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TABELAS PERIÓDICAS

Foi Lavoisier, em 1789, o primeiro a tentar ordenar os elementos químicos.


Desde então vários cientistas se dedicaram à mesma tarefa, propondo de diferentes formas
de os organizar de forma sistematizada.
Em 1817,Döbereiner identificou conjuntos de três substâncias que apresentavam
comportamento semelhante.
Chamou-lhes tríades.
Em 1865,John Newlands o geólogo francês Alexandre Chancourtois (1820-1886) verificaram
que, ao ordenarem os elementos conhecidos por ordem crescente das suas massas
atómicas, as propriedades dos elementos repetiam-se
, ou seja, o primeiro elemento tinha propriedades semelhantes às do oitavo, o segundo às do
nono, e assim sucessivamente.
Newlands conseguiu formar sete conjuntos de oito elementos cada, a que deu o nome de Lei
das Oitavas.
Este foi o primeiro sistema periódico precursor da Tabela Periódica.
A ordenação dos elementos segundo a ordem crescente das
massas atómicas foi proposta em simultâneo por Lothar Meyer e por Dmitri Mendeleev
.Este último verificou que quando os elementos eram colocados por ordem crescente de
massa atómica, existia periodicidade em algumas das suas propriedades. Mendeleev
apresentou a sua própria Tabela de Classificação de Elementos à Sociedade Russa de
Química em 1869. Nessa tabela:colocou os elementos até então conhecidos num quadro por
ordem crescente das massas atómicas, de tal modo que elementos com propriedades
semelhantes se agruparem na mesma linha horizontal;
atribuiu a cada elemento um número correspondente à «casa» que ocupava.
Verificando que nesta disposição havia algumas anomalias e respeitando sempre a
semelhança de propriedades, Mendeleev:deixou lugares vagos para os quais previu a
existência de novos elementos ainda por descobrir;inverteu a ordem de alguns elementos
para que estes ficassem na coluna vertical dos elementos análogos.
Entretanto, com o evoluir da física e da química, no século XX, os cientistas
começaram a pensar se a periodicidade das propriedades dos elementos químicos não seria
fruto da estrutura interna do átomo. Em 1913,Henry Moseley identificou o número atómico
com a carga positiva do núcleo de cada elemento, tendo verificado que esse número coincidia
com o número de ordem da Tabela Periódica. A partir de então, ficou estabelecido que as
propriedades dos elementos são uma função do número atômico.
As propriedades dos elementos são função de Z.
Porém, a explicação completa da Tabela Periódica surgiu com o modelo atómico de
Niels Bohr. Percebeu-se então que as propriedades químicas dos
elementos estavam relacionados de forma clara com as respectivas distribuições eletrônicas,
e que o comportamento químico de algumas famílias de elementos era função dessas
distribuições eletrônicas.A Tabela Periódica que atualmente utilizamos consiste numa versão
muito mais completa da tabela de Mendeleev: hoje conhecem-se 118 elementos,alguns dos
quais são produzidos artificialmente.A Tabela Periódica está organizada, por ordem crescente
dos números atómicos dos elementos, em grupos e em períodos.
Grupos: são as colunas verticais, numeradas de 1 a 18.−Os elementos dos grupos 1, 2 e 13 a
18 são designados por elementos representativos.−Os elementos dos grupos 3 a 12 são
designados por
elementos de transição.
Períodos: são as linhas horizontais, numeradas de 1 a 7.
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Períodos: são as linhas horizontais, numeradas de 1 a 7.
Pode observar-se ainda que a Tabela Periódica contém uma linha quebrada.
Essa linha quebrada separa dois grandes tipos de elementos: os metais dos não-metais
Esta separação não é rígida, pois os elementos que se encontram ao lado dessa linha
comportam-se, em determinadas circunstâncias, como metais e noutras como não metais –
são os chamados semimetais
O conhecimento da estrutura do átomo veio explicar a organização dos elementos químicos
na Tabela Periódica.
Ao comparar a configuração electrónica dos elementos com a sua posição na Tabela
Periódica conclui-se que:todos os elementos do mesmo período têm o mesmo número de
níveis eletrônicos,n.
Cada período inicia-se com um elemento cujos átomos possuem 1 eletrão de valência e cuja
configuração de valência se pode representar genericamente por ns1, e termina com um
elemento cujos átomos possuem 8 eletrões de valência e cuja configuração eletrônica se
pode representar genéricamente por ns2 np6. A exceção é o elemento hélio, de número
atómico 2, que, apesar de ser o elemento com que termina o primeiro
período, apresenta a configuração eletrônica 1s2.
os elementos do mesmo grupo têm o mesmo número de eletrões de valência, ou seja, têm a
mesma estrutura eletrónica no nível mais externo. Por essa razão têm propriedades químicas
semelhantes.quanto aos elementos representativos:
−os elementos dos grupos 1 e 2 têm, respetivamente, 1 e 2 eletrões de valência;
−os elementos dos grupos 13 a 18 têm, respetivamente, 3 a 8 eletrões de valência
– nestes elementos, o número do grupo obtém-se adicionando 10 ao número de eletrões de
valência;
−o hélio está colocado no grupo 18, embora tenha 2 eletrões de valência. Este elemento está
colocado neste grupo porque tem a camada de valência completa.
Ainda através da análise da Tabela Periódica, verifica-se que:os elementos dos grupos 1 e 2
têm a orbital de valência do tipo s
– são elementos do bloco s. Os elementos do grupo 1 têm 1 único eletrão de valência numa
orbitals (s1) e os elementos do grupo 2 têm também os 2 eletrões de valência numa
orbitals(s2).os elementos dos grupos 13 a 18 têm a orbital de valência do tipo s preenchida e
as orbitais de valência do tipo p em preenchimento ou completas, como acontece no grupo 18
– são elementos do bloco p.os elementos dos grupos 3 a 12 pertencem aos blocos d e f , uma
vez que as orbitais de valência dos tipos d e f
se encontram em preenchimento nos respetivos blocos.
Uma parte das informações apresentadas na Tabela Periódica diz respeito aos elementos, por
exemplo o número atómico, e outra às substâncias elementares, por exemplo o ponto de
fusão.Algumas das propriedades dos elementos – as
propriedades periódicas
– têm uma relação direta com a configuração eletrónica dos átomos desses elementos.

