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O ÁTOMO

O ÁTOMO pode ser definido como a menor parte de um elemento que pode existir em uma
reação química. O átomo estruturalmente é constituído por um NÚCLEO central carregado
positivamente, onde se concentra praticamente toda a massa do átomo. Em torno deste
núcleo orbitam os ELÉTRONS em órbitas bem definidas.

O núcleo é constituído por partículas


denominadas NUCLEONS, que são de dois
tipos: os PRÓTONS e os NÊUTRONS.
O PRÓTON possui carga elétrica positiva
enquanto que o NÊUTRON é eletricamente
neutro. O ELÉTRON possui carga elétrica
negativa. Em condições normais, o número
de elétrons é igual ao número de prótons em
um átomo, o que o torna eletricamente
neutro.
ELEMENTOS QUÍMICOS NATURAIS
NÚMERO ATÔMICO E NÚMERO DE MASSA

Chamamos de NÚMERO ATÔMICO ao número de prótons que um átomo possui em seu


núcleo. Representa-se o número atômico pela letra Z, sendo ele o fator que determina as
propriedades químicas de um átomo.

Chamamos de NÚMERO DE MASSA a soma do número de nucleons (prótons mais nêutrons)


existentes em um átomo. Representa-se o número de massa pela letra A.

Normalmente omite-se o número atômico como subíndice, uma vez que o símbolo químico é
suficiente para identificar o elemento.
Exemplo:
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
ISÓTOPOS
Os ISÓTOPOS são nuclídeos que possuem mesmo número atômico (Z), porém diferente
número de massa (A), ou seja, diferente número de nêutrons em seu núcleo. Como os isótopos
possuem o mesmo número atômico, comportam-se quimicamente de forma idêntica.

Exemplo: Isótopos do hidrogênio

Chamamos de ELEMENTO a mistura natural de isótopos. Existem elementos


naturalmente presentes, como o iodo e o alumínio, constituídos por um único isótopo
(27Al e 127I). Porém, a grande maioria dos elementos são constituídos por vários
isótopos.
A relação entre a quantidade de átomos dos diferentes isótopos constituintes em uma
mistura natural é expressa em porcentagem.
Por exemplo, a composição do elemento urânio encontrado na natureza é a seguinte:
0,006% de 234U, 99,282% de 238U e 0,712% de 235U. Ou seja, para uma amostra de
urânio natural que contenha 100.000 átomos de urânio, 6 átomos são de 234U, 99.282
átomos são de 238U e 712 são átomos do 235U.
TIPOS DE DESINTEGRAÇÃO RADIOATIVA

DESINTEGRAÇÃO ALFA

Quando um núcleo de um átomo é instável por


excesso de nucleons (prótons e nêutrons) ele emite
uma partícula alfa que é formada no instante da
emissão e se transmuta em um elemento de número
atômico duas unidades abaixo e de número de massa
quatro unidades
Exemmenor.
plos:

Por ser uma partícula relativamente grande e pesada, a radiação alfa interage fortemente com
o meio, o que torna o seu poder de penetração muito pequeno, sendo freada por apenas alguns
centímetros de ar ou uma fina folha de papel. Por outro lado, devido à forte interação, as
partículas alfa produzem uma ionização total muito intensa nos materiais por onde passam.
DESINTEGRAÇÃO BETA

Quando um núcleo é instável devido a um


excesso de massa em relação à carga, ele se
desintegra por emissão beta, ou seja, no
instante da emissão um nêutron se transforma
num próton mais um elétron e mais um ou mais
neutrinos, sendo que o elétron é emitido
enquanto o próton permanece no núcleo.

