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Sedimentos e ambientes influenciados por marés

Marés, variação das marés e correntes de marés

Origem das Marés

- As marés e variação das marés são causadas pela atracção da lua e, com
menor grau , do sol. No lado da terra virado para a lua bem como o lado
oposto à Lua, o nível da água dos oceanos sobe, enquanto na linha
perpendicular o nível baixa. Devido à rotação da terra no sentido anti-
horário as massas de água dos oceanos são induzidas moverem-se no
sentido horário até as margens continentais e os seus litorais onde é
forçada a fluir de volta ao centro da bacia oceânica.
Este processo repete-se uma ou duas vezes por dia
Maré diurnal – uma vez ou semi-diurnal – duas vezes por dia.

A intensidade das marés flutua numa período de duas semanas de Marés


altas (Marés vivas – Spring tides – com a Lua e o Sol na mesma direcção
para marés mortas (Neap tides) e vice-versa.
Para além do efeito gravitacional da Lua e do Sol, a magnitude das marés
também depende do período no qual as massas de água dum oceano ou
mar confinado ou baía tendem a oscilar na sua bacia. Se esse período de
oscilação corresponde aproximadamente ao período de mudanças de
forças gravitacionais da lua e do sol, pode-se atingir uma variação
substancial de marés.
Ondas de Marés, variação de Marés e Correntes de Marés

Ondas de marés (não sinónimo de tempestades ou tsunami) têm um


grande comprimento de onda e comportam-se como ondas induzidas
pelo vento em águas pouco profundas.
Marés de grande amplitude desenvolvem-se em costas com uma grande
massa de água (ex: margens dos oceanos).
Condições para existência de grandes amplitudes das marés e fortes
correntes de marés:
Larga plataforma continental
Larga baía com uma abertura em fora de funil
Amplitudes de marés de 2 – 3 m normalmente ocorrem onde a plataforma
continental tem pelo menos uma largura de 100 a 200 km.
Afunilamento da baía pode proporcionar variação de marés de 10 – 15 m.

Força de Coriolis – força que tende a desvia as massas de água no


sentido horário devido ao movimento de rotação da terra.
Correntes de Marés
Maré enchente – massa de água proveniente do mar aberto para o
continente
Maré vazante- massa de água que se move no sentido continente – mar
A diferença entre o nível da maré alta e maré baixa é a amplitude média
das marés.

Ambientes de marés:
Zona supramaré – supratidal – acima do nível de maré alta
Zona intermaré – inertidal – entre maré alta de maré baixa
Zona submaré – subtidal – abaixo do nível de maré baixa
Velocidades da correntes de marés variam de 1 – 8 m/s. Nas planícies
intermarés as maiores velocidades são atingidas a meio da maré enchente
ou da maré vazante.

Amplitudes de Marés, Mofologia Costeira e Regime Hidrográfico

Existe uma relação estreita entre a amplitude das marés e a morfologia


costeira (Tabela 3.1 Einsele)
A morfologia costeira e a sedimentação nas planícies de marés são
fortemente influenciadas pelas ondas induzidas pelo vento. Assim é
comum dividir áreas costeiras em três subambientes:

• Linha de costa dominada pelas ondas (praias, ilhas barreiras de


micromarés)

• Linha de costa dominada pelo efeito misto de marés e de ondas (canais


de marés, ilhas barreira de mesomarés, deltas de marés vazantes e
enchentes – Ebb e Flood tidal deltas)

• Linha de costa dominada por marés (planícies intermarés, estuários e


bancos de areia associados)
Características Gerais de Sedimentos de Marés

Os sedimentos de marés recentes consistem (das altas para as zonas


baixas) em:
• Lama da planícies

• Mistura de areia com lama de planície

• Planícies de areias

Os sedimentos de marés são muito importantes para reconstrução


paleoambiental e paleogeográfica.

Fontes de Sedimentos de marés


• Abastecidos pelos rios

• Erosão das arribas (cliffs)

• Retrabalhamento do material proveniente do fundo do mar.


Estruturas sedimentares das planícies das marés

• Estruturas ligadas a acreção lateral (estruturas cruzadas


longitudinais)

• Estruturas cruzadas bidireccionais – espinha de peixe –


heringbone stratification)

• Nos canais – Sand waves – ondas de areias com 1 a 2 m de altura


mostrando não só ciclos semidiurnal das marés mas também
variações de marés vivas e mortas.
Controle climático dos sedimentos de Marés

Os sedimentos de marés, em especial os da zona supramarés são


extremamente afectados pelos factores climáticos que controlam a
produção biogénica, abastecimento de sedimentos terrígenos,
salinidade das águas costeiras etc.

Assim podem-se distinguir diferentes tipos de sedimentos da


planície de marés:

• Sedimentos de marés siliciclásticos (fig. 3.12)

• Sedimentos de marés calcáres (fig. 3.13)

• Sedimentos de marés stromatolíticos (fig. 3.14)


Dependendo das condições climáticas, as planícies de marés
podem se tornar vegetadas com ervas de pântanos salgados (nos
climas temperados) ou mangais nos climas tropicais e subtropicais.
Nos climas mais áridos a zona supramaré e ocupada pelos
chamados “Coastal Sabkhas” onde se precipitam sais devido a
elevada evaporação formando depósitos de evaporitos –
gesso,anidrite.

Estruturas stromatolíticas são muitas vezes encontradas em rochas


do Paleozoico. Os sedimentos consistem em areias calcáreas
podem sofrer uma cimentação precoce tendo assim o grande
potencial de preservação.

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