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Os eletrões quase não contribuem para a massa total do átomo uma vez que a
m eletrões <<< m núcleo (protões ou neutrões)
Átomo é eletricamente neutro => nº protões = nº eletrões e carga protão = - carga eletrão
A
X
Z
X - Símbolo do elemento; A - Número de massa; Z - Número atómico
Newton mostrou que a luz solar (luz branca) tem várias componentes de cores
diferentes. Quando atravessa certos meios transparentes (por exemplo, um prisma de vidro), a
luz branca decompõe-se numa sequência de radiações com cores diferentes - as cores do arco-
íris => A luz branca não é uma luz pura, é uma luz policromática que se decompõe em
luzes monocromáticas.
Espetro da luz visível – conjunto formado pela sucessão contínua das várias radiações
coloridas.
A luz também pode ser detetada em quantidades discretas (bem definidas) pelo que as
radiações eletromagnéticas podem igualmente ser descritas como sendo formadas por fotões.
são os corpúsculos da luz: a cada fotão corresponde um mínimo de energia ⇙
que pode ser emitida ou absorvida e que é diferente consoante a frequência da radiação.
Espetro eletromagnético
Definem-se sete regiões principais do espetro eletromagnético. Considerando a energia
por cada fotão, estas regiões podem ordenar-se por energia crescente de acordo com a sequência
crescente de frequência: ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho (IV), visível, ultravioleta
(UV), radiação (raios) X e radiação gama (γ).
Espetro de emissão: resulta da decomposição da luz emitida por um corpo (por exemplo, corpos
incandescentes).
o Contínuo: contém uma gama ininterrupta de radiações ou cores, como sucede, por
exemplo, no espetro de emissão do filamento aquecido de uma lâmpada. Para cada
fonte luminosa, as diferentes cores são, em geral, emitidas com intensidades diferentes.
Espetro de absorção: espetro obtido depois de a luz emitida por uma fonte atravessar uma
substância. Este espetro contém apenas as radiações da luz incidente que não foram absorvidas
na substância. Corresponde à subtração de bandas ou riscas do espetro da luz incidente na
substância.
RISCAS NEGRAS, FUNDO COLORIDO
O modelo atómico de Bohr
O estudo dos espetros descontínuos dos átomos conduziu ao conhecimento das energias
dos eletrões nos átomos. O hidrogénio, o elemento químico mais simples e abundante no
Universo, existente em grande quantidade nas estrelas, origina um espetro de riscas, bem
definidas.
Este espetro foi interpretado pela primeira vez por Niels Bohr em 1913. No seu modelo,
as riscas do espetro do átomo de hidrogénio resultam das variações de energia do eletrão no
átomo.
Como as riscas são bem determinadas, aquelas variações de energia também o são, e,
em consequência, a energia do eletrão no átomo só pode ter certos valores - a energia do eletrão
está quantizada.
Transições eletrónicas
O espetro de absorção resulta da absorção de radiação pelo eletrão no átomo de
hidrogénio:
- O eletrão transita de um estado de menor energia para um de maior energia (excitação)
por absorção de um fotão.
O espetro de emissão resulta do processo oposto:
- O eletrão transita de um estado de menor energia para um de maior energia
(desexcitação) com emissão de um fotão.
O eletrão no átomo apenas pode apresentar certos valores de energia que correspondem
a patamares energéticos - níveis de energia, n.
Estado de menor energia – estado fundamental
- No átomo de hidrogénio, ocorre quando o eletrão ocupa o nível 1, n = 1
Espetros de emissão e de absorção são característicos de cada elemento químico. A partir dos
espetros de riscas de absorção é possível identificar os elementos químicos que fazem parte da
constituição das diferentes estrelas.
• a energia de cada fotão incidente deve exceder a energia mínima necessária (energia
de remoção) para a remoção desse eletrão
• se os eletrões tiverem energias diferentes, haverá tantos valores de energia de remoção
quantos os estados de energia para os eletrões
• os eletrões com maior energia de remoção são os que ocupam estados de menor
energia => + próximos do núcleo => + atração nuclear relativamente aos eletrões de valência
Níveis e subníveis
Os espetros fotoeletrónicos dos átomos polieletrónicos são uma das evidências da
existência de subníveis de energia com valores muito próximos. Estes dados permitem
estabelecer uma estrutura eletrónica por níveis e subníveis de energia.