Exem
plos:

A partícula beta é muito mais penetrante que a partícula alfa, necessitando de alguns
milímetros de material sólido ou líquido, ou alguns metros de ar, para ser freada. O poder de
ionização da partícula beta é menor do que o da partícula alfa.
EMISSÃO GAMA

Quando um elemento instável emite uma


partícula alfa ou beta, o seu núcleo pode
ainda estar com excesso de energia; este
núcleo, para atingir o estado fundamental
(estabilização) emite este excesso de energia
na forma de um ou mais fótons gama. Estes
fótons gama, ou radiação gama, pertence a
uma classe conhecida como radiação
eletromagnética, que se propaga sob a forma
de movimento ondulatório.
A radiação gama é muito mais penetrante que a radiação alfa e beta, sendo capaz de atravessar
vários centímetros de chumbo e percorrer grandes distâncias no ar. O seu poder de ionização é
baixo em relação às partículas alfa e beta.
Energia de raios gama

Esquema de desintegração do Co-


Diagrama de níveis de energia do núcleo do C-12
60

E=hν → E = h .c / λ
E = energia da radiação (em erg ou eV)
h = const. Planck = 6,624.10-27 erg.s = 4,135.10-15 eV.s
ν = freq. da radiação em Hertz (s-1)
c = vel da luz = 2,99776.1010 cm/s
λ = compr. de onda (cm)
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
INTRODUÇÃO HISTÓRICA

Os raios X foram descobertos por Wilheim Konrad Roentgen em 1895, antes mesmo da
descoberta da radiatividade. Os raios X são produzidos quando um feixe de elétrons atinge
um alvo sólido. A radiação foi detectada quando um anteparo revestido de cianeto de bário e
platina, colocado ocasionalmente próximo ao equipamento em funcionamento, começou a
produzir fluorescências. Roentgen percebeu que, se materiais opacos à luz eram colocados
entre o tubo e o anteparo, a intensidade da fluorescência diminuía, mas não desaparecia,
mostrando que os raios X podem atravessar substâncias que são opacas à luz ordinária.
Descobriu ainda, que a radiação X pode escurecer qualquer placa fotográfica.
Infelizmente, tanto ele quanto sua esposa pagaram com as suas vidas o sacrifício de se
exporem aos efeitos da radiação que receberam nas múltiplas ocasiões em que
demonstraram a maravilha que tinham obtido. A medicina teve graças aos raios X, um avanço
significativo no tocante ao diagnóstico e a terapia de doenças.

Hoje nos hospitais e clínicas especializadas multiplicam-se os departamentos de


“Diagnóstico por imagem” e os “Setores de Radioterapia”. Esse sucesso só se tornou
possível graças a Roentgen.
PRODUÇÃO DE RAIOS X

Os raios X, produzidos artificialmente, são gerados em processos que ocorrem fora do


núcleo atômico. Estes processos envolvem interações de elétrons acelerados com os átomos
de um alvo e podem se dar de duas maneiras distintas, por Bremsstrahlung (perda de energia
por freamento) e produção de raios X característico.

Bremsstrahlung - Neste processo o elétron é desacelerado no campo elétrico do núcleo dos


átomos do alvo, devido a atração coulombiana, tendo sua energia cinética
convertida em radiação eletromagnética (raios X).

Raio
X
Núcle
o

Elétro
n
Produção de Raios X Característicos - Um elétron acelerado arranca um elétron orbital
do átomo do alvo gerando uma vacância nesta camada ou órbita e deixando o átomo em
estado excitado. Outro elétron pertencente a uma camada mais externa salta para esta
camada ocupando a vacância deixada e neste processo emite radiação eletromagnética
ou raio X característico, fazendo com que o átomo retorne ao estado de equilíbrio. O
termo característico é utilizado por ser “único” de um dado elemento do alvo. Por
exemplo, o Tungstênio, freqüentemente utilizado como alvo nos equipamentos geradores
de raios X, quando bombardeado por um elétron acelerado perde um elétron da camada
K. O elétron da camada L então salta para a vacância da camada K e emite um fóton de
raio X de energia igual a 59 keV, valor este igual a diferença entre a energia de ligação
dos elétrons da camada K e L, característica do elemento Tungstênio.

Elétron
Ejetado Elétron da camada
mais externa
Elétron ocupando vacância
Incidente
Vacânci
a
Raio X
Característico
Raio X

Filamento Anti-catodo

incandescente
Sabemos que os raios X, produzidos artificialmente, são processos que envolvem interações
de elétrons acelerados com os átomos de um alvo. Assim sendo, para que se possa produzir
raios X é necessário que existam:
✓ um gerador de elétrons
✓ um acelerador de elétrons
✓ um alvo ou anteparo (para deter os elétrons)

