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Domínio 1 – Elementos químicos e sua organização

Química – estuda a matéria e as transformações que esta pode sofrer.


Toda a matéria (tudo o que tem massa e ocupa espaço) é constituída por átomos.
Massa e tamanho dos átomos
Os átomos são constituídos por:
- Protões (carga elétrica positiva) ocupam a zona central do átomo – núcleo atómico
- Neutrões (sem carga elétrica) muito pequeno em tamanho ⇙
- Eletrões (carga elétrica negativa, simétrica à dos protões) ⇰ movem-se em torno do núcleo –
nuvem eletrónica

Os eletrões quase não contribuem para a massa total do átomo uma vez que a
m eletrões <<< m núcleo (protões ou neutrões)

Átomo é eletricamente neutro => nº protões = nº eletrões e carga protão = - carga eletrão

Os átomos são caracterizados por:


- Número atómico, Z: número de protões existentes no núcleo, sendo responsáveis pela
carga elétrica nuclear.
- Número de massa, A: número total de partículas existentes no núcleo (nº protões + nº
neutrões).

Quando os átomos ganham ou perdem eletrões transformam-se em iões, pois adquirem


carga elétrica negativa ou positiva, respetivamente.
Iões positivos: têm menos eletrões do que protões, ou seja, quando o átomo perde
eletrões.
Iões negativos: têm mais eletrões do que protões, ou seja, quando o átomo ganha
eletrões.

Um elemento, normalmente, tem vários isótopos: átomos do mesmo elemento que


diferem no número de neutrões e, consequentemente, na massa.

A
X
Z
X - Símbolo do elemento; A - Número de massa; Z - Número atómico

Tamanho dos átomos


Ordem de grandeza e escalas de comprimento
Na natureza as estruturas têm dimensões muito variadas. Assim, para as descrever
podem ser usados números de diferentes ordens de grandeza, muito pequenos ou muito grandes.
Ordem de grandeza: pode ser expressa pela potência de base 10 mais próxima de um
número escrito em notação científica.
Como as ordens de grandeza das diferentes estruturas na natureza podem ser tão
variadas, usam-se frequentemente múltiplos e submúltiplos das unidades SI.

NOTA: multiplicar =>“tirar” a letra; dividir => “pôr a letra”

Dimensões à escala atómica


Em Química, a escala mais importante que permite comparar distâncias e tamanhos é a
escala atómica e molecular (nanoescala).
Os átomos são de dimensão subnanométrica, enquanto muitas moléculas,
nomeadamente as proteínas, têm dimensões superiores a um nanómetro.
A nanotecnologia (tecnologia à nanoescala), dedica-se à manipulação da matéria, numa
escala atómica e molecular, de modo a construir novas moléculas e novos materiais.

Ampliação = dimensão da imagem/ dimensão real

Massa isotópico e massa atómica relativa média


A massa de um átomo depende do número de protões e de neutrões que o constituem.
Massa isotópica/atómica relativa: indica quantas vezes a massa de um átomo, de um
isótopo de um elemento X, é maior do que 1/12 da massa de um átomo de carbono-12.
Massa-padrão: massa correspondente a uma duodécima parte (1/12) da massa do átomo
de carbono-12.
A massa atómica relativa média, A r, de um elemento químico é calculada a partir das
massas isotópicas relativas e respetivas abundâncias dos seus isótopos naturais.
Ar = abundância x massa isotópica relativa + abundância x massa isotópica relativa
nº de átomos

Quantidade de matéria e massa molar


A quantidade de matéria, n
- Grandeza física usada para relacionar porções de substâncias, em termos
macroscópicos, com as unidades estruturais (átomos, moléculas ou iões) do domínio do
submicroscópico.
- Unidade SI: mole, mol
1 mol -> 6,022 x 1023 entidades
Número de Avogadro, NA ↲
- NA = 6,022 x 1023 mol
- É o número de entidades por mole de uma determinada substância
- Unidade SI: mol
N = n x NA  n = N / N A
Massa molar, M
- Massa por unidade de quantidade de matéria
- Exprime-se em grama por mole, g/mol
- A massa molar de uma substância é numericamente igual à massa atómica relativa
média do elemento químico da unidade estrutural dessa substância (átomo, molécula ou
agregado de iões)
m=nxMn=m/M

Energia dos eletrões nos átomos


As propriedades dos átomos são determinadas pelas energias dos seus eletrões. Um
modo indireto de obter informação é através da interação da luz (radiação eletromagnética) com
os átomos. Por outro lado, muito do que se conhece sobre a própria luz resultou, também, da
interação da luz com os átomos.

Espetroscopia: estudo da interação da radiação com a matéria, considerando-se


sobretudo os processos associados à absorção e à emissão de radiação. Na espetroscopia
analisam-se os espetros, os quais consistem em representações de uma grandeza relacionada
com a absorção ou emissão de radiação em função da energia ou frequência (ou comprimento
de onda) dessa radiação.
Espetroscópio: aparelho que permite obter um conjunto de radiações monocromáticas
por decomposição de um feixe de luz policromático

Espetros contínuos e descontínuos


As radiações gama (y), os raios X, os raios ultravioleta, os infravermelhos, as micro-
ondas, as ondas de rádio e televisão e a radiação visível são luz.
Luz ou radiações (ondas) eletromagnéticas (são usadas para designar diferentes tipos de luz):
- É um modo de transporte de energia
- Não é instantânea
- Propaga-se retilineamente
- A única luz pura é a do raio laser

Newton mostrou que a luz solar (luz branca) tem várias componentes de cores
diferentes. Quando atravessa certos meios transparentes (por exemplo, um prisma de vidro), a
luz branca decompõe-se numa sequência de radiações com cores diferentes - as cores do arco-
íris => A luz branca não é uma luz pura, é uma luz policromática que se decompõe em
luzes monocromáticas.
Espetro da luz visível – conjunto formado pela sucessão contínua das várias radiações
coloridas.
A luz também pode ser detetada em quantidades discretas (bem definidas) pelo que as
radiações eletromagnéticas podem igualmente ser descritas como sendo formadas por fotões.
são os corpúsculos da luz: a cada fotão corresponde um mínimo de energia ⇙
que pode ser emitida ou absorvida e que é diferente consoante a frequência da radiação.

E fotão = h x f (h => constante de Plank; unidade SI: J/s)


E radiação = N fotão x E fotão

Espetro eletromagnético
Definem-se sete regiões principais do espetro eletromagnético. Considerando a energia
por cada fotão, estas regiões podem ordenar-se por energia crescente de acordo com a sequência
crescente de frequência: ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho (IV), visível, ultravioleta
(UV), radiação (raios) X e radiação gama (γ).

Espetro de emissão: resulta da decomposição da luz emitida por um corpo (por exemplo, corpos
incandescentes).
o Contínuo: contém uma gama ininterrupta de radiações ou cores, como sucede, por
exemplo, no espetro de emissão do filamento aquecido de uma lâmpada. Para cada
fonte luminosa, as diferentes cores são, em geral, emitidas com intensidades diferentes.

o Descontínuos: só contêm radiações de determinadas energias. São constituídos por


riscas distintas. Diferentes riscas são, em geral, emitidas com intensidades diferentes.
FUNDO NEGRO, RISCAS COLORIDAS

Espetro de absorção: espetro obtido depois de a luz emitida por uma fonte atravessar uma
substância. Este espetro contém apenas as radiações da luz incidente que não foram absorvidas
na substância. Corresponde à subtração de bandas ou riscas do espetro da luz incidente na
substância.
RISCAS NEGRAS, FUNDO COLORIDO
O modelo atómico de Bohr
O estudo dos espetros descontínuos dos átomos conduziu ao conhecimento das energias
dos eletrões nos átomos. O hidrogénio, o elemento químico mais simples e abundante no
Universo, existente em grande quantidade nas estrelas, origina um espetro de riscas, bem
definidas.
Este espetro foi interpretado pela primeira vez por Niels Bohr em 1913. No seu modelo,
as riscas do espetro do átomo de hidrogénio resultam das variações de energia do eletrão no
átomo.
Como as riscas são bem determinadas, aquelas variações de energia também o são, e,
em consequência, a energia do eletrão no átomo só pode ter certos valores - a energia do eletrão
está quantizada.

Transições eletrónicas
O espetro de absorção resulta da absorção de radiação pelo eletrão no átomo de
hidrogénio:
- O eletrão transita de um estado de menor energia para um de maior energia (excitação)
por absorção de um fotão.
O espetro de emissão resulta do processo oposto:
- O eletrão transita de um estado de menor energia para um de maior energia
(desexcitação) com emissão de um fotão.

O eletrão no átomo apenas pode apresentar certos valores de energia que correspondem
a patamares energéticos - níveis de energia, n.
Estado de menor energia – estado fundamental
- No átomo de hidrogénio, ocorre quando o eletrão ocupa o nível 1, n = 1

Estados de energia superior ao fundamental – estados excitados

Transição eletrónica: mudança de estado de energia do eletrão que, no modelo de Bohr, só se dá


por absorção ou emissão de uma quantidade bem definida de energia igual ao módulo da
diferença entre as energias dos níveis entre os quais ocorre a transição.
Quando o eletrão transita do nível n = a para o nível n = b:
• se a < b, há absorção de radiação
• se a > b, há emissão de radiação.

E fotão = |△eletrão| em que |△eletrão| = Eb – Ea


Quantização da energia
Uma das ideias fundamentais do modelo atómico de Bohr é a quantização da energia do
eletrão no átomo, ou seja, o eletrão do átomo não pode existir em qualquer estado de energia.
Considera-se:
- Eletrão em repouso fora da ação do núcleo (n = ∞) possui um valor nulo de energia
(valor máximo)
- Eletrão se mantiver sob a ação do núcleo, os seus possíveis valores de energia são
negativos.
+ negativo -> - energia do eletrão -> - nível de energia ocupado -> - distancia do eletrão
ao núcleo
Níveis discretos ou descontínuos de energia – um eletrão transita de um nível de energia
para outro sem nunca ter valores intermédios entre esses dois níveis.
A quantização de energia aplica-se a todos os átomos. Para cada átomo só são
permitidos certos valores de energia eletrónica e estes diferem de elemento para elemento.

