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QUÍMICA GERAL

AULA 3

Prof. Marcos Baroncini Proença


CONVERSA INICIAL
Uma das noções mais básicas aprendidas nos ensinos Fundamental e
Médio é a das propriedades dos materiais e das substâncias em geral, que se
devem às propriedades dos elementos químicos que as compõem. Já vimos que
estas propriedades resultam da distribuição eletrônica e, em especial, da
quantidade de elétrons na última camada. Assim, é de se esperar que elementos
que tenham a mesma distribuição de elétrons na última camada possuam as
mesmas propriedades caraterísticas.
Desde que foram sendo desvendadas estas propriedades, cientistas
tentaram agrupar e tabelar os elementos químicos em sua função. Nesta aula
abordaremos algumas destas propriedades, bem como os estudos que levaram
ao tabelamento dos elementos químicos. Abordaremos a Tabela Periódica e seu
uso.

TEMA 1 – PROPRIEDADES QUE GERARAM A TABELA PERIÓDICA

1.1 Massa Atômica

Já vimos que a massa atômica é a soma do número de prótons e nêutrons


presentes no núcleo. Mas como este conceito evoluiu e originou a primeira
classificação dos elementos químicos?
Embora tenhamos visto na Aula 1 que Epicuro estabeleceu o primeiro
conceito de massa atômica no século IV a.C., foi John Dalton, em 1803, com sua
Teoria Atômica, que de fato postulou o conceito, inclusive estabelecendo uma
metodologia empírica para calcular a massa atômica dos elementos químicos
com os quais trabalhou em função da massa atômica do hidrogênio, para o qual
estabeleceu o valor de massa atômica igual a 1 u.m.a. (unidade de massa
atômica). Não havia recursos para confirmar sua metodologia de forma prática,
o que gerou algumas distorções, como, por exemplo, estabelecer que a massa
atômica do oxigênio fosse 7 u.m.a. em vez de 16 u.m.a. Isso ocorreu por
considerar que a molécula de água era formada por um átomo de hidrogênio e
um de oxigênio, quando de fato é formada por dois átomos de hidrogênio e um
de oxigênio. Dalton chegou a montar uma lista dos elementos conhecidos em
ordem crescente de massas atômicas. No entanto, como havia falhas na sua
metodologia, a classificação proposta se apresentou bastante imprecisa.

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Figura 1: Classificação dos elementos químicos proposta por Dalton

Fonte: Pinterest. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/69524387977287040/>. Acesso:


23 mar. 2018.

Foi apenas no século XIX, com o surgimento de equipamentos e


metodologias usados por físicos e químicos para estudar características de
compostos químicos e suas composições, que Jöns Jacob Berzelius, após
ganhar provimento financeiro do governo da Suécia para adquirir modernos
equipamentos e contratar um assistente, iniciou um trabalho de análise química
de mais de 2000 compostos, cujos resultados geraram a produção de imenso
acervo literário, do qual se destacam, principalmente, as bases da
estequiometria moderna, sua famosa Teoria da Dualidade das Composições
Químicas, que estabeleceu as bases para o estudo da afinidade química, e o
isolamento e determinação dos pesos atômicos de 43 elementos, como o cálcio
e o silício, bem como a descoberta de novos elementos, como o césio. Também
gerou um imenso acervo experimental, tendo desenvolvido novos métodos de
análise gravimétrica.
Nestes estudos, estabeleceu as bases para a determinação das massas
relativas dos átomos, fundamentadas nas leis ponderais da química. Nesta
determinação, usou o átomo de oxigênio como referência, atribuindo a este
elemento a massa 100. Como resultado, publicou em 1818 uma tabela de
massas atômicas de 42 elementos. Mais adiante, organizou a notação química
3
da época, estabelecendo como símbolos dos elementos químicos as iniciais de
seus nomes em latim e associando a seu símbolo um índice numérico que
indicava a sua estequiometria nos compostos, o que até hoje se mantém.

Figura 2: Jöns Jacob Berzelius

Fonte: Dartmouth. Disponível em:


<http://www.dartmouth.edu/~genchem/1617/spring/6winn/catalysis.html>. Acesso: 23 mar.
2018.

Em 1865, o químico belga Jean Servais Stas, que ganhara fama mundial
ao determinar a massa atômica do carbono quando trabalhava na École
Polytechnique de Paris sob a orientação do químico Jean-Baptiste Dumas,
propôs uma tabela de massas atômicas, utilizando como padrão a massa
atômica do oxigênio com valor igual a 16. Houve uma divisão entre os químicos
da época, pois uma parte defendia o uso do hidrogênio com massa atômica 1
como padrão e outra parte passou a defender o uso do oxigênio com massa
atômica 16 como padrão.
Entre 1862 e 1870, Dimitri Ivanovich Mendeleev, professor de química no
Instituto Técnico de São Petesburgo, na Rússia, e Julius Lothar Meyer, professor
de química na Universidade de Türbingen, na Alemanha, observaram,
independentemente um do outro, ambos como consequência de seus estudos
iniciados com Gustav Kirchhoff e Robert Bunsen, na Europa, que as
propriedades dos elementos químicos se repetiam com periodicidade quando
eram dispostos em ordem crescente de massa atômica. Ambos também
propuseram de forma independente (Dmitri I. Mendeleev, em seu tratado Osnovi
Chimii, Princípios de Química, e Lothar Meyer, em seu livro Die Modernen
4
Theorien der Chemie, A Moderna Teoria da Química) tabelas consideradas
precursoras da tabela periódica moderna.