Orbitais
Cada orbital está associada a um valor de energia do eletrão.
As orbitais dos subníveis s, p, d, f, têm formas diferentes:
o subnível s
- Apresenta simetria esférica
- Existe uma por cada nível de energia que corresponde ao subnível + baixo
o subnível p
- Apresenta dois lóbulos simétricos em relação ao núcleo atómico
- São sempre três por cada nível de energia
- cada par de lóbulos esta orientado por cada um dos eixos (x,y,z)
o subnível d
- São sempre cinco por cada nível de energia
Spin
Os eletrões possuem, além de massa (m= 9,1 x 10 -31 Kg) e carga elétrica (-1,6 x 10 -19 C),
propriedades magnéticas, ou seja, comportam-se como ímanes. Se um feixe de átomos passar
através de um campo magnético não uniforme, verifica-se que o feixe se divide em dois.
Foi o resultado destas experiências que permitiu associar aos eletrões propriedades
magnéticas.
Spin – propriedade magnética intrínseca do eletrão.
Esta propriedade está quantizada uma vez que permite apenas dois estados diferentes:
spin α e spin β
Princípio de Hund
Em orbitais com a mesma energia (orbitais p do mesmo nível) os eletrões são
distribuídos de modo que seja maximizado o número de eletrões desemparelhados.
- Nível de energia: 2
- orientação: y
- Número de eletroes de valência: 4 que se distribuem em três orbitais
Tabela Periódica
Evolução histórica da Tabela Periódica
Antes de se conhecer a existência dos eletrões e dos protões, os químicos criaram a
Tabela Periódica ordenando os elementos de acordo com as massas atómicas.
Newlands verificou que as propriedades dos elementos se repetiam de oito em oito: Lei
das Oitavas.
Dmitri Mendeleev e Lothar Meyer apresentaram, cada um, uma tabela dos elementos
baseada nas regularidades das propriedades das substâncias respetivas, o que permitiu prever a
existência de novos elementos.
Henry Moseley demonstrou que a carga do núcleo de um átomo é característica do
elemento químico e pode exprimir-se por um número inteiro, o número atómico. Os elementos
passaram a ser ordenados segundo os números atómicos crescentes.
Atualmente, a Tabela Periódica é constituída por 118 elementos distribuídos em 7 linhas
horizontais (períodos) e 18 colunas verticais (grupos).
Famílias:
- Metais alcalinos: grupo 1 sem hidrogénio
- Metais alcalinoterrosos: grupo 2
- Halogéneos: grupo 17
- Gases nobres: grupo 18
- Metais de transição: grupo 3-12
RAIO ATÓMICO
- Aumenta ao longo do grupo
Como há preenchimento de mais níveis de energia, os eletroes de valência, em média,
mais afastados do núcleo, pelo que o raio atómico aumenta.
- Diminui ao longo do período
Como aumenta a carga nuclear, há maior atração entre o núcleo e os eletrões, pelo que o
raio atómico diminui.
ENERGIA DE IONIZAÇÃO
↑ energia de ionização ↑ dificuldade em remover o eletrão e vice-versa
- Diminui ao longo do grupo
Como aumenta o número de níveis de energia, n, aumenta a energia dos eletroes de
valência, sendo necessária menos energia para os remover.
- Aumenta ao longo do período
Como a carga nuclear vai aumentando os eletrões ficam sujeitos a maior atração
nuclear, sendo necessária mais energia para os remover.
Como se explica que os metais tenham tendência para formar iões positivos e os não-metais iões
negativos?
Os átomos ao reagirem têm tendência a adquirir a maior estabilidade possível, ou seja, a
adquirir uma configuração eletrónica semelhante à dos átomos dos gases nobres (níveis de
energia completamente preenchidos).
