fio n.0 19 (AWG) (S = 0,65 rom2)
W, = 1500· 1,l =1650 Vt = 50 11 = - - = 38A la = 1, - 12 = 33- 13 = 20A
50
d 3
I, 13 ,
Pot~ncia transformada = 12(V2 - V,). Como tensão secundária conside- S,= - - = - - = 5,2 mm'; Usa-se fio n.º 10 (AWG) (S = 5,26 mm').
ra-se V, = 130 volts, resulta assim: d 2,5
Potência transformada= 12(V,-V,) = 2,6 (130-75) 2,6.55 143 VA = =
s., = 7,5
V- w,
- (- =7,5 v- v-113
s o·= 7,5 2,86 = 7,5.1,69 = 12,7 cm2
o

6 1 e5piros : fio nt IO

....
( ) 60 70 80 90 00 11:1
12 12 12 12 12 12 6
esp_ >!'P. esp. "'P.
6

""'· .....
HP. •59, •SP.
@
12
120

•'I>.
l30

S, = 1,1.S., = 1,1.12,7 = 14 cm•. Núcleo: a = 3,5; b =4 "


fio 2xn211
14 40 40
S, = 3,5 X 4 = 14 cm•; S,. = - -= 12,7; Esp/ volt = - - = - - = 3, 15 Fig. l'l'J
1,1 s.. 12,7
TRANSFORMAOORES 175
174 ALFONSO MAR'{ICNONI

I, 20 52} ESTABILIZADORES AUTOMÁTICOS DE T ENSÃO


S, = - - = - - = 8 mm• ; Us,1-se íio n.<' 8 (AWG) (S = 8,37 mm•) ou
d 2,5 Uma linha com tensão variáivel pode ser estabilizada auto mática e
ins,antaneamente com o emprego de um aparelho provido de ass~ciação
dois fios n.º 11 em paralelo. adequada de indut.ãncia e capacidade. Esce aparelho e desprovido de
Po tência transformada = l,(V2 - V1) válvulas, relés ou partes m6,•eis.
Como tensão secundária considera-se V, = 130 volts, resultando O princípio de funcionamento deste aparelho estabilizador de _tensão
é relacionado com o princípio que rege o processo de corrcçao das
W,= 12 (V2 - V1}= 13 (130 -50) = 13 · 80 = 1010VA
quedas de tensão, numa linha de transmissão por meio de condensador

Sm=
V~ - -
1
=7,5 VIMO
50
<
= 7,5.4,4o=34cm'
no fim da mesma, conforme fíg. 181.

Linho de rronsmissõo com

S1 =S,. . 1,1 = 34.1,1 = 37,3 cm•; Núcleo: a= 6; b = 6 indut6nct0 distribuído

s, 36
S, = 6 .6 = 36 cm2; Sm = - - = - - = 32,7 cm'; 1
1, 1 l, I Ten,õo de Tensão de
e ntrado / saido
40 40 Conden,odor
Esp/ volt = - -= - - = 1,22 1 vori6vel 1
s,. 32,7
F;g. 181
Circuito O - 50) N = 1,22.50 = 61 esp.
Para intervalo de 10 volts) N = 1,22. IO = 12,2 esp. = - 12 esp. Se através da indutância da li-
nha passa uma corrente I em fase
Para intervalo de 5 volts)· N = 6 esp. XI com a tensão V2 , produi-se uma
S,. = N, · S1 + N 2 • S, = 61 · 8,37 + (7 · 12 +2 · 6) 5,26 = 510,6 + queda de tensão XI, defasada t-m
+ 505 = 1015,6. mm2 adiantamento sobre I de 900, con-
s, = s,•. 3,2 = HJJ5,6 . 3,2 = 3250 mm• Vz v, forme fig. 182. Nestas condições
il, V2 é menor que V1.
Fixando-se a largura da j anela H 1 = 30 mm = 3 cm, (onforme fig. 180.
Se a corrente for defasada em
S; 3250 adiantamento sobre V-,, o que se
Resulta: H, = - - = - - = 108,3 mm = J0,83 cm verifica com carga capacitativa, a
L1 30 queda de tensão XI, que é defasa-
da cm adiantamento sobre a cor-
18 Executa,se a janela com H, = rente 1, fará com que V2 resulte
= li cm maior que V,, .conforme fig. 183.
P,, = (18 · 17 - 2 ·3· 11} 6·0,9 ·7,8 = I Nas condições expostas, o valor
f = 10 109 g = 10,109 kg XI em lugar de <er características
Fig. 182 Fig. 183 de quedas de tensão, tem caratte-
1., = 2a + 2b + 0,5a.. = 2 . 6 + ristlca de elevação de tensão. ·
!:: : + 2.6 + 0,5.6.3,14 = 33,5 cm
A corrente absorvida pelo condensador, atravessando a indutância
3 5 6 5 3 discribulda ao longo da linha, provoca um aument.o de tensão.
Seu 1015,6
- P"' = - - ·1,.·9 = - - ·33,5·9 =
100 100
Ajustando-se a capacidade do condensador sempre que a tensão de
entrada varia, o aumento de voltagem pode ser controlado ao ponto
Fig. 180 = 3062 g = 3,062 kg de ficar estabilir.ada a tensão de sa(da.
li6 ,\1,FONSO ~IAR.1 ' J(;NON I 1 R.l ;\'Sl'URMAUORES 177

lndutôncio no or ( Lineor) ES1'/\ IU LIZ,·\OüR CENER.\ L J::LJ::CT RJ(;

Tensilo de
enrrodo
__,.. Tensão de
saído
Condens. [
/fixo
lndutcSncio
sobre ferro Tensão de
(nilo linear) saído
Fig. IIH

Tensão de _....,Primário
Urna forma equivalente cio estabi lizatlór ·a ntes descrilo está represen-
entrado
tada na fig. 184, pois possui os mesmos elementos indicados na fig. 181.
A fo nte tle corren te capacitiva variável é forneciJa auton1aticamenlt!
por uma combinação para lela de um condensador lixo e urna bobina
enrolada sobre um núcleo de ferro (indutância não linear). fig. 186
' Enrolamento de
compensoçffo

Uma redução ela t<:nsão de entrada reduz a corrente do condensador


e a da indu tância sobre fe rro. Se o circuito 1nagnético no ferro for
saturado, · na indutância enrolada sobre o mesnlo, vcrificar·se•á uma t evidente que por ser a llintinuição da corrente no <:onc.lcnsa<lor
elevada redução na corrente enquanto no condensador a diminuição da rnuito pequena, a corrente t.:a pacitiva prevalece sobre a corrente da
corrente será pequena. bobina e o circuito a<lquirc c;1racteristic:is capaci tivas, \·erificando-se
Nesrns condições prevalece o fe nômeno antc-s exposto.
dO ltnsõo
a corrente cap:1ci tiva sobre a A indutância e o con<len)t1c.lot poden1 !iCf separados. conforme a fig.
corrente indutiva. A corren- 184, ou agrupados, conforme as [igs. 186 e 187.
te resultante, corn cal'acterJs- A indutância de dispersão entre o circuito prim;\rio e o secundário
ticas ·Capacitivas, ao auaves- proporciona a indutância linear.
s.a r a indutância Jinear pro-
voca uma elevação da tensão
e portanto a tensão de saída ESTABILIZ ADOR SOLA
sofre unicamente pequen<1.s
variações que em geral são
insignificantes.
Se a tensão de entrada au- Secundário Co ndensod0< 1
/ f ixo ,
mentar além de seu valor
normal, verificar-se.á um fe~
nôm•no oposto, isto é, pre,
\'::tlecerá a corrente indutiva Fig. 185
Disp/SÕO " Te6sõo de
so1do
1
e portanto na indutância li-
near \'erificar-se-á uma queda de tensão e a tensão de s:tída continuará -=-------,1-;, Primário
aproximadamente com o mesmo va lor. Tensõo de /
Para ilustrar o fenômeno examina-se o diagrama ela fig. 185. Supo- entrodo
do,se que a tensão varie do valor A para o valor B.
Na indutância a corrente sofre a d in1inuição Aln e no condensador
a din1inuiç.ã o Ale. Fig. 187
178 ALFONSO MARTICNONI

O e nrolan1e nto secundário e o respectivo núcleo fornecen1 a ind u·


tância não linear. CAPITULO VII
Eletromagneticamente, o dispositivo General Electric é análogo ao
Sola.
i
:l NORMAS; DEFJNIÇOES E CONSJDERAÇOES SOBRE TRANS.
O enrolamento de compensação do aparelho General Electric age FORMADORES PARA REDES DE TRANSMISSÃO
em oposição ao secundário; assim sendo, quando a tensão de entrada
diminui, diminui tambérn a oposição. Quando a tensão de entrada
aun1enta. aumenta também a oposição.
l E DE DISTRJBUIÇÃO

Com este dispositivo se obtém uma tensão de saída praticamente 53) NORMAS:
constante.
Em geral a indução no nucleo da indutância não linear deve ser da Os translormadores fabricados no Brasil obedecem às prev,soes da
EB-91 (Especificações Brasileira; 91) da ABNT (Associação Brasileira
ordem de 14 000 ou 15 000 gauss. 1 de Normas Técnicas).

54) DEFINIÇÕES:
a) Transformador seco (S)
Transformador cujo núcleo e enrolamentos estão envoltos e re·
frigerados pelo ar ambiente.
b) Transformador em líquido isolante ( L)
Translormador cujo núcleo e enrolamentos são imersos ~
Hquido isolante.
e) Transfonnador para interior
Translormador que, pela sua construção, não pode ser insta·
lado ao tempo.
d ) Transformador para exterior
Transformador que, pela sua construção, pode ser instalado a.o
tempo.
e) Transformador para poste
Transformador projetado de forma a ser ins.talado em poste ou
,uporte equiva lente.
1) Transformador pam plataforma
Transformador µrojetado de lorma a ser instalado em plata·
forma ou suporte equivalente.
g) T,.,ms/01 mador para estação
Transformador de construç.ão adequada a ser instalado em
estação.
h) Transformador subterrdneo
Translormador de construção resistente à umidade e à eventual
submersão em água em condições especificadas de tempo e
180 AU'ONSO MARTICNONI T RANSFORMADORES 181

pressão externa, projetado para instalação em câmaras subter· As classes de tensão de isolamento dos transfo,·mádores, fabricados
râncas. no Brasil, estão ind icadas na tabela da fig. 189.
i) Potê,icia nominal de um transformador
Potência indicada e garantida pelo fabricante do transforma,
dor, de acordo com a Norma Técnica correspondente ao trans, Classes de tensão de isolamento nominais.
formador em questão, para a qual este é projetado e construido. T ensões de linha. Espaçamentos mín imos no ar.

Cla$SC de
S5) POTtNCJAS NOM INAIS PADRONIZADAS Espa~arncntos
tensão de: len.são de linha
1n(nimos no ar
isolamento (valor eficaz)
Os fabricantes brasileiros produzem em suas linhas de montagem De fase para terra
padr onizadas, transformadores com as potências indicadas na tabela da
nomi nal v,
kV m ni
fig. 188.
0,6
1,2
até 660
até 1320
-
25
POT ENCIAS NOMINAIS PADRONIZADAS EM kVA
TIPO DE 5 1321 a 5500 65
T RANS-
FORMA· T RANSFORMADO RES
8,7 5501 a 9570 90 a 100
TRANSFORMADORES
DORES MONOFÃSICOS TRIFÁSICOS •• 15-B • 9571 a 16 500 130 a 140
15 150 a 170
SECOS 5; 7,5; 10; 15; 25; 37,5; 10; 15; 30; 45; 75 25 16 501 a 26 250 200 a 230
34,5 26 251 a 36 225 300 a 330
83 333; 50 000; 33 333; 100 000; 75 000 ; 60 000; 46 36 226 a 48 300 380 a 430
25 000; 16 667; 12 500; 50 000; 37 500; 30 000; 69 48 301 a 72 450 600 a 650
8 333; 5 000; 3 333; 25 000; 20 000; 15 000; 92
- 72 45 1 a 96 600 750 a 850
2500; 1 667; 1 250; 12 000; 10 000; 7 500;
·. 138-B 96 601 a 141 900 950 a 1050
Em liquido 833; 667; 100; 5 000; 3750; 2 500; 138 1100a 1250
isolante 75; 50; 37,5 ; 25; J5; 2000; 1 500; 1 000;
161 -B 1100 a 1250
10; 5 750; 500; 300 ; 144 901 a 169 050
. 161 1300 a 1-150
225; 150; 112,5; -
230-B2 1500 a 1650
75; 45; 30;
230-B1 169 051 a 2H 500 1600 a 1800
15 230 1950 ;o 2150
345-B,
Fig. 188 345,B1 241 501 a 362 250 ,\ in1.la não nonn :1li1,~1t.Ios
345
440-B,
56) CLASSE DE TENSÃO DE ISOLAM ENTO 440,B, 362 251 a 462 000 Ainda não nor1naiizados
440
A classe de tensão de isolamento é o valor eficaz da tensão que carac·
teriza a capacidade de um equipamento elétrico em suportar ensaios de • n - Nível de isohunéfllO "bai:<o" penni1.hlo pd :i.s !\:vnn:,u1..
tensão especificados nas Normas desse equipamcmo.
Fig. 189
182 ALFONSO MARTICNONI
TRANSFORMAOORES 183
57) CLASSE DE ISOLAMENTO
58 . 2- Da ág ua refrigerante
A classe de isolamento é definida pelo material isolante empregado Os transfor1nadores resfriados co1n · água operarão satisfatoria.
no ~ranslormador e determina a temperatura máxima que pode ser 1nente quando a 1emperatura do líquido refrigerante não
alcançada, conforme fig. 190. exceder:

CLASSE DE ISOLAMENTO
1) média, por 24 horas:
2) máxima:
Tcmpttatura Oesigna,;ão Alguns materiais rcprtstnlativos da cl~
màxima da dane e) Elroação de temperatura dos elementos
90<>C O Algodão, seda e papel não impregnados. Nos U ';i nsforn1adores. operando com suas características no1ni.
nais, em altitude até 1000 metros, a elevação de temperatura
Algodão, seda e papel impregnados ou de seus elementos não <leve ultrapassar o, limites indicados pela
revestidos o u quando imersos em !í- tabela da fig. 191.
IOSºC A quido isolante. Esmaltes e vernizes
imersos cm líquido isolante.
Elc\'a(t"'"-.s de tc1npe1';1tu ra pcrmissh•eis
M iéa, libra de vidro e asbesto, com
su bstâncias aglutinantes adequadas às Classe
130oC B elevações de temperatura correspon- T ipos de de l>os t'11rulamc11tos
Da.s parles
dentes. 1ran,iform:1::lor material met:\lie3s
ísolànlc rot va riaçáo Oo líquicto e1n contato
r(lr rnedida isolante
!\1ica, fibra de vidro e asbesto, com da no ponto com o
rc:;ist~ncia n1ai.s quenlc ii;olamento
substâncias aglutinantes adequadas às
155oC F elevações de temperatura correspon-
dentes. Sem oon-
105<>C 55oC 65oC 500C 65oC
Em li· serv-ador
Elastúmeros de sílica.tos, mica, fibra de quido
vidro e asbesto, com substâ ncias aglu- i$olante Com con-
H tinantes adequadas às ele\'ações de i scn·ador J05°C 55°C 65oC 55°C 65oC
temperatura correspondentes.
105oC 55°C 65oC - 65oC
Materiais formados inteirarnente por
Acima de Seco ISOOC 80°C 900Ç - 90oç
1800C
e mica, Porcelana. vidro, quartzo e ma·
teriais semelhantes. 155oC 105oC 1 !5°C - l 15oC

fig. 190 Fig. 191

58) TEMPERATURA DE REFERtNCIA E ELEVAÇÃO DA 59) TENSÃO DE CURTO-CIRClJJTO


TEMPERATURA
a) Do ar ambiente Cónfor,ne parágrafo 18, :1 tens;jo t.le curLo-circuito é a que. de\'e ser
aplicada a um enrolan1ento para que a corrente <leste enrola1nento
Os transfonnadores operam conforme suas características non1i·
adquira valor igual à sua corrente nomin.:al, estando o outro enrola·
nais, de acordo co,n as norn1as, desde que a temperatura
ambiente não exceda: mento em curto•circuito.
Esta tensão é expressa em percentagem da tensão nominal do enrola-
J) média, por 2·1 horas: 300C
1nento a qu~ é referida e coincide com o va lor nurnérico da i1n;,edância
2) máxima: . . . . 40oC percentual do transform:1dor.
T R ANSfOllMADORES IM
IM Al.FONSO MAllTICNONI
7) potênria ou potências nominais (em k VA) e o respectivo
A tensão de curto-circuito (V<".) é sempre referida a: tipo de transfortnaclor <1uanto ao meio refrigerante e ao pro-
cesso de resfriamento;
a) a maior relação de tr<lnsformaç.io que pode ser obtidt1;
8) diagramas de ligações contendo todas as tensões nominais;
b) a freqüência nominal ;
9) freqüência nominal;
c) a temperatura de 75ºC para trans(onn:idores em óleo ou a tempe-
ratura de 115ºC para tr;:ins(orma,lores secos. 10) ·elevação de temperatura dos enrolamentos acima do meio
rclrigerante e o correspondente regime;
11) polaridade (para transformadores monofásicos) ou diagrama
60) COR RENTE DE EXCITAÇÃO (CORRENTE A VAZIO) vetorial (para transformadores trifásicos);
É a (orrente que <:ircul:, 11u1n dos enrolamentos e.lo transforznador
12) impedância percentua l referida a í5ºC para as classes de tem-
quando este é al imen 1ado pela tens,,o e freqüência nominais, es1ando peratura de 105ºC e l 300C e referida a li 5oC para a classe
o outro enrolamento com circui to aberto. de temperatura de 155°C. Jndican(/o para cad a impedâ ncia
percentual as respectivas freqüências. tensões no1n ina is ,nà-
A corrente de excitação é expressa con1 pcrcentagen1 do valor da
x imas e potência nominal de referência;
corrente nominal do enrol:unento a <-JUe ê refer ida.
O cálculo da corrente a va,io e,t,í cxp<>sto no parágrafo 12. 13) tipo do liquido isolante e quantidade necessária em litros;
14) peso total aproximado, em kg. Nos transformadores em
liquido isolante com peso total superior a 1500 kg. a placa
61) POLARIDADE E DESLOCAMENTO ANGULAR - Este assun- de identificação deve conter, além da indicação deste peso
to está tratado no parágrafo 3(i. tota1, o seguinte:
peso da parte a ti va
62) R EGULAÇÃO - l::ste assu nto está tratado no parágrafo 22. peso do u nque e acessórios
peso do líquido isolante
63) REND IMENTO - Este assunto está m 1ta<lo no parágrafo 24 .
,. 15) classes de tensão de isolamento nomina is;
16) número do livro de instruções fornecido pelo fabricante
j unto com o transformador;
64) FR EQOtNCIA - ru freqüências nominais recomendadas são 5C li) número de patente ou privilégio de fabricação (se houver).
ou 60 H,.
b) Para transformadores com resfriamento a água, a vazão deve ser
65) PLACA DE IDl::NTI FICAÇÃO indicada na placa· de identificação.

a) Cada transformador <leve ser provido de uma placa de identifi-


cação colocada no tanque, tio mesmo lado elas buchas de baixa 66) ENSAIOS
te nsão. c:011 ten<lo as segu intes indicações:
Os ensa ios previstos nas norrnas, aos q uais deven1 ser submetidos os
1) a palavra "TRANS FO R ~JADOR'" ou "AUTOTRANS- tl'ansfor1nadores, são:
fORM ADOR" "; •
2) nome do fabricante e local de fabricação; a) Ensaios de rotina, obrigatoriamente feitos pelo fabricante cm
3) número de série de fabricação; todas as unidades, que são :
4) designação e da ta da especificaç1ío ABNT; l) resistência ôh1nica dos enrolaolentos;
5) tipo (do fabricante); 2) relação de tensões;
f>) número de fases;
18G ALf.ONSO ~fART1CNONl T RANSFORMADOR ES 181

3) resi~tênc:ja de isola1nento;
T RANSl'ORM \l)ORF.~ EM UQUlílO ISO!. \:<TE -
4) polaridade; VAI.OKl!S l':\RA t::'.',j"S:\ IOS u11:.L1t· 1 RICOS
5) deslocamento angular;
En:.aio.s de in1pulso (v-alor de c-ri.sta)
6) seqüência das fases; Er,~aiM com
Com onda
7) perdas (em \'azio, ern curto-circuito e totais); Classe de Nivcl de freqtif ncia (:(l1n onda tonada plena
tens.ão de impubo industrial
8) corrente d e excitação; (NI) d urante ,-·e,n po
~olamcnto
9) tensão de curto-circuito; nominal kV l min 1n inilno
(valor eficaz) kV kV
10) tensão aplicada ao dielétrico; kV (crista) cJc (Orle
cm kV µ.s
11) tensão induzida;
12) estanqueidade e resistência à pressão (em· transformadores
subterrâneos e submergíveis).
0,6 - 1 - - -
1,2 30 10 36 1,0 30
b) E:nsaios de tipo, executados somente no protótipo de uma série, 60 19 69 1,5 60
5
que são: 1,6
8,7 75 26 88 75
1) ensaios dielétricas (tabelas das figs. 192 e 193);
15 B• 95 34 110 1,8 95
2) !ator de potência do isolamento; 110
15 110 34 130 2,0
3) elevação d a tempcr.itura;
4) impulso; 25 150 50 175 3,0 150
34,5 200 70 230 3,0 200
5) nível de ruído;
46 250 95 290 3,0 250
6) nível de tensão de rádio-ruído.
69 350 140 400 3,0 350

TRANSFORMADOR ES SECOS - VALORES PARA ENSAIOS DIELt.TRtCOS 92 450 185 520 3,0 450
138 B 550 230 630 3,0 550
J•:nilaios de impulso (valor da crista) 275 750 3,0 650
En.s.1i0$ con1 138 650
Classe d e N rw:I de freqüência Corn onda
Com onda cortada
plena 161 B 650 275 750 3.0 650
ttru.a'.o de impulso indu.urial
161 750 325 865 3,0 750
i$0lanu:nto (NI) durante ,.f em po
nominal kV 1 min mínimo 230B 2 825 360 950 3,0 825
kV (cri•ta) (valor clicai) kV kV
de corte 230 B 1 900 395 1035 3.0 900
em kV
l's 230 1050 460 1210 3.0 1050

0,6 - 2,5 - - - 345 B2 1175 510 1350 3,0 1175


345 B 1 1300 570 1500 3,0 1300
1,2 10 4 10 1,0 10
345 1425 630 1640 3,0 1425
5 25 12 25 1,0 25 • 1640 3,0 1425
440 B2 1125 630
8,7 35 19 35 1,0 35 440 B 1 1550 680 1785 3;0 1150
440 1675 740 1925 3,0 1675
15 50 31 50 1,25 50
1
• 8 - Nivcl de isolamento ''baixo·· permiti!io pelas NormaJ.
Fig: 192
F;g. 19,
188 ALfONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES tS9

67) FINALIDADE DOS ENSAIOS DE TENSÃO A.T. A.T.


Número indicador da posição
a) Ensaio de tensão aplicada (freqüência nominal)
Permite verificar a isolação dos enrolamentos entre si e a terra.
®
b) En,aio de tensão indutida (freqüência = 400 Hz)
Permite verificar o estado da isolação entre espiras e entre
scçõe, do mesmo enrolamento. O valor da tewão induzida
. é o dobro do da tensão nominal; sua duração de aplicação
é 18 segundos e a freqüência utilizada é de 400 Hz.

c) Ensaio de impulso (alta freqüência)


Procura simular, nos tranformadores, as sobretensões a que
estão sujeitos, quando em operação, por deito de des.cargas
atmosféricas, manobras etc. ºEncosto

68) DERIVAÇOES

Os transformadores devem ter, no enrolamento de alta tensão, pelo


menos duas derivações além da printipal, para as quais se possa obter
a potência nominal do enrolamento.
Esse número minin10 <le derivações corresponderá :

a} para tensões até 25 kV - as tensões não inferiores a 90% nem


superiores a 105% ila tensão nominal do enrolamento, correspon-
dente à derivação principal;
b) para tensões acima de 25 kV - as tensões não inferiores a 95% 6' 71 61
nem superiores a 105% da tensão nominal do enrolamento, corres-
pondente à derivação principal.

T odos os transformadores devem permitir a mudança das derivações ~ºººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººº)


sem que seja necessário levantar-se a parte ativa dos mesmo!.
Em g eral, o ·número de derivações, incluindo a principal. varia entre
fa~ Fíg. 194
e~
irês e cinco. A mudança das derivações é feita através de manipulo
externo ou por meio de painel interno. O. painel interno é acessível
àtravés de uma tampa de vigia. Com o manípulo na p,osição 2, o setor compreendido entre os pontos
O ajuste da tensão, em geral, é. feito com transformador desligado. 5' e ·5, está inoperante.
A fig. 194 mostra o dispositivo de ajuste da .tensão acionado por Com o manípulo n a posição 5, os setores compreendidos entre os
manípulo e0<tcrno ~elativo a uma das rases do transformador. pontos !' e 6' estão inoperantes.
Com o manípulo na po,ição 1, todo o enrolamento está sendo utili- Com o manípulo. na posição 4, os setores compreendidos entre os
zado. · pontos 3' e 7' estão inoperantes.