Figura 3: Dmitri Ivanovic Mendeleev e Lothar Meyer

Fonte: Figura à esquerda: Schutterstock. Figura à direita: Alchetron. Disponível em:


<https://alchetron.com/Julius-Lothar-Meyer>. Acesso: 23 mar. 2018.

Assim, até 1909 foram usados como padrão para a determinação da


massa atômica, indistintamente, tanto o hidrogênio quanto o oxigênio. Neste
ano, o recém-criado Comitê Internacional de Pesos Atômicos passou a publicar
as Tabelas de Pesos Atômicos usando como referência O = 16. Isto perdurou
até o ano de 1959, quando a IUPAC (União Internacional de Química Pura e
Aplicada) e a IUPAP (União Internacional de Física Pura e Aplicada) resolveram
unificar suas tabelas de pesos atômicos em bases inequívocas. Assim,
decidiram usar o isótopo do carbono C=12 como padrão de referência para a
determinação das massas atômicas dos demais elementos.

1.2 Número Atômico

Como sabemos, o número atômico representa a quantidade de prótons


no núcleo. Como este parâmetro contribuiu para a disposição dos elementos na
tabela periódica?
Já vimos que, entre 1862 e 1870, Dimitri Ivanovich Mendeleev e Julius
Lothar Meyer propuseram concomitantemente tabelas precursoras da tabela
periódica moderna. A grande diferença é que Dimitri Ivanovich Mendeleev estava
convencido, desde que participou em 1860 do Primeiro Congresso de Química
da Alemanha e teve contato com o químico italiano Stanislao Cannizzaro, que o
5
padrão de abordagem da classificação dos elementos químicos seria pelo
número atômico, e não pela massa atômica, conforme sugeriu Lothar Meyer. A
proposta de ambos circulou correntemente nos meios científicos até o início do
século XX, quando o número atômico se mostrou como um parâmetro mais
adequado de classificação dos elementos.
Isto se deve ao assistente de Ernest Rutherford, Henry Gwyn Jeffreys
Moseley, que em 1913 identificou uma relação entre entre as freqüências de
raios X de um elemento químico e seu número atômico. Mostrou que, quando os
átomos eram bombardeados pelos raios catódicos, emitiam frequências raios X
únicas e, assim, determinava-se os valores dos números atômicos. Ainda em
1913 enunciou a Lei de Moseley, que estabelece a relação entre a frequência de
uma raia de banda de energia de Röntgen emitida por um átomo e os níveis de
energia entre os quais um elétron salta. Previu lugares na tabela periódica para
outros elementos que foram descobertos anos mais tarde. Desta forma, a
disposição dos elementos na tabela periódica ficou com um parâmetro mais
adequado, que persiste até hoje. É possível que, se não tivesse morrido
precocemente aos 28 anos, na Primeira Guerra Mundial, estaríamos atribuindo
uma tabela periódica a ele.

Figura 4: Henry Gwyn Jeffreys Moseley

Fonte: RSC. Disponível em:


<http://www.rsc.org/education/teachers/resources/periodictable/scientists/moseley.htm>.
Acesso: 23 mar. 2018.

TEMA 2 – EVOLUÇÃO DA TABELA PERIÓDICA

Vamos conferir a evolução conceitual que levou à Tabela Periódica


conhecida hoje.
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2.1 Primeiras tentativas

Podemos considerar o livro Traité Élémentaire de Chimie, de Antoine


Laurent Lavoisier, publicado em 1789, como a primeira formalização de uma
classificação de elementos químicos. Neste livro foram apresentadas 33
substâncias que não podiam ser decompostas por reações químicas, as quais
chamou de substâncias simples. Lavoisier as classificou em quatro grupos, dos
quais três até hoje fazem parte da classificação periódica dos elementos:
substâncias simples, substâncias metálicas, substâncias não metálicas e
substâncias terrosas.

Figura 5: Página 193 do livro Traité Élémentaire de Chimie (à esquerda) e


Antoine Laurent Lavoisier (à direita)

Fonte: Alphahistory. Disponível em: <http://alphahistory.com/frenchrevolution/antoine-


lavoisier/>. Acesso: 23 mar. 2018.