Espetro do átomo de hidrogénio


O estudo do espetro de emissão do átomo de hidrogénio mostrou haver riscas que
ocorrem na zona do visível, outras cujas frequências se situam na zona do ultravioleta e outras
ainda que se situam na zona do infravermelho.
Série espetral – conjunto de riscas muito próximas dentro de uma dada zona do espetro.
Às séries de riscas resultantes de transições descendentes associam-se os nomes de
quem as estudou pela primeira vez:
o Série de Lyman: riscas no espetro do ultravioleta do hidrogénio associadas a
transições eletrónicas descendentes (emissão de radiação UV) a partir de n=1.
o Série de Balmer: riscas no espetro do visível do hidrogénio associadas a
transições eletrónicas descendentes (emissão de radiação visível e próximo do
ultravioleta) para n=2.
o Série de Paschen: riscas no espetro do infravermelho do hidrogénio associadas a
transições eletrónicas descendentes (emissão de radiação infravermelha) para
n=3.

Espetros de emissão de elementos químicos: cada elemento químico apresenta um espetro de


emissão de riscas característico, diferente do de qualquer outro elemento.
Se se compararem os espetros de emissão e de absorção na região do visível de um dado
elemento químico, verifica-se que as riscas coloridas do espetro de emissão surgem nas mesmas
posições que as riscas negras no espetro de absorção.

Espetros de emissão e de absorção são característicos de cada elemento químico. A partir dos
espetros de riscas de absorção é possível identificar os elementos químicos que fazem parte da
constituição das diferentes estrelas.

Energia de remoção eletrónica


A energia dos eletrões nos átomos polieletrónicos (com 2 ou mais eletrões) inclui o
efeito das:
- Atrações entre os eletrões e o núcleo (cargas de sinais contrários) => ↓ a energia dos
eletrões
- Repulsões entre os eletrões (cargas do mesmo sinal) => ↑ a sua energia.

Espetroscopia fotoeletrónica: técnica utilizada para determinar a energia de remoção de eletrões


dos átomos, e, a partir dela, a energia dos eletrões no átomo. Nesta técnica, faz-se incidir nos
átomos do elemento em estudo uma radiação com energia suficiente para remover qualquer um
dos seus eletrões, transformando-se assim os átomos em iões.

• a energia de cada fotão incidente deve exceder a energia mínima necessária (energia
de remoção) para a remoção desse eletrão
• se os eletrões tiverem energias diferentes, haverá tantos valores de energia de remoção
quantos os estados de energia para os eletrões
• os eletrões com maior energia de remoção são os que ocupam estados de menor
energia => + próximos do núcleo => + atração nuclear relativamente aos eletrões de valência

Átomos de elementos ≠ => valores de energia ≠


Os valores de energia dos eletrões podem distribuir-se por níveis e subníveis.
Os resultados obtidos por espetroscopia fotoeletrónica são geralmente apresentados na forma de
um gráfico:
Neste caso, o Néon tem 3 energias
de remoção => 3 subníveis e 2
níveis (o 1º pico está muito
afastado do 2º e 3º pico)
// => representa a longa distancia
entre os picos
NOTA abcissa => energias relativas dos subníveis eletrónicos ocupados; altura de cada pico =>
número relativo de eletrões em cada subnível. Os níveis correspondem a diferentes energias
com diferentes ordens de grandeza.

Modelo quântico do átomo


A teoria que explica o comportamento dos átomos é a Mecânica Quântica. De acordo
com a Mecânica Quântica, não é possível associar uma trajetória aos eletrões, mas é possível
definir regiões, em redor do núcleo, de maior e de menor probabilidade de encontrar o eletrão.
Nuvem eletrónica – representação da densidade da distribuição dos eletrões à volta do núcleo
atómico, correspondendo as regiões mais densas a maior probabilidade de aí encontrar eletrões
Orbital atómica – função matemática que descreve o modo como a probabilidade de encontrar
cada eletrão varia em redor do núcleo ou a região, em redor do núcleo, onde o eletrão se pode
encontrar).

Níveis e subníveis
Os espetros fotoeletrónicos dos átomos polieletrónicos são uma das evidências da
existência de subníveis de energia com valores muito próximos. Estes dados permitem
estabelecer uma estrutura eletrónica por níveis e subníveis de energia.

Os subníveis podem ser designados pelas letras s, p, d e f.


Subnível de menor energia -> determinado nível de energia do nível de energia s.
No caso de átomos polieletrónicos e para os três primeiros níveis:
• o primeiro nível de energia, n = 1, comporta no máximo 2 eletrões que apresentam a
maior energia de remoção (subnível 1s);
• o segundo nível de energia, n = 2, desdobra-se em dois subníveis que se designam por
2s (comporta no máximo 2 eletrões) e 2p (comporta no máximo 6 eletrões)
• o terceiro nível de energia, n = 3, desdobra-se em três subníveis que se designam por
3s (comporta no máximo 2 eletrões), 3p (comporta no máximo 6 eletrões) e 3d (comporta no
máximo 10 eletrões).

Orbitais
Cada orbital está associada a um valor de energia do eletrão.
As orbitais dos subníveis s, p, d, f, têm formas diferentes:
o subnível s
- Apresenta simetria esférica
- Existe uma por cada nível de energia que corresponde ao subnível + baixo
o subnível p
- Apresenta dois lóbulos simétricos em relação ao núcleo atómico
- São sempre três por cada nível de energia
- cada par de lóbulos esta orientado por cada um dos eixos (x,y,z)
o subnível d
- São sempre cinco por cada nível de energia

Spin
Os eletrões possuem, além de massa (m= 9,1 x 10 -31 Kg) e carga elétrica (-1,6 x 10 -19 C),
propriedades magnéticas, ou seja, comportam-se como ímanes. Se um feixe de átomos passar
através de um campo magnético não uniforme, verifica-se que o feixe se divide em dois.
Foi o resultado destas experiências que permitiu associar aos eletrões propriedades
magnéticas.
Spin – propriedade magnética intrínseca do eletrão.
Esta propriedade está quantizada uma vez que permite apenas dois estados diferentes:
spin α e spin β

Configuração eletrónica de átomos


A configuração eletrónica de um átomo consiste na distribuição dos eletrões pelas
diferentes orbitais atómicas.
Princípio de Exclusão de Pauli
Cada orbital atómica comporta no máximo 2 eletrões, os quais têm necessariamente
estados de spin diferentes, spin α e spin β. Da análise dos espetros fotoeletrónicos, verifica-se
que um dos subníveis (subnível p) comporta mais de 2 eletrões, podendo atingir um máximo de
6 eletrões.
Atendendo ao Princípio da Exclusão de Pauli e ao facto de os espetros fotoeletrónicos
mostrarem que o subnível p comporta no máximo 6 eletrões, pode associar-se a este subnível 3
orbitais de igual energia. A partir do nível de energia, n = 3, dados da espetroscopia
fotoeletrónica mostram a existência de um terceiro subnível de energia, subnível d, que
comporta no máximo 10 eletrões. Do mesmo modo, podem associar-se a este subnível 5 orbitais
de igual energia.

Princípio da Construção (ou de Aufbau)


A sequência pela qual as orbitais atómicas são preenchidas é dada pelo Princípio da
Construção: para cada elemento químico, os eletrões distribuem-se pelas possíveis orbitais por
ordem crescente de energia.
1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 5p 4f 5d

Princípio de Hund
Em orbitais com a mesma energia (orbitais p do mesmo nível) os eletrões são
distribuídos de modo que seja maximizado o número de eletrões desemparelhados.

Informação a retirar de uma configuração eletrónica:


6C: 1s 2s 2px 2py
2 2 1 1

- Nível de energia: 2
- orientação: y
- Número de eletroes de valência: 4 que se distribuem em três orbitais

Tabela Periódica
Evolução histórica da Tabela Periódica
Antes de se conhecer a existência dos eletrões e dos protões, os químicos criaram a
Tabela Periódica ordenando os elementos de acordo com as massas atómicas.
Newlands verificou que as propriedades dos elementos se repetiam de oito em oito: Lei
das Oitavas.
Dmitri Mendeleev e Lothar Meyer apresentaram, cada um, uma tabela dos elementos
baseada nas regularidades das propriedades das substâncias respetivas, o que permitiu prever a
existência de novos elementos.
Henry Moseley demonstrou que a carga do núcleo de um átomo é característica do
elemento químico e pode exprimir-se por um número inteiro, o número atómico. Os elementos
passaram a ser ordenados segundo os números atómicos crescentes.
Atualmente, a Tabela Periódica é constituída por 118 elementos distribuídos em 7 linhas
horizontais (períodos) e 18 colunas verticais (grupos).

Estrutura da Tabela Periódica: grupos, períodos e blocos


As configurações eletrónicas dos átomos dos elementos permitem explicar a repetição das
propriedades físicas e químicas das respetivas substâncias elementares.
- Átomos dos elementos do mesmo grupo têm igual número de eletrões de valência
(eletrões do último nível de energia), distribuídos por orbitais do mesmo tipo.
- O número de eletrões de valência coincide com o número do grupo, no caso dos
elementos dos grupos 1 e 2; coincide com o algarismo das unidades do número do grupo para os
elementos dos grupos 13 a 18.
- Atendendo ao tipo de orbitais dos eletrões de valência dos átomos dos elementos no
estado fundamental, estes podem ser agrupados em quatro blocos:
- O bloco s (configuração de valência ns x) engloba os elementos dos grupos 1 e
2 e o hélio
- O bloco p (orbitais de valência tipo p em preenchimento) engloba os
elementos dos grupos 13 a 18 (exceto o hélio)
- O bloco d (configuração de valência nd x (n + 1) sy) engloba os elementos dos
grupos 3 a 12;
- O bloco f (lantanídeos e actinídeos) com orbitais f parcialmente preenchidas
Os elementos de um mesmo período n têm os eletrões dos átomos, no estado
fundamental, distribuídos pelo mesmo número de níveis de energia.

