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Eletronegatividade

A eletronegatividade é uma propriedade periódica dos elementos que indica a


tendência que cada um tem de atrair os elétrons em uma ligação química.

Valores de eletronegatividade dos elementos da Tabela Periódica segundo Linus Pauling

A eletronegatividade corresponde à capacidade que o núcleo de um átomo tem de atrair


os elétrons envolvidos em uma ligação química.

Falando um pouco sobre ligação química, o texto ligação covalente explicou que,
quando dois átomos unem-se assim, eles compartilham pares de elétrons presentes em
suas últimas camadas eletrônicas (camada de valência). Desse modo, há interação
elétrica entre os núcleos dos átomos e os elétrons das camadas de valência de ambos.

É como mostra a ilustração a seguir da formação da molécula de CO2 (dióxido de


carbono). Veja que o carbono, que é o átomo central, está compartilhando dois pares de
elétrons com cada átomo de oxigênio. Os três núcleos desses átomos estão, portanto,
atraindo os elétrons envolvidos nas ligações:

Molécula de dióxido de carbono (CO2)

No entanto, a força com que cada átomo atrai os elétrons é diferente. O átomo de
oxigênio é mais eletronegativo que o carbono, o que significa que ele atrai os elétrons
da ligação com mais força. Mas como sabemos que um elemento é mais eletronegativo
que outro?

Bem, a eletronegatividade é uma propriedade periódica, o que quer dizer que ela
aumenta ou diminui em intervalos regulares na Tabela Periódica de acordo com o
aumento ou diminuição do número atômico dos elementos.

O cientista Linus Pauling determinou experimentalmente a eletronegatividade dos


elementos da Tabela Periódica, conforme é mostrado a seguir:
Valores da eletronegatividade de Pauling na tabela periódica

Observe que, quando consideramos os elementos pertencentes a uma mesma família


(mesma coluna), a eletronegatividade aumenta de baixo para cima. Veja, por
exemplo, os elementos da família 2 (Be, Mg, Ca, Sr, Ba). Os seus respectivos valores de
eletronegatividade são 1,6; 1,2; 1,0; 1,0 e 0,9. Portanto, esses valores comprovam que a
eletronegatividade cresce de baixo para cima na Tabela Periódica.

É importante ressaltar que esse sentido é exatamente o contrário do sentido do


crescimento do raio atômico, outra propriedade periódica. Essas duas propriedades estão
intimamente relacionadas, pois, conforme o número atômico aumenta para os elementos
pertencentes a uma mesma família, o número de camadas eletrônicas e,
consequentemente, o tamanho ou raio atômico também aumentam nesse sentido.

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Porém, quanto maior o raio atômico, mais distante ficará o núcleo da camada de
valência, e isso resultará em uma diminuição da atração entre os prótons (cargas
positivas) do núcleo e os elétrons (cargas negativas) da camada de valência, ou seja,
haverá diminuição da eletronegatividade.

Agora, se considerarmos os elementos pertencentes ao mesmo período (mesma


linha) da Tabela Periódica, veremos que a eletronegatividade cresce da esquerda
para a direita. Por exemplo, olhe os elementos do segundo período (Li, Be, B, C, N, O,
F). A eletronegatividade deles cresce nesse sentido, ou seja, da esquerda para a direita:
1,0; 1,6; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5 e 4,0.

Ordem do crescimento da eletronegatividade na tabela periódica

Isso também está relacionado com o raio atômico, pois, em um mesmo período, todos
os elementos possuem a mesma quantidade de camadas eletrônicas. Porém, conforme o
número atômico vai aumentando (da esquerda para a direita), a quantidade de prótons
no núcleo atômico também cresce. Com isso, a atração prótons-elétrons fica mais
intensa e o raio atômico diminui, mas a eletronegatividade aumenta.
Veja que o oxigênio (4,0) é realmente mais eletronegativo que o carbono (3,5),
comprovando o que foi dito anteriormente para a molécula de CO2. Analisar essa
diferença de eletronegatividade dos elementos ligados entre si ajuda-nos a determinar se
a molécula será polar ou apolar. Veja sobre isso no texto Polaridade das ligações.