Os metais apresentam, em geral, baixas energias de ionização. Assim, tendem a perder
eletrões, originando iões positivos. Os metais dos grupos 1 (metais alcalinos) e 2 (metais
alcalinoterrosos) são os que têm as menores energias de ionização, pelo que são muito reativos,
perdendo facilmente eletrões e dando origem a iões positivos muito estáveis.
Os não-metais apresentam energias de ionização maiores, sendo os elementos do grupo
18 (gases nobres) os que apresentam os valores mais elevados. Os átomos destes elementos
(exceto os do grupo 18) têm tendência para captar eletrões, transformando-se em iões negativos
estáveis.
Os átomos dos gases nobres são muito estáveis, ou seja, não formam facilmente iões
nem se ligam facilmente a outros átomos, pois têm os seus níveis eletrónicos totalmente
preenchidos. Assim, as respetivas substâncias elementares são também muito estáveis, e
monoatómicas, pelo que também só muito dificilmente reagem com outras substâncias.
A energia associada à interação entre os átomos varia com a distância entre os núcleos.
Com a aproximação,
- ↑ das atrações faz ↓ a energia
- ↑ das repulsões faz ↑ a energia
Verifica-se que:
• para grandes distâncias (átomos isolados), a interação é nula => Ep = 0
• à medida que os átomos se aproximam, as interações entre eles passam a ser
significativas, com predomínio das atrações => ↓ Ep;
• o mínimo de energia atingido corresponde à distância internuclear para a qual há um
equilíbrio entre as repulsões e as atrações. Neste caso, a molécula torna-se mais estável e essa
distância designa-se por comprimento de ligação. Considera-se, assim, que se estabeleceu uma
ligação química entre os átomos;
• se a distância internuclear continuar a diminuir, as forças repulsivas são predominantes
=> ↑Ep ↓ estabilidade da molécula.
Ligação covalente
Estas ligações ocorrem, geralmente, entre átomos de elementos não-metálicos. Este tipo
de ligação é caracterizado por uma partilha localizada de eletrões de valência entre dois átomos
e dá origem a substâncias cujas unidades estruturais são moléculas ou estruturas gigantes de
átomos.
Ligação iónica
Este tipo de ligação ocorre, em geral, entre átomos de metais e não-metais. Na ligação
iónica, a interação entre os átomos dá origem a transferência de eletrões de um átomo (elemento
metálico) para outro (elemento não-metálico), da qual resultam iões com cargas de sinal
contrário. A ligação decorre da atração elétrica entre os iões positivos e negativos formados.
Os sais são compostos iónicos, em que os iões positivos e negativos se organizam em
redes cristalinas. A ligação iónica pode considerar-se como um caso extremo de partilha de
eletrões que dá origem à cedência, ou transferência, de eletrões entre átomos.
Ligação metálica
Este tipo de ligação ocorre entre átomos de metais. Os metais possuem eletrões de
valência pouco atraídos ao núcleo (baixas energias de ionização), pelo que facilmente se
libertam da ação do seu átomo de origem, deslocando-se mais ou menos livremente entre os
cernes atómicos (núcleos e eletrões mais interiores), originando uma nuvem de carga elétrica
negativa que abrange toda a rede do cristal metálico.
Na ligação metálica há uma partilha de eletrões de valência deslocalizados por todos os
átomos. Sendo as ligações químicas de natureza essencialmente elétrica, também podem ocorrer
entre moléculas vizinhas designando-se por ligações intermoleculares. Nestas ligações não há
partilha significativa de eletrões e as moléculas envolvidas mantêm a sua identidade.
Ligação covalente
Na ligação entre dois átomos numa molécula, cada um dos átomos experimenta
alterações.
As principais alterações ocorrem com os eletrões de valência, ao nível das suas energias
e das orbitais que descrevem o comportamento desses eletrões (orbitais moleculares).
Segundo o modelo de Lewis:
• os eletrões de valência têm um papel fundamental na ligação química;
• os eletrões são partilhados entre átomos, em moléculas, de modo que cada átomo
envolvido na ligação adquira uma configuração eletrónica de gás nobre (cujos átomos são
particularmente estáveis, especialmente He e Ne).
Na estrutura de Lewis
• O símbolo químico representa o cerne do átomo.