A segunda tentativa partiu de John Dalton, em 1803, com sua Teoria


Atômica. Como já vimos no Tema 1, Dalton chegou a montar uma lista dos
elementos conhecidos em ordem crescente de massas atômicas. No entanto,
como havia falhas na sua metodologia, a classificação proposta se apresentou
bastante imprecisa. Basta dizer que, por sua teoria de classificação, o cloro e o

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bromo não pertenceriam à mesma família em razão da diferença de massa entre
eles.
Em 1829, o químico alemão Johann Wolfgang Döbereiner publicou os
resultados de sua pesquisa na Universidade de Jena, onde lecionou química.
Nestes estudos percebeu que o bromo, recém-descoberto por Carl Jacob Löwig
na Universidade de Heidelberg em 1825, apresentava propriedades
intermediárias às do cloro e do iodo, e que seu peso atômico também se situava
entre os pesos atômicos destes elementos. Expandiu seus estudos aos outros
54 elementos conhecidos na época e ratificou o comportamento, para grupos de
três, estabelecendo as bases de sua Teoria das Tríades. Assim, propôs uma
metodologia que revolucionou a forma de classificar os elementos, levando em
consideração suas propriedades físicas e químicas por tríades.

Figura 6: Johann Wolfgang Döbereiner

Fonte: Corrosion doctors. Disponível em: <https://corrosion-doctors.org/Periodic/Periodic-


Dobereiner.htm>. Acesso: 23 mar. 2018.

Em 1826, o geólogo francês Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois,


professor assistente de topografia subterrânea da École de Mines de Paris (mas
também, neste período, subdiretor do serviço da carta geológica de França),
observou que as propriedades dos elementos eram função de suas massas e
números atômicos, observando que estas propriedades se repetiam de sete em
sete elementos, estabelecendo pela primeira vez o conceito da periodicidade das
propriedades dos elementos. Propôs então uma classificação periódica em
ordem crescente de massas atômicas, na qual os elementos seguiam uma linha
helicoidal que recobria uma superfície cilíndrica formando um caracol, como as
ranhuras de um parafuso. Este modelo ficou conhecido como o Parafuso Telúrico
de Chancourtois. Como usou terminologia de geologia e sua teoria não atendia
8
a todos os elementos químicos da época, sua proposta não teve aceitação da
comunidade científica.

Figura 7: Parafuso Telúrico e Alexandre-Émile Béguyer de Chancourtois

Fonte: World of chemicals. Disponível em: <http://www.worldofchemicals.com>. Acesso: 23


mar. 2018.

Em 1864, o químico inglês John Alexander Reina Newlands publicou uma


série de artigos no periódico Chemical News, formulando o conceito da
periodicidade dos elementos. Em seus textos, defendeu a ideia de que os
elementos conhecidos na época poderiam ser ordenados em oito grupos, em
ordem crescente das massas atômicas, sendo que cada oitavo elemento
apresentaria propriedades semelhantes ao elemento que estava, na mesma
linha, ocupando a mesma posição na coluna anterior. Assim, a cada oitavo
elemento, exceto o hidrogênio, havia propriedades que se repetiam
periodicamente. Estabeleceu neste conceito uma proposta de classificação que,
inspirada na periodicidade das notas musicais, foi chamada de Lei das Oitavas
de Newlands. Ao apresentar sua tabela em 1866 na London Chemical Society,
teve seu trabalho severamente criticado e até ridicularizado. Após, passou a
trabalhar como químico industrial numa fábrica de açúcar, especializando-se ao
ponto de publicar um livro sobre a química industrial do açúcar. Posteriormente,
em 1887, a London Royal Society, reconhecendo seu trabalho, agraciou-o com
a Medalha Davy, concedida às recentes e importantes descobertas na química,
por sua descoberta da Lei Periódica dos Elementos Químicos.

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Figura 8: Tabela apresentada por John Alexander Reina Newlands na London
Chemical Society

Fonte: Giunta, C. J. J. A. R. Newlands Classification of the Elements Periodicity, but no System


(1). Bulletin for the History of Chemistry, 24, p. 24-30, 1999.

Figura 9: John Alexander Reina Newlands

Fonte: Giunta, C. J. J. A. R. Newlands Classification of the Elements Periodicity, but no System


(1). Bulletin for the History of Chemistry, 24, p. 24-30, 1999.

2.2 A versão final da Tabela Periódica

Como já visto no Tema 1, Dimitri Ivanovich Mendeleev e Julius Lothar


Meyer propuseram, independentemente, tabelas consideradas precursoras da
tabela periódica moderna. Embora Meyer tenha chegado cerca de dois anos
antes a um sistema de classificação bastante semelhante ao proposto por
Mendeleev, foi atribuída a Mendeleev a criação da Tabela Periódica. Isto
aconteceu porque Meyer, por ser mais pragmático, revisou inúmeras vezes seu
modelo antes de apresentá-lo à comunidade científica, o que o fez publicar seus
resultados cerca de um ano depois de Mendeleev. Também não respondeu de
forma convincente aos questionamentos que recebeu da comunidade científica
sobre a aparente desordem dos elementos, a inadequação de alguns elementos
aos grupos em que apareciam e a lacuna de elementos em posições da tabela
proposta.