TRANSFORMADORES 191
190 ,\lFONSO MARTIGNONI
A fig. 196 mostra como cíctuar a regulação da tensão com o enrola-
Com o man ípulo na pos,çao 5. os setores compreen<lidos entre os mento agrupado em série. Conectando, por meio das pontes de ligação
pontos 2' e 7' estão inoperantes. o borne A com B e o borne E com F, conforme fig. 196 (a) todas as
O ajuste da tensão, por meio de painel interno, é feito com di•po· partes do enrolamento são atuantes e a tensão é máxima, por e.xem·
sitivo do tipo indicado nas figs. 195 (a) e (b), que permite a ligação ,pio V = 11 420
em série ou em paralelo das duas metades do enrolamento. O esquema Conectando, por meio das pontes o bome B com o C e " F com o
representa uma das fases do transformador. G, conforme fig. 196 (b) cm cada metade do enrolamento fica excluído
o setor marcado com X. A tensão disponível nos bornes do enrolamento
é in ferior à do caso anterior, isto é, V = IO 900.
SÉRIE PARALELO

w-p e
- ------1w P e V•ll420 v, 10900 v, 10380
1 w• ----=.• p

X
--'~
-•
5

..-,<>-~ - 1 E

6
e
\ ;
5, :.....
~ w,
1 -
7 e G

o ~i.:o ~
D
'-- '--

:!.- (o) ( b) (t)


1()

li Fig. 196

12
Conectando, por meio das pontes o borne C com o D e o G com o H,
12
conforme fig. 196 (c), em cada metade do enrolamento ficam excluldos
o o
os dois setores marcados com X. A tensão disponível nos bornes do
(a) (b) enrolamento é inferior à do caso anterior, isto é, V= 10 380.
,. Agrupando as duas metades do enrolamelllo em paralelo entre si,
Fig. 195 conlom1e fig. 195 (b), o processo de regulação é idêntico ao descrito
pelo agrupamento em série.
Para cada posição das pontes de ligação são excluídos, em cada metade
Ligando os pontos p e e entre si, o enrolamento fica ligado em série, do enrolamento um ou dois .setores e a tensão adquire os valores indi·
conforme fig. 195 (a). Ligando W com C e P com O as <luas merndes cados na tabela da fig. 197.
do enrolamento estão agrupadas cm paralelo, ·Conforme fig. 195 (b).
192 ALfONSO MARTJGNONJ
TR,<.N5f0RMAD0RES J9S

LJG,<.ÇAO EM PARALELO (<ig. 195)


PROPRIEDADES ól.t:O ,<.SCI.R.t:l

Ligaçõei das pontes Elementos e,ccluldos T ensJo do enrolamento


1- Cor Creme Vermelho
claro descorado
A - BeE - F nenhum 6600 volts 2 - Densidade máx. a 200C 0,895 1,57
3 - Ponlo de fulgor 1'00C
B - CeF-G 2 •3 e 8 ·9 6300 volts
4 - Viscosidade máx. a 200(; 23 c St. 20 c St.
C - DeG - H 2 · 3; 1 • 5 e ll . 9; 1O . 11 6000 volts
5 - Acidez mg KOH/g de óleo 0,05 0,014
6 - Enxofre livre
Fig. 197 7 - Enxofre corrosivo - cor cidra pálido
8 - Fator de potência - máx. a 25ºC 0,1%
69} UQUJDOS ISOLANTES 9 - Rigide, dielétrica a 20ºC 38 40
O líquido de um transformador exerce duas (unções distintas; uma 10 - Coe(iciente ele expansão até I00°C 0,0008 0,0007
é de natureza isolante e a outra é a de transferir para as paredes do 11 - Conteúdo de água ppm máx. 30 30
tanque, o calor produúdo, pelas perdas, na parte ativa do aparelho. 12 - Tensão interfacial din/cm a 25ºC 35
A fim de executar devidamente estas funções o óleo deve possuir deter-
minadas caracteristicas entre as quais as mais importantes são: elevada
rigidez dielétrica, boa fluidez e capacidade de funcionamento com tem- rig. 198
peraturas elevadas. Estas características são possuídas por dois líquidos
isolantes que são: o óleo mineral e o ascareJ.
70} TANQUES
O óleo mineral é obtido ele óleos crus de base naCtênica, cuidadosa-
mente refinados, a fim de retirar.se todas as impure1.as. os ~cidos, os ~ tanque do transformador, além de ser o rec, p,ente que contém
álcalis e o enxofre. as panes ativas, isoladores, e óleo, é o elemento que transmite para
O ascarel chamado "Piranol" pelos americanos e "Clophen" pelos o ar, o calor produzido pelas perdas.
alemães, possui todas as características dos óleos n1inerais sem ser po· O formato do tanque varia de redondo para os transformadores de
rém inflamável. - distribuição cuja potência máxima é da ordem de 150 kVA, a oval e
Os tra nsformadores normais, que devem ser instalados em postes e retangular para os transformadores de média e grande potências.
em subestações onde não se precisa ter cuidados especiais, utilizam Para transformadores com potência superior a 150 kVA, os tanques
óleos minerais. Noo locais onde um princípio de incêndio poderia ter são providos de rodas para transporte.
conseqüências catastróficas em perdas humanas e materiais, como no De acordo com a quantidade de calor que deve ser libe1·ada, os
caso de cinemas, ~andes casas comerciais, conjuntos residenciais, minas transformadores têm o tanque liso, nervurnclo ou equipado com radia-
etc., é recomendável o emprego de transformadores com líquido ascarel. dores. Os radiadores podem ser tubulares ou em forma de câmara plana.
O óleo mineral além de ser inflamável, apresenta o inconveniente Os trartsformadores de grande potência equipado, com radiadores
de acumular umidade e sofrer oxidação, perdendo as suas caracterfsticas devem ser construidos de tal forma que os mesmos possam ser desmon-
dielétricas. O a.scarel não sofre esLes inconvenientes apresentando vida tados a fim de tornar mais fácil o seu transporte. Os tanques providos
útil muito longa. de radiadores desmontáveis devem ser equipados com válvulas de fecha-
mento nos pontos de fixação cios mesmos.
As características principais dos óleos isolantes e do ascarel estão
indicadas na tabela da fig. 198. As figuras seguintes mostram diferentes tipos de transformadores com
os radiadores mais en'J uSo.
AUONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 19$
l!H

A fig. 199 mostra um transformador de distribuição, com tanque Niv•I de óleo


redondo liso, sem conservador de óleo.
A fig. 200 mostra um transformador de distribuição com tanque
redondo provido de radiadores tubulares, sem conservador de óleo.
A fig. 201 mostra um transformador de distribuição com tanque
retangular liso, com conservador de óleo.
A fig. 202 mostra um transformador de d istribuição, com tanque
retangular ondulado, com conservador de óleo.
A fig. 203 mostra um transformador de distribuição com tanque
oval provido de radiadores tubulares. Chopa de
co,octe,í1tica1
A fig. 204 mostra um transformador de força com tanque provido
de câmaras de resfriamemo.

D .....
f ttoio
,.,...s....1,0

Cobecote • oiu1te do com.utodot

Fig. 201

Os tanques devendo suportar solicitações mecânicas consideráveis de-


vem ser executados com chapa reforçada. A bitola das chapas para os
tanques e os tubos radiadores está indicada a seguir:

Transformadores com potincia até 150 l<VA:


Tanque: chapa a quente de Volta Redonda, bitola 12 MSG;
espessura 2,66 mm.
Fig. 199 Fig. 200 Tubos radiadores: chapa com bitola 16 MSG; espessura 1,6 mm.
196 ALFONSO MAR.TICNONI TRANSFORMADORES 197
,
Transformadores com potência de 150 kVA até 500 kVA: b) Tramformadores em líquido isolante

Paredes laterais do tanque: chapa com espessura 3/ 16" 1) LN · - resfriamento por circulação natural do líquido
Fundo e tampa: chapa com espessura I /4" iso lante.
2) LCf - resfriamento por circulação forçada de óleo, que é
retirado do tanque e bombeado num cambiador de calor
71) TIPOS DE RESFRIAMENTO
úleo-ar externo.
<::Js tipos de resfri amento utilizados nos transformadores são 3) LCF/ ACF - resfriamento por circulação forçada do óleo do
guintes: os se- tanque para um cambiador de calor óleo-água, externo, em
•) Transform<1dores secos
que esta circula em regime forçado.
4) LN - Vf - Resfriamento por circulação natural do óleo e
1) SN - com resfriamento natura.! ventilação forçada sobre o tanque e radiadores.
2) SV F - com ventilação forçada

Fig. 205 Fig. 20I

1- .. 72) AUl'\•f ENTO DA POTtNCIA NOMINAL POR MEIO DA VEN-


TILAÇÃO FORÇADA
A adoção da ventilação forçada sobre os tanques e os radiadores per·
mite obter~se um aumento d:t potência nominal dos transformadores
Fig. 202 com resfriamen to natural, de acordo com a tabela da fig. 205.

l "4 TtOt'lsformodOf'$S
TRANSFOlllllADORES ) 99
198 ALFONSO MARTICNONI

POTt.NCIA COM RESFRIAM ENTO


74) T RANSFORMADOR OPERANDO COM FREQO~NCIA DIFE-
AUMENT O DA
NATURAi.. CM ).VA POTtNClA COM RENT E DA NOMINAL
TIPO DC RESt.RIAMENTO
RESF'R.IAMENTO FOltÇADO
MONOFASICO T R1f.4S1Cô
No Brasil não ~ raro o caso de um transformador fabricado para
50 Hz ter de operar com 60 Hz e vice-vena. Quando isso ocorre ficam
LN-Vf até 2!'>00 até 2.SOO 15% afetados os seguintes valores: ·
l .N . VF 2500/Sm 2500/ 10000 25%
LN - VF 833$ e mais 12 000/ e mais 50% - Perda no ferro
- Corrente de excitação
Fig. 2ll5 - Impedância
- Regulação
- Rendimento
Po r exemplo, um transformador trifásico com resfriamento por circula-
ção natural do líquido, cuja potência nominal é 5000 kVA, utilizando-se - Aquecimento.
a ventilação forçada sobre os radiadores pode fornecer a Potência de
=
~000 . 1,25 6250 k V A. a) Perdas no feTTO
Variam na proporção inversa da freqüência, podendo ser apro-
ximadamente avaliadas por:
73) CONSE RVADOR DE LIQUIDO

Os tanques cheios parcialmente de liquido, não possuem o conserva- - - =- -


dor de líquido, pois a câmara de ar existente no interior do transfor-
mador permite que os mesmos se expandam quando aquecidos.
b) Pe,das no cobre
Os transformadores que têm o tanque totalmente cheio de liquido,
devem ter o conservador a fim de permitir a expansão do líquido quan'. Ficam invariáveis ao mudar da freqüência.
do este se aquece.
O conservador de líquido destina-se também a evitar o contato direto . e) Impeddnc/4
entre o ar de entrada e o liquido, o que reduz consideravelmente a Variando a freqüência não varia a resistência ôhmica dos enr~
penetração no tanque da água proveniente da condensação da umidade lamentos. A reatãncia entretamo varia com a freqüência. Assim
sendo, a impedância, embora não proPortionalmente, dimi-
do ar. A água como foi anteriorment<' observado será prejudicial se o nuirá ao diminuir a freqüência.
meio liquido for óleo mineral. \
Nos transformadores com óleo, para evitar que a umidade do ar pro- J d) CoTTtnl e de excitação
veniente do exterior penetre no meio liquido, coloca-se no respiradouro
A corrente de excitação depende do valor da indução existente
do conservador uma cápsula contendo silicag&!. no núcleo. Assim sendo, aumentará ao diminuir a freqüência e
Na passagem do ar, os cristais de silicagel absorvem a umidade con- vice-versa. A experiência comprova que um transformador fa.
tida na mesma, permitindo um prolongado e perfeito funcionamento do bricado para 60 H z quando alimentado com a freqüência de
transformador. 50 Hz, absorve a corrente I,. = 2,5 · l n-
Se o ar for mui to úmido será aconselhável a substituição periódica
da cápsula de silicagel. A cápsula deverá ser sub~titulda quando a cor e) Elevação da temperntura
dos cristais ,•ariar do azu l para o vermelho. A cápsula usada pode ser Diminuindo a freqüência aumentam as perdas no ferro e por-
reativada colocando-a numa estufa por umas horas de fon 11a que a umi- ta nto as perdas totais. Assim sendo, o aquecimento do !ransfor-
dade possa ser retirada dos cri<tai.s. mador aumenta também.
ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES 201
200

f) R esumo CORREÇÃO DA RIGIDEZ DlELt TRI-


REDUÇÃO OA VOTtNCIA NOMINAL
1\ fim de ter.se uma idéia de co1no variam as grandezas .. PARA ALTITUDES SUPERIORES A CA DO AR PARA ALTITUDES ACIMA
1000m DE 1000m
teríslicas de um transformador, quando alimentado por u ... _
freqiiência diferente da nominal, pode-se obscr .. ar o diagrama
da fig. 206. Ti1>0 dr resfri:1n1ento K Altitude (n1) Fitor de correção

..
Perda,

f erro
Perda.,
T o1:aU
CMT~tc
d,
E.id1.aç1o
lmpe-
dJncia
Rt&u lt ção ..
El......

Tcmp,tratUTI
SECO
a) com resfriamento
1000
1200
1.00
0,98
natural (SN) 0,003
1500 0,95
Transformador b) com .ventilação
aumentam aumentam au1nen ta diminui diminui aumenta 0,92
de 60 Hz
operdndo a
50Hz
-18% - 5% - 250% -
14% - 11% - 5%
forçada (SVF)

EM LIQUIDO
0,005 1800
2100 0,89
ISOLANTE 2400 0,86
Transformador c) natural (LN) 0,004 2700 0,83
de 50 Hz din1inuein diininuem diminui aumenta aUDlenta diminui
opcmndo a - 13% -4% - 40% - 10% - 10% - 4%
d) forçado em cambiador
óleo-ar (LCF) 0,005
3000
3600
0,80
0,75
60 Hz e) forçado em cambiador
óleo-água (LCF-ACF) 0,000 4200 0,70
Fig. 206 f) natural com ventilação 4500 0,67
forçada (LN-SVF) 0,005
75) TRANSFORMADORES QUE OPERAM A ALTITUDES SUPE-
RIORES A 1000 METROS Fig. 207 Fig. 208

Em al titudes acima de 1000 metros, a diminuição da densidade do ar


prejudica o resfriamento dos transformadores, e para evitar que estes Por exemplo, um transformador de 5000 J:.VA, com resfriamento na-
aqueçam além dos limites previstos na tabela d a íig. 15 1, é preciso tural, instalado a uma altitude de 3500 metros, a fim de não superar
os limites de aquecimento previstos pelas normas, deverá fornecer a
sua potência nominal sofrer redução de acordo ·com a equação seguinte:
potência reduzida obtida por: ·

H - 1000) ( 3500 - 1000)


w •• = w. ( 1- K 100 = 5000 1- 0,004 100 =4500 kVA

sendo:
Os transformadores projetados para altitudes até 1000 metros podem
w.,: potência nominal reduzida em kVA. ser instalados em altitudes maiores desde que a isolação assegure a
classe de tensão de isolamento nominal do transfôrmador, tendo em
W 0 : potência nominal em kVA. conta a redução da rigidez dielétrica do ar com o aumentar da altitude.
H: altitude em metros (arredondada sempre p~~ centena de metros A determinação da rigidez dielétrica do ar, nas diferentes altitudes,
é feita usando-se os fatores de correção indicados na tabela da fig. 208.
seguinte).
K: fator de reJução de acordo com a ta bela da fig. 207.
CAP1TULO Vlll
CONSIDERAÇÕES E DADOS PARA O PROJETO DOS TRANS.
FORMADORES DE GRANDE POTtNCIA

76) ISOLAMENTO DOS CONDUTORES


Os condutores utilizados na construção dos transformadotta slo iso-
lados com esmalte (tipo Formex), algodão ou papel.
Para fios redondos, em geral, deve-se considerar o aumento de espes-
sura, devido ao isolamento, aproximadamente de:

- Isolamento com esmalte; acréscimo = 0,15 mm


- Cada camada de algodão ou de papel; acréscimo = O, I mm.

O isolamento entre uma camada e a sucessiva é feito com papel cuja


espessura é de O, I mm.
Nos transformadores com tensões nominais superiores a 6000 volts,
os enrolamentos de A.T. são executados com bobinas em forma de
discos. A fim de garantir maior segurança, as bobinas externas devem
possuir isolamento reforçado. q aumento de espessura dos condutores
devido ao isolamento depende da tensão nominal resultando:

Para tensões até 15 000 volts; acréscimo = 0,6 mm.


Para tensões entre 15 000 e 20 000 volts; acréscimo = 0,8 mm.
Para tensões entre 20 000 e 50 000 volts; acréscimo= 1,2 mm.

Nas bobinas externas o isolamento entre camadas é feito com duas


folhas de papel cuja espessura é de O, I mm.
Para condutores com seção superior a 4 mm', emprega-se barra de co-
bre de área quadrada ou retangular. O acréscimo de espessura da barra,
devido ao isolamento de algodão, varia de 0,4 mm para condutores
com seção até 20 mm', a I mm para condutores de seção igual ou maior
a 80 mm2 • Para estes condutores deve ser prevista uma folga que varie
respectivamente entre O, I e 0,2 mm.
Nos transformadores com bobinas concêntricas, o enrolamento B.T.
é colocado internamente, próximo ao núcleo, sendo isolado deste último
por meio de um tubo de papelão com a espessura mlnima de 2 mm.
A espessura em miUmetros deste tubo é calculada dividindo-se por 10
o valor da tensão em k.V, usada nos ensaios, em corrc:spondlncia da
ALFONSO MARTICNONI TllANSFOllMADOlllS

tensão B.T., com freqüência industrial, cujos valores estão indicado$ Nos transformadores resfriados com ól~, a distância_ mlnima 1,, que
na tabela da fig. J93. Assim sendo, referindo-se à fig. 209 deve separar os enrolamentos e o núcleo, na cabeça das bobinas, é obú-
da, expressa em milímetros, multiplicando-ae por 1,5 o valor da claslC
kV (Eruaios B.T.) de tensão do circui'to A.T .; assim sendo:
t, expressa em mil!metros.
10
11 == 1,5 kV expressa em milímetros.
A fim de obter-se boa resistência mecânica e eficiente refrigeração,
o enrolamento .B.T. é executado preferivelmente numa só camada. A distância entre o enrolamento A.T. e o B.T. é calculada pela
Quando o enrolamento B.T. for executado em várias camadas, o isola- fórmula:
mento entre uma camada e a outra é feito com prespann cuja espessura 11 == 0,6 k.V expressa em mil!metros.
varia entre 0,3 e 0,5 mm.
O enrolamento A.T. é subdividido em bobinas, conforme foi visto A distância entre o enrolamento B.T. e o nócleo varia entre 15 e
no parágrafo 8. A tensão em cada bobina não \feve superar os 1000 volu. 20 mm.
Nos transfonnadores res&iados com ar, até 50 kV,· a distlncia entre
o enrolamento A.T. e o B.T . é dada por:

11 == 2 t.V expressa em m illmetrot.

77) SUBDIVISÃO DAS PERDAS ENTRE FERRO E COBRE

Teoricamente, o máximo rendimento de um transformador verifica-te


quando as perdas no ferro w ... são iguais às perdao totais no cobre W,.
e as perdas no primário são iguais às do secundário.
Apresentando, entretanto, a curva do rendimento, em função da
relação W.,/W r., uma forma aplainada, é possível afastar-se da relação
ideal W ... / Wr. == 1 sem que o rendimento fique sensivelmente afetado.
Diferentes !atores in!luem na escolha da relação w,./Wr. sendo um
destes o custo do ferro e do cobre. Um tran$formador que trabalha
muitas horas a vazio ou com carga reduzida, deve ter perdas no ferro
Fig. 209 d~ valor baixo.
As figs. 210 até 221 mostram como variam as perdas no cobre e no
ferro dos transformadores de construção padronizada, para a frcqülncia
Entre o enrolamento B.T. e o A.T. coloca-se um tubo de papelão, de 50 e a de 60 Hz, para os diferentes tipos de ligações, e classes
cuja espessura em millmetros é calculada dividind<He por 10 o valor de tensão.
da tensão em kV, usada nos eruaios do circuito A.T., com freqüência As figuras acima mencionadas apresentam também o, valores do
industrial, cujos valores estão indicados na tabela da fig. 195. rendimento e da regulação com fator de pottncia I e 0,8, ap..-esentando
Assim sendo, referindo-se à fig. 209 também os valores da impedância e cm alguns casos o peso da parte
ativa do transformador (Pr. + P..).
kV (Ensaios A.T.)
expressa em milímetr0$.
10
TRANSfORMADORES 207
ALFONSO MARTIGNONI

TRANSFORMAOORES MONOFASICOS EM ó LEO. D E D1STRl8U1ÇÃ0. TRANSFORMAOOR~S MONO~'ASICOS EM óLEO, DE DISTRIBUIÇÃO -


SEM CONSERVADOR DE LIQUIDO; FREQOtNCIA 60 H,: RURAIS - CLASSE DE TENSÃO: 25 kV; FREQOtNCIA: 50 Hz
CLASSE DE TENS.\O: 15 kV.

PERDAS W
PERDAS W POTtNCJA JMPEDÃNCIA EXCITAÇÃO
PERDAS W
JMPE· EXCITAÇ.\O
POTtNCIA CIW< Tcrulo 15 kV Classe Tensão 5 kV kVA % %
D.\NCIA Ferro Cobre
k\lA %
Ferro Cobre Ferro Cobre %

5 65 157 3,0 5,5


10 70 225 70 225 2,5 2,5 10 88 297 5,0 5,5
15 110 290 95 505 2.5 2,5 15 115 569 5.0 5,5
25 150 420 112 4'8 2,5 2,0 25 145 550 3,0 2.5
57,5 160 590 156 564 2,5 2,0 57,5 198 759 5,0 2.5
50 200 775 190 710 2,5 2.0 50 247 897 5.0 2,5
75 270 1050 255 975 2.5 1,5
100 520 1280 300 1270 2,5 1,5 Fig. 212

Fig. 210

TRANSFORMADORES MONOFASJCOS SECOS DE DISTRIBUIÇÃO;


TRANSFORMADORES MONOFASICOS EM óU:O DE DISTRIBUIÇÃO -
CLASSE DE TENSÃO: 1,2 kV; FREQOtNClA: 60 H1
RURAIS - CLASSE DE TENSÃO: 15 kV; FREQOtNCIA: 50 e 60· Hz

PERDAS W PERDAS W PERDAS W


FREQOtN- FREQOtN- IMPEDÃNCJA EXCIT AÇÃO POTt.NCIA IMPEDÃNCIA
POTINCIA CIA ClA kVA %
60 Hz % % Ferro Cobre
kVA 50 " '
Feno Cobre Ferro Cobre F = 60 Hz F = 50 Hz F=60 Hz F=50 Hz
5 82 195 4,95
5 65 155 53 156 2,5 5,0 3,7 5,5 7,5 87 265 4,70
1(1 85 249 78 507 2.5 5,0 5,5 5,5 10 91 527 4,70
15 114 315 104 558 2,5 5,0 2,9 2,9 15 141 459 5,80
25 154 475 156 524 2,5 5,0 2,5 2.5 25 257 608 5,0
57,5 198 671 176 751 2.5 5,0 2,5 2,5 57,5 455 755 2,5

Fig. 211 Fig. 21S


AI.SONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES 209

TRANSFORMADORES TRlfÁSICOS EM ôLEO COM CONSERVADOR DE TRANSrQRMAl>ORES TRIFASICOS EM ôLEO COM CONSERVADOR DE
LIQUIDO PAR A INSTALAÇÃO INTF.RIOR OU EXTERIOR - LIQUIDO PARA INSTALAÇÃO INTERIOR OU EXTERIOR -
CLASSES DE TENSÃO: 5: 8,7 ou 15 kV CLASSES DE TENSÃO: 5; 8,7 ou 15 kV.
PRl~URJO ATt 15 000 V EM ESTRlóLA; SECUNDARIO EM ZIGUEZAGUE PRJMARIO ATt 15 000 V EM t::STRtl.A OU TRIÃNGULO; SECUNDARJO
EM EnRtLA.
< RENDIMENTO REGULAÇÃO <
< oZu
..
õ
z º< TENSÃO
P ERDAS W
% %
..º"'~ -·z< < RENDl~fENTO Rf.GULAÇAO <

..g~
" z > -<. <.> J'EROAS W õ
;, :i: SECUNDARIA õ., TENS:10 % % zv
1i{
"...
V f·cno Cobrie ...., =1 •0t• = 0,8 100, =l ""' = 0,8 ...
~
~
"' ....o
"
;, :i: ~ ;,
~
SECUNDÁRIA
..s~
o( \t) ~

10 220 a 440 140 230 96,43 . 95,57 2,30 3,42



3,5
.."'
O'
.. V Ferro Cobr~ ,••• ; 1 cu f =0,8 ...,=l ,.., = o.e
!
~

15 220 a 440 150 400 96,46 95,62 2,66 3,50 3,5 15 220 a 440 170 300 96,96 96,24 2,00 3,32 3,5
30 220 a 440 200 650 97,25 96,57 2,17 3,38 3,5 210
30 220 a 440 570 97,47 96,85 1,90 3,29 3,5
45 220 a 440 320 820 97,53 96,93 1,82 3,24 3,5
75 220 a 440 45 220 a 440 330 750 96,65 97,09 1,67 3,19 3,5
410 1400 97,65 97,06 1,87 3:27 3,5
112,5 220 a 440 620 1800 97,89 97,38 1,60 3,1 5 3,5 75 220 a 440 450 1200 97,85 97,32 1,60 3,15 3,5
60
150 220 a 440 800 2300 97,97 97,48 1,53 3,11 3,5 112,5 220 a 440 650 1650 98,00 97,51 1,47 3,09 3,5
220 3500 98,06 97,59 1,64 3,81 1,5
225 380 ou 440 950 3350 95;12 97,67 1,58 3,77 4,5 150 220 a 44-0 800 2050 98,13 97,68 1,37 3,02 3,5
220 1700 98,10 97,64 1,66 3,80 4,5 220 2950 98,29 97,88 1,40 3,67 4,5
300 380 ou 440 1100 4300 98,21 97,78 4,5
1,54 3,74 225 380 ou 140 950 2800 98,36 97,96 1,34 3,63 4,5
220 7800 98,13 97,68 1,65 3,80 4,5
500 380 ou 440 1700 7400 98,21 97,78 3,77 4,5 220 3900 98,36 97,96 1,39 3,66 1.5
1.57
300 380 ou 440 1100 3700 98,42 98,04 1,32 3,61 4,5
10 220 a 440 130 270 96,15 60
95,24 2,70 3,49 3,5 '
220 6400 98,41 98,02 1,37 3,65 4,5
15 220 a 440 140 460 96,15 95.24 3,07 3,46 3,5 500 1700 6000 98,48
380 ou 440 98,11 1,29 3,60 4,5
30 220 a 410 190 760 96,93 96,19 2,53 3,47 3,5
45 220 a 440 300 960 97,28 96,61 2,13 3,36 3,5 220 0000 98,42 98,04 1,47 4,32 5,5
75 220 a 140 380 1650 97,37 96,73 750 380 ou 440 2000 8500 98,62 98,28 1,28 4,20 5,5
2,20 3,39 3,5 7000 98,81 1,08
2200 a 6900 98,52 4,07 5,5
50 112,5 220 a 440 580 2100 97,67 97,11 J,87 3,26 3,5
150 220 a 440 750 2700 97,75 97,20 1,80 3,24 3,5 220 12 500 98,47 98,10 1,39 4,27 5,5
'
220 4000 97,84 97,32 1,87 3,92 4,5 1000 380 ou 440 3000 11 000 96,62 98,28 1,24 4,19 5,5
225 380 ou 440 950 3850 97,91 97,10 1,80 3,89 4,5 2200 a 6900 8800 98,82 98,55 1,03 4,03 5,5
220 5400 97,88 97,36 1,88 3,92 4,5 220 18 000 98,55 98,20 l,M 4,24 5,5
300 380 011 440 1100 5000 98,01 97,52 1,75 3,86 4,5 1500 380 ou 440 4000 16 000 98,68 98,36 1,21 4,16 5,5
220 9000 97,90 97,39 1.88 3,92 4,5 2200 a 6900 12 500 98,91 98,64 0,98 4,00 5,5
500 380 ou 110 1700 8500 .98,00 97,51 1,79 3,88 4,5
Fig. 214
Segue na P.lgina Seguinte
210 ALFONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 211

TllANSFORMADORES TRIFI.SICOS EM ôLEO COM CONSERVADOR DE TRANSFORMADORES TRIFASICOS EM ôLEO COM CONSERVADOR DE
LIQUIDO PARA INSTALAÇÃO INTERIOR OU EXTEIUOR - LIQUIDO PARA INSTALAÇÃO INTERIOR OU EXTERIOR - CLASSE DE
CLASSES DE TENSÃO: 5; 8,7 ou IS kV. TENSÃO: 25 kV; PRIMARIO EM ESTRELA; SECUNDARIO: ATt 150 tVA
PRIMÁRIO ATt 15 000 V EM ESTll2LA OU TRIANGULO; SECUNDÁlllO EM ZIGUEZAGUE; ACIMA DE 225 kVA EM ESTRELA.
EM ESTRP.I..A.
< RENDIMENTO REGULAÇÃO :i
:i
u PERDAS W
RENDIMENTO REGULAÇÃO
~ ü
o<z< TENSÃO
PERDAS W
% % u )'
z ~< T ENSÃO % % ~~ ~
.. ...,~1. .,~o.a fl.. ...
N

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N • ~ot')~
z> SECUNDARIA
S:i: :i:
~~
SECUNDARIA a~~
..
Q
CI ~ V Ferro Cobre ..., =1 .... =0,8 .•.,=• ••ef = 0,.8 ~ S' o V Ferro Cobre t.,,=l ..... , =0.8 ~

...::i 2
~
e: ~

2,53 5,45 30 Z-220 a 440 230 680 97,06 96,35 2,32 3,81 4,0
15 220 a 440 160 350 96,71 95,92 5,5
200 670 97,18 96,49 2,23 3,40 3,5 45 Z-220 a 440 350 850 97,40 96,77 1.95 5,62 4,0
50 220 a 440
1,95 5,5 75 Z-220 a 440 •150 1400 97,59 97,00 1,93 3,61 4,0
45 220 a 440 300 880 97,45 96,83 5,50
112,5 Z-220 a 440 650 1900 97,79 97,26 1,76 3,52 4,0
75 220 a 440 420 1400 97,63 97,05 1,87 5.27 3.5
150 Z-220 a 440 850 2400 97,88 97,36 1,67 3,48 4,0
112,5 220 a 440 600 1950 97,78 97,24 1,73 3,21 5,5
3,5 Y-220 3000 98,28 97,85 1.42 3,68 4,5
150 220 a 440 750 2400 97,94 97,44 1,60 3,15 225 950
Y-3aO ou 440 2850 98,34 97,93 1,36 3,64 4,5
220 M50 98,08 97,61 1,62 5,80 4,5
225 380 ou~ 950 3250 98,17 97,72 1,53 3,75 4,5 Y-220 4000 98,33 97,92 1,42 3,68 4,5
300 1100
Y-380 ou 440 3800 98,39 98,00 1,36 3,64 4,5
220 4550 98,15 97,70 1.61 3,78 4,5
300 380 ou •HO 1100 4WO 98,23 97,80 1,52 3,73 4,5 Y-220 6400 98.41 98,02 U7 3,65 4,5
50
60 500 Y-380 ou 440 1700 6000 98,48 98,11 1,29 3,60 4,5
220 7500 98,19 97,75 1,59 3,79 4,5
500 1700 97,87 1,49 3,71 4,5
380 ou 440 7000 98,28 Y-220 10 000 98,42 98,04 1,47 4,32 5,5
220 11500 98,23 97,80 1,67 4,44 5,5 750 Y,380 ou 440 2000 8500 98,62 98,28 1,28 4,20 5,5
750 380 ou 440 2000 9800 98,45 98,07 1,45 3,54 5,5 Y,2200 a 6900 7000 98,81 98,52 1,08 4,07 5,5
2200 a 6900 8000 98,68 98,36 1,21 4,16 5,5
Y-220 12 50( 98,47 98,10 1,39 4,27 5,5
220 14 500 98,28 97,86 1.59 4,41 5,5 1000 Y-380 ou 440 3000 11 000 98,62 98,28 1.24 4,19 5,5
1000 380 ou 440 3000 12 50( 98,47 98,10 1,39 4,27 5,5 V-2200 a 6900 8800 98,62 98.55 1,03 4,03 5,5
2200 a 6900 10 000 98,72 98,40 1,15 4.11 5,5
Y-220 18000 98,55 98,20 1,34 4,24 5,5
220 !0500 98,39 98,00 1,51 4,55 5,5
1500 Y-380 ou 440 4000 16000 98,68 98,36 1,21
1500 580 ou 440
2200 a 6900
4000 18 500 98.52
14 50( 98,78
98,16
98,48
U8
1.11
4.26
4,09
5,5
5,5 Y-2200 a 6900 12 500 98,91 l 98,64 0,98
4,16~
4,00 5,5

Fig. 215 SPguc na r~gina Seguinte


TRANSFORMADORES 21,
212 ALFONSO MARTIGNONI

TRANSFORMADORES TRIFASICOS EM OLEO COM CONSERVADOR DE


TRA1'SFORMADORES TRIFASICOS EM OLEO COM CONSERVADOR DE
LIQUIDO PARA INST.\l.AÇÃO INTERIOR OU f.XTERIOR - CLASSE DE
LIQUIDO PARA I NSTALAÇÃO INTERIOR OU EXTERIOR - CLASSE DE
TENSÃO: 2õ k\'; PRIMÁRIO ATf. 25 000 V EM TRIÃNCULO; SECUNDÁRIO
TENSÃO: 25 kV; PRIMARIO EM ESTRELA; SECUNDARIO: ATt. kVA 150 EM ESTRELA.
EM ZIGUEZAGUE; ACIMA DE 225 kVA EM ESTRELA
< RENDIMENTO REGULAÇÃO <
~ < PERDAS W
RENDi i\fEN·ro REGULAÇÃO <
~
u oz d T ENSÃO
PERDAS W
% %
o
o ~~
...,=11,..,=0,8 ..
~
TENSÃO % % zu
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...
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o"'..,.
o SECUNDARIA fo(
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:i:
~~ V Ferro Cobre ,...,=1 ..., = 0,8 ,...,= l tof = 0,8 ~
~
.. Cf

..."'"' .. V FcrTo I
Cobre co,, =l «•t = 0.8
~
~

30 220 a 440 260 600 97,22 96,54 2,04 3,33 3.5


30 Z-220 a 440 200 800 96,67 95,84 2,71 3,92 4,0
45 220 a 440 380 800 97,45 96,83 1,83 3,25
45
75
Z-220 a 440
Z-220 a 440
320
420
1000 97,14
1650 97,31
96,46
96,70
2,28

2.26
3,78
3.76
4,0
4,0 75 220 a 440 500 1250 97,72 97,16 1,72 3,20 ,,...

