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Relatorio al 1 2 - Al 1.2 física 11°ano

fisica A (Escola Secundária de Miraflores)

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PARTE

AL 1.2 FORÇAs NOs mOVImENTOs RETILÍNEOs ACELERADO E UNIFORmE


4
OBJETIVO GERAL

Relatórios das atividades laboratoriais


Identificar forças que atuam sobre um corpo que se move em
linha reta, num plano horizontal, e investigar o seu movimento
quando sujeito a uma resultante de forças não nula e nula.
A realização da atividade laboratorial proposta irá permitir estudar
o movimento de um corpo quando sujeito a uma força resultante
não nula e nula. Para isso, um carrinho é colocado sobre um plano
horizontal mas ligado por um fio (que passa na gola de uma
roldana) a um outro corpo que desce na vertical. A determinação
da velocidade de um carrinho em diferentes pontos de um percurso retilíneo, quando sujeito a uma
força resultante não nula (fio sob tensão) ou quando sujeito a uma força nula (o fio deixa de estar em
tensão), permitirá investigar o tipo de movimento adquirido.
Se a partir de um dado instante a velocidade de um corpo variar, então, obrigatoriamente, atua no 
corpo uma força que é responsável por esse efeito. A aceleração adquirida pelo corpo é diretamente
proporcional à força aplicada (Lei Fundamental da Dinâmica ou 2.ª Lei de Newton). Se essa força deixar 
de atuar, então, o corpo continua em movimento com velocidade constante (Lei da Inércia ou 1.ª Lei 
de Newton).

PARTE I Preparação da atividade laboratorial


O que é preciso saber…

1 Considere um corpo em movimento retilíneo numa superfície horizontal. Refira o tipo de movimento
que tem o corpo quando sujeito:
a) a uma resultante de forças não nula constante;
Movimento retilíneo uniformemente variado. Se a força resultante tiver o sentido do movimento,
a velocidade do corpo aumenta na direção e no sentido do movimento, e este move-se com movimento
retilíneo uniformemente acelerado. Se a força resultante tiver sentido oposto ao do movimento,
a velocidade do corpo diminui na direção e no sentido do movimento, e este move-se com
movimento retilíneo uniformemente retardado.
b) a uma resultante de forças nula.
Movimento retilíneo uniforme. De acordo com a Lei da Inércia, quando a resultante das forças que
atuam no carrinho é nula, a velocidade deverá manter-se constante, em relação a um referencial.

2 A figura representa um carrinho em movimento numa superfície horizontal, puxado por um fio
que tem suspendido um corpo, C, que cai na vertical até embater no solo. A superfície foi polida
para que o atrito entre a superfície de apoio e o carrinho seja desprezável.

0 xC
x/m

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2.1 Reproduza a figura no seu caderno e trace os vetores que possam representar as forças que atuam
4 nos corpos nas situações descritas.
NOTA: Tenha em atenção o tamanho relativo dos vetores que representam essas forças.
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a) Forças que atuam no carrinho antes do embate do corpo suspenso no solo.

b) Forças que atuam no carrinho depois do embate do corpo suspenso no solo.

c) Forças que atuam no corpo suspenso antes do seu embate no solo.

d) Forças que atuam no corpo suspenso depois do seu embate no solo.

2.2 Considere o referencial da figura e represente os vetores aceleração e velocidade em três instantes
distintos: quando o fio está sob tensão; quando o carrinho se encontra na posição xc (instante
imediatamente anterior ao corpo C entrar em contacto com o solo); e após o fio deixar de estar
em tensão.
NOTA: Admita que pode aplicar o modelo da partícula material; tenha em atenção o tamanho relativo
dos vetores.