Elementos representativos: grupo 1,2,13-18


Elementos de transição: grupo 3-11

Famílias:
- Metais alcalinos: grupo 1 sem hidrogénio
- Metais alcalinoterrosos: grupo 2
- Halogéneos: grupo 17
- Gases nobres: grupo 18
- Metais de transição: grupo 3-12

Propriedades periódicas dos elementos representativos


Os elementos e substâncias elementares têm características diferentes.
Assim, fala-se de configuração eletrónica, raio atómico e energia de ionização do
elemento.
Fala-se do estado físico, ponto de fusão, ponto de ebulição e densidade da substância
elementar.
O raio atómico (uma medida do tamanho dos átomos) e a energia de ionização são duas
propriedades fundamentais dos elementos, diretamente relacionadas com a estrutura eletrónica
dos átomos => propriedades periódicas.

RAIO ATÓMICO
- Aumenta ao longo do grupo
Como há preenchimento de mais níveis de energia, os eletroes de valência, em média,
mais afastados do núcleo, pelo que o raio atómico aumenta.
- Diminui ao longo do período
Como aumenta a carga nuclear, há maior atração entre o núcleo e os eletrões, pelo que o
raio atómico diminui.

ENERGIA DE IONIZAÇÃO
↑ energia de ionização ↑ dificuldade em remover o eletrão e vice-versa
- Diminui ao longo do grupo
Como aumenta o número de níveis de energia, n, aumenta a energia dos eletroes de
valência, sendo necessária menos energia para os remover.
- Aumenta ao longo do período
Como a carga nuclear vai aumentando os eletrões ficam sujeitos a maior atração
nuclear, sendo necessária mais energia para os remover.

Como se explica que os metais tenham tendência para formar iões positivos e os não-metais iões
negativos?
Os átomos ao reagirem têm tendência a adquirir a maior estabilidade possível, ou seja, a
adquirir uma configuração eletrónica semelhante à dos átomos dos gases nobres (níveis de
energia completamente preenchidos).
Os metais apresentam, em geral, baixas energias de ionização. Assim, tendem a perder
eletrões, originando iões positivos. Os metais dos grupos 1 (metais alcalinos) e 2 (metais
alcalinoterrosos) são os que têm as menores energias de ionização, pelo que são muito reativos,
perdendo facilmente eletrões e dando origem a iões positivos muito estáveis.
Os não-metais apresentam energias de ionização maiores, sendo os elementos do grupo
18 (gases nobres) os que apresentam os valores mais elevados. Os átomos destes elementos
(exceto os do grupo 18) têm tendência para captar eletrões, transformando-se em iões negativos
estáveis.
Os átomos dos gases nobres são muito estáveis, ou seja, não formam facilmente iões
nem se ligam facilmente a outros átomos, pois têm os seus níveis eletrónicos totalmente
preenchidos. Assim, as respetivas substâncias elementares são também muito estáveis, e
monoatómicas, pelo que também só muito dificilmente reagem com outras substâncias.

Domínio 2 – Propriedades e transformações da matéria


Ligação química
Um sistema de dois ou mais átomos pode adquirir maior estabilidade através da
formação de ligações químicas.
As interações entre os átomos são de natureza elétrica, pois os eletrões e os núcleos
atómicos têm carga elétrica.
As interações que se estabelecem entre as partículas constituintes de dois átomos podem
ser:
• atrativas entre cargas de sinais contrários: núcleos e eletrões;
• repulsivas entre cargas do mesmo sinal: entre núcleos e entre eletrões.

A energia associada à interação entre os átomos varia com a distância entre os núcleos.
Com a aproximação,
- ↑ das atrações faz ↓ a energia
- ↑ das repulsões faz ↑ a energia

Quando essa energia atinge um valor mínimo, há uma distância característica, a


distância de equilíbrio, para a qual se estabelece uma ligação química. Nesta situação, a energia
de um conjunto de átomos ligados é menor do que a energia desses átomos separados.

Verifica-se que:
• para grandes distâncias (átomos isolados), a interação é nula => Ep = 0
• à medida que os átomos se aproximam, as interações entre eles passam a ser
significativas, com predomínio das atrações => ↓ Ep;
• o mínimo de energia atingido corresponde à distância internuclear para a qual há um
equilíbrio entre as repulsões e as atrações. Neste caso, a molécula torna-se mais estável e essa
distância designa-se por comprimento de ligação. Considera-se, assim, que se estabeleceu uma
ligação química entre os átomos;
• se a distância internuclear continuar a diminuir, as forças repulsivas são predominantes
=> ↑Ep ↓ estabilidade da molécula.

Tipos de ligação química


As ligações químicas resultam das interações entre dois ou mais átomos. Dependendo
dos átomos envolvidos na ligação, elas podem ser de três tipos: covalentes, iónicas e metálicas.
As ligações covalentes, iónicas e metálicas caracterizam-se por uma partilha
significativa de eletrões entre os átomos.

Ligação covalente
Estas ligações ocorrem, geralmente, entre átomos de elementos não-metálicos. Este tipo
de ligação é caracterizado por uma partilha localizada de eletrões de valência entre dois átomos
e dá origem a substâncias cujas unidades estruturais são moléculas ou estruturas gigantes de
átomos.

Ligação iónica
Este tipo de ligação ocorre, em geral, entre átomos de metais e não-metais. Na ligação
iónica, a interação entre os átomos dá origem a transferência de eletrões de um átomo (elemento
metálico) para outro (elemento não-metálico), da qual resultam iões com cargas de sinal
contrário. A ligação decorre da atração elétrica entre os iões positivos e negativos formados.
Os sais são compostos iónicos, em que os iões positivos e negativos se organizam em
redes cristalinas. A ligação iónica pode considerar-se como um caso extremo de partilha de
eletrões que dá origem à cedência, ou transferência, de eletrões entre átomos.

Ligação metálica
Este tipo de ligação ocorre entre átomos de metais. Os metais possuem eletrões de
valência pouco atraídos ao núcleo (baixas energias de ionização), pelo que facilmente se
libertam da ação do seu átomo de origem, deslocando-se mais ou menos livremente entre os
cernes atómicos (núcleos e eletrões mais interiores), originando uma nuvem de carga elétrica
negativa que abrange toda a rede do cristal metálico.
Na ligação metálica há uma partilha de eletrões de valência deslocalizados por todos os
átomos. Sendo as ligações químicas de natureza essencialmente elétrica, também podem ocorrer
entre moléculas vizinhas designando-se por ligações intermoleculares. Nestas ligações não há
partilha significativa de eletrões e as moléculas envolvidas mantêm a sua identidade.

Ligação covalente
Na ligação entre dois átomos numa molécula, cada um dos átomos experimenta
alterações.
As principais alterações ocorrem com os eletrões de valência, ao nível das suas energias
e das orbitais que descrevem o comportamento desses eletrões (orbitais moleculares).
Segundo o modelo de Lewis:
• os eletrões de valência têm um papel fundamental na ligação química;
• os eletrões são partilhados entre átomos, em moléculas, de modo que cada átomo
envolvido na ligação adquira uma configuração eletrónica de gás nobre (cujos átomos são
particularmente estáveis, especialmente He e Ne).

Na estrutura de Lewis
• O símbolo químico representa o cerne do átomo.
• Os pontos (·) e cruzes (x) à volta do símbolo químico representam eletrões de
valência. • Um traço entre os símbolos representa um par de eletrões.

A ligação covalente pode ser:


- Simples: partilha de 2 eletrões
- Múltipla
- Dupla: partilha de 4 eletrões
- Tripla: partilha de 6 eletrões

Regra do octeto: os átomos partilham eletrões de modo a que cada um fique com 8 eletrões de
valência com a exceção do hidrogénio que fica com dois.

Eletrões ligantes: eletrões que asseguram a ligação.


Eletrões não-ligantes: eletrões que não afetam a ligação.

Energia de ligação e comprimento de ligação


Para caracterizar uma ligação covalente são necessários dois parâmetros:
- Energia de ligação: é a energia média que é necessário fornecer à molécula para quebrar a
ligação e separar esses átomos.
↑ energia de ligação ↑ energia libertada ↑ estabilidade da molécula ↓ reatividade
- Comprimento de ligação: distância de equilíbrio entre os núcleos dos átomos ligados. Para
essa distância, há equilíbrio entre as forças de repulsão dos núcleos e as forças de atração dos
eletrões sobre os núcleos
Para os mesmos elementos, comprimento da ligação simples > comprimento da ligação dupla >
comprimento da ligação tripla; ↑ comprimento de ligação ↓ energia de ligação

Geometria molecular
A geometria molecular é o arranjo tridimensional dos átomos numa molécula. A esse
arranjo espacial corresponde um estado de energia mínima para a molécula, portanto,
estabilidade máxima. Pode-se prever a geometria de uma molécula a partir do conhecimento do
número de eletrões de valência à volta do átomo central, na sua estrutura de Lewis, usando o
modelo da repulsão dos pares eletrónicos de valência.

As repulsões entre pares eletrónicos de valência são minimizadas para que aumente a
estabilidade, o que determina a geometria da molécula.

