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O ÁTOMO pode ser definido como a menor parte de um elemento que pode existir em uma
reação química. O átomo estruturalmente é constituído por um NÚCLEO central carregado
positivamente, onde se concentra praticamente toda a massa do átomo. Em torno deste
núcleo orbitam os ELÉTRONS em órbitas bem definidas.
Normalmente omite-se o número atômico como subíndice, uma vez que o símbolo químico é
suficiente para identificar o elemento.
Exemplo:
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
ISÓTOPOS
Os ISÓTOPOS são nuclídeos que possuem mesmo número atômico (Z), porém diferente
número de massa (A), ou seja, diferente número de nêutrons em seu núcleo. Como os isótopos
possuem o mesmo número atômico, comportam-se quimicamente de forma idêntica.
DESINTEGRAÇÃO ALFA
Por ser uma partícula relativamente grande e pesada, a radiação alfa interage fortemente com
o meio, o que torna o seu poder de penetração muito pequeno, sendo freada por apenas alguns
centímetros de ar ou uma fina folha de papel. Por outro lado, devido à forte interação, as
partículas alfa produzem uma ionização total muito intensa nos materiais por onde passam.
DESINTEGRAÇÃO BETA
Exem
plos:
A partícula beta é muito mais penetrante que a partícula alfa, necessitando de alguns
milímetros de material sólido ou líquido, ou alguns metros de ar, para ser freada. O poder de
ionização da partícula beta é menor do que o da partícula alfa.
EMISSÃO GAMA
E=hν → E = h .c / λ
E = energia da radiação (em erg ou eV)
h = const. Planck = 6,624.10-27 erg.s = 4,135.10-15 eV.s
ν = freq. da radiação em Hertz (s-1)
c = vel da luz = 2,99776.1010 cm/s
λ = compr. de onda (cm)
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
INTRODUÇÃO HISTÓRICA
Os raios X foram descobertos por Wilheim Konrad Roentgen em 1895, antes mesmo da
descoberta da radiatividade. Os raios X são produzidos quando um feixe de elétrons atinge
um alvo sólido. A radiação foi detectada quando um anteparo revestido de cianeto de bário e
platina, colocado ocasionalmente próximo ao equipamento em funcionamento, começou a
produzir fluorescências. Roentgen percebeu que, se materiais opacos à luz eram colocados
entre o tubo e o anteparo, a intensidade da fluorescência diminuía, mas não desaparecia,
mostrando que os raios X podem atravessar substâncias que são opacas à luz ordinária.
Descobriu ainda, que a radiação X pode escurecer qualquer placa fotográfica.
Infelizmente, tanto ele quanto sua esposa pagaram com as suas vidas o sacrifício de se
exporem aos efeitos da radiação que receberam nas múltiplas ocasiões em que
demonstraram a maravilha que tinham obtido. A medicina teve graças aos raios X, um avanço
significativo no tocante ao diagnóstico e a terapia de doenças.
Raio
X
Núcle
o
Elétro
n
Produção de Raios X Característicos - Um elétron acelerado arranca um elétron orbital
do átomo do alvo gerando uma vacância nesta camada ou órbita e deixando o átomo em
estado excitado. Outro elétron pertencente a uma camada mais externa salta para esta
camada ocupando a vacância deixada e neste processo emite radiação eletromagnética
ou raio X característico, fazendo com que o átomo retorne ao estado de equilíbrio. O
termo característico é utilizado por ser “único” de um dado elemento do alvo. Por
exemplo, o Tungstênio, freqüentemente utilizado como alvo nos equipamentos geradores
de raios X, quando bombardeado por um elétron acelerado perde um elétron da camada
K. O elétron da camada L então salta para a vacância da camada K e emite um fóton de
raio X de energia igual a 59 keV, valor este igual a diferença entre a energia de ligação
dos elétrons da camada K e L, característica do elemento Tungstênio.