112.5 220 a 440 700 1750 97,87 97,35 1,61 3,14 3,5
112,5 Z-220 a 140 600 2200 97,58 96,98 2,01 3,65 4,0
150 220 a 440 900 2200 97,98 97,48 1,52 8,..,.,. 3,5
150 Z-220 a 44-0 800 2700 97,72 97,16 1,86 3,58 4,0
220 3000 98,25 97,83 1,42 3,68 1,5
Y-220 3550 98,04 97,56 1,67 3,82 4,5 225 1000
225 950 330 ou 440 2850 98,32 97,90 1,36 3,64 4,5
Y-380 ou 440 3350 98,12 97,67 1,58 3,76 4,5
220 4000 98,31 97,90 1,42 3,68 4,5
Y-220 4650 98,12 97,65 1,64 3,81 4,5 1150
300 1100 300 1,36 3,64 4,5
380 ou 440 3800 98,38 97,98
Y-380 ou 440 4400 98,20 97,76 1,56 3,77 4,5
220 6400 98,41 98,02 1,37 3,65 4,5
Y-220 7500 98,19 97,75 1,59 3,79 4,5
60 500 380 ou 410 1700 6000 98,48 98,11 1,29 3,60 4,5
50 500 Y-380 ou 440 1700 7000 98,28 97,87 1,49 3.71 4,5
220 10000 98,42 98,01 1,47 4,32 5,5
Y-220 11500 98,23 1 97,80 1,67 4,44 5,5
750 38v ou 440 2000 8500 98.62 98.28 1,28 4,20 5,5
750 Y-380 ou 440 2000 9800 98,45 98,07 1,45 3,54 5,5
2200 a 6900 7000 98,81 98,52 1.08 4,07 5,5
Y-2200 a 6900 8000 98.68 98,36 1,21 4. 16 5,5
220 2500 98,47 98,10 1,59 4,27 5,5
Y-220 14500 98,28 97,86 1,59 4,41 5,5
1000 380 ou 440 3000 li 000 98,62 98,28 1,24 4,19 5,5
1000 Y-380 ou 440 3000 12 500 98,47 98,10 1,39 4,27 5,5
2200 a 6900 8800 98,82 98,55 1,03 4,03 5,5
Y-2200 a 6900 10 000 98,72 98,40 1,15 4,11 5,5
Y-220 0
0 500 98,39 98,00 1,51 4,35 5,5
.1 220 18000 98,55 98,20 1,M 4,24 5,5
1500 380 ou 440 4000 16000 98,68 98.3fi 1,21 4,16 5,5
1500 Y-380 ou 140 4000 18 500 98,52 98,16 1,38 4,26 5,5
2200 a 6900 12500 98.91 98.64 0,98 1.00 5.5
Y-2200 a 6900 14 500 98.78 98,48 1,11 l,09 5,5

Segue na Página Seguinte


-Fig. 21~
21i ALFONSO MARTIGNONI
TRANSFORMADORES 215

TRANSt"OllMADORES TRIFASICOS EM OLEO COM CONSERVADOR DE


T RANSFORMADORES T R!FAS!COS EM OLEO SEM CONSERVADOR DE
LIQUIDO PARA INST ALAÇÃO INTU.IOR OU EXTERIOR - CLASSE DE LIQUIDO PARA INSTALAÇÃO IN1'ER10R e EXTERIOR - CLASSE DE
TENSÃO: 2~ kV; PR!MAR!O AT E 25 000 V EM T RIÃNCULO; SECUNDÁRIO T ENSÃO: 1~ kV; PRJMARIO EM T R!ANCULO OU ESTRELA; SECUN,
EM ESTRELA. DARIO EM ESTRELA.

< < <


... llENDIMENTO REGULAÇÃO < < RENDIMENTO REGULAÇÃO
ti PERDAS W
ti
z ~ TENSÃO
PERDAS W ti z ti TENSAO % %
ti
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~~
% % z~ s :2 Z<
.. > SECUNDARIA t<>I')~
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O'
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...
..
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SECUNDÁRIA
V I
Ferro Cob,c
1
-<IC") ~
.... =•1N,, =0.8 •••• = 11 , ... =0.8 ::i; ..
Q~

~
..~ ..o
1- ... V j
Ferro ·e obre
.... = ·I ""' = 0.8 ,.,, = [I H,, = 0,8
Q~
i.
1 15 220 ou 380 97,09 96,39
150 300 2,04 3,52 3,5
30 220 a 440 230 700 96,99 96,27 2,36 5,43 3,5 30 220 ou 380 200 630 97,31 95,66 2,16 3,73 4,0
45 220 a 440 350 900 97,30 96,64 2,04 3,35 3,5 60 45 220 ou 380 300 800 97,61 97,04 1,84 3,59 4,0
75 220 ou 580 100 1250 97,85 97,32 1,74 3,53 4,0
75 220 a 440 450 1450 97,53 96,93 1,97 3·,so 3,5 112,5 220 ou 380 550 1700 98,04 97,56 1,58 3,45 4,0
112,5 220 a 440 650 2050 97,67 97,08 1,87 3,26 3.5
15 220 ou 380 150 350 96,77 96,00 2,36 3,42 3,5
150 220 a 440 850 2550 97,78 97,24 1,75 3,20 3,5 30 220 ou 380 200 740 96,96 96,24 2,52 3,87 4,0
220 3550 98,02 97,53 1,67 3,82 4,5 50 45 220 ou 380 300 930 97,34 96,70 2,12 3,71 4,0
225 1000
380 ou 440 3350 98,10 97,58 1,58 3,76 4,5 75 220 ou 380 400 1450 97,59 97,00 1,99 8,66 4,0
112,5 220 ou 380 550 2000 97,78 97,25 1,84 3,59 4,0
220 4650 98,11 97,64 1,64 3,81 4,5
500 1150 ·- - ·
380 ou 440 4400 98,18 97,74 1,56 3,77 4,5 Fig. 218
220 7500 98,19 97,75 1.59 3,79 4.5
50 500 380 ou 440 1700 7000 98,28 97,87 1,49 5,71 4,5 TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS MEOIOS. PARA INSTALAÇÃO INTE,
RIOR OU EXTERIO R; fRF.Q OENCL~: 60 Hz; CLAS~E DE TENSÃO: i5 kV
220 11500 98,23 97,80 1,67 4,44 5,5
750 380 ou 440 2000 9800 98,45 98,07 1,45 3,54 5,5 BAJXA TENSÃO: 220 a 660 V BAIXA TENSÃO: 2400 a 4800 V
2200 a 6900 8000 98,68 98,36 1,21 4,16 5,5
PERDAS kW PERDAS kW
220 14500 98,28 97,86 1,59 4,41 5,5 POTl!.NCIA
PESO
POTl!.NCIA PESO
1000 380 ou 440
2200 a 6900
3000 12500 98,47
10 000 98,72
98,10
98,40
1,39
1,15
4,27
4,11
5.5
5,5
kVA
I
Ferro Cobre
1.Z% Fc+Cu
kg
kVA
I
Ferro Cobre
1.Z%

1
Fc+Cu
kg

220 O 500 98,39 98,00 1,51 4,35 5,5 750 1,9 7,20 5,0 1000 2,52 8,64 5,0 2100
1850
1500 380 ou 440 4000 18 50( 98,52 98,16 1,38 4,26 5,5 1000 2,52 8,64 5,0 2100 1500 3,40 11,25 5,0 2700
2000 4,33 14,12 5,0 8500
2200 a 6900 14500 98,78 98,48 1.1 1 4,09 5,5 1500 3,51 11,61 5,0 2700 2500 5,20 14,60
1
5,0 8800
1 2500 5,31 17,10 5,0 3900 3750 7,65 23,51 5,0 5!00

Fig. 2ll Fig. 219


TRANSFORMADORES 217
'.! 11; ALfONSO MARTIGNONI
Para 1ransformadores com circulação do óleo e refrigeração com !gua
TRANSfORMAllORt:S T RIFASIC:OS M WIOS. l'.\IU IXST,\LAÇAO I NTI,;- externa, as perdas no cobre podem ser cerca de 40% maiores que ts
RIOR OU EXTERIOR; FRF.QOtNCIA: 60 Ht; Cl..\SSF. IW. Tt:NSÃO: 25 kV indicadas nas tabelas. Nas mesmas condições de refrigeração, as perdas
no ferro podem ser consideradas cerca de 10% maiores que as indicadas
M IX.\ TF.XSAO: 2400 a 5000 víl BAIX!u 1;;~?\46:: \~ 7200 nas tabelas.
O dlculo das perdas é feito conforme parágrafos 11 e 23.
POTtNCIA
rERll..\S t..'!\\1 PESO PERDAS kW Pt:SO
kVA }'e+Cu
l,Z% Fe+Cu 1.2% 78) ESCOLHA DA DENSIDADE DE CORRENTE E DA INDUÇÃO
I
Ferro Cobre kg Fcno l Cobrc kg
· A escolha da densidade de corrente nos enrolamentos de um trans-
formador depende do tipo de refrigeração, do rendimento que o trans-
1000 2,79 8,91 5,5 2300 1 2,79 8,91 5,5 2300 formador deve ter e da potência do transformador.
1500 3,51 11,99 5,5 2900 ! 3,51 11,99 5,5 2900 Os valores indicados na tabela da fig. 222 são relativos a transfor-
14,90 5,5 3600 1 4,40 14,90 5,5 3600 madores em óleo com refrigeração natural.
2000 4,40 1

25-00 5,50 17,70 5,5 4500 1


5,50 17,70 5,5 4500
7,80 25,50 5,5 5500 1 7,80 25,50 5,5 5500
3750
5000 9,50 29,50 5,5 6600 1 9,50 29,50 5,5 6600 kVA 5 10 25 50 100 500 1000 J sooo
7500 11,45 40,55 5,5 8700 111,45 40,55 5,5 8700
A/mm' 1,8 2,0 2.3 2,4 2,5 2,6 2,7 2,8
Fig. 220 1

'fig. 222
TRANSFORMADORES TRIFASICOS MtDIOS, PARA INSTALAÇAO INTE;.
RIOR OU EXTERIOR: fREQOENCIA : 60 H ,: CLASSE DE TENSÃO: 54,5 kV
Para transformadores com circulação de óleo e resfriamento externo
JIAIXA TENSAO: 2400; 4800 BAIXA TENSÃO: )2000 com água, os valores da tabela podem ser aumentados de 15%,
ou 7200 V
li a IHOOV Os valores da tabela servem unicamente para orientar o c~lculo. pois
os definitivos serão estabelecidos com base no aquecimento do trans,
POT ENCIA
PERDAS kW i1 PESO PERDAS kW PF.SO formador.
A indução no núcleo dos transformadores resfriados com óleo, varia
l
I.Z% f·c + Cu l.Z% Fc+Cu
kVA entre 11 000 gauss para os pequenos e 15 000 gauss para os grandes.
Ferro IC.Obu kg
li Ferr• Cobre
kg
• 1

1000 3.24 8,64 6,0 2100 3,30 8,40 6,0 2400 79) TENSÃO DE CURT O.CIRCUITO E QUEDA DE TENSÃO
1500 4,08 12,12 6.0 3000 4,15 12,05 6,0 1 3000
2000 4,95 14,85 6,0 3600 5,00 14,80 6,0 3600 A queda de tensão industrial, examinada no parágrafo 22, pode ser
6,00 17,10 6,0 4200 avaliada pela fórmula aproximada
2500 5,90 17,20 6,0 4200
3750 8,10 22,50 6,0
6,0
5500 8,20
10,00
22,40
27,90
6,0
6,0
5500
6900
àE 2 =R",. 1, .coscp + X", .l,.sen,,
2
10,00 27,90 6900
5000
7500 13,50 38,50 6,0 9000 13,50 38,50 6,0 9000
ou
àE 1 =R; .1 .coscp, + X,,' .1 .sen,p,
1 1

10000 17,00 48,70 6,0 li 100 17,00 48,70 6,0 li 100 àE 1


sendo
V,
r;g. 221
218 ALFONSO MARTICNONI TRA.'ISFORMADORES 219
Os valores da queda de tensão e da tensão de curto-circuito dos O peso do ferro P •• será expresso em t.g se a seção do núcleo S.,
transformadores, em (unção de sua potência nominal, estão indicados for expressa em cm• e o comprimento Ir, em centimetros.
nas tabelas das fig,,. 210 a 221.
Multiplicando-se esta última equação pela da potência resulta:

80) CALCULO DA SEÇÃO DO NúCLEO 10-9. 7,8. f. B"'. S,.,2. 1,, . P,•. d2
W 2 • Pr, =- - - - - - - - - -- --
A pot•ncia ele um transformador monofásico é expressa em kVA por 4.1,.
de onde
w. =v, . 12 . 10- •
4 1,. w. P,,
Indicando com s,., a seção do núcleo e com B,. o valor máximo da s,,2= 109. - - . - - . - -- - - - =
indução no núcleo, o valor máximo do fluxo resulta: o/>>1 B,. .S,., = 7,8 Ir, f. d 2 • B,. P,.
=
e o valor de V2 J0-• .4,44 . L,t,y . N 2• 1.. w. P,.,
O valor da corrente 12 pode ser expresso pelo produto da seção S. = 109.0,521. - - . - - -
do condutor do circuito secundário pela densidade de corrente d 2 exis- lr, f.d 2 .B,. P,.
tente neste mesmo circuito, isto é, 12 = S2 .d2 . Substituindo-st o valor
de V2 e o de 12 na fórmula da potência, esta será expressa por: Substituindo os pesos pelas r<$pectivas relações entre perdas e perda.
especificas, is10 é,
W2 = 10- 11 • 4,44 · f · N 2 · H., ·Sr,· S2 • d 2
Supondo que o peso do cobre empregado no circuito primário seja
igual ao peso do empregado no secundário, o peso tot.al do cobre em- w••
pregado no transformador, expresso em kg, é: -- = --= -

P.. = 2.8,9 . (N2 .S,). l,•. Jo-s

O fator 8,9 representa o peso especifico do cobre; S. representa a seção


do condutor secundário expressa em mm• e 1,. representa o compri-
mento médio dos enrolamentos primário e secundário, expresso em
centímetros.
Desta última equação resulta: s,. = 109. 0,524
WC'Q
-- =
]F•
10• . P,. l.d 2 .B11 . - -
N 2S, = - - - -
WF,
17,8. 1,.

Substituindo este valor na equação da potência obtém-se:


- V/ w,
w,.
--.1()5

w, =
I0-11 .4,44.f.Bx.S,, .d,.JO,.P,.,

17.8. 1..
JO - • f-B"' ·SF, .d 2 P,.
= - - - - - - -- - -
4 .1.,.
=72,8
v= ~-
1•.• w ..
w,.
ll

f. - - . d, . B,.
w,,
Admitindo-se que a seção do circuito magnético seja constantemente
igual à do núcleo (Sr,) e indicando com 1,,, o comprimento total do
ferro, o peso deste é: A relação dos comprimentos l,u e 11. , sofre pequenas variações para
transformadores do mesmo tipo. A equação acima C$crita é válida tam-
P,., =7,8.S,, .1,, .10-s bém para os transformadores trifásicos.
220 ALFONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 221

Uma vez conhecido o valor de A, o valor da altura H da janela,


V -;-:::- numa única constante C, os va-
Agrupando os fatores 72,8 1 ~ expresso em centlmetros é dado por:
lr,
!ores da mesma podem ser obtidos na tabela da [ig. 223 . . N 111 + N 2 12
H
A

Os valores de A. para transformadores resfriados com ar, estão indi-


VALORES DA CONSTANTE C cados na tabela da fig. 224, em função da potência nominal.

Tipos de N~cleos 1 MonoUsicos I T ril:Wcos


TRANSFORMADORES RESFRIADOS COM AR

Transformadores de núcleo envolvido com kVA 0,26 0,5 1 2,5 5 10 25 50


bobinas redondas 45 38 1
Transformadores de núcleo envolvido com
45
A 70 80 90 l 105 115 125 140 160
bobinas retangulares 55
Fig. _224
Transformadores de núcleo envolvente 65 55
Para os transformadores resfriados com óleo, os valores de A em
Fig.223 função da pot!nda nominal do transformador estão indicados na ta-
bela da fig. 225.

81) DETERMINAÇÃO DAS DIMENSÕES DA JANELA VALORES DE "A" PARA TRANSFOR~IADORES RESFRIADOS EM ôLEO

Conhecidos o número das espira, primárias N1 , o númer-0 das espiras '


secundárias N2 e as respectivas correntes que as atravéssam 11 e 12 ,
kVA 10 20 30 50 75 100 250 500 750 1000 2500 ;5000
pode-se calcular o nômero das Ampere-espiras totais que atuam sobre
o nôcleo, isto é, N111 + N,12 • . 15 kV 150 220 260 330 380 440 570 690 730 790 900 1000
Se o nôcleo for muito comprido estas Ampêres-espiras atuam de for. A
ma diluída, cabendo um número pequeno de Ampere-espiras por cada 50 kV - - 180 250 300 370 530 660 720 780 890 995
centlmetro de comprimento do nôdeo.
Se o núcleo for muito curto, as Ampêre-espiras atuam em forma Fig. 225
concentrada e por conseguinte a cada centlmetro áe comprimento cor-
responde um elevado número de Ampere-espiras.
O. valores de A para tensões superiores a 30 kV deverão ser reduzidos.
Se o número das Ampere-espiras por centlmetro for pequeno, a janela Calculado o número das espiras N , e N 2, determinada a seção dos
do transformador será muito alta e estreita. Dita janela será baixa e respectivos en.rolamentos S, e S,, a seção total do cobre, na janela,
larga se o número das Ampere-espiras por centímetro for grande. resulta:
Para que a janela do transformador seja bem proporcionada, é preciso
que o número das Ampere-espiras por centlmetro, que se indica com A, Para Lransformador de núcleo envolvente S," = (N,S, + N,S,)
seja compreendido dentro de limites convenientes.
' Para transformador de núcleo envolvido =
S, 0 2 (N,S1 + "1,S,)
TRANSFORMADORES 22$
ALFONSO MARTIGNONI

A relação entre a seção total do Para transformadores de núcleo envolvido, resfriados com óleo, os
cobre S~u existente na janela e a
valores dos fatores de enchimento, em função da potência estão indi·
i seção da janela S,, chama-se fator cados na tabela da fig. 229.
de enchimento, que é expresso par:

D[D c..• = - -
s,
s•• FATORES DF. ENCHIMENTO PARA TRANSFORMADORES lJF. NÚCLEO

kVA
ENVOLVIUO. RESFRt.,DOS COM <>LEO

50
~,~ -250-1--500 1-750- 1000 2500 5000

bn
o: 1
_g~
Para transformadores de núcleo
envolvido, resfriados com ar, os
valores dos fatores de enchimento,
em função da potência estão indi-
cados na tabela da fig. 228.
5000V
- -- -- - -
1

1,. 15 000 V

30 000 V
0,25

0,20
0,28 0,30
-0,22- --
0,35 0,39 0,40
-- -- -- -- -- --
0,41

0,24 0,28 0,32 0,33 0,34 0,35 0,36


- - - - - - - -- -- -
0.125 0,15 0,16 0,18 0,20 0,21 0,22
0,42

-- ---
0,43

0,23 0.24
:X:
T 8 bn ----- - •-- ---M · - -·
1 .
Fig. 229

1 e
.... .
bn 8
fo- . ·-
bn Para transformadores de núcleo envolvente, resfriados com óleo, os
.. vaJores dos fatores de enchimento, em função dn potência estão indi-
cados na tabela da fig. 230.
.L

FATORES OE ENCHIMENTO PARA TRANSFORMADORES DE NúCLtO


ENVOLVENTE, RESFRIADOS COM OLEO

- --
kVA
50 ~ l~ l - --,- 250 500 750 1000 12500 5000

10 000 V 0,18 0,20 0,22 0,25 0,26 10,27 0,28 10,29 0,30
Fig. 226 Fig. 227 1,.
30 000 V ·- i---
0,11 0,125 0,14 0,16 0,18 10,19 0,20 10,21 0,23

FATORES OE ENCHIMENTO PARA TRANSFORMADORES COM NOCLEO Fig. 230


ENVO LVIDO, RESFRIADOS COM AR

-,~ Conhecido o fator de enchimento as equações da seção total do cobre


kVA 1 0,25 0,5 1 2,5 ~ 10 25 50 na janela são expressas por:
----- - - - - --
1,. 0,116 0,136 0,166 0,196 1 0,224 0,276 0,32 Transformador de núcleo envolvido: 2 (N 1S, + N2S2) = 100. C.,, . H . B
Transformador ele núcleo envolvente: N 1S, + N.S. = 100 · f,.. · H · B
Fig. 228
224 AUONSO MARTIGNONI T RANSFORMADORES

O valor da largura da janela será expresso por: 83) PESO DO COBRE


2 (N ,S, + N2S, O cálculo das perdas pode ser feito com base no peso total do cobre·
Transformador ele núcleo envolvido: B== -- - - · e na densidade de corrente méd ia entre a do circuito primário e a
100.f... f.
do secundário.
+
N 1S1 N:,52 O comprimen to da espira média, relativa aos dois enrolamentos é
avaliado, con1 suficiente aproximação, pelas fórmulas seguintes, refe.
'"rransformacior de n úcleo cnvol,•ente: B==--- - -
100 . 1... H rentes às figs. 231 a 234.

82) PESO DO NúCLEO - Para núcleos envolvidos corn seção em cruz leu=
== r. ( b. + (B/ 2) . 0,8 )
Para o transformador de núcleo envolven te, monofásico e trifásico, o - Para núcleos envolvidos com seção retangular l('U =
peso do núcleo cm q uilos é calculado com as fórmulas indicadas nas = 2( b.+l,15.C+(•-/4) B .0,8)
figs. 231 e 232.
Para o, transformadores de - Para núcleos envolventes 1,., == 2 [ b. + 1,15. C + (.,f'l') B . 0,8 ]
núcleo envolvido, monofásicos e
trifásicos, o peso do núcleo em qui-
los é calculado com as fórmulas
indicadas nas fig,. 233 e 234. DO Expressando J'" em centímeu-os e considerando a seção do condutor
do circuito primário Sm expressa em milímetros quadrados, o peso
total do cobre, em quilos, por coluna resulta:

P,01 == 8,9 · 2 · N 1 • S,.1 t,. · 10-"

D
·
.ájN
O peso total do cobre do transformador é:
- .&ri
Transformador monofásico de núcleo envolvente P,n P..1 =
~ e bn
-
:e
~ n
B bn
:e
T ransformador monofásico de núcle<> envolvido P,. 2 Pcu1 =
T ransformador trifásico de núcleo envolvido ou núcleo envolvente
P,. = 3 P.,.1
Í,f"
"
.o 81) CALCULO DAS PERDAS
3 3
PFe =7,8·SF, ·2(H t Btbn)I0- PF, = 7,8· SF ·2 (3H + 2 8 +2 bn) 10- Escolhidos o tipo de lâmina e a induç-lo que se deseja obter nas
1
Fig. 251 Fig. 252
mesmas, calcula-se a perda específica no ferro, conforme parágrafo 1O.