Molécula Pares de eletrões Geometria Ângulo de ligação


não ligantes molecular
Ax ----- Linear -----
Ax2 0 Linear = 180
1 Angular <120
2 Angular <109,5
Ax3 0 Triangular plana =120
1 Piramidal trigonal <109,5
Ax4 0 Tetraédrica =109,5

Polaridade das moléculas e polaridade das ligações


As ligações entre átomos do mesmo elemento são, em geral, apolares, pois os eletrões
envolvidos na ligação são igualmente partilhados por ambos os núcleos, e, consequentemente, a
distribuição de carga elétrica entre os átomos é simétrica.
As ligações entre átomos de elementos diferentes são, em geral, polares, pois a partilha
dos eletrões envolvidos na ligação pelos dois núcleos é desigual, e, consequentemente, a
distribuição de carga elétrica entre os átomos é assimétrica.

Nas moléculas diatómicas, a polaridade depende da polaridade da ligação:


- Se a ligação for apolar, a molécula é apolar
- Se a ligação é polar, a molécula é polar.

Nas moléculas poliatómicas, a polaridade depende não só da polaridade das ligações,


mas também da geometria molecular.
A polaridade de moléculas com um único átomo central pode prever-se a partir da
análise da distribuição de carga elétrica em torno do átomo central. Assim, uma molécula
poliatómica formada por ligações polares será:
• polar se a distribuição de carga em torno do átomo central for assimétrica
• apolar se a distribuição de carga em torno do átomo central for simétrica

Estrutura de moléculas orgânicas e biológicas


Os compostos orgânicos formam um grupo enorme de substâncias, entre os quais a
maioria contém carbono e podem considerar-se como derivados dos hidrocarbonetos
(compostos de carbono e hidrogénio).
É utilizado o carbono uma vez que como tem 4 eletrões de valência, para ganhar
estabilidade partilha os eletrões tornando-se muito versátil.

Hidrocarbonetos: compostos orgânicos constituídos apenas por átomos de carbono e


hidrogénio.
Os hidrocarbonetos podem ser classificados quanto ao tipo de ligações C-C:
• saturados
- Alcanos => todas as ligações entre os átomos de carbono forem simples; têm a
cadeia aberta.
=> a sua cadeia aberta pode ser linear ou ramificada

É constituída por uma cadeia principal – maior encadeamento de átomos de
carbono- e por um ramo ou grupo substituinte – ramos que surgem na cadeia principal
por substituição de um átomo de hidrogénio para um radical alquilo ou um átomo do
grupo halogéneo.
“Regra”: CnH2n+2
Sufixo: “ano”
- Cicloalcanos => todas as ligações entre os átomos de carbono forem simples;
têm uma cadeia fechada
Sufixo: ciclo...ano

• insaturados:
- Alcenos => se houver ligações duplas entre os átomos de carbono; têm cadeia
aberta.
“Regra”: CnH2n
Sufixo: “eno”
- cicloalcenos => se houver ligações duplas entre os átomos de carbono; têm
cadeia fechada.
Sufixo: ciclo…eno
- Alcinos => se houver ligações triplas entre os átomos de carbono; têm cadeia
aberta.
“Regra”: CnH2n-2
Sufixo: “ino”
- cicloalcinos => se houver ligações triplas entre os átomos de carbono; têm
cadeia fechada.
Sufixo: ciclo…ino

Os hidrocarbonetos podem-se apresentar através da fórmula de ligação em linha:


representam-se apenas as ligações entre os átomos de carbono, omitindo os símbolos do
carbono e do hidrogénio. Em cada ponto ou vértice, há sempre um átomo de carbono ligado a
átomos de hidrogénio.
Prefixos (quantidade de átomos de carbono):
 met – 1
 et – 1 muita erva
 prop – 3 para burros
 but – 4
 pent – 5 (...)

Um exemplo de hidrocarboneto aromático é o benzeno.


Grupo funcional: grupo de átomos presentes na molécula, ligados de forma específica,
que conferem propriedades químicas características aos compostos respetivos e que identificam
o composto orgânico.
Sufixo Classe funcional Grupo característico
“ol” Álcoois Grupo hidroxilo (--OH)
“al” Aldeídos Grupo formilo (--COH)
“ona” Cetona Grupo carbonilo (-CO-)
“ácido-bico” Ácidos carboxílicos Grupo carboxílico (--COOH)
“aminas” Aminas Grupo amino (-NH3)
Derivados Fl; Cl; Br; I
halogenados

Ligações intermoleculares
Ligações de hidrogénio
As ligações de hidrogénio são as mais intensas das interações intermoleculares, mas
menos intensas do que uma ligação covalente ou iónica.
Estas ligações ocorrem quando um átomo de hidrogénio ligado covalentemente a um
átomo de uma molécula, de um elemento com grande tendência para atrair eletrões (F, O ou N),
é atraído por um par de eletrões não-ligantes no átomo de F, O ou N de outra molécula.
As ligações de hidrogénio representam-se por linhas a tracejado

Forças de van der Waals: considerando moléculas de tamanhos semelhantes, as ligações entre
moléculas polares são as mais intensas e as de London são as mais fracas. As forças de London
estão sempre presentes, mesmo no caso das moléculas polares, coexistindo com as outras forças
de van der Waals.
• Forças de dispersão de London
Estas forças ocorrem entre moléculas apolares. Numa molécula apolar, a nuvem
eletrónica é simétrica, mas num determinado instante a nuvem eletrónica pode sofrer distorção,
resultando numa distribuição assimétrica de carga. Esta assimetria de carga instantânea (dipolo
instantâneo) induz assimetria de carga (dipolo induzido) nas moléculas vizinhas, originando
uma força elétrica atrativa entre elas.
• Ligações entre moléculas polares
Este tipo de ligação intermolecular deve-se à distribuição assimétrica de carga (dipolo
permanente) nas moléculas polares, originando forças elétricas atrativas entre elas.
• Ligações entre moléculas polares e apolares
A presença de moléculas polares pode distorcer a distribuição de carga elétrica noutras
moléculas vizinhas, mesmo nas que são apolares, induzindo uma distribuição assimétrica de
carga nas moléculas apolares. Resultam, assim, forças atrativas entre as moléculas polares e as
moléculas com polaridade induzida.

Gases e dispersões
Lei de Avogadro, volume molar e massa volúmica
De um modo geral, os gases caracterizam-se por preencherem o volume e tomarem a
forma do recipiente onde estão contidos.
Nos gases, as interações entre as partículas que os constituem são fracas, o que se traduz
num menor grau de agregação dessas partículas. Consequentemente, os gases têm densidades
muito mais baixas do que os líquidos e os sólidos.
Lei de Avogadro: nas mesmas condições de pressão e temperatura, o volume ocupado
por qualquer gás ideal – não há forças intermoleculares entre as suas partículas - (ou mistura de
gases ideias) é sempre o mesmo.
Nas mesmas condições de pressão e temperatura,
V / n = constante  VA / n = VB / n

Volume molar, VM
- Unidade SI: m3/mol
- Em condições PTN (pressão = 1 atmosfera; temperatura = 0ºC), V M = 22,4 dm3/mol
Massa volúmica ou densidade de um gás, ρ
ρ = m/v  ρ = M/VM

Composição da troposfera terrestre


A troposfera é a camada mais próxima da atmosfera terrestre.
Os seus constituintes são:
- Nitrogénio constituintes
- Oxigénio maioritários
- árgon
- Dióxido de carbono constituintes minoritários
- Vapor de água

As percentagens dos componentes vestigiais – componentes com pequeníssimas percentagens


na troposfera – na troposfera têm sofrido alterações significativas devido a emissões para a
atmosfera resultantes de fenómenos naturais e de atividades antropogénicas.
Poluentes – substâncias emitidas que causam prejuízos à qualidade de vida dos seres vivos.
Exemplo de poluentes atmosféricos:
- Óxidos de carbono
- Óxidos de nitrogénio
- Óxidos de enxofre
- Compostos orgânicos voláteis
- Matéria particulada

Composição quantitativa de soluções


Definição Expressão matemática Unidades
SI Mais
comuns
Concentraçã Quantidade de matéria de C = n soluto /v solução mol/m3 mol/L
o soluto por unidade de
volume de solução
Concentraçã Massa de soluto por C m= m soluto /v solução Kg/m3 g/L
o em massa unidade de volume de
solução
Percentagem Massa de soluto por massa % (m/m) = (m soluto /m Exprime-se em %
em massa de solução (x 100) solução) x 100 (m/m)
Percentagem Volume de soluto por % (V/V) = (V soluto /V Exprime-se em %
em volume volume de solução (x 100) solução) x 100 (V/V)
Fração Quociente entre a XA = n A / n total Não tem unidades
molar quantidade de matéria de
um componente (A) e a
quantidade de matéria total
da solução
Partes por Massa (ou volume) de ppm = (m soluto /m solução) Exprime-se em ppm
milhão soluto por massa (ou x 106  ppm = %
volume) de solução (x 106) (m/m) x 104
ppm = (V soluto /V solução)
x 106  ppm = %
(V/V) x 104

Diluição de soluções
As soluções são muitas vezes preparadas por diluição de soluções mais concentradas.
Uma solução diluída pode ser preparada medindo um pequeno volume da solução concentrada e
adicionando solvente.
O fator de diluição, f, traduz a razão entre a concentração da solução inicial e a
concentração da solução obtida por diluição:
f= C solução inicial /C solução diluída
Numa diluição, a quantidade de soluto mantém-se constante (n solução inicial = n solução diluída), a
diminuição da concentração é devida ao aumento de volume da solução, o que permite
determinar o volume a medir da solução inicial.
N solução inicial = n solução diluída
 c inicial x v inicial = c diluída x v diluída
 c inicial / c diluída = v diluída / v inicial = f

Energia de ligação e reações químicas


Todas as reações químicas envolvem, simultaneamente, a rutura e formação de ligações
químicas. Há rutura de ligações nos reagentes e formação de novas ligações nos produtos, o que
se traduz em variações de energia nas reações químicas.
Processos endoenergéticos e exoenergéticos
Rutura de uma ligação -> processo que envolve absorção de energia - processo
endoenergético.
Formação de uma nova ligação -> libertação de energia - processo exoenergético.
Num sistema isolado, a energia interna permanece constante (não há trocas de
energia nem de matéria com a vizinhança).
Num sistema fechado, a energia interna…
… diminui se o sistema ceder energia à vizinhança
… aumenta se o sistema receber energia da vizinhança

Reação exotérmica - quando ocorre com libertação de energia por calor (a pressão e temperatura
constantes).
Em sistema isolado, a temperatura do sistema aumentava, sinal de que a energia
cinética interna do sistema aumentava e a energia potencial interna do sistema diminuía (a
energia interna = constante; ↑ Ec interna ↓ Epotencial interna e vice-versa).
Em sistema não isolado, há libertação de energia para o exterior.