Gerador de Elétrons - No tubo de raios-X temos um catodo, que é um fio de tungstênio


aquecido que libera elétrons termoionicamente. Se introduzirmos no tubo um eletrodo
carregado positivamente, ele capturará alguns elétrons e se for possível manter a carga
deste eletrodo positivo (anodo), teremos uma corrente pelo circuito, com passagem de
elétrons do catodo para o anodo. Este dispositivo constitui o que chamamos de diodo. A
intensidade da corrente depende da diferença de potencial entre os dois eletrodos, porém
existe um ponto de saturação, onde os elétrons serão atraídos pelo anodo tão logo sejam
emitidos pelo catodo independentemente do aumento na d.d.p. Quando isto ocorre, é
necessário, caso se pretenda uma corrente de maior intensidade, elevar a temperatura do
catodo. Os aparelhos de Raios X são equipados com medidores de miliamperagem (mA)
que fornecem a corrente emitida pelo filamento. Um milampere equivale a 6,25 x 1015
eletrons/s. Os equipamentos dentários normalmente operam dentro de um intervalo de 5 a
15 mA.
Acelerador de Elétrons - Para a produção de raios X é necessário acelerar os elétrons
que atingem o alvo o que se consegue estabelecendo entre os eletrodos uma diferença de
potencial (d.d.p.) elevada por meio de um transformador. O potencial de aceleração varia
com a finalidade dos raios X produzidos e, no caso de radiografias médicas, varia entre 40
e 130 kV.
Alvo ou Anteparo - É utilizado para deter (por choque) os elétrons, transformando assim,
sua energia cinética em radiação. Nos choques, além de raios X há desprendimento de
calor. O rendimento da produção dos raios X é muito baixo, e é dado aproximadamente por
10-09ZV, onde Z é o número atômico do elemento que constitui o alvo e V o potencial de
aceleração.Por exemplo para um alvo de Tungstênio ( Z=74) e um potencial de 130 kV,
teremos 99% da energia dos elétrons dissipada em forma de calor, pois:
r=10-09.74.130000 ~ 1x10-02=1%
Por esta razão o material do qual é constituído o alvo deverá ter alto ponto de fusão, como é
por exemplo, o caso do Tungstênio (3380 oC) normalmente usado para este fim. Além disso
geralmente ele é refrigerado por óleo, ar ou água, que circula através de um bloco no
interior do qual ele se encontra.
Colimador - Quando uma pessoa está sendo irradiada é importante que o feixe de radiação
atinja apenas a área do corpo a ser investigada. Os equipamentos de raios X, para este
fim, possuem colimadores que podem ser ajustados limitando assim a área do feixe. Um
tipo de colimador utilizado em equipamentos para fins odontológicos é o cone. O cone em
si não é o colimador e serve apenas como auxílio ao dentista para o posicionamento do
tubo. A colimação na verdade é feita por um diafragma que se encontra no interior do cone.
Atualmente recomenda-se que se use os cones abertos, pois os cones fechados produzem
radiação espalhada e acabam irradiando outras áreas, do corpo do paciente, além da área
de interesse.
Filtros - São utilizados com o objetivo de absorver os fótons de menor energia presentes
no feixe de raios X, minimizando a quantidade de radiação absorvida na superfície da
pele do paciente. Normalmente os filtros são compostos de alumínio e cobre, onde o
cobre é o responsável pela maior filtração e o alumínio é utilizado para absorver a
radiação característica (~8 keV) produzida por interações com o cobre que se não fossem
atenuadas aumentariam a dose na pele do paciente. A radiação característica produzida
no alumíno é de 1,5 keV e é absorvida no ar existente entre o paciente e o filtro. Além
disso alguns fótons de baixa energia são inerentemente filtrados pelo óleo existente de
resfriamento da ampola e pelo vidro da janela de onde o feixe útil emerge. A filtração
inerente é medida em “equivalente de alumínio” que é a espessura de um meio capaz de
produzir o mesmo grau de atenuação do alumínio. A filtração excessiva não é
interessante dado que a intensidade do feixe é diminuída e requerendo assim, um
aumento no tempo de exposição, o que aumenta a probabilidade do paciente se mover
durante o exame.
CONCLUSÕES

✓RAIOS X NÃO SÃO ENERGIA NUCLEAR.

✓ RAIOS X SÃO ENERGIA ATÔMICA.