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Mendeleev, ao contrário, defendeu com propriedade seu modelo e
respondeu convincentemente a estes questionamentos, usando os
conhecimentos da época e prevendo elementos que seriam descobertos
posteriormente.
É curioso saber que Mendeleev montou seu modelo tomando como
inspiração seu jogo de cartas favorito, o Jogo da Paciência. De fato, em uma de
suas primeiras tentativas de montar um sistema de classificação dos elementos,
chamou seu modelo de Jogo de Paciência Química. Mas ainda percebia
inconsistências. Trabalhou com afinco até que apreendeu a lógica por trás do
que estava propondo. Observou que, quando os elementos eram listados em
ordem crescente de suas massas atômicas, as propriedades químicas que
apresentavam se repetiam periodicamente. Assim, chamou seu modelo de
Tabela Periódica. Apresentou sua tabela à comunidade científica em 1869, em
artigo cujo título traduzido seria “Um sistema sugerido de elementos químicos”.
Neste artigo apresentou sua tabela, na qual os elementos eram listados
verticalmente segundo a ordem crescente de suas massas atômicas, e
horizontalmente agrupados segundo suas propriedades químicas. Esta tabela,
de certa forma, incorporava os modelos propostos anteriormente e, além disso,
permitia que os elementos químicos conhecidos até aquela época se
encaixassem de forma adequada.
Mesmo com a convicção de Mendeleev em todas as suas repostas, a
comunidade científica ainda não considerou seu modelo como uma forma
correta de classificar os elementos, pois havia inconsistências bastante
evidentes na sua tabela. Assim, concluíram que deveriam ser tomados outros
parâmetros para a classificação dos elementos em lugar da massa atômica.

Figura 10: Tabela Periódica de Mendeleev

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Fonte: Domínio Público.

Em 1919, como já vimos no Tema 1, Henry Gwyn Jeffreys Moseley


estabeleceu um parâmetro mais aceitável para a classificação periódica dos
elementos. Como resultado de seus estudos, concluiu-se que o número de
prótons no núcleo era de fato o responsável pelas propriedades físicas e
químicas dos elementos, portanto, podia ser usado como critério mais adequado
de organização em vez da massa atômica. A aplicação desse critério eliminou
as inconsistências apresentadas nas tabelas de Mendeleev e de Meyer e gerou
um modelo de tabela bastante semelhante ao que usamos hoje. Moseley tinha
a intenção de aprofundar seus estudos neste campo, mas, como já vimos, teve
sua carreira precocemente interrompida ao se tornar uma das vítimas da
Primeira Guerra Mundial.
Já no início do Século XX Niels Henry David Bohr, através de seus
estudos da estrutura atômica, contribuiu para o modelo de classificação dos
elementos, concluindo que as propriedades periódicas estavam relacionadas ao
número de elétrons na camada de valência, o que levou ao conceito de
agrupamento em famílias cujos elementos possuem o mesmo número de
elétrons na camada de valência.
A versão da Tabela Periódica como conhecemos hoje se deve ao químico
Horace Groves Deming, professor de química da University of Nebraska. Em seu
livro General Chemistry, publicado em 1923, apresentou um modelo de Tabela
Periódica em que chamou os dois primeiros grupos e os últimos cinco grupos de

12
elementos principais com a notação A, e os grupos de elementos intermediários
com a notação B. O grupo dos gases nobres foi alocado no lado esquerdo da
tabela (posteriormente alocado no lado direito e chamado de 8 A). Esta primeira
versão foi distribuída por muitos anos nas escolas americanas pela Sargent-
Welch Scientific Company.

Figura 11: Modelo da Tabela Periódica proposta por Deming

Fonte: Archive. Disponível em:


<https://archive.org/stream/amanualchemical00demigoog#page/n1/mode/2up>. Acesso: 23 mar.
2018.

13
Figura 12: Horace Groves Deming

Fonte: Ancestry. Disponível em: <https://www.ancestry.com/genealogy/records/horace-grove-


deming_23980914>. Acesso: 23 mar. 2018.

O formato comercial atual da tabela foi resultado da contribuição da


empresa Merk que, em 1928, preparou um guia com a Tabela Periódica
contendo as 18 colunas propostas por Deming e distribuiu nas escolas
americanas. Este formato se popularizou tanto que, já a partir de 1930, estava
presente nos livros-textos e manuais de química. Até hoje a Merk disponibiliza
tabelas periódicas, tendo recentemente lançado também um aplicativo para
Android.
Uma última alteração da Tabela Periódica ocorreu em 1945, quando o
químico americano Glenn Theodore Seaborg, professor de química e diretor do
Lawrence Radiation Laboratory da Universidade da Califórnia, propôs, em
função dos resultados obtidos por suas pesquisas dentro do Projeto Manhatan,
alterar a configuração da Tabela Periódica existente. Seaborg, contrariando a
sugestão de colegas que temiam que ele manchasse sua carreira apresentando
essa proposta, publicou uma versão da Tabela Periódica que incluía os
elementos radioativos mais pesados que o urânio, recentemente descobertos,
situando a série dos actinídeos abaixo da série dos lantanídeos. Esta mudança
deu a aparência definitiva da Tabela Periódica, que até hoje é usada.