)2
:e
w,•• := WF,·10
e By
JO 000

b B As perdas totais em watts que se verificam no ferro são calculadas por :


b e b

Conhecida a densidade de corrente d, as perdas especlCicas no cobre,


conforme parágrafo 23, são avaliadas por:
,Pf, =7,8 ·~1 ·2 ( H +B+ 2bn)IO- :, PFe = 7,8 ·SF, ·( 3H+ 48+6bn)IO-ll
Fig. 233 Fig. 2,4 '·
22(i AHONSO MAllTICNONI

As perdas totais, em watts, no cobre são calculadas por:


CAPfTULO IX

Se as perdas calculadas possuírem valores aproximados dos preestabe- AQUECIMENTO DOS TRANSFORMADORES
lecidos, poder-se-á prosseguir o cálculo do transformador. Obtendo-se
valores muito dilerentcs dos preestabelecidos é preciso mudar a altura
e a largura d a janela. Com a mudança das dimensões citadas, a relação: 85) PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DO CALOR

w.. As perdas que se produ1.em no ferro e no co bre de um transformador


geram calorias que provocam a elevação de temperatura rlas partes
w•• ativas do aparelho.
Por efeito desta elevação de temperatura cria-se um desequilíbrio
varia em sentido oposto à variação da altura da janela. térmico entre a parte aquecida e o ambiente (ar ou óleo), transmitindo-
se para este uma parte das calorias produzidas.
A temperatura deixa ele elevar-se quando o número das calorias
transmitidas ao ambiente é igual ao número das calorias produzidas
pelas perdas. A transmissão de calorias para o ambiente processa-.e
através da superfície de contato entre a parte aquecida e o meio
ambiente.
Do exposto compreende-se que a elevação de temperatura da parte
ativa do transformador é diretamente proporcional às perdas que nela
se produzem e inversa.mente proporcional à superfície de contato entre
esta e o meio ambiente, dependendo ainda do material de que a parte
ativa é constituída e do elemento refrigerante.
Nos transformadores o elemento reírigerante é o ar ou o óleo isolante.
1\ssim sendo existe'? os seguintes tipos de resfriamento, isto é:

1 -, Resfriamento natural (com ar) - (SN)


2 - Resfriamento com ventilação !orçada (SVF)
8 - Resfriamento por circulação natural do liquido isolante (LN)
4 - Resfriamento por circulação natural do liquido isolante e ventila,
ção forçada sobre o tanque e radiadores (LN - VF)
5 - Refrigeração em óleo com serpentina de água interna (LN - ACF)
6 - Refrigeração em óleo com serpentina de água externa (LCF - ACF)

86) RESFRIAMENTO NATURAL DE TRANSFORMADORES


SECOS COM AR (SN)

Nos transformadores secos com resfriamento natural com ar, o calor


é fornecido da superllc;c emissora diretamente ao ar ambiente por
.
. .
irradiação e por convecção .
Al.l'ONSO MAR·ncNONI TRANSFORMADORES

A rel,1ç;io entre ;-, potênc-i.:i perdida t>ffi ,v.1 tts e a superfície de contato A clevação de temperatura da superfície do núcleo resulta:
~ntre o ere,nc.:oto .1quecido e o ar :unbienlc, fornece a quantidade <le
,,,ratts perd idos que co1Te5ponde1n a uma unidade ele superfície de tr~ns- Wr,/m2
missão. Esta relação carac.:teriza o aquecirnen to <lo clcn1ento considerado AI - -- - -
e deve ser contida entre <leterminados limites, conforme se verá a seguir.

a) Aqucc-imento d() núcle.o Exemplo - Calcular a elevação da temperatura alcançada pelo nócleo
do transformador trifásico indic.ada na fig. 237 sabendo-se que as per-
J'\1os trans(om1adores resfriados corri ar, o espaço existente entre as das totais no ferro são: Wr, = - 22 watts.
bobinas e o núcleo. não é suficiente para que as superfícies externas
dos nócleos possam ser consideradas como superfícies de transmissão de 5 5
calor. Assim sendo, as calorias produzidas no ntícleo deverão ser trans-- S, =2 . 20 . - - + 4 .1 . -- =254 cm•
mitidas ao ar pelas superfícies do núcleo existentes externamente às 1.1 1,1
bobinas. s. = 2 . 20 . 4 = 160 cm•
Sa s,, =s,+s. =
22
20cm.
So W,-/ m2 = =·- 537
0,011 /
S" /
Wp./ m2 537 J
M = =-- - =450Ç "j_ I/
Kr 12
4 4 4 4 4
b) Aquecimento da bobina
A elevação de temperatura da bo- I/- i/ 1/~
s bina é diretamente proporcional às
perdas de potência W.. que se ve,
v[ ~ .,
Fig. 235 Fig. 236 rilicam por eleito Joule nos seus
con.dutores e inversamente propor- Fig. 237
cional à super fície de transmissão.
O fluxo térmico se propaga facilmente no sentido da laminação. Por
isso as superfícies s. elas figs. 235 e 236 devem ier consideradas inte- Nas bobinas não subdivididas considera-se como superflcie de trans,
missão unicamente a superfície lateral das mesmas.
gralmente, enquanto das duas superflcies s•. somente uma será conside-
rada (a frontal ou a posterior). Nas bobinas subdivididas, considera-se como superfície de transmissão
Se houver canal de ventilação, será considerada somente uma das a soma da superfície lateral e uma superfície lateral de cada canal de
ventilação.
superllcies do mesmo.
O coeficiente de adução para o núcleo de ferro pode ser considerado Conhecida a superfície total de transmissão S., calcula-se a relação
=
Kr 12 W / m2 oC, isto é, à irradiação de 12 watts por metro quadrado
w,.
de snperfície corresponde a elevação de temperatura de loC.
w..Jm•=--
Conhecendo-se as perdas no ferro w •• em watts e a superllcie total s,,
de transmissão S., em metros quadrados, as perdas correspondentes a
cada metro quadrado desta são obtidas por: A sobrelevação de temperatura da superfície da bobina é obtida por

Wre w,./m•
WF,/m•= - - ât -~-- --
S.,

l
16 Tronsfotmodort:i
ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES UI

K.. pode ser considerado 20 w /m• oC. Aparentemente este valor é na qual: Q é a quantidade de ar em metros cúbicos por minuto. que
elevado; entretanto, é preciso lembrar que é relerido unicamente à deve ser fornecida por um ventilador; W, as perdas totais em watt>.;
superflcie lateral da bobina. o produto 0,24. W,. 60 . 10-' representa o número de grandes calorias
produzidas em cada minuto; T é a elevação de temperatura do v,.
Exemplo - Calcular o aquecimento da bobina do transformador tri· expressa em graus centígrados; p é o peso especifico do ar (1.2); c é o
fásico indicado na lig. 238 sabendo-se que a perda total do cobre é calor especifico do ar em calorias por lr.g (0,237); e 0,5 representa o
=
w.., 96 watts. rendimento da refrigeração.
A potência total perdida · em cada bobina é Substituindo-se os valores mencionados e simplifica!)do-se a fórmula
resulta:
20cm.
w.,., 96
0,1. w.
W.,, =--= - - = ,2 watts Q
3 5 T
Sendo a bobina não subdividida,
plra efeito do resfriamento consi- Considerando-se por exemplo a sobrelevação do ar de 25 o C, a fórmu-
dera-se unicamente a superífcie ex- la transforma-se em:
= terna cujo valor é obtido por: w,
s.. = ( 2 . 5 + 2. 4 + 2 .... 2 )
Q=-
250
11 = 555,5 cm•
w..
01-R. .
52
w,./m' = - - = - - - -- 88) RESFRIAMENTO DE TRANSFORMADORES EM ôLEO, .
s.. 0,05555 COM VENTILAÇÃO NATURAL (LN)
0_2_.__._~ =954
W,./m' 954 A eficiência do resfriamento em óleo baseia-se sobre o fato de que
- - - = - - -= 47,7ºê o llquido, em contato com a parte ativa dos transformadores, aquece,
Fig. 258 K,., 20 tomando-se menos denso que o llquido menos aquecido.
O óleo menos denso, encontrando-se numa massa llquida com densi-
87) RESFRIAMENTO OE TRANSFORMADORES SECOS COM dade maior, desloca-se para cima. Este deslocamento força as camadas
superiores a se deslocarem para baixo.
VENTILAÇÃO FORÇADA (SVF)
Assim sendo, em pouco tempo
Com o resfriamento artificial que é obtido por meio de ventilação estabelece-se no tanque, conforme
forçada, pode-se considerar o valor do coeficiente de adução como sendo fig. 239, uma circulação de óleo ~ ~ -- .- ·. · · · - · - . : r-
o dobro do considerado pela refrigeração natural, isto é, K.. 40 para= que no centro é ascendente e na 1, .,-- -..
a bobina e K,. = 28 para o núcleo. periferia é descendente. "' '\
Para o cálculo da capacidade do ventilador devem ser computadas O óleo central, ascendente, reti-
as perdas no ferro Wr. e as perdas no cobre W,•• isto é ra calorias das partes ativas do
transformador enquanto o óleo pe-
W,=w•• +w.., rilérico transmite calorias para a,
Uma vez conhecidas as ~rdas totais Wt, que se verificam no trans- paredes do tanque e estas por sua
vez as transmitem para o ar.
9=5Êi~~~~~~i'.!:::f
---.
formador, a quantidade de ar cm metros cllbicos por minuto necessária
ao resfriamento do mesmo é fornecida por: Para que o calor seja retirado Fig. 259
das partes ativas do transformador
0,24 . w,. 60. 10-' é preciso que estas possuam uma temperatura superior à do óleo. O óleo,
Q= - - - - - - por sua vez, deve possuir uma temperatura superior àquela das paredes
0,5. T. p. c do tanque para poder fornecer calorias para estas e essas serem iffa-
ALFONSO MARTIGNONI
TRANSFORMADORES
diadas para o ar. A resistência térmica oferecida pela chapa do tanque é tampa e do fundo processa-se por irradiação, representando uma pe·
desprezível. qucna parte do calor transmitido, pelo que se costuma desprezá-la tot~l-
A transferência do calor das paredes do tanque para o ar ambiente mente.
processa-se em grande parte Por convecção e em menor parte por A relação entre o número que expressa a potência perdida cm watts
irradiação. e a superfície de transmissão medida em metros quadrados fornece a
O resfriamento é eficiente quando o calor é transmitido das paredes quantidade de watts que deve ser transmitida para o ar Por cada metro
do tanque para o ar sem que a temperatura dos enrolamentos, do quadrado de superHcie, isto é,
ferro e do óleo, supere os valores lixados pelas normas, que são os
indicados na tabela da fig. 191. w,
A transmissão do calor do tan- W/m• = -
que para o ar é eficiente se os ca- S,,
nais de ar Possuem 30 mm de lar-
15 30 gura e os do óleo 15 mm. Conhecendo-se o coeficiente de adução K, isto é, a quantidade de
watts cedida para o ar, por cada metro quadrado da superfície trans-
Através dos canais de ar com missora por cada grau centigrado de elevação da temperatur~, é possível
30 mm de largura estabelece-se
uma correnteza de ar enérgica, que calcular-se a elevação da temperatura da superflcie do tanque, pois:
consegue retirar o calor das pare-
des do tanque. W/ m• Wt
,l.t
A forma_ dos canais . de ar e ca- K S,, ·K
nais do óleo está representada na
~s i . :..j
fig. 240.
Para o cálculo da superfkie
O valor do coeficiente de adução K pode ser considerado:

Fig. 240 transmissora de calor, considera-se K = 12 watts/ mt por o C


a altura eficaz H., que é:
- Tanque liso, com ou sem conservador de óleo; H., corresponde à Calculada a elevação tlc temperatura do tanque calcula-se a elevação
altura da caixa, conforme fig. 241. média da temperatura do óleo, pois esta em geral i de 5oC superior
à do tanque. Assim sendo:
- Tanque ondulado; H.,. corresponde ao comprimento do vértice do
canal, conforme fig. 242. .i.t. = ,l.t + 5ºC
Nos tanques a maior parte das calorias transmite-se ao ar por convec- Conforme as normas da ABNT, tabela da fig. 19·1, a elevação do

r -·-·-·-·-·-·..
ção ao longo das paredes laterais. A transmissão de calor através da óleo não deve superar 55oC pard tanques sem conservador e 6()0C para
tanques com conservador de !Jquido.
-
í
Com os tanques de chapa ondulada, é possível construir transfor.
~
madores até 5000 kVA. Utilit ando-se tubos em substituição à chapa
ondulada podem ser construidos transformadores até 20 000 k VA. Para
transformadores com potência superior à mencionada usam-se câmaras
de refrigeração.
Hot Hói.o
Exemplo 1

l.~ Fig, 241 Fig. 242


Calcular a elevação de temperatura do óleo de um transformador
de 200 kVA, cujas perdas totais são 3225 watts.
As dimensões internas do tanque são as indicadas na fig. 243. O trans-
formador possui conservador de óleo e a superfície de transmissão de
calor é calculada com base na a ltura eficaz H,, 850 mm .=
ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMAOOllES

Sendo o passo das ondulações A elevação de <emperatura calculada está dentro dos limites previstos
,,,~ ·- - - --. - ·--.:.1' igual a 45 mm,. é possfvel colocar pelas normas.
16 no sentido do comprimento e
6 no sentido da largura. Exemplo 3
~ Número total de ondulações
.."
:,:
=
2(16 + 6) 44 .
O perlmetro da caixa resulta:
Cakular a elevação de temperatura do óleo de um transformador
de distribuição de 10 kVA, cujas perdas totais são 385 watts. A forma
do tanque é a indicada na fig. 245; o tanque não possui conservador
""l=...,- ·- - · - · .... - · -7: t.,.. P = 2.870 + 2 . 370 + 44.90°= de óleo.
= 6440 mm
= 6.44 m. Considero-se como super!lcie de
A superfkie de transmiJSão é: transmissão a superlkie lateral cio
tanque.
S., =6,44. 0,85 =5,474 mt.
S., = ...0,355.0,71 = 0,79 m•
A elevação de temperatura da
superflcie do tanque é: A elevação de temperatura da
w, 3225 superflcie do tanque é:
- -- =-490C 385
S.,. K 5,474.12 .õ.t= =-4J°C
1
Sendo a diferença de temperatu·
ra entre óleo e chapa de 50 C, a
elevação de temperatura do óleo é:
0,79.12
A elevação de temperatura do
óleo é:
.i
.i.i. = 49 + 5 = 54"C
A elevação de temperatura, cal- .i.10 =.õ.t + 5 = 11 + 5 = 46ºC
culada, está dentro dos limites pre- A elevação de temperatura cal- 10 i 355 r!VTI. , 1
vistos pelas normas. culada est:i dentro dos limites pre·
vislOS pelas normas. Fig. 24S
Exemplo 2
Calcular a elevação de temperatura do óleo de um transformador de 89) RESFRIAMENTO DE TRANSFORMADORES EM óLEO
15 kVA com conservador de óleo, cujas perdas totais são 635 watts. COM VENTILAÇÃO ARTIFICIAL (LN - VF)
O tanque é liso e poaui as dimensões indicada, na fig. 244.
Superflcie de_ irradiação: A translerlncia do calor do tanque para o ar, por meio de chapa
~I ,;,::;/ ondulada, tubos ou câmaras, pode ser aumentada consideravelmente
por meio de ventilaç-lo forçada. No parágrafo 72, tabela da fig. 205,
S,. = 2 (0,60 + 0,27) .0,68 = 1,18 m• pode-se ver o acréscimo da pottncia de um transformador, conseguido
Elevação de temperatura do tan- por meio de refrigeração artificial.
que: A quantidade de ar a ser projetada contra as superlfcies de irradiação
do transformador varia entre 4 e 6 m' por minuto.
w, 655
.õ.t = -- - - - - = 45"C
s.,. X. 1,18 . 12 90) RESFRIAMENTO DE TRANSFOR~ADORES EM óLEO
. 1/ COM SERPENTINA DE AGUA INTERNA (LN - ACF)
Elevação de temperatura do óleo:
600mm 9 Um processo eficiente de resfriamento do óleo dos grandes transfor-
.i.i. = .õ.t -t 5 = 45 + 5 = 50oC madores consiste no uso de serpentina., percorrida., pela água refri-
·''•· 244
230 ALFONS0 MARTJGNONI 'fR A~SJ:(>R '.\I ,\ I)()R F.S

gerante. A colocação das serpentinas deve ser feita nos pontos em que Nos transformadores de construção comum. a temperatura das partes
a temperatura do óleo é mais elevada. mais quentes das bobinas e do núcleo é superior ao do meio refrige-
Considerando-se que ;,s perdas produzidas no transformador, sejam rante de um valor próximo dos 15oC.
irradiadas em parte pelo tanque (de 10 a 15% do total) e em parte Assim sendo, a temperatura da parte n1ais aquecida do núcJeo e elas
pelas serpentinas, o calor que deve ser retirado pelas serpentinas é 90');: bobinas do transformador de 150 kVA, cuja caixa está representada
do total. A quantidade de água necessária ao resfriamento é expressa pot na fig. 24!, é aproximadamente:

0,24 . 0,9.W,.60 W, At, =At


0 + 150(; = 50 + 15 =65oC
Q. - - - -- - =- 13 - - Esta temperatura corresponde à prevista pelas normas, cujo valor é
T •T
65oC, conforme a tabela da fig. 191.
Onde: Q. é a quantidade de água em litro por minuto; w, as perdas
totais em kW; e Ta sobrelevação de temperatura da água.
A superfície de refrigeração das serpentinas é obtida por

0,9. w,.1os
s•
(t. - t,). K

na qual: S, é a superlfcie de refrigeração das serpentinas expressa em


metros quadrados; ,-v, as perdas totais em kW; (t.-t,) a diferença de
temperatura existente entre óleo e água; K é o coeficiente de transmissão
global do óleo para as serpentinas e destas para a ~gua. Considerando-se
K = 60 W/m2 oC, a fórmula acima escrita transforma-se em:

0,9. w,.103 15. w,


s,
(t. - t,). 60 (t. - t,)

91) RESFRIAMENTO DE TRANSFORMADORF.S EM óLEO


COM CIRCULAÇÃO EM AGUA EXTERNA

Este tipo de resfriamento é real izado bombeando-se o óleo através de


tubos mergulhados em água externamente ao tanque. A quantidade de
óleo necessária aos transformadores refrigerados com este proce$SO é
aproximadamente a metade da que é necessária pata os transformado-
res oooi refrigeração natural.

92) AQUECIMENTO DO MATERIAL ATIVO

Seja qual for o processo de resfriamento utilizado, a temperatura da


parte interna do núcleo e dás bobinas é consideravelmente mais alta
que a do óleo ou do ar de refrigeração.
CAl'l'l l iLO X
E:-;ERC.IC:IOS llF .- \l'l.lCAÇ.-\0

93) PROJETO DE TRANSFORMADOR TRIFAS1CO DE


5000 kVA EM ôLEO
As características do transformador são: potência 5000 kVA; 60 Hz;
alta tensão V1 = 30 000 volts; baixa tensão V2 = 7200 volts; ligação das
fases primárias e secundárias em estrela; núcleo envolvido com enrola·
,nentos cilíndricos.
Dada a potência do transformador é possível executá-lo com resfria-
1nento em óleo e ventilação natural, podendo o tanque ser ondulado
ou provido de radiadores tubulares. O projeto do referido transfor.
mador obedece ao seguinte esquema:

a) Perdas e cálculo do núcleo


Da tabela da fig. 221 obttm-se: perdas no ferro Wr. = 10,00 kW;
perdas nc cobre w,. = 27,90 kW.
A densidade de corrente média para os dois enrolamentos, conforme
=
a tabela da fig. 222, pode ser considerada dm 2,8 A/ mm• e portanto
a perda especifica no cobre, conforme parágrafo 23 é: w"' 2,43. d2 = =
=
= 2,43. 2.8• 19 watts/kg.
Para o núcleo empregam-se chapas Armco, bitola 29, isto é, com
0,356 mm de espessura, tipo M 14, que conforme a tabela da fig. 24
=
apreséntam para B 11 10 000, a perda específica wF..io 1,14 watts/kg. =
Escolhendo-se para a indução máxima no núcleo, conforme pará·
grafo 78, o valor B11 = 15 400 gauss, a perda especifica no ferro é:

w,.. =w,, . 10
(
B11
10 000
) 2
= 1,14.
e
15400 )
10000
2
=2,06 W/ kg.

·na tabela da fig. 225 obtém-se C = 58 e calcula-se a seção do núcleo


conforme parágrafo 80.

w,. 19
W2 · -- · 106 5000 - . IOS
w,, 2,06
Sr, = C. 38 - - - -- --· = 1050 cm2
w(~ . 27,9
f - -·d · B,. 60- - -·2,8 -15400
Wr._, 10
TRANSFORMADORES 241
24-0 ALFONSO MARTIGNONI

Com as lâminas u,;adas o coefi- Em correspondência à potência nominal o enrolamento de alta tensão
ciente de enchimento é K, = 0,87, fornece a corrente
pelo que a superfície geométrica
do núcleo é: 11 =-w.- ·-)03 = -5000. 'º'
-- - = 96,3 Ampêres.
s,., 1030 3.v,. 3 . 17311
s·,.• = - - = - - = 1185 cm2 Tendo sido escolhida a densidade média de corrente d = 2,8 A/ mm2,
K, 0,87 no circuito B.T., que é o mais curto, será utilizada a densidade
O núcleo será feito com formato
escalonado, conforme fig. 246, pos·
=
i.1 2 2,8 . I.05 = 2,91 A/ mm'. e no circuito A.T., a densidade
suindo dois canais de resfriamento
= =
d 1 2.8/1,05 2,67 A/mm•
com a largura de I cm. 1, 96,3
A seção geométrica do núcleo S1 = - - = - - = 56 mm•
com as dimensões indicadas na d, 2,67
Fig. 248 fig. 246 é:
Da tabela da fig. 225, à potência 5000 kVA corresponde A= 1000
Ampere-espiras por centímetro. O número das Ampere-espiras totais de
S'r, = 4 · 4 · 7+4 · 5 · 10,5+2 - 13 · 13+41 · 13= IJ93cm2
cada coluna é: 2 N,1,=2 .466.96,3=-89752
A magnética do núcleo é s,.•
li<?º = 1198 · 0,87 = 1038 cm•. 2N 1 11 89752
A ~ o das travessas é retangu- A altura da janela deve ser: H= - - = --- 89,7 = - 90 cm.
lar, conforme fig. 247. A altura da A 1000
travessa é:
Sendo o transformador ele núcleo envolvido, a seção aproximada do
fl95 =
cobre na janela é: s,. 2(2 N, · S,)= 2 (2 · 466 · 36) = 67 100 mm•.
h =- - = - 80,5 cm = 305 mm Da tabela da fig. 229 obtém-se o valor do fator de enchimento que
5.13 h=30,5cm. é f,. =0,24.
A largura da janela deve ser:
1
Sendo a ~o magnética do
157 100
núcleo Sr, = 1038 cm• e B,. =
= 13 400 gauss, o fluxo máximo
B - - -- - =- 51 cm.
100. f,. . H 100. 0,24 . 90
por coluna é:
Com as medidas calculadas o núcleo deve ter a forma indicada na
<1> 11 = Sr, , B,. = 1058. 18 400 = fig. 248.
= 1391 . JO• maxwell. Fig. 247 O peSQ do núcleo do ferro, 1;>ode
ser calculado cor., a fórmula indi-
Sendo o circuito A.T. conectado em estrela, a tensão de fase do cada na fig. 254, isto é:
mesmo é:
V, 30 000 Pg,=7,8-S,.(3-H+ 411+6b.) 10·3 =
V11= - - = - - - 17 841 volts = 7,8 -1038 (3 90 +
1,73V3 + 4-31 + 6-41) 10·3 =
= 5180 kg:
O número das espiras do enrolamento A.T. é:
O comprimento da espira média
V(, . 1()8 17 341 . tO• do cobre, conforme parágrafo 83,
N, = - - 166 espiras. pode ser obtido aproximadamente
por: Fig. 248
4,44. f . </>,i 4,44. 60 . 1391 . 104
Tll/\NSFOR.MADOR!S
242 /\LFONSO MAllT!CNONI
Tendo a corrente valor elevado, o enrolamento B.T. é executado com
1,. =.- 1b. + (B/2). 0,8 J= .- [ 11 +-=;-. 0,8 ] = 167,7 cm = 1.6~ m .
4 circuitos paralelos. Em cada circuito há:

10 bobinas com 10 espiras= 100 espiras


O peso do cobre é obtido por: 2 bobinas com 6 espiras = 12 espiras
P., = 3 · 8,9 · 2 · N 1 · S1 · 1,. · to·•= 3 . 8,9 · 2 · 466 · ~ · 1,68 · 10·• = Total = 112 espiras.
= 1500 kg.
O valor aproximado das perdas resulta: As duas bobinas de 6 espira& possuem isolamento reforçado e estio
colocadas nas cabeçu do enrolamento.
No ferro w,. = w,, . P,, = 2,06.5180 = 10 670 wam. O enrolamento poasui ()Ó+ 2) 4 = 48 bobinas, das quais 40 com 10
espiras de isolamento normal e 8 com 6 espiras de isolamento reforçado.
Os valore, das perda,, obtidos pelo cálculo, são muito próximos dos Para que o enrolamento seja de fácil execução, as bobinas são enroladas
valores estabelecidos no inicio do projeto, pelo que o cálculo do trans- com dois condutores paralelos. Sendo a bobina constituída por 4 circuitos
formador pode prosseguir. paralelos, e a densidade de corrente coruiderada d,= 2,94 A/mm', a
seção do condutor a ser usado é:
b) Enrolam<nto de baixa lensilo
400
A altura da bobina B.T. deve ser igual à da bobina A.T. A diatAncia
mínima entre as · cabeças das bobinas e a, travessa,, conforme pará·
s·. - ----= 17 mm•
2. 4. 2,94
grafo 76, deve ser:
11 = 1,3 . kV =1,3 . 84,5 =44,85 mm. Usa-,e o condutor de 5,6 x 3,1 mm, cuja seção pode ser considerada
de 17 mm2, em virtude de o condutor possuir os cantos arredondados.
Para obter-se maior segurança, esta distância é executada com 50 mm. O condutor é isolado com papel ~ sendo a tensão do erirolamento
A altura da bobina, expressa em centímetros, é: inferior a 15 kV, o acréscimo da espessura devido ao isolamento é
b =H - 2.5 =90 - 10 =80 cm. de 0,6 mm, conforme parágrafo 76.
Devendo considerar-se de O, l mm
O conjunto do núcleo com bo- a folga entre um condutor e o
• 1 l binas terá a dispoaição indicada na
fig. 249. Devendo as bobinas B.T .
adjacente, o comprimento da bo·
bina é:
serem ligadas em estréia, a tenslo
!: de fase é: b, = 5.2(3,1 + 0,6 + 0, 1) =38 mm.
~
7200
v,. = - - = 4162 volts. As duas camadas, de cada bobina,

~1 l v~ são isoladas entre si por um dia-


fragma de prespann com a es~-
sura de 0,4 mm. A altura da bo-
F11. 249

v..
O número das espiras de cada
bobina B'.T . é:
4162
l
,\
bina, conforme fig. 250 é:

h, = 2 (5,6 + 0,6 + º· 1) + 0,4 =


38m

N1 = N , -- = 466. = 112 espiras = 13 mm. Fig. 250


Yn 17 341
Para as bobinas de cabeça, com 6 espiras, as dimensões do condutor
N, 466 devem ser escolhida, de ,µaneira que o isolamento reforçado do mesmo
11 = 11 - - =96,3 - - =-400A. permita obter a altura da bobina igual a 13 mm.
N2 112
245
ALFONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES
244

t ••o- As 48 bobinas estilo rolocadas uma


33 ,,.
09
f 4 )0 sobre a outra, ficando entre elas •
oD o
1
o espaço livre
~
f, •Z.1: .

~
, ~
i i....::
~ h12 =(800 - 48 .U)/47= - t7mm. ~
1 1 -\ Entre o núcleo e os enrolamentos
1
B.T. está interposto um tubo iso- ,..._
:
lante cuja espessura, conforme pa· ..,
. - ·-·- ·- ·.J.·-· - ·- ·- - rágrafo 76 é:
•t0-, i ,..._

,,. !
1
- ;·
lV
t 1 = - - = 2,6 mm.
10
50 16 mm.
a,
·-·· -· ....._ - -· .. - -·-
~ :;::- 1
l
- ~ e) Enrolamento de alta tensão Fig. 252

O núme~o das espiras por fase


.... 251 do enrolamento de alta tensão b 6 espiras as dimensões do condutor
é N 1 =466. Para as bobinas_ de ca eçfa , com e com' o isolamento reforçado, a
devem ser escolhidas de orma qu '
Estas espiras são distribufdas em 60 bobinas assim consti.tufdas:
al tura das mesmas seja também de 9, 7 mm.
As 60 bobinas são colocadas urna sob re a outra ficando entre elas
54 bobinas rom 8 espiras = 432 espiras o espaço livre:
6 bobinas com 6 espiras = 36 espiras
h, = (800 _ 60 . 9,7)/59
1
=3,7 mm.
Total= 468 espiras.
d) Disposição dos elementos na janela
As bobinas com 6 espiras possuem isolamento reforçado e estão colo-
cadas nas cabeças do enrolamento. . . e o A .T ., conforme parágrafo
A d.istância entre o enrolamento BT
No circu ito A.T. a densidade de rorrente é: d, = 2,8/ l,05 = 2,67 76, é dada Por:
A/ mm•, resultando a seção do rondu tor de: S1 = 96,3/ 2,67 = 36 mm•.
Esta seção é realiz.ada por meio de trt's condutores paralelos com ,. =O.6 . l V = 0,6 . 34 = 20,4 mm= - 20 mm.
36/3 = 12 mm•. Usa-se o condutor retangular 3,3 x 3.7 mm.
Entre o enro 1amen to AT
. ·
e o BT está in tercalado um tubo isolan1e
· · .
Sendo a tensão de fase do circuito A.T. de 17 MI volts, o condutor é
6
cuja espessura, conforme parágrafo 7 e:
isolado com papel e, conforme parágrafo 76, o acréscimo da espessura
devido ao isolamento é de 0,8 mm.
kV (Ensaio A.T.) 70
Devendo considerar-se de 0, 1 mm a folga entre um condutor e o adja-
i. = - - -10 - - - -- - 10- = 7 mm.
cente, o comprimento da bobina é:

b1 =4 . 3 (3,3 + 0,8 + 0, 1) = 50,6 mm. 1


Com as dimensões calculadas, os e .• me
ntos d evem ser dispostos na
I
. 253 A d ' lância entre o enro amen
to BT e a
. .
janela co'.'forme_ a fig. . : ." 15 mm. o diâmetro interno
As duas camadas de cada bobina são separadas por um diafragma circunf~renc1a ~1rcunscr,ta ao n~é~~~ é l~e Na zona central do núcleo,
de prespann com a espessura de 0,5 mm. A altura da bobina, conforrne da bobma B.1 . é: 430 + 2 . 15 - n .· T , é·
lig. 252 é: 1 1
conforme fig. 253. a distâ'1cia entre bobma B. . e me eo .

h, = 2 (3,7 + 0.8 + 0, 1) + 0,5 = 9,7 mm. 1, = (460- 410) / 2 =25 mm.