Reação endotérmica - quando ocorre com absorção de energia por calor (a pressão e
temperatura constantes).
Em sistema isolado, a temperatura do sistema diminuía, sinal de que a energia cinética
interna do sistema diminuía e a energia potencial interna do sistema aumentava (a energia
interna = constante; ↑ Epotencial interna ↓ Ec interna e vice-versa).
Em sistema não isolado, há absorção de energia do exterior.

Variação de entalpia
A variação de entalpia padrão, ΔH, de uma reação corresponde à energia transferida,
por calor, para ou do exterior, quando a reação é realizada a pressão constante (105 Pa) e a
temperatura constante (25 ºC).
ΔH = E reagentes – E produtos = calor da reação
Numa reação exotérmica, o sistema cede energia, por calor, à vizinhança, por isso
ΔH<0 (energia potencial associada às ligações entre os átomos diminui).
Entalpia dos reagentes < entalpia dos produtos
OU
Energia libertada na formação de ligações (produtos) > Energia necessária para romper
ligações (reagentes)

Numa reação endotérmica, o sistema absorve energia, por calor, da vizinhança, por isso
ΔH > 0 (a energia potencial associada às ligações entre os átomos aumenta).
Entalpia dos reagentes < entalpia dos produtos
OU
Energia necessária para romper ligações (reagentes) > Energia libertada na formação de
ligações (produtos)

Reações fotoquímicas na atmosfera


As reações químicas desencadeadas pela ação da luz (radiação eletromagnética)
designam-se por reações fotoquímicas.
- Está presente em vários fenómenos do dia a dia -> nas reações que têm lugar na
fotossíntese
6 CO2 + 6 H2O -> C6H12O6 + 6 O2
Fotodissociação e fotoionização
A fotodissociação é um tipo de transformação em que existe quebra de ligações nas
moléculas por absorção de luz.
A rutura da ligação dá-se de modo que cada um dos fragmentos que se separa retém
parte dos eletrões da ligação, obtendo-se duas espécies neutras.
A-B -> A + B ΔH > 0
↑ ΔH ↑ estabilidade da molécula
A fotoionização consiste na ionização de átomos ou moléculas por ação da luz.
A -> A+ + e- ΔH>0
- Este processo envolve maior energia do que a fotodissociação.

Radicais livres e estabilidade das espécies químicas


Radicais livres – entidades (átomos, moléculas ou iões) em que os spins dos eletrões
não estão todos compensados, ou seja, cujas orbitais possuem eletrões desemparelhados.
Representam-se pelo símbolo da espécie química seguida de • e são, em geral, muito
reativos. Qualquer entidade com um número ímpar de eletrões é um radical, uma vez que tem,
necessariamente, pelo menos, um eletrão desemparelhado.

Ozono estratosférico
O ozono existe na troposfera e na estratosfera. Todavia, a maior parte do ozono
encontra-se e forma-se na estratosfera, com maiores concentrações entre 20 km e 30 km de
altitude (de 1 a 10 ppm), constituindo o que se convencionou chamar de «camada de ozono».
O ozono, na estratosfera, forma-se rapidamente como resultado da dissociação do
oxigénio molecular, por ação de radiação ultravioleta, UV, em dois átomos de oxigénio
(radicais), os quais reagem de imediato com outras moléculas de oxigénio, originando ozono.

(absorção de energia necessária à quebra


das ligações oxigénio-oxigénio)

(libertação de energia)

A concentração de ozono na estratosfera mantém-se praticamente constante, pois é


continuamente formado e destruído à mesma taxa em que é formado - estado estacionário.
O ozono estratosférico desempenha um papel primordial para a existência de vida na
Terra, pois serve de filtro à radiação solar ultravioleta, sobretudo UV-B e UV-C. O restante
existe na troposfera, onde, pelo contrário, os seus efeitos podem ser prejudiciais à vida.
«buraco na camada de ozono» - diminuição significativa da concentração do ozono na
estratosfera, cuja origem foi atribuída ao uso dos clorofluorocarbonetos (CFC), compostos de
carbono, cloro e flúor.
Devido à sua inércia química, estes gases, após libertados na troposfera, duram o tempo
suficiente para subirem até à estratosfera, onde ocorre a sua fotodissociação provocada pela
radiação UV - originando radicais livres.
Por exemplo, para o CCl3F dá-se a reação traduzida por:

UV

Os átomos de cloro (um dos radicais livres formados) são extremamente reativos, reagindo
rapidamente com o ozono na estratosfera.

Domínio 3 - Equilíbrio químico


Aspetos quantitativos das reações químicas
Reações químicas
Lei da conservação da massa ou lei de Lavoisier: numa reação que ocorra em recipiente
fechado, o número de átomos de cada elemento químico e, consequentemente, a massa total,
permanece constante. Esta conservação está na base das equações químicas.

Uma equação química é uma representação simbólica duma reação química. Para cada um dos
elementos químicos envolvidos numa reação química, tem-se que o número de átomos nos
reagentes deve ser igual ao número de átomos nos produtos da reação.
Numa equação química, os coeficientes estequiométricos são números que indicam a proporção
da quantidade de matéria em que os reagentes e os produtos intervêm na reação (são omitidos
na equação química quando são 1).

Equação química genérica:

A e B – Reagentes
C e D – Produtos
a,b,c,d – coeficientes estequiométricos
△H – Energia libertada (formação de ligações) ou consumida (quebra de ligações)

A equação química respeita:


- Conservação de massa e carga elétrica
- Conservação de energia
- Proporções definidas e constantes entre produtos e reagentes

Reagente limitante e em excesso


Numa reação química, os reagentes são raramente utilizados em quantidades estequiométricas,
ou seja, de acordo com a proporção estabelecida pela equação química.

Reagente limitante: é o reagente que se encontra em menor quantidade relativamente às


proporções estequiométricas estabelecidas numa reação química. Numa reação completa é o que
se esgota na totalidade.

Reagente em excesso: é o reagente cuja quantidade presente na mistura reacional é superior à


prevista pela relação estequiométrica.
“Truque”
1o Calcular a quantidade química de cada um dos reagentes
2º Dividir a quantidade química pelo coeficiente estequiométrico de cada um dos reagentes
3º O que tiver menor quantidade química é o reagente limitante

Rendimento de uma reação química


Quantidade teórica ou prevista – quantidade máxima que eu possível produzir – normalmente é
a do reagente limitante.
Quantidade real ou obtida – quantidade de produto que realmente se obtém numa reação
química (a partir dos coeficientes estequiométricos), normalmente é menor do que a quantidade
teórica.

Esta diferença tem diversas causas. Por exemplo, é possível que uma parte dos
reagentes não tenha reagido (reação incompleta), ou que tenha reagido de uma forma diferente
da desejada, em que se formam produtos diferentes do produto pretendido (ocorrendo então
reações secundárias). Por outro lado, nem sempre é possível recuperar todo o produto da
mistura reacional.
(η) (%) = (n real / n teórico) x 100
(η) (%) = (m real / m teórico) x 100
(η) (%) = (v real / v teórico) x 100

Numa reação completa, η=1 ou η (%)=100%

«Química verde»
A «química verde» está associada a uma prática da Química com objetivos de obter a
priori proteção intencional do ambiente e da saúde humana. Centra-se em conceber, desenvolver
e aplicar produtos e processos químicos que impliquem a redução ou eliminação de subprodutos
prejudiciais para a saúde humana e para o ambiente.
Um dos princípios-chave da «química verde» é o de os processos químicos deverem ser
concebidos de modo a maximizar a incorporação no produto final (produto desejado) das
matérias-primas usadas ao longo do processo e minimizar a formação de resíduos
(subprodutos).

O conceito subjacente a este princípio é o de economia atómica.


De um modo esquemático:
Elevada economia atómica – todos os átomos dos reagentes foram incorporados no
produto desejado
Baixa economia atómica – alguns dos átomos dos reagentes não são incorporados no
produto final – resíduo
EA (%) = (m produto desejado/ m total de reagentes/produtos) x 100

Para além da economia atómica outros fatores devem ser contemplados, tais como:
- Toxicidade
- Uso de substâncias auxiliares
- Eficiência energética
- Origem da matéria-prima (preferencialmente proveniente de recursos naturais renováveis)
- Uso de catalisadores (tão seletivos quanto possível).

Equilíbrio químico e extensão das reações


Reações incompletas e equilíbrio químico
Uma reação é incompleta quando termina sem que o reagente limitante se esgote.
As explicações para que isto ocorra são:
- Condições experimentais
- Reações reversíveis
Numa reação, os reagentes transformam-se em produtos - reação direta - e,
simultaneamente, os produtos transformam-se em reagentes - reação inversa -, sendo a
transformação representada por duas setas (⇄)– reações reversíveis em sistema fechado.