Figura 13: Glenn Theodore Seaborg e a Tabela Periódica


14
(Fonte: Pubs ACS. Disponível em:
<http://pubs.acs.org/cen/priestley/recipients/1979seaborg.html>. Acesso: 23 mar. 2018.

A partir daí ocorreram criações de novos elementos artificialmente, em


razão de fusões decorrentes de colisão em aceleradores de partículas. O mais
recente elemento criado, com sua ratificação pela IUPAC e aceitação pela
IUPAP, foi o 113 da Tabela Periódica, fruto do trabalho de cientistas japoneses
liderados por Kosuke Morita, no Instituto Riken. Embora não o tivessem batizado
com um nome, sua obtenção foi reproduzida mais de uma vez pela equipe de
cientistas japoneses, entre 2004 e 2012. Recentemente, no dia 8 de junho de
2016, a IUPAC sugeriu que o elemento 113 fosse batizado de Nihonium e tivesse
o símbolo Nh, provavelmente em homenagem a este grupo de cientistas, pois
uma das interpretações deste nome é nipônio, referência à origem nipônica de
sua criação.

Figura 14: Kosuke Morita e o 113º elemento da Tabela Periódica

15
Fonte: G1. Disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2016/01/quatro-novos-
elementos-completam-setima-fila-da-tabela-periodica.html>. Acesso: 23 mar. 2018.

TEMA 3 – ENTENDENDO A TABELA PERIÓDICA

Cientes de toda a evolução que levou à Tabela Periódica na forma em


que a conhecemos hoje, é hora de entender este poderoso instrumento para
usá-lo de forma eficiente, tanto nas aplicações para a disciplina de Química Geral
quanto na vida profissional. Para isso, veremos sua apresentação, sua
distribuição em categorias e suas propriedades periódicas.

3.1 Apresentação da Tabela Periódica

Como aprendemos, a apresentação da Tabela Periódica como a


conhecemos hoje se deve aos químicos norte-americanos Horace Groves
Deming e Glenn Theodore Seaborg.
Com relação à sua forma, nas colunas são dispostos os grupos ou famílias
de elementos, cuja característica é apresentarem similaridades em suas
propriedades físicas e químicas. O mais usual é encontrar estas famílias
nominadas com algarismos de 1 a 8, em arábico ou romano, seguidos da letra A
ou B. A Iupac também propôs uma numeração contínua de 1 a 18 em números
arábicos para os grupos.

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Figura 15: Tabela Periódica

(Fonte: Tabela Periódica Completa. Disponível em: <https://www.tabelaperiodicacompleta.com>.

Acesso: 23 mar. 2018.

Os grupos ou famílias A da Tabela Periódica abrangem os elementos


chamados “representativos” – o número do grupo ou família representa a
quantidade de elétrons na camada de valência. A distribuição eletrônica destes
elementos sempre termina no orbital s ou no orbital p. Assim, o grupo ou família
1A tem elementos cuja distribuição eletrônica terminará em s1, e assim por
diante, até o grupo ou família 8A, cuja distribuição eletrônica terminará em s2p6.
Alguns grupos ou famílias representativos recebem nomes especiais. São eles:

• 1A – Metais alcalinos – receberam este nome por possuírem elevada


reatividade com a água formando hidróxido e gerando substâncias
alcalinas.
• 2A – Metais alcalinos terrosos – receberam este nome por serem
encontrados facilmente nos minérios e por terem a mesma elevada
reatividade com a água para formar substâncias alcalinas que os metais
alcalinos.

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• 6A – Calcogênios – seu nome vêm do grego, Khalcos (cobre ou
minério)/Genos (aquilo que dá origem), ou seja, originados do minério,
visto que a maioria dos minérios existe na forma de óxidos ou sulfetos.
• 7A – Halogênios – seu nome vem do grego, Halos (sal ou mar)/Genos
(aquilo que dá origem), ou seja, dão origem a sais, visto que reagem
formando sais.
• 8A – Gases Nobres – este termo é uma tradução do alemão Edelgas,
dado em 1898 pelo químico alemão Hugo Wilhelm Traugott Erdmann para
designar gases que, a exemplo dos metais nobres, apresentam
baixíssima reatividade química.