0 x1 xC x2
x/m

a1 aC a2 = 0 a1 = aC

a2 = 0
v1 vC v2
v1 < vC = v2

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2.3 Identifique, justificando, os dois tipos de movimento adquirido pelo carrinho ao longo do percurso
considerado, antes e após a colisão do corpo suspenso com o solo. 4
Antes de o corpo suspenso colidir com o solo, o tipo do movimento do carrinho é uniformemente

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acelerado. As forças que atuam no carrinho são a força de reação normal, o peso do carrinho
e a força exercida pelo fio no carrinho (força de tensão do fio). Como a força de reação normal
e o peso têm iguais intensidades, a força resultante a atuar no carrinho é a força de tensão do fio.
A velocidade do carrinho varia neste percurso, logo, existe aceleração. Como a velocidade do carrinho
aumenta, então, a velocidade e a aceleração têm a mesma direção e o mesmo sentido neste percurso.
Depois de o corpo suspenso embater no solo, continuam a atuar o peso e a força de reação normal,
mas o fio deixa de exercer qualquer força sobre o carrinho (a força de tensão é nula). A força
resultante a atuar no carrinho é nula, o que significa que, de acordo com a Lei da Inércia, a velocidade
deverá manter-se constante. O movimento do carrinho a partir desse instante é retilíneo uniforme.
2.4   S  elecione o esboço do gráfico que pode representar o módulo da velocidade do carrinho, 
em função do tempo, nas duas partes do percurso, quer quando o fio o está a puxar,
quer quando o fio deixa de estar em tensão.

A v/m s-1 B v/m s-1

t/s t/s

C v/m s-1 D v/m s-1

t/s

t/s

Opção C.
Antes de o corpo suspenso colidir com o solo, o tipo do movimento do carrinho é uniformemente
acelerado (a velocidade do carrinho aumenta linearmente com o tempo).
Depois de o corpo suspenso embater no solo, a força resultante a atuar no carrinho é nula
e a velocidade deverá manter-se constante. O movimento do carrinho a partir desse instante
deverá ser retilíneo uniforme.

Refletir e construir o procedimento experimental…

Um método para estudar o movimento de um corpo quando sujeito a uma força resultante não nula
e nula resulta da montagem experimental representada na figura.
Um carrinho é colocado sobre uma calha horizontal, ligado por um fio que tem um corpo suspenso, C,
que cai na vertical. Utiliza-se uma célula fotoelétrica ligada a um cronómetro digital, que será
colocada em diferentes posições do percurso. No cronómetro digital é registado o tempo que demora
um pino acoplado ao carrinho a atravessar a célula e o tempo que demora o carrinho a percorrer
a distância considerada.

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xi xC

1 Identifique as grandezas a medir para determinar o módulo da componente escalar


da velocidade do carrinho em diferentes posições ao longo do percurso.
Para determinar o módulo da componente escalar da velocidade do carrinho, em cada uma das
posições, deve medir-se a largura do pino, D, e o tempo de passagem do pino pela célula, Dtpassagem.
Como o intervalo de tempo de passagem do pino é muito pequeno, é uma boa aproximação considerar
que a velocidade é praticamente constante, sendo possível utilizar-se a expressão do movimento retilíneo
D
uniforme para calcular o módulo da componente escalar da velocidade em cada instante: v =
Dt

2 Para analisar o movimento, constrói-se o gráfico da componente escalar da velocidade


do carrinho em função do tempo (gráfico velocidade-tempo).
2.1 Identifique as grandezas físicas a medir para construir o gráfico velocidade-tempo.
É necessário determinar o módulo da componente escalar da velocidade do carrinho em diferentes
posições do percurso (a partir das medições da largura do pino, D, e do tempo de passagem do pino
pela célula em cada uma das posições, Dtpassagem); o intervalo de tempo, Dtmovimento, entre a posição
inicial do carrinho e a posição onde se encontra a célula. Neste caso, como não há inversão
de sentido no movimento do carrinho, a componente escalar da velocidade é sempre positiva.
2.2 Explique como proceder para fazer as medições dessas grandezas físicas, utilizando células
fotoelétricas.
O módulo da componente escalar da velocidade em cada posição calcula-se pela expressão:
D
v= .
Dt
Para determinar este valor deve-se proceder do seguinte modo:
— medir a largura do pino com uma craveira (D);
— marcar diferentes posições na mesa/calha para colocar a célula fotoelétrica;
— medir o intervalo de tempo de passagem (Dt = Dtpassagem) do pino pela célula em cada uma
das posições.
Para determinar o intervalo de tempo que o carrinho demora a percorrer a distância entre a posição
inicial e cada uma das posições marcadas na mesa/calha, (Dtmovimento), devem ligar-se as duas células
ao cronómetro digital. Uma das células é colocada na posição inicial e a outra célula é colocada
na posição final. Deve ter-se em atenção o modo de funcionamento do cronómetro digital.