• Os pontos (·) e cruzes (x) à volta do símbolo químico representam eletrões de
valência. • Um traço entre os símbolos representa um par de eletrões.
Regra do octeto: os átomos partilham eletrões de modo a que cada um fique com 8 eletrões de
valência com a exceção do hidrogénio que fica com dois.
Geometria molecular
A geometria molecular é o arranjo tridimensional dos átomos numa molécula. A esse
arranjo espacial corresponde um estado de energia mínima para a molécula, portanto,
estabilidade máxima. Pode-se prever a geometria de uma molécula a partir do conhecimento do
número de eletrões de valência à volta do átomo central, na sua estrutura de Lewis, usando o
modelo da repulsão dos pares eletrónicos de valência.
As repulsões entre pares eletrónicos de valência são minimizadas para que aumente a
estabilidade, o que determina a geometria da molécula.
• insaturados:
- Alcenos => se houver ligações duplas entre os átomos de carbono; têm cadeia
aberta.
“Regra”: CnH2n
Sufixo: “eno”
- cicloalcenos => se houver ligações duplas entre os átomos de carbono; têm
cadeia fechada.
Sufixo: ciclo…eno
- Alcinos => se houver ligações triplas entre os átomos de carbono; têm cadeia
aberta.
“Regra”: CnH2n-2
Sufixo: “ino”
- cicloalcinos => se houver ligações triplas entre os átomos de carbono; têm
cadeia fechada.
Sufixo: ciclo…ino
Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio
As ligações de hidrogénio são as mais intensas das interações intermoleculares, mas
menos intensas do que uma ligação covalente ou iónica.
Estas ligações ocorrem quando um átomo de hidrogénio ligado covalentemente a um
átomo de uma molécula, de um elemento com grande tendência para atrair eletrões (F, O ou N),
é atraído por um par de eletrões não-ligantes no átomo de F, O ou N de outra molécula.
As ligações de hidrogénio representam-se por linhas a tracejado
Forças de van der Waals: considerando moléculas de tamanhos semelhantes, as ligações entre
moléculas polares são as mais intensas e as de London são as mais fracas. As forças de London
estão sempre presentes, mesmo no caso das moléculas polares, coexistindo com as outras forças
de van der Waals.
• Forças de dispersão de London
Estas forças ocorrem entre moléculas apolares. Numa molécula apolar, a nuvem
eletrónica é simétrica, mas num determinado instante a nuvem eletrónica pode sofrer distorção,
resultando numa distribuição assimétrica de carga. Esta assimetria de carga instantânea (dipolo
instantâneo) induz assimetria de carga (dipolo induzido) nas moléculas vizinhas, originando
uma força elétrica atrativa entre elas.
• Ligações entre moléculas polares
Este tipo de ligação intermolecular deve-se à distribuição assimétrica de carga (dipolo
permanente) nas moléculas polares, originando forças elétricas atrativas entre elas.
• Ligações entre moléculas polares e apolares
A presença de moléculas polares pode distorcer a distribuição de carga elétrica noutras
moléculas vizinhas, mesmo nas que são apolares, induzindo uma distribuição assimétrica de
carga nas moléculas apolares. Resultam, assim, forças atrativas entre as moléculas polares e as
moléculas com polaridade induzida.
Gases e dispersões
Lei de Avogadro, volume molar e massa volúmica
De um modo geral, os gases caracterizam-se por preencherem o volume e tomarem a
forma do recipiente onde estão contidos.
Nos gases, as interações entre as partículas que os constituem são fracas, o que se traduz
num menor grau de agregação dessas partículas. Consequentemente, os gases têm densidades
muito mais baixas do que os líquidos e os sólidos.
Lei de Avogadro: nas mesmas condições de pressão e temperatura, o volume ocupado
por qualquer gás ideal – não há forças intermoleculares entre as suas partículas - (ou mistura de
gases ideias) é sempre o mesmo.
Nas mesmas condições de pressão e temperatura,
V / n = constante VA / n = VB / n
Volume molar, VM
- Unidade SI: m3/mol
- Em condições PTN (pressão = 1 atmosfera; temperatura = 0ºC), V M = 22,4 dm3/mol
Massa volúmica ou densidade de um gás, ρ
ρ = m/v ρ = M/VM
Diluição de soluções
As soluções são muitas vezes preparadas por diluição de soluções mais concentradas.
