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Atomo
O átomo é a menor subdivisão da matéria que retém as características do elemento. Consiste
em um núcleo muito pequeno e maciço, composto por protões e neutrões, cercado por uma
região muito maior, esparsamente ocupada por electrões. Cada protão carrega uma carga
unitária positiva; o neutrão, como indica o nome, é electricamente neutro; e o electrão tem uma
carga unitária negativa (Tabela 1).
Fig.1 A. Representação esquemática do átomo do hidrogénio, onde um único electrão (e-) se move em
uma órbita ao redor do núcleo. B. Ilustração esquemática do conteúdo de protões e neutrões nos núcleos
de vários elementos.
Distâncias entre os átomos
Os raios atómicos são expressos em nanómetros ou em ângstrons (1 nanómetro-nm = 10
ângstrons-Â). Por exemplo, o menor átomo, o hidrogénio, tem um raio de somente 0,46 A,
enquanto o maior átomo, o césio, tem raio de 2,72 A.
Embora os electrões e o núcleo sejam extremamente pequenos, o diâmetro do átomo
corresponde a aproximadamente 10.000 vezes o diâmetro do seu núcleo. Quase todo o volume
do átomo é ocupado pelos seus electrões, que preenchem o espaço ao redor do núcleo. A
distribuição dos electrões define o seu tamanho e estes electrões mantêm a estrutura do mineral
unida.
Os tamanhos dos átomos ou iões são difíceis de definir e ainda mais difíceis de medir
experimentalmente. O raio efectivo de um átomo (ou ião) é também dependente do tipo e do
número de átomos e/ou iões vizinhos e da carga do ião. Em um cristal de um metal puro, onde
átomos idênticos estão ligados uns aos outros, o raio dos átomos individuais é considerado como
a metade do comprimento da ligação (Fig. 2A). Nos cristais iónicos, onde dois iões de cargas
opostas são mantidos juntos, a distância entre o ião positivo e o negativo é a soma de dois raios
diferentes. Esta distância é determinada por forças eletrostáticas.
Entre qualquer par de iões de cargas opostas existe uma força de atracção electrostática que é
directamente proporcional ao produto das suas cargas e inversamente proporcional ao quadrado
da distância entre os seus centros. Isso é conhecido como Lei de Coulomb, formulada em 1787,
pelo físico francês Charles Coulomb (fórmula 1, fig. 2):
Figura 2. Distâncias entre os átomos. (a) Os raios metálicos são metade da distância entre os centros de
dois átomos metálicos vizinhos. (b) os raios iónicos são definidos como a distância entre os centros do
catião e do anião.
Na lei de Coulomb, F é a força de atracção entre dois iões de cargas opostas, q + e q- são as cargas
dos iões, d é a distância entre eles e k é a constante de proporcionalidade.
Raio Atómico e Raio Iónico
O raio iónico não é igual ao raio atómico. Para o caso de metais, o raio iónico dos catiões é
consideravelmente menor que o raio metálico para o mesmo elemento. Isto é, o resultado da
perda de um ou mais electrões externos, origina a redução no tamanho geral da nuvem
electrónica. Por outro lado, os aniões, como ganham electrões, são maiores do que o átomo
neutro correspondente (raio do ião é superior ao raio atómico, em ametais).
Para os elementos da mesma coluna, na tabela periódica, o raio iónico aumenta com o aumento
do número atómico (Z). Enquanto o raio iónico geralmente aumenta com o aumento do número
atómico, nos iões trivalentes dos elementos lantanídios há diminuição dos raios com o aumento
do número atómico, do La+3 (Z=57), com raio de 1,16 A ao Lu+3 (Z = 71), com raio de 0,98A. Este
fenómeno é conhecido como "contracção dos lantanídeos".
Os raios iónicos variam em função da coordenação, como pode ser visto no quadro 2. Entre
parênteses rectos encontram-se as coordenações possíveis, para diferentes raios iónicos em
elementos particulares.
Tabela 2. Raio iónico efectivo (em A) para os iões mais comuns encontrados nos minerais.
