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AULA 2
Pouco se sabia sobre gravitação até o século XVII, quando Isaac Newton
publicou a famosa Lei da Gravitação Universal, emseu Livro Principia
Mathematica, no qual postulou que “uma partícula atrai qualquer outra partícula
no universo com uma força que é diretamente proporcional ao produto de suas
massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre seus
centros". A equação desta lei é:
𝑚1 . 𝑚2
𝐹 = 𝐺.
𝑑2
Esta teoria, que governa a atração entre corpos eletrizados, também pode
ser aplicada à estrutura atômica, considerando que o próton presente no núcleo
tem carga positiva e o elétron ao redor do núcleo tem carga negativa de igual
intensidade.
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elétrons a absorvem e saltam para níveis mais afastados do núcleo, tendendo
posteriormente a liberar esta energia para voltarem a seu estado de energia
inicial”. É importante salientar que este conceito vale para todos os níveis de
energia ao redor do núcleo, incluindo o da camada de valência.
Em seu livro The Nature of the Chemical Bond, publicado em 1939, Linus
Pauling apresentou o conceito de eletronegatividade como resultado de seus
estudos sobre energias das ligações químicas, definindo-a como “a medida
relativa da força de atração de átomos sobre elétrons, na formação da ligação
química com outro elemento”. Inclusive, Linus Pauling apresentou uma escala
desta eletronegatividade, partindo de valores qualitativos da ionicidade de
ligações químicas entre elementos que obteve em seus experimentos; esta
escala é até hoje usada. A eletronegatividade é uma das propriedades periódicas
que serão abordadas na aula 3, sobre Tabela Periódica.
A grande importância deste conceito reside no fato de a
eletronegatividade fornecer a tendência de um átomo ganhar ou perder elétrons
em uma ligação química. Segundo a escala, que vai de 0,7 a 4,0, elementos de
eletronegatividade entre 0,7 e 1,9 tendem a perder elétrons e elementos de
eletronegatividade entre 2,0 e 4,0 tendem a ganhar elétrons.
Crédito: extender_01/Shutterstock.
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TEMA 2 – CÁTION, ÂNION E LIGAÇÃO IÔNICA
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medida que o raio atômico for diminuindo. Esta observação deve ser
complementada com a eletronegatividade, que aumenta à medida que a camada
de valência se aproxima do núcleo de forma bastante acentuada. Assim,
adicionando a estas considerações o segundo postulado da Teoria Atômica de
Bohr, elementos com cinco a sete elétrons na camada de valência terão estes
elétrons fortemente ligados ao núcleo e, consequentemente, quando receberem
energia, não irão perdê-los. Neste caso entra fortemente o conceito da
eletronegatividade, pois terão uma elevada força de atração para os elétrons na
ligação química. Podemos entender o que acontecerá nesta camada
visualizando que todos os elétrons, ao receberem energia, tendem a pular para
níveis de energia maiores. Como os elétrons desta camada de valência estão
fortemente atraídos ao núcleo, não conseguirão fazer isso, mas aumentarão o
raio desta camada de valência gerando uma expansão, a qual permitirá que
elétrons atraídos entrem nesta camada. Assim, passarão a ter um número maior
de elétrons do que o de prótons no núcleo, sendo ionizados negativamente, ou
seja, comportando-se como íons de carga negativa. Estes íons de carga negativa
são denominados de “ânions”.
Vamos salientar que, no ponto intermediário, ou seja, na camada de
valência com quatro elétrons, o comportamento de um elemento acompanhará
o comportamento do elemento com o qual estiver fazendo a ligação. Assim, se
o elemento com o qual fará ligação se tornar cátion, ele também se tornará. Se
o outro elemento virar ânion, ele também virará.
Precisamos reforçar também que elementos com oito elétrons na camada
de valência estão com os orbitais s e p completos, portanto, não se ligarão a
outros elementos; apenas farão ligações com átomos do mesmo elemento.
Na+
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Figura 6 – Representação da transformação do átomo de sódio em cátion sódio
Cl-
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Repare que, ao ganhar o elétron, o Cl passou a ter uma carga negativa a
mais, pois manteve o número de prótons no núcleo e aumentou o número de
elétrons. Assim, passou a ser um íon com carga negativa, ou seja, um ânion Cl1-
. Este 1- que aparece sobrescrito ao cloro representa uma carga negativa
excedente. Podemos representar o que aconteceu de seguinte forma:
Neste caso, o elétron que o sódio perdeu foi transferido para o cloro.
Assim, temos o cátion Na1+ na presença de um ânion Cl1-. Por força de atração
coulombiana, estes íons se ligarão através da Ligação Iônica. A reação global
pode ser representada como:
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Na1+ + Cl1- Na+Cl-
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Covalente Apolar. A molécula de ácido fluorídrico terá deslocamento da nuvem
eletrônica no sentido do hidrogênio para o flúor, pois o flúor tem
eletronegatividade maior, gerando polo positivo no H e negativo no F.
Esta ligação pode ser representada pelo Modelo de Bohr, como segue:
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Tabela 1: Representação de Lewis para diversos elementos
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para o spin de elemento que se ligará a ela. Podemos exemplificar com o quarto
hidrogênio presente no NH4, o qual se liga à molécula de NH3 pela Ligação
Dativa:
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Figura 15: Representação das ligações dipolo-dipolo
Crédito: rktz/Shutterstock.
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Cabe ressaltar que há um caso especial de forças de atração dipolo-dipolo
gerando forças intermoleculares anomalamente fortes. Isso ocorre quando há
interação de um hidrogênio (H) com outro hidrogênio (H) ou de hidrogênio com
flúor (F), com oxigênio (O) ou com nitrogênio (N). Assim, os pontos de ebulição
de moléculas com ligações H-F, H-O e H-N são anomalamente altos.
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Figura 17: Representação da Ligação Metálica usando o modelo de Mar de
Elétrons
Cabe ressaltar que existe também a Ligação Mista, que é a união de mais
de um tipo de ligação atômica. Podemos, desse modo, ter uma molécula gerada
por Ligação Mista envolvendo as ligações iônica e covalente, iônica e metálica,
molecular e iônica, metálica e molecular, ou até iônica, covalente e metálica, por
exemplo. Neste caso, a molécula formada terá suas características resultantes
das ligações envolvidas.
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Vamos recordar que a Ligação Iônica é o tipo de ligação gerada pelo
deslocamento de elétrons do átomo de um elemento de baixa eletronegatividade
para o átomo de um elemento de elevada eletronegatividade, o que origina íons
positivos (cátions) e negativos (ânions) que se unem por força de atração
coulombiana. É o tipo de ligação de maior energia.
Crédito: ronits026/Shutterstock.
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Como os materiais cerâmicos são formados por ligações iônicas e
covalentes, apresentarão estrutura de forte energia de rede.
Uma das consequências é a de que, como as energias de ligação são
muito altas, os átomos estarão mais próximos, resultando em estruturas
compactas, com baixo teor de vazios. Em função disso, serão materiais duros e
suscetíveis à fratura. Ainda como consequência de serem resultantes destas
ligações de elevada energia de rede, estes materiais demandarão uma energia
extremamente alta para romperem as ligações que os formaram. Assim,
apresentarão elevado ponto de fusão. Como todos os elétrons envolvidos nas
ligações ou foram deslocados de um elemento para outro ou foram
compartilhados, não possuirão elétrons livres. Como os elétrons são os
responsáveis pela condução do calor e da eletricidade, isto torna os materiais
cerâmicos isolantes térmicos e elétricos.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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