✓ OS APARELHOS DE RAIO X NÃO SÃO RADIOATIVOS.


SÓ EMITEM RADIAÇÃO QUANDO ESTÃO LIGADOS,
ISTO É, EM OPERAÇÃO.
PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DA ENERGIA DA
RADIAÇÃO PARA O MEIO
ionização : remoção do elétron do átomo pela partícula ou fotón
PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA DA ENERGIA DA
RADIAÇÃO PARA O MEIO

ionização : remoção do elétron do átomo pela


partícula ou fotón

excitação: adição de energia ao átomo, mudando


elétron de sua órbita, que emite luz quando
retorna à órbita normal.
DETETORES DE RADIAÇÃO A GÁS

Detector geiger-muller

Equipamentos mais utilizados no dia a dia para detecção da radiação. Medem ionizações em um
volume de gás. Podem ser sensíveis a radiações alfa, beta e gama,
X, porém são incapazes de distinguir qual tipo e energia de radiação está incidindo no meio do
gás.

Entre os dois eletrodos (positivo e negativo) é aplicada uma diferença de potencial através de um

resistor em paralelo com um capacitor, que representa a capacitância do sistema.


Esquema de um detetor a gás

Quando uma radiação ionizante passa através do gás ocorre a ionização de seus átomos. Os
pares de íons são coletados devido ao campo elétrico aí existente. Por causa deste movimento de
cargas no volume gasoso, surge uma carga Q no capacitor, que gera um pulso:

ΔV = Q
C
DOSÍMETROS TERMOLUMINESCENTES

São detectores de radiação de estado sólido, que se baseiam no princípio da excitação das
camadas eletrônicas de materiais sensíveis à radiação ionizante.
Podem ser utilizados diversos materiais com essa finalidade como por ex: LiF:Dy,
CaSO4:Dy, etc., que quando aquecidos liberam quantidades de luz proporcionais à
exposição radioativa.
GRANDEZAS E UNIDADES EM PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
EXPOSIÇÃO
A grandeza exposição, cujo símbolo é X, foi a primeira grandeza definida para fins de
Radioproteção. Tal grandeza é a medida da capacidade da radiação eletromagnética (gama ou x)
produzir ionizações no ar, sendo definida como a quantidade de ionização produzida num elemento
de volume de ar de massa dm.
A unidade de medida de exposição no SI é o coulomb/kg (C/kg)
Muitos dos detetores para medida de exposição trabalham com a unidade antiga,
dada em R/h, sendo que 1 R = 2,58.10-4 C/kg

DOSE ABSORVIDA
A grandeza dose absorvida (D) é mais abrangente que a grandeza exposição, pois é válida para todos
os tipos de radiação (α, β, X e γ) e todo tipo de material absorvedor. É definida como a quantidade de
energia depositada pela radiação ionizante por unidade de massa de material.

A unidade de dose absorvida no SI é o gray (Gy) (1 Gy = 1 J/kg)


A unidade antiga de dose absorvida é o rad, sendo que 1 rad = 0,01 Gy
DOSE EQUIVALENTE
As grandezas anteriormente definidas levam em conta a energia absorvida no ar e no tecido humano,
porém não dá a idéia de efeitos biológicos no homem. Foi então definida a grandeza dose equivalente,
cujo símbolo é H, que considera fatores como o tipo de radiação ionizante e seu mecanismo de
transferência de energia para o tecido, podendo-se então avaliar os possíveis danos biológicos.

A dose equivalente é numericamente igual ao produto da dose absorvida (D), pelo fator de
qualidade Q, ou seja:
O fator de qualidade Q relaciona o efeito dos
H= D. Q diferentes tipos de radiação em termos de
detrimento biológico, e seus valores são dados na
tabela abaixo:

A unidade de dose equivalente no SI é


o sievert (Sv) (1Sv = 1 J/kg)
A unidade antiga de dose equivalente é o
Rem, sendo que 1 Rem = 0,01 Sv
FONTES NATURAIS E ARTIFICIAIS DE RADIAÇÃO

O ser humano está exposto diariamente às radiações provenientes de duas origens: a radiação natural
(ou de fundo) e a radiação artificial.