Tabela Periódica
A tabela periódica é o resultado ordenado das propriedades químicas básicas que dependem da
natureza dos electrões externos, os electrões de valência. Estes são electrões disponíveis para
as ligações químicas que levam à combinação dos átomos para formar sólidos cristalinos. Assim,
"os electrões são a cola que mantém unidos os minerais".
A tabela periódica agrupa elementos que possuem caráter químico similar. E, como resultado
desta similaridade (causada pela semelhança de sua configuração electrónica externa), estes
elementos geralmente têm um comportamento químico similar. Quando são incorporados nos
minerais, eles podem ser encontrados ocupando sítios cristalográficos similares nas estruturas
dos minerais, resultando em comportamento mineral semelhante.
Nesta tabela, os elementos estão dispostos em ordem crescente de número atómico (Z), porque
esta organização exibe melhor o arranjo periódico das propriedades químicas e físicas dos
elementos. Em outras palavras, a carga do núcleo (reflectida no número atómico) e o número de
electrões no átomo neutro são os parâmetros que determinam a ordem na qual os elementos
ocorrem. A tabela é organizada em colunas, também chamadas de grupos, com números
romanos (I, II, ... ,VIII). Estes números são iguais ao número de electrões contidos na camada mais
externa do átomo. Por exemplo, todos os elementos na coluna I (Z= 1, 3, 11, 19, 37, 55 e 87, na
tabela) têm somente um electrão no orbital s da camada externa.Todos os elementos na coluna
II têm dois electrões no orbital s da camada externa; os elementos da coluna III contêm três
electrões (2s e 1p). Os da coluna IV têm quatro electrões (2s e 2p), e assim por diante até a coluna
VIII, cujos elementos (com excepção do He) têm oito electrões na camada externa (2 s e 6 p). O
hélio possui dois electrões no orbital s, preenchendo completamente a camada K. Assim, a coluna
no extremo direito da tabela (VIII) contém átomos cujas camadas estão completamente
preenchidas, são os elementos inertes ou gases nobres. Esta é a configuração electrónica mais
estável.
As linhas horizontais, também chamadas de períodos, são designadas pelos algarismos 1 a 7. Elas
são equivalentes às camadas K, L, M, N, .... (tabela 3). Dentro das linhas, da esquerda para a
direita, a camada externa de um átomo é progressivamente preenchida, começando com o
orbital s e terminando com os orbitais p. Os átomos com Z=39 a 48 (na linha 5), e com Z= 57 a 80
(na linha 6) são chamados de elementos de transição, porque os electrões dos orbitais, além
daqueles presentes no cálcio (Z = 20), preenchem as camadas internas. Por exemplo, na linha 4,
os elementos com Z = 21 a 30 preenchem o orbital 3d da camada mais interna M. Na linha 6, os
elementos com Z = 57 a 80 preenchem inicialmente os orbitais 4f e subsequentemente 5d no
lado interno da camada P (Tabela 3).
As duas grandes linhas abaixo da parte principal da tabela são conhecidas como a série dos
lantanídios ou elementos de terras-raras (ETR, Z = 58 até 71) e a série dos actínídeos (Z = 90 até
1 03). Estes elementos fazem parte do corpo da tabela, mas são colocados abaixo simplesmente
por uma questão de espaço. A maioria dos elementos listados na tabela ocorre naturalmente.
Entretanto, elementos com números atómicos 43, 61, 85, 87 e 93 até 116 são radioactivos, não
possuem isótopos estáveis e decaem relativamente rápido. Consequentemente, eles só estão
presentes nos sistemas naturais em quantidades ultratraço.
Na tabela periódica, encontramºse in+umeros metais, mas aqueles que estão sombreados à
direita são não metais. Os metais têm propriedades distintas, tais como alta condutividade
eléctrica, alta condutividade térmica, brilho metálico e, geralmente apresentam altos pontos de
fusão, ductilidade e maleabilidade. Contrariamente, os não metais apresentam pobre
condutividade eléctrica (excepto o C - grafite), não apresentam o brilho característico dos metais
e, quando sólidos, têm um comportamento frágil.