Esse mesmo texto mostra que Linus Pauling criou uma escala dos elementos mais
eletronegativos, que pode ser de ajuda para determinar a intensidade da polarização de
diferentes ligações:

F > O > N > C? > Br > I > S > C > P > H

Valores das eletronegatividades: 4,0 > 3,5 > 3,0 > 3,0 > 2,8 > 2,5 > 2,5 > 2,5 < 2,1

Existe um “macete” para lembrar a fila de eletronegatividade, basta dizer a seguinte


frase: “Fui Ontem No Clube, Briguei I Saí Correndo Para o Hospital”. A inicial de cada
palavra corresponde ao símbolo dos elementos em questão.

 Desse modo, o elemento mais eletronegativo é o Flúor (4,0) e o menos


eletronegativo é o césio (0,7).

Tamanho do Átomo
Raio atômico
O raio atômico é uma propriedade periódica e pode ser definido como a metade da distância entre os
núcleos de dois átomos vizinhos de um mesmo elemento.

Na medida do raio atômico, consideram-se os átomos como esferas

Medir o tamanho de um átomo é algo muito difícil porque a sua eletrosfera (região onde
os elétrons ficam girando ao redor do núcleo) não possui um limite específico. Por isso,
a forma mais comum é por meio do raio atômico, em que se considera o átomo como
se ele fosse uma esfera (modelo atômico de Dalton).

Lembre-se de que, na Matemática, ao estudar sobre esferas, você aprendeu o que era
raio e diâmetro. O raio é a distância compreendida entre o centro e a extremidade da
circunferência e é a metade do diâmetro da circunferência, como mostrado a seguir:
Diâmetro e raio de uma circunferência

Algo similar aplica-se ao conceito de raio atômico. Consideram-se dois átomos de um


mesmo elemento químico como esferas que devem estar o mais próximo possível um do
outro, sem estarem ligados quimicamente. O raio atômico (r) é a metade da distância
(d) entre os dois núcleos desses átomos vizinhos.

O raio atômico (r) é a metade da distância (d) entre dois núcleos de átomos vizinhos

Para conseguir essa medida, usa-se a técnica de difração por raios X. Nela, esses raios
atravessam uma amostra de um material sólido de um único elemento químico (como
um pedaço de ferro, pois ele é sólido e é formado somente por átomos de ferro), e os
átomos ou íons que constituem esse material provocam um desvio na trajetória dos raios
X. Depois os raios X incidem sobre uma chapa fotográfica e registram a posição dos
núcleos dos átomos no material e a distância entre eles. Assim, basta dividir esse valor
por dois para obter o raio atômico, que, em geral, é medido em nanômetros (1
nanômetro é igual à bilionésima parte de um metro (10-9 m)).

O raio atômico é uma propriedade periódica porque ele varia periodicamente em


função dos números atômicos. Podemos dizer que, na tabela periódica, o raio atômico
dos elementos cresce de cima para baixo e da direita para a esquerda:
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Sentido do crescimento do raio atômico na tabela periódica

Para entender porque o aumento do raio atômico segue essa ordem periódica, considere
separadamente os elementos de uma mesma família e de um mesmo período:

* Elementos de uma mesma família: De cima para baixo vai aumentando o


número de camadas eletrônicas. Por exemplo, na família 1, o hidrogênio possui uma
camada, o lítio possui duas camadas, o sódio possui três camadas e assim
sucessivamente. Nesse sentido, aumenta também o número atômico e, por isso, o raio
do átomo também aumenta.

Crescimento do raio atômico em uma mesma família: de cima para baixo


* Elementos de um mesmo período: Da esquerda para a direita a quantidade de
elétrons na camada de valência (camada mais externa ao núcleo) vai aumentando e
todos possuem a mesma quantidade de camadas. Por exemplo, o potássio (K) possui
quatro camadas eletrônicas e dezenove elétrons, o cálcio (Ca) possui também quatro
camadas eletrônicas, mas apresenta vinte elétrons, o escândio (Sc) também possui
quatro camadas eletrônicas, mas possui 21 elétrons, e assim por diante. Quando a
quantidade de elétrons aumenta, a sua atração pelo núcleo, que é positivo, também
aumenta. Assim, nesse sentido, em razão da atração entre o núcleo e a camada de
valência, há uma contração do átomo, o que causa a diminuição do raio atômico. É por
isso que o átomo cresce no sentido contrário: da direita para a esquerda.

Crescimento do raio atômico em um mesmo período: da direita para a esquerda

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