Uma solução diluída pode ser preparada medindo um pequeno volume da solução concentrada e
adicionando solvente.
O fator de diluição, f, traduz a razão entre a concentração da solução inicial e a
concentração da solução obtida por diluição:
f= C solução inicial /C solução diluída
Numa diluição, a quantidade de soluto mantém-se constante (n solução inicial = n solução diluída), a
diminuição da concentração é devida ao aumento de volume da solução, o que permite
determinar o volume a medir da solução inicial.
N solução inicial = n solução diluída
c inicial x v inicial = c diluída x v diluída
c inicial / c diluída = v diluída / v inicial = f
Reação exotérmica - quando ocorre com libertação de energia por calor (a pressão e temperatura
constantes).
Em sistema isolado, a temperatura do sistema aumentava, sinal de que a energia
cinética interna do sistema aumentava e a energia potencial interna do sistema diminuía (a
energia interna = constante; ↑ Ec interna ↓ Epotencial interna e vice-versa).
Em sistema não isolado, há libertação de energia para o exterior.
Reação endotérmica - quando ocorre com absorção de energia por calor (a pressão e
temperatura constantes).
Em sistema isolado, a temperatura do sistema diminuía, sinal de que a energia cinética
interna do sistema diminuía e a energia potencial interna do sistema aumentava (a energia
interna = constante; ↑ Epotencial interna ↓ Ec interna e vice-versa).
Em sistema não isolado, há absorção de energia do exterior.
Variação de entalpia
A variação de entalpia padrão, ΔH, de uma reação corresponde à energia transferida,
por calor, para ou do exterior, quando a reação é realizada a pressão constante (105 Pa) e a
temperatura constante (25 ºC).
ΔH = E reagentes – E produtos = calor da reação
Numa reação exotérmica, o sistema cede energia, por calor, à vizinhança, por isso
ΔH<0 (energia potencial associada às ligações entre os átomos diminui).
Entalpia dos reagentes < entalpia dos produtos
OU
Energia libertada na formação de ligações (produtos) > Energia necessária para romper
ligações (reagentes)
Numa reação endotérmica, o sistema absorve energia, por calor, da vizinhança, por isso
ΔH > 0 (a energia potencial associada às ligações entre os átomos aumenta).
Entalpia dos reagentes < entalpia dos produtos
OU
Energia necessária para romper ligações (reagentes) > Energia libertada na formação de
ligações (produtos)
Ozono estratosférico
O ozono existe na troposfera e na estratosfera. Todavia, a maior parte do ozono
encontra-se e forma-se na estratosfera, com maiores concentrações entre 20 km e 30 km de
altitude (de 1 a 10 ppm), constituindo o que se convencionou chamar de «camada de ozono».
O ozono, na estratosfera, forma-se rapidamente como resultado da dissociação do
oxigénio molecular, por ação de radiação ultravioleta, UV, em dois átomos de oxigénio
(radicais), os quais reagem de imediato com outras moléculas de oxigénio, originando ozono.
(libertação de energia)
UV
Os átomos de cloro (um dos radicais livres formados) são extremamente reativos, reagindo
rapidamente com o ozono na estratosfera.
Uma equação química é uma representação simbólica duma reação química. Para cada um dos
elementos químicos envolvidos numa reação química, tem-se que o número de átomos nos
reagentes deve ser igual ao número de átomos nos produtos da reação.
Numa equação química, os coeficientes estequiométricos são números que indicam a proporção
da quantidade de matéria em que os reagentes e os produtos intervêm na reação (são omitidos
na equação química quando são 1).
A e B – Reagentes
C e D – Produtos
a,b,c,d – coeficientes estequiométricos
△H – Energia libertada (formação de ligações) ou consumida (quebra de ligações)
Esta diferença tem diversas causas. Por exemplo, é possível que uma parte dos
reagentes não tenha reagido (reação incompleta), ou que tenha reagido de uma forma diferente
da desejada, em que se formam produtos diferentes do produto pretendido (ocorrendo então
reações secundárias). Por outro lado, nem sempre é possível recuperar todo o produto da
mistura reacional.