A RADIAÇÃO NATURAL

A radiação natural é proveniente de diversas fontes existentes em nosso meio-ambiente: do espaço


cósmico, de materiais radioativos naturais encontrados no solo e do próprio organismo.
A radiação natural que o nosso ambiente emite continuamente representa aproximadamente 68% da
dose total de radiação recebida anualmente pela população mundial. Este percentual corresponde a
uma dose em torno de 2,4 mSv por ano, distribuídos da seguinte forma:

Raios Cósmicos...................................................................0,380 mSv/ano


Radionuclídeos de origem cósmica...................................0,012 mSv/ano
Radionuclídeos de origem terrestre
Potássio 40...........................................................................0,300 mSv/ano
Série do U-238.....................................................................0,141 mSv/ano
Rádio-226 ............................................................................0,004 mSv/ano
Radônio-222........................................................................1,200 mSv/ano
Chumbo-210........................................................................0,050 mSv/ano
Série do Th-232...................................................................0,270 mSv/ano

TOTAL................................................................................2,400 mSv/ano
A RADIAÇÃO ARTIFICIAL
A radiação artificial é constituída pelas radiações emitidas de fontes criadas pelo homem. A radiação
artificial representa aproximadamente 32% da dose total de radiação recebida anualmente pela
população, sendo 30,7% decorrente de fontes de irradiação médica; 0,6% decorrente de precipitação
radioativa devido à testes atômicos; 0,5% decorrente de fontes diversas usadas na indústria,
agricultura, agropecuária, etc.; 0,45% decorrente de exposição ocupacional de trabalhadores; 0,15%
decorrente de materiais radioativos liberados no ambiente pela indústria nuclear.
Esse percentual de 32% da dose total que recebemos anualmente corresponde a uma dose em torno de
1,12 mSv/ano, assim distribuída:

Fontes usadas na Medicina (aparelhos de raio-X


radioterapia, quimioterapia, radiodiagnóstico)..................1,0 mSv/ano

Precipitação Radioativa devido à testes atômicos.............0,05 mSv/ano

Fontes diversas (relógios luminosos, aparelho


de TV, fontes na indústria, agricultura, pesquisa)............0,04 mSv/ano

Liberação ao Ambiente (Indústria Nuclear).....................0,03 mSv/ano

TOTAL..................................................................................1,12 mSv/ano
EXPOSIÇÃO RELATIVA DO HOMEM À RADIAÇÃO

LEGENDA:

1 -Precipitação Radioativa
2 - Fontes Diversas utilizadas
na Indústria
3 - Exposição Ocupacional
4 - Efluentes de Instalações
Nucleares
CONTAMINAÇÃO E IRRADIAÇÃO

Quando a radiação ionizante interage ou penetra no corpo humano, não causa nenhuma dor ou
qualquer outra sensação. Na realidade, o ser humano pode receber uma dose de radiação suficiente
para causar grandes danos ao seu organismo, sem que possa percebê-lo na ocasião. Isso é o que torna
problemático as atividades que envolvem o uso de radiação.

A interação da radiação ionizante com o corpo humano pode resultar ou de fontes externas ao corpo,
ou de contaminação interna do corpo por substâncias radioativas.

contaminação
(interna e externa) irradiação
As fontes externas ao corpo irradiam o homem com radiações X, γ ou nêutrons. A
contaminação interna ocorre por ingestão, inalação, penetração através da pele ou
de ferimentos de substâncias radioativas emissoras de radiação α e β.

Interação direta e indireta da radiação com organismo

Esquema de ação das radiações (direta e indireta)


Estrutra da molécula do DNA
EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO

Quando a radiação ionizante interage ou penetra no corpo humano, não causa nenhuma dor ou
qualquer outra sensação. Na realidade, o ser humano pode receber uma dose de radiação suficiente
para causar grandes danos ao seu organismo, sem que possa percebê-lo na ocasião. Isso é o que torna
problemática as atividades que envolvem o uso de radiação.
A interação da radiação ionizante com o corpo humano pode resultar ou de fontes externas ao corpo,
ou de contaminação interna do corpo por substâncias radioativas.

IMPORTANTE: CONTAMINAÇÃO E IRRADIAÇÃO


Efeito Direto (30%)
Interação direta com componentes celulares como DNA, proteínas e lipídeos, provocando alterações
estruturais.