Estado de equilíbrio químico – estado do sistema reacional em que as concentrações de


todos os reagentes e produtos deixam de variar com o tempo, ou seja, as duas reações ocorrem
ao mesmo tempo, à mesma velocidade, mas em sentidos contrários.

Num estado de equilíbrio:


- Não se registam, macroscopicamente, variações de propriedades físicas e químicas
(cor, pressão, temperatura, volume, concentrações, etc.) – o equilíbrio químico é dinâmico.
- Coexistem reagentes e produtos da reação (a reação é incompleta).

O equilíbrio químico pode ser:


- Heterogéneo: se todos os constituintes do sistema se encontram em fases diferentes
- Homogéneo: se todos os constituintes do sistema se encontram na mesma fase
O estado de equilíbrio, de um mesmo sistema reacional, pode ser atingido a diferentes
temperaturas uma vez que vai depender das suas concentrações iniciais.

Constantes de equilíbrio, Kc
Kc = concentração dos produtos / concentração dos reagentes
- É adimensional
- Se a temperatura se mantiver constante, o Kc não altera
- A temperatura é a única coisa que faz variar a constante de equilíbrio
- quando um dos produtos ou um dos reagentes se encontrar no estado sólido, a [ ]=1

Quando…
... Kc >>> 1 (valor elevado)
[reagentes] > [produtos] -> reação evolui no sentido direto -> reação muito extensa
… Kc <<< 1 (valor baixo)
[reagentes] < [produtos] -> reação evolui no sentido inverso -> reação pouco extensa

A constante de equilíbrio de uma reação inversa é dada por:


Kc’ = 1/ Kc

Quanto mais extensa for a reação direta, menos extensa é a inversa e vice-versa.

Quociente da reação, Qc
- “serve” para saber se o sistema está em equilíbrio ou não
Qc = concentração dos produtos / concentração dos reagentes

Quando…
… Qc = Kc -> o sistema está em equilíbrio
… Qc ≠ Kc -> o sistema não está em equilíbrio

- Qc < Kc
[produtos] aumenta; [reagentes] diminui até que Qc = Kc -> reação evolui no
sentido direto
- Qc < Kc
[produtos] diminui; [reagentes] aumenta até que Qc = Kc -> reação evolui no
sentido inverso

Fatores que alteram o equilíbrio químico


Quando se provoca uma determinada perturbação num sistema reacional em equilíbrio,
o sistema não fica num estado de equilíbrio e vai ser favorecido um determinado sentido da
reação, de forma a atingir um novo estado de equilíbrio.
As perturbações que podem alterar o equilíbrio de um sistema reacional são:
- Concentração dos componentes da mistura reacional
- Pressão (no caso de um ou mais componentes serem gases)
NOTA Se a soma dos coeficientes estequiométricos das espécies reagentes no estado
gasoso for igual à soma dos coeficientes estequiométricos dos produtos no estado gasoso, a
alteração da pressão/ volume não influencia o estado de equilíbrio.
- Temperatura
NOTA Reação exotérmica, a constante de equilíbrio diminui com o aumento da
temperatura. Reação endotérmica, a constante de equilíbrio aumenta com o aumento da
temperatura.

Princípio de Le Châtelier
Se numa reação química em equilíbrio houver perturbação do estado de equilíbrio, a
reação tende a reajustar-se num novo estado de equilíbrio. A reação evolui no sentido de
contrariar a perturbação imposta.

Quando a um sistema O quociente da reação… O sistema, para contrariar a O que provoca…


químico em equilíbrio, se perturbação, evolui no…
promove …
Adição de um reagente/ Qc < Kc Sentido direto, até Qc = Kc Diminuição [reagentes]
remoção de um produto e aumento [produtos]

Remoção de um reagente/ Qc > Kc Sentido inverso, até Qc = Kc Aumento [reagentes] e


Adição de um produto diminuição [produtos]

Aumento da pressão/ Varia se a soma dos Sentido da diminuição do Evolui no sentido do


diminuição do volume coeficientes número de partículas gasosas menor valor da soma
estequiométricos for dos coeficientes
diferente nos reagentes e estequiométricos
Diminuição da pressão/ nos produtos GASOSOS Sentido do aumento do Evolui no sentido do
aumento do volume número de partículas gasosas maior valor da soma dos
coeficientes
estequiométricos
Aumento da temperatura Não sofre alteração, Sentido da reação Variação do Kc,
variando apenas o Kc endotérmica (absorção de normalmente, aumento
energia) △H>0
Diminuição da temperatura Sentido da reação exotérmica Variação do Kc,
(libertação de energia) normalmente, aumento
△H<0

Equilíbrio químico e otimização de reações químicas


A aplicação do Princípio de Le Châtelier a processos industriais, e considerações sobre
a velocidade das reações, permitem prever condições de otimização dos processos, ou seja,
selecionar valores de temperatura e pressão e justificar o uso de catalisadores.
Na síntese industrial do amoníaco, feita pelo processo de Haber-Bosch,
↑ quantidade amoníaco ↑pressão
↓quantidade amoníaco ↑temperatura

Pressões elevadas: utilizam-se porque a reação direta é acompanhada de um decréscimo


da quantidade de matéria de espécies no estado gasoso.
Temperaturas baixas: utilizam-se, pois, a reação direta é exotérmica (aumento da
constante de equilíbrio, ou seja, reação direta mais extensa com a diminuição da temperatura).
PONTOS NEGATIVOS:
- a pressões elevadas os custos de produção são elevados
- a temperaturas baixas o amoníaco é produzido muito lentamente

A escolha das condições para a produção industrial está dependente dos custos
económicos: é preferível obter rapidamente percentagens moderadas de amoníaco do que
esperar muito tempo para obter percentagens elevadas. Para aumentar a rapidez do processo
utilizam-se catalisadores - permitem que se atinja o equilíbrio mais rapidamente (aumentam a
eficiência do processo), não havendo, no entanto, influência na extensão da reação.
Domínio 4 – Reações em sistemas aquosos
Reações ácido-base
Definição de ácido base
Termo «ácido» -> sabor azedo
Termo «base» -> materiais amargos e escorregadios ao tato

Antoine Laurent Lavoisier (século XVIII) supunha que todos os ácidos continham
oxigénio.
Humphrey Davy (século XIX) demonstrou que existem substâncias ácidas sem
oxigénio, como, por exemplo, o ácido clorídrico, HCl (aq). Assim, surgiu a ideia de que o
princípio acidificante poderia ser atribuído ao hidrogénio.
Justus von Liebig (século XIX) considerou que todos os ácidos deveriam ser
«compostos de hidrogénio em que este pode ser facilmente substituído por um metal».
Svante August Arrhenius (século XIX) - teoria iónica - admitiu a existência de iões em
soluções aquosas, e propôs uma nova teoria:
• ácido – substância que contém hidrogénio e que, dissolvida em água, dá origem a iões
hidrogénio, H+;
• base – substância que contém OH e que, dissolvida em água, se dissocia produzindo
iões hidróxido, OH-.

Limitações da teoria iónica (Arrhenius):


• o ião H+ não existe livre em solução aquosa, pois estabelece ligação com a
molécula de água, H2O, originando o ião hidrónio (ou oxónio), H3O+;
• não explicava por que razão o amoníaco, NH 3 (substância molecular), se
comportava como uma base
• não explicava nem a acidez nem a basicidade de soluções aquosas de sais;
• aplicava-se apenas a reações em solução aquosa e, por isso, não explicava o
comportamento de ácidos e bases noutros solventes ou em fase gasosa.

Brönsted e Lowry (século XX) - teoria protónica, uma vez que, geralmente, H+ é um
protão - chegaram, separadamente, a conceitos mais gerais de ácido e base.
• Ácido – espécie (molécula ou ião) com tendência para ceder um ião hidrogénio (H +) a
outra espécie.
• Base – espécie (molécula ou ião) com tendência para aceitar um ião hidrogénio (H +).

Nas reações ácido-base de Brönsted-Lowry há transferência de iões hidrogénio, H +, de


um ácido (espécie dadora) para uma base (espécie recetora).

Escala de Sørensen
O pH, um conceito introduzido por Sørensen, fornece indicação sobre o maior ou menor
grau de acidez, ou de alcalinidade, de soluções aquosas,
ou sobre a sua neutralidade.
Na escala de Sørensen, a 25 ºC,
- O valor de pH solução neutra = 7
- O valor de pH solução ácida < 7
- O valor de pH solução básica > 7
pH e concentração hidrogeniónica
O valor de pH está relacionado quantitativamente com o valor da concentração do ião
hidrónio ou oxónio, H3O+, numa solução (concentração hidrogeniónica)
↑pH ↓ H3O+
↓pH ↑H3O+

O pH de uma solução é calculado através:


pH = - log [H3O+]  [H3O+] = 10-pH

Se o pH diminuir x unidades, a concentração, H3O+ (aq) aumenta 10x vezes.