Os grupos ou famílias B da Tabela Periódica abrangem os elementos


chamados “de transição”. O número da família representa a distribuição
eletrônica envolvendo os orbitais d e s que compõem suas distribuições. Há
nestes grupos ou famílias algumas particularidades que são ausentes nos
grupos ou famílias representativos. A primeira particularidade é a de que, na
posição do lantânio e do actínio no grupo 3B, existem 15 elementos com as
mesmas características, gerando as séries dos lantanídeos e dos actinídeos
representadas na parte inferior da tabela.
Outra particularidade é a de que, embora existam 10 colunas, são 8
grupos ou famílias, pois o grupo ou família 8B agrupa os elementos de três
colunas, uma vez que apresentam propriedades bastante similares. Também
deve ser observado que, diferentemente dos grupos ou famílias A, que começam
em 1A e terminam em 8A, os grupos ou famílias B começam na 3B e encerram
na 2B. Isto se deve à forma de distribuição nos orbitais s e d de suas camadas
de valência. Por exemplo, na 3B a distribuição termina em s2d1 somando 3
elétrons reativos, e na 2B termina em d10s2, apresentando dois elétrons reativos,
visto o orbital d estar completo.
Nas linhas das tabelas periódicas são representadas as séries ou
períodos. São numeradas de 1 até 7 da parte superior para a inferior da tabela
e representam as órbitas ou níveis de energia do modelo de estrutura atômica
de Niels Henry David Bohr. Portanto, os elementos da série ou período 1 estão
com seus elétrons reativos alocados na primeira órbita ao redor do núcleo, os da
série ou período 2 estão com seus elétrons reativos alocados na segunda órbita
ao redor do núcleo, e assim por diante.

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3.2 Categorias na Tabela Periódica

A Tabela Periódica pode ser dividida em regiões de três categorias de


elementos: Metais, Metaloides e Não Metais.
Tomando como base os elementos boro (B), silício (Si), germânio (Ge),
arsênio (As), antimônio (Sb), telúrio (Te) e astato (At), todos os elementos que
estão à esquerda destes, com exceção do hidrogênio (H), são metálicos
(metais). Repare que a grande maioria dos elementos da Tabela Periódica é de
metais. Os metais têm em comum propriedades como brilho, condutividade
elétrica e térmica. Com exceção do mercúrio (Hg), são sólidos em temperatura
ambiente. Apresentam também forte tendência de perder elétrons e de se
tornarem cátions.
Os elementos que estão à direita dos elementos que tomamos como base
são não metálicos. Os não metais não apresentam brilho, são isolantes térmicos
e elétricos e, em temperatura ambiente, são gases ou líquidos, havendo também
não metais sólidos nesta temperatura. Os gases nobres são exemplos de não
metais. Possuem forte tendência de receber elétrons e de se tornarem ânions.
Os elementos que tomamos como base são os metaloides, não se
caracterizando nem como metais, nem como não metais. Apresentam
propriedades intermediárias a estes.

3.3 Propriedades periódicas

Além do número atômico e da massa atômica, sobre os quais já


discorremos, a Tabela Periódica nos apresenta propriedades de interesse para
diversas aplicações e estudos. Dentre estas propriedades destacaremos a
distribuição eletrônica, o raio atômico, a energia de ionização, a eletroafinidade
e a eletronegatividade. Comentaremos estas propriedades e como elas variam
na Tabela Periódica.

3.3.1 Número atômico

O número atômico, como vimos, é o número de prótons presentes no


núcleo do elemento, sendo representado pela letra Z; normalmente ele está na
Tabela Periódica acima do símbolo do elemento. Tomando como base os grupos
ou famílias, o número atômico aumenta com o aumento das famílias, da

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esquerda para a direita. Tomando como base as séries ou períodos, aumenta
com o aumento das séries ou períodos, de cima para baixo.

Figura 16: Sentido crescente do número atômico

3.3.2 Massa atômica

A massa atômica, como já visto, representa a somatória do número de


prótons e de nêutrons no núcleo. É representada pela letra A e normalmente está
na Tabela Periódica abaixo do símbolo do elemento. Apresenta a mesma
variação do número atômico, ou seja, tomando como base os grupos ou famílias,
aumenta com o aumento das famílias da esquerda para a direita, e tomando
como base as séries ou períodos, aumenta com o aumento das séries ou
períodos, de cima para baixo.

Figura 17: Sentido crescente da massa atômica

3.3.3 Distribuição eletrônica

A distribuição eletrônica nada mais é do que aquela apresentada por Linus


Pauling, que usou os conceitos da mecânica quântica para apresentar esta
distribuição por níveis de energia crescentes. Como a distribuição eletrônica é
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diretamente proporcional à quantidade de elétrons do elemento, uma vez que,
para estarem em equilíbrio, os elementos têm o mesmo número de elétrons que
o de prótons no núcleo, sua variação segue a do número atômico. Esta
propriedade interfere diretamente nas propriedades dos elementos e vem sendo
por muitos anos usada na classificação dos grupos ou famílias da Tabela
Periódica. É uma das propriedades periódicas mais importantes, pois, em função
do preenchimento de elétrons nos orbitais da camada de valência, determinará
uma série de comportamentos dos elementos. Esta distribuição é sempre
representada pelos números de elétrons presentes nas órbitas do Modelo de
Bohr ao redor do núcleo (K, L, M, N, O, P, Q).