Elétron
Ejetado Elétron da camada
mais externa
Elétron ocupando vacância
Incidente
Vacânci
a
Raio X
Característico
Raio X
Filamento Anti-catodo
incandescente
Sabemos que os raios X, produzidos artificialmente, são processos que envolvem interações
de elétrons acelerados com os átomos de um alvo. Assim sendo, para que se possa produzir
raios X é necessário que existam:
✓ um gerador de elétrons
✓ um acelerador de elétrons
✓ um alvo ou anteparo (para deter os elétrons)
Detector geiger-muller
Equipamentos mais utilizados no dia a dia para detecção da radiação. Medem ionizações em um
volume de gás. Podem ser sensíveis a radiações alfa, beta e gama,
X, porém são incapazes de distinguir qual tipo e energia de radiação está incidindo no meio do
gás.
Entre os dois eletrodos (positivo e negativo) é aplicada uma diferença de potencial através de um
Quando uma radiação ionizante passa através do gás ocorre a ionização de seus átomos. Os
pares de íons são coletados devido ao campo elétrico aí existente. Por causa deste movimento de
cargas no volume gasoso, surge uma carga Q no capacitor, que gera um pulso:
ΔV = Q
C
DOSÍMETROS TERMOLUMINESCENTES
São detectores de radiação de estado sólido, que se baseiam no princípio da excitação das
camadas eletrônicas de materiais sensíveis à radiação ionizante.
Podem ser utilizados diversos materiais com essa finalidade como por ex: LiF:Dy,
CaSO4:Dy, etc., que quando aquecidos liberam quantidades de luz proporcionais à
exposição radioativa.
GRANDEZAS E UNIDADES EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
EXPOSIÇÃO
A grandeza exposição, cujo símbolo é X, foi a primeira grandeza definida para fins de
Radioproteção. Tal grandeza é a medida da capacidade da radiação eletromagnética (gama ou x)
produzir ionizações no ar, sendo definida como a quantidade de ionização produzida num elemento
de volume de ar de massa dm.
A unidade de medida de exposição no SI é o coulomb/kg (C/kg)
Muitos dos detetores para medida de exposição trabalham com a unidade antiga,
dada em R/h, sendo que 1 R = 2,58.10-4 C/kg
DOSE ABSORVIDA
A grandeza dose absorvida (D) é mais abrangente que a grandeza exposição, pois é válida para todos
os tipos de radiação (α, β, X e γ) e todo tipo de material absorvedor. É definida como a quantidade de
energia depositada pela radiação ionizante por unidade de massa de material.
A dose equivalente é numericamente igual ao produto da dose absorvida (D), pelo fator de
qualidade Q, ou seja:
O fator de qualidade Q relaciona o efeito dos
H= D. Q diferentes tipos de radiação em termos de
detrimento biológico, e seus valores são dados na
tabela abaixo:
O ser humano está exposto diariamente às radiações provenientes de duas origens: a radiação natural
(ou de fundo) e a radiação artificial.
A RADIAÇÃO NATURAL
TOTAL................................................................................2,400 mSv/ano
A RADIAÇÃO ARTIFICIAL
A radiação artificial é constituída pelas radiações emitidas de fontes criadas pelo homem. A radiação
artificial representa aproximadamente 32% da dose total de radiação recebida anualmente pela
população, sendo 30,7% decorrente de fontes de irradiação médica; 0,6% decorrente de precipitação
radioativa devido à testes atômicos; 0,5% decorrente de fontes diversas usadas na indústria,
agricultura, agropecuária, etc.; 0,45% decorrente de exposição ocupacional de trabalhadores; 0,15%
decorrente de materiais radioativos liberados no ambiente pela indústria nuclear.