(η) (%) = (n real / n teórico) x 100
(η) (%) = (m real / m teórico) x 100
(η) (%) = (v real / v teórico) x 100
«Química verde»
A «química verde» está associada a uma prática da Química com objetivos de obter a
priori proteção intencional do ambiente e da saúde humana. Centra-se em conceber, desenvolver
e aplicar produtos e processos químicos que impliquem a redução ou eliminação de subprodutos
prejudiciais para a saúde humana e para o ambiente.
Um dos princípios-chave da «química verde» é o de os processos químicos deverem ser
concebidos de modo a maximizar a incorporação no produto final (produto desejado) das
matérias-primas usadas ao longo do processo e minimizar a formação de resíduos
(subprodutos).
Para além da economia atómica outros fatores devem ser contemplados, tais como:
- Toxicidade
- Uso de substâncias auxiliares
- Eficiência energética
- Origem da matéria-prima (preferencialmente proveniente de recursos naturais renováveis)
- Uso de catalisadores (tão seletivos quanto possível).
Constantes de equilíbrio, Kc
Kc = concentração dos produtos / concentração dos reagentes
- É adimensional
- Se a temperatura se mantiver constante, o Kc não altera
- A temperatura é a única coisa que faz variar a constante de equilíbrio
- quando um dos produtos ou um dos reagentes se encontrar no estado sólido, a [ ]=1
Quando…
... Kc >>> 1 (valor elevado)
[reagentes] > [produtos] -> reação evolui no sentido direto -> reação muito extensa
… Kc <<< 1 (valor baixo)
[reagentes] < [produtos] -> reação evolui no sentido inverso -> reação pouco extensa
Quanto mais extensa for a reação direta, menos extensa é a inversa e vice-versa.
Quociente da reação, Qc
- “serve” para saber se o sistema está em equilíbrio ou não
Qc = concentração dos produtos / concentração dos reagentes
Quando…
… Qc = Kc -> o sistema está em equilíbrio
… Qc ≠ Kc -> o sistema não está em equilíbrio
- Qc < Kc
[produtos] aumenta; [reagentes] diminui até que Qc = Kc -> reação evolui no
sentido direto
- Qc < Kc
[produtos] diminui; [reagentes] aumenta até que Qc = Kc -> reação evolui no
sentido inverso
Princípio de Le Châtelier
Se numa reação química em equilíbrio houver perturbação do estado de equilíbrio, a
reação tende a reajustar-se num novo estado de equilíbrio. A reação evolui no sentido de
contrariar a perturbação imposta.
A escolha das condições para a produção industrial está dependente dos custos
económicos: é preferível obter rapidamente percentagens moderadas de amoníaco do que
esperar muito tempo para obter percentagens elevadas. Para aumentar a rapidez do processo
utilizam-se catalisadores - permitem que se atinja o equilíbrio mais rapidamente (aumentam a
eficiência do processo), não havendo, no entanto, influência na extensão da reação.
Domínio 4 – Reações em sistemas aquosos
Reações ácido-base
Definição de ácido base
Termo «ácido» -> sabor azedo
Termo «base» -> materiais amargos e escorregadios ao tato
Antoine Laurent Lavoisier (século XVIII) supunha que todos os ácidos continham
oxigénio.
Humphrey Davy (século XIX) demonstrou que existem substâncias ácidas sem
oxigénio, como, por exemplo, o ácido clorídrico, HCl (aq). Assim, surgiu a ideia de que o
princípio acidificante poderia ser atribuído ao hidrogénio.
Justus von Liebig (século XIX) considerou que todos os ácidos deveriam ser
«compostos de hidrogénio em que este pode ser facilmente substituído por um metal».
Svante August Arrhenius (século XIX) - teoria iónica - admitiu a existência de iões em
soluções aquosas, e propôs uma nova teoria:
• ácido – substância que contém hidrogénio e que, dissolvida em água, dá origem a iões
hidrogénio, H+;
• base – substância que contém OH e que, dissolvida em água, se dissocia produzindo
iões hidróxido, OH-.
