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Unidade IV - Tabela periódica

Propriedades periódicas

Raio atômico
Qual é o “tamanho” de um átomo? Não é possível medir exatamente, pois a nuvem
eletrônica de um átomo se estende a um nó no infinito. O tamanho que se considera
corresponde ao tamanho da superfície-limite que contém a maior parte (cerca de 90%) de sua
carga eletrônica total.
Logo, para se estimar o tamanho de um átomo considera-se a metade da distância entre
os núcleos de átomos vizinhos. Para um metal, usa-se uma amostra sólida. Para um não-
metal, usa-se a distância entre núcleos em uma ligação química. Se o composto é um gás
nobre, considera-se a metade da distância entre os centros de átomos vizinhos de uma
amostra de gás solidificado.
É importante considerar também que o raio efetivo do átomo não é constante. Por
exemplo, se considerarmos a molécula de hidrogênio (H2), que possui comprimento de ligação
de 0,074 nm, pode-se estimar que cada átomo de hidrogênio possui 0,037 nm. O diamante
tem comprimento de ligação de 0,154 nm e cada átomo de carbono possui, portanto, 0,077
nm. Com base nesses dados, se formos analisar as ligações na molécula de metano (CH4),
estima-se que a ligação entre átomos de hidrogênio e carbono tenha 0,114 nm, mas
experimentalmente observa-se 0,110 nm. Dessa forma, a contribuição de cada átomo na
distância da ligação total depende da natureza da ligação, que depende das propriedades dos
átomos. Trabalha-se, portanto, com dados aproximados.
Como base, considera-se que o raio atômico decresce da esquerda para direita ao longo
de um período. Ao longo de um período, o número de elétrons cresce com o número de
prótons. Ocorre aumento da carga nuclear. Dessa forma, os elétrons são adicionados na
camada de valência e estão tão próximos do núcleo como os demais, sendo atraídos pelo
núcleo. A blindagem da carga nuclear sobre um elétron pelos demais não é muito eficiente.
Dessa forma, o átomo se torna mais compacto, e o raio atômico diminui.
Ao longo de uma família da tabela, o raio aumenta de cima para baixo, juntamente com o
valor do número quântico principal de cada grupo. Os elétrons externos progressivamente, ao
longo de uma família, ocupam um nível mais distante do núcleo.
Com relação ao raio iônico, definido como a distância entre íons vizinhos em um sólido
iônico, entende-se que cátions apresentam raios menores que os átomos originais, em função
de perderem um elétron ou mais, expondo os elétrons mais próximos do núcleo. Os ânions,
entretanto, são maiores, em razão do aumento no número de elétrons da camada de valência
do ânion e dos efeitos de repulsão que os elétrons exercem uns sobre os outros e diminuição
do efeito da carga nuclear sobre os elétrons.
Podem-se comparar átomos e íons com o mesmo número de elétrons, ou seja,
isoeletrônicos, como Na+, F- e Mg2+, que apresentam a mesma configuração eletrônica, mas
diferentes tamanhos. O íon Mg2+, como perdeu dois elétrons, seu núcleo exerce maior atração
sobre os elétrons e dessa forma, apresenta o menor raio (diz-se que apresenta maior carga
nuclear efetiva). O contrário pode-se explicar do F-, que apresenta menor atração do núcleo
pelos elétrons e consequentemente, maior raio.
Energia de ionização
Conceitua-se energia de ionização como a energia mínima necessária para remover um
elétron de um átomo isolado no seu estado fundamental, no estado físico gasoso.
A primeira energia de ionização é resultante da remoção de um elétron de um átomo
neutro. Como exemplos:
Cu(g)  Cu+(g) + e I1 = 7,73 eV, 746 kJ/mol
A segunda energia de ionização, por sua vez, é dada a partir da remoção do segundo
elétron, agora de um cátion.
Cu+(g)  Cu2+(g) + e I2 = 20,29 eV, 1.958 kJ/mol
Elementos com baixas energias de ionização foram cátions facilmente. A energia de
ionização pode ser dada em elétrons-volt (eV); kcal/mol e kJ/mol, que a unidade do Sistema
Internacional de Medidas.
Questiona-se: qual é a tendência da energia de ionização dos elementos ao longo da tabela
periódica? A energia de ionização aumenta em um período da esquerda para direita.
Geralmente, a carga do núcleo aumenta através de um período e, consequentemente, os
elétrons da camada de valência são atraídos mais fortemente pelo núcleo (diminuição do raio
atômico) e maior quantidade de energia é necessária para remover um elétron do átomo. A
primeira energia de ionização, portanto, tende a aumentar ao longo do período.
As energias de ionização decrescem de cima para baixo ao longo de um grupo, com o
aumento do número quântico principal em um grupo, pois os elétrons ocupam camadas menos
afastadas do núcleo: o elétron é menos preso e é necessário menos energia para arrancá-lo
do átomo.
Os gases nobres apresentam alta energia de ionização, em função do octeto na camada
de valência (o dueto do átomo de hélio (He) é especialmente estável).
Outro aspecto a se considerar é que a sucessiva remoção de elétrons diminui o tamanho
dos íons e aumenta a energia de ionização. Logo, a segunda energia de ionização é maior do
que a primeira. Para os elementos da família dos metais alcalino-terrosos, as duas energias
apresentam valores semelhantes, pois a remoção do segundo elétron faz com que os íons
tenham a configuração de gases nobres, anteriores na tabela.

Afinidade eletrônica
Entende-se por afinidade eletrônica a energia envolvida quando um elétron se liga a um
átomo na fase gasosa. Dessa forma, mede a atração, ou afinidade, de um átomo pelo elétron
adicionado. São expressas em elétron-volts/átomo e kJ/mol, a última sendo a unidade do
Sistema Internacional de Medidas.
Essa propriedade é menos periódica do que a variação do raio e a energia de ionização.
Analisando a tabela periódica, percebe-se que as afinidades eletrônicas tornam-se mais
negativas da esquerda para direita, ao longo do período. Os halogênios, que têm um elétron
a menos para preencher completamente o subnível p, apresentam afinidades eletrônicas mais
negativas.
Entretanto, a adição de um elétron a um gás nobre necessitaria que esse elétron fosse
colocado em um subnível de mais alta energia, o que é energeticamente muito desfavorável.
Dessa forma, a afinidade eletrônica de um gás nobre é altamente positiva.

Densidades: Os elementos mais densos estão na posição central da tabela, como o ouro,
o rutênio e o ósmio (o mais denso).

Temperaturas de fusão e ebulição: Nos períodos, crescem da extremidade para o


centro (exceto grupos 1 e 2). Nos grupos, cresce de cima para baixo.

Referências:
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. M.; WEAVER, J. Química geral e reações químicas. São
Paulo: CENGAGE Learning, 2010.
RUSSEL, J. B. Química Geral. São Paulo: Makron, 1994.

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