Esse percentual de 32% da dose total que recebemos anualmente corresponde a uma dose em torno de
1,12 mSv/ano, assim distribuída:
TOTAL..................................................................................1,12 mSv/ano
EXPOSIÇÃO RELATIVA DO HOMEM À RADIAÇÃO
LEGENDA:
1 -Precipitação Radioativa
2 - Fontes Diversas utilizadas
na Indústria
3 - Exposição Ocupacional
4 - Efluentes de Instalações
Nucleares
CONTAMINAÇÃO E IRRADIAÇÃO
Quando a radiação ionizante interage ou penetra no corpo humano, não causa nenhuma dor ou
qualquer outra sensação. Na realidade, o ser humano pode receber uma dose de radiação suficiente
para causar grandes danos ao seu organismo, sem que possa percebê-lo na ocasião. Isso é o que torna
problemático as atividades que envolvem o uso de radiação.
A interação da radiação ionizante com o corpo humano pode resultar ou de fontes externas ao corpo,
ou de contaminação interna do corpo por substâncias radioativas.
contaminação
(interna e externa) irradiação
As fontes externas ao corpo irradiam o homem com radiações X, γ ou nêutrons. A
contaminação interna ocorre por ingestão, inalação, penetração através da pele ou
de ferimentos de substâncias radioativas emissoras de radiação α e β.
Quando a radiação ionizante interage ou penetra no corpo humano, não causa nenhuma dor ou
qualquer outra sensação. Na realidade, o ser humano pode receber uma dose de radiação suficiente
para causar grandes danos ao seu organismo, sem que possa percebê-lo na ocasião. Isso é o que torna
problemática as atividades que envolvem o uso de radiação.
A interação da radiação ionizante com o corpo humano pode resultar ou de fontes externas ao corpo,
ou de contaminação interna do corpo por substâncias radioativas.
Interação com o meio onde os constituintes celulares e as próprias células estão suspensas ou seja, a
água, produzindo radicais livres. A maior probabilidade de ocorrência do efeito indireto deve-se ao
fato da água ocupar parcela substancial da composição celular. Além disto, os radicais livres também
podem ser produzidos devido à ionização de outros constituintes celulares, particularmente os lipídeos.
O principal radical livre oxidante resultante da radiólise da água é o hidroxil. A recombinação dos
radicais livres leva à formação de outros componentes como o peróxido de hidrogênio (H2O2). Quando
os radicais hidroxil reagem com moléculas orgânicas, formam-se radicais livres orgânicos. A presença
de oxigênio induz a formação de radicais livres peroxidantes, os quais não permitem a recombinação
para a molécula original, levando a aumento de radicais livres no meio e maior potencial lesivo.
Gravidez
✓ podem ocorrer mutações nos ovários da mãe e no feto
As alterações fetais dependem da idade gestacional
O período de organogênese (primeiro trimestre) é o mais perigoso
✓Mesmo doses muito baixas como aquelas recebidas em raio X diagnóstico produzem
anomalias tipo fenda palatina.
✓ morte neonatal.
Estágio físico inicial: fração de tempo (10-16 seg.) em que a energia é depositada na célula e causa
ionização. Na água o processo pode ser escrito como:
H2O radiação H 2 O + + e-
Onde H2O+ é o íon positivo e e- o íon negativo
Estágio físico-químico: dura fração de tempo (10-6 seg.) em que os íons interagem com outras
moléculas de água resultando novos produtos.
Ion positivo se dissocia: Ion negativo ataca uma molécula neutra de água,
dissociando-a:
Os produtos das reações são H+, OH-, H∙ e OH∙. Os dois primeiros íons, que estão presentes na água
comum, não tomam parte nas reações subsequentes.
Os outros 2 produtos, H∙ e OH∙ , são chamados de radicais livres, possuem um elétron não
emparelhado e são quimicamente ativos, e em eventos secundários, resultam em agentes oxidantes.
H∙ + H ∙ H2
H∙ + OH∙ H2O
H∙ + O 2 HO∙2 + H∙ H2O2
Estágio químico: dura uns poucos segundos em que radicais livres e os agentes oxidantes podem atacar
moléculas compostas que formam o cromossomo.
Estágio biológico: A escala de tempo varia de dezenas de minutos a dezenas de anos, dependendo dos
sintomas.
