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2 - Ficha Formativa FQ

Física e Química A (Ensino Secundário (Portugal))

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

2.1. espectros atómicos

❖ Espectros de emissão contínuos

Ex: O espetro da luz solar

Diz-se de emissão porque as radiações que o compõem são emitidas pela camada superficial
do Sol e diz-se contínuo porque nos aparece como um conjunto ininterrupto de cores
(radiações), desde as menos energéticas às mais energéticas.
Exemplos – lâmpadas de incandescência
- corpos incandescentes
- lâmpadas de halogéneo

❖ Espectros de emissão descontínuos ou de riscas – conjunto de riscas coloridas num fundo

negro.

Um espetro de emissão (descontínuo ou de riscas) resulta da

passagem dos eletrões dos átomos de um estado de energia mais
elevado para um estado de energia mais baixo, emitindo
energia sob a forma de radiação.

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

Um fotão pode ser considerado uma “partícula” de luz, cuja

energia é dada pela expressão:
Ocorre emissão de
E=hʋ fotões.

energia do frequência
fotão constante de Planck
−34 −1 Como uma radiação corresponde a um feixe de n
6,63 × 10 Js fotões, tem-se:
Eradiação = n h ʋ
𝑣 =𝜆𝑓
ℎ𝑣
𝐸=
𝜆

Alguns exemplos de espetros de emissão

de riscas de elementos químicos.

Exemplos – lâmpadas fluorescentes

- Neons
- fogo de artificio
- teste da chama

❖ Espectro de absorção descontinuo ou de riscas - conjunto de riscas negras num fundo

coloridas

Um espetro de absorção (descontínuo ou de riscas) resulta da E

passagem dos eletrões dos átomos de um estado de energia mais
baixo para um estado de energia mais elevado, absorvendo
energia.

Um estado de energia mais elevado para o átomo pode ser

obtido por:

❖ energia térmica, através de uma elevação de temperatura;

❖ energia elétrica, através de descarga elétrica sobre os átomos de um gás rarefeito;

❖ energia luminosa, através da absorção de um fotão.

Alguns exemplos de espetros de absorção de riscas.

Espectro solar (simultaneamente espetro de absorção e emissão)

Resulta da absorção de radiação por átomos ou iões existentes na atmosfera da estrela.
As riscas de absorção, apenas visíveis em espectros de melhor qualidade, são chamadas
riscas de Fraunhofer

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

❖ O espetro de absorção de um elemento é o negativo do espetro de emissão desse

elemento:

Espetro de absorção do hidrogénio.

Riscas
coincidentes

Espetro de emissão de riscas do hidrogénio.

Cada elemento emite e absorve os mesmos comprimentos de onda característicos.

O espetro de riscas de um dado elemento, seja de emissão, seja de absorção, é

característico desse elemento, podem ser usados para identificar elementos químicos. Cada
elemento químico possui um espetro próprio e característico, que é diferente dos espetros dos outros
elementos, funcionando como “impressão digital”. As riscas negras no espetro de absorção têm o
mesmo comprimento de onda que as riscas coloridas na zona do visível do espetro de emissão. Um
elemento emite radiação bos mesmo valores de energia nos quais absorveu. Por isso, diz-se que o
espetro de absorção de um elemento é o “negativo” do seu espetro de emissão, i.e., trata-se de
espetros complementares.

A espetroscopia de absorção atómica tem diversas aplicações:

Ambiente Alimentaç Indústria Indústria

Nanomateriais Química forense Agricultura

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

2.2. O modelo atómico de Bohr, a quantização de energia e transições

eletrónicas
Para explicar a estabilidade do átomo de hidrogénio e a descontinuidade do seu espetro de
emissão, Bohr propôs um novo modelo atómico:

• A energia do eletrão no átomo está quantizada.

O eletrão não absorve nem emite radiação
quando se encontra num estado estacionário

• A transição do eletrão entre estados estacionários

ocorre por absorção ou emissão de energia, cujo
valor é exatamente igual à diferença de energia
entre os níveis de energia envolvidos, ΔE.