- pH solução neutra = 7  [H3O+] = 10-7
- pH solução ácida < 7  [H3O+] > 10-7
- pH solução básica > 7  [H3O+] < 10-7
pOH
O pOH de uma solução é calculado através:
pOH = - log [HO-]  [HO-] = 10-pOH
A 25ºC, pH + pOH = 14

Autoionização ou autoprotólise da água


- Reação de extensão muito reduzida
Kw = [H3O+]e x [HO-]e
Kw (25ºC) = 1,0 x 10-14  pKw (25ºC) = 14
Na água pura, [H3O+] = [HO-]

Qualquer solução aquosa com concentrações de H3O+ (aq) e HO- (aq) iguais é
considerada neutra.
A qualquer temperatura,
- Solução neutra: [H3O+] = [HO-]  pH = pOH
- Solução ácida: [H3O+] > [HO-]  pH < pOH
- Solução básica: [H3O+] < [HO-]  pH > pOH

Efeito da temperatura na autoionização da água


Com o aumento da temperatura, aumenta o Kw pelo que a reação vai ocorrer no sentido
direto, isto é, há formação de produtos, ou seja, aumentam simultaneamente as concentrações de
H3O+ e de OH- e, consequentemente, diminui o pH. Pelo princípio de le Chatelier, com aumento
da temperatura, o sistema tem que contrariar a perturbação favorecendo a reação endotérmica.
Assim, podemos concluir que a autoionização da água é uma reação endotérmica.
Ácidos e bases em solução aquosa

Ionização de ácidos e bases em água


Ionização de ácidos em água
Os ácidos são geralmente compostos moleculares, cujas unidades estruturais são moléculas.
Quando dissolvidos em água, ocorre uma reação de ionização, uma vez que há formação de
iões.
Ácidos fortes – ionização completa; ácidos fracos – ionização incompleta
Em geral, HA + H2O -> A- + H3O+

Ionização ou dissociação de bases em água


As bases tanto podem ser compostos moleculares como compostos iónicos.
Nos compostos moleculares, como é o caso das bases fracas, quando reagem com a água
ionizam-se.
Nos compostos iónicos, como é o caso das bases fortes – bases de Arrhenius-, quando entram
em contacto com a água, os iões separam-se, ocorrendo dissociação.
Em suma, base fortes – dissociação completa; base fracos – ionização incompleta
Em geral, MOH -> M+ + HO-

ÁCIDO FORTE
HA + H2O -> A- + H3O+
Co 0 0 pH = - log Co
-x +x +x Co – x = 0  Co = x; HA esgota sempre
0 Co Co Co => concentração que está escrita no rótulo

BASE FORTE
MOH -> M- + HO-
Co 0 0 pH = - log Co
-x +x +x. Co – x = 0  Co = x; HÁ esgota sempre
0 Co Co Co => concentração que está escrita no rótulo

ÁCIDO FRACO
HA + H2O -> A- + H3O+
Co 0 0 pH = - log x
-x +x +x Grau de ionização, α: α = [A-]/HA]i x 100  α = x/ Co x
100
Co - x x x ( ou rendimento)

BASE FRACA
B + H20 -> BH + HO-
Co 0 0 pH = - log x
-x +x +x Grau de ionização, α: α = [BH]/[B]i x 100  α = x/ Co x
100
Co – x x x (ou rendimento)

Nos ácidos e nas bases fortes, α =100%

Pares conjugados ácido-base


Par conjugado ácido-base: 2 espécies que diferem num protão e que apresentam caracter
ácido-base. Apresentam-se na forma ácido/base
Exemplo: NH3 + H2O -> NH4+ + HO-
NH4+/NH3
Substância anfotérica ou anfiprótica – espécie química que se comporta tanto como um
ácido como uma base.

Constantes de acidez
A lei do equilíbrio químico aplica-se às reações entre um ácido, ou uma base, e a água.
Em soluções diluídas, a água, por ser o solvente, não é considerada para o cálculo da constante
de equilíbrio.
Num ácido, a constante de equilíbrio denomina-se constante de acidez ou constante de
ionização do ácido, Ka.
Ka = [produtos] / [reagentes]  Ka = x2/ Co - x
Numa base, a constante de equilíbrio denomina-se constante de basicidade ou constante
de ionização da base, Kb.
Kb = [produtos] / [reagentes]  Kb = x2/ Co - x
Num ácido fraco,
Ka = [A-]e x [H3O+]e / [HA]e
Numa base fraca,
Kb = [BH]e x [HO-]e / [B]e
Força relativa de ácidos e bases
As reações de ionização de ácidos e bases ou de dissociação de bases em solução
aquosa não são igualmente extensas, à mesma temperatura. As designações «forte» e «fraco(a)»
são um indicador da força de um ácido ou de uma base, ou seja, da capacidade de originarem
iões H3O+ ou OH-, respetivamente.

Ácidos fortes: ácidos cuja reação de ionização em solução aquosa é muito extensa, ou seja, Ka é
muito elevada.
⬆️Ka ⬆️extensão ⬆️[H3O+]
Bases fortes: bases cuja reação de dissociação em solução aquosa é muito extensa, ou seja, Kb é
muito elevada.
⬆️Kb ⬆️extensão ⬆️[HO-]

Como Kb x Ka = Kw
Então podemos concluir que ⬆️Ka⬇️Kb e vice-versa, logo quanto mais forte é um ácido mais
fraca é a sua base conjugada e vice-versa.

Reação de neutralização
Uma reação de neutralização é aquela que ocorre entre um ácido e uma base. As reações de
neutralização produzem um sal (composto iónico) e água.
SOLUÇÃO ÁCIDA + SOLUÇÃO BÁSICA -> ÁGUA + SAL

- A reação estará terminada quando só houver produtos => n solução básica = nsolução ácida

Ponto de equivalência
A volumetria de ácido-base, ou titulação, como também é conhecida, é uma técnica que
geralmente se utiliza em estudos quantitativos de reações de neutralização ácido-base.

Titulante
- Solução que se coloca na bureta;
- Solução-padrão -> a sua concentração é conhecida;
Titulado
- Solução que se coloca na matriz ou gobelé;
- Volume medido com rigor;

Numa titulação, a adição gradual do titulante é feita até ao ponto em que a reação química entre
as duas soluções seja completa, ou seja, em que o ácido e a base foram adicionados na
proporção estequiométrica. No momento em que isto se verifica atinge-se o ponto de
equivalência, ou seja, o ponto em que não há excesso nem de ácido nem de base em solução.
Nesse momento, tem-se uma solução aquosa do sal que se formou na reação de neutralização.

Então, no PE:
n ácido = n base
 c ácido x v ácido = c base x v base
NOTA: a ácido + b base
No PE: n ácido/ a = n base/ b

Curva de titulação é o gráfico que representa a variação do valor de pH da solução resultante


A titulação pode ser:
- Tradicional (indicador colorimétrico)
Critério de seleção do indicador colorimétrico: a zona de viragem do indicador colorimétrico de
estar totalmente contida no intervalo de pH onde se verifica a variação acentuação do respetivo
valor na curva de titulação.
- Potenciométrica (medidor de pH)

Acidez e basicidade em soluções aquosas de sais


Quando se mistura uma solução ácida com uma solução básica ocorre uma reação de
neutralização. O termo «neutralização» significa que as quantidades de ácido e de base são
estequiometricamente equivalentes, mas tal não significa que a solução resultante (sal + água)
seja neutra.

Uma solução é ácida quando….


…. Um ácido reage com um neutro (base conjugada de um ácido forte)
…. Um ácido reage com uma base, cujo Ka>Kb

Uma solução é básica quando….


…. Uma base reage com um neutro
…. Uma base reage com um ácido, cujo Ka<Kb

Uma solução é neutra quando….


…. Um neutro reage com um neutro

Aspetos ambientais das reações ácido-base


O aumento da acidez da chuva tem provocado, ao longo dos anos, a deterioração de
construções de calcário e de mármore, a corrosão de objetos metálicos e também o aumento da
acidez dos cursos de água e de lagos. Este problema ambiental, caracterizado pela diminuição
do pH da água da chuva, é designado por «chuva ácida».

Acidez da água da chuva


Toda a chuva é naturalmente ácida, pois o dióxido de carbono existente na atmosfera
reage com a água da chuva, acidificando-a. A solução resultante, chuva normal, tem um pH
próximo de 5,6. Abaixo apresentam-se as equações químicas da acidificação da água da chuva
pelo dióxido de carbono.
CO2 (g) + H2O (l) -> H2C03 (aq)
H2C03 (aq) + H2O (l) -> HC03- (aq) + HO- (aq)

Poluentes atmosféricos e chuva ácida


A chuva ácida é mais ácida do que a chuva normal. A chuva ácida (chuva com pH <
5,6) é produzida quando os gases emitidos por determinadas fontes entram na atmosfera. É o
caso do dióxido de enxofre, S02, produzido, fundamentalmente, pela queima de combustíveis
fósseis utilizados na indústria e em centrais termoelétricas, e dos óxidos de nitrogénio, NOx
(NO + N02), produzidos sobretudo pelos veículos motorizados

O dióxido de enxofre, S02, emitido para a atmosfera transforma-se em trióxido de enxofre, S0 3:


2 SO2 + O2 -> 2 SO3
Os óxidos de enxofre reagem com a água originando ácido sulfuroso, H 2S03, e ácido sulfúrico,
H2SO4:
SO2 (g) + H2O (l) -> H2S03 (aq)
S03 (aq) + H2O (l) -> H2SO4 (aq)
Forma-se ácido nitroso, HN02, e ácido nítrico, HN03, nas nuvens, pela reação de óxidos de
nitrogénio com água:
2 NO (g) + O2 (g) ,2 NO2 (g)
2 NO2 (g) + H2O (l)  HNO2 (aq) + HNO3 (aq)
Os mármores e calcários são constituídos essencialmente por carbonato de cálcio,
CaC03, que ao reagir com os ácidos liberta dióxido de carbono. Assim, a deterioração das
construções de mármore e calcário pode ser explicada pelo efeito da chuva ácida sobre o
carbonato de cálcio, o qual se traduz por:
CaCO3 + H2SO4 -> CaSO4 + CO2 + H2O

Como o sulfato de cálcio, CaSO4, é moderadamente solúvel em água, o resultado desta


reação é a dissolução do mármore e do calcário.

Reações de oxidação-redução
- Reação em que ocorre transferência de eletrões entre átomos ou espécies químicas.
- A reação de oxidação e a de redução ocorrem simultaneamente
Oxidação - cedência de eletrões, ou seja, uma espécie oxida-se quando cede eletrões;
Redução - ganho de eletrões, ou seja, uma espécie reduz-se quando ganha eletrões.

