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Modelo de Bohr

Estados de energia quantificados para o eletrão do átomo de H

Apenas alguns estados de energia são permitidos para o eletrão no átomo – são os chamados estados
estacionários de energia.

Como só alguns valores de energias são permitidas para o eletrão no átomo, diz-se que a sua energia
está quantizada. O estado estacionário de menor energia (n = 1) é denominado estado fundamental.
Os estados estacionários de energia superiores ao fundamental (n > 1) são chamados estados
excitados.

A energia, E, do eletrão no átomo de hidrogénio está dividida em dois tipo:

× Energia potencial elétrica, 𝐸𝑝 , porque existe uma interação entre o núcleo de carga positiva
e o eletrão de carga negativa

× Energia cinética, 𝐸𝑐 , porque o eletrão move-se em torno do núcleo

𝐸𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟ã𝑜 = 𝐸𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 + 𝐸𝑐𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎

A parcela correspondente à energia cinética é positiva, enquanto a parcela correspondente à energia


potencial é negativa. No entanto como o valor absoluto da energia potencial é maior do que o valor
da energia cinética, a soma destas duas parcelas é negativa, ou seja, a energia do eletrão no átomo
é negativa.

Fora da ação do núcleo, onde a energia potencial do eletrão é nula (Ep = 0), se o eletrão estiver em
repouso (Ec = 0) a sua energia total é nula.

Modelo de Bohr

Bohr formulou o seu modelo para o átomo de hidrogénio, admitindo que:

× O eletrão gira à volta do núcleo em órbitas circulares cujos valores de raio e energia não são
aleatórios, isto é, apenas podem assumir determinados valores, pois estão quantizados.
× Enquanto o eletrão percorre determinada órbita, não absorve nem emite energia
× Quando o eletrão absorve energia transita de uma órbita mais interna para uma órbita mais
externa – processo de excitação. A energia do átomo aumenta de um valor igual ao da energia
do fotão absorvido

× Quando o eletrão emite energia transita de uma órbita mais externa para uma órbita mais
interna – processo de desexcitação. A energia do átomo diminui de um valor simétrico ao da
energia emitida. Os eletrões de um átomo podem ser excitados por vários processos, como
descarga elétrica ou ação de radiação eletromagnética.

2,18 × 10−18
𝐸𝑛 = − 𝐽
𝑛2
Energia do eletrão no átomo de hidrogénio
A partir dos valores de energia do eletrão no átomo de hidrogénio
verifica-se que os níveis de energia vão sendo cada vez mais
próximos isto é, a diferença entre os níveis consecutivos é cada vez
menor.

Para calcular a variação de energia entre dois níveis de energia


envolvidos numa transição, seja ela emissão ou absorção, tem-se:

∆𝐸 = 𝐸𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝐸𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

Na emissão: ∆𝐸 < 0
Na absorção: ∆𝐸 > 0

Espetro de emissão do átomo de hidrogénio

As transições dos eletrões para estados de energia mais baixos dão origem às riscas que se observam
no respetivo espetro de emissão.

Transição Tipo de radiação emitida Série

De n > 1 Para n = 1 Ultravioleta Lyman

De n >2 Para n = 2 Visível Balmer

De n > 3 Para n = 3 Infravermelha Paschen


Espetros de riscas dos átomos polieletrónicos

Os espetros de riscas de átomos polieletrónicos são mais complexos, e tanto mais complexos quanto
maior o número de eletrões no átomo, nomeadamente eletrões de valência.

Sempre que um eletrão desses átomos sofre uma variação de energia, ΔE, correspondente a uma
transição permitida entre dois estados estacionários do átomo, é emitido ou absorvido um fotão,
que corresponde a uma das riscas do espetro de emissão ou de absorção. A existência de riscas muito
próximas que correspondem a transições eletrónicas de energia quase semelhantes.

Absorção de energia por um átomo

1. A energia da radiação incidente é exatamente igual à energia suficiente para extrair o eletrão
do átomo, isto é, à energia de remoção. O átomo fica ionizado. O eletrão abandona o átomo,
ficando com energia cinética nula.

2. A energia da radiação incidente é superior à energia de remoção do eletrão. O átomo fica


ionizado. O eletrão abandona o átomo com energia cinética.

3. A energia da radiação incidente é inferior à energia de remoção do eletrão e corresponde,


exatamente, à energia necessária e suficiente para provocar uma transição desse eletrão. O
átomo não fica ionizado. O eletrão transita para um estado de energia permitido e o átomo
fica excitado.

4. A energia da radiação incidente é inferior à energia de remoção do eletrão, mas não


corresponde à energia necessária e suficiente para provocar uma transição desse eletrão. A
radiação não é absorvida.

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