3 Na realização desta experiência há que ter os seguintes cuidados:


  •  O carrinho deve ser colocado numa mesa polida (ou numa calha), colocada na horizontal.
  •   O fio, que liga o carrinho ao corpo C, deve ter um comprimento tal que o corpo C entre 
em contacto com o solo aproximadamente a metade do comprimento da trajetória retilínea
percorrida pelo carrinho.
  •  O carrinho deve mover-se em linha reta.

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3.1 Refira a razão pela qual se deve utilizar uma mesa polida.
Para que o atrito entre o carrinho e a mesa/calha possa ser minimizado e, se possível, desprezado 4
no estudo do movimento.

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3.2 Para estudar, experimentalmente, o movimento do carrinho sugere-se que o comprimento do fio
deva ser adequado. Justifique esta advertência.
O fio deve ter um comprimento tal que permita que o corpo suspenso, C, embata no solo, antes
de o carrinho chegar ao fim da superfície horizontal, sobre a qual se move. Deste modo, existe uma
parte do percurso em que a força exercida pelo fio sobre o carrinho não é nula, a força resultante
é constante e o carrinho move-se com movimento retilíneo uniformemente acelerado.
A partir de um determinado instante, quando o corpo C embate no solo, deixa de atuar a força
exercida pelo fio sobre o carrinho em movimento, e a resultante das forças exercidas sobre
o carrinho passa a ser nula. A partir deste instante, o carrinho terá movimento retilíneo uniforme.
Conclui-se que se o fio tiver o comprimento adequado é possível estudar dois movimentos
diferentes.

PARTE II Execução da atividade laboratorial


Material utilizado no procedimento experimental…

•   Mesa polida (ou calha)
•   Cronómetro digital + duas células fotoelétricas
Em alternativa: Sistema de aquisição automático de dados
•   Carrinho
•   Fio 
•  R  oldana fixa
•   Corpo de metal
•   Suporte universal + garras

Execução do procedimento experimental

1 Planifique o modo de realização da experiência sabendo que se pretende construir o gráfico


velocidade-tempo para análise do movimento.
SUGESTÃO: Baseie-se no esquema apresentado e no material disponível; tenha em atenção a reflexão
e metodologia anteriormente descritas.

2 Execute a experiência seguindo a metodologia escolhida e faça as medições das grandezas


físicas necessárias para atingir o objetivo do trabalho. Tenha em atenção a escala dos aparelhos
de medida e conceba uma tabela de registo de dados de forma a sistematizar a informação
relevante (grandeza física; menor divisão da escala; digital/analógico; incerteza absoluta
de leitura). Construa uma tabela e proceda ao registo das medições diretas e indiretas tendo
em conta os algarismos significativos a elas associados.

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Tabela 1 Caracterização dos instrumentos de medida


4 ApARELhOs DE mEDIDA
Craveira* Cronómetro digital
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Dtmovimento Dtpassagem
Grandeza física Largura
(entre as células A e B) (pela célula B)
Menor divisão de leitura/unidade 0,02 mm 0,01 ms 1 ns
Digital/analógico Analógico Digital
Incerteza absoluta de leitura/unidade ! 0,02 mm ! 0,01 ms !1 ns
* NOTA: A craveira analógica é uma exceção aos instrumentos analógicos; a incerteza absoluta de leitura coincide com a menor divisão
do nónio.