Como exemplos das propriedades periódicas dos elementos, tem-se:raio atómico;energia de


ionização
.
A variação periódica dessas propriedades ao longo da Tabela Periódica pode ser explicada
em função de três fatores:
Efeito do aumento de níveis eletrónicos n nas orbitais de valência. Com
o aumento do número de camadas, os eletrões de valência são mais
energéticos, ficam mais afastados do núcleo e são menos atraídos por este.
Efeito do aumento da carga nuclear. Com o aumento da carga nuclear, os eletrões sofrem um
aumento da atração por parte do núcleo, o que conduz à contração da nuvem eletrónica.
Efeito do aumento do número de eletrões. Com o aumento do número
de eletrões há uma maior repulsão entre estes, ficando a nuvem eletrónica mais expandida.
Ao longo do grupoaumenta o número de níveis eletrónicos, a carga nuclear e o número de
eletrões, mas o efeito predominante é, em geral, o aumento do número de camadas n.
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eletrões, mas o efeito predominante é, em geral, o aumento do número de camadas n.
Ao longo do período aumenta a carga nuclear e o número de eletrões, mas
o efeito predominante é, em geral, o aumento da carga nuclear.
Em seguida, abordamos mais detalhadamente algumas propriedades periódicas: o raio
atómico e a energia de ionização.
Não é possível medir diretamente o raio atómico. Porém, quando os átomos se ligam uns aos
outros, é possível através de métodos experimentais conhecer as distâncias internucleares e,
a partir daí, estimar os valores dos diferentes raios atómicos.
O raio atómico de um elemento é definido como sendo metade da distância entre os núcleos
de dois átomos vizinhos do mesmo elemento.Os valores registados permitem concluir que,
em geral o raio atómico aumenta ao longo do grupo, de cima para baixo. Sendo o efeito
predominante o aumento do número de níveis,n, os eletrões de
valência ocupam níveis de energia sucessivamente superiores, o que faz
com que estejam cada vez mais afastados do núcleo,o raio atómico diminui ao longo do
período, da esquerda para a direita.
Sendo igual o número de níveis de energia, o efeito predominante é, em
geral, o do aumento da carga nuclear (número atómico –
Z). Aumentando a carga nuclear, os eletrões são cada vez mais atraídos para o núcleo,
o que provoca a contração da nuvem eletrónica – o raio atómico diminui.
A primeira energia de ionização de um elemento, vulgarmente chamada energia de ionização,
é a menor energia de remoção desse elemento, ou
seja, é a energia mínima necessária para extrair o eletrão mais energético do
átomo desse elemento, no estado fundamental e gasoso . A energia de ionização diminui ao
longo do grupo(de cima para baixo),porque sendo o efeito predominante o aumento do
número de níveis de energia, aumenta a distância média dos eletrões de valência ao núcleo.
São, por isso, menos atraídos e, portanto, mais fáceis de extrair.
Além disso, ao longo do grupo o número de eletrões do cerne vai aumentando, o que provoca
maior repulsão sobre os eletrões de valência,«protegendo-os» da atração do núcleo. A este
efeito chama-se efeito de blindagem a
energia de ionização aumenta ao longo do período(da esquerda para a direita), porque sendo
o efeito predominante o aumento da carga nuclear, os eletrões vão sofrendo uma maior
atração por parte do núcleo.
São, por isso, mais difíceis de extrair.
As propriedades das substâncias elementares dependem das propriedades dos átomos dos
elementos que as constituem e do modo como estes estão ligados entre si.
