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Texto 01: Propriedades periódicas: observações importantes sobre raio atômico,

energia de ionização, eletronegatividade e afinidade eletrônica.

Com certeza o entendimento das propriedades dos elementos químicos é o


primeiro passo para compreendermos como estes elementos formam moléculas,
substâncias e materiais. As propriedades periódicas são aquelas relacionadas aos
elementos químicos e que seguem determinado padrão de variação ao longo da tabela
periódica. Para abordar as propriedades periódicas utilizaremos como base o modelo
atômico de Bohr que prevê o átomo definido a partir de camadas eletrônicas com
energias fixas. As principais propriedades periódicas dos elementos químicos estão
relacionadas ao raio atômico, definido como a medida do centro do átomo até sua
camada mais externa.

Raio atômico

Se observarmos o raio de um átomo ao longo de um período da tabela periódica


iremos perceber que, de maneira geral, o seu valor cresce da direita para a esquerda e de
cima para baixo. A explicação para isso está no número de camadas que o átomo possui
e também no número de cargas positivas existentes em seu núcleo. À medida que
andamos da esquerda para a direita em um período da tabela periódica observamos que
o número de cargas positivas (prótons) aumenta, provocando assim uma maior atração
do núcleo com a eletrosfera, o que resulta em uma aproximação dos elétrons e diminui o
raio do átomo. Ainda, se percorrermos a tabela periódica de cima para baixo
perceberemos que o número de camadas eletrônicas será maior a cada período fazendo
com que o raio do átomo se torne cada vez maior.

Energia de Ionização

Quando um átomo perde elétrons ele se torna carregado positivamente formando


um íon (cátion), no entanto, este processo não é espontâneo e requer energia. Na
natureza as transformações da matéria tendem espontaneamente sempre a um estado de
menor energia, é o que observamos quando abandonamos determinado objeto a certa
altura, naturalmente esse objeto irá cair e tocar o solo. Isso acontece porque ao cair ele
diminui o valor de sua energia potencial gravitacional (grandeza estudada pela física).
Quando tratamos de corpos carregados como no caso dos elétrons e prótons de um
átomo a energia envolvida é chamada de energia potencial eletrostática. Em física
dizemos que a energia potencial eletrostática diminui com o aumento das forças
atrativas e que aumenta com o aumento de forças de caráter repulsivo. Assim
conseguimos entender que quando um átomo perde elétrons sua energia deverá
aumentar desestabilizando-o de certa forma, uma vez que o número de forças atrativas
(núcleo-elétrons) irá diminui. Por tanto, quando se pretende retirar elétrons de um átomo
é necessário certo valor de energia. A energia necessária para retirar um elétron da
camada de valência de um átomo qualquer é chamada energia de ionização.
Logicamente, o valor dessa energia será diretamente proporcional à força com que este
elétron é atraído pelo núcleo. Pensando por esta lógica percebe-se que quanto menor for
o raio de um átomo e proporcionalmente maior for sua carga, maior deve ser a força
com que seu núcleo atrai os elétrons para si, tornando o valor da energia de ionização
maior. Em contrapartida, átomos com raio maior e menor carga nuclear devem
apresentar valores de energia de ionização mais baixos, o que significa que estes
elementos podem perder elétrons com certa facilidade.

Afinidade eletrônica

A afinidade eletrônica é a medida da energia liberada por um átomo quando ele


recebe um elétron. De certa forma, a interpretação da afinidade eletrônica de um
elemento químico será inversa à dada para a energia de ionização. Quando um elemento
químico recebe um elétron forma-se também um íon sendo que este é um íon de carga
negativa (ânion) que fará com que, dependendo do átomo, as forças atrativas aumentem
diminuindo a energia do potencial eletrostática. Mas porque depende do átomo? A
resposta para essa pergunta está no fato de que quando um átomo ganha ou perde
elétrons não são só as forças de atração que estão envolvidas, as forças de repulsão
também estão relacionadas à energia final destes processos. Sendo assim, átomos com
raio menor devem apresentar maiores valores de afinidade eletrônica uma vez que
atraem fortemente os elétrons que são partículas negativas devido à maior quantidade
cargas positivas em seu núcleo e à proximidade entre núcleo e eletrosfera. Em
contrapartida, átomos com raios atômicos maiores apresentaram valores de afinidade
eletrônica menores uma vez que ao receber um elétron esses átomos que atraem
fracamente seus próprios elétrons ainda terá um aumento nas repulsões elétrons-elétron,
tornando esse processo menos favorável.

Eletronegatividade

A eletronegatividade pode ser expressa como a tendência de um átomo atrair


elétrons para si. À primeira vista a definição desta propriedade parece ser redundante ao
da afinidade eletrônica, de fato a variação da eletronegatividade varia de maneira geral
da mesma forma que os de afinidade eletrônica, porém, existem dois pontos básicos que
diferem estas propriedades. Ao contrário da afinidade eletrônica que atribui valores de
energia para os átomos isolados a eletronegatividade é definida principalmente para o
caso em que o átomo está ligado ao outro (os). Outro ponto que difere a
eletronegatividade da afinidade eletrônica é que os valores de eletronegatividade dos
átomos correspondem a uma escala arbitrária definida por Linus Pauling, que traduz a
tendência dos átomos em receber elétrons ao estabelecerem ligações químicas. Apesar
de apresentar diferenças básicas com a afinidade eletrônica a eletronegatividade também
aumenta, de maneira geral, ao longo de um período à medida que a força de atração do
núcleo para com os elétrons aumenta, ou seja, aumenta à medida que o raio dos átomos
se torna menor. Segundo Santos e Mol (2013), as exceções são o hidrogênio que possui
o núcleo com um próton (no entanto observa-se certa tendência deste elemento atrair
elétrons para si, haja vista o fato de o mesmo possuir também apenas um elétron) e os
gases nobres (átomos que já são muito estáveis).

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