17 Ttansformo<So1 e~
ALFONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 2t7
A distância entre os dois circuitos A.T., na mesma janela é de: O comprimento da espira média do circuito A.T. é dado por:
1• .,, = 310 - 2 (25 + 38 + 20 + 50,6) = 43 mm.
1 1,... = ,.. (460 + 2 . 38 + 2. 20 + 50,6) = 1968 mm= 1,97 m.
Esta medida é aceitável pois é maior que o dobro da distância que
separa o enrolamento A.T. do B.T. da mesma fase.

e) Cálculo da, perdas, do peso das partes ativa, e do rendimento


j Peso do cobre das três bobinas B.T.:

P,.2 = 3 . 8,9. J,.2 • N2 . S2 • 10-' = 3.8,9. 1,564.112.17 .2 .4.10- • = 635 kg.


1
Sendo o diâmetro interno do circuito B.T. de 460 mm, o compri-
mento da espira média deste circuito, conforme fig. 253 é dado por: i Peso do cobre das três bobinas A.T.:

)<•• =" (460 + 38) = 1564 mm= 1,564 m. 1 P,.i =3. 8,9. 1,. 1 . N1 • S1 • IO-• == 3 . 8,9. 1,97 .464 .36. 10-• =880 kg.

O peso do ferro foi anteriormente calculado, sendo: 5180 kg.


O peso das partes ativas é: 635 + 880 + 5180 ::e 6695 kg.
38 50,6 A tabela da fig. 221 avalia o peso das partes ativas em 6900 kg,
25 valor próximo do calculado.
A resistência óhmica, a 75º. dos dois circuitos é:

Enrolamento B.T.;
p · 1.,.2 • N2 0,0216. 1,564. 112
1 1 . . . 1! r2=-- -- == - 0,0279 ohms/fase.
.1 .1 i. 11
.1 s• 17. 2. 4
1 1 ·
1 11 ij
ií i 1 1 11 ·
Enrolamento A.T.;
p • l.,. 1 • N, 0,0216. 1,97.464

~
l,.!._~---i--+-..L..J r1 = - -- - ::e - 0,548 ohrm/!ase.
1 s,
310mm
Perda total no cobre:

t 60 w.. == 3 (r 2] 22 + r 1112) =3 (0,0279. 4-0()2 + 0,548. 96,32) ==


i 430 =3 (4464 + 5064) ::e 28 584 watts.

A perda no ferro já foi calculada, sendo: w,.


::e 10 670 watts.
Tanto as perdas no ferro, como as perdas no cobre, são maiores de
aproximadamente 3% das indicadas na tabela da fig. 221. Como a refe-
rida diferença é pequena, os resultados podem ser considerados aceitáveis.

f) Rendimento
w, 5000
I' == - - -- -- - 0,99
Fig. 253 5000 + 10,67 + 28.58
T RANSFORMADORES 249
248 ALFONSO MARTIGNONl
h) Regulação ou q1tcda de temão induslrial
g) T ensão dt cu.rtO·circ:uito ou tensão de i,nptdán.cia
Resistência ô hmica equivalente do circuito A.T. CalcuJa..sc a queda <le tensão industrial para os <lois casos seguintes:

R ·, =r 1 + r, ·m' =0,548 + 0,0279 ( - 464


- ) ' =0,548 + 0,47 = - 1,02 ohms a) plena carga e cos<p =1
11 2
b) plena carga e cos<p = 0,8
A reatância de dispersão, referida ao circuito A.T., conforme pará-
grafo 20 é dada pela relação:
(% I · X · COS<p - %1 · R . senq,)' ]
% , =e [ % R . l . cos<p + % X . 1 . senip +
200

w ,.. 100 28 584· 100


1 = freqüência (60 Hz)
1,. = comprimento médio das espi ras sendo :
% 1.R = - - - -
w,
=0,571
5 000000
1.,, + 1". 197 + 156/1
- --- =
2 2
-- = 176,7 cm. %1.X= V (% 1.Z)2 - (% 1.R)2= V 62-0.5712 : 5,96

=
N 1 número das espiras do circuito A.T. ·164 = No primeiro caso: e = 1; cosq, = 1; sen<p = O
=
b altura axial da bobi na = 80 cm
5,962
d= distância entre a bobina A.T. e a B.T. "' 2 cm % , = 0.571 + - - = 0,749
=
a 1 espessura da bobina A.T. = 5,06 cm 200
=
a, espessura da bobina B.T. = 3,8 cm
=
K fator de correção, sendo: No segundo caso: e= 1; cos<p =0,8; sen,p =0,6
2d +a,+ a2 2. 2 + 5.06 + 3,8 (5.96 . 0,8 - 0,571 . 0,6)2
K=I - 0,97 %, =0,571. 0,8+5,96 . 0,6+ = 1,12
2.. b 2.,,.80
200
Aplicando estes valores na fórmula da r eatância de disper1ião obtém-se:
i) Tanque
· 60 . 176.7. 4642 ( 5,06 + 3.8 )
x·, = 7.9 o.97 2 +---- 10·• = 10,8 ohms O transformador, conforme foi calculado, possui as dimensões indi-
80 3
cadas na fig. 254.
Impedância por fase, refer ida ao circuito A.T. Ao se projetar o tanque é preciso lembrar que a d istlncia enr.re os
z·, = V(R·,)2 + (X',)2 =/ 1,0 22 + 10.82 =- 10,8 ohms enroJamcntos e as paredes seja suíic:icntc para garantir o isola1nento.
O isolamento está garantido se as d istâncias que separam os enrola-
Tensão de curto-circuito ou de impedância mentos e ·as paredes são as mesmas que separam os dois enrolamentos
V.,, = z·,
.1 1 = 10,8. 96,3 = 1040 volts de alta tensão ex istentes na mesma janela.
No transformador em questão a m encionada distância é de aproxima-
1040. 100 damente 5 cm. Nestas condições um tanque retangular de 2300 x SOO
- - - - = 6% seria suficiente. Entretanto prefere-se fazer o tanque de 2350 x 1000,
17 341 pois é preciso ter em consideração que as ligações entre bobinas e isola-
Este va lor é igual ao imlicado na fig. 22 1. dores também devem ter espaço que lhes garanta a isolação.
250 ALFONSO MARTIGNONI T AANSFORMADOIU:S 251

1 O número total de ondulações é:


(48 + 19) 2 = 13•1.
Nos tanques destinados a trans- _ /
1 ~ formadores de potência superior a
1 i .1 1000 k VA, onde os canais de res- § !
' ' ' friamento possuem a ltura muito -
~-
i 1
1 grande em comparação à largura r
(no caso da fig. 255 altura = 350
•,
i 1
1 e largura = 30), considera-se so·
mente uma das paredes como su- V
1 1 perücie transmissora de calor. "' j

1
1
1
§ Perímetro do tanque: r --- -
1
---- ,
1
1 i P = 2. 2350 + 2. 1000 + 1M. 350 =
= 53 600 mm = 53,6 m.
!
1 ! ~
1
:
1
;
ii Superffcie de transmissão:
1
í
.._rnQ- ! .. ·-
1 1 . 1 1 • 1 1
St, =53,5 . 1,6 = 85,76 m•. ii '
. 1
1 • 1

1 ~ As perdas totais do transforma-


'-·- - ·- - ·- - · - · - - J

i · dor são Wr, + W.,., = 39 254 watts.


Por razão de segurança são ác..es-
' cidas de 10%, result,ando W, =
2117 2 mm
= 43 200w.
1850 A elevação de temperatura da
parede do tanque, conforme o pa-
rágrafo 88 é:
~,
\
\ t
, I
/,
w. 43 200
At '- - -- Fig. 255
·-l·-+~~·- ·-'- ·- ~-f-:--+- . --· -
I \
..º S.,. K 85,76. 12
12oC

\ A elevação de temperatura do óleo é t,,t0 = 42 + 5 = 47°C, valor acei-


tável con forme a tabela da fig. 191.
O transformador pode, entretanto, ser fabricado ·com um tanque pro-
vido de refrigeradores tubulares, conforme a fig. 256. Colocando quau·o
Fig. 254
ventiladorc,s, • fim de aumentar a eficiência dos radiadores, o transfor-
mador pode fornecer a potência de 6250 1c.VA.
O valor da altura do tanque deve ser de 1,5 a altura do núcleo.
No caso em questão, a altura do tanque deve ser 1510. 1,5 = 2265 mm.
94) PROJETO DE TRANSFORMADOR TRIFASICO DE 30 lc.VA
Usando o tanque indicado na fig. 255, avalia-se a elevação de tem- EM óLEO
peratura do óleo isolante. Tendo o tanque o conservador de óleo, a
superfície de irradiação do calor é calculada com base na altura eficaz.
=
Hef 1600 IIIDl-
=
As caracterlsticas do transformador são: pot~ncia ~O.kVA; freqüên-
cia = 60 Hz; alta tensão V1 = 12 000 volts; baixa tensão V,= 220 volts;
Sendo o passo das ondulações de 45 mm, é possível colocar 48 no sen- ligação das fases A.T. e B.T. em estrela; núcleos envolvidos com enro-
tido do comprimento e 19 no sentido da largura. lamentos cilíndricos.
1 TRANSFORMADORES 25S
·· -
1 O resfriamento é leito com óleo e venti lação natunol. O projeto do
,..J.... .....L transformador obedece ao esquema seguinte:
/,
~ ' I'-+-
~

a) Perdas e cálculo do núcleo


' 1

i Da tabela da fig. 215 obtêm-se: perdas no !erro WF, = 210 watts; per-
das no cobre W,. = 570 watts.
1
; A densidade média de corrente, para os dois enrolamentos, conforme
g
1
=
a fig. 222, pode ser considerada dm 2,3 A/ mm• e portanto a perda espe-
N
N cifica no cobre, conforme parágrafo 23, é: w,. = 2,43 . d2 = 2,43. 2,32 =
1
J
= 12,85 W / kg.
.-L.. Para o núcleo empregam-se chapas Armco, bitola n.º 29, isto é, com
1\
: 0,356 mm de espessnra, tipo M 14, que conforme a tabela da fig. 24
= =
'-t-'
- / ~revisão apresentam para B,. 10 000, a perda específica wF,.10 1,1 4 W / kg.
'-1-'
poro
1
~~~j
- '
r-""-,
1
~~~
a...-"" ~r\
' .
..... .A
4 "entilodores Escolhendo para a indução máxima no núcleo, conforme parágrafo 78,
o valor B,. = l i 000 gauss, a perda específica no ferro é:

~- e
: 1 :
'-~-t, ~ ; t ..{,;
1
2350 mm 1

WF, = Wr ..10
e B)(
10000
)º : ), )4 I I 000 ) '
10000
: J,38 \li / kg.

T--- 1 Da tabela da fig. 223 obtém-se C =38, podenilo-se calcular a seção


1 i' 1 do núcleo conforme parágrafo 80.
1
1 1
1 12,ss· · ..._. - -

fil 1
'
.::b 3 0 - - 10,
1,38
=- 99 cm2
w,. 570
f- - d.B" 60 - - 2,3 · li 000
w •• 210
- ·- ·-
Com as lâminas usadas o coeficiente de enchimento t 0,87, resultando
a superfície geométrica do núcleo:

1 1 E;$ 99
s·,, =-- = 114 cmt
1 0,87
1 1
1
i 1 O núcleo é feito em forma ele cruz, conforme lig. 257. A seção geo·
i i
,; 1 métrica do núcleo, com as dimensões ind icadas na til{. 257, é:
'' .
Fóg. 256 S' ,·, = 2 · 2,5 · 7 + 7 · 12 =35 + 84 = 119 cm•.
ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES 257

Peso do cobre: P, ,. = 3 · 8,9 · 2 · N 1 • S, · lco · 10-3 = lado do outro, conforme lig. 261. O isolamento dos condutores tem a
= 3 ,8,9 ·2 ·2300 , 0,65,53,-1 , IO-• = 42,G kg. espessura de 0,2 mm e a folga entre os condutores adjacentes deve ser
=
Perdas no ferro: Wr, wr, · P,., = 1,38 · 158 = 218 watts. considerada O, I mm.
Perdas aproximadas no cobre: W,. = w,0 . P, 0 =
12,85 :42,6 = 547 w.itts. A altura da bobina é: b, = 42 (4,5 + 0,4 + 0,1) = 210 mm.
Os valores calculados são muito próximos dos fornc:cidos pela tabela A altura calculada corresponde ao espaço livre existente na janela.
da fig. 215, pelo que o cálculo do transformador pode continuar. A CSJ?C$5Ura da bobina B.T. é: =
h 2 = 2 (3,7 + 0,4 + 0,1) 8,4 mm,
conforme fig. 261.
b) Enrolamento de baixa tensão
A bobina B.T . deve ter altura igual à da bobina A.T . A distância c) Enrolamento de alta temão
mínima entre a cabeça das bobinas e as travessas, conforme parágrafo O enrolamento A.T. é executado com 7 bobinas, ligadas em série,
76, deve ser: enroladas com fio esmaltado tipo "•·ormex", com as espiras assim dis-
11 =1,3,kV = 1,3·15 = 19,5mm = - 20mm = 2cm tribuJdas:
5 bobinas com 360 espiras = 1800 espiras
A altura das bobinas será portanto de:
2 bobina~ com 250 espiras = 500 espiras
b = H - 2.l,=25 - 4=21 cm.
..' 1 1
O conjunto núcleo e bobinas
Tot.al = 2300 espiras.

terá a disposição indicada na fig. As duas bobinas com 250 espiras possuem isolamento reforçado e
! estão colocadas nas cabeças do enrolamento. As 5 bobinas internas são
.; 260. Sendo as bobinas B.T. liga-
o" das em estrela, a tensão de fase é: enroladas em duas seçôes, conforme fig. 263.
.. 1 1
220
V,, = - - = - 127 volts.
Cada camada tem 24 espiras (12
em cada ~ção). O isolamento das
,20mm ~
...=::t:=::::;::=t=tl~~hJ
duas seções é feito com dia!ragma
r;g. 260 13 de prespann cuja espessura é de
0,4 "}m.
1

O número de espiras de cada bobina B.T . é: 1


O diâmetro do condutor sem
v,., 127
isolamento é de 0,91 mm . e com
isolamento é de: 0,91 + 0,15 =
i
N, = N , -- = 2300 - - = 42 espiras.
Vn 6950 = 1,06 mm. i
1
12 =1 1 -
N,
-
2300
= J,44 - - = -79A. '
..
84 1
3.7
N2 42
i
A densidade de corrente no circuito B.T. possui o valor d 1 = 2,41
A./ mm2 e portanto a seção do condutor desse circuito é:

S2
,.
=- - = -- = 32,8 mm'
d,
79

2,41
111
sr

~
-DD 1 1
1

i
i
Tendo a seção valor elevado, usam-se dois cond,,tore, paralelos. Estes
condutores, cada um com dimensões 4,5 x 3,7 mm, são dispostos um ao
DD
Fig. 261 Fig. 262
2.S8 ALFONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 259

- 1" ()0/f\OdC& O isolamento entre uma camada kV (Ensaio A.T.) 34


' e a outra é feito com papel iso- to= = - - = 3,4 mm = - 3,5 mm
' lante cuja espessura é de 0, 1 mm. 10 10
ª" A espessura do isolamento exter-
no, feito com cadarço, pode ser A distância que separa as duas bobinas A.T., na mesma janela é:
~
~1 considerada de 0,3 mm.
N 1
Altura da bobina h 1 = 24 .1,06 + 1 A.T. = 125 - 2 (10 + 3 + 2 + 8,4 + 10 + 20) = 18,2 mm
, =
+ 0,4 + 2 .0,3 26 mm.
""'"' Largura da bobina: Esta distância é aceitável pois é maior que o dobro da distância que
d! - 1, = 16.1,06 + 15.0,l + 2.0,3 = separa as bobinas A.T. e B.T. da mesma fase.
•• 1 'll!=
1 =-2omm. A disposição dos elementos na janela está indicada na fig. 262.
As duas bobinas, com 250 espi-
ras e isolamento reforçado, devem e) Cálculo das perdas, do f>tJo das portes ativas e do rendimento
possuir as mesmas dimensoo das
bobinas internas. O diâmetro interno do cilindro isolante, sobre o qual está enrolado o
As sete bobinas estão colocadas circuito B.T . é de 146 mm, assim sendo, o diâmetro médio do circuito
uma $Obre a outra, ficando entre B.T. é 146 + 4 + 8,4 = 158,4 mm.
Fíg. 263 das o espaço livre: Comprimento da espira média da bobina B.T.:
=
h11 (210 - 26 ·7)/6 = 4,6 mm.
'°'• = .. · 158,4 = 497 mm= 0,497 m
·--. 'º ' d) Disposição dos elementos na
janela ·comprimento da espira média da bobina A.T.:

O enrolamento B.T. é enroiado 1,., = ... (116 + 2 · 2 + 2 · 8,4 + 2 - 10 + 20) =


_ ._L_ sobre um cilindro de material iso- =" · 206,8 = -650 mm= 0,65 m
lante com a espessura de 2 mm.
Sendo o diâmetro da circunferên- Peso do cobre das três bobinas B.T.:
cia circunscrita ao núcleo de 4> =
= 140 mm, o diâmetro interno do P"'" = 3 · 8,9 · lru, · N2 · S2 · 10-• = 3 · 8,9 · 0,497 · 42 · 32,8 · IO- • =
cilindro isolante deve ser de: 4>1 = = 18,25 kg
= 116 mm.
Na zona central da janela, a dis- Pts0 do cobre das três bobinas A.T.:
l---- .J~O . .. ·-·-·_jl
-- -- . ..f!, 6__ ········-·-~
tância entre o núcleo e o enrola.
mento B.T. é, conforme fig. 264,
de:
P,.1 = 3 . 8,9 . 1,.1 · N, . S, · 10- 3 = 3 . 8,9 · 0,65 · 2$00 · 0,65 · IO - • =
=26kg
Fig. 264 10 = 10+3= 13 mm.
· A resistência ôhmica da, bobinas a 75<>C é:
A distância entre a bobina B.T. e a A.T., conforme parágrafo 76 é:
p·l,02 ·N2 0,0216·0,497·42
10 =0,6· kV=0,6· 12=7,2mm. Bobina B.T.; r 2 = - - -- - = - -- - - -- 0,0137 ohms
s, 32,8
A fim de permitir que o óleo circule livremente entre as bobinas A.T.
e B.T., as duas $ão distanciadas de 10 mm. Assim sendo 1, = IO mm. 0,0216·0,65· 2300
Entre a bobina B.T. e a A.T. interpõe-se um cilindro de material Bobina A.T.; r 1 = - - -- - - -- - - - = 49,7 ohms
isolante cuja espessura, conforme parágrafo 76, é 0,65
ALFONSO MAllTIGNONI TR.ANSFOllMADORES 261

Perdas no cobre: Sub&tituindo os valores acima indicados, na fórmula da reatància


equivalente do circuito A.T., obtém-se:
W,. = 3 (r1 • 11 2 + r2 • 122) = 3 (49,7. 1,44• + 0,0137. 792) = 566 watts
60 · 57,4 · 23002 2 + 0,84
As perdas no ferro já foram calculadas, sendo seu valor: x·. = 7,9 . o,9M (1 + )= 128 ohms.
w,, = 218 watts. 21 3
Os valores calculados são próximos dos indicados na tabela da fig. 215. Impedãncia referida ao circuito A.T.:
w. 30
z·. = y (R',)• + (X',)' = y 90,7 2
+ 128' =- 157 ohms.
Rendimento: p. = - - -- - - 0,975.
w2 + w,,w.. 50 + 0,218 + 0,566
Tensão de curto-circuito ou de impedância
Este valor coincide com o indicado pela tabela da fig. 215.
V.., = Z', .I ,= 157 . l,44 = 226 volts.
f) Temão de curto-circuito ou tensiio de impul4ncia 226. 100
% V,. = - 3,25
Resistência equivalente do circuito A.T. 6950

2 Este valor é próximo do indicado na tabela da fig. 215.


R ', = r, + r 2 • m• = 49,7 + 0,0137 ( 2300 )
~ = 49,7 + 4 1 =90,7 ohrns
g) Regulação ou queda de tensão industrial
A reatância de dispersão referida ao circuito A.T.• conforme pará- CalQlla-se a queda de tensão indust.rial para os dois casos seguintes:
grafo 20 é dada por:
a) plena carga e cos, = 1
f · 1.,. · N,2
x·, = 7,9 - -- - . K (d+
a, + a.1
) 10-s, onde:
b) plena carga e cos, = 0,8
b (% XI oos, - % RI sen,p)' ]
f = freqüência = 60 H z %1 = c [ % R I . cos,p + % XI sen,p +
200
I.., + 1.., 65 + 49,7 W"' . 100 566. 100
1,. = comprimento médio das espiras = - - -- 57,4 an %RI= - -- - - -- - =1,88
2 2 w, 30000
N, = número das espiras da bobina A.T. = 2300 % XI= V (% Zl)2 - (% RI)2 = V 3,252 - 1,882 =- 2,65
b = altura axial das bobinas = 21 cm
No primeiro caso: c = 1; co.,p = 1; sen,p = O
d = distãncia entre as bobinas B.T . e A.T . = 1 cm
2,652
a1 =espessura da bobina A.T. =2 cm %•= 1,88 + - - = 1,91
a2 =espessura da bobina B.T. =0,84 cm 200
K = fator M correção, sendo: No segundo caso: c =I; C05,P =0,8; sen,p = 0,6
I 2d +a , + a, 2 + 2 + 0,84 (2,65 · 0,8 - 1,88 · 0,6) 2
K = l -- 1- = 0,963 % , = 1,88 . 0,8 + 2,65 . 0,6 + -5,1
2.. b 2 ... . 21 200

18 TronsfO<modor~
TP.ANSFORMADORES
ALFONSO MARTICNONI 1
Os valores calculados são muito próximos dos indicados pela ta~la
da fig. 215.
h) Tanque
il 95) TRANSFORMADORES MONOFASICOS DE DISTRJBUIÇXO

Os trans(ormadores monofásicos de distribuição podem ser utilizados


separadamente ou agrupados, a fim de formar os chamados bancos
!
O transformador calculado pos· ! trifásicos.
sui as dimensões indicadas na fig. ~ Na formação dos bancos trifásicos, por meio de transfor,nadores mo-
265. O tanque deve ser projetado nofásicos, é preciso que ~stes possuam:
tendo presente que a distância en-
tre os enrolamentos e as paredes 1 - A mesma pottncia
deve ser suficiente para garantir o 2 -A mesma tensão, tanto do lado A.T. como do lado B.T .
isolamento.
3 - A mesma impedância.
O isolamento está garantido se
a distância entre as paredes do O agrupamento ilustrado na fig. 267, com os circuitos de alta e b;,ixa
tanque e os enrolamentos é pelo '
menos igual à que separa as duas ! rensão agrupados em triângulo, apresenta o deslocamento angular de 00
bobinas de alta tensão na mesma

Fig. 265
janela.
1 A-....----------------..;.;.;c=;.c.c..c--,.-~ PRIMÁRIO

No transformador em questão a
referida distância é de 17,I mm. e-.l---~- -.~----- ----~---+---
Nas condições expostas, um tanque retangular de 755 x 260 mm c-.l-~- ~---l.---~--~----- ---+---
seria suficiente.
Prefere-se, entretanto, executar o tanque com 760 x 300 mm.
O valor da altura do tanque deve c.orresponder a J,5 veres a altura
do núcleo do transformador. No caso em questão a altura do tanque
=
deve ser de 450 X 1,5 670 mm.
O tanque terá conservador de óleo e as dimensões indicadas na fig. 266.
= =
Superfície de irradiação: S, 2 (0,76 + 0,30) 0,67 U2 mt.
Perdas totais:
w,.+ w.. = 218 + 566 == '
' 1
=784 watts. ! '
A elevação da temperatura da
superffcie do tanque, conforme pa· 1 1
rágrafo 88 é: 1 i?i
1 •'
w, 784 . •I
.6., = - - - - - - - 46°C 1 1
S,, . K 1,42 . 12
Sendo a diferença de tempera, i! o-------~--- -1--~----- -+----~-
b--~--~--~- ~~------t-~--~-
tura entre o óleo e a chapa do c--~-~-- --- -~--~~----+-----~-
!>
SECUND,RIO
tanque de aproximadamente 5oC.
a elevação de temperatura do
óleo é:
=
.i.t. =
46 + 5 51oC.
A oeslocomenlo onciulor: 0°

Este valor é aceitável, conforme A~= o~c


fig. 267
a tabela da fig. 191. Fig. 266
AL.l'O~'SO ~1AR'l.l(;NONI 265
T RANSFORMAOORES

8.T. A.T.
7 7

120 '
240V

1 23456 7 LIGAco[S A.T.


