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Propriedades periódicas dos elementos

Causas da variação das propriedades periódicas

Algumas das propriedades dos elementos – as propriedades periódicas – têm uma relação direta com
a configuração eletrónica dos átomos desses elementos.

Por exemplo:

• raio atómico

• energia de ionização

A variação periódica dessas propriedades ao longo da Tabela Periódica pode ser explicada em função
de três fatores:

1. Efeito do aumento de níveis eletrónicos n: Com o aumento do número de camadas, os


eletrões de valência são mais energéticos, ficam mais afastados do núcleo e são menos
atraídos por este.

2. Efeito do aumento da carga nuclear: Com o aumento da carga nuclear (carga positiva), os
eletrões sofrem um aumento da atração por parte do núcleo, o que conduz à contração da
nuvem eletrónica.

3. Efeito do aumento do número de eletrões: Com o aumento do número de eletrões há uma


maior repulsão entre estes, ficando a nuvem eletrónica mais expandida.

Ao longo do grupo aumenta o número de níveis eletrónicos, a carga nuclear e o número de eletrões,
mas o efeito predominante é, em geral, o aumento do número de camadas n.

Ao longo do período aumenta a carga nuclear e o número de eletrões, mas o efeito predominante é,
em geral, o aumento da carga nuclear.
Variação do raio atómico ao longo da tabela periódica

O raio atómico de um elemento é definido como sendo metade da distância entre os núcleos de dois
átomos vizinhos do mesmo elemento quimicamente ligados.

Os valores registados permitem concluir que, em geral:

• O raio atómico aumenta ao longo do grupo, de cima para baixo. Sendo o efeito
predominante o aumento do número de níveis, n, os eletrões de valência ocupam níveis de energia
sucessivamente superiores, o que faz com que estejam cada vez mais afastados do núcleo.

• O raio atómico diminui ao longo do período, da esquerda para a direita. Sendo igual o
número de níveis de energia, o efeito predominante é, em geral, o do aumento da carga nuclear
(número atómico – Z). Aumentando a carga nuclear, os eletrões são cada vez mais atraídos para o
núcleo, o que provoca a contração da nuvem eletrónica – o raio atómico diminui.

Variação da energia de ionização ao longo da tabela periódica

A primeira energia de ionização de um elemento, vulgarmente chamada energia de ionização, é a


energia mínima necessária para extrair um dos eletrões mais energéticos do átomo desse elemento,
no estado fundamental e gasoso.
Conclui-se que, em geral:

• A energia de ionização diminui ao longo do grupo, porque sendo o efeito predominante o


aumento do número de níveis de energia, aumenta a distância média dos eletrões de valência ao
núcleo. São, por isso, menos atraídos e, portanto, mais fáceis de extrair, sendo necessária menos
energia para o fazer. Além disso, ao longo do grupo o número de eletrões do cerne vai aumentando,
o que provoca maior repulsão sobre os eletrões de valência, «protegendo-os» da atração do núcleo.
A este efeito chama-se efeito de blindagem.

• A energia de ionização aumenta ao longo do período, porque sendo o efeito predominante


o aumento da carga nuclear, os eletrões vão sofrendo uma maior atração por parte do núcleo. São,
por isso, mais difíceis de extrair

NOTA: Quanto maior for o raio atómico mais fácil será remover o seu eletrão mais externo.

No grupo No período
Número de níveis de energia (n) Carga nuclear (Z)
Maior n Maior Z

Maior afastamento dos Maior atração dos eletrões


eletrões face ao núcleo Pelo núcleo

Maior raio atómico Menor raio atómico

Menor energia de ionização Maior energia de ionização


Relação entre a reatividade dos elementos químicos e a respetiva
estrutura eletrónica

Metais e não metais

Para adquirirem estabilidade, os átomos dos elementos têm tendência a ficar com a configuração
eletrónica mais estável, que corresponde à do gás nobre mais próximo na Tabela Periódica.

O caráter metálico de um elemento está relacionado com a facilidade que os átomos desse elemento
têm para ceder eletrões.

Os metais por terem poucos eletrões de valência possuem baixas energias de ionização e, por isso,
têm tendência para ceder esses eletrões, originando catiões e ficando com a estrutura eletrónica do
gás nobre mais próximo (o que o antecede).

Quanto menor for o valor da primeira energia de ionização de um dado elemento, mais acentuado é
o caráter metálico desse elemento. O caráter metálico:

• aumenta ao longo do grupo

• diminui ao longo do período

Os átomos dos não-metais, por terem muitos eletrões de valência, têm tendência para captar
eletrões, originando aniões e ficando com a estrutura eletrónica do gás nobre mais próximo.
O caráter não metálico:

• diminui ao longo do grupo

• aumenta ao longo do período

Grupo 1 – família dos metais alcalinos

Os átomos dos elementos que constituem as substâncias desta família possuem 1 eletrão de valência
que perdem facilmente, dando origem a iões monopositivos.

Reação Genérica: 𝑀 → 𝑀+ + 1 𝑒 −

As substâncias formadas pelos elementos da família dos metais alcalinos são muito reativas. A
reatividade dos metais alcalinos aumenta ao longo do grupo pois, aumenta a facilidade dos
respetivos átomos cederem o eletrão de valência, diminuindo a energia de ionização.

Grupo 2 – família dos metais alcalinoterrosos

Os átomos dos elementos que constituem as substâncias desta família possuem 2 eletrões de
valência que perdem com relativa facilidade, dando origem a iões bipositivos.

Reação Genérica: 𝑀 → 𝑀2+ + 2 𝑒 −

As substâncias formadas pelos elementos das famílias dos metais alcalinoterrosos são também
bastante reativas. A reatividade dos metais alcalinoterrosos aumenta ao longo do grupo.

Grupo 17 – família dos halogéneos

Os átomos dos elementos que constituem as substâncias desta família possuem 7 eletrões de
valência no último nível de energia. Têm tendência para captar eletrões, originando facilmente iões
mononegativos. A facilidade de captar eletrões diminui a longo do grupo.

Reação Genérica: 𝑋 + 1 𝑒 − → 𝑋 − (Iões halogenetos, ou haletos.)

A reatividade dos halogéneos diminui ao longo do grupo


Grupo 18 – família dos gases nobres (ou inertes)

Os átomos dos elementos que constituem as substâncias desta família têm os níveis s e p do nível de
valência totalmente ocupados, o que lhes confere enorme estabilidade química. Não captam nem
cessem eletrões.

Os gases nobres são quimicamente inertes, ou seja, não participam em reações químicas a não ser
em condições extremas

A situação especial do hidrogénio

O hidrogénio não tem uma posição específica na Tabela Periódica.

Por possuir 1 só eletrão, é usual integrá-lo no grupo 1, dado que tem uma configuração eletrónica
semelhante à dos metais alcalinos. No entanto, as suas propriedades físicas e o seu comportamento
químico nada têm a ver com os destes elementos.

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