PARTE III Análise e discussão da atividade laboratorial


1 Calcule o valor mais provável do conjunto de medições dos tempos de passagem do carrinho,
Dtpassagem e Dtmovimento, registados pelas células, bem como o valor das respetivas incertezas
absolutas.
Registe corretamente as medidas das grandezas na tabela que construiu.
NOTA: Se utilizou um sistema de aquisição automático de dados, que disponibilize a velocidade do carrinho
em função do tempo, deve passar diretamente para a questão seguinte.
Diâmetro do pino = (1,24 # 10-3 ! 0,02 # 10-3) m

Tabela 2 Registo das medições diretas e indiretas que permitem construir o gráfico velocidade-tempo para análise
do movimento
Dtpassagem d máximo d máximo
Dtpassagem médio Dtmovimento Dtmovimento médio
Ensaio # 10-3 -3 |Dtpassagem médio - Dti| -4 |Dtmov. médio - Dti| v/m s-1
# 10 /s ! 1 # 10 /s /s
! 1 # 10-6/s # 10-3/s /s
9,995 0,6106
1 9,895 9,963 0,068 0,5920 0,5969 0,0137 0,124
9,999 0,5880
6,678 0,9127
2 6,656 6,657 0,021 0,8848 0,9006 0,0158 0,186
6,637 0,9044
5,525 1,1260
3 5,379 5,423 0,102 1,1363 1,1420 0,0217 0,229
5,365 1,1637
4,599 1,3558
4 4,618 4,613 0,014 1,3368 1,3431 0,0127 0,269
4,621 1,3366
4,114 1,5083
5 4,225 4,184 0,070 1,5130 1,5157 0,0102 0,296
4,214 1,5259
3,812 1,6675
6 3,750 3,784 0,034 1,7184 1,6875 0,0309 0,328
3,791 1,6767
3,515 1,8324
7 3,505 3,514 0,009 1,8905 1,8424 0,0481 0,353
3,523 1,8042

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3,545 1,9898
8 3,543 3,540 0,007 1,9879 1,9797 0,0182 0,350
4

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3,533 1,9615
3,555 2,0961
9 3,553 3,550 0,007 2,1186 2,1020 0,0166 0,349
3,543 2,0913
3,549 2,2553
10 3,551 3,546 0,007 2,2543 2,2499 0,0098 0,350
3,539 2,2401
3,562 2,4052
11 3,563 3,562 0,001 2,3768 2,3928 0,0160 0,348
3,561 2,3965
3,582 2,5541
12 3,575 3,585 0,014 2,5397 2,5457 0,0084 0,346
3,599 2,5434

2 Construa o gráfico velocidade-tempo para análise do movimento.

v/m s-1

0,400

0,350

0,300

0,250

0,200

0,150

0,100

0,050

0 0,5000 1,0000 1,5000 2,0000 2,5000 3,0000 t/s

3 Caracterize o movimento do carrinho ao longo do tempo.


SUGESTÃO: Relacione a forma do gráfico num dado intervalo de tempo com o tipo de movimento
do carrinho nesse intervalo de tempo.
A análise gráfica mostra que, entre o instante inicial e o momento em que o corpo suspenso embate no solo,
o módulo da componente escalar da velocidade do carrinho aumenta aproximadamente do mesmo valor
em intervalos de tempo iguais. Deste modo, poder-se-á inferir que o carrinho tem movimento acelerado
e a componente escalar da aceleração é constante neste intervalo de tempo. O carrinho tem movimento retilíneo
uniformemente acelerado.
A partir do instante em que o corpo suspenso embate no solo, e durante o período em estudo, a componente escalar
da velocidade do carrinho tende a diminuir ligeiramente ao longo do tempo (tendo sofrido um decréscimo de cerca
de 2 % relativamente ao valor máximo registado) e a distribuição de pontos no gráfico sugere que o movimento
tende a ser uniformemente retardado.

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4 Analise o gráfico e explique se os efeitos do atrito são ou não desprezáveis.


4 Pela análise dos dados experimentais e do gráfico (a partir do momento que o fio deixa de estar sob
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tensão) verifica-se que ocorre uma ligeira variação (diminuição) da velocidade.