Modelo atómico de Bohr

para o átomo de hidrogénio (H).

Quando o eletrão absorve energia, transita de Quando o eletrão emite energia, transita de
uma órbita mais interna para uma órbita mais uma órbita mais externa para uma órbita mais
externa. interna

❖ Energia do eletrão no átomo de hidrogénio

• os valores de energia do eletrão no átomo são negativos;

• os níveis de energia vão sendo cada vez mais próximos, isto

é, a diferença entre níveis consecutivos de energia é cada
vez menor.

• Eletrão ocupa o nível de menor energia → átomo está no

estado fundamental.

• eletrão ocupa estado de energia superior → átomo está

num estado excitado.

Fig. 3 | Diagrama de energia do H

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

na emissão: ΔE < 0

ΔE = Enível final – Enível inicial

na absorção: ΔE > 0
Se a energia do fotão for diferente de ΔE a transição eletrónica entre aqueles níveis de energia não ocorre

• as radiações no ultravioleta → transições

do n > 1 para o estado fundamental, nível
1 → Série de Lyman;

• as radiações no visível → transições do n

> 2 para o nível 2 → Série de Balmer;

• as radiações no infravermelho →
transições do n > 3 para o nível 3 → série
de Paschen;

Energia de ionização – energia mínima necessária para remover o eletrão de um átomo isolado,
no estado gasoso e fundamental.

Ex: Eionixaçao = ∆E = E∞ − E1 = 0 − (−2.18𝑥10−18 ) = 2.18𝑥10−18 𝐽

O eletrão …
𝐸𝑓𝑜𝑡ã𝑜 > 𝐸𝑖𝑜𝑛𝑖𝑧𝑎çã𝑜 É removido do átomo com 𝐸𝑐𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑜 á𝑡𝑜𝑚𝑜 𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑖𝑜𝑛𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜)

𝐸𝑓𝑜𝑡ã𝑜 = 𝐸𝑖𝑜𝑛𝑖𝑧𝑎çã𝑜 É removido do átomo sem 𝐸𝑐𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑜 á𝑡𝑜𝑚𝑜 𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑖𝑜𝑛𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜)

Transita entre níveis de energia (o átomo fica
𝐸𝑓𝑜𝑡ã𝑜 = ∆𝐸
𝐸𝑓𝑜𝑡ã𝑜 < 𝐸𝑖𝑜𝑛𝑖𝑧𝑎çã𝑜 excitado)
𝐸𝑓𝑜𝑡ã𝑜 ≠ ∆𝐸 Não transita entre níveis de energia

Limitações do modelo de Bohr

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

Como o modelo de Bohr não consegue explicar a estrutura eletrónica de todos os átomos, foi
substituído pelo atual, um modelo probabilístico – modelo da nuvem eletrónica.

Zona de maior densidade

Zona de menor densidade

O que permanece no modelo atual:

• Níveis de energia bem definidos – energia quantizada

• Transições entre níveis por absorção ou emissão de energia bem definidas.

1.2.3 Energia de remoção eletrónica

A energia dos eletrões nos átomos inclui o efeito:

- de atração entre os eletrões e o núcleo por terem cargas de sinais opostos
- repulsão entre os eletrões por ter cargas do mesmo sinal
Por se moverem em torno do núcleo atómico, os eletrões possuem energia cinética.

Energia de remoção – energia mínima necessária para extrair um eletrão de um átomo no estado
gasoso e fundamental, formando um iao positivo.

+ -
X (g)  X (g) + e

• As setas representam energias de remoção. Para

cada nível de energia diferente existe um valor
diferente de energia de remoção eletrónica.