As alterações químicas acima, podem afetar uma célula individual de várias maneiras. Por exemplo
podem resultar em morte prematura da célula, impedimento ou atraso da divisão celular, e
modificação permanente que é passada para as células de gerações posteriores
CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO
Os efeitos biológicos da radiação são classificados em Efeitos Determinísticos e Efeitos Probabilísticos
(Estocásticos).
Efeitos determinísticos são aqueles em que, a partir de um valor de dose de radiação, denominado
limiar de dose, podemos afirmar que o efeito se manifestará no indivíduo irradiado. Exemplo:
anemias, leucopenias, eritema, esterilidade, queda de cabelo, etc.
Efeitos estocásticos são aqueles em que não existe um limiar de dose, ou seja, quanto maior a dose de
radiação recebida, maior a probabilidade de ocorrer o efeito. Exemplo: todos os tipos de câncer.
Probabilidade
de ocorrência
efeito
Dose fraca (0 – 0,25 Sv: 25 rem) Nenhum efeito clínico detectável. Provavelmente nenhum
efeito tardio.
(0,5 Sv: 50 rem) Ligeiras e temporárias modificações no sangue. Nenhum
outro efeito clínico detectável. Possíveis efeitos tardios, mas
danos sérios pouco prováveis em indivíduo médio.
Dose moderada (1 Sv: 100 rem) Náusea e fadiga e possivelmente vômitos acima de 1,25 Sv.
Modificações acentuadas no sangue, com recuperação
demorada. Diminuição de sobrevivência.
Dose letal (acima de 50 Sv) Náusea e vômitos em 1 a 2 h. Curto período latente após a
náusea inicial. Diarréia, vômitos, inflamação da boca e
garganta ao fim da primeira semana. Febre, emagrecimento
rápido e morte na segunda semana.
FILOSOFIA E OBJETIVOS DA PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
O objetivo da Radioproteção é eliminar os riscos provenientes dos efeitos biológicos imediatos dos
trabalhadores, através do estabelecimento de limites de dose, e limitar a probabilidade dos efeitos de
longo prazo (câncer, efeitos genéticos, etc.) a níveis tão baixos que sejam considerados aceitáveis.
PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO
PRINCÍPIO DA JUSTIFICAÇÃO
Qualquer atividade envolvendo radiação deve ser justificada em relação a outras alternativas e
produzir um benefício líquido positivo para a sociedade.
PRINCÍPIO DA OTIMIZAÇÃO
O projeto, o planejamento do uso e a operação de instalação ou de fontes de radiação devem ser feitos
de modo a garantir que as exposições sejam tão reduzidas quanto razoavelmente exeqüível, levando-se
em consideração fatores sociais e econômicos (Princípio Alara).
Custo da Proteção
(X + Y)mínimo Dose
Ponto Ótimo
PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS DOSES INDIVIDUAIS
No Brasil, o órgão responsável pela definição e implementação dos requisitos legais para pessoas
físicas ou jurídicas que manuseiam material radioativo é a Comissão Nacional de Energia Nuclear –
CNEN, que através da norma NN 3.01 de jan/05 estabelece recomendações com relação a doses de
radiação em IOEs e público.
As doses resultantes da radiação natural e a resultante dos tratamentos médicos não são consideradas
nos limites de dose recomendados.
Limites de doses individuais estabelecidos na norma CNEN NN-3.01
PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÃO
A exposição externa resulta de fontes de radiação exteriores ao corpo humano. As radiações X são
penetrantes, atravessando todo o corpo (irradiando assim a pele, ossos, sangue e órgãos internos).
A dose de radiação no indivíduo deve ser reduzida a um mínimo. No caso de exposição externa, a dose
pode ser reduzida através dos seguintes métodos:
∙Utilização de Blindagem
Fator de redução da taxa de dose em função
da distância da fonte de radiação
I1 . d12 = I2 . d22
onde:
(m
)
Blindagem para fótons
cálculo de blindagens cont.