- Neste tipo de reações, o número de eletrões cedidos tem que ser igual ao número de eletrões
recebidos para que a carga elétrica total permaneça constante.

Numa reação de oxidação-redução:


• a espécie oxidada é a que sofre oxidação, isto é, cede eletrões
• a espécie reduzida é a que sofre redução, isto é, recebe eletrões
• a espécie oxidante é a espécie que provoca uma oxidação noutra espécie, ou seja, é a que
recebe eletrões
• a espécie redutora é a espécie que provoca uma redução noutra espécie, ou seja, é a que cede
eletrões

Número de oxidação, n.o.


O número de oxidação (n.o.) de um elemento numa molécula, ou num composto iónico,
é a carga que o átomo desse elemento teria se, na ligação química que forma, fossem atribuídos
todos os eletrões da ligação ao átomo mais com maior «apetência» para os eletrões (mais
eletronegativo).
Regras básicas para a determinação do número de oxidação:
1. átomos ou substâncias elementares
n.o. = 0
2. iões monoatómicos/ poliatómicos
n.o. = carga dos iões
3. moléculas de substancias compostas
n.o. = soma dos n.o. dos átomos é igual a 0
4. n.o. (H) = +1 (quando combinado com um metal pode ser -1)
n.o. (O) = -2 (quando ligado ao fluor o n.o. = -1)

Para saber se a espécie foi oxidada ou não podemo-nos basear no n.o.:


- Espécie oxidada -> + positivo -> aumento do número de oxidação.
- Espécie reduzida -> + negativo -> diminuição do número de oxidação.

Semirreações de oxidação e de redução


Exemplo:
Reação entre o fio de cobre e a solução de nitrato de prata.
Cu (s) -> Cu2+ (aq) + 2e- (semirreação de oxidação)
Ag+ (aq) + 1e- -> Ag (s) (semirreação de redução)

As semirreações mostram, de forma explícita, os eletrões envolvidos numa reação de


oxidação-redução.
A equação que traduz a reação global pode ser escrita a partir das duas semirreações,
mas essa equação global tem de estar de acordo com a lei da conservação da massa e a lei da
conservação da carga, o que implica a igualdade do número de eletrões cedidos na oxidação
com o número de eletrões recebidos na redução.

Deste modo, “calculamos” o múltiplo comum mínimo dos eletrões e multiplicamos as


semirreações pelo número necessário.
Neste caso,
O mínimo múltiplo comum é 2
(Cu -> Cu2++ 2e-) x 1
(Ag+ + 1e- -> Ag) x 2

Cu + 2Ag+ + 2e- -> Cu2++ 2e- + 2Ag => Cu + 2Ag+ -> Cu2+ + 2Ag

Pares conjugados redox ou oxidação-redução


- Espécies químicas com um elemento que apresenta diferentes estados de oxidação. Uma
espécie é dadora de eletrões (redutora) e a outra é a respetiva espécie aceitadora de eletrões
(oxidante)

Neste caso,
Redutor / oxidante
Cu / Cu2+
Ag / Ag+
Força relativa dos oxidantes e redutores
O caráter oxidante ou redutor de uma espécie química depende da natureza da espécie
com que reage.
Resumido:
- O metal que reage com todos -> menor poder redutor
- O metal que não reage com nenhum -> maior poder redutor
- Quanto maior for o número de soluções com o que o metal reage -> menor é o poder
redutor
- Quanto menor for o número de soluções com o que o metal reage -> maior é o poder
redutor
- Os iões é o pensamento inverso

A corrosão é a oxidação não desejada de um metal. Esta diminui a duração de produtos


metálicos, principalmente de ferro e de aço, presentes em edifícios, pontes, navios, etc. Um dos
exemplos mais evidentes é a corrosão do ferro que, em contacto com o oxigénio húmido, dá
origem à ferrugem. Uma forma de prevenir a corrosão é a chamada proteção catódica (por
ânodo de sacrifício), que consiste em pôr em contacto com o ferro um metal fortemente redutor
(que se oxida mais facilmente), como, por exemplo, o magnésio ou o zinco, resguardando assim
o ferro da corrosão.

Soluções e equilíbrio de solubilidade


Mineralização das águas
Dissolução de sais e gases na água do mar
A água possui a capacidade de dissolver uma grande variedade de sólidos, líquidos e
gases.
Mineralização das águas: resulta de processos de dissolução de sais minerais.
Das águas naturais, a água do mar é a que possui uma maior quantidade e variedade de
sais minerais dissolvidos por quilograma de água (salgada) devido à dissolução de sais minerais
e de dióxido de carbono.
Em 100 g de água do mar há, em média, 3,5 g de sais dissolvidos, ou seja, há 35 g de
sais em 1 kg de água do mar.
A composição de uma água resulta da mineralização, isto é, da dissolução de sais
minerais.
A dissolução pode ser:
- Dissociação
- Solvatação

Em geral, CA ⇌ C+ + A-
Sentido direto – dissolução
Sentido inverso – precipitação

Fatores que afetam a rapidez da dissolução:


- Agitação da mistura
↑ agitação ↑ dispersão no soluto ↑ rapidez de dissolução
- Estado de dissolução do soluto
↑ estado de divisão ↑ área de superfície de contacto ↑ rapidez de dissolução
- Temperatura

Tanto a agitação da mistura como o estado de divisão do soluto não afetam a


solubilidade.

Solubilidade de sais em água


A solubilidade é a concentração de um dado soluto num dado solvente, a uma dada
temperatura e pressão, para que esta fique saturada.
É usualmente expressa em gramas de soluto por 100 g de solvente ou em unidades de
concentração, mol/dm3.
s = c = n/ v ↴
normalmente, o volume final = volume inicial uma vez que o soluto vai ocupar os
espaços vazios entre as moléculas de água

Os sais podem ser:


- Solúveis: s > 1g/100 cm3 água
- Pouco solúveis: s < 0,1g/100 cm3 água

Efeito da temperatura na solubilidade


Com o aumento da temperatura, a solubilidade aumento pelo que a reação vai ocorrer
no sentido direto. Pelo princípio de le Chatelier, com o aumento da temperatura, o sistema para
contrariar, evolui no sentido endotérmico. Assim, a reação de dissolução é endotérmica.
Uma solução pode ser:
- Insaturada (dissolução é completa): csal < ssal
- Saturada: quando se atinge um equilíbrio de solubilidade => c sal = ssal
- Sobressaturada (sistema instável, logo ocorre precipitação): c sal > ssal
A presença de um precipitado significa que há equilíbrio de solubilidade entre o
precipitado e a solução saturada de soluto.

Equilíbrio químico e solubilidade de sais


Constante de produto de solubilidade
CcAa ⇌ cCx+ + aAx-
Ks = [Cx+]ce x [Ax-] ae
Esta constante designa-se por constante de produto de solubilidade ou produto de
solubilidade, Ks.

Para as mesmas condições estequiométricas, ↑Ks ↑ solubilidade e vice-versa


Quando não estão nas mesmas condições estequiométricas => calcular a solubilidade e
↑s ↑solúvel e vice-versa
Exemplo:
CaF2 ⇌ Ca2+ + 2F-
Alteração da solubilidade dos sais
A solubilidade de um sal é afetada não só pela temperatura, mas também pela presença
de outras espécies em solução, em conformidade com o Princípio de Le Châtelier.
Efeito do ião comum
- Ao adicionar iões à solução, diminui a sua solubilidade

Alteração do pH
- Diminuição do pH -> ↑ [H3O+] (ambiente ácido) -> solubilidade aumenta
- Aumento do pH -> ↑ [H3O+] ↓ [HO-] (ambiente básico) -> solubilidade diminui

Formação de um ião complexo


- Solubilidade aumenta

Desmineralização de águas
Correção da dureza da água
A dureza de uma água é determinada principalmente pela quantidade total de iões cálcio
e magnésio presentes. Água dura é uma água que contém concentrações apreciáveis de Ca 2+ e
Mg2+ e outros catiões metálicos.
A natureza geológica dos solos que a água atravessa é determinante para a sua dureza.
Quando a concentração desses iões é reduzida, diz-se que a água é macia ou mole.

Exemplo de processos para minimizar os efeitos da dureza da água:


• aditivos anticalcários: são agentes complexantes que se adicionam aos detergentes e
que vão reagir com os catiões cálcio e magnésio, formando iões complexos (que são solúveis)
• resinas de permuta iónica (Fig. 2.24): faz-se passar a água dura através da resina que
contém iões Na+. Quando a água dura passa através da resina, os catiões Ca 2+ e Mg2+ permutam
com os iões sódio, que se deslocam para a água. Os sais de sódio são muito solúveis.

Reação de precipitação
A remoção de poluentes metálicos pode ser feita através de reações de precipitação de
sais.
Uma reação de precipitação é uma reação que é caracterizada pela formação de um
composto insolúvel (precipitado) que se separa da solução. Estas reações ocorrem, geralmente,
entre compostos iónicos. Para saber se há ou não precipitado, temos que comparar o Qs com o
Ks
- Qs < Ks (solução insaturada)
Não ocorre precipitado
- Qs = Ks (solução saturada)
Equilibrio de solubilidade
- Qs > Ks (solução sobressaturada)
Ocorre precipitado ate que Qs = Ks

A precipitação seletiva é um processo em que se separa uma espécie em solução de


outras por precipitação. Existem vários agentes precipitantes que permitem a separação de iões
a partir das diferenças de solubilidade dos respetivos sais, designando-se este processo por
precipitação seletiva de sais por adição de um precipitante.

Ks = [Ca2+] x [F-]2
Ks = s x (2s)2
Ks = 4s3

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