• 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠1 → 4 valores de Erem diferentes

• existem tantas Erem quanto os subníveis pelos quais os eletrões estão distribuídos
• se as Erem são da mesma ordem de grandeza então são de eletrões que se encontravam no
mesmo nível de energia

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

• Os eletrões com maior valor de energia de remoção são aqueles que ocupam níveis de menor
energia
• Eletrão de maior energia → eletrão que é removido mais facilmente→ Eremoção menor

Eletrão de valência
Eletrão do cerne
em média mais afastado do
em média mais próximo do
núcleo
núcleo
menor atração núcleo-eletrão
maior atração núcleo-eletrão

mais fácil remover o eletrão

mais difícil remover o eletrão

Menor energia de remoção

eletrónica, Er Menor energia de remoção
eletrónica, Er

Análise de um espetro fotoeletrónico

• os diferentes níveis de energia correspondem a diferentes zonas separadas pela dupla barra
na escala das energias de remoção – 2 zonas;
• o número de subníveis corresponde ao número de picos presentes em cada zona do espetro
– 3 picos.
• o tamanho relativo dos picos é proporcional ao número de eletrões existentes em cada
subnível.
Número relativo
de eletrões

A dupla barra separa

diferentes zonas que
correspondem a
diferentes níveis de
energia (ordens de
grandeza diferentes).

−1
Energia de remoção / MJ mol

Conclusão

• A partir da espetroscopia fotoeletrónica podem determinar-se as energias de remoção dos

eletrões para os átomos de um elemento.
• A partir das energias de remoção é possível concluir sobre a estrutura dos átomos

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

2.4 Modelo quântico do átomo

❖ O modelo atómico atual é o modelo quântico. Neste modelo, o comportamento dos eletrões nos
átomos é descrito não por orbitas, mas por orbitais.
❖ Este é um modelo probabilístico, pois apenas permite conhecer a probabilidade de encontrar o eletrão
numa dada região do espaço.

Tipo, forma e energia das orbitais

❖ as orbitais são designadas

pelas letras s, p, d, f, …
❖ para cada orbital, quanto
maior é o n, maior é o
tamanho,

❖ cada nível de energia, n, possui n2 orbitais e no máximo 2n2 eletrões

Nível 1 2 3
Nº de subníveis 1 2 3
Nº de orbitais 2 4 9
Nº de eletrões 2 8 18

❖ a energia do eletrão depende do nível e da orbital em que este se encontra

❖ Dentro do mesmo nível podem existir subníveis de energia, consoante o número de orbitais do
nível
❖ Os eletrões, além de terem carga e massa, possuem uma outra propriedade magnética, a que se dá o nome
de spin.
❖ O spin corresponde ao movimento que o eletrão executa em torno do seu próprio eixo, podendo
apresentar um de dois estados:

Eletrão com movimento de Eletrão com movimento de

rotação anti-horário — spin = +1/2. rotação horário — spin = –1/2.

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Química 10ºano – energia dos eletrões nos átomos

2.5 Configuração eletrónica de átomos

❖ Principio de preenchimento (ou de Aufbau) – No estado fundamental os eletrões de um

átomo ocupam orbitais de menor energia possível (máxima estabilidade). A ordem de
preenchimento das orbitais em átomos polietrónicos respeita o esquema:
1s 2s 2p 3s 3p 4s …

❖ Principio de exclusão de Pauli – cada orbital possui no máximo 2 eletrões, com spins
opostos

❖ Regra de Hund – No preenchimento das orbitais com a mesma energia (orbitais

degeneradas p, d, …), os eletrões são distribuídos de modo que seja máximo o número de
eletrões desemparelhados
Por exemplo, a configuração eletrónica do nitrogénio é:

7
N – 1𝒔𝟐 2𝒔𝟐 2𝒑𝟏𝒙 2𝒑𝟏𝒚 2𝒑𝟏𝒛

e não desta forma:

N – 1𝒔𝟐 2𝒔𝟐 2𝒑𝟐𝒙 2𝒑𝟏𝒚 2𝒑𝟎𝒛
7

Por exemplo, para orbitais 2p, em átomos no estado fundamental, é possível:

mas não:

Através da configuração eletrónica é possível saber o número de eletrões de valência.

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