Os químicos consideram o B, Si, Ge, As, Sb, Te e At como metalóides, pois apresentam
propriedades entre as dos metais e as dos não metais.
Ião
Os iões, ao contrário dos átomos electricamente neutros com igual número de protões e
electrões, são partículas carregadas. Estes possuem um excesso ou um défice de electrões
quando comparados ao número de protões.
Existem diversas maneiras de transformar um átomo em um ião, tais como: calor, luz ou troca de
electrões com outro átomo.
A carga no ião é chamada de valência ou estado de oxidação. Os electrões na camada mais
externa são os electrões de valência. Quando um ou mais electrões são perdidos da configuração
eletrónica de um átomo, forma-se um catião (carga geral positiva,+) e quando electrões são
adicionados, forma-se um anião (com carga geral negativa,-). Isto pode ser expresso,
respectivamernte, como:
Xátomo – e- -> X+ catião
Xátomo + e- -> X- catião
Em ambos os processos, uma certa quantidade de energia é envolvida na transformação. A
energia necessária para remover o electrão mais fracamente preso de um átomo neutro é
chamada de primeiro potencial de ionização. Este valor expressa o quão fortemente o núcleo de
um átomo neutro atrai um electrão em um orbital parcialmente preenchido.
Os elementos na tabela periódica podem ser divididos em dois grupos:
• aqueles que têm uma tendência para doar electrões = metais
• aqueles que são capazes de receber electrões = ametais
Os valores do primeiro potencial de ionização aumentam com o aumento do número atómico,
dentro de cada período. Este aumento coincide com o progressivo preenchimento dos orbitais
electrónicos e expressa a relutância dos átomos em perder electrões dos orbitais que estão quase
completamente preenchidos. Mostra, também, que os gases nobres (He, Ne, Ar e Kr) têm os
valores máximos e que os metais alcalinos (Li, Na, K, Rb) têm os valores mínimos. Isto significa
que a configuração electrónica dos gases nobres é a mais estável. A ausência de reactividade
química dos gases nobres (inertes) é atribuída à extraordinária estabilidade da configuração de
2, 10, 18, 36, 54 e 86 electrões em relação ao núcleo do átomo. Portanto, os elementos querem
atingir a configuração de um gás nobre. Os metais alcalinos (na coluna I da tabela periódica)
possuem um electrão a mais que o átomo de um gás nobre, e este é facilmente perdido para
atingir a configuração de um gás nobre. Apenas uma pequena quantidade de energia é necessária
para remover este electrão e assim produzir um ião monovalente estável (1+). Estes catiões
monovalentes são Li+, Na+, K+ e Rb+. Similarmente, os elementos da coluna II da tabela periódica
têm baixos valores de potencial de ionização, o que sugere que pouca energia é necessária para
perder dois electrões e produzir iões divalentes (Be+2 , Mg+2, Ca+2, Sr+2 e Ba+2) com a estrutura de
um gás nobre. Estas mesmas considerações se aplicam para a formação dos catiões trivalentes
(como Al+3 e tetravalentes como Si4+).
Os halogénios (que significa "formadores de sais") na coluna VII da tabela periódica contêm um
electrão a menos que um átomo de gás nobre, e eles facilmente ganham um electrão.
Os potenciais de ionização que expressam a energia necessária para remover os electrões
adicionais (isto é, mais de um electrão) são muito maiores que os da primeira ionização. Estes
valores mais altos reflectem a maior quantidade de energia necessária para remover um electrão
de um átomo que já tenha adquirido uma carga positiva, bem como a maior energia necessária
para remover um electrão adicional dos electrões restantes que preenchem o orbital no qual eles
ocorrem. Por causa destas barreiras de energia, os elementos envolvidos nas reacções químicas
tendem a perder somente os seus electrões de valência, que são os que residem nos orbitais não
preenchidos.