Brönsted e Lowry (século XX) - teoria protónica, uma vez que, geralmente, H+ é um
protão - chegaram, separadamente, a conceitos mais gerais de ácido e base.
• Ácido – espécie (molécula ou ião) com tendência para ceder um ião hidrogénio (H +) a
outra espécie.
• Base – espécie (molécula ou ião) com tendência para aceitar um ião hidrogénio (H +).
Escala de Sørensen
O pH, um conceito introduzido por Sørensen, fornece indicação sobre o maior ou menor
grau de acidez, ou de alcalinidade, de soluções aquosas,
ou sobre a sua neutralidade.
Na escala de Sørensen, a 25 ºC,
- O valor de pH solução neutra = 7
- O valor de pH solução ácida < 7
- O valor de pH solução básica > 7
pH e concentração hidrogeniónica
O valor de pH está relacionado quantitativamente com o valor da concentração do ião
hidrónio ou oxónio, H3O+, numa solução (concentração hidrogeniónica)
↑pH ↓ H3O+
↓pH ↑H3O+
Qualquer solução aquosa com concentrações de H3O+ (aq) e HO- (aq) iguais é
considerada neutra.
A qualquer temperatura,
- Solução neutra: [H3O+] = [HO-] pH = pOH
- Solução ácida: [H3O+] > [HO-] pH < pOH
- Solução básica: [H3O+] < [HO-] pH > pOH
ÁCIDO FORTE
HA + H2O -> A- + H3O+
Co 0 0 pH = - log Co
-x +x +x Co – x = 0 Co = x; HA esgota sempre
0 Co Co Co => concentração que está escrita no rótulo
BASE FORTE
MOH -> M- + HO-
Co 0 0 pH = - log Co
-x +x +x. Co – x = 0 Co = x; HÁ esgota sempre
0 Co Co Co => concentração que está escrita no rótulo
ÁCIDO FRACO
HA + H2O -> A- + H3O+
Co 0 0 pH = - log x
-x +x +x Grau de ionização, α: α = [A-]/HA]i x 100 α = x/ Co x
100
Co - x x x ( ou rendimento)
BASE FRACA
B + H20 -> BH + HO-
Co 0 0 pH = - log x
-x +x +x Grau de ionização, α: α = [BH]/[B]i x 100 α = x/ Co x
100
Co – x x x (ou rendimento)
Constantes de acidez
A lei do equilíbrio químico aplica-se às reações entre um ácido, ou uma base, e a água.
Em soluções diluídas, a água, por ser o solvente, não é considerada para o cálculo da constante
de equilíbrio.
Num ácido, a constante de equilíbrio denomina-se constante de acidez ou constante de
ionização do ácido, Ka.
Ka = [produtos] / [reagentes] Ka = x2/ Co - x
Numa base, a constante de equilíbrio denomina-se constante de basicidade ou constante
de ionização da base, Kb.
Kb = [produtos] / [reagentes] Kb = x2/ Co - x
Num ácido fraco,
Ka = [A-]e x [H3O+]e / [HA]e
Numa base fraca,
Kb = [BH]e x [HO-]e / [B]e
Força relativa de ácidos e bases
As reações de ionização de ácidos e bases ou de dissociação de bases em solução
aquosa não são igualmente extensas, à mesma temperatura. As designações «forte» e «fraco(a)»
são um indicador da força de um ácido ou de uma base, ou seja, da capacidade de originarem
iões H3O+ ou OH-, respetivamente.
Ácidos fortes: ácidos cuja reação de ionização em solução aquosa é muito extensa, ou seja, Ka é
muito elevada.
⬆️Ka ⬆️extensão ⬆️[H3O+]
Bases fortes: bases cuja reação de dissociação em solução aquosa é muito extensa, ou seja, Kb é
muito elevada.
⬆️Kb ⬆️extensão ⬆️[HO-]
Como Kb x Ka = Kw
Então podemos concluir que ⬆️Ka⬇️Kb e vice-versa, logo quanto mais forte é um ácido mais
fraca é a sua base conjugada e vice-versa.