LINHA EM le7
l.r. { tPHeo1aeoa1loL f 1ooloooooooooooooJ VOLTS CONECTAR

8T.r........."'..... K...................1 7 '9 80


7630
7280
4-5
3- ~
3 - 6
i Fig. 269 Fig. 270

6930 2-6
e 910 11

F;g. 268

Este agrupamento permite a alimentação de um circuito trifásico cuja


potência é 8 vezes maior que o de cada transformador.
No caso de avaria de uma unidade, o circuito A.T. e o B.T. funcio-
narão como circuitos em triângulo aberto, podendo ainda alimentar
cargas trifásicas com 57% da potência total do banco.
)
Além do proc~ descrito, os bancos trifásicos podem ser agrupados
cm: estrela -: triângulo; estrela - estrela e triângulo - estrela.
Os transformadores monofásicos de distribuição são fabricados para
as pottncias de: 10; 15; 25; 87.5; 50; 75 e 100 kVA, para as classes de
tensão de 5; 15 e 25 kV. Fig. 272
Fig. 271
As tensões mais comuns do circuito A.T. são:

2290; 2210; 2180 volt.s Os tr~nsformadores de distribuição podem ser executados com núcleo
781 O; 7620; 7480 volt.s
envolvido, conforme fig. 269; com núcleo envolvente, conforme fig. 270
e com núcleo espiral, conforme figs. 271 e 272.
6900; 6600; 6300; 6000 volt.s
Na fig. 272 o enrolamento B.T. é dividido em duas partes, entre a.,
7980; 7630; 7280; 6930 volt.s quais está colocado o enrolamento A.T. Esta dispo,i~o tem a vantagem
li 950; 11 400; 10 900; 10 400 volts de apresentar considerável redução da reatância de dispersão, conforme
13 355; 12 700; 12 065 volts. foi visto no parágrafo 20.
O núcleo espiral constitui o circuito magnético ideal, pois dc,cnvol-
A tensão do circuito B.T. geralmente é 120/ 240 V. ve-sc no sentido das linhas de força do campo magnético, e utiliza
lâminas de ferro-sillcio com estrutura cristalina orientada, o que repre-
A fig. 268 mostra como efetuar as ligações dos bornes do circuito A.T. senta uma considerável redução das perdas no ferro. Neste tipo de Jã.
e do circuito B.T. a fim de obter-se a utilização do transformador com
as diferentes tensões. minas a perda específica possui o valor: w,.. =
,o 0,81 W /kg, para a
frequencia de 60 Hz.
1
1

TRANSFORMADORES 267
ALFONSO MARTICNONI
t
Para o proporcionamento <la altura "b" da bobina, usam,se os valores
• O_ tiJ><:> de _núcleo ~m espiral elimina_a presença dos entreferros, que
jao 1nev1táve1s nos nucleos convenc1ona1s, red11z1ntlo o valor da corrente de "A•" indicados na tabela da !ig. 274 . .E.stes valores correspon~lem aos
de excitação e por conseguinte melhorando o fator de potêrtcia dos cir- transformadores com circuito B.1.~. dividido em duas partes, entre as
cuitos de alimentação. quais está colocado o enrolamento A.T. conforme fig. 272.
Os transformadores de distribuição utilizam fios esmal tados tipo "For- Para transfor madores do tipo indicado nas figs. 270 e 271, os valores
mex", o q11e representa considerável \'antagem de isolamento, pois uma de A• indicados na tabela da fig. 274 devem ser divididos por 1,4.
camada de resina "Form,•ar" produz melhor isolamento que algumas Para transformadores do tipo indicado na fig. 269, os valores de A•
camadas de papel ou de algodão. Além disso, as bobinas executadas da fig. 274 devem ser divididos por 1,65.
com fio "Formex'' são rnccanicamente mais compactas do que as executa· Para o cálculo da seção do núcleo é v:Uida a fórmula indicada no
das com fio isolado com algodão.
parágrafo 80, sendo os valores de "C" fornecidos pela tabela da fig. 275.
O \'alor dá indução máxima no núcleo espira l pode ser escolhido
entre B" = 14 100 gauss para os transformadores de 75 e 100 kVA e
B,. = 14 500 gauss para os transfonnadores de 10 a 50 kVA.
Quanto à de~sidade de corrente no circu ito A.T. é preciso salientar VALORES DE ..C. PARA TRANSt'ORMADORES MONOFAS1COS EM OLEO
que esta é m!n1ma (dm) se o transformador é alimentado nos bomes COM N OCLEO ESPIRAL
corr~spondentes à ma ior tensão e máxima (d,.) quando o transformador
é ahmentado nos bornes corresponden tes à menor tensão. Os valores da 100
Potlnc.ia kVA 10 15 25 57,5 50 75
d_ensidade de corrente no cir~i~o A.T. e no B.T., em função da potên-
cia do transformador, estão 1nd1cados na tabela da fig. 27'.
Valores de "C" 66 67 68 69 70 70 70
VALORES üA DENSIDADE DE CORRENTE PARA TRANSFORMADORES
DE DIST RIBUIÇAO MONOFASICOS EM OLEO Fig. 275

POTtNCIA EM kVA

r
d %) PROJETO DE TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO,
A/mm2 MONOFASICO, COM NúCLEO ESPIRAL E ENROLAMEN-
10 IS 25 !7,S 60 75 100
1 1 TO TUBULAR DUPLO
1 1 1
Circuito A.T.; dm 2,H 2,45 2,47 2,41 2,40 2,50 2,20 Potência: 10 kVA; freqüência: 60 Hz; alta tensão: V1 = 6950; 7280;
1 1 7630; 7980 volts; baixa tensão: V, e= 120/210 volts; classe de tensão:
Circuito A.T .; dw 2,82 2,82 2,78 2,78 2,75 2,50 2,40 15 kV.
1 1 1 O circuito B.T. é constituído por duas bobinas que podem ser ligadas
série ou em paralelo. Para o cálculo, considera-se a ligação em série,
<!lll
Circuilo B.T. 2,52 1 2,50 1 2,49 1 2,48 1 2,47 1 2,45 1 2,40 =
sendo o valor da tensão B.T.: V2 240 volts.
O circuito A.T. deve ser calculado tomando por base sua tensão máxi•
Fig. 27' ma, isto é: V1 = 7980 volts. Correspondentemente, o \'alor da densidade
de corrente, conforme a tabela da fig. 273, deverá ser considerado como
VALORES DE .. A," PARA TRANSFORMADORES MONOFÃSICOS EM OLEO sendo: d.,= 2,45 A/ mm•.
COM NOCLEO ESPIRAL E ENROLÃMENTO TUBULAR DUPLO '
Com o valor da densidade de corrente escolhido, a perda espedfica
Pottncia lVA 10 15 25 57,5 50 75 100
= =
no cobre é: w,. = 2,43 -d2., 2,45 ·2,43 2 14,4 W / kg.
Para a construção do núcleo emprega-se a lâmina de ferro-sillcio
1
com estrutura cristalina orientada, que para a freqü~ncia de 60 H,
Valores de Ab 520 420 520

Fig. 274
580 62Q
l 620 620 e a indução máxima B" = 10 000 gauss, apresenta a perda esped!ica
wF, ·10 = 0,8 J W/ kg.
268 ALFONSO MARTIGNONI TRANSFORMADORES 269

1 2 ~ 4 5 6 7
As dimensões do núcleo estão
ind icadas na fig. 277.
cm
UGAÇOES A:r.
Valor máximo do fluxo:
AT l,,1111tlt...19t!QAIA91 l,Jeoootootot1att0Pt J l,.JNHA EM 1e 7

BT l""'"""""""'H. . . . . . . . . . 1 .
VOLTS
7980
-···-·-·
7630
CONECTAR

-------
4- 5
3 - 5
3 -6
4-,.. =s,.,. n,. = H,5. 14 500 =
=1 065 750 maxwell.
Distribuição da tensão entre os
8 9 10 11 7280
6930 2-6 oornes do circu ito A.T.

Bornes 1-2: V,.2 =3290 volts Fig. 277


7 Bornes 2-3: V2 .3 = 350 volts 2 3 4 5 6 T
Bornes 3-4; V 3 ,, =
350 volts
l~:J...~:.ª. : ...I
10 li 123 123
Bornes 5-6; V ,.6 = 350 volts ••R•tR
120
Bornes 6-7; V6. , = 3640 volts
240
'ºº''º''''~'••a'''º''' I 1·1)666i6f6iOIOffiifO 1
Total =7980 volts. l
8
42

~ 9
42 t•R

li
f ig. 276
Distribuição das espiras entre os Fig. 278
bornes do circuito A.T.
Tendo a inclução máxima no núcleo o valor B,, = 14 500 gauss, a Número total das espiras:
perda específica no [erro é:
V. 10• 7980. )()8

Wy, = Wy,.10 ( 10 000


B,, )2: 0,8 ( (
14500 ) "
=1,7 W/ kg.
N = - - -- = -
4,44 · f · 4>,. 4,44 · 60 · 1 065 750
=-2800

10000 2800
Da tabela da fig. 210 obtêm-se: Perdas no ferro w,, = 70 waus; per·
Espiras por volt =- - = 0,351
=
das no cobre W", 225 watts; perdas totais 295 watts. O fator "C" ,= 7980
obtido pela tabela da fig. 275 é C = 66. A seção do núcleo é calculada =
Bornes 1-2; N 1.2 0,351. 3290 = 1155 espius
conforme parágrafo 80.
=
Bornes 6-7; N 6. 7 0,351 . 3640 = 1278 espiras
Borncs intermediários N' = 0,351 . 350 = 123 espira.
w,. 14,4
=
Espiras do circuito B.T.; N 2 = 0,351 · 240 84 espiras (42 espiras em
w2 - -100 J0--10"
cada bobina)
'"'t~ 1,7
10000
s,, = e - - -- - =66 - -- -- -'= 73,5 cm2
Corrente no circuito A.T.; 11 = -·-- = 1,25 Ampl!re,
w,. 225
7980
f -- d. B" 60 - - 2,13 · M 500
Wi-·e 70 Da tabela da fig. 273 obtérn-se o ,·alor da densidade de corrente
no circuito A.T. relativa à alimentação com tensão máxima, isto é,
Para o tipo de chapa utilizada, considera-se o coeficiente de enchi·
mento 0,87, resultando que a s~perlicie geométrica do núcleo possui =
dm 2,13 A/ mm•.
73,5 11 1,25
o valor S're = - - 85 cmt. = Seção do conduio1· A.T.; S1 =- - =- -
= 0,515 mm•
0,87 . d,., 2.43
270 ALFONSO MARTICNONI TllANSFOllMADOllES 271

Usa.se o condutor n.0 20 (AWG) cuja seção é 0.515 mm2 , e diâmetro b) Enrolcmenlo Â.T.
0,81 mm. O diâmetro do condutor i>alado é 0,81 + 0,15 = 0,96 mm.
Quando o transformador for alimentado nos bornes correspondentes O enrolamento A.T. possui o total de 2800 espiras distribufdas em
10000 8 bobinas da seguinte forma: r "''º"'°""'
a 6930 volu, a corrente absorvida será 11 =-- · - = - 1,45A, sendo a
6930 =
6 bobinas com 570 espiras 2220 espiras ... },2 ....
1,45
densidade de corrente d" = - - - 2,82 A/ mm•.
0,515
2 bobinas com 290 espiras = 580 espiras
..
N
o,
lll-==+,~ct}•2....
E.ste valor coincide com o indicado pela tabela d a fig. 273. Total =2800 espiras.
Com o transformador alimentado pela tensão máxima (7980 volts),
o número de Ampere·cspiras que atuam sobre o núcleo é 2N 1 11 = As duas bobinas com 290 espiras possuem .;: 1
= =
2 . 2800 · 1,25 -7000. isolamento reforçado e estão colocadas nas ca·
beças do enrolamento.
1
Da tabela da fig. 274 obtém·se o valor de A•= 320; pelo que a altura
da bobina resulta: As seis bobinas internas são enroladas em 17,5mm.

2N 111 7000 duas ~ões conforme fig. 280.


b= =- -- = - 22 rm. 570
A• 320 Cada bobina poosui - - = - 16 camadas.
a) Enrolamento B.T. 24 Fig. 280
O di!metro do condutor i>alado é 0,96 mm.
Foi visto anteriormente que o enrolamento B.T. possui 84 espiras.
i Sendo este enrolamento constituído por duas bobinas. cada bobina pos· O isolamento entre as camadas tem a <SpeiSura de 0,1 mm e o isola·
mento externo tem a espessura de 0,5 mm.
suirá 42 espiras.
Com as duas bobinas B.T . agrupadas em série, a corrente nas mes· =
Altura da bobina h 1 24 . 0,96 + 0,4 + 2 · 0,5 =-
24 mm.
mas será: =
Largura da bobina 11 16 · 0,96 + 0,1 · 15 + 2 · 0,5 17,46 mm. =
W2 10 000 As duas bobinas, colocadas nas cabeças do enrolamento, com 290 CS·
I,= - -= 41 ,7 Amperes. piras e isolamento reforçado, devem possuir .as mesmas dimemões das
v, 210 bobinas
, internas.
A densidade de corrente no circuito B.T., conforme a tabela da lig.
As oito bobinas são colocadas
273· é: d= 2,52 A/mm•. Seção do condutor do circuito B.T.: uma sobre a outra, ficando mtre
elas a distância axial = (220 -
S2 = 12/d = 41,7 / 2,52 = 16,5 mm•.
Esta seção é obtida pelo agrupamento em paralelo de dois condutores - 8 · 24)/7 4 mm. =
de (1,8 x 4,6). Cada bobina de 42 cond utores é executada numa única
camada conforme fig. 279. c) Disposição dllS bobinas
O isolamento do condutor tem a espessura A disposição das bobinai é feita
de 0,2 mm e a folga entre os condutores deve conforme fig. 281.
ser considerada de O, l mm. O enrolamento B.T. interno é
Tendo cada bobina 42 condutores, a altura colocado >abre um carretel de
da bobina é: material isolante com espessura de
b = (42 + 1) (4,6 + 0,4 + 0,1) = 2 mm.
A distância entre as bobinas
= 219,3 mm = - 22 cm.
B.T. e A.T., conforme parágrafo
Espessura da bobina: 76 é:
••
Fig. 279 2 (1,8 + 0,4) + 0. 1 = 1,5 mm. Fig. 231 13 = 0,6 · kV =0,6 · 15 =9 mm.
TRANSFORMADORES 275
272 ALFONS0 MART!CNONI
Comprimento da espira média do circuito B.T.:
Esta distância executa-se com 10 n1m a fim de facilitar a circulação
do óleo. 0.13 + 0,694
Entre a bobina A.T. e a B.T. é interposto um carretel de material 1,., = = 0,562 m.
isolante cuja espessura, conforme parágrafo 76 é: 2
kV (Ensaio) 34 Comprimento da espira média do circuito A.T.:
t, = = - =3,4 mm.
10 10 1,.1 == 2 . 80 + 2. 106 + 2,. (7 + 4,5 + 10 + 8,75) =562 mm= 0,562 m.
Peso do cobre do enrolamento A.T.:
d) Cálculo dos pesos das partes ativas, dás perdas e do rendimento
A fig. 282 possui os dados necessários ao cálculo do peso do ferro. P'"' = 8,9 · 1.,.1 · N 1 · S1 • 10·• = 8,9 · 0,562 · 2800 · 0;515 · JO-• = 7,2 kg.
O comprimento méclio de cada circuito magnético é: Peso do cobre do enrolamento B.T.:
1., = 2 · 220 + 2 · ,, · 50 = 754 mm = 75,4 cm. P,., = 8,9 · l,.2 · N2 • S, · 10·• = 8,9 · 0,562 · 84 · 16,5 · 10·• = 6,92 lg.
Sendo a seção magnética do núcleo de S,, = 73,5 cm•, o peso do Cálculo da resistência ôhmica das bobinas a 75oC:
ferro resulta: P,. = 7.8 · S,, · lm · 10--3 = i ,8 · 73,5 · 75,1 · 10...a = 43 kg.
A fig. 283 possui os dados necessários ao cálculo dos pesos do cobre: p. 1,.,. N, 0,0216. 0,562 . 2800
Comprimento da espira média da bobina B.T. interna: Bobina A.T.; r 1 = 66 ohms.
s, 0,515
1·..2 = 2. 80 + 2 . 106 + 2.- (7 + 2,25) = 430 mm = 0,43 m.
p. IM,2. N, 0,0216. 0,562. 84
Comprimento da espira média da bobina B.T. externa: Bobina B.T.; r 2 = = = 0,062 ohms.
s, 16,5
t·.,,, = 2·80+2 · 106+2.. (7 + 4.5 + 10+ 17,5+ 10 + 2,25) =
= 694 mm = 0,694 m. Perdas no cobre:
W 00 = (r1121 + r2I22) = (66. 1,252 + 0,062 .41,72) = 103 + 108 = 211 watts.
Rm=50
Pttdas no ferro:
w,. = w,, · r,. = 1,7 · 1, = 73 wam.
Perdas totais = w,. + w,.=211 + 73 = 284 watts.
Os valores calculados são próximos dos indicados na tab<,Ja da fig. 210.
Rendimento:
w. 10 000
,. =- ------ - - - - = 0,975
w,+w,.+w,, 10 000 + 284

e) Tensão de curto-circuito ou tensão de impedância


Resistencia equivalente ao circuito A.T.:

2800)'
R', = r 1 + r, . m• = 66 + 0.062
( M = 66 + 69= 1~5 ohms.
Fig. 282 Fig. 28~
ALFONS0 MARTIGNONI TRANSFOllMADOlll3 175
274

Reatância de dispersão, re fer1.d· a ao circuito A.T., conforme pará- O transformador é montado num tanque cilfndrico sem reservador
grafo 20: de óleo, cujas dimensões estão indicadas na fig. 245. No tanque em
ª• + ª•
questão, conforme foi calculado, o óleo sofre
a elevação de tempera-
tura de 46°C.
d+-- - ) · 10·•
( 6
97) TRANSFORMADORES MONOFÃSICOS DE DISTRIBUIÇAO
f = freqüência (60 Hz) 0,562 + 0,562
E.M ôLEO COM NOCLEO CONVENCIONAL E LAMINAS DE
FERRO-SIUCIO COMUM
1,. = comprimento médio das espiras =
2 2 A diferença básica entre o transformador com núcleo em espiral e o
= 0,562 m = 56,2 cm. com núcleo convenciona] consiste no fato de serem, nl!Ste último. as
perdas no ferro consideravelmente maiores que no primeiro.
=
N, Número das espiras da bobina A.T. 2800 = O elevado valor das perdas no ferro, nos transformadores com nódeo
b = Altura axial da bobina =
22 cm. convencional é devido ao fato de os mesmos usarem làmina de ferro-
silício comum.
d= distància entre as bobinas B.T: e A.T. = 1 cm.
a,= espessura da bobina A.T. = l,75 crn. Pelas razões expostas, ao se calcular um transformador monofásico
ª•=espessura da bobina B.T. 0,45 cm. = com núcleo convencional e lâminas de ferro-silfcio comum, é preciso
manter os valores de B 11 próximos de 12 500 gauss e aumenw o,i valores
=
K fator de correção sendo: das perdas no ferro, indicadas nas tabelas das íigs. 210, 211, 212 e 215,
conforme se verá a seguir.
2d +a,+ª• 2 + 1,75 + 0,45
K =1 2 .... b
=l - - - - - = - 0,97
2.,,.22 a) Transformadores com núcleo envolvente e enrolamento tubular
duplo
60 . 56,2 . 2800t 1,75 + 0,45
Podem ser usadas as mesmas fórmulas e os mesmos valores dos
x·. = 3,95 - -- - - - . 0,97 ) . 10·8 =
coeficientes utilizados para os transformadores de núcleo e,piral.
22 6
corrigindo entretanto o valor das perdas do ferro, o que é feito
= 47,5. 0,97. 1,37 =63 ohms. , multiplicando por 1,2 os valores fornecidos pelas tabelas du
figs. 210, 211, 212 e 213. Os valores de C são fornecidos pela
z·. = i/ (R'.)' +(X',)'= i/ 135• + 63• =- 148 ohms. tabela da fig. 275.

Tensão de curto-circuito ou de impedância b) Transformadores com núcleo envolvente e enrolamento tubular


simples
v.. =z·, -1, = 148. 1,25 = 185 volts
t preciso corrigir os valores das perdas no !erro, o que é feito
185. 100 multiplicando por 1,5 os fornecidos pelas tabelas das figs. 210,
---=-2,32 211, 212 e 213. A correção dos valores de "A•" é feita dividindo-
7980 se por 1,4 os valores fornecidos pela tabela da fig. 274.

Valor inferior ao da tabela da e) Transformadores com núcleo enwlvido


fig. 210.
A largura total do transforma- O valor de "C" é fornecido pela tabela da fig. 223, isto é,
dor: 80 + 2.59 + 2.40 278 mm. = C =55. Os valores de "A;' são obtidos dividindo por 1,65 os
indicados na tabela da fig. 274. O valor das perdas no ferro
Altura do transformador: é obtido multiplicando por 1,2 os valores fornecidos pelas tabelas
220 + 2. 70 = 360 mm. das figs. 210, 211, 212 e 213.

l
1
ALFONSO MARl'IGNvNI TRANSFORMADOR.ES 277
276
98) PROJETO DE TRANSFORMADOR MONOFASICO EM óLEO 80mm As dimensões do núcleo estão
COM NúCLEO ENVOLVENTE OE LAMINAS COMUNS E indicadas na fig. 285.
ENROLAMENTO TU.BULAR DUPLO Valor máximo do fluxo:

O transformador que será calculado neste exercício de aplicação é ~" = Sr, · B,. = 85 · 12 500
= 1062500
=
idêntico ao do exercício anterior, mudando unicamente o núcleo espiral
pelo núcleo convencional. A finalidade deste exercício é a comparação Distribuição da tensão entre os
dos resultados com os obtidos no transformador com núcleo espiral. O bornes do circuito A.T.:
O cálculo do cransformador será reafüado com base no valor máximo ~
da tensão do circuito A.T., isto é, V, = 7980 volts. O valor correspon· Bornes 1-2; V1 •2 = 3290 wlts
dente da densidade de corrente, conforme a tabela da fig. 27' é: Bornes 2-S; v,.,
= 350 volts
Bornes 3-4; V3 ., = 350 volts
llornes 5-6; V, .• = 350 volts
llornes 6-7; v•. , = 3640 volts
= =
Perdas especificas no cobre w,. 2,4S · d 2 2,43 · 2,4S2 = 14,4 W /kg.
Para a construção do núcleo emprega-se chapa Armco, bitola n. 29,
0 Fig. 285 Total = 7980 volts.
isto é, com espessura de 0,356 mm, tipo M 14, que conforme a tabela
Número total das espiras:
=
da fig. 24, apresenta, para f = 60 H i e B,.. 10 000 gauss, a perda espe· 2 3 4 5 6 1
=
dfica w,,.10 = 1,14 W/ kg. Para o valor B" 12 500 gauss, a perda espe- 11, ~ espiro, 123 123
•"l•S9. ''º·12.:s
1278 tSOif OS V. )()8
dfica no (erro é: N, = ·- - - --=

w,. = w,•.•o c--"-)'= e: : )'=


-
6
10 000
1,14 1,78

~[.:,:00:.0~00~.:.•~oo:,~oo~,~.
42 e19iro1


1
Fig. 286
[ººººººººººººººººº
9
42 esp,i,oi l
li a
4.44 . f. <j,,i
7980. 10•

1.4'1 · 60 · 1 062 500


= -2800
= -2810=

A tabela da fig. 210 fornece a perda no cobre w.. = 225 watts. A


perda no ferro deve ser calculada corrigindo-se o valor fornecido pela
tabela acima referida, conforme parágrafo 96, isto é, W,, = 70 · 1,2 = 2800
Espiras por volt= - - = 0,351
= 84 watts. 7980
O valor de "C" fornecido pela tabela da fig. 275 é C = 66. A seção
do núcleo é calculada conforme parágrafo 80. Bornes 1 -2·, N 1, 2 -- o,.,.,
"l . ;,,• 290 = 1155 espiras.
.

14,
Bornes6-7·N
. , a,, -0•·1•
- ,.:t!> . ., 640
· .
l 278 espiras. =
w.. Bornes
Es · mtermediários N' - o
- , 351 · 350 _
- 12 • .
., espiras.
w, - - · 10" 10 - - . IOS
1,78 piras no circuito B.T.; N, = 0,351 . 240 84 (42 espiras por bobina). =
Wr,
- -- - -=66 =85 crnt
s,, =C 225 10000
w('... Corrente no circuito A.T.; J1 = = J,25 A.
(.--.d. B,. 60 - - · 2,43 · 12 500
84 7980
w ••
Coeficiente de enchimento das lâminas usadas =0,87; superfície geo- cir~;it~~I~ da \ig._ 273 ob.tém-se o valor da densidade de corrente no
. ., re auva à alimentação com tensão máxima, isto é, d
métrica do núcleo: = 2,43 A/ mm•. · · ,. =
85 I, 1,25
s·•• =-=-- = -97 cm•. Seção do condutor do circuito A.T.; S,= - = --=0,515 mm•.
0,87 d,,, 2,43
19 Tronsformodor~s

1
ALFONSO MARTICNONI TRANSFORMADORES 279
278
Usa-se o condutor n.º 20 (AWG) cuja seção t S2 = 0,515 mm• e dil- A densidade de corrente no circuito B.T., confor-
metro 0,81 mm. me a 1abela da fig. 273 é: d= 2,52 A/mm'. Seção
O diâmetro do condu1or uolado é 0,81 + 0,15 = 0,96 mm. do conduior do circuito B.T.: S2 "' 12/ d = 4 l.7 / 2,52 =
Quando o circuito A.T . for alimentado pelos bomes correspondentes = 16,5 mm' .
à 1ensão de 6930 volts, a corrente ab$orvida será Esta seção é obtida pelo agrupamen10 em paralelo
10000 de dois condutores de ( 1,8 x 4,6). Cada bobina de
- 1,45 A, 42 condutores é executada numa única camada~ con-
l'i = - -- forme íig. 289.
6950
1,45 O isolamento do condutor tem a espessura de
sendo a densidade de corrente d,. = - - - 2,82 A/mm•. 0.2 mm e a (olga entre os condutores deve ser con-
0,515 siderada de O, I mm.
Este valor coincide com o indicado na tabela da fig. 27!. Tendo cada camada 42 condutores, a altura da
Com o transforrnador alimeniado pela tcmão máxima (7980 V), o bobina é:
número de Ampêre,espiras que atuam sobre o núcleo é:
H• =(42+1) (4,6+0,4+0,I) = 219,S mm = - 22 cm.
2 N 111 = 2. 2800. 1,25 = 7000.
1,8 Espessura da bobina
Da tabela da fig. 274 obtém-se o valor de A•= 320, pelo que a altura
da bobina resulta: fig. W,l 2 (1,8 + 0,4) + 0,1 = 4,5 mm.
2 N 1 11 7000 • b) Enrolamento A.T.
b = - - = - - =-22 cm.
320 O enrolamento A.T. possui o !Otal de 2800 espiras distribuídas em
8 bobinas da seguinte forma: ·
Dist!ncia entre as travessas e as •
cabeças das bobinas, conforme pa- =
6 bobinas com S70 e•piras 2220 espiras
rágrafo 76: 11 = 1,3.l<V = 1,5. 15= . -~ • 2 bobinas com 290 espiras = 580 espiras
=19,5mm=-20mm.
Altura da janela conforme fig. .1- L -•+--+ - ---' Total = 2800 espiras .
288: H = b+2 .11 =22+4 = Fig. 2â7 . As duas bobinas com 290 espiras possuem
= 26 cm. ' isolamento reforçado e estão colocadas nas
i ,--- cabeças do enrolamento.
a) Enrolamento B.T. 1 As seis bobinas internas são enroladas
1
em duas seções conforme fig. 290.
O número das espiras do enrola-
mento B.T., anteriorrnente calcula- 1
Cada bobina possui S70/ 24 =- 16 ca- Fig. 290
madas.
do é N2 = 84. Sendo eSle enrola-
mento conS1ituldo por duas bobi-
l O diámetro do condutor isolado é 0,96 mm.
1
nas, cada bobina possui 42 espiras. O isolamento entre as camadas tem espessura de O, I mm e o isola-
N
- '--' 1
L-
mento externo tem a espessura de 0,3 mm.
Com as duas bobinas agrupadas.
em série a corrente nas mesmas ' Altura da bobina h1 = 24 . 0,96 + 0,4 + 2 . 0,3 = - 24 mm.
será: Fig. 288 Largura <la bobin:i., 11 = 16 · 0,96 + 0,1·· 15 + 2 · O,S = 17,46 mm.
w. 10000 As dua! bobinas, colocadas nas cabeças dos enrolamentos, com 290
I, = - - = 41,7 Ampêres espiras e isolamento rdorçado, devem possuir as mesmas dimensões das
V, 10 000 bobinas internas.

l
AU'ONSO MARTICNONl
TRANSFORMADORIS 2111
As oito bobina, são colocadas uma sobre a outra, ficando entre elas
Comprimento da espira média
a distãncia axial = (220 -8. 24)/7 = 4 mm. da bobina B.T. interna:

c) Disposição dos elementos na 1·.., = 2·80 + 2 ·120 + 2 .. [1 + 2,25]


janela = 458 mm 0,458 m. =
1
A disposição dos elementos ?ª Comprimento da espira média
janela está representada na f,g. da bobina 11.T. externa: 1 -

291.
1·... = 2 · 80 + 2 · 120 + 2 r -1-
O enrolamento B.T. é colocado
(7 + 4.5 + 10 + 17,5 + 10 + 2,25] = ~~ i
sobre um carretel de material iso-
lante com a espessura de 2 mm. = 722 mm= 0,722 m
A distância entre a bobina A.T .
e a B.T .. conforme parágrafo 76 é: CompriJoento da espira média
do circuito B.T.
18 = 0,6 .1<.V = 0,6.15 = 9 mm= - 0,458 + 0,722
= - 10 mm. 1•., = =0,59 m
2 Fig. 295
Entre as bobinas A.T. e B.T.
está interposto um carretel isolan- 34 Comprimento da espira média do circuito A.T.
te cuja espessura, conforme pará-
grafo 76 é: fig. 291
1..1 = 2 . 80 + 2. 120 + 2,. ( 7 + 4,5 + 10 + 8,75 ] = 590 mm= 0,59 m.
kV (Ensaio) 54
=- = 3,4 mm. Peso do cobre do enrolamento A.T.:
10 10
P...1 =8,9 · 1.., 1 • N 1 ·S1 • J0·•=8,9 · 0,59 · 2800 · 0,515 · 10·•= 7,58kg.
A largura da janela executa-se com 61 mm.
Peso do cobre do enrolamento B.T.:
d) Cdlculo do peso do nticleo e das perdas no ferro
P,., = 8,9 · 1,,., · N, · S, · 10-• = 8,9 · 0,59 · 84 · 16,5 · JO-• = 7,25 kg.
O núcleo possui as dimensões indicadas na fig. 292. Seu peso é calcula-
do conforme a fórmula indicada na fig. 255. Cálculo da resistência ôbmica das bobinas a 75oC:
,.
.'
'" 1
P,.=7,8·Sr4 ·2 [H + b.+ B] 10·• = .Bobina A.T.; r 1
P .1,,., . N, 0,0216. 0,59. 2800
=69 ohms .
-• ~ i
- = 7,8. 85 . 2 [ 26 + 8 + 6, 1 ] JO-• = 55 1<.g.
s, 0,515
1
p.J ...2.N2 0,0216. 0,59. 84
J Perdas no ferro P,, = 1,78 · 53 = 94,5 watts. Bobina B.T.; r2 = - - - - = - - -- - - = 0,065 oht,ru.