A diminuição no valor médio (vmáx. = 0,353 m s-1; vmédio = 0,349 m s-1; Dv = 0,004 m s-1) é inferior
ao erro na medição da velocidade (0,006 m s-1), o que permite considerar os pontos medidos dentro
do erro experimental de medição na velocidade e assim considerar a velocidade como constante,
indicando que o atrito foi minimizado. Contudo, a tendência de diminuição da velocidade observada
no gráfico necessitaria que o estudo do movimento tivesse sido feito num troço da trajetória horizontal
com um comprimento superior ao utilizado.

5 Infira se, nas condições experimentais, se observam as previsões do modelo teórico, confrontando-as
com os pontos de vista de Aristóteles, Galileu e Newton acerca do movimento dos corpos.

SUGESTÃO: Pesquise sobre as conceções de Aristóteles, Galileu e Newton acerca do movimento dos corpos;
relacione o tipo de movimento com a resultante das forças que atuam no carrinho.

Aristóteles considerava que um corpo só permaneceria em movimento se sobre ele atuasse continuamente
uma força.
Galileu percebeu que ao empurrar um corpo existia uma força de oposição ao movimento designada por
força de atrito. Galileu, contrariamente a Aristóteles, percecionou, através de uma série de experiências
idealizadas, que na ausência de qualquer força atuante sobre um corpo este manteria eternamente a sua
velocidade, ou seja, permaneceria em repouso quando em repouso ou continuaria com movimento
retilíneo uniforme caso estivesse em movimento (Princípio da Inércia).
Com Newton, bom conhecedor dos trabalhos de Galileu, o Princípio da Inércia passou à formulação
de lei (Lei da Inércia), uma vez que Newton através daquele princípio derivaria várias consequências
que confirmou amplamente pela experiência. Newton desenvolveu ainda mais o estudo dos movimentos,
tendo consolidado o conceito de força e formulando mais duas leis (a 2.ª e 3.ª Leis de Newton), que
viriam juntamente com a Lei da Inércia (1.ª Lei de Newton) a formar um todo coerente na interpretação
dos movimentos mais comuns dos corpos à superfície da Terra.
Os resultados experimentais obtidos comprovam que num primeiro intervalo de tempo a velocidade
do carrinho varia, logo, o corpo sofre uma aceleração. Como a velocidade aumenta do mesmo valor para
intervalos de tempo iguais, então, a aceleração é constante. Assim, de acordo com a 2.ª Lei de Newton,
a resultante das forças não é nula, entre o instante inicial e o instante em que o corpo suspenso embate no
solo, e é constante. Se o atrito puder ser desprezado, as forças a atuar no carrinho são a força de reação
normal, o peso e a tensão exercida pelo fio. A força resultante é igual à força de tensão que atua no sentido
do movimento do carrinho e é constante. O carrinho tem movimento retilíneo uniformemente acelerado.
Num segundo intervalo de tempo, a partir do instante em que o corpo suspenso atinge o solo, e se as
forças de atrito forem minimizadas ao ponto de poderem ser desprezadas, não há variação de velocidade,
o movimento é retilíneo e uniforme. Analisando as forças que atuam no corpo, sabe-se que a força
de tensão deixa de atuar no instante em que o corpo suspenso atinge o solo; as únicas forças a atuar no
carrinho são a força de reação normal e o peso, que se anulam. Conclui-se que a resultante das forças
é nula. Experimentalmente, verifica-se que, a partir do instante em que o corpo suspenso atinge o solo
e nas condições de as forças de atrito poderem ser desprezadas, o carrinho continua em movimento,
apesar de a resultante das forças ser nula, e que a sua velocidade é constante. Este resultado experimental
está de acordo com o Princípio de Inércia de Galileu e, consequentemente, com a Primeira Lei de Newton,
e em total desacordo com a conceção de Aristóteles sobre o movimento.

6 Diga de que modo os resultados experimentais obtidos permitem prever qual é o movimento
que a bola adquire, quando é abandonada no topo do plano inclinado e segue a trajetória descrita
na figura.