Reação de neutralização
Uma reação de neutralização é aquela que ocorre entre um ácido e uma base. As reações de
neutralização produzem um sal (composto iónico) e água.
SOLUÇÃO ÁCIDA + SOLUÇÃO BÁSICA -> ÁGUA + SAL
- A reação estará terminada quando só houver produtos => n solução básica = nsolução ácida
Ponto de equivalência
A volumetria de ácido-base, ou titulação, como também é conhecida, é uma técnica que
geralmente se utiliza em estudos quantitativos de reações de neutralização ácido-base.
Titulante
- Solução que se coloca na bureta;
- Solução-padrão -> a sua concentração é conhecida;
Titulado
- Solução que se coloca na matriz ou gobelé;
- Volume medido com rigor;
Numa titulação, a adição gradual do titulante é feita até ao ponto em que a reação química entre
as duas soluções seja completa, ou seja, em que o ácido e a base foram adicionados na
proporção estequiométrica. No momento em que isto se verifica atinge-se o ponto de
equivalência, ou seja, o ponto em que não há excesso nem de ácido nem de base em solução.
Nesse momento, tem-se uma solução aquosa do sal que se formou na reação de neutralização.
Então, no PE:
n ácido = n base
c ácido x v ácido = c base x v base
NOTA: a ácido + b base
No PE: n ácido/ a = n base/ b
Reações de oxidação-redução
- Reação em que ocorre transferência de eletrões entre átomos ou espécies químicas.
- A reação de oxidação e a de redução ocorrem simultaneamente
Oxidação - cedência de eletrões, ou seja, uma espécie oxida-se quando cede eletrões;
Redução - ganho de eletrões, ou seja, uma espécie reduz-se quando ganha eletrões.
- Neste tipo de reações, o número de eletrões cedidos tem que ser igual ao número de eletrões
recebidos para que a carga elétrica total permaneça constante.
Cu + 2Ag+ + 2e- -> Cu2++ 2e- + 2Ag => Cu + 2Ag+ -> Cu2+ + 2Ag
Neste caso,
Redutor / oxidante
Cu / Cu2+
Ag / Ag+
Força relativa dos oxidantes e redutores
O caráter oxidante ou redutor de uma espécie química depende da natureza da espécie
com que reage.
Resumido:
- O metal que reage com todos -> menor poder redutor
- O metal que não reage com nenhum -> maior poder redutor
- Quanto maior for o número de soluções com o que o metal reage -> menor é o poder
redutor
- Quanto menor for o número de soluções com o que o metal reage -> maior é o poder
redutor
- Os iões é o pensamento inverso
Em geral, CA ⇌ C+ + A-
Sentido direto – dissolução
Sentido inverso – precipitação
Alteração do pH
- Diminuição do pH -> ↑ [H3O+] (ambiente ácido) -> solubilidade aumenta
- Aumento do pH -> ↑ [H3O+] ↓ [HO-] (ambiente básico) -> solubilidade diminui
Desmineralização de águas
Correção da dureza da água
A dureza de uma água é determinada principalmente pela quantidade total de iões cálcio
e magnésio presentes. Água dura é uma água que contém concentrações apreciáveis de Ca 2+ e
Mg2+ e outros catiões metálicos.
A natureza geológica dos solos que a água atravessa é determinante para a sua dureza.
Quando a concentração desses iões é reduzida, diz-se que a água é macia ou mole.
Reação de precipitação
A remoção de poluentes metálicos pode ser feita através de reações de precipitação de
sais.
Uma reação de precipitação é uma reação que é caracterizada pela formação de um
composto insolúvel (precipitado) que se separa da solução. Estas reações ocorrem, geralmente,
entre compostos iónicos. Para saber se há ou não precipitado, temos que comparar o Qs com o
Ks
- Qs < Ks (solução insaturada)
Não ocorre precipitado
- Qs = Ks (solução saturada)
Equilibrio de solubilidade
- Qs > Ks (solução sobressaturada)
Ocorre precipitado ate que Qs = Ks
Ks = [Ca2+] x [F-]2
Ks = s x (2s)2
Ks = 4s3