~
::. 1 16,5
• u • e) Cálculo do puo do cobre, das p,,rdas e
Perdas no cobre:
1 do rendimento
J_ -• . 1 Lo.-
=(r 1, 2
+ r2 12") = (69 · 1,25 2 + 0,065 · 41,72) = 108 + 1U = 221 watts.
. A fig. 295 possui os dados nec<essários ao W,. 1

Fig. 292 cálculo dos pesos do cobre. As perdas no ferro já foram calculadas, sendo: W,, =94,5 watts.

j
TRANSFORMADORES
282 ALFONSO MARTIGNONI
T ensão de curto-cil'Cuito ou de impedância:
Perdas totais =W,. + w,. =221 + 94,5 =515,5 w.
Rendimênto: v.. = z·•. 1, = 156. l,25 = 195 volu
w. 10000 195. 100
p - = =0,97 % v .. = = 2,45
w 2 +w.,+w.. 10000+515,5 7980

Tens&> tk curto-circuito ou tens&> tk imped,lncia Valor próximo do indicado na tabela da fig. 210.

Resistencia equivalente do circuito A.T.


99) PROJETO DE T RANSFORMADOR MONOFASICO EM ôLEO
COM NúCLEO ENVOLVENTE DE L ÂMINAS COMUNS E
R'• =r 1 + r 2 • mt =69 + 0,065 ( M2800)'
= 69 + 72,5 = 141,5 ohms. ENROLAMENTO TUBULAR SIMPLES

Neste exercício de aplicação será projetado um transformador com


ReatAncia de .dispersão, referida ao circuito A.T., conforme pará- os mesmos dados caracterlsticos dos transformadores projetados nos pa-
grafo 20 rágrafos 96 e 98, a fim de comparar os resultados obtidos com os outros
dois tipos de construção.
í. 1,• . N,t a 1 +a2 )
d+ 10-1 O transformador será calculado tomando em consideração · o valor
X',= 5,95 .K (
máximo da tensão do circuito A.T., isto é, V1 = 7980 volu. O valor
b 6
corre,ipondente da densidade de corrente, conforme a tabela da fig. 275
é: d= 2,45 A/mmt.
f = freqü~ncia = 60 Hz
Perdas específicas no cobre w,. = 2,45 · d'= 2,45 . 2,45• = 14,4 W /kg.
1.,,, + i.., 59 + 59
Pua a construção do núcleo emprega-se chapa Armco, bitola n.0 29,
1,,, = comprimento médio das espiras 59 cm
isto é, com espessura de 0,556 mm, tipo M 14, que conforme a tabela
2 2
=
da , fig. 24, apresenta, para f 60 Hz e B,. = 10 000 gauss, a perda espe·
clfica w,,= 1,14 W/kg. Com o valor B. = 12500 gauss, a perda especí·
N 1 = número das espiras do circuito A.T. = 2800 espiras f,ca no ferro:
b = ai tura da bobina = 22 cm
d= distãncia entre as bobinas A.T. e B.T. = 1 an
=
a, espessura da bobina A.T. 1,75 cm =
w,. =w,,.,0 (!.'.'. . ):
10 000
1,14 (
12 500
) : 1,18 W/ kg.
10 000,
a,= espessura da bobina B.T. = 0,45 cm A perda no cobre, fornecida pela tabela da fig. 210 é W,. 225 watts.=
K =fator de correção sendo: A perda no ferro obtém-se, conforme parágrafo 96, corrigindo o valor
=
fornecido pela tabela da fig. 210, isto é: w,, 70. 1.5 = 105 watu.
2. d+ª• + ª• 2 + 1,75 + 0,45 O valor de "C", fornecido pela tabela da fig. 275 é C 66. A seção =
K=l =1 =0,97 do núcleo é calculada conforme parágrafo 80.
2 . ... b 2 .... 22
14,4

x·. =5,95
60. 59. 280()2

22
o,97
( . 1,75 +0,45 )
t +
6
..
i
S..=CV/ w. -~· JC)I 66
10--.105
l ,78
~--- -- - -=94 cmt
= 50. 0,97. 1,57 = 66,4 ohms w,.
f. - - .d . B,. 60
225
· 2,0 · 12 500
I' 1
z•, = y(R',)2 + (X',)2 = yl41,S2 + 66,42 = 156 ohms Wr, 105

l
284 ALFONSO MARTICNONI TRANS}'ORMADORES

Coeficiente de enchimento das lâminas usadas = 0,87 ; Superfície geo- =


Espiras no circuito B.T.; N 2 0,32. 240 = 76,8 = - 78.
rnétrica do núcleo: Corrente no circuito A.T. para a tensão máxima.
94
s·,, = - - =- 108 cm•. 10000
0,87 11 = - 1,25A.
7980
As dimensões do núcleo estão indicadas na fig. 294.
Valor máximo do fluxo: Da 1abda da fig. 273 obtém-se o valor da densidade de corrente no
circuito A.T., relativa à alimentação com tensão máxima, isto é:
+.. = s,, · n.. = 94 · 12 500 = 1 175 000 maxwell . dm= 2,43 A/mm•.
Distribuição da tensão entre os bornes do circuito A.T. 11 1,25
Bornes 1-2; V1 .2 =3290 volts Seção do condutor A.T .; S, = -
d.,
= - - = 0,515 mm2.
2,48
Bornes 2-3; V 2 •3 = 350 volts
Bornes 3-1; V,., = 850 vol u Usa-se o condutor n.0 20 (AWG) cuja seção é 0,515 mm2 e diàmetro
Bornes 5-6; V5 .8 = 350 volts 0,81 mm.
f :,rnes 6-7; V8 .1 = 3640 volts O diàmetro do condutor isolado é 0,81 + 0, 15 = 0,96 mm.
Quando o circuito A.T. for alimentado pelos bornes correspondentes
Total = 7980 volts. à tensão de 6980 volts, o valor da corrente absonida será:

10000
2.)456
112 112
7
11 =- - -= 1,45 A.
K>54 es,,..-os ••A. ffQ 6980
......
1,45

l"'""'"""""I !"""""'' """!


8
39 e1p1ros

IO 9
~9 t-s::11ros

li
Sendo a densidade da corrente d,. = - - = 2,82 A /mm•.
0,515

Este valor coincide com o indicado pela 1abela da fig. 27'.


Fig. 294 Fig. 295 Com o transformador alimen1ado pela 1ensão máxima (7980 volts) o
número de Ampêre-espiras que atuam sobre o núcleo é
Dis1ribuição das espiras entre os bornes do circuito A.T. 2N 111 = 2. 2550 . 1.25 = -6350.
Número total 'de espiras: Para o tran:,;ormador de núcleo envolvente com o enrolamento tubu-
lar simples o valor de "A•" é obtido efetuando a correção dos valores
V .101 7980 . 10' indicados pela tabela da fig. 274.
N- = =-2550 No presente caso, conforDle parágrafo 96, A• = !20/ 1,4 = 228.
4,H. f. +,. 4,44 · 60 · r175 000
2550 2N 111 6350
Espiras por volt = - - = 0.82 Al1ura da bobina b = - - = - 28 cm.
7980 A. 228
=
Bornes 1-2; N 1 .2 = 0.32 . 3290 1054 espiras. DislAncia entre as lraves,as e a, cabeças das bobinas, c-onforme pa·
Bornes 6-7; N 8 .1 = 0,82. 3640 = 1165 espiras. =
rágrafo 76: 11 1,8 · kV = 1,3 · 15 = 19,5 mm = - 20 mm.
=
Bornes intermediários; ·N ,1 0,32. 350 = 112 espiras. Altura da janela, conforme fig. 296: H = b + 2 . 1, = 28 + 4 = l2 an.
ALFONSO MARTICNONI T RANSFORMADORES 287

Com as duas bobinas agrupadas em série, a corrente nas mesmas será:

.-- 1

! - w.
12 = - - =
10000
41,7 Amperes.
1 v, 240
1
A densidade de corrente no circuilo B.T. conforme a tabela da fig.
1
=
273 é : d 2,52 A/mm•.
E
Seção do condutor B.T.: s, = 1,/ d =41 ,7/ 2,52:: 16,5 mm'.
..
(:
o .,N 1

~ 8 ~ r" c amados

... ii
l ~

Fig. 296
1
'--

.....
!o
>16 E19iro1

a) Enrolamento /1.T. ;;::


O número das espiras no circuilo B.T. já f~i calculado, se~do de 78:
) 16 E1pira1
O circuito B.T. é constilufdo por duas bobinas, cada bobina possu i
39 espiras.
1
' ,,,'.:; 121"'--
li 1 1 N
;

1 N Fig. 298 Fig. 299


CID

1
Esta seção é obtida pelo agrupamento cm paralelo de dois condutores
1 de (1,5 X 6,5) mm.
1 Cada bobina de 39 espiras é executada com uma camada. O isola·
L,__J L.__ ;., mento entre as bobinas é feito com papel isolante de I mm de espes-
! sura conforme fig. 298.
1
1
O isolamento do condutor tem a espessura de 0,2 mm e a folga entre
Fig. 297 os condutores é de O, l mm.
TRANSFORMADOIU!S
288 ALFONSO MARTICNONI
A disdncia entre as bobinas
Tendo cada camada 39 condutores a altura da bobina é: B.T. e A.T., conforme parágrafo ~ - - - --"'="--- -- - --l
76 é: 197
b = (39 + 1). (6,5 + 0,4 + 0,1) = 280 mm= 28 cm.
la= 0,6, kV = 0,6·15 = 9mm =-
Espessura da bobina: =-10 mm.
4 (1,3 + 0,4 + 0,1) + J = 8,2 mm. Entre a bobina A.T. e a B.T. está
interposto um carretel de material
isolante cuja espessura, conforme
b) Enrolamento de alta tensão parágrafo 76 é:
O enrolamento de alta tensão possui o total de 2550 espiras distri- kV (Eruaio) 34
buídas em 8 bobinas da seguinte forma: t2 = - = 3,4 mm.
10 10
6 bobinas com 310 espiras = 2040 espiras
2 bobinas com 255 espiras= 510 espiras A distância entre as bobinas
A.T. e a parede da Janela deve ser
igual à que separa as cabeças das
Total= 2550 espiras. bobinas das travessas.
As duas bobinas com 255 espiras possuem isolamento reforçado e
estão colocadas nas cabeças do enrolamento. d) Cálculo do peso do núcleo e
das perdas no fe1ro
As seis bobinas internas são enroladas em duas seções conforme fig. 299.
O núcleo possui as dimensões
. 340 indicadas na fig. 301 e seu peso é
Cada bobina possui - - =11 camadas. calculado conforme está indicado Fig. !IOO
ll2 na fig. 233.
27.4
1 cm
O diâmetro do condutor isolado é de 0,96 mm. Pr.=7,8 ·S,. · 2[ H+b. +B]
1
1
O isolamento entre as camadas tem a espessura de 0,1 mm e o isola- I

mento externo tem a espessura de 0,3 mm. 10-•= 1,s.94.2[n+s+s.1] • 1


-
=
Altura da bobina: h 1 = 32 · 0.96 + 0,4 + 2 · 0,3 31,7 mm. 10-• =67 kg.
Largura da bobina: 11 = li · 0,96 + 10 · 0,1 + 2 · 0,3 = 12,16 mm. 1
Perdas no ferro:
As duas bobinas colocadas nas cabeças do enrolamento, com 265 espi- 1
ras e isolamento reforçado devem possuir as mesmas dimeruões das W,. = w,, · P1, = 1,78 · 67 = 1
bobinas internas.
As oito bobinas são colocadas uma sobre a outra, ficando entre ela,
= 119 watts.
O valor calculado é próximo do
..o "',.,
1
1
a distância axial = (280- 8. 31,7)/7 = 3,7 mm. estipulado no início do cálculo. 8 57 4

e) Disposição dos elementos na janela e) Cálculo do peso do cobre, das '--'- ....__
perdas e do rendimento 1
A dÍ.Sp0$ição dos elementos na janela está representada na fig. 300.
Comprimento da espira média ·'-
• i
A largura da janela é de 57 mm. do enrolamento B.T., conforme 1
O enrolamento B.T. é colocado sobre um carretel de material iso- fig. 302 é: Fig. 301
lante com a espessura de 2 mm.
ALFONSO MARTlGNONl TRANSFORMADORES 291

i.., = 2.80 + 2.155 + 2 .. (7 + Reatincia de dispenão, referida ao circuito A .T., conforme puá-
+ 4,1) = 500 mm = 0,5 m. 1 Jl grafo 20:
:
'. O j
Comprimento da espira média
' ' f.J... N ,t ( a, +a, )
do enrolamento A.T.: '
i X',= 7,9 - - b-- . K d+ J . Jo-t
i.., = 2·80 + 2· 155 + 2 .. (7 + 8,2 +
+ 10 + 6,08) = 626 mm = 0,626 m. i
i 13
Peso do cobre do enrolamento
B.T .: ·-" ~--t t
00 1
.~ ..._
f = f1eqü~ncia (60 Hz).
I.. = comprimento médio da, espiras =
P,., =
8,9 . J..2 .N2 .S2 • JO-S =
t.., + i... 62,6 + 50
= 8,9.0,5. 78.16,5.10-' = 5,7 kg.
- - - - = 56,5 cm.
1 2 2
Peso do cobre do enrolamento
,
A.T .:
'' '
1 =
N, nómero das espiru da bobina A.T . = 2550
P..1 = 8,9 . l,.,.N1 .S1 • JO-S =
= 8,9.0,626.2550.0,5)5.JO-S = b = altura axial da bobina =
28 cm
= 7,5 kg. Fig. 502 d= distincia entre u bobinas B.T. e A.T. = J an
Cálculo da resistência ôhmica du bobinas a 75oC: =
a,= espessura da bobina A.T . 1,216 cm

0,0216 . 0,5 . 78
a, = espessura da bobina B.T. 0,82 cm=
P. I~• · N,. =
Bobina B.T.; r, =0,051 ohm,. K fator de correção, sendo:
16,5
ª• ª•
2d + + 2 + 1,216 + 0,82

Bobina A .T.; r 1
p .1..1 • N1 0,0216. 0,626. 2550
------- =67 ohm,.
K= 1 - ---= I
2 .... b
- -- - -=-o.97
2 . ... 28
s, 0,515
Perdas no cobre: 60. 56,5 . 2550• ( 1,216 + 0,82)
x·. =7,9 - -- -- - . o,97 1+ - - - - 10·• =
=(67. 1,251 + 0,051 . 41,72) = 105 + 89 = 194 watu.
W,. = (r111• + r 2122) 28 5
= 62.5 .o,97. J,678 = 102 ohms.
Perdas totais= W,, + w.. = 119 + 194 =515 watu.
Rendimento: Valor da terulo de Curt<><:ircuito ou de impedincia:

w, 10000
= y ( R'JI + (X',)I = y 121,52 + 1021 = 158,5 ohms.
I' =-------
W, + (W,. + W..)
=-----
10000+515
0,97 l',

v.. = z·,.11 = 158,5. 1,25 = 198,5 volu.


1) T,ns4o de cu,to-circuito ou trnsão de imp.d4ncia
198,5. 100
Resistência equivalente do circuito A.T.: %V,.= =-2.48
7980
R', = r 1 + r,. mt =67 + 0,051 2550 ) '= 67 + 54.5 = 121,5 ohms.
1
( 78 Este valor praticamente é igual ao indicado pela tabela da fig. 210.
1.

1
ALFONSO MARTICNONI
TRANSFORMADOR L~ 293
100 PROJETO DE TRANSFORMADOR MONOFASICO EM As dimensões do núcleo estão
óLEO, COM NúCLEO ENVOLVIDO DE LÂMINAS COMUNS indicadas na fig. 303.
E ENROLAMENTO TUBULAR SIMPLES DISTRIBUtDO
Valor máximo do fluxo:
NAS DUAS COLUNAS

Neste exercício de aplicação será projetado um transformador com h =S,.. · Bw =70 · 12 500 =
os mesmos dados característicos dos projetados nos parágrafos 96, 98 =875 · 10• maxwell
e 99 a fim de comparar os resultados com os obtidos com os outros
três tipos de construção. Distribuição da tensão entre os
bornes do circuito A.T.: Fig. 505
O transformador será calculado tomando em consideração o valor
máximo da tensão do circuito A.T., isto é, V1 = 7980 volts. O valor 5 6 1
Bomes 1-2; V1 •2 = 3290 volts
correspondente da densidade de corrente, conforme a tabela da fig. 273 é:
d= 2,43 A/mm2. Bomes 2-3; V2 .s = 350 volts ~ e65•-· 1
Bomes 3-4; V,.,= 350 volts ttOOtlQP:QRDQIO
Perdas específicas no cobre:

!r.::::,
-- -~--- l li':'::'i
Bomcs S-6; v... = 350 volts
w,. = 2,43 · d'=· 2,H · 2.H' = 11,1 W / kg. Bomes 6-7; v,.1 =3640 volts -- --T -- ,1,
Para a construção do núcleo emprega-se chapa Armco, bitola 29, n.0
isto é, com espessura de 0,356 mm, tipo M 14 que, conforme a tabela To tal = 7980 volts. Fig. 504
da fig. 24, apresenta, para f = 60 Hz e B,. = 10 000 gauss, a perda espe- Disu-ibuiçilo das espiras mtre os bomes do circuito A.T.:
cífica w,. 10 = 1,14 w/ kg. Com o valor B,. = 12 500 gauss, a perda espe-
cifica no ferro é: Número das espiras:

w,, = w,••• ( - -
B.,
10 000
)2 = 1,14
( 12500)
--
_10 000
t
-= 1,78 W / kg.
V. IOI
N, = - - - -
7980 . 1()1
=- 5430 espiras
4,44. 1.~.. 4,44.60 . 875. IOI
A perda no cobre, fornecida pela tabela da fig. 210 é w.. 225 watts. = 3430
A perda no ferro obtém-se, conforme parágrafo 96, corrigindo o valor Espiras por volt =- - = 0,43
fornecido pela tabela da fig. 210, isto é, Wr. = 70. 1,2 = 84 watts. O 7980
=
valor "C", conforme parágrafo 96 é' C 55. A seção do núcleo é calcula-
da conforme parágrafo 80. =
Bomes 1-2; N 1 .1 0,43 . 3290 = 1415 espiras.
Bomes 6-7; Ne-r = 0,45. 5640 = 1565 espiras.
/ w,. 14,4 Bomes intermediários N', = 0,43. 350 150 espiras. =
w,--10>
w,,
JO-- JOS
1,78
Espiras no circuito B.T.; N 2 = 0,43 . 240 104 espiras. =

V
Corrente no circuito A.T. para a tensão máxima
s,.=C =55 =-1ocm 2
w.. 225 10000
f - - d .B,. 60--2,13 · 12500 11 = = 1,25 A.
w,. 81 7980
Sendo o coeficiente de enchimento das lâminas usadas 0,87, a Da tabela da fig. 27' obtffll-se o valor da densicbde de cor-
seção geométrica do núcleo é: rente no circuito A;T ., relativa à alimentação com tensão m:ixima,
isto é, d.= 2,43 A/mm•.
70
s·,. = - - = 80,5 cm•. 1, 1,25
0,87 Seção do condutor do circuito A.T.; S1 = - - = - - = 0,515 mmt.
d,. 2,45

20 Tf'Ol"llfol tt.c.doc w
AllONSO MAJlTICNONI
TJlANSFOlllADOJlES
Usa-se o condutor n.0 20 (AWG) cuja seção é de 0,515 mm2 e diâmetro
0,81 mm. O diâmetro do condutor isolado é 0,81 + 0,15 = 0,96 mm. Considerando as bobinas agrupadas cm séries a corrente nas mesmas /:
Q:iando o circuito A.T. lur alimentado pelos bornes correspondentes
à tensão de 6930 volts, o valor da corrente absorvida será:
w, 10 000
12= - - = - , - , - 41,7 A.
10000 v, 240
11 - = 1,45 A.
6930 A densidade de corrente no circuito B.T., conforme a tabela da
fig. 273 é: d = 2,52 A/ mm•.
1,45 Seção do condutor B.T.:
Sendo a densidade de corrente d,. = 2,82 A/mm•.
0,515 S2 = 12 / d = 41,7 / 2,52 = 16,5 mm•. 1· 5,5 1
Este valor coincide com o indicado na tabela da fig. 273. Esta ~ o é obtida pelo agrupamento cm para- LJu
Com o transformador alimentado pela ten~o máxima (7980 volts),
o número de Ampere-espiras atuando em cada coluna é:
lelo de dois condutores de (2,3 X 3,6) mm.
Cada bobina é executada numa única camada
conforme fig. 307.
DD
N 1 .11 = 3430. 1,25 = 4287.
O isolamento do condutor tem a espessura de
0,2 mm e a folga entre os condutores deve ser con- DD
O valor de "A,,", conforme parágrafo 96 é obtido dividindo por 1,65
o valor indicado na tabela da fig. 274, isto é, A•= 320/1,65 = 195.

r Altura da bobina:
siderada de 0, I mm.
Tendo a bobina 52 espiras a altura da mesma é:
li:
o
~

o
1 .--e- 4287
b = - -=22 cm.
b = (52 + 1) (3,6 + 0,4 + 0,1) = 218 mm = 21,8 cm.
...,tO
~ 11
Espessura da bobina: 2,3
195
! :
i 2(2,3 + 0,4) + 0,1 = 5,5 mm.
i-L
,
,---
Distância entre as travessas e as Fig. 507
cabeças dos enrolamentos, confor-
me parágrafo 76: b) Enrolamento A.T.
-
• O enrolamento A.T. também é constituJdo por duas partes, cada uma
11 = 1,3.t.V = 1,3 . 15 = 19,5 mm= das quais é colocada numa das colunas. Cada parte do enrolamento
Fig. 505 = -20 mm. =
possui 3430/2 1715 espiras distribuldas em 4 bobinas na seguinte
forma:

+
!
- .---,
Altura da janela, conforme fig.
305:

H = b + 2. 11 = 22 +4 = 26cm.
2 bobinas com 460 espiras
2 bobinas com 398 espiras
= 920 espiras
= 796 espiras
•• Total= 1716 espiras .
a) Enrolamento B .T. As duas bobinas de 398 espiras possu~m isolamento reforçado e estão
N colocadas nas cabeças dos enrolamentos.
O enrolamento B.T. é constituf, As duas bobinas internas são enroladas em duas seções conforme
do por duas bobinas, colocadas fig. 308.
cada uma numa coluna do trans~
formador. Cada camada tem 52 espiras (26 em cada .eção).
Cada bobina possui 104/2 = 52 espiras. A separação das duas seções é feita com diafragma de prespann com
a espe»ura de 0,4 mm.
TltANSFOlt.MADOIU!.S

AUONSO MAlt.TICNONI 85mm


460
Cada bobina põSSUi - - = 9 camadas.
52

O diàmetro do condutor isolado é de


0,96 mm. O isolamento entre uma camada e
a ou tra é feito com papel isolante com a es-
pessura de 0, I mm.
O isolamento externo é feito com cadarço e
sua espessura pode ser considerada de 0,3 mm.
Altura da bobina:
h1 = 52. 0,96 + 0,4 + 2. 0,5 =- 51 mm

Largura da bobina:

Fig. !08 11 = 9. 0,96 + 8. 0,1 + 2. 0,5 = 10 mm.


As duas bobina., colocadas nas cabeças do enrolamento, com S98 es·
piras e isolamento reforçado, devem possuir as mesmas dimensões das
bobinas internas.
As qm,tro bobinas são colocadas uma sobre a outra, ficando entre
elas o espaço livre:
h, = (220-4 · 51)/5=5,Smm.
1

3,4 3,4
c) Disposiçlo dos tlemtntos na janela
O enrolamento B.T. é colocado sobre um carretel de material iso-
lante com espessura de 2 mm.
A distància entre a bobina B.T. e a A.T., conforme parágrafo 76 é
11 = 0,6 Ir.V= 0,6 . 15 = 9 mm= - 10 mm. Seu peso é calculado por meio da fórmula indi-
li • e•.
Entre a bobina A.T. e a B.T. é interposto um carretel de material cada na fig. 255.

--
isolante cuja espessura, conforme parágrafo 76 é: · P,.= 7,8 · S,. · 2(H + B + 2b.) li>' =
= 7.8 · 70 · 2(26+8,5+2 . 7) J0-•= -55 lr.g.
Ir.V (ensaio) H
t1 = =--=3.4mm. Perdas no ferro:
10 10
W,. = w,.- P,. = 1,78-55 = 94 w.
1
8 •
A distància que separa as duas bobinas A.T. deve ser o dobro da
e) Cdlculo do peso do cobre, das perdas e do ren·
' •• '
existente entre a bobina A.T. e a B.T. da mesma coluna. A disposição
-
~

dos elementos na janela está indicada na fig. 509. dimento


O comprimento da espira média do enrolamento
d) Cdlculo do peso do núclto e das ptrdas no ferro B.T., conforme fig. 511 é: Fig. 510

O nódeo põSSUi as dimensões indicadas na fig. 510.