Efeito Indireto (70%)

Interação com o meio onde os constituintes celulares e as próprias células estão suspensas ou seja, a
água, produzindo radicais livres. A maior probabilidade de ocorrência do efeito indireto deve-se ao
fato da água ocupar parcela substancial da composição celular. Além disto, os radicais livres também
podem ser produzidos devido à ionização de outros constituintes celulares, particularmente os lipídeos.
O principal radical livre oxidante resultante da radiólise da água é o hidroxil. A recombinação dos
radicais livres leva à formação de outros componentes como o peróxido de hidrogênio (H2O2). Quando
os radicais hidroxil reagem com moléculas orgânicas, formam-se radicais livres orgânicos. A presença
de oxigênio induz a formação de radicais livres peroxidantes, os quais não permitem a recombinação
para a molécula original, levando a aumento de radicais livres no meio e maior potencial lesivo.
Gravidez
✓ podem ocorrer mutações nos ovários da mãe e no feto
As alterações fetais dependem da idade gestacional
O período de organogênese (primeiro trimestre) é o mais perigoso

✓sistema nervoso (microcefalia, hidrocefalia, retardo mental)

✓ olhos (microftalmia, catarata, ausência de cristalino)

✓e esqueleto (crescimento limitado, membros anormais, cabeça pequena).

✓Mesmo doses muito baixas como aquelas recebidas em raio X diagnóstico produzem
anomalias tipo fenda palatina.

✓ morte neonatal.

As alterações decorrentes da irradiação durante o período fetal observadas após o


nascimento.

✓ leucemia e distúrbios funcionais como a plaquetopenia


MECANISMOS DE INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM AS CÉLULAS

Estágio físico inicial: fração de tempo (10-16 seg.) em que a energia é depositada na célula e causa
ionização. Na água o processo pode ser escrito como:

H2O radiação H 2 O + + e-
Onde H2O+ é o íon positivo e e- o íon negativo

Estágio físico-químico: dura fração de tempo (10-6 seg.) em que os íons interagem com outras
moléculas de água resultando novos produtos.
Ion positivo se dissocia: Ion negativo ataca uma molécula neutra de água,
dissociando-a:

H2O+ H+ + OH∙ H 2 O + e- H2O-


H2O- H∙ + OH-

Os produtos das reações são H+, OH-, H∙ e OH∙. Os dois primeiros íons, que estão presentes na água
comum, não tomam parte nas reações subsequentes.
Os outros 2 produtos, H∙ e OH∙ , são chamados de radicais livres, possuem um elétron não
emparelhado e são quimicamente ativos, e em eventos secundários, resultam em agentes oxidantes.

H∙ + H ∙ H2

OH∙ + OH∙ H 2O2

H∙ + OH∙ H2O

H∙ + O 2 HO∙2 + H∙ H2O2

Estágio químico: dura uns poucos segundos em que radicais livres e os agentes oxidantes podem atacar
moléculas compostas que formam o cromossomo.

Estágio biológico: A escala de tempo varia de dezenas de minutos a dezenas de anos, dependendo dos
sintomas.
As alterações químicas acima, podem afetar uma célula individual de várias maneiras. Por exemplo
podem resultar em morte prematura da célula, impedimento ou atraso da divisão celular, e
modificação permanente que é passada para as células de gerações posteriores
CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO
Os efeitos biológicos da radiação são classificados em Efeitos Determinísticos e Efeitos Probabilísticos
(Estocásticos).
Efeitos determinísticos são aqueles em que, a partir de um valor de dose de radiação, denominado
limiar de dose, podemos afirmar que o efeito se manifestará no indivíduo irradiado. Exemplo:
anemias, leucopenias, eritema, esterilidade, queda de cabelo, etc.
Efeitos estocásticos são aqueles em que não existe um limiar de dose, ou seja, quanto maior a dose de
radiação recebida, maior a probabilidade de ocorrer o efeito. Exemplo: todos os tipos de câncer.