Para adquirirem estabilidade, os átomos dos elementos têm tendência a ficar com a
configuração eletrónica mais estável, que corresponde à do gás nobre mais próximo na
Tabela Periódica.
Os metais, por terem poucos eletrões de valência (normalmente 1, 2 ou 3),possuem baixas
energias de ionização e, por essa razão, têm tendência para ceder esses eletrões, originando
catiões (iões positivos) e ficando com a estrutura eletrónica do gás nobre mais próximo (o que
o antecede).
O caráter metálico de um elemento está relacionado com a facilidade que os átomos desse
elemento têm para ceder electrões.Quanto menor for o valor da primeira energia de ionização
de um dado elemento, mais acentuado é o caráter metálico desse elemento.O caráter
metálico aumenta ao longo do grupo e diminui ao longo do período.Os átomos dos não-
metais, por terem muitos eletrões de valência, têm tendência para captar eletrões, originando
aniões (iões negativos) e ficando com a estrutura eletrónica do gás nobre mais próximo (que o
precede). A facilidade de captar eletrões diminui ao longo do período.O caráter não metálico
diminui ao longo do grupo e aumenta ao longo do período.As substâncias elementares desta
TABELAS
família são o lítio (Li), PERIÓDICAS
o sódio (Na), o potássio (K) , o rubídio (Rb), o césio (Cs), e o frâncio
(Fr).
Os átomos dos elementos que constituem as substâncias desta família possuem 1 eletrão de
valência que perdem facilmente, dando origem a iões monopositivos.
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valência que perdem facilmente, dando origem a iões monopositivos.
As substâncias formadas pelos elementos da família dos metais alcalinos são muito reativas.A
reatividade dos metais alcalinos aumenta ao longo do grupo pois, como
vimos, aumenta a facilidade dos respectivos átomos cederem o eletrão de valência,
diminuindo a energia de ionização.As substâncias elementares desta família são o berílio
(Be), o magnésio(Mg), o cálcio (Ca) , o estrôncio (Sr), o bário (Ba) e o rádio (Ra).
Os átomos dos elementos que constituem as substâncias desta família possuem
2 eletrões de valência que perdem com relativa facilidade, dando origem a iões bipositivos.As
substâncias formadas pelos elementos das famílias dos metais alcalino terrosos são também
bastante reativas.A
reatividade dos metais alcalino terrosos aumenta ao longo do grupo.As substâncias
elementares desta família são o diflúor (F2), o dicloro (Cℓ2),o dibromo (Br2), o di-iodo (I2) e o
diastato (At2).
Os átomos dos elementos que constituem as substâncias desta família possuem
7 eletrões de valência no último nível de energia. Têm tendência para captar eletrões,
originando facilmente iões mononegativos. São os chamados iões halogenetos, ou haletos.A
facilidade de captar eletrões diminui ao longo do grupo, porque ao au-
mentar o número de níveis de energia preenchidos do átomo, a atração do núcleo sobre o
eletrão a captar torna-se cada vez menor.A reatividade dos halogéneos diminui ao longo do
grupo.Os seis elementos deste grupo são o hélio (He), o néon (Ne), o árgon (Ar),o crípton
(Kr), o xénon (Xe) e o rádon (Rn).
Os átomos dos elementos que constituem as substâncias desta família têm os níveis s e p do
nível de valência totalmente ocupados, o que lhes confere enorme estabilidade química. São
quimicamente inertes , ou seja, não participam em reações químicas
a não ser em condições extremas. É por esta razão que também são denominados gases
inertes.

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