ALFONSO MAlt.TIGNONJ TaANSFOlUlADOllU
i..,. = 2.70 + 2.115 + 2 .. (1 + A reattncia de dispersão, referida ao circuito A.T., é calculada con-
+ 2,75) = 451 mm = 0,451 m. forme parágrafo 20, tendo em consideração que as duas sec;ões dos enrola·
1 2
O comprimento da espira média ; 2
mentos, colocadas nas duas coluna, estio conectadas em série entre si.
do enrolamento A.T. é: /
~
'
1.., = 2. 70 + 2. 115 + 2., (7 + 1
+ 5,5 + 10 + 5) = 544 mm =
=0,544 m. 1 '
1

Peso do cobre: - ,- . ·-·+:·~. ~I


.~ . 1 = freqüencia (60 Hz)
=
1,. comprimento médio d .. eipiras =
Nas duas bobinas B.T ., 7 70,nm

P,. 2 = 8,9.1, ,., . N,.S,.10- s = i 1... + i... 54,4 + 45.1


- - -- = 48,75 cm
= 8,9.0,4!1 . 104. 16,5. 10- s = i
= 6,6 kg. ~ 2 2
Nas duas bobinu A.T ., N 1 = número das espiras da bobina A.T. numa coluna =
=
Peo, 8,9. l, 01 • N1 .S1 . ((rS = =
= 5450/ 2 1715 espiras. ·
=
8,9.0,!>44.5450.0,515. 10·• = b = altura axial da bobína 22 cm. =
= 8,5 kg d= distància entre a bobina A.T. e B.T. = 1 cm.
Cálculo da resistência ôhmica das bobinas a 75oC: =
a, espessura da bobína A.T. = 1 cm.
=
a, espessura da bobina B.T. = 0,55 cm.
p .1,.,. N 2 0,0216. 0,451. 104 =
K fator de correção, sendo:
Bobína B.T .; r, = 0,059 ohms.
s. 16,5 2.d + ª• + ª• 2 + 1 + 0,55
K = 1- - 1- - 0,97
p .1,.1 . N, 0,0216. 0,544 . 5450 2 .... b 2 . ... 22
Bobina A.T.; r 1 = 78 ohm.s
s, 0.515 60. 48,75. 1715' 1 + 0,55

Perdaa no cobre:
x·.= 2. 7,9 o,97 ) 10-1 =
22 5
w.. = r,11• + r,1,• =78 · 1,25' + 0,059 · 41,72 =122 + 105 = 225 watto. = 61,7. 0,97 · 1,52 = 91 ohml

Perdaa totais = w,. + W,. = 94 + 225 = 519wau.s. Valor da impedância de curto-circuito:

w. 10000 1:, = V (R',) 2 + (X'.) 2 = y' 142,52 + 91' = 169 ohms


Rendimento: ,. = - - - - -- - =0,97 .
W, +(!,V,.+ W...) 10000 + 519 Tenslo de curto-circuito ou de impedância:

f) Tensão tk curto-circuito ou tensão dt imped4ncio


V., =z·•.1 = 169 . 1,25 = 211 volts
1

211. 100
Resiat!ncia equivalente do circuito A.T.: '1foV.,= - - - 2,65
7980
5450 ) 1
R·. = r, + r, · m• = 78 + 0,059 ( ~ = 78 + 64,5 = 142,5 olum Este valor é levemente superior ao indicado pela tabela da fig. 210.
Desejando que o transformador apreiente o valor da tensão de curto-
AUONSO MARTIC,NONI

circuito % V,.= 2,5 é preciso recalculá-lo com a bobina levemente mais


alta ou com menor número de espiras. fNDICE ALFABt T ICO E REMISSIVO
Pode.se, por exemplo, aumentar a área do núcleo de aproximada-
mente 5% e diminuir o número das espiras na mesma proporção.
A Autotransformadores trifjâcoe, Comidcn-
çõa e dado, para o projeto de - 157
A.grupamento de t.n.nlformadora cm pa· Autotrandc,nnadores lrifuicos, Eumplos
101) COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DOS PROJETOS ralei<> - 128 de álrulo J e - IS&
Agrupamento em panlelo de bobina, de
A fim d e evidenciar a diferença dos resultados obtidos nos projetos baixa ,mslo - 19
B
executados nos padgrafos 96, 98, 99 e 100, os valores caracterlsticos dos Agrupamento cm llbic de bobina, de
mesmos foram transcritos na tabela da fig. 312. Os valores contidos nesta bahc.a terulo - 19 Bana:>1 triíúicot cm transformad.orca mo·
Agrupamento cm série entre bobinas de nolisiCOI de diatribuiçlo - 26S
tabela indicam que, sob todos os aspectos, o transformador com núcleo B.T. - 19 Bobina de realinda, Jmped.Ancla de uma
espiral, de estrutura cristalina orientada com enrolamento tubular duplo Agrupamwto ntrcla-atrc-la oom f.e.m. de - 95
l o mai~ conveniente. mamó 11entido. - 125 Bobina de realinda, llegulagem da - 9$

p~ F
Agrupamfflto estrcla-n,trt:la com ou tem 8obina dupla para enrolamenlOI de alta
fio neu,.ro em Lnnsformaôorca trifúl· tendo - 21
COI - · 105 Bobinas altemadas ou de dito0, Enrola·
w.. w, Agrupamento estrela· trilngulo cm tranl"
w,. P,. mento com - 17
TIPO
- 1
w
- 1
J.t.
1
kg
1
kg % Vtt (ormadorcs monofâ$iroe - 108, 127
Agrupamento esc:rela-zigueuguc - 109
Agrupamento 1rilngulo-cstrtla com ou
,an fio neu1ro em tn.nlformadom tri·
Bobinas de choque - 91
Bobinas de reatincia, U.lcuto das - 9)
Bobina, de reatància, Exemplos de dlculo
das - 9S
Monofásico, 10 kVA, lisie<>< - 107. 127 Bobin.u cm pequeno, uansformadom
núcleo espiral com Jà. Agrupamcnw trilngulo-trilngulo - 108, monoHsico. - 74
minas de aistais orien- 7' 211 )!84 0,97 43 14,12 2,32 126 &ornes oorrespondC"ntcs cm transforma-
Agrupamentot de drruitot m~liCOI - 8 dores em paralelo, Dctcrminaç:lo pri-
tados, enrolamento tu· Agua refrigcnnte, Tempmatun m:tixim* lica doo - ISO. 131
bular duplo da - 185 Bornes de um transformador, Numera.fio
Ajusce ~ tendo de um transformador - doo - 122
M onofásico, 10 ltVA, 188 Boma cm transformadores em panteio~
1 Aplicaç6el do 1ransform.ador com rorrmte Esquema de ligaçlo d01 - 128
núcleo envolvente, com coostante - l .f4
làminas de Fe.Si 00- 94,5 221 315,5 0,97 53 14,83 2.H Aqueczimeoto da bobina cm transforma·
muns, enrolamento tu· dor resfriado a ar - m e
bular duplo Aquecimento do nócleo em tnndonnado-
Cikulo da eorrcntc a vazio - 52
ree reúrudo. a ar - 228 Ctlc:ulo da ruitnciJI de dbpenlo - S8
Ar a.mbiente, Tempentun mhlma do - C4ku1o de um autotransformador, Consi·
Monofásico, 10 kVA, 182 dera~ • dadoo pan - 149
núcleo envolvente, com Alcarct Tnn.aformadora cm Uquido - C'.apacidadc de intenupçlo da chave pro·
làminas de Fe-Si 00- 13,00 192 tetora - 157
119 194 67 2,48 APOCiação de tramform.clora cm pan, Caractcri1lica1 que devem ter ot líquidos
muns, enrolamento tu- leio - 128
bular simples
3I J i,olanccs - 19S
AudiofreqO!ncia. Tranolormadores d< C.arga reduzida, Transformador a - 8
• acoplamento de - 100 Chapas pan transformadores Acesit.a
Autotnnafonnador com •uiu en.t.n.da, - 28
Monofásico, 10 kVA, 167, 169 Chapas para 1raru.fonnadores Annco - 29
núcleo envolvido, com Autotn.nslormador dlvitor de tendo - Cha\'e de prot~o. Poder de ruptura d:a
lâminas de Fe.Si 00- H9 - IS6
muns, enrolamento tu- 94 225 319 0,97 53 15,J 2,65 Automnsformador. Pottnda trandorma, Circuito et:1ulvalente do transformador
da de um - 149 com (Orttnle constante - 145
bular simples nas duas Autotransformador trifásico - 122, 148 Circuito prim.irio equivalente - 49
colunas Autotnnsformadorcs mooofúico. - 145 Circuito 1ea1ndário equivalente - .f6
Autotransformadons monofui.<:ol. Excm- Claue de itolante - 182
pl~ de cUculo ck - 155 Cla11e de tens.lo de isola.menco, - 180
Fig. S12 '
ALFONSO MAllTIGNONI TRANSFORMADORES

Enrolamen1os com bobinas ,obrcpostaJ - Exem.ptoe· de dlculo dos transformadores


Coeficiente de aduçlo - 2'Z8, 2:55 Det1oamcnto angular de um 1.ran,toma~
19 de acoplamento ·- 101
Coe6dcntc de enchimento - 16, 221 dor - 125
E.o.rolamentos conci n lricos ou tubula.rt:s Exemplos de ailculo de transformadores
ComprlmttHO ,do cntrefrno da bobina de Diagrama ck RAPP para a dct<rn.i.inaçJo
da queda dt tmtlo industrial - 61 - 10 monolisicoe - 84
muincla - 94, 101 Enrolamentos de A.T.• Construção dos -
Condjç6et para a ligação de tnnslorma· Diagrama vetorial de um transformadOT
21
dom em paral<IO - 1!10, 151 ideal a vazio - 4 · F
Entolamcntos de baixa tensão, Consuu-
O:.mdutor'CS empregados em tnndorma· Diagrama vetorial de um tnnalormador
çlo dos - 18 Fator de cnc:himento de u1n uansforma-
dona - 75, 205 ideal com carga - 6 Enrolamentos de duas camadas - 18
Co...rvad0< de Uquido - 198 Diagrama vttori.âl do circuito primúio dor - 16, 221
Enrolamentos, lndutãnda de ditperslo Fator de pot~ncia a vazio do transforma·
Comúcuiçfo d.. noldeos doo traotfonna- cquivalmtc - 50 dos - '7
dores - 12 Dlagnma vetorial <to circuito tttund1rio dor triftaico - 56, 4$
Enrolamentos. R.catincia de dispenão nos Fator de pot!nd.a a 'f'azio no transforma·
Cons.tru~ de nócleos com jnntat frontait equivalente - 49 - 58
ou encaiu.dat - IS Diagrama vetorial do tranlformador com dor mono(tlioo - 54, 45
Enrolamencos. Resi.stfflcias Ohmicas dos Fator de polfflcia de curto-circuito - SS
C o n ~ doo cnrolamenlDI de A.T. - corrente constante - 145 - 57
·21 Dltgnmu ,-etoriait do transformador a fator de pot~n(ia do tfansfonnador com
Ensaios de rotina pa.ra 1nn1formadores - corrente comtante - 144
Conatruçlo dol cnrolamentol de baixa ,•ario e com ca~ - 40 185
tendo - 18 Dbpenio magnéuC'a em tnnsformadottS F.e.m. prlmiria de c;urto·circuito - 52
Ensaie)$ de cmsão, Finalidade dos - 188
Con-eçlo da riclda dldttrlca com a altl· com corrente oon.:stantc - 142 Ensai0$ de lipo para traniformadorcs -
F.e.m. prlmtrla e 1CCund!ria - 5
cude - 201 Diapmíçlo das bobina, dos tnm.formadü- F.e.m. sttundtria de curto-circuito 51
186 fluxo de curto-circuito - 51
Conente atJva - SI rcs de pequena polfflcla - 75 Ensaios d iclé1ricos - 186, 187
Corrente atlwa. akulo da - 32 DUposhh·o de romando ntagné1ico para fluxo no nócleo, Valor do - 4
Enlí.tda trifásica e saída monoftsiai, f orma da corrente a vatio ou de: excita·
Corrente a YUlo, Ctlculo da - S2 regulador de 1cnalo automitica - 170 Transformador com - 117
Corraue a ndo ou de excitaçlo - SI. Oi.apositivo de comando tér,nico pan rc· ção - 51
Entrc:(crro da bobina de re.a tAnda, Fórru ula de STEINMETZ - 25
184 guiador <lc tendo automitic:o - 169 Cákulo aproximado do - 94, 101
Cofftnte con,tante. Tranlformador com Dhpoàth'O pan neutro artificial cm ina- Fórru u1as práticas para a tensão induurial
Escolha do núcleo para t ransformadores - 65
- 140 calaçllel de crb fioo - 161 p<qUC110S - 81
Col'fflltc magnetizante - 51 Divido d.a carga entre tran.sformador-es FreqOénôa nominal, Traru.farmadores
Escolha d os bome.s para a ligaçfo em pa· operando com fttqüe-nda diferente da
Conmte map<tiunte, Cil<ulo da - 5S em paralelo - 152 raleio d e transt'onoadora monofásitot
Corrente prim4ria - 2 DMIOr de -tendo - 149 - 199
- 130
Corn:nte priadria de raçlo - 7 Frttiüências indicada, para diYttSOS tri.OS·
Escolha dos bom~ para a ligação em pa·
Corrente «amdiria - 2 formadores d e aooplamento - 100
E raJelo de tnnsformadores trlfjsi.00$ -
Corrente total a vazio - 54 Freqülnciu nominais recomendada, - 184
131
Conente a vuio nos tnmformMlora td· Efeito pelicular na perda de poltnáa no funcionamento a vazio do transformador
Espiras de um transformador monofárlco
lialCOI - _35 I cobre - 68 pequeno, N\\me.ro das - 81 - 5, 51, 41
Ccn-rentet iftlt'DIU, Enrolamentos a:J". Ele"V•çlo mú.ima permi•fvet da tempera· Funcionamento com carga do trandor..
Esquema de cAkulo de ,autotraruforma- m ador - 5, 45
para - 20 tura dos clcmmtoa - 185 dor~s monofj$iCOS - 152
Conmtet paruicu, Perda no !mo por Enrolamento A.T. pua transforma.dom funcionamento perfeito de tr.tnsformado·
Esquemas u sados em transformadores ni-
de grande poc&lcia - 204 rcs em pandeio - 128, 1!2
- 24 láslros - 129
Conffltet prlnáriu e ,ecundúiu cm Enrolamento B.T. pa.ra tn.rulormadora Estabilizador Ccneral Eltctric - 177
· tn.mformadoret tnonofúieot peqo~. de grande pot~ncla - 205 Es.t:ibilitador Sola - 177 H
Cilclllo da, - 78, 125 Enrolamento dt- alta tmaio - 2 E$1abilitadores autom.iticos de tens.Ao
Curto-drcul&o aádmtal - 1'6 En.rolame:nto de bai>ca tendo - 2 175 Histerese magnétic.a, Perdas no fe,-ro por
Curto-circuito do transformador, Propric· Enrolamento de discot. Realinda de dit· F.xcmplo de álculo de tran,tformadorcs - 25
dadel relati'f'U ao funcionamento cm - penlo em - 59 trifási(os com refrigeração natural -
55 Enrolamento prim4rio - 2 IH 1
Cu.no-clrcuho, Tnndormador monofmklo Enrolamento sec:uncliri.o - 2 Exemplo de c:álculo do traMformador c.oin
em - 51 Enrolammto tubular duplo e nócleo en· entrada trHAsic;:a e saída monofásica - ln1pc:dãncia de uma bobina de rtatioci;a
C urto-circuito. Tnmfmmadoret trifMICOI volvente, transformador com - 2'1$, 276 118 - 95
em - se Enrolamento tubular duplo, Rcattnda dt: F.xemp)os de oUcnlo de autotransforma. l1npedància equivalente, DctcrminaçJo
dlapenlo em - 59 dores monofá!ticOs - 155 c-xperimcntal d a - 54
Enrolamento tubular, Reallncia de dú· E,cr,nplos d e ollc:ufo de autotransforma· JinpedAnda equivalt:nte primtria - 5 1
D c1úre~ trifá~oos - 158 Impedància eciuival'ente secundária - 48
pcrllo cm - 58
Dadoa D«<IÁrioo ao c1lculo de um cnn,.. Enrolamento tubular simples r ,iúcleo tn· Exen1plos de dlculo de bobinas· de rea- ImpedAncia de oompensaçlo em transfor·
volvente - 275, 2" · 1õnria - 95 mact:,rcs cm paralelo - 1!5
formadO< - 77 Exemplos de c~lculo de dispositivo para Impcdãnda primjria transferida ao s.e•
Ddin:lçllel IObtt cranafonn.adoffl - 1711 [nrolammto, B.T. para· co~tcs intC'OW
neutro artifidal - 161 cundário - 47
Densidade de corrente em tnnsformad.M - 20
Enrolamentos com bobina. altemada, ou Exemplos d e cálculo d os reguladores de lnduç!lo em cransrormador de grande
de grande po<tnci•. l:>colha da - 217 tensão - 171 pottncia, [5COlha da - 217
Deri"açiõca de um 1nnsformador - 188 de d ioro - 17
ALFONS0 MARTIGNONl S05
1 RANSFORMAOORIS
lndutància de dispen.lo dos cnroJament0$ Núcleo envolvente e enrolanlento rubu·
Poder de r uptura da cha,·e de proteçlo - Relação de (ue entre as te n5ÕCI primárias
- 37. 112 1..1.r simples - 275, 283
Núcleo envolvido e: enrolamento tubular 136 e secundária, - 123
Isolamentos U5ados cm transformadores - Relação entre as correntes prím!rias e IC·
,implc, - 275, 292 Polaridade aditiva - 124
n. 203 Núcll!O para tran..sformadorcs monofjaicos Polaridade: dos transformadores monofá· cundári"a.s de um tr.uWormador mo-
Isolante, Classe de - 182 nofásico - 12!
pequenos. Escolha do - 81 sicos - 12,
NúdC"()(\ de tnni;formadottS, Constituição Polaridade dos transformadoro trifásicos Rela(ão entre 05 p~ de cobre de um
J - 125 autotnnsformador e de um transforma·
d0$ - 12
Núcleos de transformadores trifii;icos Polaridade subtrativa - 121 dor normal - 146
Janela de tnn,.formadoro mooof!sícos, Pooibilidadc de execução do tra.nsíorma- Rendimento do tnnúormador - 22, 69,
Oimen!16c-.s da - 75 10
Nócleos envol"enteli - 12, 265 dor m onof.ásjco pequeno - 85 2U5
Janela d«" um transformador de grande Poténda a \latio do transformador - 4! RC$!rian1ento a ar - 25. 196, 205, 227
potência, De1erminação da& dimensl>cs N(lcloos envolvidos - 12, 265
Núcl~ opir.tl - 26~ Po1t:ncia nominal de um tran.sformador Rc.sfriamenco a ar cont ven1ilação forçada
da - 220 - 180 - 250
Janela para transforrnadores trifásicos, Numer.l\~O dos borncs de um transfor•
Potr'nda non1inal por melo de ve n1ila- Re.shiamento com óleo com veruilação
.4.rca da - 112 mador - 12'2:
Nútnero de derivações de um transforma • \ãO forç.ada, Aumento da - 197 n,1unl - 23. 231
Juntas encaixadas, Nóclto com - 14 Resfriamento com óleo e sc:rpcutina de
dor - 188 P0tt ncia. Perda de - 24
Juntali frontab, Núdros com - 13 Potência transformada de um autotran,. água intcma - 23, 285
Nti1nero de espiras do transformador mo·
formador - 119 Resfriamento c:orn óleo e vcntilaçJ.o for •
nofâsico pequeno - 8'.l
K Pottncias nomin:ais padronizadas - 180 çada - 23, 231
Prindpio de (undon;unento do t:ransfor- Resfriamento dos trans.formadom - 22
KAl'P, Diagrama etc - 61 o 1nador - 3
Rcsist~ncia equivalente, Determinação cx-
pcrimen1al da - S4
Oleo mineral, T1:1ndonnadorN em - 22. Projeto de autotransformadorcs trifá.s:iCO!I, Rcsis1tnc ia cquh·a.lente secund.ãria - 48
L 192, 197, 251 Considerações e dadoe para o - 157 Resisttncia pri~ria equivalente - 50
Proje-to de 1ransformadores d e pe<1ucna Resistências 6hmicas dos enrolamentos -
Laminas compridas - 77 poti·nda - 75
Uminas de um transformador nifás.ioo de r J'roje10 de um autotransformador, Consi-
37
pequena pottncia - 112 Rigidez d ielétrica do ar, Fator de coffe,
Perda a ,·~11io do transfonuador - 33 derações e dados para o - 149 ção para a - 201
Uminai padronizadas - 74 Propriedades dos liq uidos isolantes - 193
Perdas csp«fíicas totais no ferro - 26
Uminas padronizadas, Pl-,;o do nócloo em
Perdas no cobre - 13. 53, 67
- 76 Perdas 110 cobr e e no ferro de transfor• s
U,njnas padroníiadas, SC\"áO da janela - Q
madores de grande potência - 205 Seção de cobre enrolado em um transfor.
75 Perdas no ferro - 24 Quantidade de calor dissipada cm um mador mono(ásico peq1.1eno, Cô\lculo c!.a
Ligaç,l o dos bom('.$ e1n iransformadores Perdas no fe:rro e.m um trans-fonnador de transformador - 2'l. 196, 227 - 83
monofâ$ioos em paralelo - 130
grande potência - 225 Queda de ten~o industrial - 00. 63, 217 ~ o do nóclco de um trandormador de
Ligaçio dos bomei; em transformadorts Perd!l.S no ferro e no cobre de um trans- C,lucda ôh,nica primária e s«undãria - grande pot{:ncia - 218
trif~sic95 en, paralelo - 131 formador trifitico de pequena potên-
Limite de u tiliia~o de um autotri\1t,;f<n'• 31 Seção dos condutores cm transformadores
cia - JI! monofâsieo& p«(UCnOS da - 78
mador - 147 Perdas no ferro por corre:ntes parasitas Seçâo geo,ntuica do ntldco, C:Ueulo da
LíquidO,J isolantes, Propriedade, dos - R
- 24 - 78
193 Perdas no ferro por histerese magn~cica Seção magnética de um cransformador de
Líquidos isolante!! usados em 1rans(onna- Reatãncia de dispersão, C.ãlcu lo da - f;8
- 25 Rcatãncia de dispersão em enrolamcntOtl dois prim.\ri06 e dois secundários - 81
<1orcs - 192 Peso do cobre de u n1 :r.t1to<ran.sformador, Seção magnf!ti<:a de um transformador de:
tc:onomia no - 141 - 38
Rea1ãncia cqul\·alente secundária - 48 dois prhn:ãrios e um seeund:ãrlo - 81
N Peso do robre de u m trnnsformador tri· Seção magnética de um transformador de
Reatincia prin1ària equivalente - 51
fásic.-o de pequena potência - 113 um primd.rio e um secundArio - 80
Neutro artifidal <'Ul instala<ões con, tttS Pt:so do cobre e rn transformadores de R egime de funcionamento eil\ paralelo (!e
1ransformadoreJ de caracteTfsticat difc· Seção magnética d o ntlcl~. C.tlculo da -
fios. Dis~ití"o para - 161 grande potêncía - 2 18, 225 79
Normas para a constru(,;o de transforma- Peso do cobre e m t ra n.sfonnadorei mono· ren1c.s - 185
Regime de.sequilibrado, "l·nnslormadÔre5 Sistema fechado, Transformadores com
<lorC$ - 179 f:'i.sicos pequerl0$ - 83 transformaçAo trihcxafi.s:ica com - 159
Núdro cOrn j un tas encaixadas - 1 J 1'<!$0 do ferro de urn transformador tri · trifásícos em - 105
Regulador de tensão com comando auto- STEIN~tEíZ, t·órmula de - 2.S
Núcleo com junr:a.s fron1ai$ - J 8 í:\sico de p«iuena pott'ncia - 113
Núcleo dos 1randormadorcs cte ac:opl:a· Pci;o do (erro t1n 1ransformador d e gran · mático - 169
,nento - 100 de potência - 219. 225 Regulador de tcnsS.o c::nm comando , ma·
NUcleo dos transforrnadores 1nono(:\sicos l'e.so do fcrró c1n transfonnactores n1ono- nua) - 167
Rtguladorc:s de tensão, i:xeinpl015 de Tanque do transformador, Fornta do -
pcquenM - 74 f:hiroi; pc.' t}Uelló!I - 83 193
NUdco c11,,olvc-nte e enrol.-mcnto tubular l'laca de iden1ifica~ã'o do 1ransEonnador cá.lculo dos - 171
Regulagem da bobina de reatlnda - 9S Te1nperatura m.txima da ,gua, llefrige•
duplo, Transfc rn1a(IC1r <.'Olll - Zi5, 276 - IA4 rante - 183
Re:g,1lagcm da tcnsã'.o - 188, 190. J91
ALFONSO ~IARTICNONI TRANSFOllMADOllES

'Temperatura 1n~si1na d o 3r ambiente T ransformador para cstaç5o - 179 1 ·ransformadort!S rcdu tOf"cs para reda de Tnn.sf.;.rm.adores irlf.uicos. Polaridade
182 11·rani:formador para exterior - J 79 d istribuição - 106, 109 dos - 125
T en~ o c.le curto-circuito - 51, 18~ Transfonnador para interior - 179 T ransformadores. R endimento dm - 22.
lêruão d e i.solamcn10, Classes d e - 180 Transfotn,ador para pbtafo n na - 179 69 u
Ten~o do 1r.1rnformador, Dispositivo de í ran.sfonu ador p:i ra J><>Ste - 179 Transforrnadorn rufl'iaclot a ó lro - 192,
aju$lC da - 188, 190 T nnsformador s«o - 2,. 179 197, 205 0 .,. do transformador de ooncnte cons•
T ensão industrial. t-~ôrmulas pr.hie~s p::na Transfom1ad or subtenáneo - 179 Tian sfonnaclores, Red'ria.mcnto dos - 22 tante - 1-44
a - 6! Tra.nsfon nador tf'i Cásico d e pe<]ue.na po· Transforrnador trifjsico, Prindpio de
Ten~ão i ndulll ri:il, Queda de - GO, 63, 217 t~ncia, Cálculo cio n ún1c:r1> d e esp iras oonnru~ao d o _,. 8 V
'Tt."n sio m.:ixin1a nos bornes do transfor- de tini - 112 Traniforrnadorcs trifásicos, Correnta: a
mador com corrente constante - 14S Traruíormador td f:isü.o d e pequena po. v:uio nos - 55 Valor do fluxo n o núclm - f
Tensão primária - 2 · t~cia, Peso de ferr o d o - 113 Transformadortt tr if.\sicos de ~ucna Valor i:ficaz da f.e.m. - 4
Tensão sccund:iria - 2 Tra1uíor,nador trifásico de pequena JX>• potfficia com retrigeraçlo n.a1uraJ, C.on, Variaçlo da carga do tnns.formador - 7
Tensões de linha normaliiad/ls - 181 tblcia. Peso d o cobre d o - J 13 aider.i~ p,1ra o projeto - 111 Ventilação forçada, Aumento d a pot!nda
Jcns&s: primárias e s.ccundá1ias, Relação Transformador es com refrigeração natu • ·rrarutor m,1dorCJ trifásicos de pequena po- n 0minal por m eio da - 197
de fase entre as - 12-' r al, Exemplo de cálculo dos - 114 tl:ncia. De1erminação das lilminas d m - Ve-ntilaç.ão forçada, Transformadores res-
i r2nsfonnação do transformador - 2, 46 'fransforn,adores de aropla,net\lo, Cálculo 112 . hi ados a ar con1 - 230
lransforrnaç.lo trihcxafob ica com t ittema dos - 99 ''rransformaclores trifásicos em curto-cn- Ventilação forçad a, Transformadorn r t"S·
fechado, Tr.i:ndorm.adorcs com - 1,9 Tran\fonnadoreii d e acoplamento de c-.uito - 56 friados a. ó le-o com - 235
T ransformador a ca_rga redu zida e a au<.li1Jfrcq Ot"nda. - 100 ·tr;.1nsforn1adores trifásicos e,n parale lo, Vcnc.ila.ção natural, 1·ransfonnadorca cm
p lena carga - 8 Tf'.U\:,((Jnna,lt•res de ac.op l:unento , Ex.cm· Condições para a ligação de - 1., 1 ó leo C()rn - 231
T rans{onnad i:r ll \.·a zh1 e con1 carg.l, Di<l· plo de cálculo de - 101 í ra.nsformadores trirásicos em rc::gtntc dc- Ventilação natural, í ran.sfonnadotts res,
gr-amas vctoria.4 do - 40 Transíortnad :>rcs de a(Opl.:im('1'lt0, frc· s«i,uilibrado - 10~ friados a ar com - 227
T rans(ormador, Cin:uito equiv:1len1e do q Uê.ncias indicadas para - 100 1 ·randorm.a dorcs trif;hícos, &<1uemas usa- Viabilidade de exccu~o de um tra.nifor -
- 46 T ransformadorc:s de aoopJa,uento. Núme- dos em - 129 • mador mono(ásico pequeno - 83
-Y'ran sformadot com corrente ronstan1e - ro dos - 100
H-0 T rànsíormadores ele acop lamento . Valore:s
T ransrotmad or com corrc-nte con st:1nte, nt;(:(!ss.írios ao projeto d e - 100
Aplicações do - 144 T ráns(ormadores de aJta tensão - 107
Transformador com doias prituá.rios e uni Tranúormadore.s de dCltribuiç~o com nt, .
secundário, Seção magnétic.-a de um - cleo con ..·enciona.l - 275
81 T ransfo rrnadores d e d i.stribuição COln nl1·
Tn.nsfonnador con1 entr.i.da trifásica e deo en,·olvcntc - 265
saída m onofá.ska., Exemplo d e cálculo l ransfnrmad ores de di~tribuiçlo co m n (1 .
do - 118 clco e n, •o lvido - 265
'Transrorrnad or de dois primários e dois Trans(ormatfores de distribuiç.1o com nú-
sec;und.trios, 5c\.to magné1ica de u ni - cleo esp iral - 265
81 1·ran.!ifOr1nadores de grande potência, Pro-
T ransformador de um primário e tim se. je10 d e - 20S
c:undârio, Seção magnética de um - 80 ·rrandorn1adorcs de mesma potCnda t:nt
T r ansformador de vapor de mercú rio - paralelC> - 132
139 Transformadores de poténda d i\'tna t'nt
''transformador em lifJuido isolante - 179 paralelo - 132
T raruformador, funcionamento a vazio - Transfor1nadores elevadores de usinas
!, !I geradoras - 107
Transformador, Fun<'ionamen to com carg·:i
Transrorn,adorcs cm paralelo - 128
Trans(orrnadorcs em paralelo com carac:·
do - 5
Transformador ideal - 3 terfslicas difc:rc:ntC$. Determinação d o
regime de funcionamento dos - 133
T ransformador 1nono{:bic.o de ptquena ~rran~fonnadort".S em p aralelo coro dife.
potência, D~dos de projeto para - 73 ren te irnped~ncta in terna - 135
·rransformador monof:l.sko c m curto·cit· Transformadores ern paralelo com diíc •
cuiro - 51 rente relaç~o ele espins - 1!3
Tra.ndormador mono{.isic;o, Pr incipio de Trans-fonnadores mono í:b:i00$ de distrib u i·
rundonan1ento do - 3 ~ão - 26,
T r.lnsformador operando à mais de 1nil T ransformadores monof:\.si~ em paralelo,
ntetros - 200 Cond i~-s p ara a ligação de - 130
Trans.for,nador ôpcran<lo com frcqOtncfa. Jransformadores 1nonofáslc:os, Pola{:idade
diferente d a n ominal - 199 de - 12)

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