Probabilidade
de ocorrência
efeito

Representação gráfica dos efeitos determinísticos Representação gráfica dos efeitos


determinísticos
CARACTERÍSTICAS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO
Sumário dos possíveis efeitos resultantes da exposição total do
corpo às radiações

Dose fraca (0 – 0,25 Sv: 25 rem) Nenhum efeito clínico detectável. Provavelmente nenhum
efeito tardio.
(0,5 Sv: 50 rem) Ligeiras e temporárias modificações no sangue. Nenhum
outro efeito clínico detectável. Possíveis efeitos tardios, mas
danos sérios pouco prováveis em indivíduo médio.

Dose moderada (1 Sv: 100 rem) Náusea e fadiga e possivelmente vômitos acima de 1,25 Sv.
Modificações acentuadas no sangue, com recuperação
demorada. Diminuição de sobrevivência.

(2 a 6 Sv) Náuseas e vômitos em 24 h. Após período latente de cerca de


uma semana, epilação, perda de apetite, fraqueza geral e
outros sintomas como irritação da garganta e diarréia.
Dose semi-letal (6-50 Sv) Náuseas e vômitos em 1 ou 2 h. Após período latente de cerca
de uma semana, início de epilação, perda de apetite e
fraqueza geral acompanhada de febre. Inflamação severa da
boca e garganta na terceira semana. Sintomas tais como
palidez, diarréia, hemorragia nasal e emagrecimento rápido,
mais ou menos na quarta semana. Algumas mortes em duas
a seis semanas. Morte eventual de cerca de 50% das pessoas
expostas.

Dose letal (acima de 50 Sv) Náusea e vômitos em 1 a 2 h. Curto período latente após a
náusea inicial. Diarréia, vômitos, inflamação da boca e
garganta ao fim da primeira semana. Febre, emagrecimento
rápido e morte na segunda semana.
FILOSOFIA E OBJETIVOS DA PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

O objetivo da Radioproteção é eliminar os riscos provenientes dos efeitos biológicos imediatos dos
trabalhadores, através do estabelecimento de limites de dose, e limitar a probabilidade dos efeitos de
longo prazo (câncer, efeitos genéticos, etc.) a níveis tão baixos que sejam considerados aceitáveis.

PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO

PRINCÍPIO DA JUSTIFICAÇÃO

Qualquer atividade envolvendo radiação deve ser justificada em relação a outras alternativas e
produzir um benefício líquido positivo para a sociedade.
PRINCÍPIO DA OTIMIZAÇÃO

O projeto, o planejamento do uso e a operação de instalação ou de fontes de radiação devem ser feitos
de modo a garantir que as exposições sejam tão reduzidas quanto razoavelmente exeqüível, levando-se
em consideração fatores sociais e econômicos (Princípio Alara).

Y=α S Detrimento Biológico


$

Custo da Proteção
(X + Y)mínimo Dose
Ponto Ótimo
PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS DOSES INDIVIDUAIS

As doses individuais de Indivíduos Ocupacionalmente Expostos (IOEs) e de indivíduos do


público não devem exceder os limites anuais de dose equivalente estabelecido em normas.

No Brasil, o órgão responsável pela definição e implementação dos requisitos legais para pessoas
físicas ou jurídicas que manuseiam material radioativo é a Comissão Nacional de Energia Nuclear –
CNEN, que através da norma NN 3.01 de jan/05 estabelece recomendações com relação a doses de
radiação em IOEs e público.

As doses resultantes da radiação natural e a resultante dos tratamentos médicos não são consideradas
nos limites de dose recomendados.
Limites de doses individuais estabelecidos na norma CNEN NN-3.01
PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÃO

A exposição externa resulta de fontes de radiação exteriores ao corpo humano. As radiações X são
penetrantes, atravessando todo o corpo (irradiando assim a pele, ossos, sangue e órgãos internos).

A dose de radiação no indivíduo deve ser reduzida a um mínimo. No caso de exposição externa, a dose
pode ser reduzida através dos seguintes métodos:

∙Controle do Tempo de Exposição

∙Controle da Distância da Fonte ao Trabalhador

∙Utilização de Blindagem
Fator de redução da taxa de dose em função
da distância da fonte de radiação

I1 . d12 = I2 . d22
onde:

I1 Intensidade ou dose de radiação


encontrada na distância d1 (m)

I2 Intensidade ou dose de radiação


medida na distância d2 (m)

(m
)
Blindagem para fótons
cálculo de blindagens cont.

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