3.3.4 Raio atômico

Raio atômico é a distância medida em angstroms do centro do núcleo do


átomo até sua camada de valência. Este raio atômico depende de duas
variáveis: a quantidade de elétrons na camada de valência e a quantidade de
órbitas que o elemento tem ao redor do núcleo. Quanto maior a quantidade de
órbitas ao redor do núcleo, obviamente maior será a distância da camada de
valência ao seu centro, e maior será o raio atômico. Quanto maior a quantidade
de elétrons na camada de valência, maior será a força de atração que os elétrons
sofrerão para o núcleo, aproximando-se dele e, consequentemente, diminuindo
o raio atômico. Assim, podemos dizer que, tomando como base os grupos ou
famílias, haverá aumento com o aumento das séries, de cima para baixo, e
haverá diminuição com o aumento das famílias, aumentando, portanto, no
sentido contrário, da direita para a esquerda.

Figura 18: Sentido crescente do raio atômico

21
3.3.5 Energia de Ionização

A energia de ionização é a energia mínima necessária para remover um


elétron da camada de valência de um átomo ou íon gasoso isolado no seu estado
fundamental. Esta propriedade é de grande importância para definir o
comportamento iônico dos elementos e as propriedades físico-químicas que
apresentarão. Interferem nesta energia de ionização a distância dos elétrons da
camada de valência ao núcleo e a quantidade de elétrons presentes nesta
camada de valência. Portanto, quanto maior a distância do centro do núcleo,
menor será a energia de ionização, e quanto maior a quantidade de elétrons na
sua camada de valência, maior será a energia de ionização. Assim, tomando
como base as famílias e períodos, a energia de ionização aumenta com o
aumento das famílias, da esquerda para a direita, e diminui com o aumento dos
períodos, aumentando no sentido contrário, de baixo para cima.

Figura 19: Sentido crescente da energia de ionização

3.3.5 Eletroafinidade

A eletroafinidade, ou afinidade eletrônica, é a variação da energia que


ocorre quando um elétron é adicionado à camada de valência de um átomo
gasoso do elemento, uma vez que mede a afinidade ou atração do núcleo do
átomo ao elétron adicionado a ele. Podemos dizer que esta propriedade é
antagônica à energia de ionização, pois, enquanto a energia de ionização indica
a facilidade de um elemento perder elétron da sua cama de valência, a
eletroafinidade indica a facilidade de um elemento incorporar elétron na sua
camada de valência. Porém, embora seja uma propriedade antagônica à energia
de ionização, ambas estão relacionadas à força de atração do núcleo. Assim, a
eletroafinidade terá a mesma variação da energia de ionização.

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Figura 20: Sentido crescente da eletroafinidade

3.3.5 Eletronegatividade

Já discorremos sobre a eletronegatividade quando falamos de cátions e


ânions na Ligação Iônica, uma vez que a eletronegatividade é a medida da
capacidade de um elemento atrair elétrons de outro elemento para seu núcleo.
Assim, sua variação depende da quantidade de prótons no núcleo e da
blindagem de elétrons na camada anterior à de valência, bem como da distância
deste núcleo para a nuvem eletrônica do outro elemento. Apresentará a mesma
variação da eletroafinidade.

Figura 21: Sentido crescente da eletronegatividade

3.3.6 Densidade atômica

Densidade é a relação da massa pelo volume ocupado no espaço de um


material ou substância. Transportando para os elementos químicos, temos que
a densidade atômica será a relação entre a massa atômica e o volume atômico.
A massa atômica já foi definida, bem como seu sentido crescente na Tabela
Periódica. O volume atômico, embora não tenha sido definido, está diretamente
relacionado com o raio atômico, pois, quanto maior for o raio atômico, maior será

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o volume que o elemento ocupará no espaço. Como há divergência nas
variações da massa atômica e do raio atômico, a variação da densidade atômica
será uma resultante dos vetores dos sentidos crescentes destas propriedades.
Assim, crescerá de cima para baixo, no sentido crescente das séries, e
convergirá das extremidades para o centro, com relação às colunas que
representam as famílias, no sentido do ósmio (Os) e irídio (Ir), sendo o ósmio o
elemento mais denso e o irídio o segundo mais denso.

Figura 22: Sentido crescente da densidade atômica

TEMA 4 – USANDO A TABELA PERIÓDICA

Saber usar as informações contidas na Tabela Periódica permite concluir


rapidamente algo sobre uma série de propriedades e comportamentos dos
materiais. Vamos analisar o uso da Tabela para definir algumas características
e tipos de ligação, polaridades, aumento ou diminuição de viscosidade e de peso,
aumento ou diminuição de temperatura de fusão e ebulição.

4.1 Características e tipos de ligação

Através das informações de número atômico e massa atômica, podemos


de imediato saber a quantidade de prótons, elétrons e nêutrons que um elemento
químico tem, pois, como já vimos, o número atômico representa a quantidade de
prótons no núcleo e, como é igual à dos prótons, indica a quantidade de elétrons
ao redor do núcleo, e a massa atômica representa a soma das quantidades de
prótons e nêutrons no núcleo. Já a distribuição eletrônica mostra diretamente
como os elétrons estão distribuídos ao redor do núcleo e, principalmente,
quantos elétrons o elemento possui em sua camada de valência. Estas
informações são muito úteis, principalmente para definir os tipos de ligação que
os elementos farão uns com os outros. Para isso, sempre faremos o
arredondamento do valor da massa atômica.