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Tendo por base os resultados experimentais e a sua análise, poderemos inferir que durante o movimento
da bola no plano inclinado a velocidade da mesma deverá aumentar, estando, assim, sujeita a uma aceleração.
De acordo com a 2.ª Lei de Newton, a resultante das forças não é nula. Neste caso, a força de reação normal
4

Relatórios das atividades laboratoriais


e a força gravítica que atuam na bola não têm a mesma direção e a componente do peso na direção paralela
ao plano não é nula. A bola deslocar-se-á com um movimento uniformemente acelerado.
A partir do instante em que a bola passa a movimentar-se no plano horizontal, o módulo da sua velocidade
manter-se-á constante (na condição de as forças de atrito poderem ser desprezadas). A bola ficará
sujeita a uma força resultante nula, uma vez que as únicas forças a atuar serão a força de reação normal
e a força gravítica, que passam a atuar na mesma direção e com a mesma intensidade, mas com sentidos
opostos e, por isso, anulam-se. De acordo com a Primeira Lei de Newton, a bola deslocar-se-á com
um movimento uniforme.

7 Elabore um relatório (ou síntese, oralmente ou por escrito, ou noutros formatos) sobre a atividade
laboratorial realizada.

PARTE IV Saber +
Na figura está esquematizada uma experiência idealizada por Galileu para contrariar as ideias
de Aristóteles sobre a necessidade de existir permanentemente uma força para que um corpo permaneça
em movimento. Galileu idealizou duas rampas unidas entre si, onde colocaria em movimento uma
bola. Uma das rampas tinha uma inclinação fixa; a inclinação da segunda rampa poderia ser alterada.
Na rampa de inclinação fixa era abandonada, a uma dada altura, h, uma bola que desceria essa rampa
para depois subir a segunda rampa até parar, podendo atingir a altura inicial em condições ideais,
ou seja, numa realidade sem atrito. Diminuindo a inclinação da segunda rampa, até que esta ficasse
na horizontal, a distância percorrida pela bola nesta rampa seria cada vez maior.

1 Refira, justificando, em que medida esta experiência pode contrariar as ideias de Aristóteles
sobre o movimento dos corpos.

Segundo Aristóteles, um corpo em movimento teria obrigatoriamente uma força a atuar.


Com esta montagem experimental Galileu procurou contrariar esta ideia. Imaginou uma experiência
com planos inclinados, onde o atrito pudesse ser desprezado e, assim, as únicas forças a atuar na bola
seriam a força de reação normal e o peso. Quando a bola está em movimento nas rampas, estas forças
não se anulam, porque não têm a mesma direção. Ao descer a rampa, a velocidade da bola aumenta de
acordo com a 2.ª Lei de Newton, a força resultante não é nula e tem o sentido e a direção do movimento
(é a componente do peso na direção do movimento, Px). A bola tem movimento retilíneo uniformemente
acelerado, uma vez que a componente do peso na direção do movimento é constante, e a aceleração
é constante.

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PARTE

4 N
Relatórios das atividades laboratoriais

Px
v

Py

Ao subir a segunda rampa, a velocidade da bola vai diminuindo até se anular. A força resultante
(a componente do peso Px) é constante e tem sentido oposto ao do movimento. A aceleração é constante,
no sentido oposto ao do movimento, e a bola tem movimento retilíneo uniformemente retardado.

Px
v

Py

A bola, ao ser abandonada à altura h, na primeira rampa, subirá na segunda rampa até uma altura igual
à inicial, pois na ausência de atrito não há dissipação de energia mecânica.
À medida que a inclinação da segunda rampa diminui, a distância percorrida pela bola sobre a rampa
é cada vez maior, na procura de atingir a mesma altura inicial. Quando a segunda rampa está na
horizontal, a força resultante é nula, pois o peso e a força de reação normal são vetores simétricos
e de igual intensidade. A bola continuará em movimento retilíneo, com a velocidade com que atinge
a base do plano inclinado (a força resultante é nula).

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