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Por exemplo, usando a tabela apresentada no item 3.1, saberemos que o
lítio (Li) – de número atômico 3, massa atômica aproximadamente 7 u.m.a. e
distribuição eletrônica terminando com 1 elétron na camada L – terá três prótons
e quatro nêutrons no núcleo e três elétrons ao seu redor, sendo um na camada
de valência. Já o cloro (Cl), de número atômico 17 e massa atômica de
aproximadamente 35 u.m.a., terá 17 prótons e 18 nêutrons no núcleo e 17
elétrons ao seu redor, sendo 7 na camada de valência. Assim, como também foi
visto na Aula 2, farão ligação iônica um com o outro.
Estendendo este conceito a toda a Tabela Periódica, temos que, com
exceção do hidrogênio, os elementos das famílias 1A, 2A e 3A ligam-se com os
elementos das famílias 5A, 6A e 7A formando ligações iônicas. Os elementos
das famílias B, por terem sempre 1 ou 2 elétrons na camada de valência, também
farão ligação iônica com os elementos das famílias 5A, 6A e 7A. Seguindo o
mesmo raciocínio, os elementos das famílias 1A, 2A, 3A e os elementos das
famílias B farão uns com os outros ligação metálica. Já os elementos das famílias
5A, 6A e 7A farão uns com os outros e com o hidrogênio ligações covalentes
polares ou apolares, e todos os elementos da Tabela Periódica farão, com outros
átomos dos mesmos elementos, ligações covalentes apolares. Os elementos da
família 4A têm um comportamento próprio, pois com os elementos das famílias
1A, 2A, 3A e os elementos das famílias B farão ligações metálicas. Com os
elementos das famílias 5A, 6A e 7A farão ligações covalentes.

4.2 Polaridades

Vimos no subtema 4.1 a relação que leva a identificar o tipo de ligação


que os elementos podem fazer. Porém, com relação à ligação covalente, é
possível verificar que se formam ligações covalentes polares em função da
eletroafinidade e da eletronegatividade. Usando os sentidos crescentes destas
propriedades, que têm a mesma variação na Tabela Periódica, podemos definir
se farão ligação covalente polar e, ainda, verificar onde se localizarão o polo
positivo e o negativo da molécula formada. Esta informação deve ser
complementada com a tabela de eletronegatividade proposta por Linus Pauling,
já apresentada na Aula 2.

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Figura 23: Valores de eletronegatividade

Fonte: Shutterstock

4.3 Aumento ou diminuição de viscosidade e de peso

Tanto a viscosidade quanto o peso são relacionados diretamente com a


densidade dos elementos que formam os materiais ou substâncias. Assim, a
composição química de um material ou substância indicará, usando como guia
a variação da densidade atômica na Tabela Periódica, se o produto formado terá
de baixa a elevada densidade. Este tipo de conceito vem sendo bastante usado
para desenvolvimento de ligas mais leves, principalmente para a indústria
automotiva, e também no desenvolvimento de lubrificantes sintéticos para uso
em veículos e na indústria.

4.4 Aumento ou diminuição de temperatura de fusão e ebulição

O aumento ou diminuição de temperatura de fusão e ebulição para


materiais e substâncias formadas por ligações químicas entre os elementos da
Tabela Periódica podem ser estimados usando a variação da eletroafinidade e
eletronegatividade, e também o tipo de ligação que formam. Já foi visto que a
ligação iônica é a que possui a maior energia de ligação, seguida pela covalente
e pela molecular. Porém, também vimos que a ligação metálica pode possuir
baixa ou elevada energia de ligação. Assim, principalmente para ligações
metálicas, é importante analisar a diferença entre as eletronegatividades dos
elementos químicos que compõem a liga, para avaliar a força de ligação. Quanto
maior a diferença, maior será a força de ligação. Consequentemente, maior

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energia será requerida para romper esta ligação, exigindo maiores temperaturas
para a fusão ou a ebulição.

FINALIZANDO

Com os conhecimentos adquiridos nesta aula, você aprendeu sobre os


conceitos envolvidos na Tabela Periódica e está habilitado a usar esta importante
ferramenta para algumas estimativas de comportamentos de materiais e
substâncias formados com os elementos que os constituem. Isto será de grande
valia na continuidade do seu curso de engenharia e em sua vida profissional.

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REFERÊNCIAS

CALLISTER, W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed.


São Paulo: LTC, 2002.

MAHAN, H.; BRUCE, M. & MYERS, R. J. Química: um curso universitário. 4. ed.


São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 1995.

RUSSEL, J. B. Química geral. 2. ed. v. 1 e 2. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil,


1994.

SMITH, W. F. Princípios de ciência e engenharia dos materiais. 3. ed. São


Paulo: McGrawHill, 1998.

THEODORE, l. B.; LEMAY, E. H. Jr. & BURSTEN, E. B. Química, a ciência


central. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2005.

VAN VLACK, L. H. Princípios de ciência e tecnologia dos materiais. 5. ed.


Rio de Janeiro: Editora Campus, 1984.

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